Expresso Tricolor # 10
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ENTREVISTA EXCLUSIVA
OSVALDO, EM 43 PERGUNTAS
É CAMPEÃO DO MUNDO
É ARTILHEIRO
OSVALDO,
Quarta-feira,
24 / 12 / 2014
Ano I, Ed. 10
Lupicínio
Rodrigues
2 Porto Alegre, 24 de Dezembro de 2014
Lupicínio Profeta, No Ano do Centenário de Nascimento de Lupicínio Rodrigues, Apresentamos a História do Hino do Grêmio
O ano era 1953. O torcedor gremista come-
çou aquele ano confiante, era o ano do cinquente-
nário, algo inédito para qualquer clube do estado,
evento merecedor dos mais ruidosos festejos.
Há quatro anos sem título, o último fora em
1949, a direção não poupou esforços e deu vazão
aos anseios do torcedor contratando valiosos jo-
gadores e assim montando uma equipe que, en-
fim, desbancaria a hegemonia colorada no certa-
me citadino e estadual, que perdurava já desde
1950.
Nos amistosos preparatórios para o campe-
onato da cidade o Grêmio venceu com sobras,
iniciando o citadino no posto de favorito.
Honrou as expectativas e derrotou seus
quatro primeiros adversários, vindo a perder para
o Renner, na Baixada, por 3 a 0, e assim ceder a
liderança ao Inter, com quem empataria, ainda, na
última rodada do primeiro turno em 1 a 1, perma-
necendo dois pontos atrás do Inter, líder do certa-
me.
No intervalor entre os turno, mais uma der-
rota, novamente para o Renner, no amistoso dedi-
cado ao Dia do Cronista foi o suficiente para a
demissão do técnico Aparício Viana e Silva.
Desestabilizado, com a troca do comando
técnico, o Grêmio iniciou o segundo turno ven-
cendo seus adversários, mais fracos - Aimoré e
Nacional - para perder mais um ponto no empate
com o Renner e sofrendo o golpe de misericórdia
ao ser derrotado para o Cruzeiro na penúltima
rodada, e assim permitindo ao Inter festejar o te-
tracampeonato da cidade com uma rodada de an-
tecipação.
O 50º aniversário gremista foi festejado em
meio à campanha irregular do segundo turno, no
dia 16 de setembro, recebendo o Nacional de
Montevidéo na Baixada, com o Grêmio sendo
goleado por 4 a 1.
Um triste aniversário, para uma torcida se-
denta por um título, e frustrada por mais um ano
de fracasso, decepcionando os torcedores que se
entusiasmaram lá no início do certame.
Dentre as festividades promovidas pelo
clube, foi proposto um concurso para a eleição do
Hino do Cinquentenário Gremista. Até então não
havia um hino oficial, mas tão somente uma ou
outra marchinha divulgada esporadicamente, mas
sem que fosse adotada formalmente pelo clube.
Lupicínio Rodrigues venceu o concurso,
promovendo o título “Até a pé nós iremos” como
o hino do cinquentenário gremista.
De letra extravagante, principalmente em seu
refrão, não foi de imediato que o gremista passou a
entoar no estádios como o faz nos dias de hoje.
Foi necessário que ocorresse um fato, uma
obra do destino, uma demonstração da mais pura pai-
xão clubística e fanatismo popular para que o hino do
cinquentenário gremista caísse no gosto do torcedor.
Este evento é o que passaremos a retratar.
O ano seguinte, 1954, prometia. Além de
inaugurar sua nova praça de esportes, na época, o
maior estádio particular do país, a torcida tinha cons-
ciência que uma nova era surgia.
Mesmo carente de títulos e com um time que
não inspirava confiança, muito pela falta de dinheiro,
diante do alto custo da construção do Olímpico, o
torcedor não deixava de apoiar.
A primeira competição oficial daquele ano, o
Torneio Extra, era disputado entre as equipes aptas a
participar do certame citadino, em turno único, e em
campo neutro.
Exatamente no ano de 1954, o Juventude e o
Flamengo de Caxias passaram a disputar o campeo-
nato de Porto Alegre, e por isto o até então denomi-
nado campeonato citadino passou a chamar-se cam-
peonato metropolitano.
O Grêmio corria atrás de um título que não via
desde 1949. O Torneio Extra, em razão do aumento
de clubes, foi disputado em duas fases. Na primeira,
as oito equipes foram divididas em dois grupos, para
em turno único apontar as quatro finalistas que deci-
diriam o título.
O Grêmio classificou-se com sobras no seu
grupo, enfrentando Juventude (4x1), Cruzeiro (6x0),
Floriano - também classificado - (3x3) e Aimoré
(6x3). Na outra chave, Inter e Nacional também clas-
sificaram-se.
A fase decisiva iria começar e a tabela marca-
va para o dia 04 de julho, Grêmio x Floriano no está-
dio da Timbaúva (do Força e Luz), em Porto Alegre.
Em razão das intensas chuvas, a partida foi
transferida para o dia 06 de julho, data já prevista
para uma greve geral.
Às vésperas da partida, os jornais já anuncia-
vam a greve geral marcada para o dia da partida.
Dita greve geral atingiria várias setores, inclusi-
ve o de transportes.
Assim anunciou o Diário de Notícias no dia do
jogo Grêmio x Floriano:
Diário de Notícias, 06/07/1954:
Página 12:
“ATINGIDA A CAPITAL PELO MOVIMENTO
GREVISTA CONTRA A ALTA DOS PREÇOS
Paralisação de vários setores em face do movi-
mento paredista. Assegurado abastecimento de
energia, água e leite à capital. Serão interrompi-
dos os serviços de transporte.
A cidade deverá ser atingida, hoje, pelo movi-
mento paredista a que foram conclamados os
trabalhadores por seus órgãos sindicais.
(...) Os transportes urbanos serão paralisados,
segundo decisão do órgão sindical dos trabalha-
dores nesse setor.”
E na Seção Esportiva do jornal:
Página 11:
“Ultimamente, em matéria de futebol, até
que tem acontecido coisas inusitadas ... a
Alemanha detentora do título de campeã
mundial de futebol é uma delas. E hoje esta-
remos diante de outro acontecimento raro. O
jogo entre Grêmio e Floriano, que deveria ter
se realizado anteontem, devido às chuvas, foi
transferido para hoje, que não é feriado, san-
tificado, nem coisa alguma, mas sim um dia
marcado para a greve geral. Sinal dos tem-
pos, nem há dúvida. Já se marca uma partida
para uma data prevista para a greve. Mas,
estes acontecimentos pouco comuns ainda
tiveram a virtude de fazer com que a torcida
do Grêmio possa transformar em realidade a
letra do “Hino do Cinqüentenário” que diz
em certa altura: “Até a pé nós iremos ...”
Assim, se tal letra não é apenas demagogia,
devemos esperar que a torcida tricolor, com-
pareça em peso ao Estádio da Timbaúva, esta
tarde, locomovendo-se como legítimo bípede
e melhores gremistas, já que transporte será
manga de colete.”
E chegou o dia do jogo, 06 de julho, e o
que se viu nos arredores do estádio da Timba-
úva, foi uma verdadeira demonstração de pai-
xão desenfreada de um povo por seu clube do
coração.
Milhares de gremistas, vindo dos mais
variados cantos da cidade, sabe-se lá como,
eis que os automóveis na época eram raros e
objetos de luxo de poucos, tomaram de assal-
to as arquibancadas, esgotando os ingressos
de forma enlouquecedora, obrigando o tranca-
mento dos portões de acesso.
Irresignados, e tomados de uma fúria
contagiante, os gremistas não conformados,
derrubaram os portões, invadindo as depen-
dências do estádio da Timbaúva, promovendo
cenas até então jamais vistas no meio despor-
tivo gaúcho.
Tomado de torcedores, que ocuparam
todos os cantos do estádio, a Timbaúva teste-
munhou a goleada do Grêmio por 5 a 1, fa-
zendo vibrar as arquibancadas nos cinco gols
gremistas, registrados no intervalor de 21 mi-
nutos, no segundo tempo, entre os 22´ e os
43´.
Ensandecidos e ruidosos, aquela tarde
foi inesquecível, e foi uma demonstração
eterna do tamanho da torcida gremista, que
reúne forças de onde não se espera para apoi-
ar o clube do coração.
Grêmio 5 x 1 Floriano (Novo Hamburgo)
Torneio Extra (5), Fase Final, 1a Rodada – 06 julho, 3f
Estádio: Timbaúva - Juiz: Fortunato Tonelli
GRE: Sérgio, Orly, Ênio Rodrigues; Xisto, Cama-cho, Itamar; Tesourinha, Zunino, Vítor (Delém), Sarará, Torres. T. Lazlo Szekely.
FLO: Paulinho, Bino, Gernot (Diógenes); Berilo, Hélio, Bexiga; Chagas, Martins, Geada (Tuta), Mujica, Raul (Ricardo).
Gols: Camacho (contra) 34, Sarará 67, Zunino 70, Delém 75, Sarará 80, Itamar 88
Lupicínio Rodrigues profetizou. O Hino do
Cinquentenário, de forma definitiva, entrava para a
história do Grêmio, transformando em realidade a
letra extravagante, confirmando que a vida imita a
arte.
Diário de Notícias, 07/07/1954:
“O cronista confessa que não foi o jogo em si
o que mais lhe chamou a atenção, ontem, na
Timbaúva. A excelente arrecadação de Cr$
123.400,00 foi a nota predominante do espetá-
culo. A cidade, que se que totalmente paralisa-
da pela manhã, ganhou vivacidade desde as
primeiras horas da tarde. A consequência ime-
diata refletiu-se nas bilheterias do velho cam-
po do Caminho do Meio. Ainda não havia ter-
minado a preliminar e muita gente era obriga-
da a voltar a pé como tinha vindo, por se en-
contrar totalmente lotado o gramado do Força
e Luz. Os ingressos postos a venda também
foram esgotados e, em pleno dia de greve, sem
condução de espécie alguma, a Timbaúva revi-
veu velhos tempos, tardes de gala, em que mi-
lhares e milhares de aficionados vibravam,
incentivando seus jogadores preferidos.
CONFIRMADO O ESTRIBILHO
Quando do cinquentenário do tricolor da Bai-
xada, Lupicínio Rodrigues, o grande composi-
tor sulino, criou a “marcha do Grêmio”. Pou-
co depois a torcida do Grêmio já a sabia de
cor:
A renda do prélio de ontem, confirma o estri-
bilho da marcha do Lupicínio.
Diário de Notícias, 08/07/1954:
Página 15:
“...o inesperado de terça-feira não es-
tava no escore mas sim na renda. Mar-
cado o encontro entre Grêmio e Floria-
no para uma data em que a cidade es-
taria em greve, julgou-se uma temeri-
dade a decisão dos dirigentes dos dois
clubes, pois parecia que a falta de
transporte determinaria escassa renda.
Bem ao contrário se verificou. Cedo o
estádio da Timbaúva estava completa-
mente lotado. Os ingressos levado para
campo se esgotaram e foi necessário
mandar abrir a FRGF para apanhar
mais bilhetes. Enquanto isso o público
impaciente arrombou os cercados de
madeira do Força e Luz, e entrou de
qualquer maneira. Segundo o presiden-
te do Nacional que observou de perto o
“estouro”, umas duas mil pessoas en-
traram pelas aberturas improvisadas.
Mesmo assim, o público que veio de
longe, palmilhando as ruas, fiéis à afir-
mação do estribilho tricolor – até a pé
nós iremos – deixou nas bilheterias a
apreciável soma de Cr$ 128.400,00, o
que é quase incrível, dado a que abso-
lutamente não havia transportes na ci-
dade.”
Fanatismo Gremista Porto Alegre, 24 de Dezembro de 2014 3
Olá Osvaldo, podemos começar a entre-
vista para o Jornal Expresso Tricolor?
Tudo bem? Vamos lá.
1. Você saiu da Ponte Preta para o Grê-
mio, quando foi definida sua vinda?
Foi definida em dezembro de 1982.
2. Lembra se algum dirigente gremista
foi a Campinas conversar?
Lembro que o Túlio Macedo foi até Campi-
nas para conversar com dirigentes da Ponte
e depois para conversar comigo.
3. A Libertadores de 1983 pesou nessa
decisão de vir?
Não pensou muito, na época eu pensava
mais na transferência da Ponte para o Grê-
mio.
4. Você não era atacante mas marcava
muitos gols. Nunca jogou no ataque?
Fui atacante, ponta na Ponte Preta.
5. Buscou informações sobre o Grêmio
com alguém antes de vir?
Não busquei informações de nada.
6. Em 1983 o Grêmio jogou a Libertado-
res junto com o Campeonato Brasileiro,
onde enfrentou jogos duros fora de casa,
uma guerra em Araraquara e na Ilha do
Retiro, esses jogos de certa forma ajuda-
ram o grupo a enfrentar a dificuldade da
Libertadores?
De certa forma ajudou. O grupo sempre te-
ve como foco ganhar os campeonatos inclu-
sive a Libertadores que era a ambição mai-
or.
7. E a derrota por 3 a 1 para a já elimi-
nada Ferroviária no Olímpico, quando o
Grêmio precisava apenas do empate para
se classificar às quartas-de-final do Cam-
peonato Brasileiro, o time entrou de salto
alto?
Não existiu salto alto. A Ferroviária nos
surpreendeu pela tática de jogo que fizeram,
e por isso levou a vitória.
8. Fale sobre seus gols no Olímpico con-
tra Estudiantes e América de Cali.
Contra o Estudiantes foi um gol de fora
área, e contra o América foi uma jogada
rápida dentro da aérea e eu dei só um toqui-
nho por cima do goleiro (jogada de artilhei-
ro kkkkkkk).
14. Froner assumiu um grupo campeão do
mundo. Os jogadores ficaram mais unidos de-
pois de Tóquio ou apareceram desavenças que
não tinham?
Não teve desavenças o grupo continuou unido
mesmo com a saída de alguns jogadores.
15. Em 1984 o Grêmio é eliminado pelo Vasco
na semifinal do Brasileirão e em seguida per-
deu a final da Libertadores. Qual duelo vocês
tinham mais certeza de vencer?
Acreditávamos que íamos passar na Libertadores
pois estávamos focados nela e infelizmente não
veio.
16. O Grêmio se preparou para a final de
1984 da mesma forma que em 1983?
Nos preparamos pra vencer. Já sabíamos como
era e onde estávamos já. 1983 foi um pouco dife-
rente pois não sabíamos como era, porém fomos
surpreendidos na final. Mas sempre buscamos a
vitória.
17. E você lembra um golaço seu num Gre-Nal
pelo Gauchão de 1983, empate por 1 a 1 (foi o
gol do Fantástico)?
No Beira-Rio?
Sim no Beira-Rio. Tem o compacto desse
grande jogo na internet e um golaço teu.
Acho que não vi esse ainda. Você tem o link?
Aqui: https://www.youtube.com/watch?
v=UBAI__cXKyE
9. Você sentiu o Peñarol de salto alto nas finais,
afinal era o time campeão do mundo em 1982?
Não. Nosso time era muito unido e focado. Sabíamos
que eles tinham um time muito bom, mas consegui-
mos marcar forte e conquistar o resultado que obte-
mos.
10. O Grêmio foi mal na Libertadores em 1982,
sendo eliminado na primeira fase. Em 1983 a
direção priorizou a Libertadores desde o princí-
pio?
Em 1982 não pude estar presente, mas em 1983
sim com certeza nos preparamos muito para a Li-
bertadores.
11. Depois do título da Libertadores foi difícil
focar no Gauchão? Afinal tinha o Mundial no
fim do ano.
Foi difícil, de certa forma o foco era o Mundial,
jogamos com raça e união o Campeonato Gaúcho
mas com certeza o Mundial era o foco.
12. E quando voltaram do Japão, esperavam
aquela recepção apoteótica que parou Porto ale-
gre?
Esperávamos torcedores sim, mas não daquela ma-
neira. Aquela torcida toda, calorosa vibrando, sabí-
amos do corpo de bombeiro, mas a gente não ima-
ginava toda aquela torcida parando Porto Alegre.
Foi incrível.
13. Valdir Espinosa tinha 38 anos e saiu para
chegar Carlos Froner com 64 anos e vasta expe-
riência. Como foi essa transição mudou o modo
de trabalho?
O Espinosa saiu por motivo de renovação né. Fro-
ner com toda a sua experiência conseguiu dar con-
tinuidade naquilo que o Espinosa já vinha lutando.
OSVALDO: MULTI-CAMPEÃO,
4 Porto Alegre, 24 de Dezembro de 2014
ENTREVISTA EXCLUSIVA
06/07/1983. Osvaldo
conclui de primeira
marcando o gol da vi-
tória de 2 a 1 contra o
América de Cali, no
Olímpico, pela Copa
Libertadores.
Osvaldo
AUTOR DE GOLS IMPORTANTES OSVALDO VITAL (09 / 01 / 1959, Santa Bárbara d´Oeste-SP)
Porto Alegre, 24 de Dezembro de 2014 5
24.Verdade que você era um dos jogadores mais
descontraídos ?
Sim. Eu e o Tonho.
25. Soube que você estava no departamento mé-
dico, certa vez, e invadiu o treino, de zoação,
marcou o gol e saiu festejando, e posteriormente
a direção o puniu, ocorreu isto?
Sim ocorreu. Eu tinha operado o joelho e estava
afastado, mas não via a hora de voltar, resolvi en-
trar lá pra ver se já estava bom pra voltar e acabei
marcando ainda, kkkk.
26. Assunto chato agora: Criou-se a lenda de
que o Grêmio perdeu a Libertadores de 1984 em
razão de não acertar o bicho com os jogadores.
Alguns jogadores confirmaram que houve uma
divergência e isso teria tirado o foco dos atletas,
que entraram em campo no primeiro jogo sem a
devida concentração. O que há de verdade nis-
so?
Existiu algumas divergências sim, mas nunca per-
demos o foco.
18. Costuma ver os vídeos tapes desses gran-
des jogos no YouTube?
Não sei mexer muito com essas tecnologias
kkkkk. Mas sempre que minhas filhas, amigos,
família encontram algo me mostram.
19. E o gol do título gaúcho de 1986 (Grêmio
1x0 Inter), você estufou as redes do Taffarel,
que alegria né?
Taffarel foi um baita goleiro, mas um golzinho
em cima do rival é muito bom. Kkkkk.
20. E você fez o gol, no título em 86, e o za-
gueiro do Inter Aloísio tentou te dar um pon-
tapé na comemoração, tinha muita provoca-
ção?
Ele ficou bravo apenas porque fiz o gol. Mas
provocação nunca teve.
21. Quem negociava seus contratos com a
direção?
Eu mesmo. Com o auxílio do meu irmão.
22. O título gaúcho (1985) e a retomada da
hegemonia do estadual tirou um peso das
costas né, afinal, havíamos conquistado o
Mundo mas faltava colocar o Inter no lugar
deles: atrás do Grêmio. O Minelli ajeitou o
time e ganhamos os dois turnos. O Minelli
era um treinador diferenciado?
Minelli e o Gilberto Tim (preparador físico) era
diferenciados. Conseguiram ajeitar bem o time.
23. O Grêmio tinha um grande time em 1986,
conquistou o Gauchão no primeiro semestre
com um gol seu inclusive, mas depois de ex-
cursionar à Europa, onde fez grandes jogos,
foi irregular no Campeonato Brasileiro, in-
clusive com a demissão de Valdir Espinosa.
O que houve para o time perder o ru-
mo? Vários jogadores saíram em seguida,
inclusive vários que haviam sido campeões
da américa e do mundo, como Baidek, você,
Renato, China.. Foi o desgaste ou problemas
internos?
Não houve problemas e nem desgastes... Alguns
jogadores já iriam sair mesmo, já estava certo.
20/07/1986. A bola
veio cruzada da direita
para o miolo da área.
Osvaldo entra na corri-
da e fuzila de primeira.
Taffarel salta para o
vazio e a bola estufa as
redes coloradas. Era o
gol do título do bicam-
peonato gaúcho. Na
comemoração, Renato
e Osvaldo correm em
direção às sociais do
estádio Olímpico.
27. E o prêmio pela Libertadores de 1984
quem negociou? Quais jogadores?
De León, com o auxilio do grupo.
28. Vamos fazer um pingue-pongue. Eu di-
go um nome e você faz uma frase curta.
Estádio Olímpico?
Inesquecível, marcante e saudades. Não deve-
ria ser demolido, marcou histórias.
29.Fábio Koff?
Excelente presidente e um dos melhores presi-
dentes que o Grêmio já teve.
30.O capitão De León?
Companheiro, amigão!
31.Renato?
Excelente matador, companheiro e amigão
também.
32.Rivalidade Gre-Nal ?
Superar o oponente, vencer sempre e trazer
alegrias para os torcedores.
33.Torcedor Gremista?
Únicos! Sem comparações. Sempre incenti-
vando o time e o meu muito obrigado a todos
eles.
34.Qual o seu gol inesquecível?
O gol contra o Estudiantes de La Plata (2x1)
no Olímpico.
Que golaco!!! E hoje vejo o Luan e o Dudu
chutar a gol... Que horror!!
Fazer o que né
Na gaveta! Abriu o caminho rumo ao títu-
lo. Pensei que sua escolha seria outra.
Qual?
35.Grêmio 1x0 Inter, título gaúcho de 1986
estufando a rede do Taffarel. Gol do título
é um privilégio.
Também.
36.As vezes o time é campeão e não tem gol
do título. Por isso deve ser valorizado.
Aquele gol que decide o campeonato, que
glória né!
Mas a Libertadores foi muito importante.
Verdade, é incomparável. É bom ter pessoas
que lembre disso.
37. Aquele jogo contra Flamengo no Mara-
canã ganhamos por 3x1 estava 3x0 em 30
minutos do 1º tempo. Nunca mais tivemos a
chance de uma goleada histórica no Fla-
mengo no Rio. O time não pensa nisso den-
tro de campo?
Não da tempo de pensar nisso.
É eu imagino mesmo mas o torcedor sabe
como é. Quer bola na rede.
38.Naquele tempo o jogo era bem violento os
pontapés eram fartos. Hoje qualquer coisa é
cartão amarelo. Me diga e aquela briga con-
tra a Ferroviária, você e o goleiro Abelha co-
meçaram o tumulto?
Quem começou foi o zagueiro Pinheirense em
cima do Bonamigo.
Tem no YouTube essa briga o Renato pegan-
do o Pinheirense na frente da social, que lou-
cura.
Eu conhecia o Pinheirense ele era muito maldo-
so.
39. Às vezes uma briga generalizada assim
une o grupo. Tinha que ter sangue na veia
pra encarar Cali, La Plata e Montevidéu.
Nosso time era unido dentro e fora do campo.
40. E a mala branca do São Paulo? a Ferrovi-
ária jogou o ano ali contra nós.
Tinha esse comentário mas o time do ferroviária
era bom.
OSVALDO NO GRÊMIO:
6
41. E seu gol em 1981 Grêmio 0x1 Ponte Preta.
Recorde de público no Olímpico com 98 mil pes-
soas, naquela semifinal do Campeonato Brasilei-
ro. Você fez o gol da vitória mas o Grêmio se clas-
sificou para a final e também para a Libertadores
1982.
Emocionante.
42.O Grêmio de 1983 foi o melhor ataque na his-
tória do Grêmio no Campeonato Brasileiro, e em-
patamos fora com Ferroviária, Sport e São Paulo,
todos por 2 a 2 e sempre um jogo muito disputado
e aguerrido. Acho que isso deu força e conjunto
pro Grêmio nos jogos decisivos na Libertadores
depois do Campeonato Brasileiro ?
Naquela época os times tinham mais qualidade.
Verdade. O Dudu nem fardaria. Aquela época se
levantava a taça com sangue no rosto, hoje é com
confete voando.
Era tudo diferente
43.O Renato te surpreendeu como treinador?
Eu não estava perto para ver mas o Verardi me falou
que ele é bom de vestiário com o grupo. Precisava
ser campeão.
Valeu Osvaldo, obrigado pela atenção, o torcedor
gremista agradece por todos os títulos e momen-
tos de alegria.
J G
1983 63 25
1984 60 15
1985 65 38
1986 75 27
Total 263 105
Logo aos quatro minutos de
jogo, Osvaldo recebe na in-
termediária, arrisca e faz um
golaço, encobrindo o golei-
ro. Era a arrancada gremista
no triangular semifinal da
Libertadores´83.
Grêmio 2 x 1 Estudiantes (ARGENTINA)
Copa Libertadores (7),
Triangular Semi-Final - 21 junho
E: Olímpico – J: Juan Silvano - PP: 25.544
GRE: Mazaropi, Paulo Roberto, Baideck, De León, Casemiro; China, Osvaldo, Tita; Renato (Tarciso), Caio, Tonho. T. Valdir Espinosa.
EST: Bertero, Camino, Brown, Aguero, Gugnali; Russo, Ponce, Sabella; Trama, Trobiani, Gurrieri. T. Eduardo Manera.
G: Osvaldo 04, Gurrieri 11, Tarciso 85
Osvaldo, César e Tita em treino no Olímpico Osvaldo com o troféu do Mundial. Demais: Baidek, Tonho, De León, Paulo Roberto e Renato
Efemérides Gremistas Fatos marcantes na história entre os dias 25 e 31 de dezembro:
25/12/1932 Grêmio goleia o Pelotas por 5 a 1, gols de
Artigas (2), Foguinho, Nenê e Lacy, e conquista o título
gaúcho. A equipe campeã: Lara, Dario, Sardinha; Heitor,
Poroto, Sardinha II; Lacy, Artigas, Luiz Carvalho,
Foguinho (Comarú), Nenê. T. Telêmaco Frazão de Lima..
Houve duas expulsões, assim destacadas pelo Jornal da
Manhã: “Aos 22 minutos do segundo tempo, Foguinho e Faéco empenharam-se em lucta corporal e o juiz ordena a retirada dos dois players faltosos. Na saída de campo, Foguinho injuriou seus adversários, desacatou as autoridades e dirigiu dichotes à torcida pelotense.”.
25/12/1949 Grêmio encerra a vitoriosa excursão à
América Central goleando por 5 a 0 a Seleção Olímpica da
Costa Rica, em San José.
26/12/1937 Com gols de Vanário e Alemãozinho, o Grêmio
vence o São José no terceiro jogo da final por 2 a 0 e
conquista o campeonato da cidade.
26/12/1996 Luís Carlos Silveira Martins, o “Cacalo” vence
José Alberto Guerreiro e é eleito o novo presidente do
Grêmio para o biênio 1997-98.
26/12/2005 Grêmio anuncia a contratação do jogador
Tcheco.
27/12/1931 Grêmio derrota o Guarani de Alegrete por 3 a
0 e consagra-se campeão gaúcho, jogando com Lara,
Dario, Sardinha I; Mabília, Poroto, Russo; Lacy, Artigas,
Luiz Carvalho, Foguinho, Nenê. DT.: Telêmaco Frazão de
Lima., tendo Luiz Carvalho, e Artigas duas vezes anotado
os gols.
28/12/2004 Hugo de León é anunciado como o novo
treinador do Grêmio com a missão de resgatar o clube da
segunda divisão brasileira.
31/12/1939 Pelo Citadino, Cruzeiro 2x2 Grêmio, sob forte
calor. O Correio do Povo assim detalhou: “A grama estava
alta, chegava a 1m em alguns pontos. A torcida disputou
o espaço sob o pavilhão para aproveitar a sombra, tendo
os cronistas que ficar de pé, ao sol. “
Números apenas demonstram o crescimento e a receptividade do jornal Expresso Tricolor na comunida-de gremista. Isto demonstra o tamanho da torcida do Grêmio, torcedores que não medem esforços para acompanhar o clube, mesmo em momentos de crise co-mo o atual e apoiam todas as iniciativas positivas que visam engrandecer o Grêmio como instituição.
Só temos que agradecer o apoio recebido de todos os cantos do mundo para assim continuar oferecendo um material diferenciado exclusivo ao torcedor do Grê-mio.
Como bem se observa abaixo, atingimos cada vez pessoas através de nossas publicações.
Esperamos que este número aumente gradativamente e cada vez mais gremistas possam ter acesso ao EXPRESSO TRICOLOR.
Edição 7
417 pessoas alcançadas
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Porto Alegre, 24 de Dezembro de 2014
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