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Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo / Rua Marques, 19 – Humaitá – 2535-2434 www.sapereira.com.br / [email protected] F5M Ensino Fundamental Relatório do Primeiro Semestre de 2007 1 R eceber as crianças do último ano da escola para dar início a um novo Projeto tem sido um momento sublime e mágico. Nessa etapa de sua vida escolar, elas já estão mais apropriadas dos procedimentos de um projeto, têm mais consciência de seus desejos e conhecem seu importante papel e poder de decisão nas escolhas que serão feitas. Nossas propostas iniciais procuravam dar subsídios para essas escolhas. Que continente é esse que dá vida ao nosso Projeto? Que continente é esse em que vivemos, mas que tão pouco conhecemos? Será que vivemos com os olhos para o além-mar, mais voltados para o oceano Atlântico, do que para os nossos conterrâneos? Enorme continente Quanta gente cabe em ti? Quem veio quem ficou E quem já estava aqui? Atrair o olhar, conhecer a ancestralidade, interagir com a realidade e construir nossa identidade americana, eram nossos objetivos. Então, nos colocamos frente a frente com diferentes mapas e imagens do continente. E foi tanta novidade, tanta diversidade, tanta pergunta a ser respondida, que ficamos num impasse: por onde começar? Era esse nosso primeiro desafio e para ele demos um nome: "América: um quebra-cabeças de muitas peças". Foi com o samba-enredo "Enorme Continente", composto pela Manoela, que pudemos vislumbrar os primeiros caminhos possíveis. E, a partir de uma leitura cuidadosa de cada estrofe, as crianças começaram a trazer idéias: "Do outro lado do mar veio gente explorar Ouro, glória, conquistar, Era gente de toda parte Misturando armas religião e arte Turma Alice Balleste Lemme Ana Carolina Medeiros do Carmo Flora Rosa Campos Gabriella Chomentowski Pereira Giovanna de Oliveira F Galina Ivan Megre Souto Joao Barcellos R Pedro da Costa Joao Paulo de Lima Neves Joao Pedro Rocha Canedo da Silva Juliana Arvellos Penello Leonardo Vieira Franca Moss Luna Tapajos Santos Moreira Maria Luiza Lima Almeida Marilia Arruda Pereira Petrus Vinicius Ballhausen Arruda Renan da Silva Freitas Sofia Mandelert Pracownik Tabatha Mourao Araujo de Bulhoes Theo Pereira da Cunha Tom Lavigne Veloso Tomas Sobreira Machado Tomaz Maya Monteiro L de Oliveira Professores Ana Cecilia Pinheiro Guimarães Elisabeth Von Kruger R de Freitas Fernando Caiuby Ariani Filho Flavia Renata Franco Lopes Manoela Marinho Rego Moema Moura Santos Renato Lent Santos Rodrigo Maia Barbosa Lima Rosangela Machado de O Caldas

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R eceber as crianças do último ano da escola para dar início a um novo Projeto tem sido um momento sublime e mágico. Nessa etapa de sua vida escolar, elas já estão mais apropriadas dos procedimentos de um projeto, têm mais consciência

de seus desejos e conhecem seu importante papel e poder de decisão nas escolhas que serão feitas.

Nossas propostas iniciais procuravam dar subsídios para essas escolhas. Que continente é esse que dá vida ao nosso Projeto? Que continente é esse em que vivemos, mas que tão pouco conhecemos? Será que vivemos com os olhos para o além-mar, mais voltados para o oceano Atlântico, do que para os nossos conterrâneos?

Enorme continente Quanta gente cabe em ti? Quem veio quem ficou E quem já estava aqui?

Atrair o olhar, conhecer a ancestralidade, interagir com a realidade e construir nossa identidade americana, eram nossos objetivos. Então, nos colocamos frente a frente com diferentes mapas e imagens do continente. E foi tanta novidade, tanta diversidade, tanta pergunta a ser respondida, que ficamos num impasse: por onde começar? Era esse nosso primeiro desafio e para ele demos um nome: "América: um quebra-cabeças de muitas peças".

Foi com o samba-enredo "Enorme Continente", composto pela Manoela, que pudemos vislumbrar os primeiros caminhos possíveis. E, a partir de uma leitura cuidadosa de cada estrofe, as crianças começaram a trazer idéias:

"Do outro lado do mar veio gente explorar Ouro, glória, conquistar, Era gente de toda parte Misturando armas religião e arte

Turma Alice Balleste Lemme

Ana Carolina Medeiros do Carmo Flora Rosa Campos

Gabriella Chomentowski Pereira Giovanna de Oliveira F Galina

Ivan Megre Souto Joao Barcellos R Pedro da Costa

Joao Paulo de Lima Neves Joao Pedro Rocha Canedo da Silva

Juliana Arvellos Penello Leonardo Vieira Franca Moss Luna Tapajos Santos Moreira

Maria Luiza Lima Almeida Marilia Arruda Pereira

Petrus Vinicius Ballhausen Arruda Renan da Silva Freitas

Sofia Mandelert Pracownik Tabatha Mourao Araujo de Bulhoes

Theo Pereira da Cunha Tom Lavigne Veloso

Tomas Sobreira Machado Tomaz Maya Monteiro L de Oliveira

Professores

Ana Cecilia Pinheiro Guimarães Elisabeth Von Kruger R de Freitas

Fernando Caiuby Ariani Filho Flavia Renata Franco Lopes

Manoela Marinho Rego Moema Moura Santos

Renato Lent Santos Rodrigo Maia Barbosa Lima

Rosangela Machado de O Caldas

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América de norte a sul Gente que brinca, trabalha e reluz Gente mestiça que tantos cantos Tantas cores produz"

Nestes versos tínhamos a possibilidade de tratar de História, Geografia, Biologia, Economia, Sociologia – tantas ciências!

Decidimos começar bem do começo, a partir dos pioneiros da América. Quem foram os primeiros a chegar aqui? Com leituras, filmes e a visita ao Museu Nacional, estudamos as hipóteses de povoamento do continente. Localizamos o estreito de Bering – principal e mais provável porta de entrada – conhecemos a Luzia – a mais antiga brasileira já encontrada – e tivemos muitas outras informações sobre os primeiros habitantes e sua distribuição por essas terras.

Em seguida, através de notícias de jornais, levantamos questões sobre o ambiente natural e a biodiversidade e, com a ajuda do Atlas, relacionamos aspectos físicos com a fauna, a flora e o clima.

O próximo passo seria um trabalho que oferecesse a oportunidade de uma pesquisa mais profunda, com a necessidade de seleção de materiais, organização em grupos para o estudo, registro de sínteses e apresentação em formato de seminário ou feira. Um guia de viagem foi uma idéia que nos pareceu muito atraente. Logo fizemos um levantamento dos interesses das pessoas em viagem de turismo e os grupos ficaram divididos pelos temas: Aspectos Geográficos, Fauna e Flora, Cultura, História, Passeios. Escolhemos, então, uma região que pudesse ser um microcosmo da América – cultura pré-colombiana e cultura européia "misturando armas, religião e arte" num ambiente de muita diversidade.

Foi dessa forma que, navegando pelo mar do Caribe, aportamos em Cancun e recebemos Luciana Moreira, auxiliar da Pereirinha, que já havia estado lá, para dividir conosco suas impressões e fotos. Nas pesquisas, andamos por toda a península de Yucatan, no México. Quantas surpresas! Foi aí que descobrimos a sofisticada cultura maia – tema da nossa

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próxima apostila – e marcas da colonização espanhola, convivendo com o luxo e a impessoalidade do turismo internacional.

A socialização das pesquisas não ficou só na turma; abrimos as portas de nossa sala e recebemos outras crianças para apresentar o nosso guia de viagem.

A leitura de Robinson Crusoé, história de Daniel Dafoe (1660-1731), que tem nosso continente como cenário, fez o contato com os colonizadores e navegadores europeus daquela época. Com ele, entendemos melhor os homens daquele tempo

e imaginamos o impacto que sua publicação causou. Brincamos, também, com o tempo ao fazer a mesma viagem com quase quinhentos anos de diferença no documentário "O mundo em duas voltas", que conta as aventuras da Família Schürmann na reedição da viagem de Fernão de Magalhães. Aqui pudemos traçar um paralelo entre um tempo e outro.

Tão multifacetado e nada linear quanto a América é o programa do Quinto Ano. Além do tema do Projeto, há outros caminhos que preenchem, aproximam e ampliam nosso contato com a Língua. A apostila de Literatura tenta relembrar os tipos de texto pelos quais as crianças já passaram ao longo de sua vida de leitores. O livro de Cruzadinhas, agora já mais difícil, além da reflexão sobre a ortografia, neste ano trouxe Drummond, o que provocou um estudo sobre o poeta e uma roda de leitura especial com seus divertidos "contos plausíveis". Os conteúdos da Gramática formal vieram em embalagem nobre: Emília no País da Gramática, de Monteiro Lobato. Pela boca da boneca, Lobato questiona e encontra soluções incríveis para as nomenclaturas e regras da Língua. A partir daí, as diferentes propostas de texto, ligadas a cada um desses materiais, estavam sempre sendo compartilhadas tanto com todo o grupo, quanto com as duplas que avaliavam e buscavam ajustes objetivando a melhor forma e o melhor conteúdo.

Para fechar o semestre e dar conta das atualidades, intensificamos a Roda de Notícias. Precisávamos estar por dentro do que estava acontecendo à nossa volta; afinal, tínhamos pela frente o casamento caipira, com suas caricaturas de pessoas e fatos do dia-a-dia. Também teríamos toda a América no Rio de Janeiro para a realização dos Jogos Pan-americanos. E ainda não podíamos perder de vista as questões ambientais, sobre as quais tanto cuidamos no ano passado.

Foi esse o percurso que fizemos para atuar na construção da nossa identidade americana, prenhe de possibilidades. Numa celebração à memória, tão necessária para quem quer conhecer o passado, entender o presente e criar um futuro, começamos a montar esse intrincado e maravilhoso quebra-cabeças

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que é a nossa América.

"A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhecê-la." Eduardo Galeano

Matemática _________________________________________________________

I niciamos o ano letivo fazendo uma retrospectiva de tudo o que já aprendemos e sabemos em Matemática. O conhecimento acerca do nosso sistema de numeração e das quatro operações são valorizados, pois serão valiosos para as novas aprendizagens dessa série.

Hora de conteúdos novos. Momento de ampliar o campo numérico e complexificar as relações. A compreensão acerca das características do sistema de numeração decimal é um recurso importante para a resolução das tarefas propostas. Quando questionadas sobre as diferentes maneiras de se decompor o numeral 4035, as crianças são capazes de expressar conhecimentos importantes:

- Esse número tem 4035 unidades.

Podemos dizer também que...

- Há 403 dezenas porque quatro unidades de milhar, são 400 dezenas, mais três dezenas e mais 5 unidades.

Nossa intenção é que as crianças possam reconhecer os valores relativos, sempre refletindo e repensando nos agrupamentos de dez e não somente observando que ordem cada algarismo ocupa.

O conhecimento sobre a questão posicional parece garantido, mas sabemos da importância de complexificá-lo e trazê-lo em diferentes contextos. Assim, durante o semestre, muitas atividades em que a proposta era refletir, ler, comparar, compor e decompor, ordenar e operar com números grandes passou a ser objeto de trabalho.

As técnicas operatórias das quatro operações estavam garantidas, mas já era hora de abreviar o algoritmo da divisão. Agora vamos realizar esse tipo de conta considerando o valor relativo dos algarismos. E não podemos esquecer do estudo da tabuada da multiplicação para agilizar os cálculos. A nova técnica não trouxe dificuldades e, logo, logo, as crianças passaram a utilizá-la na resolução dos problemas que envolvem essa operação.

O estudo das frações empolgou a turma. Acreditamos que uma boa justificativa para abordar esse conhecimento é seu caráter formativo e instrumental dentro do próprio conhecimento matemático escolar. O campo dos racionais exige uma reestruturação dos conhecimentos adquiridos até então. O que servia para os números naturais, já não serve para as frações. O que antes era maior, agora é menor! 1/5 é menor que ¼. Se 5+5=10, como 1/5+1/5 não é 2/10?

Nossa primeira atividade, com as crianças organizadas em pequenos grupos, com inteiros divididos em diferentes partes, tinha como objetivo relacionar fração com divisão. Nossos meninos e meninas registraram suas descobertas, inicialmente com uma linguagem informal.

- Quanto mais você divide o inteiro menor vai ficando cada uma das partes.

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- É preciso mais oitavos que quartos para formar um inteiro.

Em seguida, apresentamos a linguagem matemática para representar as frações, os conceitos de numerador e denominador e trouxemos problemas envolvendo as frações. Mais adiante complexificamos nossos estudos e concluímos o semestre reconhecendo equivalências e comparando frações com numeradores iguais e denominadores diferentes e vice-versa. A apropriação das técnicas para comparar, operar e resolver problemas com frações totalmente diferentes também já está validada. O estudo dos múltiplos e divisores é recurso para essas situações. Nesses primeiros contatos as crianças se confundem bastante com as novas nomenclaturas. Entendemos que é hora de muitas tarefas para que as dúvidas possam aparecer e serem esclarecidas através de discussões coletivas.

Para o trabalho, contamos com o livro didático, com as fichas e com as tarefas no caderno quadriculado.

O semestre passou rápido, mas foi rico e cheio de aprendizagens. No retorno das férias novos desafios nos aguardam...

Artes _________________________________________________________

E m meio à folia carnavalesca, começamos o ano nos preparando para o famoso desfile do Bloco da Sá Pereira.

Para aquecer nosso repertório, selecionamos as mais conhecidas marchinhas de carnaval e, em grupos, com técnica livre, criamos ilustrações que pudessem traduzir nossas impressões e interpretações sobre essas canções. Para enfeitar a escola e o carro de som que acompanhou o bloco, produzimos cartazes com um fundo multicolorido que serviram de suporte para a colagem de silhuetas de tipos carnavalescos desenhadas e depois recortadas em papel branco ou preto.

Desenho de Observação

Passado o carnaval, começamos a busca de um maior diálogo e integração com as pesquisas sobre o Projeto Institucional "As Américas". Para libertar nosso corpo e nossas mentes da ferrugem das férias, mergulhamos numa aula de desenho de observação de objetos que nos remetiam a diferentes países das Américas. Deixamos, por um breve momento, nossa imaginação de lado e tentamos reproduzir, exatamente, o que nossos olhos viam. Percebendo que, para algumas crianças, a preocupação exagerada com o acabamento e a finalização as impedia de chegar à gratificação de um bom resultado, propusemos uma série de rápidos e repetidos exercícios. As diversas limitações impostas - só poder usar lápis, não poder apagar e ter tempo determinado para cada desenho - fizeram com que as crianças se soltassem e se colocassem mais corajosas para a experimentação. Ao nos entregarmos a tal exercício, sensibilizamos nosso olhar, libertamos o traço, a expressão e até mesmo a criatividade. Pode parecer contraditório, mas nessa observação pudemos constatar que, às vezes, recursos limitados podem trazer maiores provocações para o processo criador.

Aquarelas

Como desdobramento do processo iniciado com o desenho de observação, instigamos as crianças a pintar utilizando as cores que realmente eram percebidas, ao invés das que usualmente pré-concebemos sobre as dos objetos.

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Mitogramas

Ao entrarmos no túnel do tempo, provido pelo tema Américas, encontramos nos desenhos e padrões de objetos pré-colombianos e pré-cabralinos extenso material para nossas pesquisas.

Descobrimos que os mitogramas, primos dos pictogramas e ideogramas, são representações gráficas originadas de tradições mitológicas indígenas, encontradas em toda a América. Revelam a importância da relação desses povos com a natureza e servem como fator de identidade e união entre diferentes grupos. Recordam histórias míticas, resgatam raízes, tradições, cultura, arte e história. Representam valores que ainda buscamos em nosso dia-a-dia.

Muitos objetos foram observados e analisados; aprendemos a identificar as unidades que formam os padrões e a diferenciar as linhas retas e curvas; refletimos sobre o conceito da abstração e da figuração. Com base nesse estudo criamos nossos próprios padrões com lápis de cor e depois unimos os trabalhos de todos os alunos, do quarto e do quinto ano, para formar uma imensa colcha de retalhos.

Queríamos experimentar os estilos de representação dos povos antigos. Como papel e lápis de cor não nos davam uma sensação similar à dos modelos observados, resolvemos colocar a mão na massa, ou melhor, na cerâmica, e pintá-la com nanquim. Fizemos uma releitura dos mitogramas indígenas de diferentes regiões das Américas. A releitura considera elementos da linguagem visual característicos dos modelos, mas incorpora conteúdos pessoais e culturais num processo de recriação. Essa proposta nos distancia da cópia, abrindo espaço para a expressão da cultura visual das crianças. Foi uma enorme e satisfatória produção de vasos, quebra-cabeças de tijolos e cacos para construir nosso fictício sítio arqueológico.

Chegamos ao final do semestre criando mitogramas a partir de fotos de animais nativos das

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Américas. Esse estudo ainda será retomado no segundo semestre, desdobrando-se em uma pesquisa sobre a influência dessas imagens primitivas sobre a obra de arte de artistas americanos contemporâneos.

No final, criamos um espaço para a cultura popular brasileira, cuidando da decoração de nossa festa junina.

Música _________________________________________________________

D ando continuidade ao trabalho musical, passamos a explorar a música Jamaicana, mais especificamente o reggae. Falamos um pouco sobre o rastafarismo e sobre os outros gêneros musicais originados ali. Ouvimos vários

compositores e ritmos diferentes e, então, escolhemos a música "Don't worry, be happy", de Bobby McFerrin, para trabalharmos uma prática de conjunto. Após aprendermos a melodia e traduzirmos a letra, decidimos fazer uma versão em português, batizada de "Seja Feliz". Nessa versão, as crianças puderam expressar interesses e preocupações característicos do momento que estão vivendo.

Se você fez um gol de placa/ e a torcida pede bis/ corra pro abraço, seja feliz/ Se você não tem dinheiro/ pra viajar até Paris/ vá para praça, seja feliz/ Se você gosta de uma garota/ que não te olha, nunca te quis/ arranja outra, seja feliz/ Se você vai mudar de escola/ e o novo é bom, todo mundo diz/ agora é hora de ser feliz.

A turma demonstrou grande envolvimento durante esse processo. As crianças trouxeram muitas contribuições e idéias. No arranjo final, utilizamos instrumentos de percussão, metalofone, violão e piano. O resultado foi alegremente apresentado para os pais e para os colegas do Ensino Fundamental e até mesmo para as turmas mais novas da Educação Infantil, num passeio à outra sede da escola que trouxe boas recordações para os que estão conosco desde bem pequenos. Apesar do espaço não ser mais o mesmo, o mobiliário, alguns brinquedos e muitos professores e funcionários que ali encontraram fizeram parte do começo da história que viveram na Sá Pereira e que estão se preparando para concluir.

Coral _________________________________________________________ Ar, respirar.

Ritmo, pulsar.

Beleza, usufruir.

Prazer, sentir.

Som, ouvir e soar.

Som suave, forte, organizado e até mesmo aleatório.

Silêncio, prestar atenção e escutar.

Momento de falar e cantar; momento de escutar.

Coral, tudo isso junto, lado a lado, ombro a ombro.

A uma voz, em união-uníssono.

A mais vozes, em união-polifônica.

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Respirar junto: retomar o ar com a certeza de que o outro irá sustentar a nota; sustentar a nota para que o outro possa retomar o seu ar.

Concentrar-se individualmente para que o grupo se concentre.

Descobrir e superar novos limites, descobrir novas possibilidades ao cuidar do som do conjunto, crescendo pessoalmente com e junto aos colegas.

É basicamente isto o que queremos com as crianças nos ensaios do Coral.

Como toda atividade educacional de grupo, o Coral é um espaço onde seu objetivo, a música, depende fundamentalmente de cooperação e construção coletiva. Montamos, então, um repertório aparentemente pequeno, mas razoavelmente complexo, polifônico, que foi trabalhado para se realizar o melhor possível, dentro das limitações reais da idade das crianças.

Como ocorre de ano para ano, o repertório é dividido em músicas já conhecidas pelas crianças do quinto ano, que assim ajudam os novos do quarto ano a aprendê-las, com músicas novas ligadas ao tema do projeto institucional.

Este ano criamos o arranjo / pot-pourri "Adeus Chiclete", que conta a história da viagem de um sujeito que adorava "bebop" mas que, de tanta saudade do Brasil, acabou caindo no maior samba cheio de cuícas e tamborins, num Brasil bem brasileiro.

Na preparação para a Festa Pedagógica, o Coral teve a oportunidade de se "esquentar" fazendo um ensaio geral para um público especial (as crianças das outras turmas) onde aspectos como concentração, organização e movimentação foram abordados. Nas semanas seguintes à estréia, assistiram a um vídeo da apresentação,

momento que é sempre esperado com muita excitação, e onde todos fazem uma auto-avaliação, trocam sentimentos, críticas, sugestões e observações a respeito de sua realização.

Acreditamos que, quando não são por nós subestimadas ou infantilizadas em excesso, acabam mostrando que são capazes de nos surpreender e, como sempre, de nos emocionar.

Teatro _________________________________________________________

O fim das férias trouxe muitas novidades, viagens, passeios e diversões, compartilhadas nas aulas de Teatro, mas de forma diferente, pois nossos atores mirins contaram suas histórias com o Jogo Máscara, que é o seguinte: QUEM

viajou ou passeou, por ONDE foi e O QUE fez. Aí está o princípio de uma atividade que foi realizada em etapas, como processo de criação de uma montagem teatral e que norteou o semestre. Através desse jogo, contamos nossas histórias e peripécias.

Com o carnaval nos convidando a brincar, os conteúdos vinculados à grande festa foram entrando no de maneira descontraída e alegre. Após o carnaval, modificamos o tema, que passou a ser livre, para em seguida buscarmos contextos mais integrados ao projeto.

Contos da América serviram como novo estímulo para continuarmos o processo do Jogo. No início, formamos dois grandes grupos que se dividiram, depois, em grupos menores, multiplicando nossas histórias. Os alunos passaram a exercer diferentes funções, tornando-se, ora atores que propõem uma cena, ora atores que improvisam a cena proposta; e

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também atores que observam e tecem comentários sobre o que foi apresentado. Assim, foram se revezando e repetindo as cenas criadas, buscando aperfeiçoamento.

Percebemos uma evolução significativa nesse processo. As cenas foram se desenvolvendo, os comentários ficaram cada vez mais interessantes e o desafio aumentando. Passamos a jogar com apenas dois atores em cena. Nosso objetivo era fazer a transição de uma máscara para outra, criando um enredo.

Nessa etapa um novo tema surgiu: a criação da Cidade do México, do povo asteca, passa a ser motivo para a criação. Tudo o que foi vivenciado anteriormente serviu de ferramenta para a realização dessa nova montagem. Começamos a leitura de um texto com informações históricas do qual pudemos extrair os personagens, os lugares e as situações para chegarmos a um formato cênico. A partir dele, improvisamos situações experimentando-as.

O trabalho de Dança se desenvolveu de forma integrada ao de Teatro. O carnaval também foi o primeiro estímulo, para podermos experimentar diferentes passos, pequenos saltos e algumas variações. O samba, composto pela Manoela para o desfile do bloco da escola, nos favoreceu a marcação do pulso, proporcionando um caloroso ritmo. Com os passos nos pés e o ritmo no coração, surgiram nossas primeiras células coreográficas. Tudo aconteceu como uma breve introdução do que estava por vir.

Após esse início festivo, começamos a estreitar o foco. As aulas buscaram desenvolver habilidades e noções como coordenação, pulso, direção, espaço, planos (baixo, médio e alto), sincronia de movimentos em grupo, liderança, espírito coletivo, criação e execução de seqüências de movimentos etc.

A partir desses elementos, bastante trabalhados, individual e coletivamente, criamos uma coreografia que representa a chegada do povo asteca ao Lago Texcoco. Ao fechar a coreografia, nos atrevemos a misturar fala e dança num exercício cênico de celebração. O trabalho ainda não está concluído.

De celebração em celebração, vamos dar uma parada nos ensaios para realizarmos o casamento e a festa junina e assim finalizar o semestre festejando.

Educação Física _________________________________________________________ "Há muitas causas que precisam da paixão que anima os torcedores. Brinquemos, pois. É preciso rir (...)"

Rubem Alves

Embarcamos, juntos, numa grande viagem pelas Américas e, para completar, teremos a realização da edição dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Este fato nos ajuda a incentivar ainda mais àqueles que já possuem o hábito da prática esportiva e, também, a despertar o gosto pelos esportes e atividades físicas nos que ainda não o possuem.

Queimado, pique-bandeira, futebol, basquete e handebol, além das brincadeiras lúdicas, incentivaram a cooperação, o espírito esportivo e a competição de forma ética, e também animaram as manhãs e tardes no Pereirão.

Quanto à capacidade de organização em grupos, a garotada foi desafiada a montar as equipes para jogar, sem a interferência dos professores. Saíram-se muito bem, apesar de

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algumas discussões que consideramos importantes para que as crianças desenvolvam sua capacidade de argumentação e organização e iniciar logo as partidas sem perder o tempo do recreio.

Chegam ao seu último ano na escola.

São um grupo competitivo que se divide em pequenos subgrupos difíceis de se separar.

Costumam discutir bastante, principalmente entre meninos e meninas, desperdiçando muito tempo. Mas se respeitame e jogam se esforçando para cumprir, à risca, todas as regras.

O fato de possuírem grande destreza e já estarem maiores, faz com que o Pereirão se torne pequeno para eles.

Por conhecerem bem as regras dos jogos, suas preocupações se voltam para a vitória.

A exigência do grupo é maior com o juiz do que com o professor. O menor deslize não é tolerado.

Futebol e handebal, são os jogos preferidos, mas empenham-se bastante nos outros jogos.

Nosso tão esperado Pátio Sobre Rodas aconteceu e, munidos de skates, patins e patinetes, meninos e meninas se concentraram para cumprir as regras da brincadeira, testaram o equilíbrio em manobras radicais e desafiaram os limites, respeitando as possibilidades de cada um. Os que "avançavam o sinal" ou excediam o "limite de velocidade" e eram multados com a espera do lado de fora por alguns minutos, aproveitavam para dar um show de coleguismo emprestando o material para os que não haviam trazido e ajudando os que não tinham tanta experiência.

O sucesso foi tão grande que pudemos ouvir frases do tipo: "Eu não gostei, eu AMEI!" "Quando será o próximo?". Diante disso, pretendemos repetir a brincadeira no segundo semestre.

As estafetas ou competições por equipes, adaptadas às turmas, ajudaram nossas meninas e meninos a aperfeiçoar as ações motoras de correr, saltar e rastejar, bem como quicar, chutar, passar e tocar a bola com maior destreza.

Para encerrar o semestre, planejamos o Pereirão Junino e os Primeiros Jogos Pan-americanos da Sá Pereira.

Falaremos deles no relatório do final do ano.

Tribo _________________________________________________________

E spaço coletivo de aprendizagens, a escola é, inevitavelmente, um espaço de conversa, de dúvidas e certezas, de escuta e expressão de opiniões, de discussão, questionamento, reivindicação e busca de soluções, de reflexão, de

encontros e desencontros consigo e com o outro. A escola, em todos os seus tempos e espaços, por ser um ambiente de coletividade por excelência, instiga e acolhe todas essas práticas de participação e cidadania.

Nossa Tribo garante o exercício e o aprofundamento dessa convivência coletiva, tornando o espontâneo pensável e possível de aprimoramento. É um momento de pausa ao ritmo dinâmico de pesquisa, estudo, produção e vivências corporais e criativas para focar cada um de nós em nós mesmos, nesse grupo, nessa escola, nesse mundo. E, focando, indagar,

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opinar, entender, participar com o seu pensar e suas vivências, dando opiniões e escutando outras idéias.

Logo no primeiro encontro, como todos os anos, a escrita de um desejo, um sonho vinculado à vida de estudante nesse novo momento / ano / série que se inicia. Com exceção dos Segundos Anos e dos alunos novos, todos já sabem o que acontecerá com esses escritos na última Tribo do Ano. Mas sabem que o mais importante não é o fim, mas o processo de busca para que seu desejo se realize e do quanto é preciso estar implicado e empenhado nessa busca.

As Regras de Convivência nos acompanharam durante todo o semestre. Lemos, discutimos, participamos de jogos, assistimos a filmes que provocassem reflexões a fim de entender cada uma delas, cada vez mais e melhor. Desde os pequenos até os mais velhos da escola, percebemos um interesse sempre presente nessas atividades, uma participação efetiva, numa constante auto-avaliação sobre as regras que já dão conta e aquelas que precisam melhorar. Trabalhar sobre um texto documentado na Proposta Pedagógica da escola dá às crianças um sentimento de compromisso e seriedade, e uma certeza de efetiva participação. A qualidade do envolvimento de todos é que nos permite fazer essa avaliação.

As especificidades de cada grupo também direcionaram o trabalho da Tribo. Disciplina, regras do futebol e de brincadeiras, boletins, avaliações, auto-avaliações, postura de estudante, comportamento nos passeios são alguns dos assuntos que desenvolvemos, ora mais, ora menos, de acordo com as prioridades e necessidades de cada turma. Para ampliar essas discussões mais específicas, além das clássicas conversas, utilizamos também imagens em apresentações, filmes, dinâmicas e jogos.

O relaxamento, sempre presente, desejado e muito apreciado por todos, não pode faltar. Esse pequeno, mas intenso, momento de encontro consigo mesmo, percebendo toda a riqueza e grandeza de corpo, mente, sentimentos, afetos e sentidos em cada um, dá uma dimensão nova desse estar no mundo e recursos para, se percebendo, perceber o outro e o contexto, seja ele qual for, com mais equilíbrio e possibilidades de agir e de cuidar.

No próximo semestre novos caminhos, outros assuntos e temáticas surgirão. Apesar de, provavelmente, falarmos menos de Regras de Convivência, elas certamente estarão presentes porque estamos mergulhados num espaço de permanente convivência e, por isso mesmo, aprendendo o diálogo e o respeito mútuo. Especialmente porque é na intencionalidade da discussão e reflexão que garantimos muitas aprendizagens que poderiam se perder numa vivência apenas espontânea.

Inglês _________________________________________________________

O ano de 2007 chegou e a certeza de que manteríamos o vínculo positivo que construímos em 2006 se confirma a cada encontro! A turma é muito receptiva. As propostas são bem vindas e aproveitadas ao máximo!

Nas semanas que antecederam o carnaval recuperamos a música Carnival, que trabalhamos ano passado. Tiveram a oportunidade de ver um vídeo com duas gravações do grupo Chipz cantando em diferentes shows. Observaram o visual dos integrantes da banda e a coreografia. Depois conversamos sobre os objetivos desse quinto ano e o que faríamos para atingi-los. As crianças demonstram um interesse muito grande por conteúdos

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F5M Ensino Fundamental Relatório do Primeiro Semestre de 2007 12

gramaticais e sempre surgem perguntas curiosas a respeito de construções de frases e expressões escutam em músicas ou filmes. Responder a essas perguntas é uma prioridade, mas queremos, também, nos aproximar do projeto institucional. E temos que levar em conta os diferentes níveis em que se encontram.

Pensando em tudo isso, decidimos orientar o nosso projeto a partir de viagens que faríamos no continente americano. Antes de direcionarmos nosso foco, resolvemos observar todos os continentes, nomeando cada um, fazendo uma lista e relacionado-os do maior para o menor. Usamos os adjetivos "big" x "small" no superlativo e no comparativo. Depois de explorar bastante os continentes, partimos para nossa primeira viagem: as ilhas do Caribe! Durante a preparação precisavam informações sobre o lugar a ser visitado. Localizamos o arquipélago no mapa da América Central e traçamos uma rota. Não faltaram pesquisas, livros, imagens e revistas interessantes! As contribuições foram incríveis e ajudaram a responder a perguntas curiosas, como "What is an island?", "How is the weather in the Caribbean Islands?", "How many islands are there?", "Where are the Caribbean Islands located?", e a elaborar um texto que ficou registrado no caderno.

O que fazer com todas essas informações e imagens? A turma se dividiu em grupos e cada um escolheu um tema para elaborar um cartaz. Os assuntos foram os diversos tipos de moeda, a flora e a fauna da região, as ilhas que formam o arquipélago e curiosidades a respeito dos lugares. Trabalharam com muita autonomia. Para organizar todo esse conhecimento, fizemos algumas fichas e alguns registros no caderno.

Aproveitamos o momento para revisar algumas estruturas gramaticais que já tinham sido vistas. Usamos o "THERE + to Be" para descrever algumas características do Caribe nas formas afirmativa, negativa e interrogativa.

No próximo semestre, a "Sá Pereira Expedition" partirá em busca de novas aventuras e descobertas!