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FACULDADE DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA Monografia Análise FOFA do projecto de educação ambiental sobre a gestão de resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de passageiros no Município da Cidade de Maputo Nicolino Mangave Maputo, Março de 2017

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA

Monografia

Análise FOFA do projecto de educação ambiental sobre a gestão de resíduos sólidos nostransportes semi-colectivos de passageiros no Município da Cidade de Maputo

Nicolino Mangave

Maputo, Março de 2017

ANÁLISE FOFA DO PROJECTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOBRE A GESTÃODE RESĺDUOS SÓLIDOS NOS TRANSPORTES SEMI-COLECTIVOS DEPASSAGEIROS NO MUNICIPIO DA CIDADE DE MAPUTO

Monografia apresentada ao Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

como requisito final para a obtenção do grau de Licenciatura em Educação Ambiental

Nicolino Mangave

Supervisor: Prof. dr. Aguiar Baquete

Co-supervisora: drª. Narcísia Cossa

Maputo, Março de 2017

Declaração de Honra

Eu, Nicolino Mangave declaro por minha honra que esta monografia é da minha inteira autoria e

nunca foi submetida a nenhuma instituição para fins de avaliação. A autenticidade dos resultados

desta monografia tem como testemunhas, os respectivos supervisores e todas as fontes

bibliográficas por mim usadas e citadas foram indicadas e reconhecidas.

…………………………………………………………………………..

(Nicolino Mangave)

O Júri de Avaliação

O Presidente do Júri O Examinador O Supervisor

__________________ __________________ ______________

Agradecimentos

Agradeço do coração a minha família, em especial a minha mãe, meus irmãos, sobrinhos pelo

apoio incondicional e incalculável que ofereceram, para tornar realidade este sonho.

Aos meus supervisores, Prof dr. Aguiar Baquete e drª. Narcísia Cossa pelo acompanhamento

atencioso oferecido para que fosse possível a realização do trabalho.

A drª. Cláudia Buce, pelo convite feito para integrar na equipe, que trabalhou directamente com

os transportadores semi-colectivos de passageiros.

Ao corpo docente do curso de Licenciatura em Educação Ambiental, pelo apoio, atenção,

paciência, dedicação e acompanhamento durante os longos 4 anos.

Aos meus queridos colegas de turma, em especial a Mirza, Henriques, Helton, Joana, Kátia,

Isaltina, Sipanela, Matilde, Sheila e Felicidade pelo companheirismo e disponibilidade para

ajudar e para a troca de experiências.

Aos utentes dos transportes semi-colectivos (motoristas, cobradores e passageiros), que se

disponibilizaram para fazerem parte dos entrevistados.

Em fim, vai o meu muito obrigado a todos aqueles que directa e indirectamente contribuíram

para que fosse possível frequentar os 4 anos e para a realização deste trabalho.

iv

Dedicatória

Dedico este trabalho a toda minha família por me ter acompanhado com muita atenção e amor.

Pela força e coragem que me fez acreditar que com a força de vontade tudo é possível, em

especial dedico este trabalho a minha querida mãe “a Gertrudes”, e aos meus afeiçoados irmãos.

Igualmente, dedico a todos amigos e companheiros que sempre estiveram ao meu lado para

darem o melhor de si durante os 4 anos da formação.

v

Índice Declaração de Honra........................................................................................................................ii

Agradecimentos...............................................................................................................................iv

Dedicatória.......................................................................................................................................v

Lista de Tabelas...............................................................................................................................vi

Lista de abreviaturas........................................................................................................................ix

Resumo.............................................................................................................................................x

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1

1.1 Introdução...........................................................................................................................1

1.2. Formulação do problema.......................................................................................................2

1.3. Objectivos..............................................................................................................................4

1.3.1 Geral.................................................................................................................................4

1.3.2. Específicos:.....................................................................................................................4

1.4. Perguntas de pesquisa............................................................................................................4

1.5 Justificativa.............................................................................................................................5

CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................6

2.1. Resíduos sólidos....................................................................................................................6

2.2. Gestão de resíduos sólidos urbanos.......................................................................................6

2.3. Educação ambiental...............................................................................................................7

2.3.1. Breve história de educação ambiental.............................................................................8

2.3.2. Tipos de educação ambiental..........................................................................................9

2.4. Comportamento...................................................................................................................12

2.4.1. Contributo da educação ambiental para a mudança do comportamento.......................13

2.5. Análise FOFA (SWOT)........................................................................................................13

2.5.1. Ambiente interno e externo da Análise FOFA..............................................................14

2.5.1.2. Ambiente externo (oportunidades e ameaças)............................................................15

CAPÍTULO III: METODOLOGIA................................................................................................16

3.1. Descrição do local de estudo...............................................................................................16

3.2. Abordagem metodologia......................................................................................................16

3.3. Amostra................................................................................................................................17

vi

3.4. Instrumentos de recolha de dados........................................................................................17

3.4.1. Técnicas de recolha de dados........................................................................................17

3.5. Análise de dados..................................................................................................................18

3.6. Aspectos éticos.....................................................................................................................19

3.7. Limitações do estudo...........................................................................................................19

CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................20

4.1. Apresentação dos resultados................................................................................................20

4.1.1Tipo de educação ambiental............................................................................................20

4.1.2. Contribuição da educação ambiental para a mudança do comportamento...................21

4.1.3. Factores do ambiente interno e externos influenciadores do projecto..........................23

4.2. Discussão dos resultados.....................................................................................................24

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................27

5.1 Conclusão..............................................................................................................................27

5.2. Recomendações...................................................................................................................28

Referências bibliográficas..............................................................................................................29

ANEXOS........................................................................................................................................33

Anexo 1: Projecto de educaçãoambiental……………………………………………………….34

APÊNDICES..................................................................................................................................40

Apêndice 1: Guião de entrevista…………………………………………………………………41

Apêndice 2: Sumário das respostas dos transportadores…….…………………………..………43

Apêndice 3:Sumário das respostas dos passageiros …………………………………………….44

Apêndice 4: Factores do ambiente interno...…………………………………...………………..45

Apêndice 5: Factores do ambiente externo…...………...………………………………………..46

vii

Lista de Tabelas

Tabela 1: Características dos tipos de educação ambiental……………..………………………12

Tabela 2: Características do tipo de educação ambiental do projecto……………………..20

Tabela 3: Sumário das respostas dos transportadores …………………………………….43

Tabela 4: Sumário das respostas dos passageiros…………………………….………….44

Tabela 5: Factores do ambiente interno do projecto…………………….………………………45

Tabela 6: Factores do ambiente externo do projecto….……….………………………………..46

viii

Lista de abreviaturas

ATROMAP…………………………Associação dos Transportadores da cidade de Maputo

FACED………………………………………………...…………….Faculdade de Educação

FOFA…………………………………………Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças

EA……………………………………………………………………….Educação ambiental

LEA……………………………………………………Licenciatura em Educação ambiental

UEM……………………………………………………….Universidade Eduardo Mondlane

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Resumo

O presente trabalho avalia a efectividade do projecto de educação ambiental, na base das forças,

oportunidades, fraquezas e ameaças (FOFA) que incorporam os elementos internos e externos ao

projecto em causa. Assim, este estudo avalia a efectividade do projecto de gestão de resíduos

sólidos, implementado pela LEA-FACED-UEM em parceria com o Conselho Municipal e

Associação dos Transportadores da Cidade de Maputo através da Análise FOFA. O estudo

configura se como uma abordagem qualitativa, que consistiu em analisar e interpretar aspectos

mais profundos, descrevendo detalhadamente a complexidade de um assunto e pela sua tentativa

de compreender com detalhes os significados e características situacionais apresentadas pelos

entrevistados. Quanto aos instrumentos de recolha de dados serviu-se da análise documental,

entrevista semi-estruturada e observação participante auxiliada pela matriz FOFA. O presente

estudo foi realizado na cidade de Maputo, entre as rotas Anjo Voador-Praça dos combatentes e

Anjo Voador – Malhazine, abrangendo 20 carros, 13 dos quais de 15 lugares e 7 de 35 lugares.

Nestes, foram seleccionados por uma amostragem não probabilística por conveniência, 7

motoristas, 7 cobradores e 6 passageiros. Com o estudo, constatou-se que a projecto de gestão de

resíduos sólidos implementado nos transportes semi-colectivos de passageiros levava consigo a

educação ambiental não formal. Também notou-se que o projecto contribuiu para a mudança do

comportamento dos munícipes utentes dos transportes semi-colectivos (motoristas, cobradores e

passageiros) em relação aos resíduos sólidos por eles produzidos durante a espera nas paragens e

durante as viagens nos transportes semi-colectivos de passageiros. Através do estudo foi possível

constatar que a análise FOFA é um instrumento aplicável para análise de projectos de educação

ambiental. Dos resultados também é possível supor que a Análise FOFA pode ser um bom

instrumento de avaliação de qualquer ambiente de interacção social que se caracterize por um

problema, no qual estão envolvidos pessoas, tarefas e procedimentos.

Palavras – chave: Educação ambiental, Matriz FOFA e Resíduos sólidos

x

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

As mudanças nos padrões de consumo, o desenvolvimento industrial e os avanços tecnológicos

têm provocado alterações na composição e na quantidade do lixo gerado no Mundo. Os dados do

Ministério do Meio ambiente do Brasil (2003), dizem que os países, em geral, se defrontam com

dados preocupantes em relação à geração de resíduos sólidos urbanos, exigindo que a prestação

dos serviços seja intensificada, ampliada e diversificada visando encontrar soluções integradas

para a sua gestão. E segundo Rosa (1992), para se chegar a uma boa gestão de resíduos sólidos

em zonas urbanas, deve se estimular a participação responsável e consciente de cada cidadão e

de toda a sociedade no processo de construção de cidades saudáveis.

De acordo com Bernardo (2008), o crescente índice da população urbana, causado pela grande

migração da população rural para áreas urbanas, aliada aos padrões de consumo, de

deslocamento e às actividades económicas urbanas, exercem intensos impactos sobre o meio.

Quanto ao continente Africano, estima-se que só 20% dos resíduos produzidos nas grandes

cidades tem a destinação adequada e os restantes 80% são depositados em espaços abertos e

corpos de água, devido a incapacidade financeira e técnica que os países apresentam (Ribeiro e

Buque, 2012)

Opressa e Palalane (2008), afirmam que em Moçambique, o desenvolvimento explosivo das

áreas urbanas, o aumento de consumo de bens descartáveis ou pouco duráveis conjugados ao

financiamento limitado para a prestação dos serviços de limpeza urbana e a baixa capacidade

técnica para a operação dos serviços de limpeza, têm desafiado a administração pública. Pelo que

os dados indicam, em Moçambique no geral e cidade de Maputo em particular, gera- se cerca de

1.135.000 toneladas de lixo por ano e apenas uma ínfima parcela deste volume, que

correspondente a 36%, tem tratamento adequado, o resto é despejado a céu aberto, em ruas e

avenidas, terrenos sem ocupação, áreas alagadas como valas de drenagens, criando má estética,

cheiros nauseabundos, oferecendo condições para proliferação de vectores de doenças como a

malária e cólera, minando assim a saúde pública e do meio ambiente urbano (Bernardo 2008).

Diante da problemática de gestão dos resíduos sólidos acima citada, incluindo a cidade de

Maputo, a Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane, em parceria com o

xi

Concelho Municipal da Cidade de Maputo e ATROMAP (associação dos transportadores de

Maputo), implementaram um projecto que visa sensibilizar os munícipes da Cidade de Maputo

no geral e em particular a motoristas, cobradores e passageiros dos transportes semi-colectivos

nas rotas Anjo Voador-Praça dos Combatentes e Anjo Voador-Malhazine para a sua mudança de

comportamento face aos resíduos sólidos por eles produzidos durante a espera dos transportes

nas paragens ou durante as viagens nos transportes semi-colectivos. Assim, o presente estudo

pretende analisar até que ponto a Análise FOFA pode contribuir para analisar os projectos de

educação ambiental no geral e para o projecto de gestão de resíduos sólidos nos utentes dos

transportes semi-colectivos de passageiros no município de Maputo, em particular.

Importa salientar que, o presente estudo, em termos espaciais, foi realizado na cidade de Maputo

entre as terminais Praça dos combatentes e Anjos voador, abrangendo transportes semi-colectivos

de passageiros com faixa vermelha. No que concerne a delimitação temporal realizou se entre os

meses de Março e Abril de 2016.

Já, no que diz respeito ao conteúdo, abordou se o tema deste estudo na perspectiva dos tipos de

educação ambiental e contributo de educação ambiental para a mudança do comportamento em

relação a gestão de resíduos sólidos.

Em termos de estrutura, o trabalho está dividido em cinco (5) capítulos, a destacar: introdução,

revisão de literatura, metodologia, apresentação e discussão de dados e conclusões e

recomendações.

1.2. Formulação do problema

Segundo El-deir (2014), os primeiros problemas relacionados com os resíduos sólidos surgem

com a sedentarização do homem, quando este começa a agregar se em comunidades,

descarregando os resíduos de forma voluntária e descontrolada nas ruas e terrenos sem ocupação,

prejudicando a qualidade do ambiente e consequentemente a saúde pública.

Adicionalmente, Trota (2011), afirma que, com o desenvolvimento das sociedades, nasceu a

Revolução Industrial no século XVIII, que contribuiu positivamente para o desenvolvimento

económico e industrial, mas em simultâneo aumentou a geração dos resíduos sólidos, que além

xii

de serem produzidos em maiores quantidades, as suas características diversificaram se e o seu

acúmulo em locais inapropriados ofereceram perigos ao ambiente e especialmente ao nosso meio

ambiente. Esta consciência ambiental, despoletou na Europa, concretamente no século XIX, a

necessidade de implementação de uma gestão governativa do processo de recolha de resíduos

sólidos produzidos nas e pelas diferentes comunidades.

Já em Moçambique, no período pós independência, as cidades passaram a estar

administrativamente dependentes do Governo Central, principalmente no que diz respeito aos

recursos financeiros, no entanto, os serviços de limpeza urbana ficaram ao encargo das

autoridades municipais locais. Os municípios tomaram a responsabilidade de garantir os serviços

de limpeza em áreas de sua jurisdição. Por sua vez, os municípios mostram incapacidade na

operacionalização da devida gestão por falta da capacidade financeira para o efeito e carência de

técnicos qualificados (Ribeiro e Buque, 2013).

Assim, para que se tenha as zonas urbanas limpas e ambientalmente saudáveis, um novo

paradigma de gestão de resíduos sólidos foi desenvolvido nos municípios Moçambicanos. Este

modelo é interactivo e requer um envolvimento efectivo dos munícipes, preferencialmente o de

carácter voluntário (BUQUE, 2013). É dentro desta ordem de ideias que surgiu o projecto de

educação ambiental sobre gestão de resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de

passageiros no Município da Cidade de Maputo, com objectivo de sensibilizar os munícipes

utentes dos transportes semi-colectivos de passageiros para a mudança de comportamento em

relação aos resíduos sólidos que produzem durante a espera dos transportes nas paragens e

durante as viagens.

Neste contexto, imbuído pela curiosidade, urge a necessidade de analisar a efectividade deste

projecto do âmbito Municipal com enfoque no modelo participativo, com vista a aclarar os

factores do ambiente tanto interno quanto externo que podem influenciar positiva ou

negativamente na implementação do mesmo, bem como o contributo deste mesmo projecto para

a mudança do comportamento dos utentes dos transportes semi-colectivos de passageiros.

Portanto, diante do que discutiu se acima levanta se a seguinte pergunta:

Qual é a efectividade do projecto de educação ambiental sobre gestão de resíduos sólidos nos

transportes semi-colectivos de passageiros no Município da Cidade de Maputo?

xiii

1.3. Objectivos

1.3.1 Geral

Analisar a efectividade do projecto de educação ambiental sobre gestão de resíduos sólidos nos

transportes semi-colectivos de passageiros no Município da Cidade de Maputo, através da

análise FOFA.

1.3.2. Específicos:

Com o intuito de operacionalizar o objectivo geral proposto, foram elaborados os seguintes

objectivos específicos:

Identificar o tipo de educação ambiental levado a cabo pelo projecto de gestão de

resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de passageiros. Descrever o contributo da educação ambiental na mudança de comportamento dos

utentes dos transportes semi-colectivos de passageiros Identificar os factores do ambiente interno e externo, influenciadores na implementação

do projecto.

1.4. Perguntas de pesquisa

Que tipo de educação ambiental é levado a cabo pelo projecto de gestão de resíduos

sólidos nos transportes semi-colectivos? Qual é a contribuição da educação ambiental para a mudança do comportamento dos

transportadores? Quais são os factores do ambiente interno que influenciam na implementação do

projecto? Quais são os factores do ambiente externo que influenciam na implementação do

projecto?

xiv

1.5 Justificativa

Segundo Ribeiro (2013), os problemas relacionados com os resíduos sólidos na sociedade actual

são complexos, dada a quantidade e diversidade produzida diariamente e devido ao acelerado

processo de urbanização e ao aumento da concentração populacional. Actualmente, a cidade

tornou‐se, um centro de consumo de alimentos e bens que resultam em uma grande quantidade

de resíduos que são depositados no ambiente, em áreas inadequadas e na maioria das vezes,

expostas a céu aberto. Esta situação é similar ao ambiente vivido no caso Moçambicano. Afirma

que, a cidade de Maputo, também regista acúmulos de resíduos sólidos nas bermas das estradas,

valas de drenagem e entre outros espaços (Bernardo, 2008). E, acredita-se que este facto ocorre

devido a falta de ética ambiental dos munícipes que se reflecte na má gestão dos resíduos que

eles produzem.

Por ainda não ter deparado nas minhas leituras com artigos, trabalhos de pesquisa ou relatórios

que versam sobre o contributo que os diferentes projectos de gestão de resíduos sólidos

implementados em Moçambique e em particular na cidade de Maputo, trazem para a mudança do

comportamentos dos diferentes actores envolvidos, aceitei o convite que a coordenadora do

projecto me fez para integrar na equipe do trabalho, a qual, directamente trabalharia com os

transportadores, na sensibilização, distribuição de panfletos e no controlo do seu andamento.

Desta maneira, tive oportunidade para satisfazer a curiosidade que me imperava.

Na arena académica, com este trabalho, espera se despertar interesse dos académicos de áreas de

Educação ambiental e afins em empreender estudos dos diferentes projectos implementados em

Moçambique e em particular na cidade de Maputo, de forma a obter se a influência “ a nível

ambiental” que exercem sobre os diferentes actores envolvidos.

1

CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo apresenta-se os conceitos fundamentais do estudo, nomeadamente: resíduos

sólidos, gestão de resíduos, educação ambiental e Análise FOFA.

2.1. Resíduos sólidos

O Decreto n.º 13 /2006 De 15 de Junho, da República de Moçambique, define resíduo sólido

como substância ou objecto que se elimina ou pretende se eliminar por vontade própria ou por

obrigação da lei, também designa por lixo.

Na óptica de Fonseca (1999), resíduo sólido é definido como todo material, que resulta de

actividades da comunidade, com origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços de limpeza e entre outros.

Para Monteiro (2001), resíduo sólido é considerado como todo material sólido ou semi-sólido

indesejável, proveniente das actividades diárias do homem em sociedade e que necessita ser

removido por ser inútil ou cujo produtor não o considera com valor suficiente para conservá-lo.

Portanto, neste trabalho, compreende se resíduo sólido como todo material resultante do descarte

em detrimento da perda do seu valor utilitário, por parte de quem o descarta.

2.2. Gestão de resíduos sólidos urbanos Segundo Steiner (2010), o conceito de gestão de resíduos sólidos abrange actividades referentes

à tomada de decisões estratégicas e a organização do sector para esse fim, envolvendo

instituições, politicas, instrumentos e leis.

Na óptica de Viviane e Tambourg (2009), a gestão de resíduos sólidos define-se, como disciplina

associada ao controle da geração, estoque, colecta, transferência, transporte, processamento e

disposição dos resíduos sólidos, de acordo com princípios de saúde pública, económicos, de

engenharia, de conservação, estéticos e de protecção ao meio ambiente, sendo também

responsável pelas atitudes públicas. Para Mansor (2010) o gerenciamento é o componente

operacional da gestão de resíduos sólidos e inclui as etapas de segregação, colecta, transporte,

tratamentos e disposição final e torna se integrado quando feito em consideração a uma

variedade de alternativas para atingir, entre outros propósitos, a minimização dos resíduos

sólidos, com base nos eixos da gestão.

2

Já, Monteiro (2001), refere que gestão de resíduos sólidos, envolve aspectos tecnológicos e

operacionais da questão, envolvendo factores administrativos, gerências , económicos

ambientais e de desempenho: produtividade, qualidade, relacionando se à prevenção, redução,

segregação, reutilização, acondicionamento, colecta, transporte, tratamento, recuperação de

energia e destinação final dos resíduos.

Segundo os autores supracitados o gerenciamento integrado envolve diferentes órgãos da

administração pública e da sociedade civil. Aliado a isso, Steiner (2010), salienta que a

consciencialização da população deve estar associada a programas municipais de educação

ambiental das autoridades locais, pois é da administração pública a responsabilidade pela

implementação e articulação de acções em relação aos resíduos além de uma série de condições

para o seu desenvolvimento, e com isso, o modelo de gestão a ser adoptado pelo órgão público

deverá facilitar a participação efectiva da população na questão da limpeza urbana.

Portanto, neste trabalho a gestão de resíduos sólidos é entendida como a maneira de conceber,

implementar e administrar sistemas de maneio de resíduos sólidos, considerando uma ampla

participação dos sectores da sociedade e tendo como perspectiva o desenvolvimento sustentável.

2.3. Educação ambiental

Tristão (2011), considera educação ambiental como um campo de conhecimento e de actividades

pedagógicas constituído internacionalmente ao longo das últimas décadas com objectivo de

compreender e oferecer respostas a um conjunto de problemas decorrentes das relações que

envolvem a sociedade, a educação e o meio ambiente.

Por outro lado, Nova (1994), citado por Costa e Gonçalves (2007), define educação ambiental

como um processo permanente no qual os indivíduos e as comunidades adquirem consciência do

seu meio e aprendem os conhecimentos, os valores, as competências, a experiência e também a

determinação que os capacitará para actuar, individual ou colectivamente, na resolução dos

problemas ambientais presentes e futuros, associados a este meio.

Entretanto, para Silva (2008), educação ambiental constitui um processo contínuo de

aprendizagem das questões que dizem respeito ao espaço onde se forjam as interacções dos

componentes bióticos, abióticos e humanos, os quais regem a vida em suas mais diferentes

formas.

3

Já , neste trabalho entende-se que a educação ambiental é um instrumento pedagógico capaz de

propiciar mudança de mentalidade aos indivíduos e a colectividade, por meio de ensinamentos

que levem a aquisição e construção de novos conhecimentos, valores e habilidades capazes de os

levar a uma actuação consciente e responsável no meio ambiente, baseada numa relação de ética

entre a sociedade e a natureza.

2.3.1. Breve história de educação ambiental

Amâncio (2005), revela que desde o primeiro momento em que os seres humanos começaram a

interagir com o mundo ao seu redor e a ensinar seus filhos a fazerem o mesmo, estava havendo

educação e ao mesmo tempo educação ambiental, salientando que, os povos nativos sempre

desenvolveram uma relação sã entre os sistemas naturais que os rodeiam e promoveram um

profundo respeito por eles. Esta forma de estar e relacionar-se com o seu meio ambiente era

passada de geração em geração.

Com o passar do tempo, o ser humano se distanciou desta relação com o meio ambiente,

passando a encará-lo, não mais como um todo em equilíbrio, mas como uma gama de recursos

disponíveis, capazes de serem transformados em bens consumíveis (Reis, Semedo e Gomes,

2012). O resultado dessa visão, baseada em princípios capitalistas foi que, em poucas décadas

começou se a observar muitos sinais de degradação ambiental que indicavam que o proceder do

ser humano não era nada sustentável. Assim, nas décadas 50 e 60 houve protestos e

manifestações questionando os valores da sociedade capitalista e problemas de ordem social e

políticas, marcando deste modo o início de uma tomada de consciência crítica sobre o

crescimento económico ligado aos ideais consumistas e da acumulação do lucro (Ramos, 2001).

Desde então, foram desenvolvidas várias acções que ilustram o crescimento da consciência

ambiental no Mundo, como documenta a obra de Rachel Carson, de 1962, denominada “

Primavera Silenciosa” alertando sobre os efeitos danosos de inúmeras acções humanas sobre o

ambiente.

A realização da conferência de Estocolmo em 1972, organizada pelas Nações unidas sobre o

meio ambiente Humano, a conferência intergovernamental de Educação Ambiental realizada em

Tbilisi em 1977 onde foram definidos os objectivos, características e estratégias no âmbito global

e nacional (Silva, 2008).

4

E em 1992, no Brasil realizou se a conferência do Rio denominada Eco-92, onde produziu se a

agenda 21, que no seu capítulo 21 invoca a necessidade de uma gestão ambientalmente saudável

dos resíduos sólidos de forma a garantir a qualidade de vida, do ambiente e garantir

desenvolvimento sustentável em todos os países.

Quanto a Moçambique, existe uma legislação sobre a matéria, como documenta o decreto n.º

13/2006, de 15 de Junho (Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos), que estabelece regras

relativas à produção, emissão e deposição de modo a prevenir ou minimizar os impactos

negativos sobre a qualidade de vida, saúde e ao meio ambiente, com vista a atingir a

sustentabilidade.

2.3.2. Tipos de educação ambiental

De acordo com Mendes & Vaz (2009), a educação ambiental compreende os seguintes tipos:

Educação ambiental formal

Segundo, Mendes & Vaz (2009), há registos em alguns países, incluindo Moçambique, que

mostram que desde a década de 1950, ainda que sob forma de iniciativa isolada, a ocorrência da

inserção de temas ambientais no ensino formal. Essa ocorrência baseava se em práticas que

consistiam basicamente na observação do ambiente ao redor de uma escola, de um bairro, de

uma cidade, visitas a parques, jardins, actividades de plantio de árvores realizadas por alunos e

professores tanto no ensino básico como em outros subsequentes. Tais actividades não se

preocupavam em discutir a intrincada rede de relações existente entre as questões ambientais,

sociais, políticas, culturais, e económicas que permeiam os problemas ambientais. Nessa

perspectiva, acontecia uma formação acrítica, carente na possibilidade de permitir a formação

cidadã dos sujeitos.

A partir da conferência de Estocolmo 1972, a Educação ambiental passou a ser relevante

internacionalmente e recomendada como instrumento de acção pedagógica, portanto, foi

recomendada a sua inserção nos sistemas de ensino, através do seu desenvolvimento no âmbito

dos currículos das instituições formais, como uma prática educativa integrada, permanente e

contínua em todos os níveis e modalidades do ensino. Hendges (2005), salienta que no ensino

formal, a educação ambiental não deve ser incorporada como uma disciplina específica e isolada,

mas sim tratada em uma perspectiva de interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e

5

transdisciplinaridade, vinculada ao pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, humanismo,

participação e desenvolvimento de atitudes individuais e colectivas que considerem a

interdependência entre os meios naturais, sociais, económicos e culturais, em um enfoque de

valorização da sustentabilidade actual e futura.

Já, Pedrini (2000), acrescenta que, no ambiente escolar a educação ambiental não deve se

restringir apenas a práticas de observação, sensibilização e de mudanças de comportamento

individuais porque deles pouco surgem efeitos significativos de mudanças para a sociedade, mas

sim, que as suas orientações priorizem a educação ambiental crítica, que considera as dimensões

histórica, política económica e social da problemática sócio- ambiental pela qual passa a

sociedade, a fim de propiciar uma prática reflexiva, mediando a formação cidadã ética e humana

capaz de buscar alternativas para a superação dos problemas sociais e ambientais enfrentados

pela sociedade. No entanto, Hendges (2005) alerta para a condução de uma educação ambiental,

que leve ao envolvimento dos alunos e professores para o desenvolvimento de competências,

atitudes e valores para uma cidadania consciente e responsável, que os torne aptos e despertados

para resolução dos problemas concretos que os afectam.

Educação Ambiental não formal

Trilla (1996), observa que os problemas ecológicos actuais e a crescente sensibilização em

relação a eles, criam uma grande demanda por educação com foco ambiental no ambiente extra-

escolar (educação ambiental não formal), virada para a sociedade, com a capacidade de

apresentar se como uma nova proposta pedagógica voltada para a mudança de hábitos, atitudes e

praticas sociais que apontem uma solução para o quadro de degradação sócio-ambiental que

aflige o mundo contemporâneo.

Já, a Unesco (1986), realça que a educação ambiental não formal deve estar mais capacitada para

responder a questões ambientais locais, que tem um grande significado social e de utilidade para

a sociedade. E, devido ao seu âmbito de actuação, características, público-alvo, deve apresentar

se como um campo fértil e promissor para promover a consciencialização, conhecimento,

desenvolvimento de competências, estabelecimentos de compromissos e acções por parte dos

indivíduos e da colectividade, na busca da protecção e melhoria do meio ambiente e da qualidade

de vida. Entretanto, Rossi (2012), salienta que, a educação ambiental não formal deve se permear

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de acções e práticas educativas que buscam a sensibilização da colectividade sobre questões

ambientais e a organização das mesmas para a participação activa na defesa do meio ambiente.

Educação Ambiental Informal

Coombs e Amehd (1975), definem educação ambiental informal como um processo de

aprendizagem, no qual as pessoas e a sociedade, adquirem e constroem conhecimentos,

habilidades, atitudes e formas de discernimento mediante as experiencias diárias, que os levam à

comportamentos pró-ambientais. Para Filho (2011), a educação ambiental informal é aquela que

constitui-se de acções e influências exercidas pelo meio, pelo ambiente sociocultural,

desenvolvendo se por meio das relações dos indivíduos e grupos com o seu ambiente humano,

social, ecológico, físico e cultural, das quais resultam conhecimentos, experiências e práticas.

Portanto, ela constitui se de acções pontuais, desprovidas de intencionalidade e organização e

muita das vezes é vinculada pelos meios de comunicação de massa, como rádios, Jornais,

televisão e entre outros, com objectivos de atingir os indivíduos de forma particular.

2.3.2.1. Características dos tipos de educação ambiental

De acordo com Tristão (2011), os tipos de educação ambiental, ou seja, educação não formal,

formal e informal, possuem características específicas, que os distinguem, respectivamente:

educação ambiental passível de certificação, atemporal, estruturada, flexível, grupo alvo

específico, passível de improviso, envolvimento voluntário, participação colectiva,

descentralizada, actua sobre problemas específicos, proporciona investigação, estabelece laços de

afectividade; sistematizada, rigorosa, temporal, interdisciplinar, transdisciplinar; não organizada,

ampla e abrangente e que usa todos os meios de comunicação, como se pode ver na tabela 1 a

seguir.

7

Tabela 1: Características dos tipos de Educação Ambiental

Fonte: adaptado de Tristão (2011)

8

2.4.1. Contributo da educação ambiental para a mudança do comportamento

Nos últimos tempos, a sociedade capitalista tem poluído a natureza pelo consumo exagerado de

produtos industrializados e tóxicos que, ao serem descartados, acumulam-se no ambiente,

causando danos ao planeta e à própria existência humana (Zaneti, 2006).

Assim, a crescente ameaça de colapso ambiental e de esgotamento de recursos, e a necessidade

de encontrar soluções, explicam um crescente movimento na revisão de paradigmas, no sentido

de pensar as condições de operacionalização social, política e tecnológica do desenvolvimento.

Segundo Maia e pereira (2012), com o aumento das preocupações pela preservação e

conservação ambiental viu-se a necessidade de mudança cultural de alguns conceitos quanto á

utilização dos recursos naturais pela sociedade. Neste caso, fez-se necessário, uma incorporação

de novas atitudes e comportamentos na interacção homem/natureza assentes numa educação

ambiental. Esta educação ambiental deve estar comprometida em formar pessoas capazes de

reflectir, compreender e reinventar novas formas de estar, comprometidas com a qualidade do

meio ambiente e da vida.

Portanto a sua metodologia deve ser conduzida no sentido de formar e mudar conceitos em

relação a capacidade de formação, capacitação, produção de questionamentos a respeito da

preservação ambiental, multiplicando esses conhecimentos na prática, pelas comunidades, no

sentido de esclarecê-las sobre os problemas ambientais causados pela grande quantidade de

resíduos gerados, sua disposição final e sobre os problemas ambientais por eles causados. Daí

que, Abdala, Andrade e Rodrigues (2007), apontam a educação ambiental como um instrumento

capaz de mudar a concepção e a prática da maioria das pessoas em relação ao seu

comportamento, hábitos e atitudes na gestão de resíduos sólidos.

2.5. Análise FOFA

A Análise FOFA foi Criada por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, professores da Harvard

Business School, e posteriormente aplicada por inúmeros académicos para estudar a

competitividade e desempenho de uma organização segundo quatro variáveis: Strengths (Forças),

Weakness (Fraquezas), Oportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Através destas

variáveis, faz-se a inventariação das forças e fraquezas da organização, das oportunidades e

ameaças do meio em que actua. (RODRIGUES, et al., 2005) citado por Silva, Silva, Barbosa,

Henrique e Baptista (2009).

9

Para Mccreadie (2008), citado por Silva et al (2009), a Análise FOFA é uma ferramenta usada

para a realização de análise das organizações e serve de base para planeamentos estratégicos e de

gestão das mesmas, serve também para posicionar ou verificar a situação e a posição estratégica

da organização no ambiente em que actua. Através dela a organização consegue ter uma visão

clara e objectiva sobre quais são suas forças e fraquezas no ambiente interno e suas

oportunidades e ameaças no ambiente externo. Segundo Neto (2011), através da Análise FOFA,

os gerentes conseguem elaborar estratégias para obter vantagem competitiva e da sua actuação

de forma a melhorar o desempenho organizacional. Pois, tem como função compreender e

identificar os ambientes influenciadores, internos ou externos e apresentar como eles podem

afectar a iniciativa organizacional, para a implementação das suas actividades.

2.5.1. Ambiente interno e externo da Análise FOFA

De acordo com Neto (2011), a Análise FOFA apoia se nos quatro ambientes de análise, dois

denominados Ambiente interno e outros denominados Ambiente externo. Cada um desses

ambientes tem características específicas que os distinguem.

2.5.1.1 Ambiente interno.

O ambiente interno da Análise FOFA é constituído pelas Forças (factores positivos) e Fraquezas

(factores negativos), internos ao projecto.

Segundo Abichequer (2011), as forças são factores internos positivos que a empresa tem total

controlo, e devem ser explorados ao máximo para que a empresa mantenha-se com um bom

posicionamento de mercado e diminua suas fraquezas. Enquanto, as fraquezas são consideradas

deficiências que inibem a capacidade de desempenho da organização e devem ser superadas para

evitar falência da organização (Neto, 2011).

A tabela 5 no apêndice 4 mostra os factores do ambiente interno (forças e fraquezas), elaborados

com base na análise documental.

10

2.5.1.2. Ambiente externo (oportunidades e ameaças)

O ambiente externo representa oportunidades ou ameaças ao desenvolvimento do plano

estratégico de qualquer organização (Moura, 2011). Assim, a organização deve estar atenta ao

ambiente externo, pois ele influi directamente nos factores internos da organização. Segundo

Abichequer (2010), a análise do ambiente externo é de extrema importância porque através dela

o gerente pode identificar oportunidades e ameaças e consequentemente desenvolver estratégias

para tirar proveito das oportunidades e minimizar ou superar as ameaças da organização.

Oportunidades

As oportunidades correspondem a situações, tendências ou fenómenos externos, actuais ou

potenciais, que podem contribuir para a concretização dos objectivos estratégicos de uma

organização, ou, variáveis externas e não controladas, que podem criar condições favoráveis para

a organização, desde que a mesma tenha condições ou interesse de utilizá-las (Silva, Natália,

Valéria, Marcelo e Josea, 2009)

Ameaças

As ameaças são situações ou fenómenos externos, actuais ou potenciais, que podem prejudicar a

execução de objectivos estratégicos de uma organização (Silva et al, 2009). Já, Neto (2011)

define ameaças como factores do ambiente externo que impactam directamente na organização e

não podem ser controladas. Elas podem prejudicar o desenvolvimento da organização e acarretar

em perca de posicionamento, portanto, devem ser bem analisadas no planeamento estratégico.

A tabela 6 do apêndice 5 mostra os factores do ambiente externo (oportunidades e ameaças),

elaborados a partir da análise documental com auxílio da observação participante.

11

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

O presente capítulo mostra os procedimentos que foram usados para a realização deste estudo,

partindo da descrição do local do estudo, amostragem, tipo de estudo, instrumentos de recolha de

dados, e o modo de processamento dos dados.

Importa referir que para a efectivação do presente trabalho de pesquisa, recorreu se a análise

documental e da literatura para dar suporte a fundamentação teórica, entrevista semi-estruturada

e aplicação da observação participante auxiliada pela matriz FOFA.

3.1. Descrição do local de estudo

O presente estudo foi realizado no Município da cidade de Maputo, entre as terminais dos

transportes semi-colectivos Anjo Voador-Praça dos combatentes e Anjo Voador – Malhazine.

Importa elucidar que, os carros que fazem a rota Anjo Voador praça dos combatentes, ligam os

distritos KaMaxaquene e Ka-pfuma e os que fazem a rota anjo voador – Malhazine, ligam os

distritos Kamubucuane e Ka-pfumo.

3.2. Abordagem metodologia O presente estudo configura se como uma pesquisa baseada numa abordagem descritiva

exploratória. Segundo Marconi & Lacatos (2007), a pesquisa descritiva busca descrever um

fenómeno ou situação em detalhe, especialmente o que está ocorrendo, permitido abranger, com

exactidão as características de um indivíduo, uma situação ou grupo, bem como desvendar a

relação entre os eventos. Já a pesquisa exploratória é aquela que faz a tentativa de proporcionar

maior familiaridade com o problema que está sendo estudado.

O estudo teve como instrumentos de recolha de dados a análise documental, entrevista de

natureza semi-estruturada (vide o guião de entrevista no apêndice 1) e observação participante

auxiliada pela matriz FOFA. De acordo com Gil (2002), a análise documental é um tipo de

instrumento de recolha de dados, que se vale de documentos de primeira mão que ainda não

tiveram tratamento analítico como: regulamentos, diários, projectos gravações, etc., e de

segundas mãos que já tiveram algum tratamento científico como é o caso de relatórios de

pesquisa, projectos, relatórios de empresa e entre outros documentos. Quanto a entrevista, Gil

(2002), define-a, como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha

12

informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza

profissional. Enquanto, observação participante é aquela que permite ver, identificar, obter

provas a respeito do fenómeno que se deseja estudar, permitindo monitorar os acontecimentos e

tomar registo do comportamento do público-alvo (Marconi e Lakatos 2003)

3.3. Amostra

Neste estudo usou se a amostragem não probabilística por conveniência. Segundo Yin (2001), a

amostragem não probabilística por conveniência tem a característica de seleccionar os elementos

da amostra obedecendo critérios que convém ao pesquisador. O presente estudo foi realizado na

cidade de Maputo, entre as rotas Anjo Voador-Praça dos combatentes e Anjo Voador –

Malhazine, abrangendo 20 carros, 13 dos quais de 15 lugares e 7 de 35 lugares. Nestes, foram

seleccionados por uma amostragem não probabilística por conveniência, 7 motoristas, 7

cobradores e 6 passageiros, tendo que a amostra culminado com 20 indivíduos.

3.4. Instrumentos de recolha de dados

A recolha de dados, foi feita com recurso à análise documental, entrevista e observação

participante auxiliada pela matriz FOFA.

3.4.1. Técnicas de recolha de dados Análise documental

Com base na análise documental fez se a interpretação do projecto de gestão de resíduos sólidos,

e produziu se uma grelha (vide a tabela 2 no apêndice), contendo as características de educação

ambiental neles patentes, os quais foram confrontados com a revisão da literatura, com vista a

satisfação do primeiro objectivo do presente estudo, o qual, pretendia identificar o tipo de

educação ambiental levado a cabo pelo projecto de gestão de resíduos sólidos nos transportes

semi-colectivos de passageiros.

Entrevista

Para a recolha de dados serviu-se da entrevista semi-estruturada e observação participante

auxiliada pela matriz fofa.

A entrevista semi-estruturada foi aplicada aos motoristas, cobradores e aos passageiros que

constituem o público-alvo de projecto analisado.

13

Para garantir se a fidelidade do instrumento, a entrevista semi-estruturada foi submetida ao pré-

teste, avaliação e aprovação dos supervisores. A testagem do instrumento foi realizada na rota

Anjo Voador-Malhazine, tendo sido feita a nove respondentes, dos quais, três motoristas, 3

cobradores e 3 passageiros, respectivamente.

A aplicação da entrevista semi-estruturada visava a satisfação do segundo objectivo do presente

estudo, cujo seu escopo é descrever o contributo da educação ambiental na mudança de

comportamento dos transportadores semi-colectivos de passageiros.

Observação participante

A observação participante foi aplicada durante o tempo de vida útil do projecto de EA sobre a

gestão de resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos e durante o decurso da pesquisa.

Segundo Gil (2002), a observação participante permite ver, identificar, obter provas a respeito do

fenómeno que se deseja estudar, permitido monitorar os acontecimentos e tomar registos do

comportamento do público-alvo. Neste estudo, a observação participante auxiliou na produção

da matriz fofa, como pode ver a tabela 2. A mesma, com o auxílio da matriz, visavam a

satisfação do terceiro objectivo do estudo, que tinha como essência identificar os factores

internos e externos influenciadores na implementação do projecto.

3.5. Análise de dados

Segundo Gil (2002), o processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos tais como

a codificação das respostas, tabulação dos dados, cálculos estatísticos e a interpretação dos

dados. Por se tratar de um estudo cujos instrumentos de recolha de dados foram entrevistas semi-

estruturada e observação participante, o processo de análise das informações recolhidas das

entrevistas envolveu a técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977), que consiste em

seleccionar e recortar as informações providas pelas entrevistas, em seguida inserir na tabela e

categorizar as respostas de cada pergunta de entrevista conforme os objectivos de pesquisa a que

visavam e, a cada pergunta feita em cada grupo, seleccionar uma resposta que vai de encontro

com as respostas dadas pelos restantes.

De acordo com Bardin (1977), análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das

comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do

conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às

condições de produção e recepção dessas mensagens.

14

Por conseguinte, para melhor visualização dos dados, os entrevistados encontram-se codificados

conforme o grupo profissional a que pertencem. O grupo profissional dos motoristas recebeu a

designação Mn, onde a letra “M” representa o grupo profissional e a letra “n” a sequência

numérica das entrevistas. Neste caso, o primeiro motorista a ser entrevistado recebeu a

designação M1 e o último a designação M7. Assim, a forma sequencial acima elucidada, foi

aplicada para o caso dos cobradores que receberam a designação “Cn” e passageiros com a

designação “Pn”.

3.6. Aspectos éticos

Para se recolher dados deste estudo, pediu se a permissão aos motoristas, cobradores e

passageiros e os que não se mostraram disponíveis dentro do público-alvo, mereceram de

respeito pois entende-se que o envolvimento na entrevista para a prossecução de qualquer estudo

é de carácter voluntário.

No processo da aplicação das entrevistas, os entrevistados foram avisados acerca dos motivos

que levaram a realização do estudo e da importância das respostas deles para o alcance dos

objectivos do mesmo.

Ressalta-se que, os entrevistados foram acautelados sobre a garantia do anonimato no tratamento

dos dados disponibilizados, bem como sobre a observância de confidencialidade de toda

informação recolhida no decurso do estudo.

3.7. Limitações do estudo

A realização deste trabalho teve como factores de limitação, a carência de literatura nacional que

versa especificamente sobre gestão de resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de

passageiros e a resistência de alguns transportadores e passageiros em prestar entrevista.

A dificuldade que concerne a carência da literatura nacional que versa sobre gestão de resíduos

sólidos nos transportes semi-colectivos foi ultrapassada graças ao uso da bibliografia alternativa,

nacional e estrangeira que versa sobre resíduos sólidos urbanos. Já no que diz respeito a

resistência de transportadores e passageiros em prestar entrevista, ultrapassou se recorrendo aos

que mostraram-se disponíveis e com vontade de contribuir para a prossecução do estudo.

15

CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta e discute os resultados do estudo a luz dos objectivos e das perguntas de pesquisa formulados no capítulo I, secções (1.3 e 1.4) respectivamente.

4.1.Tipo de educação ambiental Com o objectivo de identificar o tipo de educação ambiental levado a cabo pelo projecto de

gestão de resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de passageiros, na sequência são

apresentados os dados.

A tabela 2 constitui uma grelha que mostra o processo da análise documental do projecto de

educação ambiental sobre gestão de resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de

passageiros, onde a educação ambiental não formal configurou se como a predominante, tal

como mostram as seguintes características: descentralizada, público-alvo específico, flexível,

actua sobre problema específico de uma sociedade, participação colectiva, passível de

improvisos, usa panfletos, cartazes e contacto directo e actua sobre realidade específica.

Tabela 2: Características do tipo de Educação Ambiental do Projecto

16

4.1.2. Contribuição da educação ambiental para a mudança do comportamentoCom o objectivo de descrever a contribuição de educação ambiental para a mudança do

comportamento dos utentes dos transportes semi-colectivos de passageiros, apresenta se na

sequência os dados.

Para efeitos deste, trabalhou se com motoristas, cobradores e passageiros, os quais, a partir deste

momento passam a designar se M1,2,3,4,5,6 e 7 motoristas e sua enumeração, já C1,2,3,4,5,6 e 7

referem se aos cobradores de 1 à 7 e P1,2,3,4,5,6 e 7 referem se aos passageiros de 1 á 6

respectivamente.

Os motoristas e cobradores foram perguntados se já tinham ouvido falar da campanha de recolha

do lixo no chapa (transporte semi-colectivo de passageiros) ou de não se deitar o lixo pela janela

do chapa.

A maioria dos entrevistados mostraram que já tinham ouvido falar e alguns dos quais tinham sido

contemplados os cartazes, conforme ilustram as respostas abaixo:

M1: já ouvi falar, ofereceram-me um cartaz na Praça dos Combatentes, para colar no meu

carro. M4 e C1: sim, já ouvi, também tenho visto cartazes em alguns Chapas que o operam na

mesma rota que eu. C3: já ouvi falar, recebemos um cartaz no chapa em que trabalhava nele no ano passado

(2015),Por ter sido o projecto, duma abrangência menor, alguns dos entrevistados mostraram não ter

ouvido falar da campanha, por não terem sido contemplados ou abrangidos, mas quando

mostrados o cartaz distribuído aos motoristas e cobradores, foram consensuais em afirmar que

conheciam-no, pois, o viam colado em alguns chapas, como indica a resposta abaixo: M2 e C4: ainda não ouvi falar. Conheço o cartaz, pois, o vejo colado em certos chapas da

minha rota.

Quanto a segunda pergunta, cuja essência é saber o que os transportadores achavam da campanha

para que os passageiros não deitassem o lixo no chapa ou pela janela do mesmo, todos foram

unânimes em responder que era uma boa iniciativa

Um dos factores que invocou a necessidade de implementação da campanha de gestão de

resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de passageiros é o facto de observa-se no dia-a-

17

dia, na via pública, resíduos sólidos (garrafas plásticas, casca de frutas, papelinhos de rebuçados

e entre outros) descartados pelas janelas das viaturas e outros por de baixo dos assentos das

viaturas. Deste modo, surgiu a seguinte pergunta para os transportadores:” já viram alguém a

deitar o lixo pela janela?”,

As respostas dos transportadores foram convergentes ao afirmar que têm visto, portanto, para

eles, deitar o lixo pela janela do carro ou em baixo dos assentos dos chapas constitui uma prática

do quotidiano dos passageiros.

Tendo o projecto analisado, os motoristas e cobradores, como agentes responsáveis pela

sensibilização dos passageiros, fez se a seguinte pergunta: o que tem feito para que os

passageiros não deitem o lixo pela janela do carro?

Através das respostas colhidas percebeu-se que, chamam atenção aos passageiros, quando estes

são vistos a consumir algo ou mexem artigos como plásticos, papéis dentro do chapa, tal como

mostra resposta abaixo:

M7: tenho falado aos passageiros para não deitarem o lixo no carro e pela janela sempre

que os vejo a consumir algo (pipocas, refrigerantes entre outras coisas)

Por último fez a pergunta que queria saber se achavam importante a campanha e o porquê.

Todos os respondentes foram unânimes em dizer que a achavam importante por possuir um

carácter educativo.

Ao mesmo tempo que se conduziam entrevistas com motoristas e cobradores, fazia se na

sequência entrevistas aos passageiros dos transportes semi-colectivos, como se ilustra:

Perguntou se aos passageiros se já tinham ouvido falar da campanha de recolha do lixo no chapa

ou de não se deitar o lixo pela janela. Ao que, suas respostas foram divergentes, portanto uns

disseram que sim e outros que não.

Deste modo, seguiu se a pergunta com o objectivo de saber dos passageiros se já tinham visto o

cartaz ou não. Entretanto, a maioria dos passageiros disseram que o conheciam e quando

perguntados de que tratava, foram consensuais em afirmar que tratava de chamada de atenção

18

para que os usuários dos transportes semi-colectivos não deitassem o lixo pela janela e debaixo

dos assentos dos mesmos.

Consecutivamente quis se saber dos passageiros sobre quem os tinha falado da campanha.

Entretanto os respondentes afirmaram que souberam da campanha através da apreciação dos

panfletos colados nos transportes que usualmente tomam para diversos destinos e através dos

motoristas e cobradores, quando os chamavam atenção.

Prosseguindo, foram perguntados sobre o que acham da campanha, todos foram unânimes em

dizer que era uma iniciativa boa e louvável e igualmente quis se saber sobre o contributo que

davam em prole dela, ao que responderam que conservam consigo o lixo que produziam durante

a espera dos transportes nas paragens e durante as viagens com o intuito de depositá-lo em

contentores e latas de lixo como atesta a resposta abaixo:

P6: evito deitar o lixo no chapa e por debaixo dos assentos, conservo- o comigo durante a

espera na paragem e durante a viagem para depositá-lo em local próprio.

Por último, procurou se saber dos passageiros sobre qual importância de não se deitar o lixo pela

janela e no chapa. Ao que resumidamente responderam que evita a acumulação do lixo nos locais

impróprios (ruas, valas de drenagens, terrenos não ocupados), como indicam as respostas abaixo:

P7,2: evita a acumulação do lixo nos locais impróprios (ruas, terrenos não ocupados). A

cidade sem lixo no local impróprio fica limpa e bonita

Enquanto outros respondentes afirmam que o não deitar o lixo pela janela, ajuda na limpeza da

Cidade, evita os focos de cheiros desagradáveis e de proliferação de vectores de doenças. Como

testemunham as respostas que se seguem:

P3 e 6: ajuda na limpeza da Cidade e evita se os focos dos cheiros desagradáveis e de

proliferação de vectores de doenças.

Para efeito de confrontação dos dados apresentados nesta secção, vide a tabela 3 no apêndice 2 e

tabela 4 no apêndice 3.

19

4.1.3. Factores do ambiente interno e externos influenciadores do projecto

Com o objectivo de identificar os factores do ambiente interno e externos influenciadores na

implementação do projecto na sequência são apresentados os dados. Neste caso, estes dados

foram elaborados a partir da análise documental e da observação participante, onde foram

identificados como factores do ambiente interno as seguintes forças: existência do capital

humano qualificado para sensibilizar os transportadores e munícipes nos proponentes do

projecto; Existência do material didáctico específico para responder a cada necessidade

(panfletos, cartazes, sacos plásticos de lixo, contentores médios, camisetes de campanha);

Existência de um acordo institucional entre a Faculdade de Educação, Conselho Municipal da

cidade de Maputo, Associação dos Transportadores de Maputo e Fundo do Ambiente;

Envolvimento dos transportadores (ATROMAP) para a sensibilização dos passageiros;

envolvimento dos estudantes do curso de Educação ambiental para a sensibilização dos utentes

dos transportes semi-colectivos de passageiros.

Entretanto, foram igualmente identificados como fraquezas os factores que se seguem: falta de

recipientes nos automóveis transportadores; falta de publicitação do projecto nos órgãos de

comunicação social; curto tempo de vida do projecto; desconhecimento do projecto por alguns

agentes da polícia Municipal, como pode se ver na tabela 5 no apêndice 4.

No que se refere aos factores do ambiente externo foram identificados algumas oportunidades e

ameaças, nomeadamente:

Oportunidades: a abertura das instituições envolvidas no projecto, o sentido de voluntarismo por

parte dos transportadores e dos munícipes, colocação de receptores de lixo em transportes semi-

colectivos e como ameaças os seguintes factores: fraca repercussão ou correspondência por parte

dos motoristas, cobradores e passageiros, destruição dos panfletos e cartazes por parte dos

munícipes, questões culturais muito fortes no que concerne ao hábito de deitar o lixo em sítios

impróprios por parte dos munícipes, falta de hábito de leitura por parte dos munícipes, como

pode se ver a tabela 6 no apêndice 5.

20

4.2. Discussão dos resultados Conforme os dados, constata-se que o tipo de educação ambiental levado a cabo pelo projecto de

educação ambiental sobre gestão de resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de

passageiros no Município da Cidade de Maputo, é não formal, tal como atestam as características

de educação ambiental não formal encontradas no andamento do projecto, nomeadamente:

descentralizada, público-alvo específico, flexível, actua sobre problema específico de uma

sociedade, participação colectiva, passível de improvisos, estruturada, usa panfletos, cartazes e

contacto directo, critica e reflexiva, actua sobre realidade específica. Neste caso, as

características arroladas acima coincidem com as de tipos de educação ambiental postuladas por

Tristão (2011).

Já, no que se refere ao contributo da educação ambiental para a mudança do comportamento dos

utentes dos transportes semi-colectivos de passageiros, verificou-se que a maioria dos

entrevistados sabiam da existência do projecto porque durante as entrevistas afirmaram que

conheciam-no por terem sido abrangidos pela campanha e achavam no como uma boa iniciativa

para a gestão de resíduos sólidos que os munícipes produzem durante a espera dos transportes

semi-colectivos nas paragens e durante as suas viagens.

Portanto, estes dados comprovam o pensamento de Maia e Pereira (2012), ao afirmarem que, a

educação ambiental é um instrumento crucial para a formação de pessoas capazes de refletir e

reinventar novas formas de estar e comprometidas com a qualidade do meio e da vida.

Entretanto as tendências para a mudança do comportamento dos transportadores foram notadas

pela preocupação em sensibilizar os munícipes durante as viagens e sempre que os vissem a

consumir e a mexerem artigos dentro do chapa, em virtude destes terem ganho consciência de

que os resíduos sólidos em locais inapropriados oferecem perigo ao meio ambiente a saúde

pública.

As tendências de mudanças de comportamento descritas no parágrafo anterior reafirmam e

validam a asserção de que a educação ambiental é um instrumento capaz de mudar a concepção e

a prática da maioria das pessoas em relação ao seu comportamento, hábitos e atitudes na gestão

de resíduos sólidos (Abdala, Andrade e Rodrigues, 2007)

21

Quanto aos factores do ambiente interno influenciadores na implementação do projecto

destacaram se as forças como predominantes em relação as fraquezas. Neste caso, Abichequer

(2011) as forças quando bem controladas e exploradas, diminuem fraquezas do projecto,

conduzindo ao bom desempenho deste.

Já, no que toca aos factores do ambiente externo houve mais incidência de oportunidades de

exploração das potencialidades do projecto em comparação com as possíveis ameaças do

andamento do mesmo. O que conferiu benefícios na implementação do projecto tal como atesta o

conceito de oportunidades na óptica de Silva et al (2009) que diz, as oportunidades

correspondem a situações, tendências ou fenómenos externos actuais ou potenciais que podem

contribuir para a concretização dos objectivos estrategicos de um projecto.

Embora o projecto tenha superado em forças e oportunidades (concretização dos objectivos

estrategicos), importa salientar que existiram fraquezas e ameaças que não devem ser deixadas

de lado, como a publicitação do projecto nos órgãos de comunicação social de massas, colocação

dos recipientes nos transportes semi-colectivos, o tempo de vida, questões culturais concernentes

ao hábito de deitar lixo em sítios impróprios e a falta de hábito de leitura, respectivamente.

22

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusão Do estudo realizado, chegou se a conclusão de que o projecto de gestão de resíduos sólidos,

levado a cabo pela LEA-FACED-UEM em parceria com o Conselho Municipal e Associação dos

Transportadores da Cidade de Maputo, nos transportes semi-colectivos de passageiros, levava

consigo a educação ambiental do tipo não formal. O tipo de educação patente no projecto de

educação ambiental sobre gestão de resíduos sólidos desenvolveu se por meio de palestras de

sensibilização, panfletos e cartazes com a finalidade de responder uma questão ambiental local

de grande significado social e de utilidade pública, a gestão de resíduos sólidos.

Conclui se igualmente, que quanto a questão que concerne a mudança de comportamento em

relação a gestão de resíduos sólidos nos transportes semi-colectivos de passageiros, verificou se

uma grande tendência em aderir e orientar se pelos apelos veiculados pela campanha, factos que

podem ser observados pela mudança de atitudes e vigilância perante situações de deitar o lixo em

baixo dos assentos dos transporte semi-colectivos e deitar pela janela.

A partir da Análise FOFA, foi possível identificar os factores do ambiente interno e externo

(forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) influenciadores na implementação do projecto,

onde constatou-se que se valeu mais de situações positivas (Forças e oportunidades), o que lhe

confere a positividade. Apesar dos factores positivos terem sido dominantes, também verificaram

se alguns factores internos e externos que marcaram pela negativa e que não devem ser

ignorados, pelo facto de, se não bem controlados podem condicionar o alcance dos objectivos

propostos no projecto.

Portanto, através deste estudo foi possível concluir que a Análise FOFA é um instrumento

aplicável para análise de projectos de Educação ambiental.

23

5.2. Recomendações Com base nos resultados e nas conclusões deste estudo, para um maior controlo dos factores do

ambiente interno e externo influenciadores negativos na implementação de projectos de

Educação ambiental sobre gestão de resíduos, à LEA-FACED-UEM recomenda -se:

Disponibilização de receptores de lixo aos transportadores com vista a diminuir o tempo

de permanência dos passageiros com o lixo que produzem, esta recomendação decorre da

fraqueza observada no âmbito da implementação do projecto estudado.

A publicitação do projecto nos órgãos de comunicação social de massas, de forma a

abranger mais pessoas e a tornar o projecto objecto do domínio público.

Implementação de projectos com longo período de vida, de 1 ou mais anos de duração,

por se acreditar que estes podem oferecer mais elementos e condições para fins de

pesquisa.

24

Referências bibliográficas

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selectiva: Importância e contextualização no mundo actual.

Abichequer, C. C. H. (2011). Elaboração do planeamento estratégico: estudo em uma empresa

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de Setembro 2016

28

ANEXOS

29

Anexo 1

Projecto de educação ambiental sobre gestão de resíduos sólidos nos transportes semi colectivos

Introdução

A educação é um direito de todos; somos todos aprendizes e educadores.

Guiando-se pelos princípios adoptados na conferência sobre o Desenvolvimento Humano em

Genebra em 1972 e a do Rio de Janeiro em 1992. Onde foram destacadas as directrizes da

educação ambiental como plataforma mobilizadora das sociedades nos procedimentos de tomada

de decisões e se estabeleceu que:

A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer

tempo ou lugar, nas suas diferentes de actuação (formal não formal e informal), promo-

vendo a transformação e a construção da sociedade;

A educação ambiental deve facilitar a cooperação mútua e equitativa nos processos de de-

cisão, em todos os níveis e etapas;

A educação ambiental valoriza as diferentes formas de conhecimento. Este é diversifica-

do, acumulado e produzido socialmente, não devendo ser patenteado ou monopolizado;

Portanto, a educação ambiental tem como objectivo contribuir para a formação de indivíduos

críticos e reflexivos capazes de repensar na sua própria prática social. Devendo instrumentalizá-

los para compreender e agir de forma autónoma.

É dentro deste contexto que se pretende levar a cabo a campanha de sensibilização aos

motoristas, cobradores e passageiros nos transportes públicos e privados no que concerne a

gestão dos resíduos sólidos nos transportes. De realçar que numa primeira fase o estudo será

realizado nos transportes semi-colectvos. A campanha será denominada “Não Jogue Nada pela

Janela”.

30

1. Justificativa

A produção dos resíduos sólidos urbanos tem vindo a crescer devido ao crescimento contínuo da

populacional na cidade Maputo (zona urbana, suburbana e nos bairros nas zonas de expansão

com características mistas (INE,1997). Além dos dados académicos o crescimento mencionado é

empiricamente constatado do dia-a-dia através dos fluxos nas vias rodoviárias mesmo em

caminhos vulgo “becos” e centros comerciais formais ou informais.

Face a esta situação, tem-se mostrado também o crescente comportamento inadequado dos

munícipes nos transportes semi-colectivos, no que concerne ao tratamento dos resíduos sólidos

resultantes do consumo de certos produtos na via pública e sobretudo dentro dos auto-carros.

Um dos factos que ilustra a falta de gestão dos resíduos sólidos nos transportes é o que observa-

se no dia-a-dia na via pública: resíduos (garrafas plásticas, casca de frutas, papelinhos de

rebuçados, etc.) descartados pelas janelas das viaturas e outros por de baixo dos assentos das

viaturas. Esta situação preocupa a qualquer cidadão atento as esses actos, porque além de sujar a

cidade é um atenta à Saúde pública

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

Sensibilizar os munícipes, em particular motoristas, colaboradores passageiros dos trans-

portes semi-coletivos, e o público em geral, para mudança de comportamento (indicador)

face a gestão dos resíduos nos transportes..

1.1.2. Específicos

Explicar aos transportadores semi-colectivos sobre a importância de gestão ou tratamento

dos resíduos sólidos nos transportes;

Incutir aos passageiros a cultura de juntar os seus resíduos nos plásticos para depositar em

locais apropriados;

Sensibilizar aos passageiros e trasportadores sobre os riscos socio-ambientais ocasionados

por lançar resíduos ou objectos pelas janelas dos carros, principalmente em circulação.

31

Metodologia

A campanha vai ser baseada em palestras de sensibilização ao trasnaportadores semi-colectivos

das rotas:

Anjo Voadore - Praça dos Combatentes;

Anjo Voador – Malhazine.

As palestras serão realizadas todas quartas feiras durante o período do projecto.

Logística

Será produzido material de educação ambiental ( cartazes e panfletos) e obter o material de

acondicionamento dos resíduos (sacos plásticos para depósito de lixo dentro dos semi-

colectivos).

Temas a serem aboradados nas palestras

Importância de gestão ou tratamento dos resíduos sólidos nos transportes semi-colecti-

vos;

Os riscos ocasionados por atirar os resíduos ou objectos pela janela do carro;

Papel do cobrador do chapa na mudança de atitude;

Postura camarária na observância das normas.

Entidades envolvidas

Faculdade de Educação -FACED-LEA;

Conselho Municipal da Cidade de Maputo;

Associação dos Transportadores Rodoviários de Maputo - ATROMAP.

Grupo Alvo

O grande grupo alvo são os passageiros.

32

Parceiros de implementação do projecto

Motoristas e cobradores.

3.6. Amostragem

A campanha é destinada aos cidadãos do Município da Cidade de Maputo com destaque para os

motoristas, cobradores e passageiros. Onde envolverá 5 transportes semi-colectivos:

3 (três) das rotas Anjo Voadore - Praça dos Combatentes;

2 (dois) das rotas Anjo Voador – Malhazine.

Resultados esperados

Doptar os transportadores sobre técnicas de gestão de resíduos sólidos gerados nos transpor-

tes durante a sua trajectória;

Redução ou iliminação do descarto dos resíduos pelas janelas;

Minimização de resíduos obsoletos nas vias públicas;

Cronograma de actividades

DURAÇÃO: 5 mesesInício: Abril de 2015

Termino: Agosto de 2015 Tipo de actividades: Palestras/ Reuniões e campanhas nas terminaias e dentro dos transporte

semi-colectivos.

33

Cronograma de Actividades

FASES ACTIVIDADES

2014

Abril Maio Junho

Julho

Agosto

01

Preparação

Encontro com o CMCM e ATROMAP

02 Preparação da Logística

03 Capacitação dos agentes de sensibilização (motoristas e cobradores)

04

Implementação

Distribuição do material

05 Lançamento da campanha

06 Campanha nos transportes semi-colectivos

07 Reuniões com os transportadores

08 Avaliação Encontro agendado com o CMCM e ATROMAP (Avaliação)

09 Relatório Produção do Relatório

34

Necessidades

Panfletos sobre gestão de resíduos sólidos;

Cartazes com slogane (“não joga nada pela janela”);

Sacos plástico de lixo;

Contentores médios nas paragens;

Camisetes de campanha;

35

APÊNDICES

36

Guião de entrevista

Secção 1: Dados gerais da entrevista

Data ___/___/____

Entrevista Nº. _____

Entrevistador__________________________________

Local ______________________

1.1 Dados do entrevistado

Nome: _________________________________________________

Sexo---------------------------------------------------------------------------------

Idade--------------------------------------------------------------------------------

Anos de profissão----------------------------------------------------------------

Rota---------------------------------------------------------------------------------

Secção 2: Roteiro de Perguntas da Entrevista

Parte I: Perguntas para os transportadores (motoristas/cobradores)

1. Já ouviu falar da campanha de recolha do lixo no chapa ou de não se deitar o lixo

pela janela do chapa? 2. O que acha da campanha para que os passageiros não deitem o lixo no chapa ou não

deitem pela janela do chapa? 3. Viu alguém a deitar o lixo pela janela?4. O que o motorista tem feito para que os passageiros não deitem pela janela do seu

chapa? 5. O que o cobrador tem feito para que os passageiros não deitem pela janela do seu

37

Apêndice 1

chapa?6. Acha importante esta campanha? Porquê?

Parte II: Perguntas para os passageiros

1. Já ouviu falar da campanha de recolha do lixo no chapa ou de não se deitar o lixo

pela janela do chapa?2. Já viu este cartaz? 3. De que fala ou trata? 4. Quem lhe falou sobre esta campanha? 5. O que acha desta campanha? 6. O que você faz em prol desta campanha 7. Qual é a importância de não deitar o lixo no chão?

Apêndice 2

Tabela 3: Sumário das respostas dos transportadores

Pergunta Respostas dos Motoristas Respostas dos Cobradores1.Já ouviu falar da campanha

de recolha do lixo no chapa

ou de não se deitar o lixo

pela janela do chapa?

M1,4,5,6

M4- já ouvi falar,

ofereceram-me um cartaz na

praça dos combatentes, para

colar no meu carro.

C1,2,3,5 sim.

C1: sim, já ouvi, também

tenho visto cartazes em

alguns Chapas que o operam

na mesma rota que eu

38

Apêndice 2

M2,3,7

M2: ainda não ouvi falar.

Conheço o cartaz, pois, vejo,

colado em certos chapas da

minha rota

C 4, 6 e7

M4: ainda não ouvi falar.

Conheço o cartaz, pois, vejo,

colado em certos chapas da

minha rota

2. O que acha da campanha

para que os passageiros não

deitem o lixo no chapa ou

não deitem pela janela do

chapa?

M5 é uma boa iniciativa C1 é uma boa campanha.

3.Viu alguém a deitar o lixo

pela janela?

M1 já vi várias vezes. C3: sim tenho visto, isso

acontece mesmo neste carro,

acho que nem um dia passa

sem ver isso.4&5. O que o

motorista/cobrador tem feito

para que os passageiros não

deitem pela janela do seu

chapa?

M7: tenho falado aos

passageiros para não

deitarem o lixo no carro e

pela janela sempre que os

vejo a consumirem algo

(pipocas, refrigerantes entre

outras coisas.)

C6: costumo chamar atenção

aos que consomem ou bebem

algo neste chapa, quando os

vejo.

6. Acha importante esta

campanha? Porquê?

M5. Acho importante sim,

pois, sensibiliza as pessoas a

gerir o lixo que produzem.

C2: é importante sim, porque

educa as pessoas para não

deitarem o lixo no carro ou

pela janela

Apêndice 3

Tabela 4: Sumário das respostas dos passageiros

Perguntas Sumário das respostas dos passageiros.

1.Já ouviu falar da campanha de recolha do

lixo no chapa ou de não se deitar o lixo pela

janela do chapa?

P1, 5.” Sim já ”

P2,3,4,6,7. “Ainda não”.

39

2. Já viu este cartaz? P4,3,6 e 7 “sim, já”P2e5 “ainda não ”.

3. De que fala ou trata? P6 “chamada de atenção para os usuários dos

chapas não deitarem o lixo pela janela da

chapa”4. Quem lhe falou sobre esta campanha? P1 “vi o cartaz colado no vidro de um

chapa”.5. o que acha desta campanha? P 3 “é uma mais-valia para gestão do lixo por

isso é uma iniciativa louvável” 6. O que você faz em prol desta campanha P6 “Evito deitar o lixo no chapa e nas ruas,

conservando-o até encontrar um local

possível de se deitar”7. Qual é a importância de não deitar o lixo

no chão?

P7,2 “evita a acumulação do lixo nos locais

impróprios (ruas, terrenos não ocupados). A

cidade sem lixo no local impróprio fica limpa

e bonita”.

P3 e6 “ajuda na limpeza da Cidade e evita se

os focos dos cheiros desagradáveis e de

proliferação de vectores de doenças

Apêndice 4

Tabela 5: Factores do ambiente interno do Projecto

Forças Fraquezas

Existência de capital humano qualificado

para sensibilizar os transportadores e

munícipes nos propoentes do projecto.

Falta de recipientes nos automóveis

transportadores.

Existência do material didáctico específico

para responder a cada necessidade

(panfletos, cartazes, sacos plásticos de lixo,

contentores médios, camisetes de

campanha).

Falta de publicitação do projecto nos órgãos

de comunicação social

40

Existência de um acordo institucional entre a

Faculdade de Educação, Conselho Municipal

da cidade de Maputo, Associação dos

Transportadores de Maputo e Fundo do

Ambiente.

Curto tempo de vida do projecto

Envolvimento dos transportadores

(ATOMAP) para a sensibilização dos

passageiros.

Desconhecimento do projecto por alguns

agentes da polícia Municipal.

Envolvimento dos motoristas para a

sensibilização dos passageiros

Envolvimento dos cobradores para a

sensibilização dos passageiros.

Envolvimento dos estudantes do curso de

Educação ambiental para a sensibilização

dos utentes dos transportes semi-colectivos

de passageiros.

Apêndice 5

Tabela 6: Factores do ambiente externo do Projecto

Oportunidades Ameaças

Abertura das instituições envolvidas Fraca correspondência ou repercussão por

parte dos motoristas, cobradores e

passageiros

O voluntarismo por parte das instituições

parceiras e da sociedade civil

Destruição de panfletos e cartazes pelos

munícipes

Colocação dos receptores de lixo nos

transportes semi-colectivos de passageiros

Questões culturais muito fortes no que

concerne ao hábito de deitar o lixo locais

inadequados por parte dos munícipes.

Falta de hábito de leitura por parte dos

munícipes

41