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FACULDADE FASERRA
Pós-Graduação em Fisioterapia Neurofuncional
Mauriane Sousa Soares
Benefícios da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva na Marcha de Idosos
com Doença de Parkinson
Manaus-AM 2017
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Mauriane Sousa Soares
Benefícios da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva na Marcha de Idosos
com Doença de Parkinson
Manaus-AM 2017
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em
Fisioterapia Neurofuncional da Faculdade FASERRA, como
requisito parcial para a obtenção do grau de Especialização
em Fisioterapia Neurofuncional.
Orientador: Flaviano Gonçalves Lopes de Souza
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Benefícios da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva na
Marcha de Idosos com Doença de Parkinson
MAURIANE SOUSA SOARES1
FLAVIANO GONÇALVES LOPES DE SOUZA2
Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional – Faculdade: FASERRA
Resumo
Introdução: A doença de Parkinson é a segunda mais comum que atinge a
população idosa, é uma afecção que afeta o sistema nervoso central
especificamente os núcleos da base na área compacta da substância negra onde
está localizado um neurotransmissor chamado de dopamina, e nesta zona
ocorre a perda progressiva de neurônios dopaminérgicos resultado distúrbio do
movimento. Objetivo: Há várias propostas de intervenção fisioterapêutica para
a doença de Parkinson, porém este presente estudo realizou uma pesquisa em
conhecer os benefícios da facilitação neuromuscular proprioceptiva na marcha
de idosos com Parkinson, devido ser um campo de intervenção fisioterapêutica
pouco explorada. Metodologia: A Pesquisa foi realizada através de revisão
bibliográfica com base em artigos e livros que abrangesse sobre o tema
estudado. Resultado: Em relação aos resultados encontrados a FNP contribuiu
de forma benéfica na melhora do quadro clínico de idosos com a DP.
Conclusão: Este estudo é mais um marco para o conhecimento sobre o tema
abordado, nota-se que através dos dados coletados é uma pesquisa que precisa
ter mais evidências sobre esta técnica na DP.
Palavras-chaves: Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva; Doença de
Parkinson; Marcha
1 Fisioterapeuta, pós-graduanda em fisioterapia Neurofuncional, Manaus AM, Brasil 2 Fisioterapeuta, pós-graduado em Cardiopulmonar, Manaus AM, Brasil
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INTRODUÇÃO
A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo que atinge
principalmente a população idosa, no qual ocorre perda progressiva de
neurônios dopaminérgicos da zona compacta da substância negra localizada
nos núcleos da base, devido a diminuição de dopamina resulta uma desordem
dos movimentos. Os principais sintomas são rigidez, bradicinesia e tremor e esta
condição na fase inicial causa limitação nas atividades de vida diária, com a
progressão da doença ocorrera alteração da postural e da marcha aumentando
o risco de quedas1.
A etiologia da DP é idiopática, porém pode estar ligada a alguns distúrbios
genéticos e a fatores ambientais. A população mais afetada está acima de 65
anos, aproximadamente 1 a 2% da população possui a patologia e é a segunda
doença mais comum em idosos2.
Todas essas alterações posturais que ocorre devido a doença ser
progressiva limita os idosos nos seus níveis de atividade causando uma
imobilidade. Durante a marcha ocorre uma dificuldade para iniciação (acinesia)
que juntamente com a diminuição da mobilidade (hipocinesia) resulta uma
deambulação com limitações funcionais, a marcha chama-se festinante3.
Com a citações preditas sobre a segmentação das realizações dos
movimentos na DP, como o ritmo do tremor cinético associados com movimentos
involuntários as técnicas que podem proporcionar uma reabilitação eficaz são as
que abrangem o treinamento motor com movimentos de grandes amplitudes,
atividades rítmicas relacionando com pista sensoriais, exercícios posturais para
minimizar a rigidez do tronco e treino de sequências simples para aumentar a
velocidade durante a marcha são indicados para pacientes com a DP 3.
Considerando as dificuldades relacionadas aos pacientes com a DP
existem muitos meios do tratamento fisioterapêutico, mas existe um método que
é considerado promissor para pacientes com distúrbios motores e sensórias,
esta são as técnicas da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) que é
um recurso direcionado em buscar os potenciais e incapacidades do nível
estrutural dos pacientes. Fornece ferramentas adequadas para ajudar o paciente
a atingir o máximo de funcionalidade4.
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A utilização da abordagem fisioterapêutica com as técnicas da FNP para
a melhora da marcha em pacientes com Parkinson, existem ainda poucos
estudos relacionados com os efeitos desta técnica. Por este motivo o presente
estudo realizou uma revisão de literatura baseando-se em conhecer a influência
da FNP na marcha do idoso com DP.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
James Parkinson foi um médico inglês, nascido em 1975, em Hoxton, nos
Estados Unidos, publicou vários artigos na área de medicina sobre a DP, sua
primeira publicação foi em 1817, em Londres, o reconhecimento da inicial da
doença leva o seu nome5.
Paralisia agitante foi a primeira descrição mundial da Doença de
Parkinson, caracterizada por este nome devido aos movimentos involuntários
presente na doença. Tornou-se conhecida na segunda metade do século XIX
pelos médicos neurologistas, eles publicaram artigos sobre a doença definido
como “paralisia agitante”. Dentre as contribuições científicas após a primeira
feita por James Parkinson, a mais importante dentre elas foi realizada por Jean
Martin Chacort6.
A Doença de Parkinson é uma afecção crônica progressiva do Sistema
Nervoso Central (SNC) caracterizada principalmente por sintomas motores. Em
consequência a atrofia e a degeneração dos núcleos da base o idoso com
Parkinson apresenta distúrbios frequentes caracterizados com os sinais de
rigidez, acinesia, bradicinesia, tremor, instabilidade postural, freenzing,
festinação e diminuição do condicionamento cardiorrespiratório, outros fatores
também estão relacionados com o comprometimento da DP e estes são:
distúrbio cognitivo e perceptivo, alterações de deglutição, faciais, comunicação
e emocionais7.
As características histopatológicas mais típicas da DP é a perda neuronal
do SNC que causam um desgaste de dopamina nos núcleos de base e gera
alterações na produção de acetilcolina. A ausência de dopamina causa um grave
efeito na transmissão de sinais neurais para as estruturas cerebrais motoras,
resultando déficits na coordenação motora, fraqueza muscular e com isso
levando problemas na manutenção na postura, distúrbio na marcha e alteração
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na comunicação com o sistema responsável pelo equilíbrio corporal no qual gera
o deslocamento do centro da gravidade para frente, são incapazes também de
realizar movimentos de compensação que auxiliariam na recuperação da
estabilidade estática e dinâmica do corpo, devido a isto à um índice elevado de
quedas8.
Os sintomas clínicos da DP são evidentes quando ocorre uma perda de
pelo menos 80% dos neurônios dopaminérgicos na substância negra, antes que
os sinais se tornam clinicamente claro ocorre também a perda de outros
neurotransmissores como noradrenalina e norepinefrina9.
A fisioterapia tem como objetivo dar a melhor mobilidade funcional,
buscando a independência no autocuidado, ou seja, promovendo uma boa
qualidade de vida para reintegrar este paciente a sociedade. Com o tratamento
fisioterapêutico pode-se retardar a progressão da doença evitando os efeitos
deletérios como as contraturas e deformidades. Sullivan (2010)10, enfatiza que o
objetivo geral da fisioterapia é ganhar a Amplitude de Movimento (ADM),
melhorar ou manter a função cardiopulmonar, treinar as habilidades funcionais,
aprimorar o equilíbrio e incentivar o padrão de marchas.
Um dos métodos que é utilizado na fisioterapia para reabilitação de
paciente com DP é a FNP, que é uma abordagem de exercícios terapêuticos que
combinam diagonais funcionais de movimento com técnicas de facilitação
neuromuscular11. A FNP tem o objetivo de facilitar a movimentação através de
uma ação coordenada e consiste em movimentos rítmicos, que visam
especificamente reduzir as sequelas debilitantes da bradicinesia. As
características próprias da abordagem FNP pode ser definido como a utilização
de movimentos fisiológicos do paciente, através de aplicação de pistas sensórias
especificamente aos mecanismos neuromusculares proprioceptivos, visuais,
táteis e auditivos a fim de relacionar informações relacionadas ao segmento
corporal proporcionado movimentos de maior habilidade e controle motor12.
METODOLOGIA
Este estudo visou em uma revisão de literatura realizada a partir de coleta
de dados através das plataformas digitais Scielo, lilacs, revistas, sites e livros,
com as palavras chaves Doença de Parkinson, Fisioterapia, FNP e com os
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idiomas em inglês e português. Os anos de publicação dos artigos utilizados
foram de 2012 a 2017, e a elaboração deste estudo ocorreu durante o mês de
março a julho. Foi pesquisado informações que contribuíram de forma direta ou
indiretamente para a construção do estudo sobre os benefícios da FNP como
intervenção na marcha de idosos com DP, os artigos que foram encontrados ao
todo 36 artigos, porém somente 21 contribuíram para a pesquisa científica e 15
foram descartados por não estar relacionados sobre o tratamento desta
abordagem na reabilitação da marcha na DP.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Este estudo priorizou conhecer as intervenções da abordagem da FNP na
marcha em idosos com a DP, foram encontrados estudos que puderam contribuir
de forma positiva para o tema abordado. Em um estudo realizado com 17
pacientes com a DP foi aplicado no tratamento de distúrbio de marcha com o
método FNP e neste estudo foi comprovado que através deste tratamento houve
uma melhora significante em relação a velocidade e nos comprimentos dos
passos13.
Dentre outros benefícios que a método pode trazer está relacionado com
a prevenção dos efeitos deletérios que são causados com a progressão da
doença, desta forma o método pode ser aplicado na fase inicial sendo uma forma
de preparar a conscientização da postura, visto que a tendência é que ocorra a
evolução da patologia para um padrão flexor de cadeia anterior do corpo. Com
relação a sustentação corporal apresentou-se ganho no aumento da base que
estava com adução de quadril, com isso ocorreu uma melhora da marcha,
ocorrendo um aumento na fase de apoio e balanço que interferiram de forma
positiva para o aprendizado motor, propriocepção e coordenação, facilitando um
maior equilibro durante a deambulação que ajudou a uma boa postura14.
Segundo o estudo feito por Santos et al (2016)15 com a aplicação da
técnica FNP durante três semanas, utilizada com três pessoas com Parkinson
obteve resultados significativos com ganhos nas fases de apoio e balanço,
contribuindo para um melhor ritmo durante a deambulação. Deane et al (2007)16
utilizou na sua pesquisa a junção a FNP associados com as pistas sensoriais e
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mobilidade vertebral, e obteve resultados relacionados com a redução do quadro
clinico da DP.
Corroborando com este achado a FNP é um dos alicerces básicos para
um tratamento adequado para a DP. Pois as diagonais usadas melhoraram a
tendência postural que é frequente quem tem a doença, e garantem treinos de
movimentos que são manuseados nas atividades de vida diárias (AVD’s)3.
Com relação a esta citação, foi realizado um estudo com quatro idosos
com a FNP e com o questionário de qualidade de vida SF-36, houve uma
melhora relevante nos domínios de capacidade funcional e dor, isto foi possível
através dos movimentos funcionais incentivados pela FNP que engloba a
atividade corporal total que facilitou ganho nas AVD’s3.
Christofoletti (2010)17, enfatiza que a marcha na DP é uma manifestação
típica, acelerada e com passos curtos, ou seja, é uma junção de bradicinesia,
rigidez muscular e postura anormal. A marcha festinada é uma marca importante
na DP que ocorre na tentativa de evitar quedas para frente.
No entanto é importante por em evidências que os problemas
relacionados com o controle postural e equilíbrio influência de forma direta na
marcha, devido o problema dos passos curtos que se condiciona na fase inicial
alterando a velocidade da marcha6.
De acordo com Fortaleza et al (2009)18 a marcha busca superar as
deficiências primárias que estão relacionadas com as citações anteriores, por
essa razão o autor especifica que a meta para reabilitar é o alongamento da
passada, aumento da base de sustentação, ganhar os movimentos
contralaterais do tronco e da oscilação de membros superiores, para que seja
estimulado um padrão de marcha de acordo com as fases de apoio e de balanço
levando a um programa de deambulação regular.
Exercícios rítmicos também são indicados para o tratamento de idosos
com Parkinson, segundo Umphered (2010)19 cita que estes tipos de exercícios
melhora a coordenação e equilíbrio, reduz a rigidez e bradicinesia e ao longo
prazo beneficia a melhora da deambulação.
Em conformidade com Camargo (2004)20 a fisioterapia nos últimos anos
vem realizando um amplo conhecimento cientifico o que vem auxiliando muito o
aprimoramento para a reabilitação, e um desses desenvolvimento é a realização
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do treino de marcha de idosos com a DP através de pistas visuais. Um dos usos
mais comum de pistas visuais são aquelas que são colocados no chão com um
apropriado comprimento de passo, segundo Andrade et al (2006)21 é estimulo
necessário para trocar as sequências dos passos.
A FNP é um estudo pouco explorado na reabilitação da marcha na DP,
porém é mais utilizada em outras condições patológicas como por exemplo na
reabilitação de hemiplégicos. Como foi analisado em alguns estudos observa-se
ganhos funcionais relacionado com a velocidade da marcha, alinhamento
postural, ganhos nas fases da marcha e melhora nas AVD’s, sendo assim a FNP
trouxe resultados significativos para a reabilitação da marcha na DP3.
CONCLUSÃO
Portanto, o tema abordado teve uma fundamentação cientifica com
poucos estudos relacionados com o uso da FNP na reabilitação da marcha de
idosos com a DP, porém foi observado que com a aplicação da FNP ocorreu
uma interessante evolução no quadro clínico na questão cinético funcional de
pessoas com Parkinson.
Este estudo é mais um marco para o conhecimento sobre o tema
abordado, nota-se que através dos dados coletados é uma pesquisa que precisa
ter mais evidências sobre esta técnica na DP.
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