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Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo / Rua Marques, 19 – Humaitá – 2535-2434 www.sapereira.com.br / [email protected] F4TA Ensino Fundamental Relatório do Primeiro Semestre de 2007 1 A preensão. Expectativa. Ansiedade. Essas, entre outras sensações, marcaram presença no retorno. Um novo ano letivo começava e trazia as novidades de um ciclo diferente e um novo professor na equipe Sá Pereira. Essas novidades não vinham sozinhas. Traziam consigo um convite irrecusável. A meninada era convidada a desbravar e (re)descobrir um continente rico, de muitos contrastes e de múltiplas faces: a América, nosso continente. Afinal, somos americanos. E foi com a intenção de reafirmarmos nossa identidade como povo americano, que escolhemos o tema do nosso projeto "Nosso jeito americano de viver". Definir um recorte a partir de um tema tão amplo não é das tarefas mais fáceis. Entretanto, nossas crianças expressaram e organizaram seus interesses e curiosidades sobre as terras e os povos americanos. Conduzidas pelas atividades propostas inicialmente, compartilharam suas impressões e idéias, mesmo que vagas ou superficiais, trazidas juntamente com suas expectativas e anseios. A desconstrução das idéias equivocadas, do senso comum, sobre nosso continente trouxe às atividades de Projeto o espírito investigativo, a discussão, o levantamento de hipóteses e novas descobertas. Olhos atentos e brilhantes, silêncio, expressão de espanto, como reagir diante de tamanha descoberta? A riqueza e a diversidade natural e cultural da América formando um mosaico singular despertou, de imediato, o entusiasmo da turma. Quantas línguas existem na América? O que aconteceu com as línguas dos povos originários? Como os povos da América se comunicavam antes da chegada dos europeus? Como se comunicam e se expressam hoje? Por que há tantas diferenças culturais dentro de um só continente? Justamente com a intenção de encontrar respostas para tantas questões levantadas foi necessário compreender o processo histórico que desencadeou a construção do mosaico cultural americano. Iniciamos nosso percurso a partir do universo da comunicação. Era preciso perceber a importância da língua, considerando as formas não verbais de comunicação Turma Amanda Carvalho Monteiro Ana Carolina Ferreira Junger Antonia Worcman de Carvalho Bento Leão Teixeira Wanderley Bernardo Corsini Aleotti Maia Clarice Jacobina Campos Gelli Danilo Terry Wettreich Enrico Aiex Oliveira Gabriel Capella Cosenza Gabriel Costa Alves Igor Abramof Joana Tavares Fonseca Julia de Moraes e Vasconcellos Laura Achcar Soares Bruno Laura Bandeira de Mello Ferreira Leon Cabral Coser Luigi Albuquerque Lima Rosalem Luiza Bonfatti de Andrade Luiza Ramos Nucci Maira Amorim Cordeiro de Mello Maria Paula Mello Lopes Pedro Caldeira Euler Braga Sofia Ribeiro Almeida Magalhães Professores Fábio Luciano Castelano Flávia Renata Franco Lopes Renata Santos Barbosa Rodrigo Maia Barbosa Lima Ana Cecilia Pinheiro Guimarães Moema Moura Santos Fernando Caiuby Ariani Filho João Luiz Pena Santos Renata Regazzi

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A preensão. Expectativa. Ansiedade. Essas, entre outras sensações, marcaram presença no retorno. Um novo ano letivo começava e trazia as novidades de um ciclo diferente e um novo professor na equipe Sá Pereira. Essas novidades não vinham sozinhas. Traziam consigo um convite irrecusável.

A meninada era convidada a desbravar e (re)descobrir um continente rico, de muitos contrastes e de múltiplas faces: a América, nosso continente. Afinal, somos americanos. E foi com a intenção de reafirmarmos nossa identidade como povo americano, que escolhemos o tema do nosso projeto "Nosso jeito americano de viver".

Definir um recorte a partir de um tema tão amplo não é das tarefas mais fáceis. Entretanto, nossas crianças expressaram e organizaram seus interesses e curiosidades sobre as terras e os povos americanos. Conduzidas pelas atividades propostas inicialmente, compartilharam suas impressões e idéias, mesmo que vagas ou superficiais, trazidas juntamente com suas expectativas e anseios.

A desconstrução das idéias equivocadas, do senso comum, sobre nosso continente trouxe às atividades de Projeto o espírito investigativo, a discussão, o levantamento de hipóteses e novas descobertas.

Olhos atentos e brilhantes, silêncio, expressão de espanto, como reagir diante de tamanha descoberta? A riqueza e a diversidade natural e cultural da América formando um mosaico singular despertou, de imediato, o entusiasmo da turma.

Quantas línguas existem na América? O que aconteceu com as línguas dos povos originários? Como os povos da América se comunicavam antes da chegada dos europeus? Como se comunicam e se expressam hoje? Por que há tantas diferenças culturais dentro de um só continente? Justamente com a intenção de encontrar respostas para tantas questões levantadas foi necessário compreender o processo histórico que desencadeou a construção do mosaico cultural americano.

Iniciamos nosso percurso a partir do universo da comunicação. Era preciso perceber a importância da língua, considerando as formas não verbais de comunicação

Turma Amanda Carvalho Monteiro

Ana Carolina Ferreira Junger Antonia Worcman de Carvalho

Bento Leão Teixeira Wanderley Bernardo Corsini Aleotti Maia

Clarice Jacobina Campos Gelli Danilo Terry Wettreich

Enrico Aiex Oliveira Gabriel Capella Cosenza

Gabriel Costa Alves Igor Abramof

Joana Tavares Fonseca Julia de Moraes e Vasconcellos

Laura Achcar Soares Bruno Laura Bandeira de Mello Ferreira

Leon Cabral Coser Luigi Albuquerque Lima Rosalem

Luiza Bonfatti de Andrade Luiza Ramos Nucci

Maira Amorim Cordeiro de Mello Maria Paula Mello Lopes

Pedro Caldeira Euler Braga Sofia Ribeiro Almeida Magalhães

Professores

Fábio Luciano Castelano Flávia Renata Franco Lopes

Renata Santos Barbosa Rodrigo Maia Barbosa Lima

Ana Cecilia Pinheiro Guimarães Moema Moura Santos

Fernando Caiuby Ariani Filho João Luiz Pena Santos

Renata Regazzi

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como elementos de grande importância cultural e registro de toda uma forma de viver, sonhar e se expressar. As diferentes linguagens possuem sua importância dentro do contexto particular em que estão inseridas, como pôde ser evidenciado no primeiro passeio da turma: a exposição da vida e obra de Ziraldo e a Mostra de Linguagem Eletrônica realizada na Oi Futuro. Mas, afinal, qual é o lugar da língua na sociedade hoje? Que outras formas de comunicação foram, podem e são usadas que independem da linguagem escrita ou falada? A partir da identificação dos elementos da comunicação, a turma percebeu a importância dos códigos não-verbais. A cor, as formas, o som, os gestos e símbolos compuseram instrumentos para o registro histórico-cultural de vários povos que viveram no nosso continente. Os tótemes e a pintura corporal, trabalhados durante esse semestre, são bons exemplos disso.

Entre os diversos canais ou meios de comunicação, destacamos um: a carta. Sua importância ao longo dos tempos, suas vantagens e desvantagens como meio de comunicação e o universo de possibilidades reais e poéticas foram discutidas e vivenciadas pela turma. Para compreendermos a diminuição do volume de cartas remetidas nos últimos anos, fomos às ruas. Papel, prancheta e caneta nas mãos. Era hora de confrontar nossas hipóteses com as idéias apresentadas pelas pessoas entrevistadas. E por que não vivenciar o prazer de enviar ou receber uma carta? Nosso projeto oportunizou isso.

Paralelamente, explorávamos um material didático que nos servia como guia na viagem de desbravamento da riqueza cultural americana: o atlas. Levantar hipóteses, relacionar os símbolos, cores e linhas aos fenômenos e acidentes geográficos presentes nos registros cartográficos para compreender a riqueza e pluralidade da América.

Para compreender a multiplicidade cultural da América se fez necessário conhecer um pouco mais sobre o espaço geográfico a ser estudado. Isso permitiria a reflexão sobre as relações entre o homem e seu meio e a responsabilidade da sociedade sobre o espaço americano. Através da descoberta dos códigos presentes nos mapas, a F4TA está tendo a

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oportunidade de verificar os fatores que determinam a diversidade natural do continente e como a ação do homem modifica e é modificada pelo meio ambiente. Concluindo que o espaço geográfico é o retrato da estrutura social vivenciada.

Descobrimos, por exemplo, que a grande extensão latitudinal da América nos privilegia com uma natureza rica e variada, abrigando os principais biomas encontrados no mundo. Para discutir a influência das características físicas de cada região no modo de viver dos povos americanos exploramos as características das principais paisagens naturais da América. A Internet foi o instrumento que possibilitou abastecer nosso espírito investigativo com as características que só as diversas imagens pesquisadas nos traria sobre paisagens naturais com as quais não tivemos contato ainda. A partir da pesquisa, do estudo e da representação dessas paisagens naturais presentes em terras americanas, abrimos as portas para as questões:

- Como vivem os povos da Patagônia?

- Como será a vida dos povos que vivem na área da Floresta Amazônica?

- Que influência a altitude tem na vida dos povos andinos?

"Pelos caminhos da América há um índio tocando flauta, Recusando a velha pauta que o sistema lhe impôs. Na viola um menino e um negro toca tambores Sobre a mesa umas flores prá festa que vem depois".

Zé Vicente

A relação homem-natureza também surgiu em nossos debates quando nos debruçamos sobre a chegada dos europeus à América. Concluímos que o diferente olhar sobre essa relação é uma das principais diferenças culturais entre a Europa e os povos originários. Os filmes "1492- A Conquista do Paraíso" e "Hans Staden", o livro "As aventuras de Hans Staden", de Monteiro Lobato, as pesquisas realizadas e compartilhadas sobre a chegada de Colombo e Cabral à América e o estudo da carta de Caminha trouxeram medo, espanto, surpresa, indignação... um misto de sentimentos de quem descobre, no encontro entre europeus e povos indígenas, o mais desastroso e, ao mesmo tempo, rico momento histórico-cultural do nosso continente.

O estudo das cartas dos cronistas viajantes nos remeteu às descobertas que fizemos sobre esse meio de comunicação utilizado até hoje. Contudo, houve uma preocupação de desmistificar a Carta de Caminha ou qualquer outro manuscrito da época da condição de "Registro de Nascimento ou Fundação" de qualquer parte desse imenso continente onde tenham desembarcado. Apesar de reconhecer a importância desse registro do estranhamento comum no confronto de culturas diferentes sobre a ótica européia, outras questões surgiram. O que é, afinal, descobrir? É possível descobrir uma terra já ocupada? Por que os europeus se consideram superiores? Como viviam os povos originários ao longo do continente? Como e quando chegaram e ocuparam a América?

"Cuando vinieron, ellos tenian la Bíblia y nosotros teníamos la tierra y nos dijeron cierren los ojos. Cuando abrimos los ojos nosostros teníamos la Bíblia y ellos tenían la tierra". Marici Weu (Guardianes de la Tierra)

Pueblo Mapuche

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As questões de pesquisa foram sempre debatidas com intensa participação da turma. O desenvolvimento do senso crítico e o diálogo como protagonista da resolução de problemas foram marcas das atividades desenvolvidas neste semestre. Os murais coletivos e outros trabalhos em grupo

oportunizaram espaços para desenvolver o sentimento de pertencimento e a inserção dos alunos mais tímidos nas discussões. Perceberam que o confronto de idéias, o diálogo e o consenso são importantes instrumentos do fazer coletivamente.

Assim como o desenvolvimento da oralidade e de importantes competências inerentes aos debates e às apresentações de trabalho, as produções de textos estiveram intimamente ligadas ao tema do projeto "Nosso jeito americano de viver". Tendo a língua como um dos instrumentos da comunicação e elemento cultural imposto aos povos originários, dedicamos muito tempo às propostas de leitura, interpretação e produção de textos. Descobrir que as palavras cumprem funções dentro das frases e que, de uma forma intuitiva, já fazemos essas conexões, mesmo sem conhecer essas regras, cria um olhar mais reflexivo e apurado na produção. Isso favoreceu a percepção da auto-correção como uma etapa importante na produção dos textos. A revisão e a interferência do professor passou a ser feita através de apontamentos e questões que levam a criança a refletir sobre o erro. Discutir o erro na intervenção e propor um novo olhar sobre o que foi escrito possibilita encarar um erro não como um fim, mas como uma possibilidade de acerto. As particularidades, a estrutura da narração em primeira e terceira pessoa – passando pelo discurso direto e indireto, a carta, a resenha e a dissertação foram trabalhados nesse primeiro semestre.

Os mistérios e o estudo das línguas latinas trazem, para a turma, elementos importantes para a conexão entre "o como se fala" e "o como se vive". As línguas indígenas, ontem e hoje, os dialetos e as curiosidades do Português, do Espanhol, do Inglês, do Francês, do Quíchua e do Guarani continuarão sendo explorados pela nossa falante e crítica meninada.

Matemática _________________________________________________________ O início do ano foi marcado por atividades que sugeriam às crianças revelarem um pouco dos conhecimentos adquiridos nas séries iniciais, utilizando estratégias pessoais de cálculo.

Hora de rever as técnicas operatórias da adição e da subtração, ampliando o campo numérico e estabelecendo relações com os agrupamentos do sistema de numeração decimal. Momento, também, de ler, comparar, ordenar, compor e decompor números grandes, sistematizando os conceitos de valor relativo e valor absoluto. As atividades em que deveriam escrever números, a partir de algumas propriedades, estiveram presentes e

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agradou a todos.

A calculadora, recurso tão usado em nosso cotidiano, esteve presente em diferentes contextos. Ora para fazer cálculos com numerais difíceis de operar mentalmente, ora para calcular a diferença entre as estimativas e o cálculo exato e, também, para desafios que envolviam o sistema de numeração decimal.

Na intenção de trazer mais um recurso para a resolução dos problemas, em especial os que envolvem medidas, a reta numerada foi utilizada em diferentes contextos e já percebemos um uso autônomo dessa ferramenta em diversos registros de nossos alunos e alunas para resolver diferentes desafios.

Iniciamos o estudo da multiplicação com atividades que tratam da configuração retangular, adição de parcelas iguais e combinação, idéias características dessa operação. Já utilizamos alguns algoritmos alternativos, sugeridos pelo livro didático. Optamos por fazer uso desses procedimentos, nesse momento, porque realizam a operação sugerindo a decomposição dos numerais, o que deixa aparente o valor relativo dos algarismos.

Uma vez usando o algoritmo da multiplicação, a necessidade da tabuada, na ponta da língua, vai aparecendo para trazer agilidade aos cálculos. Mas até lá há um importante percurso:

- Flavia, os resultados da tabuada do 4 são o dobro dos da de 2. E os resultados da tabuada do 10 são dez vezes maior que os da tabuada do 1. Porque o 10 é dez vezes maior que o 1!

Dedicamos especial atenção a essas relações por acreditarmos que servirão de ferramenta para novos conhecimentos e tornarão o cálculo mental mais ágil.

O estudo da divisão mereceu destaque. Tratamos de, inicialmente, identificar as idéias envolvidas nessa operação. Trabalhamos com procedimentos diferentes para resolver problemas que tratavam da idéia de medir e distribuir. Identificar cada uma dessas idéias, por si só, já era um grande desafio. Mais adiante, legitimamos um novo algoritmo que poderia ser usado nos dois casos. O que muda agora é a forma com que olhamos para esse procedimento. Pouco a pouco, buscamos um registro mais organizado, tentando abreviar essa conta usando recursos das multiplicações por 10, por 100, os conceitos de

dobro e de metade. E, como estão sempre atentas, as crianças logo perceberam que a divisão envolve a multiplicação, a adição e a subtração.

Atualmente, a apropriação dos algoritmos das quatro operações está garantida.

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Entretanto, continuamos valorizando e estimulando o cálculo mental e os procedimentos pessoais.

Aprende-se matemática resolvendo problemas! Assim, dedicamos especial atenção ao estímulo da autonomia para ler e interpretar os textos dos problemas e os enunciados das tarefas. Identificar a pergunta do problema, buscar as informações relevantes, encontrar uma estratégia eficiente, escolher a operação adequada e elaborar um registro organizado fazem parte dos objetivos relacionados ao trabalho com resolução de problemas.

O estudo das expressões numéricas é, também, de nosso interesse. Assim, buscamos trazê-lo em contextos significativos, na maioria das vezes apoiados em situações-problema, de forma que as crianças possam compreender suas regras e sua aplicação prática.

O livro didático, as fichas e as apostilas nos serviram de suporte para o trabalho desenvolvido nesse período. Após as férias, além dos novos conteúdos pretendemos, reservar um lugar especial para utilizar os jogos como recurso para as novas aprendizagens.

O semestre foi corrido sim, mas cheio de aprendizagens!

Artes _________________________________________________________ Em meio à folia carnavalesca, começamos o ano nos preparando para o famoso desfile do Bloco da Sá Pereira.

Para aquecer nosso repertório, selecionamos as mais conhecidas marchinhas de carnaval e, em grupos, com técnica livre, criamos ilustrações que pudessem traduzir nossas impressões e interpretações sobre essas canções. Para enfeitar a escola e o carro de som que acompanhou o bloco, produzimos cartazes com um fundo multicolorido que serviram de suporte para a colagem de silhuetas de tipos carnavalescos desenhadas e depois recortadas em papel branco ou preto.

Desenho de Observação

Passado o carnaval, começamos a busca de um maior diálogo e integração com as pesquisas sobre o Projeto Institucional "As Américas". Para libertar nosso corpo e nossas mentes da ferrugem das férias, mergulhamos numa aula de desenho de observação de objetos que nos remetiam a diferentes países das Américas. Deixamos, por um breve momento, nossa imaginação de lado e tentamos reproduzir, exatamente, o que nossos olhos viam. Percebendo que, para algumas crianças, a preocupação exagerada com o acabamento e a finalização as impedia de chegar à gratificação de um bom resultado, propusemos uma série de rápidos e repetidos exercícios. As diversas limitações impostas - só poder usar lápis, não poder apagar e ter tempo determinado para cada desenho - fizeram com que as crianças se soltassem e se colocassem mais corajosas para a experimentação. Ao nos entregarmos a tal exercício, sensibilizamos nosso olhar, libertamos o traço, a expressão e até mesmo a criatividade. Pode parecer contraditório, mas nessa observação pudemos constatar que, às vezes, recursos limitados podem trazer maiores provocações para o processo criador.

Aquarelas

Como desdobramento do processo iniciado com o desenho de observação, instigamos as crianças a pintar utilizando as cores que realmente eram percebidas, ao invés das que

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usualmente pré-concebemos sobre as dos objetos.

Mitogramas

Ao entrarmos no túnel do tempo, provido pelo tema Américas, encontramos nos desenhos e padrões de objetos pré-colombianos e pré-cabralinos extenso material para nossas pesquisas.

Descobrimos que os mitogramas, primos dos pictogramas e ideogramas, são representações gráficas originadas de tradições mitológicas indígenas, encontradas em toda a América. Revelam a importância da relação desses povos com a natureza e servem como fator de identidade e união entre diferentes grupos. Recordam histórias míticas, resgatam raízes, tradições, cultura, arte e história. Representam valores que ainda buscamos em nosso dia-a-dia.

Muitos objetos foram observados e analisados; aprendemos a identificar as unidades que formam os padrões e a diferenciar as linhas retas e curvas; refletimos sobre o conceito da abstração e da figuração. Com base nesse estudo criamos nossos próprios padrões com lápis de cor e depois unimos os trabalhos de todos os alunos, do quarto e do quinto ano, para formar uma imensa colcha de retalhos.

Queríamos experimentar os estilos de representação dos povos antigos. Como papel e lápis de cor não nos davam uma sensação similar à dos modelos observados, resolvemos colocar a mão na massa, ou melhor, na cerâmica, e pintá-la com nanquim. Fizemos uma releitura dos mitogramas indígenas de diferentes regiões das Américas. A releitura considera elementos da linguagem visual característicos dos modelos, mas incorpora conteúdos pessoais e culturais num processo de recriação. Essa proposta nos distancia da cópia, abrindo espaço para a expressão da cultura visual das crianças. Foi uma enorme e satisfatória produção de vasos, quebra-cabeças de tijolos e cacos para construir nosso fictício sítio arqueológico.

Chegamos ao final do semestre criando mitogramas a partir de fotos de animais nativos das Américas. Esse estudo ainda será retomado no segundo semestre, desdobrando-se em uma pesquisa sobre a influência dessas imagens primitivas sobre a obra de arte de artistas americanos contemporâneos.

No final, criamos um espaço para a cultura popular brasileira, cuidando da decoração de nossa festa junina.

Música _________________________________________________________ Começamos o ano nos conhecendo e aprendendo a cantar o samba enredo da escola. Passado o carnaval, retomamos o estudo do instrumento com o qual trabalhamos, com muito afinco, durante todo o semestre: a flauta doce soprano! Para recuperar o trabalho que foi feito no ano anterior, fizemos alguns exercícios de reconhecimento de notas e de execução. Esses exercícios logo nos levaram à primeira música, 500 miles, que tem a sua origem numa melodia folclórica americana e que foi gravada por um grande número de artistas.

Com essa melodia simples, lembramos posições básicas da flauta doce e, no processo de aprendizagem, treinamos nossa percepção auditiva e visual. Exercitamos a colaboração e o trabalho em equipe, quando trabalhamos divididos em grupos como numa gincana. Aproveitamos, também, para exercitar as noções de notação musical formal e informal no

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registro em partituras de diferentes tipos.

Quando concluímos essa etapa, nos dedicamos à escolha de um novo repertório, acolhendo sugestões para que fossem compartilhadas e escolhidas em grupo. As músicas escolhidas não estão em sintonia com o projeto institucional, mas refletem o ambiente musical que os cerca fora da escola. Vimos, nessas escolhas, a possibilidade de conversarmos um pouco sobre a música que ouvimos, de tentar unir a música feita nas aulas com a vivenciada fora delas e como uma oportunidade de estimulá-los no aprendizado da flauta doce.

No momento trabalhamos com a música escolhida, What I've Been Looking For, do filme High School Musical.

Durante o semestre enfrentamos dificuldades do grupo para se organizar, o que prejudicou o seu desempenho. Precisamos continuar a nos esforçar para superar essa dificuldade, pois sabemos das possibilidades e capacidades individuais e do grupo, evidenciadas na Mostra de Artes.

Coral _________________________________________________________ Ar, respirar.

Ritmo, pulsar.

Beleza, usufruir.

Prazer, sentir.

Som, ouvir e soar.

Som suave, forte, organizado e até mesmo aleatório.

Silêncio, prestar atenção e escutar.

Momento de falar e cantar; momento de escutar.

Coral, tudo isso junto, lado a lado, ombro a ombro.

A uma voz, em união-uníssono.

A mais vozes, em união-polifônica.

Respirar junto: retomar o ar com a certeza de que o outro irá sustentar a nota; sustentar a nota para que o outro possa retomar o seu ar.

Concentrar-se individualmente para que o grupo se concentre.

Descobrir e superar novos limites, descobrir novas possibilidades ao cuidar do som do conjunto, crescendo pessoalmente com e junto aos colegas.

É basicamente isto o que queremos com as crianças nos ensaios do Coral.

Como toda atividade educacional de grupo, o Coral é um espaço onde seu objetivo, a música, depende fundamentalmente de cooperação e construção coletiva. Montamos, então, um repertório aparentemente pequeno, mas razoavelmente complexo, polifônico, que foi trabalhado para se realizar o melhor possível, dentro das limitações reais da idade das crianças.

Como ocorre de ano para ano, o repertório é dividido em músicas já conhecidas pelas

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crianças do quinto ano, que assim ajudam os novos do quarto ano a aprendê-las, com músicas novas ligadas ao tema do projeto institucional.

Este ano criamos o arranjo / pot-pourri "Adeus Chiclete", que conta a história da viagem de um sujeito que adorava "bebop" mas que, de tanta saudade do Brasil, acabou caindo no maior samba cheio de cuícas e tamborins, num Brasil bem brasileiro.

Na preparação para a Festa Pedagógica, o Coral teve a oportunidade de se "esquentar" fazendo um ensaio geral para um público especial (as crianças das outras turmas) onde aspectos como concentração, organização e movimentação foram abordados. Nas semanas seguintes à estréia, assistiram a um vídeo da apresentação,

momento que é sempre esperado com muita excitação, e onde todos fazem uma auto-avaliação, trocam sentimentos, críticas, sugestões e observações a respeito de sua realização.

Acreditamos que, quando não são por nós subestimadas ou infantilizadas em excesso, acabam mostrando que são capazes de nos surpreender e, como sempre, de nos emocionar.

Teatro _________________________________________________________ O início do semestre foi repleto de lembranças de jogos já vivenciados. Para matar as saudades, colocamos em prática o que já conhecíamos como o jogo da memória, os jogos de regras, o João e Joana, o jogo da bolinha, o jogo do objeto, dando a este um pouco mais de ênfase. Os objetos da vida cotidiana, ao entrarem em cena, eram transformados pela imaginação do jogador, que passava a improvisar, não com o que o objeto representava verdadeiramente, mas sim com a nova idéia que a ele atribuía. "Ih! O tênis virou uma canoa!". Portanto, um mesmo objeto podia passar a ter muitos significados. Observando as improvisações, os demais puderam exercitar sua intuição tentando identificar esses novos significados que iam surgindo a cada improvisação. Vivenciamos cenas ricas, lúdicas e surpreendentes que colaboraram para o início e o desenvolvimento de outro jogo: Máscara.

Nessa etapa buscamos maior integração com os estudos e pesquisas da turma. Utilizamos como recurso e inspiração o livro "Aventuras de Hans Staden", adaptação de Monteiro Lobato. Mais próximo do texto teatral, mas com uma nova linguagem, usamos "Hans Staden – Um Aventureiro no novo Mundo", de Jô Oliveira, versão em quadrinhos que apresentava a estrutura com diálogos e narração.

O segundo, dividido em capítulos, nos ajudou na distribuição da história para os grupos que formamos. Começamos com dois grandes grupos, passamos para cinco, e chegamos a três, número que achamos ideal para dar conta dos personagens e situações.

O jogo que deu voz ao processo e norteou o semestre, o Jogo Máscara, que utiliza os termos Quem (um personagem), Onde (um lugar) e O que (uma situação) é o princípio da atividade de improvisação (ora combinada entre grupos, ora espontânea), que foi realizada em etapas, como processo de criação de uma montagem.

Percebemos uma evolução significativa nesse processo. As cenas foram se desenvolvendo, os comentários ficaram cada vez mais interessantes e o desafio foi aumentando. Passamos a um novo desafio: fazer a transição de uma máscara para outra, criando um enredo.

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Neste final de semestre, e depois de toda essa vivência provocadora de intuições, improvisos, alegrias e brincadeiras, estamos à espera da adaptação de "As aventuras de Hans Staden" a um texto teatral para darmos forma a uma montagem que poderá, em breve, ser apreciada pelos amigos de outras turmas e familiares.

Expressão Corporal _________________________________________________________ No início do ano, nossas aulas foram dedicadas ao samba da Sá Pereira. Aproveitamos o carnaval para... dançar, é claro! E falar um pouco dessa festa popular tão alegre e divertida! A letra do samba foi um gancho para começarmos a trabalhar o Projeto Institucional e fazer brotarem as idéias para próximos projetos de estudo. Embarcamos, a partir do samba, numa pesquisa das danças latinas. Nos aquecimentos, as crianças foram estimuladas a dizer quais são essas danças e, entre erros e acertos, fomos abordando o que conhecemos dos ritmos, das influências e misturas que tanto enriquecem e esquentam o solo americano!

Dançamos louvando o Deus Sol, em rodas de cantigas e gestos que reverenciavam a natureza, a terra e a lua como "Pacha Mama, Madre Tierra", "Terra meu corpo..." e outras. Com o jazz, o soul, o samba, a marcha, o tango e a salsa nos divertimos muito. Cada música inspirando um diferente acento e uma qualidade específica no movimento com o corpo.

Vimos imagens de crianças sambando no morro, num clip do Chico Buarque, e dançando um tango, numa cena escolar de um filme de Carlos Saura. Outros vídeos de salsa foram apresentados e improvisamos em grupo e individualmente. Combinamos um baile onde todos, caracterizadas, usaram adereços que lembravam esse universo latino. Ao som do álbum GOTAN, uma versão contemporânea do tango, dançamos e gravamos o tal baile. Depois vimos essas imagens e conversamos sobre nossa movimentação e das outras turmas!

O envolvimento das crianças com o tango foi tanto que desenvolvemos várias atividades baseadas nele. Vimos cenas de filmes em que o tango aparecia. Comentamos suas características em grupo, percebendo a força, o vigor e a densidade que caracterizam seus passos. Comparamos com o samba, traçando semelhanças e diferenças. Mas, acima de tudo, experimentamos esses passos no corpo, improvisando e criando individual e coletivamente. As crianças se dividiram em duplas e trios para criar seqüências coreográficas que foram memorizadas e filmadas nas aulas. Repetimos parte desse processo com a salsa, identificando semelhanças e soltando o corpo nesse ritmo "caliente".

No final do semestre a turma ensaiou uma linda quadrilha para animar o arraial junino da Sá Pereira!

Educação Física _________________________________________________________ "Há muitas causas que precisam da paixão que anima os torcedores. Brinquemos, pois. É preciso rir (...)"

Rubem Alves

Embarcamos, juntos, numa grande viagem pelas Américas e, para completar, teremos a realização da edição dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Este fato nos ajuda a incentivar ainda mais àqueles que já possuem o hábito da prática esportiva e, também, a

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despertar o gosto pelos esportes e atividades físicas nos que ainda não o possuem.

Queimado, pique-bandeira, futebol, basquete e handebol, além das brincadeiras lúdicas, incentivaram a cooperação, o espírito esportivo e a competição de forma ética, e também animaram as manhãs e tardes no Pereirão.

Quanto à capacidade de organização em grupos, a garotada foi desafiada a montar as equipes para jogar, sem a interferência dos professores. Saíram-se muito bem, apesar de algumas discussões que consideramos importantes para que as crianças desenvolvam sua capacidade de argumentação e organização e iniciar logo as partidas sem perder o tempo do recreio.

Atuando como árbitros e auxiliares, as crianças se divertiram apitando os jogos e, assim, puderam experimentar estar do outro lado e também a capacidade de observação. Comumente, podia-se ouvir: "Posso apitar o jogo hoje?" "Posso ficar naquela linha para ver qual time tocou por último na bola?"

Com energia e disposição esse grupo chega ao Pereirão, participa das atividades propostas com empenho e vem aperfeiçoando, cada vez, mais suas possibilidades de movimento e locomoção pelo espaço.

Donos de uma animação contagiante, costumam alegrar as tardes com suas torcidas organizadas.

Nosso tão esperado Pátio Sobre Rodas aconteceu e, munidos de skates, patins e patinetes, meninos e meninas se concentraram para cumprir as regras da brincadeira, testaram o equilíbrio em manobras radicais e desafiaram os limites, respeitando as possibilidades de cada um. Os que "avançavam o sinal" ou excediam o "limite de velocidade" e eram multados com a espera do lado de fora por alguns minutos, aproveitavam para dar um show de coleguismo emprestando o material para os que não haviam trazido e ajudando os que não tinham tanta experiência.

O sucesso foi tão grande que pudemos ouvir frases do tipo: "Eu não gostei, eu AMEI!" "Quando será o próximo?". Diante disso, pretendemos repetir a brincadeira no segundo semestre.

As estafetas ou competições por equipes, adaptadas às turmas, ajudaram nossas meninas e meninos a aperfeiçoar as ações motoras de correr, saltar e rastejar, bem como quicar, chutar, passar e tocar a bola com maior destreza.

Para encerrar o semestre, planejamos o Pereirão Junino e os Primeiros Jogos Pan-americanos da Sá Pereira.

Falaremos deles no relatório do final do ano.

Tribo _________________________________________________________ Espaço coletivo de aprendizagens a escola é, inevitavelmente, um espaço de conversa, de dúvidas e certezas, de escuta e expressão de opiniões, de discussão, questionamento, reivindicação e busca de soluções, de reflexão, de encontros (e desencontros) consigo e com o outro. A escola, em todos os seus tempos e espaços, por ser um ambiente de coletividade, instiga e acolhe todas essas práticas de participação e cidadania.

A nossa Tribo garante o exercício e o aprofundamento da convivência, tornando o

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espontâneo pensável e possível de aprimoramento. É um momento de pausa ao ritmo dinâmico de pesquisa, estudo, produção e vivências corporais e criativas para focar cada um de nós em nós mesmos, nesse grupo, nessa escola, nesse mundo. E, focando, indagar, opinar, entender, participar com o seu pensar e suas vivências, dando opiniões e escutando outras idéias.

Logo no primeiro encontro, como todos os anos, a escrita de um desejo, um sonho vinculado à vida de estudante nesse novo momento / ano / série que se inicia. Com exceção dos Segundos Anos e dos alunos novos, todos já sabem o que acontecerá com esses escritos na última Tribo do ano. Mas sabem que o mais importante não é o fim, mas o processo de busca para que seu desejo se realize e do quanto é preciso estar implicado e empenhado nessa busca.

As Regras de Convivência nos acompanharam durante todo o semestre. Conversamos muito, lemos, discutimos, assistimos a filmes que provocassem reflexões a fim de entender cada uma delas, cada vez mais e melhor. Desde os pequenos até os mais velhos da escola, percebemos um interesse sempre presente nessas atividades, uma participação efetiva, numa constante auto-avaliação sobre as regras que já dão conta e aquelas que precisam melhorar. Trabalhar sobre um texto documentado na Proposta Pedagógica da escola dá às crianças um sentimento de compromisso e seriedade, e uma certeza de efetiva participação. A qualidade do envolvimento de todos é que nos permite fazer essa avaliação.

As especificidades de cada grupo também direcionaram o trabalho da Tribo. Disciplina, regras do futebol e de brincadeiras, boletins, avaliações, auto-avaliações, postura de estudante e comportamento nos passeios são alguns dos assuntos que desenvolvemos, ora mais, ora menos, de acordo com as prioridades e necessidades de cada turma. Além das clássicas conversas, algumas imagens ampliaram as discussões de cada tema.

O relaxamento, sempre presente, desejado e apreciado pela maioria, não pode faltar. Esse pequeno, mas intenso momento de encontro consigo mesmo, percebendo toda a riqueza e grandeza de corpo, mente, sentimentos, afetos e sentidos presentes em cada um, oferece recursos para, se percebendo, perceber o outro e o contexto, seja ele qual for, com mais equilíbrio e possibilidades de agir e de cuidar e dá uma dimensão nova desse estar no mundo.

No próximo semestre novos caminhos, outros assuntos e temáticas surgirão. Apesar de, provavelmente, falarmos menos de Regras de Convivência, elas certamente estarão presentes porque estamos mergulhados num espaço de permanente convivência e, por isso mesmo, aprendendo a conviver. Especialmente porque é na intencionalidade da discussão e reflexão que garantimos muitas aprendizagens que poderiam se perder numa vivência apenas espontânea.

Inglês _________________________________________________________ Como foi bom o reencontro do início do ano! Todos novamente reunidos para novas histórias, novos aprendizados e um novo começo. Antes de dar os primeiros passos rumo a novos projetos, resolvemos falar um pouco sobre o que vivemos no projeto A Casa, do ano passado, e relembrar o quanto aprendemos!

Conversamos sobre a rotina das aulas e das novidades que teríamos. A animação foi

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grande. Depois desse bate-papo, falamos das férias e todos contaram um pouquinho do que fizeram, dos passeios e brincadeiras. Sem perceber, durante a conversa, já estávamos falando Inglês. De uma maneira bem natural, relembramos o vocabulário já conhecido e começamos a aprender um novo. Na época do Carnaval, assistiram, dançaram e se divertiram com dois vídeos do grupo Chipz, já conhecido deles.

Aproveitando o embalo da música que fala do carnaval no Caribe, resolvemos dar início ao nosso projeto usando as ilhas caribenhas como ponto de partida. Mas, antes de fazer as malas e começar nossa expedição pela América, começamos a explorar e observar o mapa mundi, seus continentes e outras particularidades relacionadas a esses assuntos. Comparamos usando 'the biggest x the smallest, bigger than x smaller than'. Foi aí que surgiu uma grande dúvida: a África é maior que a Antártica? Mesmo depois de pesquisar, a turma não estava convencida. Foi possível esclarecer as dúvidas com uma visita muito especial, o pai da Clarice. Com um mundo de informações, Guido esclareceu nossas dúvidas em relação à formação e ao tamanho dos continentes, explicou e ensinou sobre os mapas, suas diferentes projeções, e assim ficou fácil de entender o porquê da Antártica parecer maior do que a África.

Dando essa volta pelo mundo, a turma pôde trabalhar com uma música chamada 'Like Me and You', cantada pelo Raffi. Foi interessante porque fala de diferentes nacionalidades, de crianças que moram em diferentes países.

Depois de passear pelos continentes, mergulhamos no Mar do Caribe explorando suas ilhas. As pesquisas que chegaram de casa motivou-os para o aprendizado das novas palavras e expressões relacionadas a esse paraíso que, aos pouquinhos, fomos conhecendo. Em grupos, elaboraram painéis e textos coletivos utilizando novas estruturas como 'there is / there are' que mostravam a diversidade das ilhas do Mar do Caribe.

Além das atividades que estão relacionadas ao projeto, registradas nos cadernos ou em fichas, também aprendemos funções comunicativas e expressões do dia-a-dia com imagens e brincadeiras.

A participação, o interesse e a colaboração da turma sempre foram muito significativas em nossas aulas.