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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC
ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO 1º E 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
PELO MÉTODO DE PAULO FREIRE
Carina Rodrigues Rebelo.
Capivari de Baixo (SC), junho de 2018.
CARINA RODRIGUES REBELO
ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO 1º E 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
PELO MÉTODO DE PAULO FREIRE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de Pedagogia da Faculdade Capivari –
FUCAP, sob orientação da Professora Msc.
Joana D’Arc de Souza.
Capivari de Baixo (SC), junho de 2018.
ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO 1º E 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
PELO MÉTODO DE PAULO FREIRE
Este Trabalho de Conclusão de Curso – TCC foi submetido ao processo de
avaliação, em estado de Defesa Pública. Aprovado na versão final em ___/___/___,
atendendo as normas de legislação vigente da Faculdade Capivari – FUCAP.
Capivari de Baixo (SC), junho de 2018.
Comissão avaliadora:
Orientadora: Professora Msc. Joana D’Arc de Souza.
1º avaliador: Professora Msc. Jacqueline de Souza.
2º avaliador: Professora Msc. Rosane Lemos Barreto Custódio.
DEDICATÓRIA
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso, à Deus, à minha família, ao
meu namorado Fernando, e aos meus amigos, sempre presentes nessa longa
caminhada. Também dedico aos meus professores da faculdade, sempre dispostos
a ensinar e enriquecer minha jornada acadêmica.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus por me dar a oportunidade de frequentar a faculdade, por
me dar forças para seguir em frente e não desistir nos momentos difíceis. Agradeço
à minha família e ao meu namorado Fernando, por me apoiarem em minhas
escolhas, e por estarem sempre comigo. Agradeço aos professores que tive durante
minha jornada acadêmica, por passarem conhecimentos necessários à prática
educacional, por contribuírem com a minha formação, fazendo com que me torne
uma boa profissional. Agradeço também a Faculdade Capivari – FUCAP, por
disponibilizar um ambiente agradável para iniciação e conclusão de meus estudos, e
que estes não parem na graduação.
―Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.‖
Paulo Freire
SUMÁRIO
RESUMO......................................................................................................................8
INTRODUÇÃO.............................................................................................................9
DESENVOLVIMENTO...............................................................................................11
UNIDADE I.................................................................................................................11
1. ALFABETIZAÇÃO: INICIAÇÃO PELO MÉTODO PAULO FREIRE....................11
1.1 MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO DE PAULO FREIRE....................................11
1.2 O QUE DIZ A LEI SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA...............14
1.3 A REGÊNCIA DO PLANO DE AULA E A AVALIAÇÃO...................................15
UNIDADE II................................................................................................................17
2. DINÂMICAS APLICADAS EM SALA DE AULA...................................................17
2.1 PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL..............................................17
2.1.1 Dinâmica de pintura....................................................................................17
2.1.2 Dinâmica de escrita das vogais.................................................................18
2.1.3 Dinâmica de escrever seu nome e reconhecer as vogais.......................19
2.2 SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.............................................20
2.2.1 Dinâmica das famílias silábicas................................................................20
2.2.2 Dinâmica da formação de novas palavras...............................................20
2.2.3 Dinâmica “Da frase ao texto”....................................................................21
UNIDADE III..............................................................................................................22
3. RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A ESCOLA E A VIDA DA CRIANÇA..............22
UNIDADE IV..............................................................................................................23
4. CLASSES MULTISSERIADAS.............................................................................23
CONCLUSÃO............................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................28
APÊNDICES...............................................................................................................31
PLANO DE AULA – 1º ANO...................................................................................32
PLANO DE AULA – 2º ANO...................................................................................34
HISTÓRIA ―O céu está caindo‖ (adaptada)............................................................36
FOTO 1...................................................................................................................37
FOTO 2...................................................................................................................37
ANEXOS....................................................................................................................38
CARTA DE ACEITE...............................................................................................39
ATIVIDADES..........................................................................................................40
REBELO, Carina Rodrigues. Alfabetização de crianças do 1º e 2º ano do Ensino
Fundamental pelo método de Paulo Freire. 2018. p. 51. Trabalho de Conclusão de
Curso – TCC (Graduação em Pedagogia) – Faculdade Capivari – FUCAP, Capivari
de Baixo, SC.
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso, que conclui os últimos três anos de estágio
curricular, do curso de Pedagogia, da Faculdade Capivari – FUCAP, efetivou-se a
partir de uma regência de aula, aplicada em uma turma multisseriada, de 1º e 2º ano
do Ensino Fundamental, na Escola Municipal Morro Azul, em Jaguaruna – SC. Tem
como objetivo, mostrar a aplicação de um plano de aula em regência, onde utilizou-
se o método de alfabetização de Paulo Freire, complementando com os teóricos
Gadotti (2000 e 2008), Janata e Anhaia (2015), Luckesi (2011), Mendonça e
Mendonça (2007), Soares (2017), entre outros autores. Foram utilizadas as
metodologias de pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e aplicação de um plano
de aula em regência de classe. Nesse sentido, conclui-se que, o plano de aula deve
ser a base para o trabalho do profissional da educação, que escolherá a
metodologia que mais se encaixa com sua turma, para que sua prática pedagógica
seja eficaz no processo de ensino-aprendizagem de seus alunos.
Palavras-chave: Alfabetização; Plano de aula; Método de Paulo Freire; Profissional
da educação; Processo de ensino-aprendizagem.
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INTRODUÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso efetivou-se em uma turma
multisseriada, de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental, na Escola Municipal Morro
Azul, na cidade de Jaguaruna – SC. Na turma mencionada, foi aplicado um plano de
aula em regência, tendo como foco a alfabetização pelo método de Paulo Freire.
Sendo 11 alunos no total, 8 do 1º ano e 3 do 2º ano, desses, 6 meninos e 5
meninas. De todos os alunos, alguns já sabem ler e escrever, outros, estão
avançando em seu processo de alfabetização.
No dia da regência da aula, as carteiras foram dispostas em meio círculo,
onde os alunos do 1º ano ficaram na ponta esquerda, e o restante, foi ocupado pelos
alunos do 2º ano, já que estão em maior número. Todos os alunos estavam
presentes no dia da regência da aula, e mostraram-se muito interessados pela aula
a ser aplicada, e por fim, expressaram satisfação sobre a prática utilizada.
A regência da aula iniciou-se com a contação da história adaptada ―O céu
está caindo‖, de Rosane Pamplona (2005), que é o texto gerador da aula, e conta a
história de uma galinha que ciscava embaixo de uma jabuticabeira, quando uma
jabuticaba cai em cima de sua cabeça, ela pensou que um pedaço do céu havia
caído, e sai apavorada, chamando os outros animais para se protegerem. Após a
contação, faz-se a compreensão com os alunos, com perguntas sobre o texto
gerador, sobre a confusão que a galinha gerou, e o que os alunos pensavam a
respeito.
Do texto gerador, foi retirada a palavra-chave jabuticaba, que seria o norte de
toda a prática da regência desta aula. Após o momento da compreensão, as
dinâmicas começaram a ser aplicadas separadamente para o 1º ano e para o 2º
ano. Para o 1º ano, as dinâmicas enfatizaram as vogais para a iniciação da
alfabetização, e todas elas, foram concluídas com êxito pelos alunos. Para o 2º ano,
as dinâmicas foram trabalhadas a partir das famílias silábicas da palavra-chave, nas
quais os alunos obtiveram sucesso no desempenho das mesmas.
Para a aplicação da regência, pensou-se em trabalhar a partir do cotidiano
das crianças, do conhecimento prévio que elas possuem, relacionando a
aprendizagem escolar com o seu dia a dia. Tendo em vista que se trata de uma
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turma multisseriada, em uma escola localizada em um meio rural, onde as crianças
tem contato direto com a natureza, com animais e com frutas colhidas em sua
própria casa, buscou-se trazer para a sala de aula essa realidade. Para tanto, o
método de alfabetização de Paulo Freire cabe ao plano de aula proposto, pois parte
da realidade do aluno, busca suas vivências e suas experiências, para que o
processo de ensino-aprendizagem seja significativo para os alunos, e desperte
neles, sua consciência crítica.
Neste Trabalho de Conclusão de Curso, trabalha-se, na primeira unidade, o
método de alfabetização desenvolvido por Paulo Freire, como base para o plano de
aula aplicado em regência, apresentam-se algumas considerações das leis
brasileiras para a alfabetização nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, e, explica-
se a avaliação utilizada na prática da regência. Na segunda unidade, são
demonstradas as dinâmicas trabalhadas com a turma multisseriada, separando as
dinâmicas do 1º e do 2º ano. Na terceira unidade, trabalha-se a importância do tema
para a vida da criança. E por fim, na quarta unidade, explica-se um pouco sobre
classes multisseriadas.
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DESENVOLVIMENTO
UNIDADE I
1. ALFABETIZAÇÃO: INICIAÇÃO PELO MÉTODO PAULO FREIRE
1.1 MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO DE PAULO FREIRE
Paulo Reglus Neves Freire é um dos mais influentes educadores do século
XX. Nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no estado de Pernambuco. Foi
alfabetizado pelos próprios pais antes mesmo de frequentar a escola. Concluiu a
faculdade de Direito, onde pouco atuou, pois se encontrou realizado ao lecionar a
disciplina de Língua Portuguesa no Colégio Osvaldo Cruz. Paulo Freire descobre
sua paixão por ensinar e começa e dedicar-se à causa das classes oprimidas, onde
busca através da alfabetização de jovens e adultos, transformar a consciência
ingênua em consciência crítica, ―[...] para assim formar o cidadão crítico e
participante, comprometido com a construção de uma sociedade mais justa‖
(MENDONÇA; MENDONÇA, 2007, p. 39).
Quando foi preso e exilado, durante a ditadura militar (1964-1985), Freire
atravessou países levando o seu processo de alfabetização a jovens e adultos pelo
mundo, e no Brasil, ―[...] os seus livros foram proibidos, as suas ideias foram
consideradas perigosas e o seu próprio nome foi impedido de ser pronunciado em
escolas e universidades‖ (BRANDÃO, 2005, p. 15). Hoje, Paulo Freire é uma
referência, não só para nós brasileiros, mas para o mundo todo quando se trata de
alfabetização como instrumento de conscientização e libertação, tendo o seu nome
intitulado em milhares de escolas e universidades espalhadas pelo mundo.
Sua inovadora prática educacional trata o educando como sujeito do saber, e
a alfabetização como um meio para reflexão, crítica e libertação das amarras da
sociedade. Seu método de alfabetização se espalhou por diversos países, onde o
próprio Paulo Freire implantava e ensinava como alfabetizar jovens e adultos,
podendo ser adaptado também na alfabetização de crianças, através das palavras
geradoras, retiradas do contexto dos aprendentes, facilitando e dando significado à
sua aprendizagem. Como afirma Gadotti (2000, p. 6):
A noção de aprender a partir do conhecimento do sujeito, a noção de ensinar a partir de palavras e temas geradores, a educação como ato
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de conhecimento e de transformação social e a politicidade da educação são apenas alguns dos legados da educação popular à pedagogia crítica universal.
O método de alfabetização de Paulo Freire foi iniciado com a educação de
jovens e adultos, mas aos poucos, pôde-se perceber a possibilidade de implantar
este método na alfabetização de crianças, já no início de sua vida escolar, nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental. Assim, o método de alfabetização de Paulo Freire
pode ser utilizado com mais eficiência que outros métodos, pois trabalha a partir do
que o aluno já conhece, suas vivências e experiências. Segundo Mendonça e
Mendonça (2007, p. 11):
[...] através da competência técnica e crítica do Método Paulo Freire, mostramos como se ensina crianças, jovens e adultos a ler e escrever com eficiência, buscando transformar a consciência ingênua do aprendiz em consciência crítica, com o compromisso maior de formar o cidadão competente para usar a leitura e a escrita, como instrumento social para a construção de uma sociedade mais justa.
Freire destacava que, antes de ler a palavra, era preciso primeiro ler o mundo,
―aprender a ler e escrever é, antes de tudo, aprender a ler o mundo, compreender o
seu contexto, localizar-se no espaço social mais amplo, a partir da linguagem‖
(LEITE; DUARTE, 2007, p. 42). De forma que, as palavras fizessem sentido para os
educandos, e não fossem apenas códigos possíveis de decifrar, pois o alfabetizando
deve aprender a ler e escrever, mas acima de tudo, compreender o que está lendo e
escrevendo, utilizá-los para produzir textos coerentes, e transformar sua realidade,
nas palavras de Paulo Freire (1975, p. 142):
Só assim a alfabetização cobra sentido. É a consciência de uma reflexão que o homem começa a fazer sobre sua própria capacidade de refletir. Sobre sua posição no mundo. Sobre o mundo mesmo. Sobre o seu trabalho. Sobre seu poder de transformar o mundo. Sobre o encontro das consciências. Reflexão sobre a própria alfabetização, que deixa assim de ser algo externo ao homem, para ser dele mesmo. Para sair de dentro de si, em relação com o mundo, como uma criação. Só assim nos parece válido o trabalho da alfabetização, em que a palavra seja compreendida pelo homem na sua justa significação: como uma força de transformação do mundo. Só assim a alfabetização tem sentido.
O método de Paulo Freire consiste em alguns passos que devem ser
seguidos para que se efetive. O primeiro passo é a ―Codificação‖, ou seja, a
representação real da palavra geradora por meio de códigos que o alfabetizando já
conhece. O segundo passo, a ―Descodificação‖, é a releitura da palavra geradora,
momento em que os aprendentes compreendem o contexto da palavra, através de
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uma discussão crítica. No terceiro passo, ―Análise e Síntese‖, faz-se a análise e
síntese da palavra geradora, como explicam Mendonça e Mendonça (2007, p. 76):
[...] objetivando levar o aprendiz à descoberta de que a palavra escrita representa a palavra falada, através da divisão da palavra em sílabas e apresentação de suas famílias silábicas na ficha de descoberta e, a seguir, junção das sílabas para formar novas palavras, levando o alfabetizando a entender o processo de composição e os significados das palavras, por meio da leitura e da escrita.
No quarto e último passo, de ―Fixação da leitura e escrita‖, faz-se a revisão da
análise das sílabas da palavra geradora, para assim, formar novas palavras, frases e
textos, com leitura e escrita significativa aos aprendizes. É importante lembrar que,
os passos para a alfabetização pelo método de Paulo Freire são de grande
relevância para que se consiga o objetivo de alfabetizar os alunos com significância,
e despertando assim, sua consciência crítica. Porém, como enfatizam Mendonça e
Mendonça (2007, p. 16):
[...] embora tenha uma sequência de passos a serem desenvolvidos, estes não constituem um molde que impede o aprendiz de refletir livremente sobre o objeto de conhecimento, a escrita; ao contrário, propicia-lhe a reflexão e a crítica de sua realidade, através da leitura do mundo, ou seja, da sociedade e de seu momento histórico, garantindo a contextualização de todo o trabalho, diferentemente dos demais métodos.
Desse modo, a contribuição de Paulo Freire e seu método inovador de
alfabetização de crianças, jovens e adultos, é de grande importância para que se
coloque em prática a qualidade do ensino que tanto se fala. É preciso refletir sobre
os cidadãos que se quer formar e o seu papel na construção de uma sociedade mais
justa, pois, como afirma Gadotti (2008, p. 93):
A escola não é só um espaço físico. É, acima de tudo, um modo de ser, de ver. Ela se define pelas relações sociais que desenvolve. E se ela quiser sobreviver como instituição, no século 21, precisa buscar o que é específico dela numa sociedade de redes e de movimentos que é a sociedade atual. A escola não pode mudar tudo e nem pode mudar a si mesma sozinha. Ela está intimamente ligada à sociedade que a mantém. Ela é, ao mesmo tempo, fator e produto da sociedade.
Sendo assim, cabe ainda salientar para a importância de não apenas
alfabetizar os alunos, mas principalmente, ensiná-los a compreender a língua escrita
e falada, de forma que ela faça sentido e que tenha significado para os educandos.
Para que assim, tornem-se cidadãos críticos e participativos da vida em sociedade,
que possam exercer sua cidadania com dignidade e que a tão almejada educação
de qualidade, seja conquistada.
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1.2 O QUE DIZ A LEI SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
O ensino de Língua Portuguesa, é, sem dúvida, um dos pilares para o início
da alfabetização de crianças, jovens e adultos. Conhecer a sua própria língua, saber
ler e escrever seus códigos, compreender e interpretar o que eles dizem é um dos
objetivos do ensino desta disciplina nas escolas por todo o Brasil, ―[...] as situações
didáticas têm como objetivo levar os alunos a pensarem sobre a linguagem para
poderem compreendê-la e utilizá-la adequadamente‖ (BRASIL, 1997, p. 21).
Desse modo, o trabalho do professor deve estar articulado com o que está
estabelecido na lei, mas também, adaptado à realidade do aluno, para que este seja
sujeito do seu próprio aprendizado, e o processo de ensino-aprendizagem seja
significativo e alcance os objetivos propostos. Sendo assim, algumas práticas
educativas foram estabelecidas para que se cumpra com o objetivo de alfabetizar os
alunos durante o primeiro ciclo do Ensino Fundamental, como apresenta a Base
Nacional Comum Curricular (2017, p. 61):
No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os componentes curriculares tematizam diversas práticas, considerando especialmente aquelas relativas às culturas infantis tradicionais e contemporâneas. Nesse conjunto de práticas, nos dois primeiros anos desse segmento, o processo de alfabetização deve ser o foco da ação pedagógica. Afinal, aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente: amplia suas possibilidades de construir conhecimentos nos diferentes componentes, por sua inserção na cultura letrada, e de participar com maior autonomia e protagonismo na vida social.
Dessa forma, um padrão de qualidade deve ser seguido para que o objetivo
maior do ensino de Língua Portuguesa, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
possa se efetivar. E assim, as crianças sigam para os anos seguintes sem
dificuldades no entendimento da língua escrita e da língua falada, que saibam
decifrar os códigos, mas principalmente, saibam dar significado à eles. Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 19):
Desde o início da década de 80, o ensino de Língua Portuguesa na escola tem sido o centro da discussão acerca da necessidade de melhorar a qualidade da educação no País. No ensino fundamental, o eixo da discussão, no que se refere ao fracasso escolar, tem sido a questão da leitura e da escrita. Sabe-se que os índices brasileiros de repetência nas séries iniciais — inaceitáveis mesmo em países muito mais pobres — estão diretamente ligados à dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever. [...] Essas evidências de fracasso escolar apontam a necessidade da reestruturação do ensino de
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Língua Portuguesa, com o objetivo de encontrar formas de garantir, de fato, a aprendizagem da leitura e da escrita.
Por isso, o trabalho de alfabetizar os alunos vai muito além de ensiná-los a ler
e escrever, pois estas são as bases para a alfabetização. Ensinar os alunos a
compreender e interpretar a Língua Portuguesa é uma tarefa mais árdua e essencial
para tornar os mesmos, cidadãos críticos e participativos na sociedade, como mostra
a atual Base Nacional Comum Curricular (2017, p. 65-66):
Ao componente Língua Portuguesa cabe, então, proporcionar aos estudantes experiências que contribuam para a ampliação dos letramentos, de forma a possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens.
―A finalidade é possibilitar aos estudantes participar de práticas de linguagem
diversificadas, que lhes permitam ampliar suas capacidades expressivas em
manifestações artísticas, corporais e linguísticas [...]‖ (BRASIL, 2017, p. 61). Para
tanto, o professor deve trabalhar de forma a fazer com que os alunos sejam ativos
no seu processo de aprendizagem, de tal modo que, reflitam e compreendam o que
estão aprendendo, e que assim, tornem-se cidadãos participativos e preparados
para o exercício da cidadania.
1.3 A REGÊNCIA DO PLANO DE AULA E A AVALIAÇÃO
Para a construção do plano de aula, pensou-se na adaptação do método de
alfabetização de Paulo Freire para uma turma multisseriada, de 1º e 2º ano do
Ensino Fundamental. As atividades e dinâmicas propostas foram feitas a partir da
história ―O céu está caindo‖, de Rosane Pamplona (2005), que entrou como texto
gerador, do qual foi retirada a palavra-chave jabuticaba, para trabalhar com os
alunos a silabação da mesma.
As dinâmicas propostas foram muito bem executadas por todos os alunos,
que demonstraram bastante interesse no contexto da história, durante a
compreensão, e após, com a realização das atividades e dinâmicas. Houve também
uma grande agitação no fim da regência da aula, quando os alunos foram
surpreendidos com uma bacia de jabuticaba que puderam saborear,
proporcionando-lhes um ótimo momento de degustação. Durante a compreensão do
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texto gerador e a execução das dinâmicas, os alunos estavam sendo avaliados, de
forma processual, pois observou-se suas participações e contribuições durante
todos os momentos da aula.
A avaliação é um ponto crucial de toda prática pedagógica, e precisa ser
repensada pelos professores, pois ―[...] a partir dessa nova perspectiva, percebe-se
a inconformidade com a prática tradicional, classificatória, pelo visível prejuízo para
formação moral e intelectual dos educandos‖ (VASCONCELLOS, 2002, p. 26). A
avaliação não deve se restringir ao momento final do processo de ensino-
aprendizagem, ao contrário, ela deve estar presente durante todo esse processo,
por meio dela, o professor observa e modifica sua prática educativa, a fim de
alcançar os objetivos propostos. Por isso, a avaliação deve ser pensada como uma
forma de auxiliar o professor em suas tomadas de decisão, perante as dificuldades
encontradas durante esse processo, como afirma Luckesi (2011, p. 175):
Na prática escolar, nosso objetivo é que nossos educandos aprendam e, por aprender, se desenvolvam. A avaliação da aprendizagem está a serviço desse projeto de ação e configura-se como um ato de investigar a qualidade da aprendizagem dos educandos, a fim de diagnosticar impasses e consequentemente, se necessário, propor soluções que viabilizem os resultados satisfatórios desejados.
Desse modo, na regência da aula, utilizou-se a avaliação processual, ou
formativa, que é aquela em que se avalia o aluno durante todo o processo de
construção do conhecimento. É quando o professor percebe as dificuldades
encontradas, a fim de corrigi-las, bem como, faz reflexões sobre a sua prática, com o
intuito de melhorar o processo de ensino-aprendizagem, para que assim, os
objetivos sejam atingidos. Segundo Freire (2008, p. 83):
Não é possível praticar sem avaliar a prática. Avaliar a prática é analisar o que se faz, comparando os resultados obtidos com as finalidades que procuramos alcançar com a prática. A avaliação da prática revela acertos, erros e imprecisões. A avaliação corrige a prática, melhora a prática, aumenta a nossa eficiência. O trabalho de avaliar a prática jamais deixa de acompanhá-la.
O uso da avaliação processual em sala de aula possibilita ao professor refletir
sobre a sua própria prática, perceber em que momentos obteve-se êxito, e em quais
momentos houveram falhas, de modo que, durante o processo de ensino-
aprendizagem, mudanças possam ser realizadas para melhorar este processo.
Sendo assim, o professor deve saber utilizar a avaliação processual, deixando a
avaliação somativa para momentos excepcionais, pois esta, não detalha o que
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realmente o aluno aprendeu e no que precisa avançar, é preciso atentar-se para
isso, como afirmam Leite e Duarte (2007, p. 44):
[...] a avaliação exige que consigamos olhar para a aprendizagem permanentemente. Para nós, não há um tempo exato de avaliação. Ela é contínua, processual, e só tem sentido se for para melhorar e qualificar as relações com o conhecimento e com as pessoas, ou seja, construir conhecimento, valores e atitudes, com base na experiência comum.
Logo, a avaliação processual ou formativa deve estar sempre presente no
processo de ensino-aprendizagem, visto que, com ela pretende-se ―[...] atender aos
ideais de formação do sujeito crítico, participante e leitor competente, em benefício
das camadas populares‖ (MENDONÇA; MENDONÇA, 2007, p. 146). E assim,
alcançar a tão sonhada educação de qualidade, onde todos os alunos saiam da
escola preparados para o exercício da cidadania, sendo cidadãos críticos e
participativos da vida em sociedade.
UNIDADE II
2. DINÂMICAS APLICADAS EM SALA DE AULA
2.1 PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
2.1.1 Dinâmica do desenho
Na dinâmica do desenho, os alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental,
foram instigados sobre o que ouviram na história adaptada ―O céu está caindo‖, de
Rosane Pamplona (2005), que conta a história de uma galinha que se assustou com
uma jabuticaba que caiu em sua cabeça, e saiu fazendo um alarme sobre a
situação. A galinha corria apavorada, pois pensou que um pedaço do céu havia
caído em sua cabeça, chamando a atenção dos outros animais, que, com medo,
seguiam a galinha amedrontada.
Os alunos deveriam fazer uma representação, em desenho, sobre o que
entenderam da história, algo que tivesse chamado sua atenção. Cada aluno recebeu
uma folha sulfite em branco, onde poderia desenhar o seu entendimento sobre a
história contada. Essa dinâmica foi aplicada com o intuito de fazer com que os
alunos colocassem no papel a sua percepção sobre a história. Teve como objetivo
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analisar a compreensão dos educandos sobre a história e deixá-los colocar no papel
um pouco de sua imaginação, fazendo com que relembrassem a mesma, que foi o
texto gerador da aula. Segundo Goldberg, Yunes e Freitas (2005, p. 102):
O desenho é um importante meio de comunicação e representação da criança e apresenta-se como uma atividade fundamental, pois a partir dele a criança expressa e reflete suas ideias, sentimentos, percepções e descobertas. Para a criança o desenho é muito importante, é seu mundo, é sua forma de transformá-lo, é seu meio de comunicação mais precioso.
Por isso, desenvolveu-se a dinâmica do desenho, pois é um meio de a
criança refletir sobre a história contada e colocar no papel o que entendeu. Esta
dinâmica foi aplicada ao primeiro ano do Ensino Fundamental, e teve um ótimo
resultado, os alunos coloriram bastante o desenho, e observavam as telas levadas
para a contação da história, pois queriam pintar com as mesmas cores. Os alunos
concluíram a atividade com êxito e puderam expressar a sua percepção sobre a
história.
2.1.2 Dinâmica de escrita das vogais
Na dinâmica de escrita das vogais, aplicada ao primeiro ano do Ensino
Fundamental, foi entregue aos alunos uma folha sulfite, com a atividade impressa.
Na atividade, continham algumas palavras retiradas do texto gerador, e nas vogais
das palavras, havia um espaço em branco onde os alunos deveriam completar a
palavra com a vogal que faltava. Nessa dinâmica, os alunos conheciam todas as
vogais, tiveram dúvida em alguns momentos sobre onde colocariam a vogal para
que a palavra ficasse correta, entretanto, concluíram a atividade satisfatoriamente, e
com certa agilidade.
Essa dinâmica teve como objetivo a iniciação da alfabetização com os alunos
a partir das vogais, utilizando-se de palavras do texto gerador. Neste momento, a
intenção era de que os alunos adquirissem a compreensão de que as palavras são
constituídas por vogais. Como afirmam Mendonça e Mendonça (2007, p. 15):
[...] esse método dá conta dos aspectos da fala, da escrita e da leitura, quando, através de seus passos, respeita a realidade linguística do educando, desenvolve sua escrita e, por meio da leitura de textos reais e da leitura do mundo, transforma sua consciência ingênua em consciência crítica.
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Dessa forma, os alunos puderam perceber nas palavras a presença das
vogais e, compreenderam que, para formar uma palavra, é preciso utilizar-se de
vogais e consoantes. Desse modo, trabalhar com palavras que fazem parte do
contexto diário das crianças, auxilia e facilita sua aprendizagem, pois parte do que
elas já conhecem. Assim, a dinâmica de escrita das vogais foi bem trabalhada e bem
executada pelos alunos, onde todos conseguiram concluir a atividade com sucesso.
2.1.3 Dinâmica de escrever seu nome e reconhecer as vogais
Na dinâmica de escrever seu nome e reconhecer as vogais, os alunos do
primeiro ano do Ensino Fundamental foram instigados a escrever seu próprio nome
e reconhecer as vogais que o compõe. Em uma folha sulfite, foi proposto aos alunos
que, escrevessem seu nome e percebessem nele, a presença das vogais. Neste
momento, os alunos puderam observar o próprio nome e sua formação com as
vogais.
Através dessa dinâmica, os alunos perceberam a presença das vogais em
seu nome e a importância das mesmas para a formação de palavras. Os próprios
alunos impressionaram-se com a quantidade de vogais que seu nome possui, e
quiseram também, colorir cada vogal com uma cor diferente, para depois notarem
quantas vogais diferentes seu nome possui. Como afirma Silva (2015, p. 160):
Quando se trata de dizer algo sobre a escrita a uma criança, as primeiras informações dizem respeito ao seu nome, independentemente do processo que ela esteja vivenciando. Incentiva-se a criança a identificar as letras do seu nome e aprender a escrevê-lo. Isto não é sem razão, pois é o nome que a representa civil e socialmente. Através do nome e sobrenome ela se diferencia de outras pessoas ou se identifica a elas, iniciando seu processo de pertencimento a grupos sociais e lugares.
Desse modo, trabalhar o nome próprio da criança para a iniciação da
alfabetização é de extrema relevância para este processo, pois o nome próprio é o
primeiro contato que a criança tem com a língua escrita, facilitando assim, o seu
entendimento sobre as letras e sua composição para a formação das palavras.
Assim, os alunos compreenderam a importância das vogais na escrita de seu nome
e também das palavras.
20
2.2 SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
2.2.1 Dinâmica das famílias silábicas
Com a dinâmica das famílias silábicas da palavra-chave jabuticaba, do texto
gerador, iniciou-se com os alunos do segundo ano do Ensino Fundamental, a
silabação, onde os mesmos reconheceriam as sílabas através da palavra-chave. O
estudo das famílias silábicas JA, BA, TA e CA, se deu a partir da escrita no quadro,
pelos próprios alunos, das famílias silábicas mencionadas anteriormente, de forma a
introduzir a compreensão dessas sílabas para a formação da palavra. Também foi
disposto aos alunos, as famílias silábicas da palavra-chave, escritas separadamente
em quadrados de cartolina, onde os alunos poderiam formar diversas palavras com
as sílabas e compartilhar com os colegas.
A partir das famílias silábicas da palavra-chave, os alunos puderam perceber
que essas sílabas formam várias outras palavras, e também compreenderam a
relevância da sílaba para a formação de uma palavra. Desse modo, os alunos
tiveram a percepção do que é uma sílaba, que é composta por, pelo menos, duas
letras do alfabeto, que eles já conhecem. Segundo Mendonça e Mendonça (2007, p.
37):
[...] a análise e a síntese vêm de uma palavra real, cujo significado o aprendiz conhece, retirando-se dela a sílaba, para que o aluno veja e perceba a combinação fonêmica na constituição de sílabas e, a seguir, na composição de palavras.
Dessa forma, o estudo inicial das sílabas é fundamental para a compreensão
da palavra, visto que, os alunos observam as palavras e reconhecem nelas as
sílabas trabalhadas. Enfim, esta dinâmica possibilitou aos alunos a análise e a
percepção das famílias silábicas da palavra-chave, e foi muito bem executada pelos
mesmos.
2.2.2 Dinâmica da formação de novas palavras
Na dinâmica da formação de novas palavras, foram disponibilizadas aos
alunos do segundo ano do Ensino Fundamental, novamente, as famílias silábicas da
palavra-chave jabuticaba, escritas em quadrados de cartolina, acrescentando-se
famílias silábicas diferentes, onde os alunos formaram novas palavras a partir das
21
sílabas e as escreveram em uma folha sulfite. Neste momento, propôs-se aos
alunos, que formassem palavras diferentes com as famílias silábicas da palavra-
chave e com as novas sílabas dispostas.
Nessa dinâmica, os alunos trocaram ideias com os colegas, trocaram sílabas
para que formassem outras palavras, e formaram juntos, novas palavras a partir das
sílabas dispostas. Foi um momento de interação com os colegas, onde refletiram
juntos sobre qual palavra poderiam formar. Como afirmam Mendonça e Mendonça
(2007, p. 86):
[...] era por meio da análise e síntese que o aprendiz tomaria consciência da existência da sílaba, estabeleceria a correspondência entre fala e escrita e, em vez de memorizar, compreenderia nosso sistema de escrita alfabético, além de ter a oportunidade de compor novas palavras por meio da ficha de descoberta (composta pela família silábica ou fonética desenvolvida de cada sílaba de uma palavra geradora).
Por meio desta dinâmica, os alunos puderam formar novas palavras com as
famílias silábicas da palavra-chave, e compreender que, as sílabas juntam-se e
formam várias palavras que eles conhecem. Por isso, trabalhar as famílias silábicas
que os alunos estão conhecendo, e desenvolver novas palavras a partir delas, é um
exercício muito importante durante o processo de alfabetização. Assim, a dinâmica
foi concluída com êxito pelos alunos.
2.2.3 Dinâmica “Da frase ao texto”
A dinâmica ―Da frase ao texto‖ desafiou os alunos a escreverem um pequeno
texto. Primeiramente, propôs-se a eles que escrevessem, em uma folha sulfite, duas
palavras partindo das famílias silábicas da palavra-chave jabuticaba. Logo após,
deveriam escrever um pequeno texto, onde puderam inserir as palavras formadas
anteriormente.
Nesta dinâmica, alguns alunos tiveram dificuldade para escrever o texto, e
pediram sugestões de qual frase poderiam escrever para encaixar as palavras que
formaram. No entanto, outros alunos concluíram a atividade com êxito, e ainda,
auxiliaram os colegas que estavam com dificuldade, para que todos conseguissem
concluir. De acordo com Mendonça e Mendonça (2007, p. 74):
22
[...] faz-se necessário conceituar ―palavra geradora‖, que é também designação sinônima do Método Paulo Freire, ou seja, Método da Palavra Geradora, porque é extraída do universo vocabular dos aprendizes, conforme critérios de produtividade temática, fonêmica e do teor de motivação e conscientização e, a seguir, através da decomposição das sílabas e pela sua combinação, são geradas outras palavras.
E, a partir dessas palavras geradas pelas famílias silábicas da palavra-chave,
extraída do texto gerador, os alunos tornam-se capazes de formar um texto, ainda
que pequeno, mas com sentido e significado para eles. Desse modo, iniciando o
conteúdo através de um texto gerador, onde se retira uma palavra-chave para
trabalhar suas famílias silábicas separadamente, por fim, os alunos conseguirão
escrever novas palavras e um novo texto.
UNIDADE III
3. RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A ESCOLA E A VIDA DA CRIANÇA
Para a construção do plano de aula, pensou-se no cotidiano das crianças e na
relevância que o tema teria. Inicialmente, o texto gerador ―O céu está caindo‖, traz
para a sala de aula, o que os alunos conhecem e convivem no seu dia a dia. Através
dos animais contados na história, e da palavra-chave jabuticaba, o plano de aula
teve como norte a vivência diária dos alunos, que vivem em um ambiente rural,
rodeados de animais e frutas.
É notório que, trabalhar palavras que envolvem o cotidiano das crianças, com
palavras que estão acostumadas a ouvir, facilita o processo de ensino-
aprendizagem, principalmente no momento da alfabetização, pois se utiliza de temas
conhecidos pelos alunos, dando motivação aos mesmos. Como afirma Soares
(2017, p. 181):
Na proposta de Paulo Freire, trata-se, sim, de selecionar palavras do universo vocabular dos alfabetizandos, trata-se também de selecionar palavras que atendam a uma sequência adequada de aprendizagem das relações fonema-grafema, mas não se selecionam quaisquer palavras: selecionam-se aquelas carregadas de significado social, cultural, político, vivencial.
O plano de aula teve como base teórica o método de alfabetização de Paulo
Freire, onde busca as vivências e o conhecimento prévio dos alunos para iniciação
da alfabetização, exercitando ―a sua competência comunicativa, através do diálogo,
23
do desenho, da dramatização, despertar a sua capacidade de identificar problemas
na realidade, pela interação com os demais e com o meio‖ (MENDONÇA;
MENDONÇA, 2007, p. 16). Utilizaram-se as famílias silábicas da palavra-chave
como um guia para a silabação, a formação de novas palavras e, a partir delas, a
construção de um pequeno texto.
Para as crianças, o tema encaixa-se à sua realidade, todos conheciam sobre
o que se citava no texto gerador, conseguiam responder às questões durante o
momento da compreensão da história e contextualização da palavra-chave. Através
da palavra-chave jabuticaba, retirada do texto gerador, os alunos puderam escrever
palavras novas com as famílias silábicas da mesma, e perceber a relevância das
sílabas na construção das palavras, e, por conseguinte, na construção de textos.
Desse modo, fica claro que, a introdução de palavras que fazem parte do
cotidiano das crianças, fazendo a relação da aprendizagem escolar com a
aprendizagem informal, que recebem em casa, facilita o processo de alfabetização
das mesmas, visto que, essa aprendizagem inicia-se a partir do conhecimento prévio
do aluno, de onde ele já conhece. ―Paulo Freire definia já alfabetização como
conscientização, politização, meio de tornar o homem consciente de sua realidade e
de sua possibilidade de transformá-la‖ (SOARES, 2017, p. 183). Assim, o
conhecimento se torna, para os educandos, muito mais significativo, pois parte de
seu conhecimento prévio, fazendo-o compreender o conhecimento escolar, e
relacioná-lo com seu cotidiano, de modo que, possa transformar a sua consciência
ingênua em consciência crítica.
UNIDADE IV
4. CLASSES MULTISSERIADAS
As classes multisseriadas são uma realidade para o Brasil e para o mundo
todo. Tem maior frequência em escolas do campo, onde as matrículas por turma tem
um número baixo, em razão da população desta área. E com o intuito de diminuir o
gasto com um professor para cada turma, colocam-se os alunos com idade escolar
aproximada em uma mesma sala de aula e apenas um professor para lecionar.
Como afirmam Silveira, Enumo e Batista (2014, p. 458):
24
Dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO (2006) indicam que 30% do total de classes escolares existentes no mundo pertencem à modalidade multisseriada, em que um professor trabalha com alunos de várias séries escolares ao mesmo tempo e em um mesmo ambiente. O método, baseado na concepção de ensino mútuo, foi introduzido no Brasil no século XIX. Experiências em países desenvolvidos apontam bons resultados para tal método; contudo, devido às dificuldades financeiras e políticas presentes nos países subdesenvolvidos, percebe-se que o ensino multisseriado tem sido um desafio. Esta modalidade de ensino ocorre, sobretudo, em áreas rurais.
Além disso, a formação desses profissionais para trabalhar em salas
multisseriadas tem deixado a desejar, visto que, não se observa nas licenciaturas, o
tratamento desta modalidade de ensino como uma formação necessária para os
professores. Desse modo, muitos desses profissionais trabalham em classes
multisseriadas desconhecendo práticas educacionais para se ensinar alunos em
diferentes idades escolares em uma mesma turma.
Neste contexto, algumas políticas públicas foram implantadas no Brasil, com
o intuito de melhorar o rendimento dos alunos das classes multisseriadas, visto que,
esses alunos não progrediam em seus estudos e observava-se uma defasagem em
sua aprendizagem. Essas políticas públicas enfatizam, principalmente, a formação
dos professores como essencial para a melhoria da qualidade do ensino nessas
classes diferenciadas, como explicam Janata e Anhaia (2015, p. 692):
Neste aspecto, destaca-se que foi no bojo das reformas neoliberais que o Brasil em 1997, seguindo orientação do Banco Mundial, implementou o Programa Escola Ativa para a formação dos professores de escolas multisseriadas do campo, [...] com o objetivo de melhorar o rendimento dos alunos de classes multisseriadas rurais. Para tanto focalizava dois vértices: a formação de professores e a melhoria da infraestrutura das escolas.
Dessa forma, destaca-se a necessidade de melhorar a formação inicial e
continuada de professores para trabalharem em classes multisseriadas, visto que,
essa é uma modalidade de ensino que exige do profissional a relação do currículo
escolar com o cotidiano dos alunos, para que a aprendizagem seja significativa para
os mesmos. Por isso, ―[...] reforça a necessidade da articulação da escola com a
vida, outro princípio, o que traz a importância dos conhecimentos da experiência
cotidiana, como essenciais para pensar as relações e contradições da produção da
vida humana‖ (JANATA; ANHAIA, 2015, p. 694).
25
Sendo assim, trabalhar a partir de palavras ou textos geradores, valorizando o
conhecimento prévio do aluno, faz com que ele se torne ativo no seu processo de
ensino-aprendizagem. Desse modo, trabalhar o método de alfabetização de Paulo
Freire nessas turmas é extremamente importante, pois, através dele, o professor traz
para a sala de aula o que os alunos já conhecem, suas vivências cotidianas, e
assim, o processo de ensino-aprendizagem torna-se muito mais significativo para os
aprendentes.
26
CONCLUSÃO
Durante a regência do plano de aula, torna-se evidente que a participação e
envolvimento dos alunos foram de extrema relevância para que o mesmo se
efetivasse de forma satisfatória. Com o assunto abordado neste plano de aula,
buscou-se trabalhar a realidade dos alunos da turma em questão. Para isso, o
método de alfabetização de Paulo Freire, trouxe grandes contribuições para a
confecção do plano de aula, e em seguida, para a construção deste Trabalho de
Conclusão de Curso.
As dinâmicas aplicadas na regência da aula foram construídas com base no
estudo das atividades propostas por Paulo Freire, para a concretização do método
de alfabetização criado por ele. Nessas dinâmicas trabalhadas, os alunos faziam a
ligação entre o que estavam aprendendo naquele momento, e as suas vivências e
experiências cotidianas, de forma que, seu conhecimento prévio se relacionava com
o conhecimento construído na sala de aula.
Desse modo, quando a prática do profissional da educação, busca o
conhecimento prévio do alfabetizando, transformando sua consciência ingênua em
consciência crítica, o processo de ensino-aprendizagem torna-se muito mais
significativo. Pois, a criança deve aprender na escola, a ler e escrever, conforme
suas experiências cotidianas, e não sobre algo que ela nunca ouviu falar. Assim, o
método de alfabetização de Paulo Freire, que trata o alfabetizando como sujeito do
seu próprio conhecimento, e ativo no seu processo de aprendizagem, é um caminho
para que o aluno possa, a partir do conhecimento, transformar a sua realidade.
Para a construção deste Trabalho de Conclusão de Curso, foram utilizados
alguns teóricos como Brandão (2005), Gadotti (2000 e 2008), Leite e Duarte (2007),
Mendonça e Mendonça (2007), e Soares (2017), fundamentando sobre o método de
alfabetização de Paulo Freire e sua importância na escola. Além de Vasconcellos
(2002) e Luckesi (2011) que falam sobre avaliação escolar. Também citou-se Silva
(2015), Goldberg, Yunes e Freitas (2005), para embasamento das dinâmicas
aplicadas em sala de aula. E por fim, Janata e Anhaia (2015), e Silveira, Enumo e
Batista (2014) para dar fundamento sobre classes multisseriadas.
27
Tomando-se a alfabetização, pelo método de Paulo Freire, tendo o plano de
aula como base para este Trabalho de Conclusão de Curso, os objetivos propostos
foram efetivamente alcançados. Além disso, os alunos mostraram grande satisfação
com o modo diferenciado da regência da aula, destacando assim, a relevância deste
momento para sua vida. Assim, é possível refletir sobre as práticas educativas
adotadas pelos profissionais da educação, que devem fazer sentido e ter significado
para seus alunos, de modo a contribuir para sua formação como cidadão.
Diante do exposto, observa-se a adaptação do método de alfabetização de
Paulo Freire, como uma saída para erradicar o analfabetismo funcional da
população brasileira, iniciando, na alfabetização das crianças, não somente o
conhecimento dos códigos escritos, mas, principalmente, a compreensão de nossa
língua falada e escrita, como forma de conscientização e libertação. Assim, forma-se
o cidadão crítico, ativo para a vida em sociedade, para o exercício da cidadania, e
para que o próprio sujeito possa transformar sua realidade.
28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Paulo Freire, educar para transformar:
fotobiografia. São Paulo: Mercado Cultural, 2005. 140 p.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: língua portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF:
MEC/ SEF, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf
Acesso em: 08/05/2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a
base. Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-
site.pdf Acesso em: 07/05/2018.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1975.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 49
ed. São Paulo: Cortez, 2008.
GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. São Paulo, vol. 14, nº 2,
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GADOTTI, Moacir. Reinventando Paulo Freire na escola do século 21. In: TORRES,
Carlos Alberto et al. Reinventando Paulo Freire no século 21. São Paulo: Editora e
Livraria Instituto Paulo Freire, 2008. – (Série Unifreire)
GOLDBERG, Luciane Germano; YUNES, Maria Angela Mattar; FREITAS, José
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Psicologia em Estudo, Maringá, v.10, n.1, p. 97-106, jan./abr., 2005. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n1/v10n1a11 Acesso em: 18/04/2018.
29
JANATA, Natacha Eugênia e ANHAIA, Edson Marcos de. Escolas/Classes
Multisseriadas do Campo: reflexões para a formação docente. Educ.
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LEITE, Olivia S.L. e DUARTE, José B.. Aprender a Ler o Mundo. Adaptação do
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pedagógico. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MENDONÇA, O. S.; MENDONÇA, O. C. Alfabetização: método sociolinguístico:
consciência social, silábica e alfabética em Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2007.
PAMPLONA, Rosane. Era uma vez... três! Histórias de enrolar... São Paulo:
Moderna, 2005. Disponível em:
http://brincadeirasliterarias.blogspot.com.br/2012/09/contos-acumulativos.html
Acesso em: 10/04/2018.
SILVA, Marlene Maria Machado da. Alfabetização, nome próprio e subjetividade.
2015. Trabalho apresentado no XII Congresso Nacional de Educação, PUCPR,
2015. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20194_8517.pdf
Acesso em: 06/05/2018.
SILVEIRA, Kelly Ambrósio; ENUMO, Sônia Regina Fiorim e BATISTA, Elisa
Pozzatto. Indicadores de estresse e estratégias de enfrentamento em
professores de ensino multisseriado. Psicol. Esc. Educ. [online]. 2014, vol.18, n.3,
pp.457-465. ISSN 2175-3539. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/pee/v18n3/1413-8557-pee-18-03-0457.pdf Acesso em:
02/05/2018.
30
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2017.
192 p.
VASCONCELLOS, Maura Maria Morita. Avaliação e Ética. Londrina: Ed. UEL,
2002. xiv, 259 p.
32
PLANO DE AULA – 1º ANO
Escola: Escola Municipal Morro Azul.
Série: 1º ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Disciplina: Língua Portuguesa: fase inicial de alfabetização (vogais).
Tema: A alfabetização em fase de pré-ludicidade com inclusão das vogais no
contexto da contação de história.
Título: Alfabetização através da contação de história.
Ementa: A importância das vogais para a formação das palavras. A presença das
vogais nas palavras. O nome próprio e as vogais.
Objetivos:
Objetivo Geral: Proporcionar o estudo e o conhecimento da presença das
vogais nas palavras.
Objetivos Específicos:
1- Mostrar, pela contação de história, na palavra-chave jabuticaba, a presença
das vogais.
2- Identificar as vogais no alfabeto.
3- Trabalhar através das dinâmicas as vogais e sua presença nas palavras.
Conteúdo Programático:
Unidade I: A importância das vogais para a formação das palavras.
- As vogais na palavra jabuticaba através da compreensão do texto.
- As vogais nos nomes próprios.
- As vogais nos personagens da história contada.
Unidade II: A presença das vogais nas palavras.
- A dinâmica aplicada na descoberta das vogais.
- A escrita das vogais (desenho da letra).
- A descoberta das palavras e sua representação no contexto da história.
Unidade III: O nome próprio e as vogais.
- Procurar as vogais nos nomes próprios dos colegas da classe.
33
- Unir em representação a soma de vogais nas palavras.
- Descobrir a vogal que falta no nome apresentado.
Metodologia de trabalho:
Primeiro momento: Acolhem-se as crianças em um círculo e inicia-se a oração ―Pai
nosso‖. Logo após, efetiva-se o plano de aula com a contação da história ―O céu
está caindo‖, da autora Rosane Pamplona, do ano de 2005. Assim, faz-se a
compreensão do texto através da dinâmica de pintura. Agora, enfatiza-se a palavra-
chave ―jabuticaba‖ com ênfase nas vogais. Para este momento aplicam-se, a partir
da palavra geradora, as vogais para verificação das mesmas nos nomes próprios
dos alunos. Em seguida, a utilização dos nomes dos outros personagens da história
para a descoberta das vogais.
Segundo momento: Inicia-se a segunda dinâmica para a escrita das vogais e logo
após, a terceira dinâmica no mesmo processo.
Terceiro momento: Trabalha-se a descoberta dos nomes dos colegas da classe e
segue-se para a adição das vogais em representação matemática.
Recursos: Lápis, lápis coloridos, atividades em sulfite (xerox), atividades em
cartolina (escrita), canetas coloridas, quadro branco, marcador para quadro branco,
apagador, tesouras, cola.
Processo de avaliação: A avaliação será processual, pois verificar-se-á o avanço
constante a cada etapa das dinâmicas aplicadas.
Referencial bibliográfico:
MENDONÇA, O. S.; MENDONÇA, O. C. Alfabetização: método sociolinguístico:
consciência social, silábica e alfabética em Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2007.
PAMPLONA, Rosane. Era uma vez... três! Histórias de enrolar... São Paulo:
Moderna, 2005. Disponível em:
http://brincadeirasliterarias.blogspot.com.br/2012/09/contos-acumulativos.html
Acesso em: 10/04/2018.
34
PLANO DE AULA – 2º ANO
Escola: Escola Municipal Morro Azul.
Série: 2º ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Disciplina: Língua Portuguesa: processo de silabação.
Tema: Pela contação de história: jabuticaba (palavra-chave) em prontidão para a
silabação.
Título: A silabação no contexto da palavra-chave: jabuticaba
Ementa: A contação de história e a relevância da palavra-chave: jabuticaba. As
famílias silábicas da palavra-chave. A formação de palavras derivadas das famílias
silábicas.
Objetivos:
Objetivo Geral: Proporcionar o estudo e o conhecimento da silabação da
palavra jabuticaba.
Objetivos Específicos:
1- Identificar na palavra-chave jabuticaba, as famílias silábicas: ja, ba, ta e ca.
2- Trabalhar as dinâmicas silábicas na construção de palavras.
3- Construir, a partir das sílabas, novas palavras.
Conteúdo Programático:
Unidade I: A contação de história e a relevância da palavra-chave: jabuticaba.
- A compreensão da história enfatizando a palavra jabuticaba.
- Da palavra jabuticaba, as famílias silábicas: ja, je, ji, jo, ju; ba, be, bi, bo, bu; ta, te,
ti, to, tu; ca, ce, ci, co, cu.
- A palavra-chave (jabuticaba) geradora da dinâmica das palavras do texto e de
novas palavras.
Unidade II: As famílias silábicas da palavra-chave.
- Palavras formadas pelas sílabas do texto gerador.
- Novas palavras com significados diferentes.
- Iniciar frases simples.
Unidade III: A formação de palavras derivadas das famílias silábicas.
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- Da palavra à frase, da frase ao texto.
Metodologia de trabalho:
Primeiro momento: Acolhem-se as crianças em um círculo e inicia-se a oração ―Pai
Nosso‖. Logo após, efetiva-se o plano de aula com a contação da história ―O céu
está caindo‖, da autora Rosane Pamplona, do ano de 2005. Assim, faz-se a
compreensão através das perguntas sobre o texto, contextualizando as respostas
com novas perguntas. Após, enfatiza-se a palavra-chave para o início das famílias
silábicas.
Segundo momento: Inicia-se a segunda dinâmica, cuja etapa trabalha a palavra
geradora em novas palavras. Segue-se a atividade que é a de completar palavras do
texto.
Terceiro momento: Nesta etapa, iniciam-se as frases simples para dar seguimento à
próxima dinâmica, que é a formação da frase ao texto.
Recursos: Lápis, lápis coloridos, atividades em sulfite (xerox), atividades em
cartolina (escrita), canetas coloridas, quadro branco, marcador para quadro branco,
apagador.
Processo de avaliação: A avaliação será processual, pois trabalhar-se-á a palavra
geradora em processo estrutural da sílaba ao texto.
Referencial bibliográfico:
MENDONÇA, O. S.; MENDONÇA, O. C. Alfabetização: método sociolinguístico:
consciência social, silábica e alfabética em Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2007.
PAMPLONA, Rosane. Era uma vez... três! Histórias de enrolar... São Paulo:
Moderna, 2005. Disponível em:
http://brincadeirasliterarias.blogspot.com.br/2012/09/contos-acumulativos.html
Acesso em: 10/04/2018.
36
HISTÓRIA ―O céu está caindo‖ (adaptada)
Rosane Pamplona
Era uma vez uma galinha que andava ciscando embaixo de uma jabuticabeira, quando uma jabuticabinha seca caiu bem em cima da sua cabeça. A galinha assustou-se e pensou: ―Meu Deus! O céu está caindo!‖. E saiu correndo, espavorida.
No caminho, encontrou-se com o pato e pôs-se a cacarejar: – Corra, pato, vamos nos proteger que o céu está caindo! – Quem lhe disse isso? – Um pedacinho do céu caiu bem no meu cocuruto. O pato, amedrontado, seguiu a galinha. Logo à frente, estava o pintinho. – Venha conosco, pintinho – grasnou o pato –, pois o céu está caindo! – Quem lhe disse isso? – Quem me disse foi a galinha, que sentiu um pedacinho do céu cair bem no
seu cocuruto. O pintinho achou melhor ir com eles. Correram mais um pouco e esbarraram no peru. – Vamos fugir, peru, que o céu está caindo! – piou o pintinho. – Quem lhe disse isso? – Quem me disse foi o pato, que ouviu da galinha, que sentiu um pedacinho
do céu cair bem no seu cocuruto. O peru, alarmado, foi logo se juntando à turma. Iam naquele alarido, cacarejando, grasnando, piando e grugulejando, quando
encontraram a coruja. – Esperem! Aonde vão com tanta pressa? – perguntou a coruja. – Estamos procurando um abrigo, pois o céu está caindo! – foi a vez de o
peru grugulejar. – Quem lhe disse isso? – Quem me disse foi o pintinho, que ouviu do pato, que ouviu da galinha, que
sentiu um pedacinho do céu cair bem no seu cocuruto. – Um pedaço do céu? – estranhou a inteligente coruja. -- O que acham de investigarmos sobre isso? Quem sabe encontramos esse
pedacinho do céu que caiu no cocuruto da dona galinha. E assim foram, galinha, pato, pintinho, peru e coruja, e descobriram que foi
apenas uma jabuticaba que causou toda aquela confusão. Fim!
E
37
FOTO 1: Contação da história ―O céu está caindo‖
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
FOTO 2: Degustação da jabuticaba
Fonte: Elaboração do autor, 2018.