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FABIANA DE SOUZA GOUVEIA ANÁLISE DA ESTRUTURA E MAPEAMENTO DE SÍTIOS DE DNA BENT EM PROMOTORES DE GENES DE SECREÇÃO EM INSETOS MARINGÁ PARANÁ - BRASIL DEZEMBRO - 2006

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FABIANA DE SOUZA GOUVEIA

ANÁLISE DA ESTRUTURA E MAPEAMENTO DE SÍTIOS DE DNA BENT EM PROMOTORES DE GENES

DE SECREÇÃO EM INSETOS

MARINGÁ PARANÁ - BRASIL DEZEMBRO - 2006

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FABIANA DE SOUZA GOUVEIA

ANÁLISE DA ESTRUTURA E MAPEAMENTO DE SÍTIOS DE DNA BENT EM PROMOTORES DE GENES

DE SECREÇÃO EM INSETOS

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Maringá, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento, para obtenção do título de Mestre.

MARINGÁ PARANÁ - BRASIL DEZEMBRO - 2006

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

(Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)

Gouveia, Fabiana de Souza

G719 Análise da estrutura e mapeamento de sítios de DNA

bent em promotores de genes de secreção em insetos /

Fabiana de Souza Gouveia. -- Maringá : [s.n.], 2006.

46 f. : il. color., figs.

Orientador : Profª. Drª. Maria Aparecida

Fernandez.

Co-Orientador : Profª. Drª. Claudete Aparecida

Mangolim e Profª. Drª. Maria Claudia Colla Ruvolo-

Takasusuki.

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de

Maringá. Programa de Pós-Graduação em Genética e

Melhoramento, 2006.

1. Biologia molecular. 2. DNA - Estrutura. 3.

Sítios de DNA bent. 4. Estrutura de promotores

eucarióticos. 5. Rhynchosciara americana. 6. Gene

C3-22. I. Universidade Estadual de Maringá. Programa

de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento. II.

Título.

CDD 21.ed. 572.8633

sec-pgm
Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte (A autora)
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Dedico este trabalho aos meus pais

Maria Aparecida e Carlos José, de quem

recebi incentivo e amor incondicional.

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AGRADECIMENTOS

A Deus

Ao Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento da

Universidade Estadual de Maringá pela oportunidade da realização deste

trabalho.

À minha orientadora, Profa. Dra. Maria Aparecida Fernandez pelo carinho,

pela paciência, compreensão, orientação e confiança na minha capacidade para

realizar este trabalho.

Aos Professores que contribuíram para a realização da minha

dissertação.

Aos Professores da Pós-graduação em Genética e Melhoramento, com

alguns dos quais, por meio das disciplinas cursadas, aprendi muito.

Aos Professores e funcionários do Departamento de Biologia Celular e

Genética que contribuíram para concretização e êxito deste trabalho.

Ao Secretário do Programa de Pós-graduação em Genética e

Melhoramento, Francisco, pela ajuda e trabalho indispensáveis.

Aos amigos Adriana Fiorini, Daniela Zanatta, Fabrícia Gimenes, Juliana

Bravo, Karen Takeda e Valério Balani, pela ajuda inestimável na preparação

desta dissertação.

Ao João Paulo, pela paciência, companheirismo e compreensão.

Em especial à minha mãe, Maria Aparecida, ao Carlos Gouveia e à minha

avó Luíza, pelo carinho, apoio e incentivo.

Ao pessoal do Laboratório de Organização Funcional do Núcleo.

A todas as pessoas que fazem parte da minha vida e, que participaram,

mesmo que indiretamente, para que eu alcançasse meu objetivo.

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v

BIOGRAFIA

Fabiana de Souza Gouveia nasceu em 30 de julho de 1981, na cidade de

Maringá, Estado do Paraná.

Formou-se em Ciências Biológicas - habilitação em licenciatura e

bacharelado, pela Universidade Estadual de Maringá em julho de 2003.

Em março de 2005, matriculou-se no Programa de Pós-graduação em

Genética e Melhoramento, em nível de Mestrado, na Universidade Estadual de

Maringá.

No dia 14 de dezembro de 2006, submeteu-se à banca para defesa da

Dissertação.

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vi

ÍNDICE

RESUMO vii

ABSTRACT ix

1. INTRODUÇÃO 01

1.1. Objetivos 07

2. REVISÃO DE LITERATURA 08

2.1. Amplificação gênica em insetos 08

2.2. Estruturas alternativas de DNA 10

2.3. Detecção de DNA bent 13

3. MATERIAIS E MÉTODOS 17

3.1. Fragmentos de DNA 17

3.2. Amplificação por PCR 18

3.3. Clonagem do produto de PCR 18

3.4. Análise eletroforética 18

3.5. Análise computacional da curvatura 20

3.6. Reação de seqüenciamento 20

3.7. Seqüenciamento e análise computacional 21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 22

4.1. O gene C3-22 de Rhynchosciara americana é flanqueado por sítios

de DNA bent intrínsecos 22

4.2. Promotores de genes de secreção em insetos apresentam parâmetros

helicais comuns 29

5. CONCLUSÃO 36

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

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RESUMO

GOUVEIA, F. de S. M.S. Universidade Estadual de Maringá, dezembro de 2006.

Análise da Estrutura e Mapeamento de Sítios de DNA Bent em Promotores de Genes de Secreção em Insetos. Orientadora: Dra. Maria Aparecida

Fernandez. Professoras Conselheiras: Dra. Claudete Aparecida Mangolim e Dra.

Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki.

Sciaridae é uma importante família de moscas também conhecidas como

fungus gnat, em sua maioria são pestes de vegetais e fungos. No Brasil, algumas

espécies são mantidas em laboratório e utilizadas para pesquisa, como: Bradysia

hygida, Trichosia pubescens e Rhynchosciara americana. O sciarídeo

Rhynchosciara americana é um importante modelo biológico para estudos de

transcrição e replicação em domínios amplificados. Estudos, na região amplificada

do pufe de DNA C3 da glândula salivar, demonstraram processos de replicação

diferencial e de transcrição no segmento que comporta o gene C3-22. Os objetivos

deste trabalho foram: 1. investigar a presença de sítios de DNA bent intrínsecos em

um segmento de 6132 pares de bases (pb) que contém seqüências à montante e à

jusante do gene C3-22; 2. comparar sítios de DNA bent na região promotora dos

genes de proteínas de secreção: C3-22 e B2 de Rhynchosciara americana; BhC4-1 e

BhB10 de Bradysia hygida; Sgs3 e Sgs5 de Drosophila melanogaster; TpC4 de

Trichosia pubescens; II9-2 de Sciara coprophila e Fib-H de Bombyx mori. O fator

principal da curvatura intrínseca é a presença de trechos de dA/dT, repetidos de 2 a

6 pb, em uma volta da hélice de DNA, ou intervalos múltiplos de 10 pb. Embora a

função desta estrutura não esteja completamente esclarecida, é discutido se a

curvatura intrínseca é necessária para regular a transcrição. Utilizando os programas

computacionais Map15a e 3D15m1, foram calculados parâmetros helicais, ângulos

Roll, ENDS ratio, Twist e Direction e foram obtidas projeções 2D de seqüências de

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aproximadamente 600 bp que contém promotores de genes. Os resultados indicaram

a presença de sítios de DNA bent na região promotora (b-3

, b-2

e b-1

) e à jusante (b+1

)

do gene C3-22 de R. americana. Esses sítios apresentaram parâmetros helicais que

confirmaram segmentos curvos e com superenrolamento negativo. A análise de

nove promotores de genes de insetos que produzem proteínas de secreção

demonstrou que essas regiões têm estruturas e parâmetros helicais similares,

indicando que a curvatura intrínseca, dependente da seqüência, pode ser uma

característica conservada de seqüências TATA-box nesses organismos.

Palavras-chave: estrutura de promotores eucarióticos; Rhynchosciara americana;

gene C3-22; sítios de DNA bent.

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ix

ABSTRACT

GOUVEIA, F. de S. M.Sc. Universidade Estadual de Maringá, december 2006.

Structural Analysis and Bent DNA Sites Mapping on Promoters from Insect Secretion Genes. Adviser: Dr. Maria Aparecida Fernandez. Co-Advisers: Dr.

Claudete Aparecida Mangolim and Dr. Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki.

Sciaridae is an important family of flies also knows as fungus gnat, that

mostly are pests of vegetables and fungus. In Brazil, some species are maintained in

laboratories and used for research as, Bradysia hygida, Trichosia pubescens and

Rhynchosciara americana. The sciarid Rhynchosciara americana is an important

biological model for studies of transcription and replication within an amplified

domain. Studies on the salivary gland C3 DNA puff amplified region showed

process of differential replication and of transcription in the C3-22 gene segment.

The aim of this work were: 1. to investigate intrinsic bent DNA sites in a 6132 base

pair (bp), that contains the C3-22 gene and upstream and downstream sequences; 2.

to compare bent DNA sites in the promoter region of the secreted genes:

Rhynchosciara Americana C3-22 and B2; Bradysia hygida BhC4-1 and BhB10;

Drosophila melanogaster Sgs3 and Sgs5; Trichosia pubescens TpC4; Sciara

coprophila II9-2 and Bombyx mori Fib-H. The main factor of intrinsic curvature is

the presence of dA/dT tracts, repeated from 2 to 6 bp, in a helical turn phase DNA

with or multiple intervals of 10 bp. Although the function of this structure is not

completely known, is discussible if the intrinsic curvature is necessary to regulate

the transcription. Using Map15a and 3D15m1 software were calculated the helical

parameters: Roll angle, ENDS ratio, Twist and Direction and were obtained 2D

projections from sequences with approximately 600 bp that contains the gene

promoter. The results indicated bent DNA sites in the region promoter (b-3

, b-2

e b-1

)

and downstream (b+1

) of the R. americana C3-22 gene. These sites showed helical

parameters that confirms curved and negative supercoil segments. The analysis of

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x

nine more insects genes promoters that produces secreted proteins, demonstrated

that these regions have similar structures and helical parameters, indicating that the

intrinsic curvature, sequence dependent, may be a conserved characteristic of

TATA-box regions in insects secretion protein genes.

Key-words: eukaryotic promoters structures; Rhynchosciara americana; C3-22

gene; bent DNA sites.

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1. INTRODUÇÃO

Sciaridae é uma família mosca bastante numerosa, geralmente conhecida

como moscas de fungo ou fungus gnats. São ainda pouco estudadas dentro dos

dípteros, provavelmente em virtude do pequeno tamanho desses insetos e da

dificuldade na identificação específica, pois apresentam grande homogeneidade

superficial. Atualmente, cerca de 100 gêneros são conhecidos com 1.700 espécies

descritas, mas são estimadas aproximadamente 20.000 espécies, principalmente nos

trópicos (Amorim, 1992). Sciarídeos são razoavelmente comuns nos depósitos de

âmbar, e os fósseis mais antigos datam do período Cretáceo (Whalley, 1981).

Os sciarídeos são amplamente distribuídos por todos os continentes. Nos

Estados Unidos, as espécies são geralmente encontradas nos Estados do norte e

ocidentais, sendo que alguns exemplares de Bradysia ssp. foram coletados por toda

a Flórida. Em estufas na área de Apopka, Orange County, foram identificados

sciarídeos, como sendo da espécie Bradysia coprophila (Lintner) e Bradydia

impatiens (Johannsen) (Papavero, 1968). Também, foi identificada a espécie B.

coprophila em Punta Gorda, Charlotte Country, e em Gainesville, Alachua Country.

Novas espécies foram catalogadas na Costa Rica e outras 11 são indicadas em áreas

próximas (Steffan, 1966).

Entre os sciarídeos, o ciclo de vida de apenas algumas espécies foi estudado

com detalhes, principalmente daquelas que são pestes de cogumelos comerciais. Os

adultos de sciarídeos são pequenos, com moscas delicadas, e apresentam duas asas

preto/cinzentas, olhos grandes compostos e antenas filiformes longas e escuras. As

fêmeas são, geralmente, maiores que os machos e seus abdomes são freqüentemente

expandidos por causa do acúmulo de ovos (William, 2006).

Em média, uma fêmea pode colocar 150 a 170 ovos brancos ou amarelados,

minúsculos, de ovas únicas, ou em grupos dentro de casca de árvores (carapaças de

crescimento), em espaços apertados, e nas paredes de casas onde as larvas estão se

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desenvolvendo, que podem funcionar também como “abrigos” para as moscas

adultas (Agri-Food Bioscience Instituinte).

O desenvolvimento larval é dependente da temperatura, mas geralmente

após 12-25 dias, transformam-se em crisálidas. As larvas dos fungus gnats têm

cápsulas pretas brilhantes e os corpos com coloração variada; o último segmento do

corpo é lobado. Na fase larval, elas têm aproximadamente 1/4 de polegada de

comprimento e na natureza constroem seus casulos com restos de matérias em

decomposição e secreção produzida pela própria larva, que ao secar, assume aspecto

semelhante a uma teia. Quando o adulto emerge do solo no fim do período pupal e

recomeça o ciclo, sendo que muitas gerações se sobrepõem durante todo o ano

(Dreistadt, 2006).

As larvas e os adultos habitam áreas úmidas e sombreadas. Os estádios

imaturos podem ser encontrados sob cascas de árvores caídas, em órgãos de plantas,

em matéria orgânica em decomposição ou, como no caso da espécie Austrosciara

termitophila em ninhos de cupim.

A alimentação dos sciarídeos é composta de fungos, fezes de animais e

tecidos vivos de plantas. Esses insetos podem causar danos economicamente

importantes, pois atacam o tecido saudável de plantas cultivadas como: a batata, o

trigo, o trevo vermelho, a alfafa, as mudas de pinho, e as várias plantas ornamentais,

incluindo os bulbos de tulipas, as samambaias, as begônias, os gerânios, os cactos,

as orquídeas e as dracenas (Hale, 2003). Além disso, são descritos sciarídeos que

atacam plantações de fungos comerciais e que causam danos ao eucalipto, às várias

espécies de solanáceas e às plantações de rosas (Amorim, 1997). As larvas podem

ser pestes importantes em algumas estufas e em depósitos de cogumelo. Além do

fator do incômodo do adulto, as populações larvais podem danificar raízes e entrar

em hastes macias ao nível do solo. Nas estufas, são geralmente mais abundantes no

inverno e primavera, mas o adulto pode estar presente em locais da produção de

cogumelo durante todo o ano (Price, 2006).

Na região de Arujá – SP , no final de 1998, plantas de Lisianthus

apresentaram subdesenvolvimento, amarelecimento de folhas e atraso na floração,

causados por uma alta incidência de adultos de sciarídeos. As raízes dessas plantas

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apresentavam escurecimento e/ou apodrecimento das radicelas, com elevado

número de larvas, provavelmente intensificado pelas condições favoráveis para o

desenvolvimento desses insetos. Nos cultivos, em vasos de Lisianthus, observou-se

que as larvas se alimentavam das raízes mais externas da planta (Hojo et al., 2000).

Alguns sciarídeos causam problemas nas estufas da Flórida, e em sua

maioria geram injúrias nas plantas: outro problema é o grande número de vôos das

moscas que ocasionam incômodo aos trabalhadores (Raymond, 2003).

Plantas ornamentais de flores como Eustoma grandiflora, Gérbera spp. e

Ciclamen persicum, introduzidas de regiões temperadas para as nossas condições e

cultivadas em vaso, têm demonstrado sensibilidade às condições adversas do

ambiente. Desse modo, o cultivo em ambiente protegido assegura padrão de

qualidade e sincroniza o estágio das plantas para a comercialização em

determinadas épocas do ano. Entretanto, esse microclima também é adequado para

o desenvolvimento de agentes fitopatogênicos e pragas.

Em folhas de plantas do morangueiro cultivado em sacolas plásticas, foram

visualizados sintomas do ataque por fungus gnat, mesmo em ambiente protegido.

Esses sintomas consistiram no aparecimento de folhas com bordas necrosadas o

que, a princípio, indicava a possibilidade de ocorrência de uma doença. Em algumas

dessas plantas ocorria necrose total, conduzindo à morte das mesmas. O

crescimento do número de plantas atacadas por larvas de sciarídeos coincidiu com a

verificação de ocorrência da antracnose do rizoma (Colletotrichum fragariae) e,

também, com sintomas do mofo cinzento (Botrytis cinerea).

Pode-se evidenciar com isso, que as larvas de sciarídeos, além de causar

danos diretos na raiz das mudas, ainda pré-dispõe a planta ao ataque de doenças

uma vez que a mosca adulta atua na disseminação de fungos fitopatogênicos, em

virtude da sua capacidade em levar os esporos desses organismos aderidos ao corpo.

A alimentação larval causa também danos indiretos, criando feridas que permitem a

entrada de patógenos na planta (Gardiner et al., 1990; Jarvis et al., 1993). Larvas e

adultos de fungus gnats podem transmitir doenças a plantas saudáveis, tais como: o

Botrytis, o Pythium, e o Verticillium (Kalb e Millar, 1986; Gardiner et al., 1990;

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James et al., 1995). Esses insetos têm preferência por ambientes ricos em matéria

orgânica e com elevada umidade (Radin et al., 2006).

Vários pesquisadores observaram que a Bradysia sp. é uma importante

praga nos cultivos em estufa e em viveiros de mudas de plantas com grande

importância econômica como as ornamentais, os citros, o tabaco e outras (Kennedy,

1973), pois, nesses ambientes, as condições de cultivo são favoráveis para o

desenvolvimento do inseto. Suas larvas abrem galerias no mesófilo foliar e nas

cascas das estacas, na casa de vegetação, que reduz a brotação. As larvas se

desenvolvem, atacam o sistema radicular, e podem causar danos severos ao vegetal

em fase de germinação (Tsukushi e Kiplinger, 1968). Em pupunheiras, as larvas

penetram nas plântulas e mudas, atingem a região do palmito e atuam de maneira

semelhante ao Fusarium (Moro, 1996).

No Brasil, segundo Gallo (2002), as lavras aparecem como praga de

cogumelo, sendo conhecidas como “moscas-do-cogumelo”, ocasionam sérios

prejuízos ao se alimentarem das radicelas e tecidos tenros, provocando o secamento.

Embora ainda não se tenham registros de serem praga, a mosca Trichosia

pubescens (Morgante), comum à fauna brasileira, apresenta hábitos de vida

semelhantes aos de Bradysia hygida (Sauaia e Alves, 1968). O ciclo de vida dessa

espécie, em condições laboratoriais, tem duração de aproximadamente 30 dias a

21oC. Sua fase larval consiste de quatro estádios, separados por três mudas. Por

volta do 22o dia, após a eclosão do ovo, ocorre a muda pupal no interior de um

casulo individual, constituído de terra e de secreção produzida pela própria larva.

Quatro dias após a muda pupal, emerge o adulto que tem um período de vida

aproximadamente de dez dias (Morgante, 1969).

O sciarídeo Rhynchosciara americana comum em regiões de Mata

Atlântica, principalmente no litoral paulista, também não é descrito como praga. As

larvas dessa mosca nascem gêmeas e constroem em conjunto um casulo comunal,

com secreção das próprias larvas e materiais em decomposição. Quando em cópula,

a fêmea voa e leva como bagagem o macho (Nonato e Pavan, 1951).

A fauna brasileira apresenta grande diversidade de sciarídeos, e,

atualmente, são descritos cerca de 60 espécies entre Bradysia sp., Trichosia sp., e

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outros gêneros encontrados no Brasil. Nesse trabalho, será discutido sobre as

espécies Rhynchosciara americana, Bradysia hygida e Trichosia pubescens.

Recentemente, por meio do método de Feulgen foram determinados os

tamanhos dos genomas de alguns sciarídeos: Bradysia hygida (3x108 pb),

Rhynchosciara americana (3,6x108 pb) e Trichosia pubescens (1x10

9 pb) (Saccuti

et al., 2005). Em comparações de seqüências de R. americana com outros

organismos, 29,8% dos Expressed Sequence Tags (ESTs) analisados apresentaram

semelhança com seqüências já depositadas no GenBank. Conforme esperado, o

organismo que apresentou maior similaridade com R. americana foi Drosophila

melanogaster, seguido por Anopheles gambiae. Quando os ESTs foram comparados

com o banco de dados BLASTX, foi identificado um grande número de proteínas

que apresentavam similaridade com seqüências já depositadas. Nessa análise,

Drosophila (34,19%) e Anopheles (32,05%) foram os organismos que apresentaram

maior similaridade com Rhynchosciara americana, sugerindo proximidade

filogenética entre esses organismos (Siviero et al., 2006).

Um grande desafio à manipulação e controle de pestes é a resistência dos

insetos a xenobióticos, que incluem aleloquímicos naturais de plantas e inseticidas

sintéticos. Durante décadas, foi realizado um grande esforço para identificação de

genes associados à resistência a xenobióticos e de mudanças estruturais em suas

funções, em condições de laboratório. Foram identificados como mecanismos de

resistência: alterações genômicas espontâneas conduzindo à amplificação gênica,

indução e ao aumento transcricional e mutações nos genes que codificam esterases,

citocromo P450 e monooxigenases (P450s), e as Glutationas-S-transferases (GSTs)

(Xianchun et al., 2006).

A amplificação gênica, segundo Hoy (1994), pode ser importante

mecanismo de resistência a inseticidas, como observado para Myzus persicae. O

efeito de “choque” dos piretróides tem sido um outro mecanismo importante na

resistência de Drosophila sp. e alguns insetos-praga, porém sua base molecular

ainda não foi bem estabelecida. Entretanto, nos dípteros que apresentaram tal

mecanismo, tem-se verificada a redução de 40% na densidade dos canais de sódio,

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podendo, esta causa bioquímica, estar envolvida na resistência (Crampton e

Eggleston, 1952).

Mutações também podem resultar em resistência de um inseto a pesticidas.

Após o processo de amplificação gênica, ao invés de existir apenas uma cópia do

gene, várias cópias estão presentes no genoma do inseto, e gerar aumento na

quantidade de produto do gene. Se esse gene codificar uma enzima detoxificante,

então o inseto poderá metabolizar muito mais inseticida. Há mutações que alteram a

regulação da expressão gênica, levando à produção de mais (ou menos) proteína

codificada pelo gene. A alteração estrutural na proteína codificada por um gene é

outro tipo de mutação que pode resultar em resistência.

Por exemplo, a troca de um nucleotídeo, na região codificadora do gene,

pode gerar uma mudança na codificação de um aminoácido, e conseqüentemente,

uma alteração tri-dimensional na proteína, resultando ou não em resistência. Essa

mutação pode levar a uma alteração estrutural no sítio de ação do inseticida,

reduzindo ou bloqueando a habilidade do inseticida em se ligar, ou

aumentando/diminuindo a habilidade da proteína em metabolizar o inseticida. Uma

mudança estrutural não altera a quantidade de produto, mas sim a qualidade do

produto codificado pelo gene. Em última análise, essas mutações estão associadas a

três tipos de mecanismos de resistência: metabólica (citocromo P450

monooxigenases, esterases e S-transferases), insensibilidade do sítio de ação

(acetilcolinesterase, GABA, canal de sódio) e outros como a redução de penetração

do pesticida e mudança comportamental.

Rhynchosciara americana é um importante modelo biológico para estudos

de politênia e amplificação gênica, e como a região amplificada do pufe de DNA C3

de Rhynchosciara americana apresenta processos de replicação diferencial e

transcrição bem descrita (Santelli et al., 1991; Yokosawa et al., 1999; Soares et al.,

2003), o objetivo desse trabalho foi investigar a presença de sítios de DNA bent na

região de 6132 pb a montante e a jusante do gene C3-22.

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1.1. OBJETIVOS

� identificar a presença de sítios de DNA bent intrínsecos na região promotora

e 3’ do gene C3-22 do pufe de DNA C3 do sciarídeo Rhynchosciara

americana, por meio de análise eletroforética de segmentos dessas regiões;

� comparar a estrutura bidimensional e identificar os possíveis sítios de DNA

bent na região do TATA-box de genes de secreção: B2 e C3-22 de

Rhynchosciara americana, Sgs3 e Sgs5 de Drosophila melanogaster, BhB10

e BhC4-1 de Bradysia higida, TpC4 de Trichosia pubescens, Fib-H de

Bombyx mori e II9-2 de Sciara coprophila.

Os resultados desse trabalho certamente adicionarão dados para o

mapeamento das características estruturais encontradas em regiões promotoras, que

possibilitará o estudo da relação entre estrutura e função nos processos biológicos

das células.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Amplificação gênica em insetos

Em experimentos com Xenopus laevis, foi demonstrado que o processo de

amplificação gênica pode acarretar a síntese adicional de RNAr (Hyrien et al.,

1995). O aumento de cópias gênicas por exposição a drogas específicas proporciona

a sobrevivência de uma determinada célula e/ou organismo pelo aumento de

produtos protéicos responsáveis pela sua manutenção em um ambiente desfavorável

(Kellems, 1993).

A amplificação gênica, que ocorre durante o desenvolvimento e codifica

proteínas, é facilmente verificada pela replicação diferencial de segmentos no

genoma. Os dois domínios, que contêm genes coriônicos de Drosophila

melanogaster, estão localizados nos cromossomos 3 e X, além de serem sítios de

intensa atividade transcricional, e são amplificados durante o final da oogênese

(Spradling et al., 1980; Griffin-Shea et al., 1982). Nesses domínios amplificados

cromossômicos, foi verificado que o amplicom estende-se por cerca de 100 Kb em

ambas as direções das regiões flanqueadoras apresentando gradiente de

amplificação, uma vez que o número de cópias extras de DNA é mais alto na região

gênica que nas extremidades 5’ e 3’ (Spradling, 1981).

Esses dados sugerem que esteja ocorrendo reiniciações de origens de

replicação nesta região amplificada, e essa seria reativada várias vezes, fazendo com

que as múltiplas forquilhas de replicação progridam bi-direcionalmente, resultando

em uma estrutura denominada onion skin. Esse modelo foi confirmado por meio de

experimentos com os mutantes ocelliless (Spradling, 1980), por microscopia

eletrônica em DNA de células foliculares (Osheim e Miller, 1983) e por géis de

eletroforese bi e tri-dimensionais (Claycomb e Orr-Weaver, 2005).

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Outro sistema de amplificação gênica regulada no desenvolvimento são os

de proteínas cujos genes estão localizados nos pufes de DNA de cromossomos

politênicos de sciarídeos (Gerbi e Urnov, 1996).

Genes amplificados foram descritos para loci específicos localizados nos

pufes de DNA dos cromossomos politênicos das glândulas salivares de sciarídeos,

os quais são considerados sítios de expressão gênica regulada. Análises do padrão

de atividade desses genes mostraram que sua expressão é regulada no

desenvolvimento, acompanhando a formação dos respectivos pufes de DNA

(Santelli et al., 1991; Paçó-Larson et al., 1992; Wu et al., 1993; Monesi et al., 1995;

Fontes et al., 1999).

Pufes de DNA se formam em certos segmentos dos cromossomos

politênicos das glândulas salivares no final do 4o estádio larval e são sítios de

intensa síntese de DNA e RNA, que resultam na produção de elevadas quantidades

de proteínas específicas. Dentre os pufes de DNA observados em células politênicas

de glândulas salivares de sciarídeos, o pufe C3 é um dos maiores observados em

Rhynchosciara americana (Penalva et al., 1997). E em sua região de localização é

codificada uma proteína de secreção salivar, que provavelmente se encontra

envolvida na formação do casulo pupal (Penalva et al., 1997). Resultados

mostraram que a replicação do DNA, nessa região, inicia-se em múltiplos sítios, a

pelo menos 6 Kb a montantedo promotor do gene C3-22 localizado nesse pufe

(Yokasawa et al.,1999). Medidas do número de cópias extras ao longo do amplicom

do pufe C3 mostraram que dentro dessa zona de iniciação da replicação ocorre o

maior grau de amplificação, juntamente com a região de localização do gene C3-22,

reforçando a tese de que esse seria o local de reiniciação da replicação (Yokasawa

et al., 1999). E que, provavelmente, segue o mesmo mecanismo de amplificação

gênica tipo onion skin descrito para os genes coriônicos de Drosophila (Gerbi e

Urnov, 1996) e para o gene BhC4-1 de Bradysia hygida (Monesi et al., 1995).

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2.2. Estruturas alternativas de DNA

Seqüências de DNA, de relevância regulatória, são capazes de assumir

conformações tridimensionais no núcleo. A formação de estruturas específicas

induzidas por proteínas foi observada em nucleossomos, mas o DNA pode assumir

uma conformação curva sem interação com outras moléculas (Chalberg e Englund,

1980).

Sítios de DNA bent estão envolvidos em uma grande variedade de

processos biológicos e regiões específicas do genoma onde ocorre a interação do

DNA e proteínas, como recombinação gênica (Milot et al., 1992), replicação (Linial

e Shlomai, 1988; Cadle et al., 1990; Altmann e Fanning, 2004; Fiorini et al.,

2006a), transcrição (Wada-Kiyama e Kiyama, 1994; Delabre et al., 1995; Mariley e

Pasero, 1996; Perez-Martin e de Lorenzo, 1997; de Souza e Ornstein, 1998; Nair,

1998; Bash et al., 2001; Fiorini et al., 2001), formação de nucleossomos (Wada-

Kiyama et al., 1999; Virstedt et al., 2004), sítios frágeis (Palin et al., 1998), regiões

de associação à matriz nuclear-MARs (Homberg, 1989; Boulikas, 1993; Fukuda,

1999; Fukuda, 2000; Fiorini et al., 2006b), levando à proposta da importância

funcional da curvatura.

Mutações, breakpoints e recombinações podem estar relacionadas a

estruturas diferenciais de DNA. Análises de 128 breakpoints e deleções de mtDNA

de humanos revelaram que essas alterações, em larga escala, freqüentemente

ocorrem em regiões preferenciais, onde foram observados sítios de DNA bent.

Essas modificações estruturais podem facilitar o reconhecimento pela maquinaria de

recombinação que está envolvida em um grande número de mutações no mtDNA

humano (Hou e Wei, 1996; 1998). DNA bent foi observado em rearranjos

genômicos entre o gene c-myc e os loci gênicos da imunoglobulina de cadeia pesada

(Ohki et al., 1998) e em locais de recombinação. No genoma de ratos, é responsável

pela curvatura na região codificante para a proteína KIN17 (Mazin et al., 1994). As

recombinações cromossômicas, em mamíferos, podem ser fortemente associadas à

presença de DNA bent ou anti-bent, visto que o DNA bent intrínseco foi associado

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também com a recombinação específica em procariotos e em eucariotos inferiores

(Fiorini et al., 2006a).

Uma forte curvatura na seqüência que compreende 30 pb do início da

transcrição foi identificada por meio da análise computacional da curvatura

dependente da seqüência e do comportamento eletroforético em géis de

poliacrilamida, de uma região promotora do gene AaH1 da toxina do escorpião

Antroctonus australis. Esse resultado evidenciava a proposição de que estruturas de

DNA bent estão associadas com processos transcricionais em células eucarióticas

(Delabre et al., 1995).

Em sciarídeos, foi reportada a presença de sítios bent intrínsecos em

fragmentos de regiões amplificadas do pufe DNA C4 de Bradysia hygida, cujo

segmento inicial de 1847 pb (posição –3697 até –1850) apresentou múltiplos sítios

de bent (Fiorini et al., 2001), cuja região está localizada na zona preferencial de

replicação identificada para o segmento amplificado do pufe C4 de Bradysia

hygida, por análise em géis bidimensionais neutro-alcalino e neutro-neutro (Coelho,

1997). Outra região que apresenta sítio de DNA bent no pufe C4, com início na

posição –957, é colocalizada com o promotor putativo do gene BhC4-1, cujos

resultados sugerem que esses sítios bent devem estar envolvidos com os processos

de replicação diferencial e transcrição desse segmento genômico (Fiorini et al.,

2001).

O principal fator determinante da curvatura intrínseca é a presença de

trechos ricos em adeninas e timinas (A/T trechos) repetidos de 2 a 6 pb,

aproximadamente a cada intervalo de 10 pares de bases, uma volta da hélice de

DNA, ou intervalos múltiplos de 10 pb (Trifonov e Sussman, 1980; Anderson,

1986; Koo et al., 1986; Haran e Crothers, 1989). Uma provável explicação para a

formação dessa curvatura consiste na interação dos pares de bases A/T em

seqüência, permitindo a formação de uma ligação cruzada entre um átomo de

oxigênio da T e um de nitrogênio (N-H) da A na reentrância maior da hélice de

DNA, e também em um pequeno contato entre um átomo de oxigênio da T e um

átomo de carbono da A na reentrância menor. Estas duas ligações cruzadas

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permitem que os pares de bases AA/TT permaneçam próximos (Calladine e Drew,

2004) e promovam uma curvatura natural da hélice (Figura 01).

Há três modelos principais para explicar o efeito de cada nucleotídeo sobre

a curvatura total do DNA: o modelo junction (Levene e Crothers, 1983), o modelo

wedge (Trifonov e Sussman, 1980) e o mixed sequence model (Young e Beveridge,

1998). O modelo junction é o mais simples e descreve a curvatura global como

resultado de uma deflexão em cada junção entre os eixos do DNA normal (B-DNA)

e o DNA com trechos de poli A/T. Acredita-se que essas deflexões sejam causadas

pelas diferenças nas inclinações dos pares de bases nestas duas formas da hélice

(Bolshoy et al., 1991). O modelo wedge é um modelo mais geral, estabelecendo que

cada nucleotídeo esteja associado com alguma deflexão do eixo do DNA e é

geometricamente independente (Figura 2). O modelo denominado mixed sequence

model propõe que o bent é causado por uma série de pequenos bends entre as bases

adjacentes fora dos trechos de adeninas.

Os três modelos são úteis para predizer a conformação do DNA, embora o

modelo wedge seja o mais aceito (Yamamura et al., 2001). Utilizando-se um

Figura 1. Dois pares de base A/T mostrando uma possível ligação de hidrogênio adicional entre

eles na reentrância maior. A-adenina, T-timina. (Adaptado de Calladine e Drew, 2004).

B

CH3O

N

O

T N

H

N

H

NN H

N

C1

C1

H

H

N

H

CH3O

N

O

TN

H

N

H

NN H

N

C1

C1

H

H

A

AN

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programa baseado no modelo wedge (Shpigelman et al., 1993), pesquisas

predizeram DNA curvo em muitas regiões cromossômicas (Boulikas, 1994; Schatz

e Langowshi, 1997; Nair, 1998; Rodley et al., 1998; Bechert, 1999; Wada-Kiyama

et al., 1999).

2.3. Detecção de DNA bent

A presença de curvaturas locais em um fragmento de DNA, produzidas pela

presença de trechos de dA repetidas periodicamente, pode contribuir para que as

distâncias entre as extremidades de um fragmento sejam menores que a distância

em pares de bases do fragmento linear. Além disso, sítios de DNA curvo

contribuem para a curvatura macroscópica, cujo comportamento pode ser verificado

por meio de análise eletroforética em gel de poliacrilamida, pois a migração desses

fragmentos é mais lenta que a de uma molécula de DNA linear do mesmo tamanho

molecular (Crothers et al., 1990; Hagerman, 1990; Harrington, 1993). Géis de

poliacrilamida dificultam a passagem de fragmentos com conformações alternativas

(A)

(B)

(A)

(B)

Figura 2. A) Modelo junction. B) Modelo wedge.

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por seus poros regulares, o que permite a análise do tamanho e da forma dos

fragmentos. A molécula de DNA bent necessita de poros relativamente largos, por

meio dos quais ela migra, comportando-se, durante a eletroforese, como se o seu

tamanho molecular fosse maior (Stellwagen, 2000). Por outro lado, géis de agarose,

que apresentam uma malha irregular, permitem apenas a análise do tamanho dos

fragmentos e não são sensíveis a pequenas diferenças conformacionais de moléculas

de DNA (Holmes e Stellwagen, 1991). O padrão de mobilidade no gel depende

tanto da seqüência do DNA quanto da localização da curvatura no fragmento de

DNA (Figura 3) (Wu e Crothers, 1984).

Se a curvatura estiver localizada no centro, o fragmento de DNA terá uma

distância menor entre suas extremidades, tendo, portanto, maior dificuldade em

passar pelos poros do gel de poliacrilamida, e, conseqüentemente, apresenta

mobilidade eletroforética reduzida. Quando a molécula de DNA apresentar sítios

bent em uma das suas extremidades ou em ambas, terá maior mobilidade, ou seja,

maior do que a normal (Wu e Crothers, 1984). Fragmentos que apresentam sítios de

DNA bent em direções opostas, em que um cancela o outro, característica

denominada de anti-bent, migram normalmente em géis de poliacrilamida.

Outras mudanças conformacionais do DNA como formações cruciformes,

loops e gaps, ou outros elementos de estruturas secundárias, podem resultar na

redução da mobilidade. Sob algumas condições, quando a migração eletroforética é

submetida a altas temperaturas ou quando há a presença de um agente intercalante

do DNA (como, por exemplo, a distamicina ou brometo de etídio), moléculas

curvas podem apresentar mobilidade condizente ao seu tamanho molecular em géis

de poliacrilamida. Sendo assim, é possível distinguir DNA bent de outras alterações

conformacionais do DNA (Diekman e Lilley, 1987).

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Goodsel e Dickerson (1994) propuseram distinção entre DNA bent e DNA

curvo: DNA bent é a tendência de sucessivos pares de bases tornarem-se não-

paralelos de uma maneira aditiva, ou seja, pequenas curvaturas de aproximadamente

dois ou três pares de bases em seqüência; e DNA curvo representa a tendência do

eixo da hélice em seguir uma via não-linear ao longo de uma apreciável extensão,

cuja curvatura é provocada pelo efeito cumulativo de pequenas deflexões associadas

com cada par de bases de DNA bent com regiões não bent intercaladas (Figura 4).

Figura 3. Esquematização do comportamento eletroforético dos fragmentos de DNA com e

sem curvatura em géis de agarose e poliacrilamida. Os segmentos em vermelho na barra no

topo da figura indicam regiões de DNA bent e os números diferentes sítios de restrição. A

mobilidade poderá ser normal, reduzida ou acelerada, dependendo da posição dos sítios bent,

estrutura do fragmento e do suporte utilizado na eletroforese. EthBR, Brometo de Etídio.

acelerada

Clivagem com enzimas de restrição

enzima 1

enzima 2

Eletroforese sem agentes intercalantes

Agarose

Poliacrilamida

Eletroforese com EthBr

enzima 3+1

normal

Poliacrilamida normal

2 2 1 1 3

a b

b

reduzida

a

normal

normal

normal

normal

normal

Mob

ilid

ade

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Figura 4. Este diagrama mostra dois fragmentos de DNA. Cada segmento representa cinco

pares de bases ou metade de uma volta da hélice do DNA. A) Regiões bent de cinco pares

de bases em seqüência, mas em direções opostas, produzem curvaturas locais na molécula,

sem ocasionar uma curvatura global; B) Substituição dos segmentos de cinco pares de

bases bent por segmentos não bent induz curvatura da molécula de DNA. (Adaptado de

Goodsell & Dickerson, 1994).

A

B

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Fragmentos de DNA

Para a realização desse trabalho, foram utilizados fragmentos de DNA que

contêm o gene C3-22 e regiões flanqueadoras do pufe de DNA C3 de

Rhynchosciara americana, clones pHN2,0; pHN3,5 pHH4,0 e pRR5,5, subclonados

em vetor pBluescript II (Stratagene), gentilmente cedidos por Maria Albertina M.

Soares, Ann J. Stocker e Francisco J. S. Lara, da USP, e o clone pRa400 obtido, a

partir de fragmento de PCR, subclonado em vetor pDrive (Qiagen) (Figura 5).

Figura. 5. Diagrama representando o mapa de restrição do amplicom do pufe C3 de

Rhynchosciara americana contendo a unidade de transcrição do gene do pufe C3 e regiões

flanqueadoras. O sítio de início e a direção da transcrição são indicados pela seta preta, a

barra preta indica a unidade de transcrição. Os fragmentos que foram analisados nesse

trabalho estão representados abaixo do diagrama. H, HindIII; Sc, SacI; E, EcoRI. Os

números acima do sítio de restrição indicam, em pares de bases, a extensão do fragmento

amplificado analisado.

Os plasmídeos recombinantes pHN2,0; pHN3,5 pHH4,0 e pRR5,5 foram

introduzidos em bactérias competentes por meio de transformação por choque

elétrico (Sambrook et al, 2001). Os subclones com os fragmentos selecionados

foram submetidos ao método de preparação de DNA plasmidial por CTAB (Del Sal

et al., 1989) e os plasmídeos isolados foram clivados com enzimas de restrição

apropriadas para a retirada dos fragmentos, de acordo com as instruções do

fabricante.

pRR5,5

pHN 3,5

-9961 H

-7578 Sc

-5093 H

+137 H

-3598 H

+3706 H

-1078 Sc

-4731 E

+1395 E

pRa400 pHN 2,0

pHH 4,0

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3.2. Amplificação por PCR

Foi utilizado o software FAST_PCR (versão 3.5.30 de Ruslan Kalendar)

para a construção dos primers e foram utilizados os primers

5’CGGTTCGGTTTGTACCG3’ e 5’GTACCATGATCCGACCAGG3’ para

amplificação do fragmento de 400 pb (Figura 5).

A PCR foi realizada segundo as recomendações do fabricante da enzima

Taq Polimerase: tampão 1 X da enzima, 2,5mM de cada dNTPs, 0,6mM de MgCl2,

25mMol de cada primer; 150ng de DNA de 400 pb do clone pHN3,5 e 1U de Taq

DNA polimerase (Invitrogen), em um volume final de 15µl.

A amplificação por PCR foi realizada em termociclador Mastercycler

gradiente (Eppendorf) com 35 ciclos de denaturação inicial a 95oC por 10 minutos,

94oC por 1 min, anelamento a 65

oC por 2 min e extensão a 72

oC por 1 min, com

extensão final de 72ºC por 10 min.

Após a amplificação, os produtos obtidos foram submetidos à eletroforese

em gel de agarose 1% para verificação da qualidade do produto. O gel foi

fotografado em sistema de captura de imagem UVP Biolmaging System e, a banda

de interesse foi purificada e utilizada para clonagem molecular.

3.3. Clonagem do produto de PCR

O fragmento de DNA, derivado do método de PCR, foi subclonado em vetor

pDrive, utilizando o kit de amplificação PCR Cloning kit (Qiagen). O plasmídeo

recombinante pRa400 foi introduzido em bactérias competentes por meio do

método de transformação por choque térmico (Sambrook et al., 2001). Para o

isolamento dos plasmídeos, foi utilizado o método de preparação de DNA

plasmidial CTAB (Del Sal et al., 1989) e após o isolamento, os plasmídeos foram

clivados com enzima de restrição EcoRI para a retirada do fragmento.

3.4. Análise eletroforética

Uma seqüência de DNA bent pode ser identificada comparando-se as

mobilidades eletroforéticas de fragmentos de DNA entre géis de poliacrilamida

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(Danna e Nathans 1971; Marini et al., 1982). Análises das propriedades

eletroforéticas de fragmentos de DNA linear podem representar um método geral

para o estudo de parâmetros estruturais dependentes da seqüência.

Fragmentos obtidos por clivagem com enzimas de restrição foram analisados

em três sistemas de separação eletroforética: géis de poliacrilamida 6% a 4oC e géis

de poliacrilamida 6% à temperatura ambiente com 1µg/ml de brometo de etídio no

tampão de amostra e de corrida. Tanto a baixa temperatura quanto a matriz do gel

de poliacrilamida contribuem para a alteração na mobilidade de fragmentos curvos.

A curvatura intrínseca pode ser diferenciada de outras estruturas alternativas de

DNA na eletroforese por meio da utilização de drogas que se intercalam ao DNA,

como brometo de etídio. Essa molécula se intercala entre as bases nucleotídicas do

DNA, anulando os sítios de curvaturas. A incorporação de brometo de etídio no gel

de poliacrilamida ocorre pela passagem desse agente intercalante no tampão de

corrida, durante uma pré-corrida overnight. Em todos os sistemas foram utilizados,

como marcadores de tamanho molecular, 1 Kb ladder e 1 Kb ladder plus

(Invitrogen). Em ambos os sistemas, o tampão utilizado foi o TBE 1X (45mM Tris-

borato, 1mM EDTA, pH 8,0). Os géis foram corados com brometo de etídio

1µg/ml, fotografados sobre luz UV e documentados utilizando-se o sistema de

fotodocumentação UVP Biolmaging System. A concentração dos géis, o tempo de

corrida e a voltagem empregada foram ajustados de acordo com o tamanho dos

fragmentos a serem analisados.

Após a corrida eletroforética, foi calculado um valor R para cada

fragmento, com base na análise do padrão de mobilidade nos géis. Este valor foi

obtido por meio da razão dos índices (tamanho molecular real/migrado) em cada

sistema. Valores R entre 0,90 e 1,10 indicam fragmentos com mobilidade de acordo

com seu tamanho molecular, enquanto que valores R > 1,11 indicam redução na

mobilidade, e valores R < 0,90 indicam rápida mobilidade em fragmentos de DNA

com sítios de DNA bent em uma ou ambas as extremidades (Fiorini et al., 2001).

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3.5. Análise computacional da curvatura

As seqüências dos fragmentos foram analisadas quanto à curvatura ao

utilizar o algoritmo de Eckdahl e Anderson (1987) por meio dos programas

computacionais Map15a e 3D15m1, gentilmente cedidos por Philippe Pasero

(Institute of Molecular Genetics, Montpellier, France) e Monique Marilley

(Universite de la Mediterranee, Faculte de Medecine, Marseille, France). O

programa Map15a permite o cálculo dos parâmetros helicais: ENDS ratio (razão

entre o tamanho total do fragmento e a distância entre suas extremidades em

conformação curva; valores ≥ 1,10 serão considerados como significativos nesse

estudo); variações no ângulo Roll (rotação vertical entre dois pares de bases

consecutivos, ou seja, se ocorrer angulação entre eles e formar um sulco menor mais

estreito, ele é considerado negativo e indica curvatura), Twist (rotação horizontal

entre dois pares de bases consecutivos com ângulo fixo entre cada par de bases

consecutivas em torno de 34º), e Direction (representa alteração na direção espacial

da molécula) (Bolshoy et al., 1991; Pasero et al., 1993; Marilley e Pasero, 1996). O

programa 3D15m1 foi utilizado para a obtenção da modelagem bidimensional da

estrutura tridimensional dos fragmentos e do parâmetro de variação de energia livre,

∆G.

3.6. Reação de seqüenciamento

A reação de seqüenciamento foi realizada a partir de DNA dos clones pHN2,0

e pHH4,0 em plasmídeo pBluescript II. As amostras foram amplificadas com

DyEnamic ET Dye Terminator Kit (Amersham Bioscience). A reação segue as

instruções do fabricante usando 150ng de DNA, 10pMol dos primers universal e

reverso, 4µl de ET Dye Terminator e água ultrapura para completar 10µl.

Os ciclos foram realizados em termociclador Eppendorf Gradient, com

temperatura de denaturação de 95oC por 30 segundos, anelamento de 50

oC por 15

segundos, e extensão de 60oC por 150 segundos, sendo repetido esse ciclo por 30

vezes. O produto resultante desta amplificação foi precipitado com acetato de amônio

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7,0M e etanol (dois volumes) e centrifugado a 14.000 rpm por 15 min. O precipitado

foi ressuspendido em 10µl de água ultrapura.

3.7. Seqüenciamento e análise computacional

O seqüenciamento dos fragmentos amplificados foi realizado em

seqüenciador automático MegaBACE 1000, seguindo o protocolo do fabricante. As

seqüências obtidas foram analisadas nos programas computacionais Phred, Phrap,

Consed (www.phrap.org/phredphrapconsed.html). PHRED (versão: 0.020425.c, de

Phil Green e Brent Ewing), PHRAP e CROSS_MATCH (versão: 0.990319, de Phil

Green), CONSED (versão 14.0, Gordon, 2004 http://bozeman.mbt.washington), e o

alinhamento no programa Bioedit (Hall, 1999). O programa BLASTN versão 2.0.8

(Altschul et al., 1990) foi utilizado para verificar a similaridade entre as seqüências

obtidas e as pertencentes ao banco de dados.

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22

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. O gene C3-22 de Rhynchosciara americana é flanqueado por sítios de DNA

bent intrínsecos

Para a identificação de sítios de DNA bent, na região amplificada do gene

C3-22, foi analisado, por meio do estudo do comportamento eletroforético, o

segmento de 6132 pb (posição –4737 a +1395 pb) compreendendo a região

promotora, a unidade de transcrição e seqüências a jusante e a montante do gene

(Figura 6, mapa).

Os fragmentos de restrição analisados, obtidos da clonagem em plasmídeo

pBluescriptII SK+ (Stratagene), denominados pHN3,5 de 3735 pb (posição –3598 a

+137 pb) e pRR5,5 de 6126 pb (posição –4731 a +1395 pb), estão mostrados na

Figura 6. Os subfragmentos do clone pRR5,5, que compreende o gene C3-22 e

seqüências flanqueadoras, apresentam subfragmentos com tamanho molecular de

1100 pb (posição +295 a +1395), raia 1; 1600 pb (posição –205 a +1395 pb), raia 2;

1019pb (posição –205 a +814pb), e 581pb (posição +814 a +1395 pb), raia 3, com

redução na mobilidade eletroforética, comprovada pelos valores R 1,62; 1,32; 1,29 e

1,12, respectivamente (barras e setas em amarelo, Figura 6). Esses resultados

indicam a existência de sítios de DNA bent nesses segmentos.

A análise do subfragmento de 1390 pb (posição –4737 a –3347 pb), à

esquerda no mapa de restrição, previamente reportados por Fiorini et al., 2006a,

mostrou que esse fragmento tem discreta redução na mobilidade, valor R 1,12,

evidenciando a presença de curvatura nessa região (raias 2 e 3, barras e setas em

verde, Figura 6). Os demais subfragmentos analisados não apresentaram valores R

significativos, indicando que não existem sítios de DNA bent, ou que não estão

centralizados (linhas em preto, Figura 6).

Entre os fragmentos analisados quanto ao comportamento eletroforético, os

subfragmentos com 1600 pb (posição –205 a +1395 pb) com valor R de 1,32 e o

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23

517-

3054 -

2036-

1018-

1636-

506-

M 1 2 3 4 5 M

PA+EthBr

517-

3054 -

2036-

1018-

1636-

506-

M 1 2 3 4 5 M

PA

Figura 6. Análise do comportamento eletroforético dos subfragmentos de restrição dos clones pHN 3,5 e pRR

5,5. 1) pRR5,5 E+H; 2) pRR5,5 E+Pv; 3) pRR5,5 E+Pv+Sca; 4) pRR5,5 E+D e 5) pHN3,5 H+Not+D. O mapa

de restrição é mostrado no diagrama ao topo da figura, sendo que a seta e a barra em azul indicam a direção e a

unidade de transcrição do gene C3-22. Os números acima de cada fragmento de restrição são os valores R.

Barras e setas em amarelo representam fragmentos com redução na mobilidade, valor R ≥ 1,11, sendo que os

fragmentos de valor R 1,12, à esquerda do mapa, estão indicados por barras e setas em verde. A utilização de

brometo de etídio no gel de poliacrilamida comprova a presença de sítios de DNA bent, observado pelo retorno

ao seu tamanho molecular real. M, marcador de tamanho molecular 1 kb ladder (Invitrogen). E, EcoRI; H,

HindIII; D, DraI; Pv, PvuII; Sca, ScaI. (PA) e (PA + EthBr) gel de poliacrilamida 6% sem e com brometo de

etídio, respectivamente.

C3-22

H H E E H 5' 3'

D D D D D D Pv

Pv

Pv

Sca Sca

D

+814 -4737 +295 +1395

0,96 0,98 1,62

1,12 0,96 1,32

1,12 0,90 0,93 1,29 1,12

0,98 1,02 0,94 0,90

1,04 0,94

-205 -3347

200pb

3

2

4

5

1

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24

subfragmento de 1100 pb (posição +295 a +1395) com valor R de 1,62, que está

contido no fragmento anterior, foram analisados quanto aos seus parâmetros helicais

ENDS ratio, ângulo Roll e Twist (Figura 7). Foram determinados dois sítios

principais de DNA bent (b-1

e b+1

) no segmento de 1600 pb (posição -45, e +1015,

ENDS ratio 1,17 e 1,15, respectivamente), sendo que somente o segundo sítio é

presente no fragmento de 1100 pb. As medidas de ângulo Roll foram determinadas

para esses sítios de DNA bent e ambas são negativas com valores de -1,36 e - 0,97,

os valores de Twist são maiores que 34° (34,46° e 34,29°). Os resultados obtidos

com esses parâmetros apontam para sítios de DNA bent (ângulo Roll negativo) com

superenrolamento negativo (valores de Twist acima de 34°) que flanqueiam o gene

C3-22 de R. americana.

Para o detalhamento da região promotora do gene C3-22, o clone pHN3,5

foi clivado com o objetivo de centralizar os sítios de DNA bent. Os subfragmentos

que apresentaram valores R significativos, barras e setas em azul, foram: 1215 pb (-

1078 a +137, raia 1, valor R 1,28), 1077 pb (-1078 a –1, raia 2, valor R 1,25), 999

pb (-1078 a –79, raia 3, valor R 1,20), 216 pb (-79 a +137, raia 3, valor R 1,11), 879

pb (-1078 a –199, raia 4, valor R 1,16), 336 pb (-199 a +137, raia 4, valor R 1,40) e

396 pb (-851 a –455, raia 5, valor R 1,23) (Figura 8).

Foi realizada análise computacional do subfragmento 1215 pb (-1078 a

+137 pb), pois esse compreende toda a região que apresenta sítios de DNA bent,

barras em azul (Figura 9). Todos os outros subfragmentos com valores R

significativos na Figura 8 foram plotados para análise com relação aos parâmetros

helicais ENDS ratio, ângulo Roll e Twist (Figura 9). Foram determinados dois

novos sítios de DNA bent b-3

e b-2

(posição –685 e -305 pb, respectivamente) no

segmento analisado, com valores de ENDS ratio 1,11 e 1,12. O sítio b-1

, mostrado

na Figura 7, está presente na extremidade direita desse segmento. Os ângulos Roll

determinados para os sítios de DNA bent b-3

e b-2

e são todos negativos com valores

de -0,73 e -0,27, respectivamente. Os valores de Twist encontrados foram superiores

a 34° (34,11° e 34,10°). Os resultados obtidos com esses parâmetros apontam para

sítios de DNA bent com superenrolamento negativo na região promotora do gene

C3-22 de R. americana.

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25

1

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

1,16

1,18

EN

DS

ra

tio

b-1

b+1

33,7

33,8

33,9

34

34,1

34,2

34,3

34,4

34,5

0 500 1000 1500

Tw

ist

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

Ro

ll

Figura 7. Análise computacional da região de 1600pb (posição -205 a +1395 pb)

que contém o fragmento de 1100pb (posição +295 a +1395 pb). Foram utilizados

os parâmetros helicais ENDS ratio, ângulo Roll e Twist. Os maiores sítios de DNA

bent estão indicados por b-1

e b+1

. Barras em amarelo indicam os fragmentos

analisados, barra e seta em lilás indicam a direção e a unidade de transcrição do

gene C3-22., E, EcoRI; H, HindIII; D, DraI; Pv, PvuII e Sca, ScaI.

C3-22

H 5'

D D

Pv

Sca +814 +295

-205

E

1,62

1,32

3' 200pb

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M 1 2 3 4 5 M

PA

100

400

300

200

500

650

850

1000 1650

2000

M 1 2 3 4 5 M

PA+EthBr

100

400

300

200

500

650

850 1000 1650 2000

M

+980

D

+137

H -3601

H

-3341

P -2865

D

-1078

Sac

-199

P D

C3-22

200pb

4

3

2

1

5

1,28

1,23

1,16

1,25

1,26

1,11

1,40

Figura 8. Análise do comportamento eletroforético dos subfragmentos de restrição do clone pHN 3,5 e pRa400.

1) pHN3,5 H+N+Sac; 2) pHN3,5 H+N+Sac+D; 3) pHN3,5 H+N+Sac+M; 4) pHN3,5 H+N+Sac+Pv e 5) pRa

EcoRI. O mapa de restrição é mostrado no diagrama ao topo da figura. A seta e a barra em lilás indicam a

direção e a unidade de transcrição do gene C3-22. Os números acima de cada fragmento de restrição são os

valores R. Barras e setas em azul representam fragmentos com redução na mobilidade, valor R ≥ 1,11. A

utilização de brometo de etídio no gel de poliacrilamida comprova a presença de sítios de DNA bent, observado

pelo retorno ao seu tamanho molecular real. M, marcador de tamanho molecular 1 kb ladder plus (Invitrogen).

H, HindIII; D, DraI; E, EcoRI; M, MspI Pv, PvuII; Sac, SacI. (PA) e (PA + EthBr) gel de poliacrilamida 6%

sem e com brometo de etídio, respectivamente.

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27

33,8

33,9

34

34,1

34,2

34,3

34,4

34,5

0 500 1000

-1,6

-1,4

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-1

-0,8

-0,6

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0

0,2

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1

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

1,16

1,18

1,2

EN

DS

ra

tio

Ro

ll

Tw

ist

b-3

b-2

Figura 09. Análise computacional da região promotora e início do gene C3-22.

Foram utilizados os parâmetros helicais ENDS ratio, ângulo Roll e Twist .Barras

azuis indicam os fragmentos, barras e seta lilás indicam o gene C3-22 e sua

direção, as barras brancas indicam regiões de intron. Os maiores sítios de DNA

bent estão indicados por b-1

, b-2

e b-3

. E, EcoRI; H, HindIII; D, DraI; Pv,

PvuII;.Sca, SacI.

1,23 b-1

1,28

1,20

1,25

1,16

1,08

1,11

1,40

C3-22

3' 5' D Pv M Sac

-79 +137 -199 H

-1078 200pb

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28

Em resumo, os resultados mostraram sítios de DNA bent intrínsecos na

região promotora desse gene (b-3

, b-2

e b-1

) e a jusante (b+1

) do gene C3-22 de R.

americana.

Foi descrita a presença de sítios de DNA bent flanqueando o gene para

RNAr de Physarum (Schroth et al., 1992). Para o gene BhC4-1 de Bradysia hygida,

sítios intrínsecos de DNA bent foram detectados na região promotora (Fiorini et al.,

2001) e a jusante desse gene, onde três sítios de DNA bent foram determinados

(Reis et al., 2004), mostrando que o gene BhC4-1 também é flanqueado por sítios

bent. Outra descrição obtida em laboratório, para o gene amplificado AMPD2 em

células de hamster Chinês, colocaliza sítios de DNA bent, que flanqueiam o gene,

com origens de replicação na região (Balani et al., 2006).

Em análise estrutural na região 5’ do gene de quitinase da classe I de

tabaco, CHN50, foi demonstrada a presença de uma seqüência de DNA bent

intrínseco no local da iniciação da transcrição (Fukuda, 1994). Análises

eletroforéticas e de western blotting revelaram que proteínas nucleares ligam-se

especificamente ao DNA bent. Além disso, as proteínas nucleares pareceram

reconhecer a estrutura global do sítio de DNA bent intrínseco, independente de

ligar-se a uma seqüência de DNA específica (Fukuda, 2000).

Curvaturas de DNA em regiões promotoras, formadas por sítios de DNA

bent intrínsecos, são descritas para os genes da β-actina (Kawamoto et al., 1989).

Regiões de DNA bent foram relatadas primeiramente na região promotora do gene

da ε-globin de humanos e subseqüentemente em outras regiões do mesmo locus, no

gene c-myc, para o gene da cadeia pesada da imunoglobina, nos genes do receptor

de estrogênio em humanos e no gene da βmaj-globin em ratos (revisão em Ohki,

1998). A presença de estruturas de DNA bent também foi sugerida para os genes

das Gγ-Aγ-ψβ-globinas de humanos (Wada-Kiyama e Kiyama, 1996; Onishi, 1998;

Wada-Kiyama, 1999). Para o promotor do gene cdc2 em humanos foi reportada a

presença de sítios de DNA bent intrínsecos, sugerindo que esses são necessários

para regulação da transcrição (Nair, 1998).

Estudos revelaram seqüências de DNA bent intrínsecos em regiões

promotoras do gene ribossomal em Xenopus laevis e seqüências de espaçador

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29

intergênico (IGS) (Roux-Rouquie e Marilley, 2000). Uma grande quantidade de

sítios de DNA bent tem sido reportada em regiões promotoras de eucariotos

(Ohyama, 2001). Em levedura, foram relatados sítios de DNA bent em promotores

dos genes GAL1–10 e GAL80 (Bash et al., 2001), assim como em outros diferentes

sistemas eucarióticos (Fiorini et al., 2006b). Miyano (2001) identificou em diversos

promotores de eucariotos, sítios de DNA bent intrínsecos e propôs que essas

estruturas bent seriam responsáveis por organizar a conformação local da cromatina

e regular o início da transcrição. Sítios de DNA bent são uma das principais

estruturas que influenciam a transcrição e o posicionamento de nucleossomos em

regiões promotoras (Wanapirak et al., 2003).

4.2. Promotores de genes de proteínas de secreção em insetos apresentam

parâmetros helicais comuns

Após a identificação de segmentos bent em seqüências que flanqueiam esse

gene e em sua região promotora, foram realizadas análises computacionais dessas

seqüências e das regiões promotoras de outros oito genes de proteínas de secreção

em insetos.

Foi calculada a trajetória bidimensional da via tridimensional com a

variação de ∆G e a direção (Direction) por meio dos programas 3D15m1 e Map15a,

do fragmento da região promotora, incluindo o TATA-box, do gene C3-22 de

Rhynchosciara americana (posição -1078 e +137 pb), que comporta os sítios bent b-

3, b

-2 e b

-1 e do fragmento que corresponde à seqüência final do gene e comporta o

sítio b+1

(posição +295 e +1373 pb). Nos dois fragmentos foram detectados, em

todos os sítios de DNA bent, baixos valores de ∆G (anéis em cinza), colocalizados

com a alteração na direção espacial da molécula de DNA, Figura 10. Embora a

impressão plana da estrutura da molécula torne difícil analisar alterações no espaço,

o cálculo do parâmetro helical Direction evidencia essas mudanças quando

apresenta alternância entre valores positivos e negativos. Os parâmetros helicais de

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30

curvatura e a estrutura 2D de regiões promotoras de genes de proteínas de secreção

de outros insetos foram calculados para análise comparativa.

As seqüências de aproximadamente 600 pb da região promotora, incluindo

a seqüência TATA-box, dos genes de proteínas de secreção B2 de Rhynchosciara

americana, BhC4-1 e BhB10 de Bradysia hygida, Sgs3 e Sgs5 de Drosophila

melanogaster, TpC4 de Trichosia pubescens, Fib-H de Bombyx mori e II9-2 de

Sciara coprophila foram analisadas pela trajetória bidimensional da via

tridimensional com variação de ∆G (Figura 11) e parâmetros helicais ENDS ratio,

ângulo Roll e Twist (Figura 12 e 13).

Todas as regiões analisadas apresentaram característica curva, observada

pela trajetória bidimensional nas figuras projetadas, sendo acentuada na seqüência

TATA-box (Figura 11). Os gráficos de ENDS ratio mostraram valores superiores a

1,10, os valores de ângulos de Roll foram negativos e de Twist superiores a 34°,

resultados que confirmam a presença de sítios de DNA bent intrínsecos na região

promotora desses genes (Figuras 12 e 13). Para a região promotora do gene C3-22,

esses mesmos parâmetros podem ser observados nas Figuras 9 e 10. Para efeito de

comparação, somente o sítio de DNA bent b-1

está incluído em um segmento de

aproximadamente 600 pb, como foi realizado para as demais regiões analisadas.

A presença de sítios bent intrínsecos, nas regiões promotoras analisadas,

pressupõe condições necessárias para a ligação de proteínas ao DNA. A proteína

TBP (TATA-box-binding protein) liga-se na região do TATA-box por meio do sulco

menor (Lee et al., 1991; Starr e Hawley, 1991), o que deve ser facilitado pelo

segmento curvo, permitindo a atividade transcricional.

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Fig

ura

10.

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Direction

31

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Fig

ura

11.

Mo

del

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33

Figura 12. Análise comparativa da região promotora, incluindo a seqüência TATA-box dos

genes A)B2 de R. americana, B)II9-2 de S. coprophila, C)BhB10 e D)BhC4-1 de B. hygida.

Foram utilizados os parâmetros helicais ENDS ratio, ângulo Roll e Twist, obtidos pelo

programa Map15a, com uma janela de 120pb a cada 20pb, com exceção do gene II9-2, cujo

cálculo foi realizado com uma janela de 120pb a cada 10pb. A região do TATA-box é

indicada pelo círculo rosa.

Pares de Bases

33,8

33,9

34

34,1

34,2

34,3

34,4

34,5

34,6

0 100 200 300 400 500 600

-1,6

-1,4

-1,2

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

B2

EN

DS

ra

tio

Ro

ll

Tw

ist

A

Pares de Bases

33,8

33,9

34

34,1

34,2

34,3

34,4

34,5

34,6

0 100 200 300 400

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1

1,05

1,1

1,15

1,2

1,25

II9-2

EN

DS

ra

tio

Tw

ist

Ro

ll

B

Pares de Bases

1

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

1,16

1,18

BhC4-1

-1,4

-1,2

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

34,1

34,15

34,2

34,25

34,3

34,35

34,4

34,45

0 100 200 300 400 500 600

EN

DS

ra

tio

Tw

ist

Ro

ll

C

Pares de Bases

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

33,8

33,9

34

34,1

34,2

34,3

34,4

34,5

34,6

34,7

0 100 200 300 400 500 600

BhB10

EN

DS

ra

tio

Ro

ll

Tw

ist

D

Pares de Bases Pares de Bases

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34

33,8

33,9

34

34,1

34,2

34,3

34,4

34,5

0 100 200 300 400 500 600

Pares de Bases

-1,2

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

Sgs5

EN

DS

ra

tio

Ro

ll

Tw

ist

B

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

1,16

-1,2

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

33,9

34

34,1

34,2

34,3

34,4

34,5

0 100 200 300 400 500

Sgs3

EN

DS

ra

tio

Tw

ist

Ro

ll

A

Pares de Bases

1

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

1,16

1,18

1,2

0 100 200 300 400 500 600

34,05

34,1

34,15

34,2

34,25

34,3

34,35

34,4

34,45

34,5

0 100 200 300 400 500 600

-1,8

-1,6

-1,4

-1,2

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

TpC4

EN

DS

ra

tio

Tw

ist

Ro

ll

C

Pares de Bases

1

1,02

1,04

1,06

1,08

1,1

1,12

1,14

1,16

1,18

1,2

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

33,9

34

34,1

34,2

34,3

34,4

34,5

34,6

0 100 200 300 400 500 600

Fib-H

EN

DS

ra

tio

Ro

ll

Tw

ist

D

Pares de Bases

Figura 13. Análise comparativa da região promotora, incluindo a seqüência TATA-box dos

genes A)Sgs3 e B)Sgs5 de D. melanogaster, C)Fib-H de B. mori, , e D)TpC4 de T.

pubescens. Foram utilizados os parâmetros helicais ENDS ratio, ângulo Roll e Twist,

obtidos pelo programa Map15a, com uma janela de 120pb a cada 20pb. A região do TATA-

box é indicada pelo círculo rosa.

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35

Podem ser observadas similaridades em relação à curvatura do DNA entre

as regiões promotoras, as quais podem ser agrupadas em dois conjuntos. Um

primeiro grupo, que apresenta curvatura composta por um único sítio de DNA bent,

promotores dos genes BhC4-1, C3-22, II9-2, Fib-H, TpC4 e Sgs3. Para o segundo

grupo foram observados sítios de DNA bent em toda a região da curvatura, com

picos principais de valores superiores a 1,12, para os promotores dos genes Sgs5, B2

e BhB10.

Para dois genes do primeiro grupo, BhC4-1 e C3-22 (Monesi et al., 1998;

Soares et al., 2003), e um do segundo grupo, BhB10 (Monesi et al., 2001), foram

obtidas linhagens transgênicas de Drosophila melanogaster. Apesar das regiões

promotoras dos genes BhC4-1 e C3-22 apresentarem parâmetros helicais comuns, a

expressão desses genes se comportou de modo diferente em linhagens transgênicas.

A ocorrência de fatores aleatórios, como efeito de posição, pode ser responsável por

esses resultados.

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36

5. CONCLUSÕES

Um segmento do pufe de DNA C3 de Rhynchosciara americana que

contém a unidade de transcrição do gene C3-22 apresenta três sítios de DNA bent,

b-3, b-2 e b-1 na região promotora e um sítio, b+1, a jusante. Desse modo, esse gene se

encontra flanqueado pelos sítios b-1 e b+1. Esses resultados, associados ao

conhecimento de que outros genes localizados em seqüências amplificadas no

genoma se encontram flanqueados por sítios de DNA bent, indicam que novas

questões devem ser respondidas, como: genes localizados em domínios

amplificados podem/devem apresentar sítios de DNA bent flanqueadores? Se sim,

qual seria o motivo da existência dessas seqüências? Somente experimentos

funcionais, com a deleção desses sítios, poderiam evidenciar a importância de sua

localização. Com relação às regiões promotoras de genes de proteínas de secreção

em insetos, similaridades estruturais indicam que a curvatura intrínseca, dependente

da seqüência, pode ser uma característica conservada do TATA-box nesses

organismos.

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