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“Há mais de duas décadas que acreditamos no potencial desta louvável iniciativa que possibilita aos estudantes universitários e aos quadros das empresas uma excelente oportunidade de aprendizagem, trabalho em equipa e de partilha de experiências ao nível da gestão” P4 “No quadro nacional há muito que o Global Management Challenge é uma referência, mas é a nível internacional que se tem assistido a uma maior presença em múltiplos países, não só reforçando as mais antigas como criando novas. É grato saber que na internacionalização dos jogos de gestão se fala português” P4 Textos Maribela Freitas O Global Management Challen- ge ultrapassou este ano a fas- quia do meio milhão de partici- pantes em todo o mundo. Pre- sente em mais de 30 países dis- tribuídos pelos cinco continen- tes, esta competição portuguesa criada pelo Expresso e pela SDG há mais de 30 anos, é encarada como uma ação de formação pa- ra a área da gestão e é utilizada por muitas empresas como ins- trumento de recrutamento. Atualmente esta é a maior com- petição mundial de gestão no que diz respeito a países envolvi- dos. Na Rússia e na China é parti- cularmente popular. Na edição do ano passado a Rússia contou com cerca de 15 mil participan- tes distribuídos por três mil equi- pas, alcançando o título do país com mais formações inscritas. A China ficou em segundo lugar com o total de duas mil equipas. Portugal é o terceiro país no que diz respeito a formações par- ticipantes. Na edição deste ano que começou em maio registou 448 equipas, envolvendo perto de duas mil pessoas. A primeira volta da competição terminou no final de junho e as 64 equipas apu- radas para a segunda volta (ver quadro no interior), agendada pa- ra setembro, são já conhecidas. Para se manter na liderança das competições de gestão, a or- ganização do Global Manage- ment Challenge tem apostado na inovação e atualização cons- tante. Tanto assim é que este ano começou a ser utilizada uma nova versão do simulador que introduz na prova novas de- cisões e foi desenvolvida pela or- ganização em parceria com a Edit 515. Pedro Alves Costa, CEO da SDG explica que “ao longo dos anos temos vindo a atualizar o nosso produto segundo os con- ceitos financeiros, económicos ou macroeconómicos da atuali- dade. Queremos com esta nova versão conseguir uma simula- ção mais exata da realidade em- presarial”. Na nova versão que foi testada primeiro em Portugal foram in- troduzidas preocupações ecoló- gicas, as equipas na gestão da sua empresa podem recorrer ao outsourcing para a produção, apostar mais na qualificação dos seus trabalhadores e têm a possibilidade de emitir ações. A avaliação dos resultados tam- bém mudou. Agora o objetivo é alcançar o melhor desempenho do investi- mento. Este critério reflete o va- lor da empresa para os respeti- vos investidores. Isto não é ape- nas o valor de mercado da em- presa, mas inclui o valor de quaisquer dividendos pagos ou de quaisquer ações recompra- das aos investidores menos o custo de quaisquer ações que lhes tenham sido atribuídas. As equipas consideram que a com- petição está mais renhida e pró- xima da realidade. mfreitas.externo@impresa.pt Meio milhão de candidatos a gestores já passaram por aqui Perfil da edição nacional Inscreveram-se 448 equipas na edição de 2013 da prova e estas envolvem 1851 pessoas, sendo que 1139 são estudantes e 712 quadros. Predominam os homens, totalizando 67,3% dos elementos das equipas, ao passo que as mulheres ficam pelos 32,7%. Na área de formação vence a economia e gestão que totaliza mais de 48% dos participantes, seguida pela engenharia com 40%, dividindo-se os restantes pouco mais de 10% por outras áreas. Expresso As equipas estão este ano a utilizar uma nova versão do simulador do Global Management Challenge Este caderno faz parte integrante do Expresso nº 2126 de 27 de julho de 2013, não podendo ser vendido separadamente Criado em Portugal em 1980, o Global Management Challenge está presente em mais de 30 países e é encarado pelas empresas como ação de formação e instrumento de recrutamento José Galamba de Oliveira (Accenture Portugal) João Lima (Essilor Portugal) Expresso, 27 de julho de 2013 ECONOMIA I

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“Há mais de duas décadasque acreditamos no potencial

desta louvável iniciativa quepossibilita aos estudantes

universitários e aos quadros dasempresas uma excelente

oportunidade de aprendizagem,trabalho em equipa e de partilha

de experiências ao nívelda gestão” P4

“No quadro nacional há muitoque o Global ManagementChallenge é uma referência, masé a nível internacional que se temassistido a uma maior presençaem múltiplos países, não sóreforçando as mais antigas comocriando novas. É grato saber quena internacionalização dos jogosde gestão se fala português” P4

Textos Maribela Freitas

O Global Management Challen-ge ultrapassou este ano a fas-quia do meio milhão de partici-pantes em todo o mundo. Pre-sente em mais de 30 países dis-tribuídos pelos cinco continen-tes, esta competição portuguesacriada pelo Expresso e pela SDGhá mais de 30 anos, é encaradacomo uma ação de formação pa-ra a área da gestão e é utilizadapor muitas empresas como ins-trumento de recrutamento.

Atualmente esta é a maior com-petição mundial de gestão noque diz respeito a países envolvi-dos. Na Rússia e na China é parti-cularmente popular. Na ediçãodo ano passado a Rússia contou

com cerca de 15 mil participan-tes distribuídos por três mil equi-pas, alcançando o título do paíscom mais formações inscritas. AChina ficou em segundo lugarcom o total de duas mil equipas.

Portugal é o terceiro país noque diz respeito a formações par-ticipantes. Na edição deste anoque começou em maio registou448 equipas, envolvendo pertode duas mil pessoas. A primeiravolta da competição terminou nofinal de junho e as 64 equipas apu-radas para a segunda volta (verquadro no interior), agendada pa-ra setembro, são já conhecidas.

Para se manter na liderançadas competições de gestão, a or-ganização do Global Manage-ment Challenge tem apostadona inovação e atualização cons-

tante. Tanto assim é que esteano começou a ser utilizadauma nova versão do simuladorque introduz na prova novas de-cisões e foi desenvolvida pela or-ganização em parceria com aEdit 515.

Pedro Alves Costa, CEO daSDG explica que “ao longo dosanos temos vindo a atualizar onosso produto segundo os con-ceitos financeiros, económicosou macroeconómicos da atuali-dade. Queremos com esta novaversão conseguir uma simula-ção mais exata da realidade em-presarial”.

Na nova versão que foi testadaprimeiro em Portugal foram in-troduzidas preocupações ecoló-gicas, as equipas na gestão dasua empresa podem recorrer ao

outsourcing para a produção,apostar mais na qualificaçãodos seus trabalhadores e têm apossibilidade de emitir ações. Aavaliação dos resultados tam-bém mudou.

Agora o objetivo é alcançar omelhor desempenho do investi-mento. Este critério reflete o va-lor da empresa para os respeti-vos investidores. Isto não é ape-nas o valor de mercado da em-presa, mas inclui o valor dequaisquer dividendos pagos oude quaisquer ações recompra-das aos investidores menos ocusto de quaisquer ações quelhes tenham sido atribuídas. Asequipas consideram que a com-petição está mais renhida e pró-xima da realidade.

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Meio milhão de candidatosa gestores já passaram por aqui

Perfil da ediçãonacionalInscreveram-se 448 equipasna edição de 2013 da prova eestas envolvem 1851 pessoas,sendo que 1139 sãoestudantes e 712 quadros.Predominam os homens,totalizando 67,3% doselementos das equipas, aopasso que as mulheres ficampelos 32,7%. Na área deformação vence a economiae gestão que totaliza mais de48% dos participantes,seguida pela engenharia com40%, dividindo-se osrestantes pouco mais de 10%por outras áreas.

Expresso

As equipas estão esteano a utilizar umanova versão do simuladordo Global ManagementChallenge

Este caderno faz parte integrante do Expresso nº 2126de 27 de julho de 2013, não podendo ser vendido separadamente

Criado em Portugalem 1980, o GlobalManagementChallenge estápresente em maisde 30 países e éencarado pelasempresas comoação de formaçãoe instrumento derecrutamento

José Galambade Oliveira(Accenture

Portugal)

JoãoLima(EssilorPortugal)

Expresso, 27 de julho de 2013 ECONOMIA I

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A CH Consulting, a Autoestradas doAtlântico e a Primavera Business Softwa-re Solutions apostaram apenas na inscri-ção de uma equipa na competição e vi-ram os seus quadros qualificarem-se pa-ra a segunda volta. Mais do que um jogo,as empresas classificam esta competiçãocomo uma ferramenta de aprendizagemde gestão e de enriquecimento pessoal eprofissional dos seus colaboradores.

Chegar à final nacional e quem sabe atévencer esta última etapa é a ambição deVítor Ribeiro, consultor da CH Consul-

ting e membro da equipa que na provaostenta o nome da empresa. Conta quevencer não é um objetivo fácil, pois a con-corrência é forte e as alterações introdu-zidas nesta edição ao simulador intensifi-caram a competição. Contudo está moti-vado para alcançar a vitória.

Vítor Ribeiro conta que a CH Consul-ting optou por apoiar apenas uma equipade quadros para dar aos seus colaborado-res a oportunidade de participarem nes-te evento que apelida de “ferramenta deaprendizagem”. Numa análise ao GlobalManagement Challenge salienta comoqualidades “a forma como está estrutura-do, a qualidade do seu simulador, a suahistória e notoriedade, a abrangência deum número cada vez maior de países e oreconhecimento da importância deste ti-

po de iniciativas para o desenvolvimentodos recursos humanos internos e recruta-mento”. Acredita que os colaboradoresda CH Consulting têm aqui uma excelen-te oportunidade para desenvolveremcompetências de liderança e gestão deequipas e de validar a aplicação de inúme-ro conceitos teóricos. “Do ponto de vistados participantes, a prova em si é um ex-celente momento de aprendizagem. A si-mulação da tomada de decisões de ges-tão permite ter um vislumbre da comple-xidade de uma empresa tomada comoum todo”, realça Vítor Ribeiro.

Também José Costa Braga, presidentedo conselho de administração da Autoes-tradas do Atlântico, valoriza a componen-te formativa desta iniciativa.“Incentiva-mos a participação baseados no princípio

de que é estimulante aceitar os desafios,sair das rotinas diárias onde já provámoscompetências e procurar ser criativos emnovas circunstâncias. Acreditamos que aparticipação é desde logo uma ação depedagogia”, salienta.

Ação de formação

Mais do que vencer, João Costa Bragaquer que os seus quadros aproveitem aomáximo esta experiência, estejam moti-vados e tenham como objetivo supera-rem-se, adquirirem novos conhecimen-tos e criarem relações com outros partici-pantes. Na sua perspetiva o Global Mana-gement Challenge é “uma ação de forma-ção de elevado valor”. Na prática valorizao trabalho de equipas multidisciplinares

e incentiva a busca de novas soluções pa-ra problemas diferentes dos que diaria-mente se encontram na vida laboral.

Na Primavera Business Software Solu-tions a multidisciplinaridade foi privile-giada na equipa de quadros que apoia-ram. Luísa Fernandes, diretora de recur-sos humanos da empresa revela que “de-cidimos apostar numa só formação, masmultidisciplinar, com a participação deelementos de vários departamentos ecom backgrounds diversificados, de mo-do a enriquecer e diversificar a experiên-cia de todos os elementos”. Esta apostateve bons resultados e a sua equipa vaiestar presente na segunda volta, agenda-da para o final do próximo mês de setem-bro. A diretora de recursos humanos estáciente que a competição é renhida, mas

João Telhada, professor auxiliar da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisbdo mestrado integrado em engenharia da energia e do ambiente, Carlos Botelho,e, à frente, José Miguel Valente, a frequentar a licenciatura em engenharia geográ

José Miguel Valente, José Dias de Sousae Carlos Botelho são alunos da Faculda-de Ciências da Universidade de Lisboa(FCUL) e explicam que foi um desafiogerir uma empresa na primeira volta doGlobal Management Challenge, mais ain-da por serem alunos da área de ciênciase não dominarem por completo os assun-tos de economia e gestão. Contam queaprenderam a planear e a discutir ideias,a tomar decisões e a trabalhar em equi-pa, aprendizagens que consideram im-portantes para o seu futuro profissional.

Anualmente os participantes desta com-petição são oriundos, na sua maioria, dasáreas de economia e gestão, surgindo asengenharias em terceiro lugar a que seacrescem outras formações, embora compresença residual. Mas outras áreas deestudo começam a perceber os benefí-cios desta iniciativa. João Telhada é pro-fessor auxiliar do departamento de esta-tística e investigação operacional daFCUL e desde 2011 que convida alunosde ciências a participarem na prova. Esteano não foi exceção e a FCUL inscreveutrês equipas, com o apoio da Randstad,formadas por alunos de energia e am-biente, engenharia biomédica, estatísticaaplicada e engenharia geográfica. Estasformações não conseguiram alcançar asegunda volta da competição, mas fazemum balanço positivo da sua participação.

Da geografia para a gestão

José Miguel Valente tem 25 anos e é alu-no do terceiro ano da licenciatura em en-genharia geográfica da FCUL. “Foi umdesafio participar no Global Manage-ment Challenge, pois esta é uma área dife-rente da que estou a estudar e sempre ti-ve curiosidade em relação ao mundo dagestão de empresas”, refere. Confessaque não esperava que a competição fossetão complexa e que o simulador envolves-se tantas variáveis. Desta experiência le-va mais-valias para o seu futuro profissio-nal. “Quando acabar o curso e fruto destaparticipação, se for trabalhar para umagrande empresa, vou fazer o meu traba-lho, mas com o conhecimento prático decomo uma organização funciona por den-tro”, explica José Miguel Valente. Duran-te as cinco semanas a sua equipa teve deplanear e discutir ideias para percebermelhor qual o caminho a seguir e assimtomar a melhor decisão. Também para Jo-sé Dias de Sousa, de 22 anos, o Global Ma-

nagement Challenge é uma experiênciaque alarga horizontes. A participar pelasegunda vez neste evento, refere que a no-va versão do simulador introduzida esteano, trouxe maior complexidade à prova.Aluno do quarto ano do mestrado integra-do em engenharia da energia e do am-biente da FCUL, considera que a introdu-ção de decisões ligadas à ecologia e sus-tentabilidade imprimiu mais realidade àcompetição. “Não estamos apenas a intro-duzir cálculos, sabemos que aquilo temum impacto prático”, salienta.

Na perspetiva de José Dias de Sousa oGlobal Management Challenge aprofun-da os conhecimentos aprendidos na licen-ciatura e permite verificar na prática osconceitos teóricos da cadeira de econo-mia e gestão que frequentou durante umsemestre. A maior dificuldade que sentiuneste exercício prático relacionou-se

com a gestão do tempo. Salienta que “anossa maior dificuldade foi gerir o tempopara a tomada de decisão e ainda não te-mos a perceção do impacto real que asnovas variáveis introduzidas no simula-dor podem ter”.

Aos 28 anos de idade, Carlos Botelhoestá a frequentar a licenciatura em esta-tística aplicada na FCUL, depois de já seter licenciado em filosofia. “Na competi-ção não é suficiente ser bom e somos obri-gados a ultrapassar-nos.” Explica aindaque já tendo uma licenciatura numa áreaonde não conseguiu arranjar emprego,considera importante adquirir novascompetências que aumentem as suas hi-póteses de trabalho. “É importante paramim ter a noção dos vários aspetos envol-vidos na gestão de uma empresa. Maisainda se no futuro quiser avançar comum negócio próprio”, salienta Carlos Bo-telho. Refere ainda que no Global Mana-gement Challenge obteve um visão deconjunto do funcionamento de uma em-presa e na sua equipa percebeu o contri-buto que cada elemento podia dar para otodo. “A prova permitiu desenvolver otrabalho em equipa o que é interessantedado que cada um tem um perfil diferen-te”, explica.

Mais-valias profissionais

Em jeito de conclusão, o professor Joãotelhada explica que “a participação nestedesafio é uma mais-valia para os nossosalunos. Têm a oportunidade de trabalharem grupo com pessoas com perfis dife-rentes em ambiente de stress, o que émuito difícil de recriar na universidade”,O professor ajuda as equipas nesta jorna-da e acompanha o seu desempenho, seminterferir. Acrescenta que os alunosaprendem na competição a gerir o tem-po, a comunicar opiniões e a defendê-las.Para João Telhada “esta experiência am-plifica as bases que damos aos estudan-tes nas aulas porque não há nada como aexperiência prática para perceberem osconceitos”, Acredita ainda que fruto dasua passagem pelo Global ManagementChallenge, vão ter um inserção mais fácilno mercado de trabalho por via das softskills que aqui adquiriram.

“As empresas estão cada vez mais aten-tas ao desempenho dos alunos e como secostuma dizer, não é só a média de cursoque conta na altura de recrutar”, finalizaJoão Telhada.

Quadros aprendem a dirigir uma empresa

Três estudantes da Faculdade de Ciências da Universidadede Lisboa contam como é participar nesta iniciativa portuguesae de que forma esta experiência é importante para o seu futuro

A Primavera, a CH Consulting e aAutoestradas do Atlântico contamcom uma equipa na segunda volta erevelam as mais-valias para os seusquadros de participarem na prova

DISSERAM

‘‘Foi um desafioparticipar, pois sempretive curiosidade emrelação ao mundoda gestão de empresas’’JOSÉ MIGUEL VALENTE, engenharia geográfica

‘‘A maior dificuldadefoi gerir o tempo eainda não temosa perceção do impactoreal que as novasvariáveis introduzidasno simulador podem ter’’JOSÉ DIAS DE SOUSA, energia e ambiente

‘‘A prova permitiudesenvolver o trabalhoem equipa, o que éinteressante dadoque cada um temum perfil diferente’’CARLOS BOTELHO,estatística aplicada

COMPETIÇÃO

Um desafio que nãoé só para alunosde economia e gestão

II ECONOMIA

Expresso, 27 de

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O International Supervisory Board (ISB)foi criado em 2010 e reúne individualida-des do mundo académico e empresarialdos países onde o Global ManagementChallenge está presente. Naiole Cohendos Santos, administradora-executiva daAngola Telecom e docente da Universida-de Agostinho Neto, integra o ISB repre-sentando Angola e considera que este or-ganismo garante credibilidade e transpa-rência a esta competição internacionalde estratégia e gestão, presente em maisde 30 países.

Os membros do ISB têm como funçãoobservar o bom funcionamento das re-gras do Global Management Challenge edos resultados e avaliar as reclamaçõesdos participantes que possam surgir du-rante a semifinal e final internacional.Conta Naiole Cohen dos Santos que nafinal internacional da edição de 2010, emKiev, os resultados finais foram contesta-dos por um dos países. “O júri reuniu eavaliou o nível de reclamação, apresen-tou evidências de que as regras e procedi-mentos tinham sido cumpridos na ínte-gra e contrapôs deste modo as reclama-ções”, salienta. O procedimento ficou re-gistado em ata.

Aos membros deste órgão de supervi-

são é exigido o conhecimento profundodo funcionamento da competição e doseu simulador. Na prática é um órgãoneutro e independente que atua em cená-rio internacional e é composto por indivi-dualidades de várias nacionalidades. “Éum embaixador de credibilidade da com-petição. Importa referir que o órgão inte-gra em regra personalidades de reconhe-cida experiência profissional e/ou acadé-mica, exatamente porque reconhece aimportância do rigor, da isenção e do pro-fissionalismo”, frisa a administradora--executiva da Angola Telecom.

Da teoria à prática

Além de integrar o ISB, Naiole Cohendos Santos faz parte do júri do Global Ma-nagement Challenge Angola. Numa ava-liação desta competição que chegou aoseu país em 2006 refere que faz a ponteentre dois mundos: o do saber e o do sa-ber fazer. “O Global Management Chal-lenge é o derradeiro teste dos estudantesde gestão na simulação da competitivida-de e gestão multidisciplinar do mundoreal”, salienta. Daí que estimule a partici-pação de estudantes neste desafio, umavez terão aí a oportunidade de usar osconhecimentos teóricos adquiridos. Con-sidera ainda que esta iniciativa criada emPortugal em 1980 replica de forma bas-tante real a amplitude de conhecimentosteóricos sobre gestão do tempo, de equi-pas, de liderança e de disciplinas financei-

ras. Para as empresas é uma ferramentade team building, como método de refor-ço contínuo às suas competências de es-tratégia e gestão integradas.

A competição é recente em Angola eNaiole Cohen dos Santos considera queainda está numa fase de fazer entenderao mundo empresarial e académico o po-tencial desta ferramenta. Tem até trêsgrandes desejos para as próximas edi-ções da prova neste país e que são: de vera participação de equipas das províncias;de apreciar a performance de equipas100% femininas e de assistir à realizaçãode uma final das equipas angolanas a de-correr dentro da Bolsa de Valores e Deri-vativos de Angola, à semelhança do queocorre na edição americana da competi-ção. “Será um sinal de reconhecimentopúblico da importância desta ferramentapara as empresas, para a valorização dosnossos talentos humanos, das nossas uni-versidades e para o fortalecimento daponte entre a academia e a prática”, in-tensifica. A administradora gostava ain-da, no futuro, de verificar um aumentoda participação feminina na competição,não só em Angola, mas também nas fi-nais internacionais. “As equipas maiorita-riamente masculinas formam-se sem se-quer pensar no diferenciador que podeser a presença feminina nas decisões deestratégia, porque acabam por refletir naequipa a imagem atual de que os corposdiretivos de decisão são masculinos”, fina-liza Naiole Cohen dos Santos.

A prova voltou a receber este ano a presti-giada acreditação CEL (teChnology-E-nhanced Learning) atribuída pela Euro-pean Foundation for Management Deve-lopment, depois desta lhe ter sido atribuí-da pela primeira vez no ano de 2008. Pa-ra o Expresso e a SDG, criadores e orga-nizadores desta competição em Portugale no mundo, receber novamente estaacreditação prova a qualidade do progra-ma que desenvolvem.

Na prática esta acreditação volta a reco-nhecer o Global Management Challenge

como um programa de desenvolvimentoe formação profissional avançado de qua-lidade. Sendo um programa de simula-ção de estratégia e gestão que reúne par-ticipantes em todo o mundo, esta iniciati-va contribui para a formação avançadade qualidade de estudantes e executivosa nível internacional. A acreditação foiatribuída pela EFMD — European Foun-dation for Management Development,uma organização global dedicada ao de-senvolvimento contínuo da gestão e queconduz programas de certificação, entreos quais o CEL, que se destinam a melho-rar os parâmetros dos programas de ICT--based learning.Para Pedro Alves Costa, CEO da SDG,“receber a acreditação CEL significa umcontínuo reconhecimento do enorme va-

lor que a prova tem para o desenvolvi-mento das competências de estudantesuniversitários e gestores em todo o mun-do”. Anualmente e através do Global Ma-nagement Challenge mais de 30 mil parti-cipantes a nível internacional colocam osseus conhecimentos de gestão à prova,melhorando o seu desempenho académi-co e profissional e alargando horizontes.Presente em mais de 30 países distribuí-dos pelos cinco continentes, esta iniciati-va de estratégia e gestão com 34 anos deexistência, já foi disputada por meio mi-lhão de pessoas em todo o mundo.

“É muito gratificante contribuir parauma sociedade mais preparada para su-perar os desafios empresariais que se lheapresentam na atualidade”, finaliza oCEO da SDG.

espera que a sua equipa venha a ter nova-mente bons resultados.

“O Global Management Challenge as-sume-se como um excelente teste àscompetências de negócio a um nível glo-bal”, afirma Luísa Fernandes. Os parti-cipantes experienciam um ambiente on-de podem desenvolver várias competên-cias, nomeadamente pensamento estra-tégico, compreensão de toda a lingua-gem e conceitos financeiros e de gestão,capacidade de análise e de tomada dedecisão e tudo isto num ambiente mui-to real e de elevada pressão. “São tam-bém excelentes oportunidades para fo-mentar networking onde todo os partici-pantes trocam experiências e partilhamdiferentes abordagens e visões”, finali-za Luísa Fernandes.

Prova reacreditada pela EuropeanFoundation for Management Development

Naiole Cohen dos Santos, membro do International Supervisory Board, com vencedores na final internacional

boa, com os alunos José Dias de Sousa,da área de estatística aplicada,

áfica FOTO NUNO BOTELHO

Naiole Cohen dos Santos, membrodo International SupervisoryBoard, fala do papel desteorganismo e da importância daprova para a formação de jovens

O Global Management Challengerecebeu novamente a acreditaçãoCEL que atesta a qualidade desdeprograma de gestão criado peloExpresso e a SDG

EQUIPAS APURADAS

PT Sustentables

CGD-UCP Porto/Jpa

Intrum Justitia/Monim

IAPMEI/Ch Consulting

CGD-UCP Porto/Biogest

Alumnigmc/Think Big

Accenture/Resistance

Aeatlântico.Blp

PT Money Makers

Topadventure

Galp On

Accenture/Tugasdobest

CPC Is/Navegador

CGD/ISEG Mc/Chad Corp.

Centralcervejas BP

Euronext/5G Univ.Évora

PT Rpm

CGD Den Dynamic

Gas Ventures

PTuscadas

EDP/Beyondream

CGD Dpc Coimbra

Accenture/Fintec

Randstad/Unbeatteam

PT Blue Academy Azores

EDP/Abc Sgps

ISTMC-EDP/Não_Digo

Banco Popular Crédito

Alumnigmc/Tlbmel

Randstad/Djame-Estg

Alumnigmc Gigavr

EDP-UCP Porto

IEFP/Topmanager

CGD Risk Management

PT/Eletrope

EDP/Gmlp

Moving Siemens, Inc

Canal Superior/Cap

Zon O Porto

PT/Um Dois 3

IEFP/Ilhéus

Sibs Multinhos

Tagusgás/Esgs Team

Siemens Business&co

Primeit/Euronomics

Millenniumbcp Tit4Tat

Caixa Beach Team

Essilor/Unlikely

PT One

IEFP/Gestores

PT-Coreteam

PT M40

Montepio Crédito Strength

Univ.Évora/Equipa Lean

Tagusgás/Ipsantarém-Estg

Thales Portugal

Staples/Greenfield

Zon/Chicanhão

Zon Challenge

Univ.Évora/Alfa

IAPMEI/Primaveraelevation

Randstad/Allstad

IDEFE/ISEG Mc/M Team

IEFP/Jeefeuc

O International Supervisory Boardcredibiliza o Global Management Challenge

ECONOMIA IIIe julho de 2013

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O trabalho em equipa e o treinode gestão ao qual os participan-tes são submetidos no GlobalManagement Challenge e quelhes permite adquirir novas com-petências, levou a Accenture aaliar-se a esta prova há mais deduas décadas. José Galamba deOliveira, presidente da Accentu-re Portugal faz um balanço posi-tivo da parceria e acredita queesta competição permite obser-var o potencial de jovens talen-tos que possa vir a recrutar paraos quadros da empresa. Poracreditar na qualidade e benefí-cios desta experiência, a multi-nacional já estendeu o patrocí-nio a Angola e apoia a prova em-França, Polónia, República Che-ca, Brasil e China.

“Há mais de duas décadas queacreditamos no potencial destalouvável iniciativa que possibilitaaos estudantes universitários eaos quadros das empresas umaexcelente oportunidade de apren-dizagem, de trabalho em equipa ede partilha de experiências ao ní-vel da gestão. A nossa aposta nacompetição é assim perfeitamen-te justificável pela qualidade dotrabalho desenvolvido com esteprojeto, permitindo que os partici-pantes apreendam uma série deconceitos vitais para o seu bomdesempenho profissional”, expli-ca José Galamba de Oliveira.

Ao longo dos anos a AccenturePortugal já apoiou a participa-ção de centenas de equipas naprova, maioritariamente de estu-dantes o que se deve aos seus ob-jetivos de recrutamento. Contao presidente da multinacionalque “manter um olhar atento so-bre o talento dos estudantes uni-versitários faz parte da culturaempresarial da Accenture. Não

admira, portanto, que encare-mos o Global Management Chal-lenge como um importante ins-trumento de recrutamento e dedivulgação da nossa marca jun-to deste importante alvo”. Per-mite-lhes avaliar de perto as ca-pacidades e competências dosnovos talentos e estreitar a suaaproximação ao mundo acadé-mico. “É uma forma eficaz de re-crutar bons profissionais em iní-cio de carreira. A competiçãoconcede tanto a estudantes co-

mo a colaboradores a oportuni-dade de acrescentarem ummaior dinamismo e inovação aoseu desempenho, assim como re-forçarem as suas competênciasde trabalho em equipa”, acres-cente José Galamba de Oliveira.

Devido aos bons resultados obti-dos em Portugal, a multinacionaloptou por patrocinar também oGlobal Management Challengeem Angola desde a sua estreianesse país em 2006. “Esta inicia-tiva permite-nos uma maior apro-ximação aos nossos clientes eparceiros angolanos. Aliás, alémde Portugal e Angola, a Accentu-re tem-se associado a este proje-to noutros países como China,França, Polónia, República Che-ca e Brasil”, salienta José Galam-ba de Oliveira. A estratégia daempresa em Angola é a mesmaque em Portugal privilegiando opatrocínio a equipas de estudan-tes universitários. “De facto, doponto de vista da nossa organiza-ção, é muito importante contri-buirmos para a formação de jo-vens universitários, apoiando-ose preparando-os para entende-rem o contexto empresarial e osdesafios do mercado. O grandefator diferenciador desta iniciati-va é o de permitir aos participan-tes um melhor conhecimento daestrutura de uma organização eda relevância de todas as áreaspara um objetivo de negócio co-mum”, explica o presidente daAccenture Portugal.

Com duas equipas de estudan-tes e uma mista na segunda vol-ta da prova, a Accenture esperaque as suas equipas possam terum desempenho brilhante, masque acima de tudo retirem o má-ximo desta experiência.

Nesta altura de crise que Portu-

gal atravessa, a Accenture temvindo a apostar no desenvolvi-mento de serviços nas suas trêsgrandes áreas de negócio: con-sultoria de gestão, tecnologia eoutsourcing, sobretudo emáreas emergentes e de grandeprocura como a mobilidade, oanalytics, o marketing digital ouo cloud computing. “Esta estraté-gia foi pensada e desenvolvidagraças ao conhecimento de quea empresa dispõe da evolução etendências dos diversos sectores

de atividade em que opera, frutodo seu empenho na investigaçãoe resultado da experiência acu-mulada no mercado portuguêse em toda a network global”, fri-sa o presidente da AccenturePortugal. Por outro lado, ao ga-rantir elevados padrões de quali-dade, baixo risco e valor para omercado, o modelo de negócioglobal da Accenture permite dis-ponibilizar aos clientes serviçose soluções inovadoras que osajudam a concretizar os seus ob-

jetivos estratégicos. Para JoséGalamba de Oliveira “todas ascrises são compostas por opor-tunidades, e, apesar do forte re-ceio que temos vindo a sentirjunto da comunidade empresa-rial, estamos convictos de queexistirão oportunidades de oti-mização de processos ou decrescimento internacional nasquais a Accenture poderá terum papel-chave enquanto par-ceiro e contribuir com o seuknow-how”.

A Essilor Portugal patrocina oGlobal Management Challengehá cerca de quatro anos. Naperspetiva de João Lima, dire-tor-geral da multinacional emterritório nacional, a competi-ção aproxima a sua empresa dacomunidade académica e contri-bui para a formação de atuais efuturos gestores. Explica que fo-ram estas duas valências que ocativaram e pesaram na decisãode apoiar esta iniciativa.

Ao longo dos anos a EssilorPortugal tem vindo a desenvol-ver diversas parcerias com uni-versidades. A ideia é promoveruma maior proximidade aomeio académico e contribuir pa-ra a dinâmica da qualidade doensino. Nesta ótica e para JoãoLima, “o Global ManagementChallenge tem trazido uma dinâ-mica muito interessante ao nos-so propósito de dar um contribu-to à relação escola/empresa, pro-movendo uma proximidadeconstante com profissionais dediversos setores da vida empre-sarial portuguesa. A nossa liga-ção com a prova tem sido evolu-tiva e está hoje integrada no nos-so plano de desenvolvimento”.

Anualmente a multinacionalapoia também a inscrição deequipas, dando prioridade às

formadas por universitários.Uma opção que visa, mais umavez, estreitar relações entre aempresa e o mundo académico.Além das formações de estudan-tes, a Essilor Portugal dá tam-bém a oportunidade a algunsdos seus quadros de participa-rem neste desafio. Conta JoãoLima que “quando este apoio éalargado a quadros, nomeada-mente internos, visa de factoproporcionar um ‘refrescamen-to’ numa dinâmica de gestão

abrangente. O envolvimento nodia a dia da realidade empresa-rial de cada um, vai forçosamen-te limitando as reflexões ‘forada caixa’, pelo que exercícios co-mo este se impõem”.

Numa análise às qualidades dacompetição, João Lima revelaque a encara como uma oportu-nidade de dar ênfase a compe-tências já adquiridas e permiteverificar na prática, embora deforma simulada, como as organi-zações empresariais funcionam

no seu conjunto. “O Global Ma-nagement Challenge é uma ini-ciativa única que tem perduradono tempo, o que revela o carác-ter inovador da mesma no qua-dro global da formação de futu-ros e atuais gestores.”

Numa altura em que se está ameio do calendário da edição na-cional de 2013 da competição,são já conhecidas as 64 equipasque vão figurar na segunda vol-ta. A Essilor Portugal conta comuma equipa de estudantes napróxima fase. O diretor-geral daempresa salienta que “é impor-tante que o espírito competitivopossa ganhar dimensão inter-ventiva, pois este também seaprende, sendo muito importan-te saber doseá-lo na competiçãopessoal e empresarial com quediariamente somos confronta-dos". E que na prática, todos osparticipantes têm sempre algode novo a aprender com iniciati-vas deste género que são essen-cialmente formativas. Com maisde 30 anos de existência estacompetição é para João Limaum exemplo da capacidade ino-vadora e empreendedora que osportugueses possuem e são ca-pazes de demonstrar. Acreditaque “no quadro nacional há mui-to que o Global Management

Challenge é uma referência,mas é a nível internacional quepaulatinamente se tem assistidoa uma maior presença em múlti-plos países, não só reforçandoas mais antigas como criandonovas. É grato saber que na in-ternacionalização dos jogos degestão se fala português”.

A economia nacional já viveumelhores dias, mas há empre-sas que apesar da crise somamresultados positivos. A EssilorPortugal faz parte deste último

grupo. O diretor-geral contaque em 2001 foi feito um impor-tante investimento e criou-seem Portugal um centro de pro-dução internacional com signifi-cativo impacto na atividade ex-portadora e valias relevantes pa-ra o mercado nacional. Ao mes-mo tempo a empresa tem apos-tado na inovação e dimensãotecnológica, que lhe têm assegu-rado resiliência.

Numa economia em crise,João Lima explica como se gereuma organização empresarial.“Reforço da liderança, perma-nente construção de cenários,decisões cada vez mais em ante-cipação, solidariedade social einstitucional. O ajustamento pe-lo lado da procura, tal como oque se tem efetuado na econo-mia portuguesa, tem forçosa-mente impacto no consumo ena estrutura das empresas”, re-vela. O certo é que esta crise já élonga e complexa, mas a histó-ria diz-nos que toda elas aca-bam, de uma forma ou outra. “A-creditando na validade desteprincípio, o nosso principal obje-tivo é assegurar a sustentabilida-de da estrutura instalada, paraque esta possa responder na suaplenitude à retoma expectável”,finaliza João Lima.

José Galamba de Oliveira, presidente da Accenture, é adepto deste desafio FOTO TIAGO MIRANDA

‘‘Utilizamos a provapara recrutar talento”

‘‘É uma iniciativa inovadora na formação de gestores”

‘‘O grande fator diferenciadordesta iniciativa é o depermitir aos participantesum melhor conhecimento daestrutura de umaorganização e da relevânciade todas as áreas para umobjetivo de negócio comum

José Galamba de Oliveira Presidente da AccenturePortugal analisa o Global Management Challenge

Para João Lima, diretor-geral da Essilor Portugal, esta provapromove a ligação entre a escola e a empresa FOTO NUNO BOTELHO

‘‘O envolvimento no dia a diada realidade empresarial decada um vai forçosamentelimitando as reflexões ‘forada caixa’, pelo que exercícioscomo este se impõem

João Lima, diretor-geral da Essilor Portugal, aponta algumas qualidades a esta competição portuguesa

PROTAGONISTAS

IV ECONOMIA Expresso, 27 de julho de 2013