Faca voce mesmo__como_biamplificar_seu_sistema

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52 maio/2007

A escolha do tema para estemês veio de um e-mail publicadona edição 121 (março/2007), donosso leitor Darlei SantosMarques, que nos descreveu emdetalhes a melhora que seusistema teve com a compra deum segundo amplificador parabiamplificar seu sistema. Pela suaempolgação, deu para perceberque se tratou de um consistenteupgrade.

Não é a primeira vez queum leitor nos escreve narrandosuas experiências combiamplificação, sugerindo-nos apublicação de uma matéria arespeito.

Os benefícios dabiamplificação são reais e podemconsistentemente ser umasolução com ótimo custo/benefício.

A primeira vantagem é queo consumidor pode manter oamplificador atual e acrescentarapenas mais um (foi justamenteo que o Darlei fez) ou ainda

Como Biamplificar seu SistemaFernando Andrette

pode utilizar o amplificadormulticanal ou receiver (desde quenão esteja usando o power paraalimentar um sistema 5.1).

Muitos audiófilos iniciantesconfundem biamplificação combicablagem. São processos distintos.Na bicablagem, o consumidor sótem que comprar um segundo parde cabos para alimentar suascaixas. O processo é bem simples:retira-se das caixas acústicas asbarras de conexão entre osterminais positivo e negativo, umpar de cabos passa a alimentar osgraves/médios e o outro, osagudos (tweeter).

Já do lado do amplificador, nãomuda nada: um par de cabosalimenta o canal direito e outropar de cabo, o canal esquerdo.Nos últimos anos a bicablagem setornou tão popular, que muitosfabricantes de cabos já oferecemcabos prontos (um par positivo-negativo, para ser ligado ao powere quatro terminais para seremligados na caixa).

A bicablagem oubiamplificação só não serápossível nas caixas que utilizamapenas um par de conectores(muitos fabricantes de caixashigh-end são partidários de quenão se justifica a utilização debicablagem).

Já a biamplificação exige ouso de um segundo amplificadorde potência separado para cadaseção do crossover e tambémnecessita de cabos de caixasadicionais e um cabo a mais deinterligação entre o pré-amplificador e o segundo power.Tornando-se um investimentomuito mais caro que abicablagem.

Mas, pela nossa experiênciade muitos e muitos anos,compensa integralmente oinvestimento.

Em um sistema categoriaouro recomendado a ouromelhor compra, o salto podepermitir uma sobrevida de todoo sistema por longos anos.

Faça Você MesmoFaça Você Mesmo – Como Biamplificar seu Sistema

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Vários amigos meus(principalmente os melômanos)recorreram à biamplificação eestão plenamente satisfeitos comsuas configurações (um músicoamigo meu está com o seusistema biamplificado há mais de6 anos e, cada vez que euescuto seu sistema, ainda mesurpreendo com sua sobrevida).

Todos que optaram porbiamplificar seus sistemas, citamque o som ficou muito melhorresolvido e com maior impactoe dinâmica.

E, na medida em que ossistemas são sinérgicos e commaior qualidade, a diferençachega a ser dramática!

Estamos vivendo a era dovídeo, em que muitos dos nossosleitores aderiram ao sistema 5.1,então, uma outra possibilidade éutilizar o próprio receiver oupower multicanal para realizar abiamplificação. Basta pegar oscanais utilizados para o surrounde redirecioná-los para os tweeters

das caixas principais.Por que biamplificar meu

sistema?Depois de ler a introdução deste

artigo, certamente esta deve ser apergunta que virá à sua mente.

Os adeptos da biamplificaçãodefendem que os amplificadorespassam a gerar menos distorção doque quando usados com um únicopar de cabos. Ambos osamplificadores ainda recebem umsinal full range e produzem mais oumenos a mesma voltagem de sinalem seus terminais de saída, masagora eles entregam uma corrente desinal com uma banda de freqüênciamais estreita. Isso reduziria tanto adistorção harmônica quanto adistorção por intermodulação e oefeito é complementado pelo fato deque parte da distorção remanescentenão será reproduzida pela caixaacústica. Imagine que o ponto decrossover da caixa esteja situado em2,8 Khz, então toda a distorçãoacima desta freqüência (gerada peloamplificador que está ligado ao

falante de médio/grave) serábastante atenuada pela filtragem docrossover da caixa (os críticos dabiamplificação discordam destebenefício, afirmando que esta éuma maneira simplista deapresentar um benefício que, naverdade, é muito mais complexo edependerá muito do projeto docrossover).

Se você até aqui se sentiuseguro a experimentar abiamplificação, vamos às dicas.

Para quem vai dar o primeiropasso na biamplificação, umaregra de ouro é: utilizar umsegundo amplificador idêntico aoque você utiliza.

Isto é para você evitarproblemas com diferença deganho (fato muito comum sevocê utilizar amplificadores demarcas diferentes).

Outra regra importante: antes desair gastando seu suado dinheiro,verifique se o seu pré-amplificadorpossui duas saídas para aalimentação de dois powers.

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Duas Alternativas de Biamplificação

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Faça Você Mesmo

Caso só exista uma saída,será preciso comprar um par deadaptadores em que um únicoplugue alimenta um par desaídas (estes pluguesadaptadores são baratos epodem ser utilizados comsegurança).

Outra dica interessante:comece por utilizar um powerestéreo para alimentar a seçãode médio-grave das caixas e ooutro power para alimentar osagudos (tweeter). Caso vocêpossua dois amplificadores domesmo fabricante, mas compotência diferente, utilize o demaior potência para os médios-graves e o de menor potênciapara os tweeters. Isso éimportante, pelo fato dos falantesde médios-graves exigirem muitomais potência que o tweeter.

Muitos audiófilos maisexperientes, à medida que avançamna biamplificação utilizamamplificadores de estado sólidopara os graves e valvulados paraos agudos. Também experimentamcabos diferentes para os médios-graves e para os tweeters.

As opções são realmente muitas,no entanto, o risco de se alterar oequilíbrio tonal do sistema tambémcresce na mesma proporção. Emcaixas com bom equilíbrio tonal,um bom par de cabos e doisbons powers – com potênciasuficiente para justificar abiamplificação – já dará excelentesresultados.

ConclusãoMuitos audiófilos e melômanos

desejam realizar upgrades em seussistemas, mas estão vivendo aquela

“encruzilhada” de partir para umnovo sistema e ter que realmentecolocar a mão no bolso oumanter o sistema e ver se aindaexiste a possibilidade de arrancaralgum “sumo” a mais.

Como escrevi na aberturadeste texto, em sistemas ourorecomendado e melhor compra,pode sim ser um upgrade seguroe com excelente relação custo/benefício.

Se você, amigo leitor, viveesse “dilema”, proponho queouça um sistema biamplificado e,se tiver a chance, consiga comum amigo ou com uma revenda,um outro amplificador estéreo efaça você mesmo o teste.

Pode ser que você descubracomo o nosso leitor Darlei, queum “pedacinho do céu” tambémfoi reservado para você.