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FACULDADE MACHADO DE ASSIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA GESTÃO DAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO DE UMA SIDERÚRGICA NA ZONA OESTE ELIAS DE OLIVEIRA MATTA RODRIGO FERNANDES AYRES VIEIRA Rio de Janeiro 2007

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FACULDADE MACHADO DE ASSIS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA

GESTÃO DAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO DE UMA

SIDERÚRGICA NA ZONA OESTE

ELIAS DE OLIVEIRA MATTA

RODRIGO FERNANDES AYRES VIEIRA

Rio de Janeiro

2007

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ELIAS DE OLIVEIRA MATTA

RODRIGO FERNANDES AYRES VIEIRA

A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA

GESTÃO DAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO DE UMA

SIDERÚRGICA NA ZONA OESTE

Trabalho de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Administração de Empresas como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração de Empresas.

Orientador: Flávio Falconeri de Brito

Co-orientador: José Caetano de Mattos Neto

Rio de Janeiro

Faculdade Machado de Assis

2007

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ELIAS DE OLIVEIRA MATTA

RODRIGO FERNANDES AYRES VIEIRA

A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA

GESTÃO DAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO DE UMA

SIDERÚRGICA NA ZONA OESTE

Aprovada em 03/12/2007

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________________

Flávio Falconeri de Brito – Professor Orientador

_________________________________________________________________________

Max Anderson da Silva Mendes – Professor Convidado

_________________________________________________________________________

Edni de Castro Paranhos – Professor Convidado

Rio de Janeiro, 03 de Dezembro de 2007.

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DEDICATÓRIA

Aos meus filhos Paula Karoline, Cássio

Douglas e a Zilda, minha esposa e

companheira, por terem sido minha

base, minha força maior nos momentos

mais difíceis. A família do Rodrigo pelos

meus incansáveis telefonemas. (Elias)

A minha família, principalmente a minha

filha Belinha e minha esposa Mônica a

família do Elias também que entendeu

todas as noites sem sono dele. (Rodrigo)

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AGRADECIMENTOS

Aos nossos familiares e a todos que direta ou

indiretamente, que colaboraram para a realização

desse sonho longo de quatro anos e principalmente

a Deus que mesmo sem merecermos, nos carregou

em seus braços por todo esse tempo. Obrigado.

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"A vida não é uma vela curta para mim. É um tipo

de tocha esplêndida a qual estou segurando pelo

momento, e quero fazer com que ela queime tão

brilhantemente quanto possível antes de passá-la

para as próximas gerações." (George Bernard

Shaw)

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A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA

GESTÃO DAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO DE UMA

SIDERÚRGICA NA ZONA OESTE

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo demonstrar a importância desse novo conceito de

gestão, chamado de Governança Corporativa tão importante nos dias de hoje. Demonstrar a

sua origem e a sua evolução até como é hoje. Podemos dizer que é um conceito indispensável

nos moldes organizacionais modernos e de sucesso também. Desde 1992, data em que foi

criada nos Estados Unidos, mais e mais empresas adotam essa filosofia de gestão societária,

que possui diversos níveis de adoção. Interessante que aqui em nosso país a Governança

Corporativa não só se resume a este controle mais rígido de empresas de controle pulverizado,

pois não é a realidade empresarial brasileira, mas sim, algo muito mais amplo como uma

melhoria na prática da administração das relações entre os acionistas, majoritários e

minoritários, credores, executivos ou administradores e demais interessados, como por

exemplo, os stakeholders, entre outros benefícios, como transparência em suas ações,

evitando fraudes enormes como exemplo o caso da gigante Enron. Nos Estados Unidos 82%

das empresas pensam na Governança Corporativa como prioridade, no Brasil 44% das

empresas a colocam como uma das três maiores prioridades na administração. E por base

nesse crescimento do interesse organizacional brasileiro na Governança Corporativa, que

iremos demonstrar a importância da governança na Siderúrgica na Zona Oeste, demonstrando

e interpretando os seus níveis de adoção e resultados posteriores a esse processo de

modernização de suas relações com seus investidores

PALAVRAS-CHAVE: Governança Corporativa. Gestão Societária. Stakeholders. Credores.

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THE IMPORTANCE OF CORPORATE GOVERNANCE IN

MANAGEMENT OF ENTERPRISES: STUDY CASE OF

WEST ZONE SIDERURGIC

ABSTRACT

His work aims to demonstrate the importance of this new concept of management,

called the Corporate Governance as important today. Demonstrating its origin and its

evolution as it is until today. We can say that is an essential concept in modern organizational

templates and success too. Since 1992, when it was created in the United States, more and

more companies adopt this philosophy of corporate management, which have various levels

of adoption. Interesting that here in our country the Corporate Governance not only

summarizes the most rigid control of companies control sprayed because it is not the reality

Brazilian business, but something much broader and better in practice the administration of

the relations between the shareholders, majority and minority shareholders, creditors,

executives or administrators and other interested parties, such as stakeholders, among other

benefits, such as transparency in their actions, avoiding massive fraud as an example the case

of giant Enron. In the United States 82% of companies believe in Corporate Governance as a

priority Brazil 44% of companies to pose as one of the three major priorities in the

administration. And based on that growth of interest in organizational Brazilian Corporate

Governance, which will demonstrate the importance of governance West Zone Siderurgic,

demonstrating and interpreting their levels of adoption and results subsequent to the process

of modernization of its relations with its investors.

KEY WORDS: Corporate Governance. Society Management. Stakeholders. Creditors.

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LISTA DE FIGURAS

 FIGURA 2.1 – Os 5 Ps da Governança Corporativa ............................................................... 26

FIGURA 4.1 – A estrutura da governança corporativa na Siderúrgica ................................... 53

FIGURA 4.2 – SDCA .............................................................................................................. 57

FIGURA 4.3 – Desempenho do Índice Bovespa ..................................................................... 60

FIGURA 4.4 – Desempenho das Ações Ordinárias ................................................................ 60

FIGURA 4.5 – Desempenho das Ações Preferenciais ............................................................ 61

FIGURA 4.6 – Yield (%) e Dividendos pagos (R$ milhões) – Metalúrgica Siderúrgica na Zona Oeste S.A. ........................................................................................................................ 61

FIGURA 4.7 – Yield (%) e Dividendos pagos (R$ milhões) – Siderúrgica na Zona Oeste S.A. .................................................................................................................................................. 62 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1 – Evolução do sistema capitalista .................................................................... 20

TABELA 2.2 – Maiores escândalos recentes ......................................................................... 21

TABELA 2.3 – Diferentes tipos de governança ...................................................................... 23

TABELA 2.4 – Adesões aos níveis de governança corporativa ............................................. 25

TABELA 2.5 – Atitudes tomadas na adesão voluntária ......................................................... 28

TABELA 2.6 – Razões essenciais do despertar da boa governança ....................................... 30

TABELA 2.7 – Números de empresas por ano ...................................................................... 31

TABELA 2.8 – Desenvolvimento de códigos de melhores práticas ...................................... 33

TABELA 2.9 – Síntese dos princípios da OECD ................................................................... 34

TABELA 2.10 – Perspectivas da boa governança na América Latina ................................... 35

TABELA 2.11 – Países estudados pela OECD ...................................................................... 36

TABELA 2.12 – Empresas estudadas pela OECD ................................................................. 36

TABELA 2.13 – O perfil das empresas estudadas pela OECD .............................................. 37

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

AGE – Assembléia Geral Extraordinária

AGO – Assembléia Geral Ordinária

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo

CEO – Chief Executive Officer

COO – Chief Operating Officer

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

FAETEC – Fundação de Apoio a Escola Técnica

FDC – Fundação Dom Cabral

FGV – Fundação Getúlio Vargas

FUNLAR – Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula

GMI – Governance Metrics International

IBCG – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

IBCO – Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização

IGC – Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada

ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial

ISO – International Organization for Standardization

NASDAQ – National Association of Securities Dealers Automated Quotations

NYSE – New York Stock Exchange

NM – Novo Mercado

OECD – Organization for Economic Co-operation and Development

SEC – Securities and Exchange Commission

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SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SGA – Sistema de Gestão Ambiental

SOX – Sarbanes-Oxley

UBC – University of Britisth Columbia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14

CAPÍTULO 1.1 – DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................. 15

1.2 – Hipótese ........................................................................................................................... 15

1.3 – Justificativa ...................................................................................................................... 16

1.4 – Objetivos .......................................................................................................................... 16

1.4.1 – Objetivo Geral .............................................................................................................. 16

1.4.2 – Objetivos Específicos ................................................................................................... 17

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................. 18

2.1 – Origens do Sistema de Sociedade Anônima e Capitalista .............................................. 18

2.2 – Origem da Governança Corporativa ............................................................................... 21

2.3 – Conceitos e Definições ................................................................................................... 22

2.4 – Novo Mercado e níveis da Governança Corporativa ...................................................... 23

2.4.1 – Novo Mercado ............................................................................................................. 24

2.4.2 – Níveis 1 e 2 da Governança Corporativa ..................................................................... 25

2.5 – Os Valores da Governança Corporativa ......................................................................... 26

2.6 – Cenários Organizacionais Históricos ............................................................................. 27

2.7 – O Despertar da Governança Corporativa ........................................................................ 29

2.7.1 – A Atual realidade do Mercado de Capitais .................................................................. 30

2.8 – Legislação: A lei Sarbanes-Oxley .................................................................................. 31

2.9 – A Difusão Mundial dos Códigos de Governança ........................................................... 35

2.10 – Perspectivas da Governança Corporativa na América – Latina ................................... 36

2.10.1 – Perfil das Empresas do Círculo ................................................................................. 36

2.11 – A Dimensão Humana da Governança Corporativa ...................................................... 38

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA ....................................................................................... 44

3.1 – Níveis da Pesquisa .......................................................................................................... 44

3.2 – Métodos da Pesquisa ...................................................................................................... 44

3.3 – Objeto da Pesquisa ......................................................................................................... 44

CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DE DADOS ............................................................................... 45

4.1 – Visão, Missão ................................................................................................................. 45

4.2 – Valores ............................................................................................................................ 45

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4.3 – Recursos Humanos ......................................................................................................... 46

4.4 – Meio Ambiente ................................................................................................................ 46

4.5 – Ação Social ..................................................................................................................... 47

4.6 – Governança Corporativa na Siderúrgica na Zona Oeste ................................................ 51

4.7 – Empresa Siderúrgica na Zona Oeste ............................................................................... 53

4.7.1 – Assembléias de acionistas ........................................................................................... 54

4.7.2 – Relacionamento com auditores independentes ............................................................ 55

4.7.3 – Gestão de riscos ........................................................................................................... 55

4.7.4 – Gestão de Estoques ...................................................................................................... 56

4.7.5 – Reorganização operacional e administrativa ............................................................... 57

4.7.6 – Diretrizes Éticas ........................................................................................................... 58

4.7.7 – Sucessão ...................................................................................................................... 58

4.7.8 – Resultados Apurados após a Adoção do Nível 1 da Governança Corporativa ........... 60

CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 64

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 67

FOLHA DE APROVAÇÃO .................................................................................................. 69

FOLHA DE AUTORIZAÇÃO .............................................................................................. 70

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CAPITULO 1

INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje estamos acostumados a ver um cenário mercadológico bem complexo

e disputado, podemos observar com facilidade a acirrada concorrência desde as empresas

regionais ou pequenas até grandes multinacionais brigando por cada fatia desse enorme bolo

chamado mercado. Com o advento da internet e por conseqüência a globalização, hoje

empresas de nosso país disputam mercado internamente com empresas estrangeiras, e o

inverso também é verdade. As empresas investiram em mão-de-obra qualificada, expansão de

seu pátio de produção, publicidade, modernização de seus equipamentos, busca de

certificados de qualidade, como a série ISO1, e apostam recentemente na sua própria imagem,

adquirindo a titulação de empresa solidária ou socialmente responsável. E a pergunta paira no

ar, e os sócios onde ficam? Os minoritários têm voz?

É nesse ponto onde surgiu um movimento chamado Governança Corporativa, onde se

é permitido um envolvimento maior dos sócios às informações estratégicas da empresa, esta

prática trouxe vários benefícios que veremos adiante, mas o principal é a transparência de

seus atos, evitando fraudes e ilegalidades.

Através desse trabalho poderemos visualizar melhor o que é a governança corporativa

e a sua implantação em uma empresa de renome como a Siderúrgica na Zona Oeste,

demonstrando o que é necessário para a implantação e interpretar os seus resultados.

                                                            1 International Organization for Standardization.

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CAPÍTULO 1.1

Definição do Problema

”A teoria referente à evolução econômica prevê que em um determinado estágio do

desenvolvimento econômico se deva prestar atenção aos fornecedores de recursos

para as empresas. Dessa forma, podemos considerar que o atual movimento de

melhoria das práticas de governança das sociedades é a resposta, na realidade, à

percepção teórica existente”. (LAMEIRA, 2001, p. 29).

Com a vinda da internet em alta velocidade e móvel, não existem mais barreiras para

falta de informações sobre qualquer assunto, ainda mais assuntos referentes aos próprios

investimentos. Não é mais cabido no cenário organizacional atual, aquele sócio, investidor ou

fornecedor de capital, que não queira mais ser parte desta empresa a qual ele destina um

determinado capital.

Esta situação gera um problema de conflito de interesses, pois o administrador

executivo da empresa nem sempre possui uma cultura societária, ele trabalha para a

organização, muitas das vezes esquecendo-se dos investidores gerando conflitos no processo

decisório, de uma forma mais clara, uma verdadeira guerra de interesses.

Não obstante à sede da sociedade em razão da ausência do poder público, uma coerção

muito grande para as empresas serem cada vez mais transparentes e responsáveis socialmente,

onde se é possível perceber também com relativa facilidade a exigência do mercado externo a

adesão a certificações não só de padronizações e conformidades como certificações sociais.

Para a resolução desse problema, além da busca contínua da transparência, se faz

necessário um processo decisório coletivo, onde quanto maior é a dependência e a limitação

das fontes de recursos, se faz mais necessário o processo de decisão coletiva ou em colegiado.

1.2 – Hipóteses

• O mercado interno e externo e a opinião pública exigem hoje das empresas presentes

na sociedade uma busca contínua pela transparência em suas ações e processos, fato

que alavancou o crescimento da governança em nosso país, ferramenta que por si só

não realiza milagres, mas pede uma entrega total de todos os entes que fazem parte de

uma organização, incluindo os mais altos níveis hierárquicos.

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• A implantação de um processo de decisão coletiva passa pela reestruturação

organizacional e a conscientização dos executivos, onde se torna possível o

alinhamento dos interesses pondo fim nos conflitos de agências, provocando assim, a

sinergia dos esforços em alcançar os objetivos.

1.3 – Justificativa

A governança corporativa é uma ampla área de pesquisa envolvendo finanças,

economia e direito. O movimento em torno do tema é algo recente, tanto na academia

quanto no mercado corporativo, com os debates se intensificando a partir do final da

década de oitenta. O próprio termo governança corporativa não existia na literatura de

administração de empresas no início dos anos oitenta. A busca de relação entre

características de governança corporativa e o valor da empresa, foco da maior parte dos

estudos sobre o tema, parte do pressuposto de que a principal responsabilidade dos

executivos é adicionar valor para o acionista. Esta idéia tornou-se cada vez mais difundida

atualmente. Segundo Rappaport (1998, p. 1), “avaliar a empresa como intuito de gerenciá-

la com base na evolução do seu valor é preocupação atual de praticamente de todos os

principais executivos, fazendo com que nos próximos anos a criação de valor para o

acionista provavelmente se torne padrão global para a mensuração do desempenho do

negócio”.

1.4 – Objetivos

1.4.1 – Objetivo Geral

Este trabalho tem por objetivo analisar o comportamento da empresa em estudo que

adotou a filosofia da governança corporativa a fim de saber, quais as mudanças

organizacionais ocorreram e também colher os resultados posteriores a este processo,

apontando o nível de governança escolhido por esta empresa e o quanto foi positivo ou

negativo a adoção desta filosofia.

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1.4.2 – Objetivos Específicos

a) Apontar a origem e a evolução histórica da governança corporativa;

b) Apresentar os padrões e os valores diferentes de governança corporativa;

c) Esclarecer a importância da governança corporativa no cenário atual;

d) Analisar os dados do processo de implantação da governança;

e) Identificar o nível de governança adquirido;

f) Contribuir para a discussão sobre governança corporativa apresentado a pesquisa

acima descrita, haja vista a crescente importância do assunto no país e a relativa

ausência de estudos acadêmicos sobre governança corporativa no Brasil.

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CAPÍTULO 2

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O referencial teórico que fundamenta este trabalho apresenta as definições e os estudos

científicos acerca da governança corporativa. O conjunto de autores consultados permite o

entendimento de que uma gestão societária bem implantada e com um rigoroso sistema de

controles internos podem representar uma importante ferramenta para as empresas evoluírem

em suas estruturas e através da transparência melhorar a sua conceituação perante seus

clientes, fornecedores e a opinião pública.

2.1 – Origens do Sistema de Sociedade Anônima e Capitalista

[...] Trata-se do espírito de aventura, de expansão e de acumulação que está presente na iniciativa dos empreendedores de produzirem mais do que para o aprovisionamento das suas próprias necessidades naturais. A aparição e o desenvolvimento desse espírito de empresa ‘deve ter existido, ainda que em estado embrionário, antes até que qualquer empreendimento capitalista viesse a ser materializado. ’ (ANDRADE E ROSSETI, 2006, p. 29).

No século XVII, devido à política colonialista e à concomitante formação do

capitalismo mercantil, que visavam ao domínio da América, Índia e África, foi necessária a

formação de grandes capitais, com o concurso do Estado e da incipiente iniciativa privada.

Formaram-se, então, poderosas sociedades que delinearam as sociedades por ações.

A sociedade por ações se configurou, assim, como o tipo ideal das sociedades

colonizadoras do século XVII, surgindo à primeira em 1602, na Holanda. Seguiram-se muitas

outras, fundadas na França, Inglaterra e Portugal, todas visando à exploração de novas

possessões. Em 1621, foi constituída nos Países Baixos a Companhia das Índias Ocidentais,

que teve profunda ingerência em nossa história colonial, tendo como escopo patrocinar a

conquista do Brasil. A constituição dessas sociedades era, na verdade, promovida pelo Estado,

como descentralização política, social e econômica de suas funções. Através dessas poderosas

empresas, o príncipe exercia a dura política mercantilista, extremamente colonialista,

diminuindo os riscos e embaraços do intrincado jogo diplomático nas cortes européias.

Assim surgiram e se impuseram as sociedades por ações no século XVII, formadas

pela conjunção de capitais públicos e particulares, esses na maior parte de armadores náuticos.

Configuravam essas companhias verdadeiras sociedades modernamente denominadas

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sociedades de economia mista, formadas de capitais públicos e privados, com a finalidade de

cumprir objetivos de interesse público, de forma descentralizada.

Mais tarde, já no desenvolver da Revolução Industrial, no século XIX, na criação da

grande indústria e no seu processo de produção em massa, o capitalismo apropriou-se do

sistema, para lhe proporcionar a incorporação de capitais de que tanto tinha necessidade para

a sua constante expansão. E as sociedades por ações que surgiam, uma por uma, de privilégio

real, concedido por carta ou patente real, começaram a debater-se no círculo fechado do poder

estatal, procurando sua libertação.

A questão da liberdade das sociedades anônimas sofreu as variações da política

revolucionária francesa dos fins do século XVIII, pautada pelo lema “liberdade, igualdade e

fraternidade”. No entanto, o regime de plena liberdade acarretou muitos abusos, culminando

com a codificação napoleônica que sujeitou a constituição das sociedades por ações ao

controle do Estado, não mais pelo sistema de privilégio, mas pelo da autorização

governamental.

Temos como grandes determinantes da evolução do capitalismo segundo Andrade e

Rosseti (2006) nove fatores, a saber:

1. A sansão da ética calvinista.

2. A doutrina Liberal.

3. A Revolução Industrial.

4. O desenvolvimento tecnológico incessante.

5. A ascensão do capital.

6. O surgimento do sistema de sociedade anônima.

7. O crash de 1929-1933.

8. O desenvolvimento da ciência da administração.

9. O agigantamento das corporações e o divórcio propriedade-gestão.

No quadro abaixo visualizaremos melhor esta evolução com seus processos históricos

e seus principais pontos correspondentes.

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TABELA 2.1 - Evolução do sistema capitalista.

Processos Históricos Breve Discrição

1. Ética Calvinista

Construída no início do século XVI, em contraposição à ortodoxia da teologia cristã. Conciliação da diligência empreendedora com a vida espiritual. Energia empresarial: inviolável e sagrada determinação divina. Ética calvinista: em vez da condenação da riqueza, a aprovação dos que a realizam e a promoção do seu bom uso.

2. A Doutrina Liberal

Construída a partir da segunda metade do século XVIII. Rebelião de novas idéias: da "mão interventora" do Estado para a "mão invisível" do mercado. Suporte doutrinário às instituições do sistema: propriedade privada dos meios de produção livre empreendimento e forças coordenadoras dos mercados.

3. A Revolução Industrial

Ocorrência simultânea à Revolução Liberal, nos séculos XVIII e XIX. Mudanças substanciais nos modos de produção e nas relações entre os agentes econômicos. Desenvolvimento de indústria de bens de capital e multiplicação das oportunidades de investimento.

4. Tecnologia, Escalas e Produção em Série

Integração de invenções: fascínio por novas forças-motrizes (vapor, combustão, elétrica), novos materiais e novos processos. Impactos: grandes escalas, produção em série e diversificação industrial. Da "era ferroviária" a "era automobilística". Ícone da produção em série no início do século XX: O modelo T, de Ford: 10.607 unidades (1908) para 730.041 (1917).

5. A Ascensão do Capital

Transposição histórica: do poder da terra para o poder do capital. E emersão de nova classe dominante: os proprietários de grandes manufaturas e os empreendedores da infra-estrutura. Conseqüências: alta produtividade, riscos de assimetrias oferta/procura, gigantismo, mobilização massiva de poupanças.

6. O Sistema de Sociedade Anônima

Raízes: as corporações de artes e ofícios e as companhias "licenciadas" de comércio. A institucionalização da moderna sociedade anônima, a partir do início do século XIX. Adesão massiva: no início do século XX, grande número de companhias com mais de 25.000 acionistas. Novas questões: segurança dos investidores, efervescência do mercado de capitais, risco de crash.

7. O Crash de Revolução Keynesiana e os Avanços da Macroeconomia

Do apogeu ao crash do mercado de capitais: o grande colapso de 1929-23. Da derrocada à modelagem do novo capitalismo: a revolução Keynesiana. Instituições preservadas: liberdade, propriedade privada de recursos, decisões via mercados, incentivo do lucro. Mudanças fundamentais: fim da abstenção do governo, controle dos vícios do mercado (macro e microeconômicos) e conciliação do livre empreendimento com o interesse social.

8. O Desenvolvimento da Ciência e da Administração

As heranças da Antiguidade e da Idade Média: os Códigos de Hamurabi e de Mencius. As contribuições do Renascimento: Luca Paccioli (registros contábeis) e Maquiavel (poder). Séculos XVIII e XIX: a compreensão da nova ordem econômica, as reações à Revolução Industrial, a primeira Escola de Administração. Século XX: • As escolas clássica e neoclássica. • As práticas japonesas. • A abordagem sistêmica e a gestão estratégica. • O despertar da governança corporativa.

FONTE: ANDRADE E ROSSETI. 2006, p57.

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2.2 – Origem da Governança Corporativa

A vida corporativa no Brasil e no mundo, vem sendo bombardeada de muitos

escândalos e quebras de empresas basicamente por um só motivo, a falta de transparência em

seus atos e a ausência de participação dos acionistas nos conselhos das empresas, dentre

outros fatores.

A prática da boa governança surgiu com o intuito de estreitar os laços entre a

organização e seus acionistas, buscando assim um mecanismo que pudesse trazer mais

transparência aos atos de uma organização, através da eliminação da assimetria de

informações  entre administradores e proprietários e fazer com que os acionistas que não

pertencem ao bloco de controle possam reduzir suas perdas no caso de uma eventual venda da

companhia. Crises mundiais como a asiática, em que inúmeros escândalos bancários

despontaram na região, e recentemente os casos Enron, World Com e Parmalat ressaltaram a

importância de práticas institucionais que enfatizem a transparência, a ética e a segregação de

funções nas empresas.

TABELA 2.2 – Maiores escândalos recentes

WorldCom AOL Xerox Merck Bristol-Myers Nos últimos cinco

trimestres, a segunda maior companhia de

serviços de telecomunicações

dos EUA contabilizou como

investimentos, gastos que eram despesas. Com

isso, transformou em lucros os

prejuízos que na verdade somavam

US$ 3,8 bi.

A SEC investiga o sistema de

premiação, após Charles Wang,

fundador, e mais dois executivos terem recebido

US$ 1 bi em ações, dias antes de

lançarem um aviso de redução na

projeção de lucros.

A empresa vai reclassificar um valor computado como venda de

equipamentos de 1997 a 2001. A

classificação anterior rendeu

uma multa de US$ 10 milhões, que foi

paga.

O gigante farmacêutico é

acusada de, desde 1999, contabilizar no faturamento de

sua subsidiária Medco receita de US$ 12,4 bi que, na verdade nunca

foi recebida.

Está sendo investigado por

inflar o faturamento em US$ 1 bilhão em

2000.

FONTE: Folha de São Paulo (21/07/2002, p. B9)

Todos esses fatos impulsionaram e motivaram o crescimento da boa governança que

surgiu nos EUA para restringir poderes dos executivos profissionais nas empresas de controle

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22  

pulverizado, predominantes naquele país e em boa parte da Europa, no grupo das grandes

corporações.

O primeiro código de governança corporativa surgiu na Inglaterra, em 1992, por

autoria de Adrian Cadbury, presidente do grupo de trabalho que elaborou o texto na época.

Hoje existem mais de 50 códigos de governança corporativa em todo o mundo.

2.3 – Conceitos e Definições

“Defini-se governança corporativa, com propriedade, nos meios acadêmicos, como conjunto dos mecanismos

econômicos e legais que são alterados por processos políticos, objetivando melhorar a proteção dos direitos dos

acionistas e credores (investidores de uma forma geral) em uma sociedade”. (LAMEIRA, 2001, p.43)

Governança corporativa é uma má tradução da expressão inglesa "corporate

governance". A origem é o verbo latino "gubernare", que quer dizer "governar", ou "dirigir",

"guiar". O significado, meio vago, é o sistema pelo qual os acionistas de uma empresa

("corporation" em inglês) "governam", ou seja, tomam conta, de sua empresa.

È exatamente isso que Lameira nos diz em seu livro, a governança corporativa é uma

ferramenta de aproximação entre os administradores e os agentes financeiros externos, que

mereciam há muito tempo esse relacionamento, ou melhor dizendo, o estabelecimento de um

fluxo de informações, de mão dupla e confiável, onde poderiam ter todas as informações

necessárias sobre o seu investimento. E para ratificarmos esse conceito o IBCG2 (2007) nos

traz mais uma definição, governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são

dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de

administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas de

governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso

ao capital e contribuir para a sua perenidade.

Após mais esta definição aumentamos ainda mais a abrangência da governança

corporativa que além dos fatores mencionados acima, ainda gera o conceito de agregação de

valores para a sociedade bem como a contribuição para a sua continuidade, a OECD3 (2007)

apenas mais uma vez ratifica que a governança corporativa são as relações entre a

administração da sociedade, seu conselho, acionistas e outras partes interessadas.                                                             2 Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. 3 Organization for Economic Co-operation and Development. 

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O IBCO4 diz que “a governança corporativa é o sistema e a estrutura de poder que

regem os mecanismos através dos quais as companhias são dirigidas e controladas” apud

CADBURY (1992)

Após todas essas definições entre outras, podemos afirmar que governança corporativa

é o esforço contínuo e organizado de acionistas e executivos, no sentido de obter o melhor

alinhamento de interesses possível. Nos EUA temos um cenário de conflitos entre executivos

e acionistas e no Brasil o conflito é entre controladores e minoritários. Dentre estas definições

a governança se divide em dois tipos: Shareholder5 e Stakeholder6. Vejamos o quadro abaixo:

TABELA 2.3 - Diferentes tipos de governança.

Shareholder

Origem anglo-saxônica. Voltado aos interesses dos acionistas e gestores com relação ao valor, riqueza e retorno. Indicadores de desempenho voltados para demonstrações patrimoniais e financeiras. Crescimento, riscos e retornos comparativos - avaliações e aferições como focos de governança.

Stakeholder

Origem nipo-germânica. Ampliação de interesses - geração abrangente de valor. Público-alvo maior - ligado à estratégia corporativa. Vários indicadores de desempenho. Atenção para os resultados patrimoniais e financeiros, e também para a sustentabilidade e função social. Elaboração de balanços social e ambiental.

FONTE: DA SILVA. 2006, p19.

2.4 – Novo Mercado e níveis da Governança Corporativa

A governança corporativa é subdividida em níveis de adoção diferentes, níveis estes,

que distinguem as empresas em sua abertura a esta nova filosofia.

Novo Mercado (NM) e os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa – Nível 1

e Nível 2 – são segmentos especiais de listagem que foram desenvolvidos com o objetivo de

                                                            4 Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização. 5 Acionistas e agentes mais estreitamente ligados às operações corporativas. (da SILVA, p. 17). 6 Outras partes interessadas no tocante ao desenvolvimento das empresas. (da SILVA, p. 18). 

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proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, ao mesmo tempo, o interesse dos

investidores e a valorização das companhias.

A BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo) disponibiliza para todos estas

definições, nos mostrando a diferença básica entre o Nível 1, o Nível 2 e o NM

O Novo Mercado é um segmento diferenciado de listagem destinado à negociação de

ações emitidas por companhias que se comprometam, voluntariamente, com a adoção de

práticas de governança corporativa adicionais em relação ao que é exigido pela

regulamentação brasileira. O capital social das companhias listadas no NM é composto apenas

por ações ordinárias.

O Regulamento de Listagem no Novo Mercado e o Regulamento de Práticas

Diferenciadas de Governança Corporativa Nível 2 contemplam tanto regras de transparência e

de dispersão acionária quanto regras de equilíbrio de direitos entre acionistas controladores e

minoritários. A principal diferença do Nível 2 para o Novo Mercado é justamente a

possibilidade das Companhias do Nível 2 em ter ações preferenciais na sua estrutura de

capital das companhias.

O Nível 1 contempla apenas as regras de transparência e de dispersão acionária

estabelecidas no NM e no Nível 2, com exceção da obrigação de divulgação de

demonstrativos financeiros em padrão internacional.

Existe um índice de desempenho das ações das companhias listadas no NM e nos

Níveis Diferenciados de Governança Corporativa – Nível 2 e Nível 1, esse índice é o IGC –

Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada. Esse índice compreende as

companhias que aderem tanto ao NM quanto aos Níveis 1 e 2 de Governança Corporativa e

reflete o desempenho das ações dessas companhias.

2.4.1 – Novo Mercado

Segundo a BOVESPA (2007) Novo Mercado é um segmento diferenciado de listagem

destinado à negociação de ações emitidas por companhias que se comprometam,

voluntariamente, com a adoção de práticas de governança corporativa adicionais em relação

ao que é exigido pela Regulamentação brasileira.

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25  

A premissa básica do NM é de que a valorização e a liquidez das ações são

influenciadas positivamente pelo grau de segurança oferecido pelos direitos concedidos aos

acionistas e pela qualidade das informações prestadas pelas companhias.

2.4.2 – Níveis 1 e 2 da Governança Corporativa

A BOVESPA (2007) afirma que o nível 1 é um segmento especial de listagem que foi

desenvolvido para proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse,

simultaneamente, o interesse dos investidores e a valorização das companhias.

Empresas listadas nesse segmento oferecem aos seus acionistas investidores melhorias

nas práticas de governança corporativa relacionadas a transparência das companhias, com

divulgação de maior volume de informações e de melhor qualidade, facilitando o

acompanhamento de sua performance.

O Nível 2 de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa (Nível 2) é um

segmento especial de listagem que foi desenvolvido para proporcionar um ambiente de

negociação que estimulasse, simultaneamente, o interesse dos investidores e a valorização das

companhias. Empresas listadas nesse segmento oferecem aos seus acionistas investidores

melhorias nas práticas de governança corporativa que ampliam os direitos societários dos

acionistas minoritários e aumentam a transparência das companhias, com divulgação de maior

volume de informações e de melhor qualidade, facilitando o acompanhamento de sua

performance.

TABELA 2.4 – Adesões aos níveis de governança corporativa

Anos  N1  N2  NM  Total 

2001  12  0  0  12 

2002  5  3  2  10 

2003  8  0  0  8 

2004  3  4  5  12 

2005  3  2  9  14 

2006  2  4  27  33 

2007  9  7  43  59 

Total  42  20  86  148 

FONTE: Bovespa

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2.5 – Os Valores da Governança Corporativa

Andrade e Rosseti (2006) afirmam a existência de 4 valores que compõem a dimensão

da governança, dando sustentação, amarrando concepções, práticas e processos de alta gestão,

a saber:

• Fairness: Senso de justiça, eqüidade

no tratamento dos acionistas. Respeito

aos direitos dos minoritários.

• Disclosure: Transparência das

informações, especialmente das de alta

relevância que envolva resultados e

oportunidades e riscos.

• Accountability: Prestação responsável

das contas, fundamentada nas

melhores práticas contábeis e de

auditoria.

• Compliance: Conformidade no

cumprimento de normas reguladoras,

expressas nos estatutos sociais, nos

regimes internos e nas instituições

legais do país.

A governança ainda estende mais as sua dimensões que podem ser sintetizadas por 5

Ps:

Princípios

• Fairness: Senso de Justiça.

• Disclosure: Transparência quanto aos resultados.

• Accountability: Prestação responsável de contas.

• Compliance: Conformidade com instituições legais e com marcos regulatórios.

Propósitos

• (a) Maximização do retorno local dos shareholders.

• (b) Harmonização com os interesses de outros shareholders

Propósitos

Poder

Processos

Práticas

Princípios

FIGURA 2.1 – Os 5 Ps da Governança

FONTE: Andrade e Rosseti (2006, p. 144)

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• (a) + (b) Maximização iluminada do valor.

Poder

• Constituição da estrutura de poder.

• Definição e separação de responsabilidades.

o Conselhos corporativos.

o Direção executiva.

• Definição compartilhada de decisões de alto impacto.

• Planejamento das sucessões nos órgãos de governança.

Processos

• Constituição e empowerment de órgãos de governança.

• Formulação, homologação e monitoramento:

o Estratégias.

o Operações.

o Resultados.

• Instituições e implantação de sistema de controle:

o Riscos internos.

o Riscos externos.

Práticas

• Gestão de conflitos.

• Minimização de custos.

• Gestão estratégica de relacionamento interna e externa.

2.6 – Cenários Organizacionais Históricos

Para o melhor entendimento da origem e utilização da boa governança, iremos expor

como estava o cenário organizacional nas últimas duas décadas.

De 1980 a 1990 o contexto americano bastante imediatista, necessitando de soluções

rápidas e sem complicações, nem sempre as mais corretas, possuía como lema a seguinte frase

“Se não gostamos da administração vendemos as ações.” Os investidores institucionais eram

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meros vendedores nos processos de aquisições, sem se preocupar muito com outros assuntos

que não fossem o lucro buscado através das vendas acionárias.

Em 1990 os investidores mudam radicalmente de postura, não admitindo mais serem

meros vendedores, mas sim verdadeiros agentes de mudança. Agora a máxima passa a ser

outra “Se não gostamos dos administradores, por que somos nós que devemos sair?”

Adotando assim de vez uma postura ativa e de voz firme junto às empresas.

No Brasil em 1980 as ações preferenciais compradas perderam completamente a

atratividade, foco no curto prazo, eliminando assim qualquer chance de uma boa governança,

desalinhamento total de interesses e um decadente mercado de ações. A partir de 1990 o

cenário começa a mudar, com algumas leis que favoreciam a abertura de capitais como, por

exemplo, a Nova Lei da S.A, Nova Resolução 2720, Nova CVM e a adesão voluntária de

algumas empresas a esse novo fenômeno organizacional. Temos como exemplos mais

marcantes na adesão voluntária algumas empresas importantes como a Saraiva Livreiros, a

Ultrapar e a Ideiasnet, veremos no quadro abaixo o que estas empresas realizaram na abertura

de seus capitais.

TABELA 2.5 - Atitudes tomadas na adesão voluntária.

FONTE: Dynamo Administração de Recursos. 2005.

                                                            7 Acionistas minoritários que recebem o mesmo valor ou um percentual da quantia paga ao controlador no caso da troca de controle. (da SILVA, p. 171). 

SARAIVA LIVREIROS ULTRAPAR IDEIASNET

Tag along estatutário a 90% do preço do controlador

Tag along 7a 100% Abertura de capital em junho/00; estatuto moderno pró-minoritário:

Oferta de permuta, com desconto de 15%, de preferenciais A por

preferenciais B que têm direito ao tag along

Acordo de Acionistas: controle torna-se indefinido em 2004

Todas as ações são ordinárias Conselho fiscal permanente

Aceitação da permuta: 95% Acordo de Acionistas com

estipulação a favor de terceiros

Tag along diferenciado acima de 25%: oferta pró-rata; acima de 40%: oferta

para todas as ações

Desconto efetivo: 7% Dificuldade para montagem

jurídica perfeita

Acionista com 12% do capital tem assento garantido no conselho

administrativo

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2.7 – O Despertar da Governança Corporativa

As razões essenciais para o despertar da governança corporativa segundo Rosseti e

Andrade (2006) são as seguintes:

Relacionamento acionistas-corporações: Os processos que levaram à separação entre a

propriedade e a gestão – sucessão de fundadores, abertura de capital e diversificação de

carteiras de investidores que trocam combinações mais concentradas por maior dispersão,

buscando a compatibilização ótima de retornos e riscos – conduziram também a inadequações

nas relações entre os gestores e os acionistas. Relações formais e regulares foram pouco a

pouco destruídas. Passaram a prevalecer a opacidade ou o acesso privilegiado a informações.

Constituição de conselhos de administração: Desde o seu nascedouro, recuando às

primeiras companhias de comércio licenciadas, a constituição de conselhos de administração

tornou-se uma prática comum. Em muitos países, nas modernas sociedades anônimas, a

existência desses colegiados chegou a ser imposta por disposições legais. A maior parte dos

conselhos passou a ser colegiados pro forma, pouco ocupados em agir no interesse dos

proprietários, monitorando e controlando formalmente os executivos de alto nível da

corporação, e mais outros defeitos dos conselhos, como a desconsideração do mérito e da

competência na indicação de seus membros.

Atuação da direção da governança corporativa: Por fim, os modos de atuação da direção

executiva das corporações, com os quais os acionistas revelaram crescente desconforto, as

questões centrais no âmbito da direção, eram relacionados com os conflitos entre seus

interesses com os dos acionistas, controladores ou minoritários.

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TABELA 2.6 - Razões essenciais do despertar da boa governança

Conflitos e inadequações internas

De Para

Condições Prevalecentes Mudanças Almejadas

Relacionamento acionistas-corporações

• Falhas, informalidade e descontinuidades: autonomias superando limites aceitáveis • Inconformidades com disposições estatutárias • Opacidade ou acesso privilegiado a informações • Desprezível participação efetiva de minoritários

• Ajustes, maior formalidade e regularidade no relacionamento • Conformidade: restabelecimento de maior rigor • Transparência: comunicações abertas • Democracia acionária: minoritários ativos e representados • Justa retribuição dos investidores minoritários

Constituição dos conselhos de administração

• Baixa eficiência. Pro forma preponderando sobre efetividade • Conflitos de interesses presentes • Mérito e competência desconsiderados • Mandatos irremovíveis de conselheiros complacentes

• Comprometimento, responsabilidade, resultados • Harmonização de conflitos • Exigência: perfis de excelência • Alternância e nomeação, pelos acionistas, de conselheiros independentes

Atuação da direção executiva: conflitos de

agência

• Conflitos com interesses dos acionistas: benefícios questionáveis autoconcedidos • Conciliação questionável dos resultados de curto e longo prazo

• Alinhamento negociado de interesses • Gestão de resultados: brilho de curto prazo não prejudicial à perenidade da companhia

FONTE: Andrade e Rosseti (2006, p. 91)

2.7.1 – A Atual realidade do Mercado de Capitais

Segundo Neto (2002) a abertura econômica brasileira, a partir de 1990, juntamente

com o intenso programa de privatização do governo, proporcionou um grande crescimento na

bolsa brasileira. A estabilização da economia e a maior facilidade de acesso a investimentos

estrangeiros no país foram outros fatores que contribuíram para este desenvolvimento.

Por outro lado, há algum tempo atrás, a bolsa estava atrofiando. O número de

empresas listadas na Bovespa vinha caindo a cada ano, e após a criação dos códigos de

governança a bolsa de valores vem se recuperando como veremos na tabela a seguir:

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TABELA 2.7 – Números de empresas por ano

Ano  Número de Empresas 

1991  570 1992  565 1993  551 1994  549 1995  547 1996  554 1997  545 1998  535 1999  487 2000  468 2001  424 2002  480 2003  500 2004  655 2005  680 2006  728 

FONTE: Bovespa

Neto (2002) aponta as possíveis causa para este movimento:

1. As ações brasileiras estão subavaliadas devido à falta de transparência por parte das

empresas. Os empresários preferem fechar o capital a ter de dividir a administração

por um preço irrisório.

2. O alto custo de manutenção da companhia aberta. É necessário montar uma grande

estrutura para cuidar de todas as exigências. Criação de uma diretoria de

relacionamento com investidores, custo de registros, anuidades da bolsa, serviços de

auditoria e, principalmente, as publicações fazem parte desse custo.

2.8 – Legislação: A lei Sarbanes-Oxley

“É importante a estrutura da governança corporativa para o crescimento da empresa. Ao procurar a eficiência e buscar o máximo retorno sobre o capital em benefício dos acionistas, os seus responsáveis devem levar em conta as dimensões: social, ambiental e ética de suas atividades.” (da SILVA, 2006, p. 1).

Por que então o termo governança corporativa tem estado em evidência ultimamente?

Na verdade, o que se observa atualmente é que não basta mais às empresas exercerem a boa

governança. Agora, e cada vez mais, a boa governança corporativa precisa ser exercida,

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apresentada, comprovada e aprovada. Após os vários escândalos já mencionados de grandes

corporações prejudicando milhares de investidores, uma lei necessitou ser criada, essa lei se

chama Sarbanes-Oxley (SOX), que representou a maior reforma sobre a regulamentação das

empresas depois do “New Deal8”, nome dado a um conjunto de medidas elaboradas nos anos

30 para tentar sanar a situação financeira dos Estados Unidos após a quebra da bolsa em 1929.

A SOX é uma lei voltada principalmente para companhias de capital aberto com ações

nas bolsas de valores ou com negociação na Nasdaq. Muitas de suas regulamentações dizem

respeito à responsabilidade corporativa pela veracidade de conteúdo dos relatórios financeiros

produzidos e pelo gerenciamento e avaliação dos controles internos. A lei prevê inclusive

penas de multas ou prisão para os executivos da companhia no caso de apresentação de

informações incorretas ou imprecisas. Apesar de sua abrangência restrita, a SOX passou, no

entanto a ser referência para todas as grandes empresas que hoje já demonstram preocupação

com a aderência aos padrões de governança. Praticar a governança corporativa significa

muito mais do que trabalhar a imagem externa das organizações. As empresas que adotam

como linhas mestras a transparência, a prestação de contas e a eqüidade são capazes de atrair

não só os acionistas, mas também, consumidores e fornecedores. Conseguem também formar

um quadro de pessoal de maior qualidade, atraindo, desenvolvendo e retendo talentos.

2.9 – A Difusão Mundial dos Códigos de Governança

Segundo Andrade e Rosseti (2006) os Estados Unidos tiveram a ação pioneira que foi

semelhante à de um “franco atirador”, inconformado com os vícios e riscos da passividade

dos proprietários e com o poder dos executivos nas corporações. A proposição de códigos de

boas práticas acelerou-se a partir de 1999, provavelmente pela ampla aceitação dos princípios

sugeridos pela OECD. Até 1998 apenas 8 países possuíam seus códigos de boa governança,

de 1999 a 2005 esse número superou a marca de 40 países. De acordo com a European

Corporate Governance Institute, além de 49 países que editaram seus códigos até o final de

2005, há outros 60 preparando seus documentos. A expectativa para os próximos três anos é

de 110 países com seus códigos editados.

Na tabela abaixo poderemos observar a evolução dos principais códigos pelo mundo a

partir de 1992:

                                                            8 O New Deal, termo retirado de um discurso de Roosevelt, foi o conjunto de medidas novas adotadas para combater a Crise. (ARRUDA http://www.culturabrasil.org/capitalismoemcrise.htm).

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TABELA 2.8 - Desenvolvimento de códigos de melhores práticas.

Anos e países Códigos

1992 Reino Unido Cadbury Report: The Financial Aspects of Corporate Governance. Canadá The Toronto Report on Corporate Governance. Estados Unidos Principles of Corporate Governance: Analysis e Recommendations.

1995 França Vienot I Report.

1997 Holanda Peters Report e Recommendations: Corporate Governance in Netherlands Japão Corporate Governance Principles: A Japan View.

1998

Bélgica Corporate Governance: Recommendations. Espanha Código de Buen Gobierno. OCDE Principles of Corporate Governance. Brasil Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBCG. Coréia do Sul Code of Best Practice for Corporate Governance.

Grécia Principles on Corporate Governance in Greece: Recommendations for its Competitive Transformations.

Portugal Recomendações sobre Governança Corporativa.

2000

Dinamarca Guidelines on Good Management: Corporate Governance. Alemanha German Code of Corporate Governance: Rules for German Quoted Companies. Romênia Corporate Governance Code in Romania. Rússia The Russian Code of Corporate Conduct. África do Sul King Report on Corporate Governance. Itália Corporate Governance Code. Peru Pricípios de Buen Gobierno para las Sociedades Peruanas.

2003 Chipre Corporate Governance Code. Macedônia White Paper on Governance in South Eastern Europe. Turquia Corporate Governance Principles.

2004

Bélgica Belgian Corporate Governance Code. Irlanda Handbook on Corporate Governance Reports. Polônia Best Practices in Public Companies. Eslovênia Corporate Governance Code.

2005 Jamaica Code of Corporate Governance. Suécia Swedish Code of Corporate Governance. Ucrânia Ukraine Corporate Governance Principles.

FONTE: Rosseti e Andrade. 2006. p 176.

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TABELA 2.9 - Síntese dos princípios da OECD.

1. Enquadramento

das empresas

As empresas devem buscar o seu eficaz enquadramento e contribuir na geração de condições institucionais para as boas práticas de governança corporativa:

Conformidade com o primado do direito. Adoção de compromissos voluntários de boa governança, resultantes de auto-regulamentação. Promoção da integridade, da transparência e da eficiência do mercado de capitais. Criação de mecanismos de proteção dos direitos de outras partes com interesse em jogo nas empresas Co-participação na criação de base legal sem sobreposições ou conflitos que possam frustrar a boa governança.

2. Direitos dos shareholders

A governança corporativa deve proteger os direitos dos acionistas: Registro seguro, alienação e transferência da participação acionária. Obter informações relevantes. Voz e voto em assembléias gerais ordinárias. Eleger e destituir conselheiros. Participar de decisões relevantes: alterações de contrato social, emissões e cisões. Participar ativamente das assembléias gerais. Efetuar consultas entre si sobre direitos essenciais. Conhecimento preciso de take-overs9, com proteção de seus direitos.

3. Tratamento equânime dos shareholders

A estrutura da governança deve assegurar tratamento equânime a todos os acionistas, majoritários/minoritários, nacionais/estrangeiros:

Dentro de uma mesma categoria, os mesmo direitos de voto. Proteção dos minoritários contra ações abusivas de controladores dominantes. Igualdade quanto a procedimentos para a participação em assembléias gerais. Proibição de práticas baseadas em informações privilegiadas. Acesso igual a fatos relevantes divulgados por conselheiros e diretores.

4. Direitos de outros

stakeholders

A estrutura da governança deve reconhecer direitos legalmente consagrados de outras partes interessadas na criação de riqueza e na sustentação de corporações economicamente sólidas:

Respeito aos direitos consagrados. Reparação, no caso de violação de direitos. Cooperação na geração da riqueza e na sustentação de empresas economicamente sólidas. Maior participação de partes com interesses relevantes, como empregados e credores. Acesso amplo, regular e confiável a informações pertinentes a seus interesses.

5. Divulgação e transparência

A governança corporativa deverá assegurar a divulgação oportuna e precisa de todos os fatos relevantes referentes à empresa:

Resultados econômico-financeiros. Estrutura e política de governança. Objetivos e estratégia da empresa. Transações com partes relacionadas. Fatores previsíveis de risco e vulnerabilidades. Informações preparadas e auditadas anualmente segundo os mais altos critérios contábeis.

6. Responsabilidades

do conselho de administração

A governança deverá definir as responsabilidades dos conselhos, envolvendo orientação, fiscalização e prestação de contas das corporações:

Zelar por elevados padrões éticos. Orientar e homologar a estratégia corporativa. Estabelecer objetivos de desempenho. Selecionar, compensar, fiscalizar e, quando necessário, substituir principais executivos. Harmonizar a recuperação dos principais executivos com os interesses de longo prazo da empresa. Fiscalizar e administrar conflitos potenciais de interesse. Garantir a integridade dos sistemas contábil e financeiro. Ter posicionamento independente sobre assuntos de interesse corporativo.

FONTE: Rosseti e Andrade. 2006. p 174

                                                            9 Compra de forma hostil das ações de uma empresa.

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35  

Os códigos propostos são objetos de revisões. Segundo Andrade e Rosseti (2006) além

dos princípios da OECD, nos países em que pioneiramente foram propostos, como Reino

Unido, Canadá, Estados Unidos e França, foram editados versões revistas. Estas revisões,

antes de revelarem inadequações, reforçam o interesse pelo processo de governança e sua

permanente adaptação às mudanças no ambiente interno e externo das corporações.

Comprovam também, o caráter dinâmico das corporações e dos negócios.

2.9 – Perspectivas da Governança Corporativa na América – Latina

TABELA 2.10 - Perspectivas da boa governança na América Latina.

Desafios  Soluções 

• Concentração Acionária • Acionistas minoritários mal tratados • Sucessão em empresas familiares • Conflitos de Interesses • Conselhos pouco efetivos 

o Pouca capacitação o Atitude passiva 

• Transparência o Controles internos o Auditoria 

• Políticas  claras  de  tratamento  aos acionistas 

• Balanceamento de acionistas • Fortalecer conselhos • Comunicação com o mercado • Comitês  e  outros  mecanismos  para  lidar 

com conflitos • Comitês de auditoria 

o Auditoria interna o Experts em finanças 

FONTE: OECD

Podemos perceber que não são poucos os desafios encontrados em implantar a

governança corporativa em empresas latinas, a cultura de concentração acionária, a sucessão

familiar e a falta de transparência são as maiores barreiras que necessitam ser ultrapassada, a

falta de incentivos culturais no mercado acionário é grave, a perpetuação de velhos conceitos

como a necessidade de muito dinheiro para investir e a falta de esclarecimento por parte

governamental e acadêmico é um dos pontos mais críticos.

A falta de instabilidade econômica em países subdesenvolvidos também é uma

barreira altíssima que aliada aos sucessivos escândalos e fraudes, afugentam cada vez mais as

pessoas desse tipo de mercado. Hoje o mundo é outro as empresas abriram seus capitais e a

falta de informação já não é mais um problema, as empresas são obrigadas a divulgarem seus

balanços em meios de comunicação de massa, a necessidade de mudança é na cultura latino-

americana de que apenas a poupança é um tipo de investimento. A OECD criou o Círculo de

Companhias da Mesa-Redonda Latino Americana de Governança Corporativa, onde fazem

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36  

parte desse grupo de estudo treze empresas de quatro países diferentes, onde todas participam

de bolsa de valores como demonstra o quadro abaixo.

TABELA 2.11 - Países estudados pela OECD.

Países Nº de empresas

Brasil 8

Colômbia 2

Costa Rica 1

Peru 2

FONTE: OECD

2.10.1 – Perfil das Empresas do Círculo

TABELA 2.12 - Empresas estudadas pela OECD.

Empresas País Setor Faturamento Nº Empregados

(USD milhões) Diretos e indiretos

Argos Colômbia Cimento 721,7 10.500

Atlas Costa Rica Eletrodomésticos 92,2 1.432

Buenaventura Peru Mineração 337 2.127

CCR Brasil Concess. Rodov. 834,9 4.200

CPFL Brasil Energia Elétrica 4.660,00 5.838

Embraer Brasil Aeroespacial 3.829,00 16.953

Ferreyros Peru Máquinas e Equip 330 1.200

ISA Colômbia Energia Elétrica 472 661

Marcopolo Brasil Carrocerias 730,3 10.959

Natura Brasil Cosméticos R$ 2.282,00 4.128

Net Brasil TV a cabo 669 4.181

Suzano Brasil Papel e Celulose Petroquímica

P&C 1.049,0 P&C 3.283 Petroq. 1.036,0 Petroq. 474

Ultrapar Brasil Química 1.900,00 6.992 FONTE: OECD

A OECD foi mais a frente estudando o perfil de todas as empresas pertencentes ao

círculo onde pôde perceber seus resultados e suas motivações também, dentre elas:

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37  

• Acessar novas fontes de capital ou reduzir o custo de capital, explorar novas fontes de

financiamento, caminho seguro para atrair novos investidores e reter os existentes

• Responder a pressões externas (mercado)

• Equilibrar interesses divergentes entre acionistas, liquidez: a saída apreciada pelo

mercado

• Resolver assuntos de governança em empresas familiares

• Assegurar sustentabilidade da empresa, perpetuar a maneira de fazer negócio, atrair e

reter gestores para garantir a implementação da estratégia

• Alcançar melhores resultados operacionais, melhorar o processo de tomada de decisão

TABELA 2.13 - O perfil das empresas estudadas pela OECD.

Empresas Controle/Estrutura Acionária Ações em Bolsa % Principal motivação

Argos Institucionais 30 Atrair novos investidores

Atlas Institucionais 3,9 Atrair e dar segurança a investidores

Buenaventura Familiar 64,8 Obter recursos para crescer

CCR Institucionais 29 Atrair investidores estratégicos

CPFL Institucionais 17,8 Alinhar interesses diversos

Embraer Pulverizado 57,4 Reestruturação acionária

Ferreyros Institucionais 43,7 Gerar liquidez para o negócio

ISA Mista 28,19 Assegurar os minoritários

Marcopolo Familiar 43,4 Internacionalização

Natura Familiar 26,5 Perpetuar e crescer

Net Institucionais 49 Atrair novos investidores

Suzano Familiar P&C 35,6 Petroq 23,7

Reestruturação familiar e atrair investidores

Ultrapar Familiar 39 Reestruturação familiar e liquidez

FONTE: OECD

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38  

2.11 – A Dimensão Humana da Governança Corporativa

Devido às necessidades de capital e o aumento da monitoração externa das

organizações, a governança corporativa vem ganhando um maior espaço, pois é de suma

importância para a sobrevivência de muitas empresas brasileiras de diferentes portes e origens

que tem como apoio referencial o IBCG (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa),

cujo objetivo é associar a ética, gerando assim uma melhoria do desempenho empresarial e a

facilitação do acesso ao capital. Porém, como afirma Bengt Hallqvist no livro A Dimensão

Humana da Governança Corporativa – página 16: “Aprimorar a governança corporativa no

Brasil tem sido e ainda é um trabalho para missionários”.

Porém, verifica-se um aumento no índice de mudanças com a criação do IBGC. Pois,

as maiorias das empresas brasileiras estão em um processo de transição de um modelo atual

com poucos acionistas e com práticas informais de governança.

Essa prática de governança vem abolindo o modelo “RAMBO” que desrespeita o

direito e o dinheiro das pessoas – dando lugar a um modelo de controle balanceado – e o custo

do capital serão inversamente proporcionais à boa governança praticada pela empresa. Porém,

no Brasil, isso se torna mais complicado porque os empresários preferem ser majoritários em

uma pequena empresa mesmo com dívidas, a ter 15 % de uma empresa enorme só crescendo a

medida de seus lucros. Verifica-se, porém, que está sendo empreendida uma revolução

cultural e o ajuste, ainda que lento, dos empresários aos novos tempos, pois estes, em sua

maioria não abrem mão do seu jeito de governar, e como a primeira transformação da

governança corporativa acontece no indivíduo, os consultores têm que atuar quase como

psicólogos na mediação do problema. Por isso, os sócios controladores ou executivos

contratados devem pensar em rever suas condutas, abrir espaço, “tornar-se confiável mesmo

aos olhos de estranhos”.

O sucesso das organizações no que diz respeito à governança está ligado diretamente

às atitudes dos “detentores do poder”, ou seja, os conselheiros. E esse é um dos principais

desafios da governança em todo o mundo, principalmente no Brasil, onde as mudanças

acontecem aos poucos, visto que os investidores brasileiros estão exigindo ética e prestação

de conta das empresas para liberar recursos.

No final de 2002, surgiu o Governance Metrics International (GMI), índice que

classifica as empresas por um critério único de governança, cujo objetivo é dar base para as

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decisões de investimento de recursos e para que os conselheiros se comparem com seus

congêneres nacionais ou mundiais.

Percebe-se que as empresas velam pela imagem, a responsabilidade social passou a ser

uma questão de sobrevivência para elas. E para Gilberto Dimensteim essas empresas

passaram a ser rigorosamente mais fiscalizadas devido ao crescimento das telecomunicações e

o poder das ONGs, e no Brasil, os efeitos dessa responsabilidade ainda não são levados em

conta por muitas empresas, enquanto outras realizam trabalhos sem consistência, apenas por

marketing. Em depoimento a revista “Carta Capital de 20 de abril de 2002”, Christopher

Wells, especialista em recursos sócio ambientais afirma que para ele o melhor modelo de

balanço social foi criado por um brasileiro, o sociólogo Hebert de Souza, o Betinho, quando

comandava o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, nos quais as empresas

prestavam contas de suas ações sociais em apenas uma página.

Estudos feitos entre 1998 e 2000 para o mestrado do professor Alexandre Di Miceli

mostra que a relação entre governança corporativa e o valor da empresa é diferente entre

governança e desempenho, ou seja, as empresas que tem pessoas distintas em cargos

executivos obtiveram maior valor de mercado, porém, não apresentaram os maiores

desempenhos, demonstrando que o mercado se tornou mais sensível as recomendações do

IBGC e da CVM que para boas práticas de governança corporativa, fundamenta seu trabalho

no conflito entre propriedade e controle das empresas em um chamado “problema de

agência”, no qual o administrador deixa de visar o interesse do proprietário para visar o seu

próprio.

Dos diretores de tais companhias (de capital conjunto), porém, sendo os administradores do direito alheio, mais do que do próprio, não se pode esperar que o vigiem tão ansiosamente quanto os sócios particulares freqüentemente fazem com o dinheiro deles. Como os servos de um homem rico, estão aptos a considerar coisas pequenas não tanto para honrarem seus senhores, e muito facilmente concedem a si mesmo uma recompensa por isto. A negligência e a profusão, portanto, sempre devem prevalecer, mais ou menos, na administração dos negócios de tal companhia. (SMITH, Adam. Uma investigação sobre a natureza e causas da riqueza das nações. Ediouro, seleção de Norberto de Paula Lima, p. 45)

Esse problema segundo Di Miceli ocorre na maior parte do mundo entre os pequenos

investidores e os acionistas controladores. Daí a importância da contabilidade para a

governança corporativa, cuja grande questão a gerir é o fator humano para que não haja

abusos e assim as empresas possam criar condições para seu crescimento duradouro.

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Apesar de alguns itens parecerem um tanto pessimistas, quem optou por uma

governança corporativa largou na frente, como é o caso do Grupo Pão de Açúcar. “No qual o

empresário Abílio Diniz, em dezembro de 2002, retirou-se da presidência para que juntamente

com a sua filha Ana Maria Diniz (vice-presidente de operações) para assumir uma função do

conselho. Cujas metas seriam: aumentar o poder de supervisão do conselho na gestão da

empresa e atingir dois objetivos: tornar-se mais atraente a futuros investidores e deixar a

operação mais transparente. A transição contou com o apoio do IBGC e o grupo já se prepara

para aderir aos diferentes níveis de governança corporativa. Criou-se ainda, um comitê de

auditoria (para preservar o DNA da família) no qual seu filho João Paulo ficou no comitê de

marketing”.

Assim como esses, outros casos de mudanças bem sucedidas foram registrados em

novembro de 2002 no Congresso Brasileiro de Governança Corporativa. As empresas então se

dando conta de que há uma fusão entre governança e responsabilidade social, pois ambos

partem do princípio da transparência e empresas brasileiras como: Itaú, Bradesco e

Siderúrgica na Zona Oeste têm suas ações mais valorizadas por causa da sua postura de

transparência. Especialistas afirmam que as empresas sem visão social não sobreviverão. Em

contra partida, o BNDES em dezembro de 2002 lançou o programa de incentivo à Adoção de

Práticas de Governança Corporativa. Permitindo as empresas a ampliação de seus recursos

reduzindo o custo de capitação de crédito. O objetivo é “colocar em prática o conceito de que

melhor governança reduz o custo do capital”. Um novo perfil adotado pelas empresas são as

relações com investidores.

“Somos a voz da empresa no mercado e a voz do mercado na empresa. Temos de saber comunicar as qualidades da companhia e, mesmo sendo empregados, apontar a ela o que pode ser mal visto pela sociedade.” (Geraldo Soares, superintendente de RI, A dimensão humana da Governança corporativa, p. 75).

Para Geraldo Soares, o valor do RI (Relações com Investidores) “cresce à medida que

aumentam os compromissos das empresas com a sociedade civil”. Sempre pautado pela ética

um novo profissional vem surgindo nas empresas, o deontologista, que é o guardião as

questão éticas da empresa, formalizando regras de boa conduta. Esse profissional já é uma

exigência na França e na Inglaterra.

Os caminhos estão abertos, porém, para que haja uma boa governança corporativa

ainda tem-se muito a fazer, mais os pioneiros já deram o primeiro passo a fim de garantir a

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saúde econômica das empresas e o desenvolvimento sustentável, no qual se têm como fator

primordial a questão humana.

O controle acionário no Brasil ainda é bem pertinente, o administrador “rambo’

(empresário ou executivo contratado) é controlador. A palavra de ordem na gestão

empresarial é competência, entendida como atitude e comportamentos adequados. “Quando

há um grupo de investidores de culturas, etnias e interesses diferentes, geralmente se recorre a

uma empresa independente para a definição do perfil adequado e a busca do conselheiro

ideal.” O papel do conselheiro é garantir a perpetuidade da empresa, mantendo-se sem

qualquer vínculo com a diretoria ou acionista, sendo independente. O Código brasileiro de

Governança Corporativa, recomenda que o conselho deva ter de 5 a 9 membros. A

remuneração do CEO é definida pelo conselho visando o desempenho da empresa em longo

prazo.

A cultura de dono de empresa que tem poder absoluto sem o interesse de atrair um

sócio ainda prevalece, porém essa estrutura está se transformando, percebendo-se que o bom

relacionamento com acionistas é de suma importância para se gerenciar uma empresa. Outro

dilema é a variação cambial, visto que para financiar sem recorrer aos juros brasileiros é

necessário tomar-se dinheiro em dólar.

Os grandes capitalistas no Brasil hoje são os denominados “fundos de pensão”, e

quando uma empresa necessita de capital, a saída é um sócio.

A prática da governança corporativa nas empresas brasileiras seja ela de sócio ou

dono, capital aberto ou fechado, deve ter como foco um planejamento estratégico.

Poucas empresas brasileiras caminham para a 3ª ou na 4ª geração no processo

sucessório, a maioria está na faixa dos 45 anos. Essa transição faz crescer a importância da

governança corporativa, à qual boa parte de seus fundadores não deram importância, pois eles

haviam conduzido seus negócios praticamente sozinhos, baseados apenas no feeling. Em

1990, com a abertura do mercado internacional o setor produtivo profissionalizou-se, exigindo

práticas mais amplas de governança corporativa. A mudança se deu em decorrência da

concorrência internacional e da falta de preparo dos herdeiros na continuidade administrativa,

fato este que contribuiu para o crescimento das escolas de Administração de Empresas no

Brasil a fim de trazer profissionais qualificados para um mercado cada vez mais acirrado.

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O empresariado brasileiro teve uma evolução de atitude: deixando de apenas atender

aos pedidos, o que ocorria quando a demanda era alta e a competição não estava tão forte,

buscando novas estratégias de vendas e de alianças com empresas mundiais. Este incremento

nas exportações brasileiras obrigou os empresários a terem uma postura melhor como

administradores, contando com pessoas e logísticas mais competentes para atender o mercado

internacional.

Esses fatores foram cruciais para que os herdeiros cada vez mais precisem estar

preparados para sobreviverem às dificuldades do país e a concorrência acirrada. E, nesse

ponto específico, a Fundação Dom Cabral, criada há 25 anos, vem preparando os futuros

empreendedores para estarem aptos para conduzirem os seus negócios. A FDC atua

oferecendo curso de gestão não só no Brasil, com seu excelente corpo docente, mas

internacionalmente com o Instituto Europeu de administração (Insead), em Fontaineblau, na

França, a Kellogg School of Management, da Northwestern University (EUA) e a UBC

(University of Britisth Columbia), em Vancouver (Canadá). As empresas brasileiras procuram

os seus cursos, especializados na alta administração geral e na solução de problemas de

sucessão familiar.

A FDC lida com herdeiros que tem vocação para executivos e os que não têm, mas

precisam estar preparados para atuar como acionistas, em comum acordo com os membros da

família e com os futuros sócios. Houve uma mudança consistente da época em que o fundador

da empresa escolhia seus sócios e conduzia o negócio à sua maneira e a de hoje, com a

administração compartilhada com irmãos, primos e filhos de outros acionistas, os quais não

necessariamente foram escolhidos com sócios.

Em algumas empresas, isso tem gerado conflitos de interesse e questões emocionais

que necessitam serem acompanhadas de perto para evitar que questões íntimas acabem

prejudicando o desempenho da empresa e do patrimônio.

Sempre haverá empresa familiar, assim como sempre haverá lugar para

administradores profissionais e aqueles da família que tenham preparo e aptidão. Como nem

todos os sócios terão automaticamente um lugar na administração da empresa, eles precisam

estar bem preparados para a convivência com acionistas e administradores que, mesmo sem

parentesco, estão na empresa para defender os interesses de todos os acionistas.

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Nesse ponto a boa prática de governança corporativa ganha cada vez mais

importância. O conselho de administração, até o pouco tempo voltado quase que

exclusivamente para exigências legais passa a ter maior importância, além de englobar as

relações entre o conselho e os acionistas, entre a administração financeira e a auditoria entre a

empresa e seus stakeholders. Se os herdeiros não estiverem adequadamente preparados para

conviver e souber como escolher, verificar e cobrar aqueles que os representam no executivo,

acabarão tornando frágil a continuidade da empresa.

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CAPITULO 3

METODOLOGIA

O instrumento utilizado na pesquisa empírica foi o método do estudo de caso, tendo

como bibliografia principal o livro de Andrade e Rosseti (2006).

Foi utilizado como material de pesquisa os relatórios anuais de governança corporativa

e relatórios administrativos e históricos do grupo Siderúrgica na Zona Oeste.

O objetivo desta pesquisa é verificar quais das boas práticas de governança corporativa

são efetivamente utilizadas pela organização e quais são seus resultados práticos.

3.1 – Níveis da Pesquisa

O Nível desta pesquisa é definido como descritiva, buscando assim, descrever as

características de uma organização que adotou a governança corporativa como filosofia de

relação com suas fontes de capital.

3.2 – Métodos da Pesquisa

Foram utilizados como métodos desta pesquisa:

• O levantamento bibliográfico.

• A pesquisa de estudo de caso.

3.3 – Objeto da Pesquisa

O objeto de estudo deste trabalho é a visualização da importância deste novo conceito

de gestão empresarial, chamado governança corporativa, seus padrões e níveis de definição,

sua legislação e códigos, analisando as suas origens e evoluções.

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45  

CAPÍTULO 4

ANÁLISE DE DADOS

Foram utilizados como base para este caso, os relatórios anuais de gestão e governança

corporativa da Siderúrgica na Zona Oeste as informações contidas em seu site e informações

do site da Bovespa <www.bovespa.com.br>, a fim de descrever da melhor forma possível a

importância da governa na gestão do grupo Siderúrgica na Zona Oeste.

4.1 – Visão, Missão

A Siderúrgica na Zona Oeste tem como visão “Ser uma empresa siderúrgica global,

entre as mais rentáveis do setor”.

E a sua missão é “Ser uma empresa com foco em siderurgia, que busca satisfazer as

necessidades dos clientes e criar valor para os acionistas, comprometida com a realização de

pessoas e com o desenvolvimento sustentado da sociedade”.

4.2 – Valores

1. Cliente satisfeito.

2. Segurança total no ambiente de trabalho.

3. Pessoas comprometidas e realizadas.

4. Qualidade em tudo o que faz.

5. Empreendedorismo responsável.

6. Integridade.

7. Crescimento e Rentabilidade.

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4.3 – Recursos Humanos

O Grupo Siderúrgica na Zona Oeste desenvolve práticas de gestão em recursos

humanos com o objetivo de formar profissionais conscientes da suma importância estratégica

no negócio. Suas práticas são pautadas pelo respeito, pela valorização à superação de desafios

e à capacitação contínua incentiva a participação ativa dos colaboradores, a delegação no

trabalho, o envolvimento e a dedicação total, o espírito empreendedor e o sentimento de

responsabilidade pessoal pelos resultados, num ambiente marcado pela consistência entre o

discurso e a prática, pela transparência e pela liberdade de expressão.

O desenvolvimento de líderes Siderúrgica na Zona Oeste se sustenta num modelo de

liderança capaz de transformar a Empresa por meio da gestão de pessoas, alavancando

atitudes e performance dentro dos melhores padrões mundiais. Cultura Siderúrgica na Zona

Oeste, autoconhecimento, gestão de pessoas e coaching10 são alguns dos conteúdos definidos

na formação dos líderes.

A segurança total no ambiente de trabalho, um dos valores do Grupo, é prioridade

máxima e se expressa no comprometimento com a qualidade de vida dos colaboradores.

4.4 – Meio Ambiente

O Grupo Siderúrgico na Zona Oeste investe continuamente na melhoria de suas

práticas de ecoeficiência. A cada ano, são realizadas novas atualizações tecnológicas para

alcançar taxas de emissão cada vez menores e otimizar a utilização dos recursos naturais do

processo produtivo, pois a empresa tem a certeza de que a perpetuidade do negócio também

está relacionada ao seu desempenho na área ambiental.

A Siderúrgica na Zona Oeste, empresa siderúrgica internacional, produtora de aços

longos, aços especiais, placas, blocos e tarugos, assegura o atendimento das necessidades de

conservação do meio ambiente e contribui para o desenvolvimento sustentado da sociedade.

Manter consistente atendimento às exigências da legislação ambiental, às normas e aos

compromissos inerentes aos valores da Empresa.

                                                            10 Processo de evolução do colaborador, proporcionado e incentivado pelas lideranças.

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Gerenciar de forma planejada e preventiva os aspectos ambientais de suas atividades para

proteger a atmosfera, a água e o solo, em conformidade com os objetivos e as metas definidas.

Buscar a melhoria contínua da gestão e do desempenho ambientais é uma responsabilidade do

Grupo Siderúrgica na Zona Oeste e de todos os seus colaboradores, o que reforça o

comprometimento da Empresa junto a clientes, acionistas, fornecedores e comunidades.

O comprometimento do Grupo Siderúrgica na Zona Oeste com o futuro das novas

gerações está refletido em suas práticas diárias, nos investimentos para a atualização contínua

dos equipamentos e nos programas de conscientização ambiental das comunidades e dos

colaboradores.

Todas as usinas Siderúrgica na Zona Oeste possuem um Sistema de Gestão Ambiental

(SGA), que tem como objetivo prioritário a melhoria contínua das condições ambientais.

Formulado segundo a norma ISO 14001, o sistema abrange também o monitoramento

sistemático dos parâmetros ambientais no ar, na água e no solo.

4.5 – Ação Social

FUNDO PRÓ-INFÂNCIA DO PROFISSIONAL SIDERÚRGICA NA ZONA OESTE

Através de Fundo Pró-Infância do Profissional Siderúrgica na Zona Oeste, a empresa

incentiva os colaboradores a destinar parte do seu Imposto de Renda a entidades de amparo a

crianças e adolescentes. No Rio de Janeiro, o Fundo beneficia a FUNLAR, a AME – Base

Educacional, a ONG Plantando o Futuro e a Associação Cultural Final Feliz, entidades

voltadas ao atendimento de crianças carentes, inclusive portadoras de necessidades especiais.

PRATO POPULAR

O Projeto tem como objetivo é garantir a segurança alimentar da população vulnerável

da comunidade, através do fornecimento de alimentação de qualidade no valor simbólico de

R$1,00.

O Restaurante que tem capacidade para atender diariamente 350 pessoas da

comunidade, está instalado nas dependências da Escola Municipal CIEP Papa João XXIII e

conta com os apoios da Prefeitura do Rio de Janeiro, do SESI e da empresa de alimentação

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Puras. O Projeto oferece ainda cursos de capacitação e formação de renda no espaço do

restaurante, fora do horário de funcionamento.

CORAÇÕES VOLUNTÁRIOS

A Siderúrgica na Zona Oeste promove a cultura do voluntariado, apoiando iniciativas

de mobilização solidária e estimulando a participação dos seus colaboradores em

organizações sociais de suas comunidades. Em 2006, com a realização da Copa Voluntário

Siderúrgica na Zona Oeste, 455 voluntários realizaram atividades em instituições da

comunidade do entorno da usina beneficiando 4.138 pessoas através de 17 Instituições

Sociais.

ESPORTE PARA TODOS

Com foco na Educação para o Esporte, esse projeto visa proporcionar uma vida

saudável para crianças, através da prática da Ginástica Olímpica, promovendo sua inclusão

social, através da sociabilização, modelamento de caráter inerente do esporte e buscar novos

talentos, inserindo os alunos em competições de alto nível.

São beneficiados 120 crianças e jovens na faixa etária de 5 a 17 anos, matriculados na

rede pública de ensino em Santa Cruz. Conta com as parcerias da ONG QualiVida, na

Coordenação Técnica, da empresa de alimentação Puras, que fornece os lanches e da empresa

Transturismo, que faz o transporte dos alunos.

Em 2007 o projeto foi ampliado em 30 vagas, com a criação de uma turma de talentos.

SER CIDADÃO UNIVERSITÁRIO

Em parceria com a ONG Ser Cidadão e a Universidade Estácio de Sá, a Siderúrgica na

Zona Oeste desenvolve o projeto Ser Cidadão Universitário, o qual tem por objetivo preparar

jovens carentes para o vestibular. São beneficiados 120 vagas para estudantes da rede pública

de ensino. As aulas são realizadas no campus da universidade Estácio de Sá em Santa Cruz,

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na zona oeste do Rio. As aulas são gratuitas e os estudantes recebem ainda apostila,

alimentação e uniforme.

SER CIDADÃO DIAGNÓSTICO COMUNIDADE

Pesquisa de Necessidades da Comunidade João XXIII, é uma proposta de trabalho que

consiste na elaboração de um diagnóstico rápido participativo para que se elabore uma

proposta de intervenção de um trabalho de responsabilidade social a ser promovido pela

Siderúrgica na Zona Oeste em parceria com a Instituição Ser Cidadão na comunidade João

XXIII localizada no bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O processo de Trabalho será de aproximadamente 2 meses, tendo as seguintes etapas:

1. Identificar lideranças comunitárias que possam facilitar o acesso à comunidade;

2. Levantar os equipamentos comunitários disponíveis (creche, escola, unidade de saúde,

associação de moradores, grupos de mulheres, igrejas, etc.);

3. Estabelecer uma parceria com um equipamento comunitário que possa sediar um

encontro com moradores da comunidade;

4. Convidar os moradores, a partir das lideranças identificadas, a participarem de um

encontro para apresentação da proposta de elaboração de um Diagnóstico Rápido

Participativo;

5. Realizar um encontro ampliado com a comunidade envolvendo homens e mulheres,

jovens, adultos e idosos;

6. Capacitar moradores para aplicar uma enquête comunitária;

7. Consolidar os dados decorrentes do trabalho;

BRASILEIRINHO

O Programa Brasileirinho tem por objetivo capacitar, conscientizar e instrumentalizar

educadores e gestores das creches localizadas no entorno da usina. Desenvolvido em parceria

com o Rio Voluntário, atende a aproximadamente 150 crianças da Creche Tia Anastácia.

Adicionalmente, são oferecidas 40 vagas no curso de Qualificação para Educadores

Infantis às educadoras da região de Santa Cruz, Zona oeste do Rio de Janeiro.

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LABORATÓRIOS TÉCNICOS

Na área de educação, através de parceria com a FAETEC – Fundação de Apoio a

Escola Técnica – e o Centro de Educação Técnica e Integrada de Santa Cruz, a Siderúrgica na

Zona Oeste disponibiliza completa estrutura (equipamentos, bancadas e ferramentas para

capacitação) nos cursos de Mecânica Industrial Básica. Mecânica de Autos, Refrigeração,

Instalações Elétricas, Eletrônica Básica e Soldagem Elétrica, ministrados na Escola de Ensino

Industrial (ESEI). Junto a Escola Técnica de Santa Cruz (ETESC), a Siderúrgica na Zona

Oeste patrocina o Laboratório de Manutenção Hidráulica e Pneumática do curso de

Eletromecânica.

PROJETO EDUCAR

Desenvolvido pela Siderúrgica na Zona Oeste em parceria com o CEN - Centro

Educacional de Niterói -, o Projeto Educar oferece vagas nos Ensinos Fundamental e Médio

para pessoas que residem próximas à usina, já tendo formado mais de 600 alunos. A

metodologia de ensino é semi-individualizado e o aluno tem professores do CEN à disposição

em determinados horários, em salas preparadas pela Siderúrgica na Zona Oeste nas Paróquias

N. Sa. da Conceição, em Santa Cruz e Bom Pastor N. Sa. de Fátima, em Campo Grande.

FORMAÇÃO PARA O MUNDO DO TRABALHO

Desenvolvido em parceira com o Senai, o Programa de Formação para o Mundo do

Trabalho tem como objetivo estimular a autonomia de portadores de necessidades especiais,

preparando-os para o mercado de trabalho. A Siderúrgica na Zona Oeste oferece anualmente

30 vagas no curso de Operador de Equipamentos Siderúrgicos.

GESTÃO PELA QUALIDADE NAS ESCOLAS

Através da ação voluntária dos colaboradores, a Siderúrgica na Zona Oeste implantou

o Projeto Gestão pela Qualidade no Colégio Estadual de Piranema. Anualmente são

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beneficiados 670 alunos dos ensinos médio e fundamental, além de pais, mestres e

funcionários. Foram realizadas também reformas nas instalações e montagem de moderna sala

de informática.

JOVEM CIENTISTA

Estimula a pesquisa científica e a busca por soluções inovadoras para os problemas da

população. A Siderúrgica na Zona Oeste, além de ser uma das empresas mantenedoras, atua

junto às escolas próximas das suas unidades, incentivando a participação no projeto.

JUNIOR ACHIEVEMENT

A Siderúrgica na Zona Oeste realiza o Programa Miniempresa em parceria com a

ONG Junior Achievement. Este projeto tem como objetivo treinar estudantes do 2º ano do

ensino médio para o mundo dos negócios, despertando neles o espírito empreendedor. O

projeto já beneficiou 736 jovens, no Rio de Janeiro, através da atuação de 116 voluntários em

13 colégios.

PLANTANDO FUTURO

O Projeto Plantando Futuro atua na Comunidade de Piranema em Itaguaí e conta com

a parceria da Siderúrgica na Zona Oeste e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Anualmente são beneficiados 150 jovens, que participam dos Programas Agroecológicos,

Iniciação Desportiva e Inclusão Digital, além de receberem acompanhamento médico e

odontológico gratuito.

4.6 – Governança Corporativa no Grupo Siderúrgica na Zona Oeste

A estrutura de governança corporativa do Grupo Siderúrgica na Zona Oeste é formada

pelo Conselho de Administração e pela Diretoria, esta coordenada pelo Comitê Executivo, o

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52  

qual desempenha suas funções com o apoio do Comitê de Estratégia e de diversos Comitês de

Excelência. Na estrutura, há a participação de Conselhos Fiscais.

O Conselho de Administração é composto por oito integrantes, cujo papel principal é

estabelecer a estratégia do Grupo Siderúrgica na Zona Oeste . Essa atividade inclui formular a

orientação geral dos negócios definirem políticas de risco e de crescimento, entre outros

temas. Dentre os conselheiros, três são independentes e contribuem de forma importante para

o negócio, agregando experiência externa à tomada de decisões.

As reuniões do Conselho ocorrem pelo menos quatro vezes ao ano. Os diretores do

Grupo são convidados a apresentar e a debater questões estratégicas referentes às suas

respectivas áreas de atuação, permitindo aos conselheiros ampliar o grau de conhecimento

sobre o mercado de siderurgia, aproximando-os ainda mais das operações do Grupo e do

cenário onde elas se inserem.

A gestão do Grupo é feita pela Diretoria, cujo Comitê Executivo coordena as

operações de negócios e é o elo entre elas e o Conselho de Administração. São cinco

operações de negócios, definidas a partir da linha de produtos e/ou localização geográfica das

unidades: Siderúrgica na Zona Oeste Aços Longos (Brasil) Siderúrgica na Zona Oeste Aços

Especiais (Brasil), Siderúrgica na Zona Oeste Açominas Ouro Branco (Brasil), Siderúrgica

na Zona Oeste Ameristeel (Canadá e Estados Unidos) e Siderúrgica na Zona Oeste América

do Sul (Argentina, Chile e Uruguai).

Cada um dos nove participantes do Comitê Executivo presidente e oito vice-

presidentes respondem por processos funcionais e/ou por operações de negócios.

Os processos funcionais são os seguintes: marketing e vendas, industrial, logística e

entregas, metálicos, suprimentos, planejamento operacional, recursos humanos e

desenvolvimento organizacional, finanças e relações com investidores, contabilidade e

auditoria, jurídico, tecnologia de gestão, planejamento e gestão da estratégia,

desenvolvimento de negócios, informática e comunicação social.

O Comitê de Estratégia reúne integrantes do Comitê Executivo e os responsáveis pelas

principais operações para apoiar o Conselho de Administração na formulação da estratégia do

Grupo. Já os Comitês de Excelência atuam como suporte às operações de negócios e aos

processos funcionais, e sua função é estimular o debate e o intercâmbio de melhores práticas.

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53  

Os Conselhos Fiscais foram criados há cinco anos em cada uma das duas companhias

abertas no Brasil e contam com a participação de acionistas minoritários. Entre suas funções

estão a de acompanhar as atividades dos administradores e controlar as operações contábeis

das empresas.

A estrutura de governança corporativa do Grupo Siderúrgica na Zona Oeste segue o modelo

abaixo:

FIGURA 4.1 – A estrutura da governança corporativa na Siderúrgica na Zona Oeste

4.7 - Empresa Siderúrgica na Zona Oeste

O Grupo Siderúrgico na Zona Oeste é uma denominação usada para facilitar a

referência ao conjunto de empresas que formam o grupo econômico Siderúrgica na Zona

Oeste e que estão sob o mesmo controle acionário.

As duas empresas de capital aberto do Grupo no Brasil a Siderúrgica na Zona Oeste

S.A. e a Metalúrgica Siderúrgica na Zona Oeste S.A. fazem parte do Nível 1 de Governança

Corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Essa classificação estabelece um conjunto de normas de conduta diferenciadas no

mercado de capitais, como, por exemplo, melhorias na prestação de informações ao mercado

e nível de dispersão acionária.

Responsável pelas operações siderúrgicas no Brasil, a Siderúrgica na Zona Oeste

Açominas S.A. é uma empresa de capital fechado que mantém o compromisso de apresentar

um grau de transparência equivalente ao de uma companhia aberta. Possui um Conselho de

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54  

Administração, formado por seis membros, dos quais um é indicado pelo Clube de

Participação Acionária dos Empregados da Açominas (CEA). Os membros desse Conselho

reúnem-se trimestralmente. A gestão da Siderúrgica na Zona Oeste é realizada pela Diretoria,

cujo Comitê Executivo coordena três operações de negócios: Siderúrgica na Zona Oeste Aços

Longos, Siderúrgica na Zona Oeste Aços Especiais e Siderúrgica na Zona Oeste Açominas

Ouro Branco.

Na América do Norte, a Siderúrgica na Zona Oeste Ameristeel Corporation foi criada

em outubro de 2002, a partir da fusão das operações do Grupo Siderúrgica na Zona Oeste na

região com as da empresa Co-Steel. Possui um Conselho de Administração formado por nove

membros, dos quais cinco são independentes. Suas reuniões acontecem a cada trimestre, e

comitês foram criados para tratar de temas específicos: auditoria, recursos humanos,

governança corporativa, segurança, saúde e meio ambiente. A gestão da empresa é realizada

por um Comitê Executivo, que atua por processos e/ou regiões geográficas.

4.7.1 - Assembléias de acionistas

A Assembléia Geral Ordinária (AGO) reúne os acionistas das empresas do Grupo,

uma vez por ano, para analisar e aprovar as demonstrações financeiras, examinar as contas de

administradores, deliberarem sobre a destinação do lucro líquido, ratificar ou complementar a

distribuição de dividendos e/ou juros sobre o capital próprio e eleger os membros do

Conselho de Administração e do Conselho Fiscal.

Para tratar de temas específicos, não incluídos na competência das AGOs, e que

requerem a aprovação dos acionistas, são realizadas as Assembléias Gerais Extraordinárias

(AGEs) sempre que há necessidade de deliberações não incluídas nas decisões de

responsabilidade da assembléia geral preestabelecida.

Na Siderúrgica na Zona Oeste Ameristeel, a estrutura é similar à descrita acima, com

uma reunião anual de acionistas (Annual Shareholder Meeting) e reuniões especiais de

acionistas (Special Shareholder Meeting), porém com pauta específica e adaptada à dinâmica

e ao sistema legal norte-americanos.

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55  

4.7.2 - Relacionamento com auditores independentes

A política de contratação de eventuais serviços não relacionados à auditoria externa

com o auditor independente fundamenta-se nos seguintes princípios: o auditor não deve

auditar seu próprio trabalho, não deve exercer funções gerenciais junto ao cliente e tampouco

promover os interesses do mesmo. Com o objetivo de atender às regulamentações da

Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as empresas de capital aberto do Grupo Siderúrgica

na Zona Oeste mantêm tal orientação na contratação de auditoria independente e de serviços

não relacionados à auditoria externa.

4.7.3 - Gestão de riscos

O Grupo Siderúrgico na Zona Oeste vem desenvolvendo ações para aprimorar as

práticas de gestão de riscos em suas operações. A Gestão Integrada de Riscos é uma iniciativa

que reforça as boas práticas de governança corporativa, além de estabelecer, formalmente, o

planejamento e a definição das responsabilidades das áreas de gestão de riscos e de processos,

auditoria interna e outros setores envolvidos. Com a implantação de um sistema integrado, é

possível realizar um monitoramento mais detalhado dos potenciais riscos e dos controles

existentes em cada processo.

O projeto se desenvolve com base em metodologias avançadas, reconhecidas

internacionalmente, cujas práticas seguem os preceitos da lei norte-americana Sarbanes-

Oxley. Essa legislação busca aumentar a transparência e o comprometimento dos

administradores com relação aos controles internos e às informações divulgadas e deve ser

seguida também por companhias estrangeiras que tenham ações nas bolsas de valores dos

Estados Unidos. A Siderúrgica na Zona Oeste S.A. e a Siderúrgica na Zona Oeste Ameristeel

devem atender aos novos requisitos legais, inclusive regulamentações editadas pela Securities

and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados

Unidos. O prazo para que as companhias estrangeiras com ações no mercado norte-americano

se ajustem às normas é 15 de julho de 2006. Os trabalhos de adequação no Grupo Siderúrgica

na Zona Oeste foram concluídos ainda em 2005. Além da implantação da Gestão Integrada de

Riscos, o Conselho Fiscal passa a receber novas atribuições, desempenhando também o papel

de Comitê de Auditoria.

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56  

Essas iniciativas têm a intenção de garantir a evolução dos processos de governança

corporativa e de gestão de riscos do Grupo, oferecendo mais segurança na execução das

atividades e maior transparência na divulgação de informações e relatórios financeiros ao

mercado de capitais, além de atender às exigências internacionais.

4.7.4 - Gestão de Estoques

  Estoque é todo material armazenado na Usina que pose ser utilizado para atender tanto

ao mercado quanto à produção interna. A gestão de estoque é de importância vital para a

saúde financeira das empresas, uma vez que ele é um dos seus maiores ativos. Sendo assim,

são imprescindíveis termos níveis adequados de volume e em sua confiabilidade. Devido à

relevância do assunto, a Siderúrgica na Zona Oeste criou o Sistema de Gestão de Estoque.

O sistema de Gestão de Estoque é composto pelas dimensões: Insumos (materiais

utilizados para a produção), Produtos Intermediários (materiais que existem para garantir a

interdependência dos processos), Produtos Acabados (materiais para atendimento ao cliente),

sucata, gusa, materiais em poder de terceiros (materiais beneficiados), Materiais nos Portos

(materiais para atendimento ao cliente fisicamente no porto). Para padronizar os

procedimentos e garantir a confiabilidade das informações, foi necessário analisar e

uniformizar atividades, adequar o acesso ao sistema SAP R-3, criar rotinas de check,

estabelecer sistemas de reuniões e treinar pessoas.

Para checagem do sistema, foi criada a Rotina de Inventário11, que além de garantir as

informações corretas no sistema, identifica e elimina as causas raízes, garantindo assim a

acurácia de informação, requisito fundamental da SOX (lei Sarbanes-Oxley). Também foi

criado o Balanço Metálico, que visa a identificar todos os movimentos de entrada e saída de

mercadorias dentro da unidade.

                                                            11 Ciclo da Rotina de Inventário: Baseado na metodologia PDCA                           

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57  

4.7.5 - Reorganização operacional e administrativa

Desde dezembro de 2004, o Grupo Siderúrgico na Zona Oeste vem desenvolvendo um

projeto de reorganização de suas empresas no Brasil e nos demais países da América do Sul,

cuja importância é reforçada diante do crescimento das suas operações na região programado

para os próximos anos. Com a reorganização, espera-se obter na América do Sul maiores

vantagens estratégicas e maiores eficiências operacional e de gestão, por meio da

especialização das diferentes unidades e operações de negócios. Buscar-se-á concentrar os

esforços em suas competências principais, via atuação focada e sinergia operacional, o que irá

contribuir de maneira decisiva para o desenvolvimento de alternativas para o crescimento

futuro do Grupo Siderúrgico na Zona Oeste.

No dia 3 de dezembro, o Conselho de Administração da Siderúrgica na Zona Oeste

S.A. autorizou a implantação de medidas de reorganização societária das empresas do Grupo

Siderúrgica na Zona Oeste no Brasil e demais países da América do Sul, dando continuidade

ao processo que começou há dois anos, com a integração, no País, das atividades operacionais

da Siderúrgica na Zona Oeste S.A. e da Aço Minas Gerais S.A. Açominas, da qual resultou a

Siderúrgica na Zona Oeste Açominas S.A.

Em 29 de dezembro, foi concretizado o primeiro ato dessa reorganização, com o

aporte de capital a holding Siderúrgica na Zona Oeste Participações S.A. das ações da

Siderúrgica na Zona Oeste Açominas S.A. e parte das quotas da Siderúrgica na Zona Oeste

Internacional Empreendimentos Ltda., detidas pela Siderúrgica na Zona Oeste S.A.,

Eliminação das Causas

Plano de Ação

Divulgação dos Resultados

Matriz de Alçada

Identificação das Causas

Fechamento do Inventário Contagem

Abertura do Inventário Corte da ProduçãoCorte do Embarque

Confecção do Cronograma

Planejamento dos Inventários

FIGURA 4.2 – SDCA

FONTE: Siderúrgica da Zona Oeste

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58  

representativas, respectivamente, de 91,5% e 22,8% do capital social daquelas empresas. As

quotas aportadas ao capital da Siderúrgica na Zona Oeste Participações S.A. correspondem às

participações da Siderúrgica na Zona Oeste Internacional Empreendimentos Ltda., diretas ou

indiretas, no capital das empresas Siderúrgica na Zona Oeste Chile Inversiones Ltda.,

Siderúrgica na Zona Oeste Laisa S.A. e Sipar Aceros S.A.

Atualmente, estão sendo ultimados estudos pela Administração, com o apoio de

consultores externos, para a definição da estrutura final da reorganização societária. A

reorganização prevê a criação de empresas distintas, uma para cada unidade/operação de

negócios, abrangendo as atividades localizadas no Brasil e nos demais países da América do

Sul. Deverão ser constituídas empresas para abrigar os diferentes focos de atuação, tais como:

aços longos; aços especiais; placas, blocos e tarugos; e distribuição. As novas empresas

deverão ser constituídas após a conclusão dos estudos e as respectivas aprovações pelo

Conselho de Administração e pelas assembléias de acionistas das empresas envolvidas. Os

acionistas das companhias abertas no Brasil e no exterior não serão afetados com a

reorganização. Eles continuarão com as suas posições atuais nas respectivas empresas, assim

como manterão todos os seus direitos e valores preservados está constituído da Atualmente.

4.7.6 – Diretrizes Éticas

Integridade é a palavra que define o comportamento que o grupo Siderúrgico na Zona

Oeste espera de cada um de seus colaboradores no trato com todos os públicos com os quais

se relaciona – clientes, acionistas, fornecedores, comunidades, concorrentes, entre outros. Este

comportamento está explicitado nas Diretrizes Éticas Siderúrgica na Zona Oeste,

fundamentadas nos valores do grupo.

Os integrantes do Conselho de Administração e do Comitê Executivo obedecem as

Diretrizes Éticas, assim como todos os colaboradores.

4.7.7 – Sucessão

O Grupo Siderúrgico na Zona Oeste divulgou, em novembro de 2006, uma nova etapa

de sua governança corporativa, marcada pela quarta sucessão ao longo de cinco gerações. Os

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cargos de diretor-presidente e vice-presidentes executivos seniores, respectivamente, e de

membros do Conselho de Administração, passam a dedicar-se exclusivamente à função de

conselheiros. Esse processo começou em 2000 e, desde então, vem provocando mudanças

estruturais importantes na organização, com destaque para a criação do Comitê Executivo em

2002.

A eleição do diretor-presidente (Chief Executive Officer – CEO) e do diretor-geral de

Operações (Chief Operating Officer – COO) consolidou o processo de sucessão, o qual

incluiu ações internas e apoio de consultorias internacionais especializadas. O Comitê

Executivo conta ainda com vice-presidente de Controladoria e Tecnologia da Informação,

vice-presidente da Operação de Negócios América do Norte, vice-presidente de Finanças e

Relações com Investidores, vice-presidente da Operação de Negócios Aços Especiais, vice-

presidente da Operação de Negócios Aços Longos Brasil e secretário-geral e vice-presidente

Jurídico.

A definição da nova estrutura levou em conta a dimensão, a complexidade e os

desafios do Grupo Siderúrgico na Zona Oeste para atuação no mercado global. Também

considerou as melhores práticas de grandes empresas no mundo.

O Grupo Siderúrgica na Zona Oeste tem compromisso histórico com as boas práticas

de governança corporativa e com o fortalecimento do mercado de capitais e, por isso, aderiu

em 2001 (Siderúrgica na Zona Oeste S.A.) e em 2003 (Metalúrgica Siderúrgica na Zona Oeste

S.A.) ao Nível 1 de Governança Corporativa Diferenciada da Bolsa de Valores de São Paulo

(Bovespa). Além disso, as empresas de capital aberto do Grupo mantêm uma política de

divulgação de informações que define os critérios seguidos no relacionamento com

investidores, o que inclui o anúncio de atos e fatos relevantes. O objetivo é manter um fluxo

rápido e eficiente na comunicação, considerando regras de sigilo e confidencialidade. Essa

política abrange acionistas controladores, administradores, membros dos conselhos de

Administração e Fiscal e de quaisquer órgãos com atribuições técnicas ou consultivas que, em

virtude de cargo, função ou posição, tenham acesso a informações do Grupo.

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60  

4.7.8 – Resultados Apurados após a Adoção do Nível 1 da Governança Corporativa

Os gráficos a seguir demonstram a evolução da empresa em estudo após a adoção da

governança corporativa. De certa forma, podemos afirmar que a governança contribuiu, não

isoladamente é claro, pois existem outros fatores determinantes como por exemplo novas

aquisições, mas os anos de 2001 e 2002 são verdadeiros divisores de águas na empresa em

estudo, facilmente se é percebido uma alteração positiva em seus resultados financeiros e

econômicos como o desempenho de suas ações e recordes de cotação.

FIGURA 4.3 – Desempenho do Índice Ibovespa

FONTE: Bovespa

FIGURA 4.4 – Desempenho de Ações Ordinárias 12

                                                            12 Ações ordinárias são aquelas que conferem ao seu titular o direito de voto na Assembléia Geral dos Acionistas.

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ibovespa

ibovespa

R$ ‐

R$ 200.000,00 

R$ 400.000,00 

R$ 600.000,00 

R$ 800.000,00 

R$ 1.000.000,00 

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Volume

volume

Valores em milhões

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61  

FONTE: Bovespa

FIGURA 4.5 – Desempenho de Ações Preferenciais 13

FONTE: Bovespa

Nos gráficos a seguir estão demonstrados os dividendos e/ou juros sobre o capital

próprio, pagos relativamente ao lucro líquido de cada ano e o dividend yield14. Vale lembrar

que, além dessa remuneração, os acionistas beneficiam-se, ainda, da valorização das ações em

bolsa de valores.

FIGURA 4.6 - Yield (%) e Dividendos pagos (R$ milhões) – Metalúrgica Siderúrgica na

Zona Oeste S.A.

FONTE: Bovespa

                                                            13 Ações preferenciais são aquelas que não conferem direito a voto, entretanto têm prioridade na distribuição de dividendos e no reembolso do capital. 14 É a relação entre os dividendos por ação e a cotação das ações no final de cada exercício.

R$ ‐

R$ 500.000,00 

R$ 1.000.000,00 

R$ 1.500.000,00 

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Volume

volume

140172

434364

416

5,2%

11,3%

6,2% 7,8% 6,1%

2002 2003 2004 2005 2006Dividendos Yield

Valores em milhões

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TABELA 4.7 - Yield (%) e Dividendos pagos (R$ milhões) – Siderúrgica na Zona Oeste S.A.

FONTE: Bovespa

Através desses números que mensuram o desempenho da empresa após a adoção da

governança podemos dizer que esta mudança de filosofia societária é positiva e satisfatória

dentro dos objetivos de uma empresa.

Após a sucessão de toda alta gestão, com a troca dos CEO e COO e todos os diretores

executivos, treinamentos e adoção de novas tecnologias, como por exemplo, a gestão de

estoque com base na metodologia PDCA, para alcançar a certificação da lei Sarbanes-Oxley e

a criação do comitê de governança corporativa foram os passos iniciais para a certificação

necessária do Nível 1 da governança entre outras.

Os resultados não demoraram a aparecer e podemos observar o crescimento da

empresa em estudo após o ano de 2001, ano em que foi adotado o Nível 1 da governança

corporativa. As previsões para 2007 e 2008 continuam em alta seguindo os especialistas da

Bovespa e da empresa, com a intenção de se tornar efetivamente uma siderúrgica mundial e

que agregue, cada vez mais, valores para seus acionistas.

Em 2006 as Revistas Você s|a e Exame, realizaram uma pesquisa com empresas de

todo o Brasil e com as corretoras e auditores também e o resultado mais uma vez confirma o

que os números financeiros vêm nos mostrando colocando a Siderúrgica na Zona Oeste em

11° lugar entre as 100 empresas da pesquisa.

Com a popularização da governança corporativa, ou seja, uma maior divulgação desta

tendência nos meios acadêmicos e nos meios de comunicação se torna possível uma maior

evolução neste campo organizacional. O crescimento da empresa não é devido apenas a

266351

859 796 895

3,9%

6,8%

3,9%6,1%

4,6%

2002 2003 2004 2005 2006Dividendos Yield

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governança, a Bovespa faz um trabalho primoroso de divulgação na intenção de resgate do

mercado de ações, e a empresa em estudo percebeu essa nova tendência e não demorou a

aceitá-la, pois como já falamos é uma questão de sobrevivência externa.

Com a abertura de seu capital, participação de seus funcionários como cotistas e

participação nos lucros, fez com o preço de suas ações, tanto ordinárias quanto preferenciais,

crescessem absurdamente, pois é uma tendência de mercado, lei da oferta e da procura. E

somado e estes fatos, a busca pela transparência através de certificações legais como a lei

SOX e o cumprimento de seus compromissos elevaram seu índice de empresa de capital

aberto na Bovespa, como vimos nos gráficos acima, chegando a alcançar o posto de 11º

empresa melhor em se investir no Brasil.

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CONCLUSÃO

A governança corporativa veio para ficar. Não é um modismo, “onda” ou qualquer

outra definição por nós já ouvida que tenha uma denotação de passageira.

A tecnologia avançou e a segurança da informação também avançou, mas as formas de

fraudes nas organizações também evoluíram consideravelmente nesses últimos anos. Grandes

corporações símbolos da transparência, com suas marcas fixadas em nossas mentes ruíram

com os recentes escândalos milionários, aqui e no exterior.

A preocupação com a imagem, que há muito era apenas marketing, hoje é

sobrevivência, diferencial competitivo, oportunidades de grandes negócios e requisito para o

mercado estrangeiro. A opinião pública que não era fator relevante, hoje se tornou

imprescindível, a ausência ou incompetência do poder público praticamente obrigou o povo a

pressionar as grandes e médias organizações a fazerem desse mundo um pouco melhor,

dividir um pouco desses recordes e mais recordes de lucro com quem não tem nada, a não ser

o recorde da miséria e marginalização.

A governança surgiu como um raio de luz no fim deste túnel, chamado mundo

empresarial, onde um mercado desacreditado, o de ações, passou a ter novamente nomes de

peso em quem confiar e investir o seu dinheiro. Porque será que não perceberam antes?

Hoje existe um sinal, nem que seja no menor nível, de que uma determinada

organização, pelo menos, tenta ser transparente e se mostra preocupada com o social e dando

voz pela primeira vez ao grupo dos chamados minoritários. É claro ainda há muito que

evoluir, mas nesse trabalho observamos concretamente, empresas que tiraram do papel, não só

o sonho de ganhar o mundo, mas o sonho de fazer a comunidade onde está alojada melhor.

E a empresa escolhida foi a Siderúrgica na Zona Oeste, alguém que cresceu do nada e

chegou a um patamar interessante. Um nome de uma família conhecido mundialmente,

brasileiro que não desiste nunca, enfrentando todas as crises políticas e econômicas desse

nosso país, que sobreviveu a isso tudo e a tentação da boa aparência de fachada apenas para

encher revistas e jornais.

Muito se precisou mudar nessa organização para implantar essa filosofia, chamada

governança corporativa, mudanças de pensamento, cultura, costumes, filosofias de trabalho,

maus hábitos e muitas outras coisas, foi preciso “cortar na própria carne”, mas foi feito e se

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tornou um processo contínuo, até o final de 2007, todos os funcionários deverão realizar um

treinamento sobre diretrizes éticas, visando a certificação na lei Sarbanes-Oxley, para a

Siderúrgica na Zona Oeste avançar em mais este ponto e conseguir a conformidade perante a

legislação específica da boa governança.

Em seu quarto processo de sucessão em 105 anos de existência, alcançou enormes

passos na evolução dessa governança, com um processo sucessório bem estruturado,

impessoal e profissional, assistido até por consultorias internacionais, tudo correu bem com a

escolha do novo CEO e COO do grupo Siderúrgica na Zona Oeste.

Este processo de alavancagem da governança na Siderúrgica na Zona Oeste começou

em 2000, com consultorias internacionais e análises internas, onde todas estas decisões foram

tomadas de forma consensual entre os membros do Conselho de Administração da

companhia.

A conclusão da análise resultou na continuação do DNA familiar na Siderúrgica na

Zona Oeste na direção do grupo, onde em 2002 a Siderúrgica na Zona Oeste teve um marco

que foi a criação do Comitê Executivo Siderúrgica na Zona Oeste (CEG), com o objetivo de

ampliar a capacidade de gestão do grupo e a adesão ao Nível 1 de governança corporativa.

Um grande exemplo que é possível o alinhamento de interesses, entre os acionistas e

os executivos, onde quando se é percebido essa harmonia de interesses, tudo corre de forma

ordenada e dentro do controle do planejamento próprio.

Além da abertura para o mercado externo, através da governança, a Siderúrgica na

Zona Oeste ganhou nome no mundo com sua transparência e políticas de relacionamento com

seus acionistas e colaboradores, uma série de condutas definidas em seu manual de diretrizes

éticas, onde o foco é sempre o respeito, transparência, desmonopolização de informações

perante os minoritários, aumento do valor acionário e o reconhecimento de ser uma boa

empresa onde se investir, segurança, ética, solidez e rentabilidade é claro.

Claramente são percebidos os valores da governança como os princípios, propósitos,

processos, práticas e poder alinhados com o senso de justiça (fairness), transparência de

informações (disclosure), prestação responsável de contas (accountability) e o cumprimento

das normas reguladoras e legislações próprias (Compliance).

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Percebemos que ainda resta muita a evoluir, há muitos interesses que necessitam ser

derrubados para avançar em outros níveis de governança, mas o primeiro passo já foi

efetuado.

A governança não sobrevive apenas de teorias e suposições, vive da prática, da ação

real e objetiva de buscar incessantemente a transparência, justiça e igualdade para todos,

majoritários ou minoritários, ricos ou pobres, poderosos ou irrelevantes. Governança é ação,

atitude, fazer diferente.

E Jonh Elkington traduz de uma forma muito interessante este fenômeno

organizacional dizendo que: “A transição para o capitalismo sustentável será uma das mais

complexas revoluções que a nossa espécie já vivenciou. Estamos embarcando em uma

revolução cultural global, que tem como epicentro a sustentabilidade. Ela tem a ver com

valores, mercados, transparência, ciclos de vida de tecnologias e produtos e tensões entre o

longo e curto prazo. E as empresas, mais que governos ou outras organizações, estarão no

comando destas revoluções. Um comando que se exercerá pelos princípios da governança

corporativa.”

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REFERÊNCIAS

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FACULDADE MACHADO DE ASSIS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

TRABALHO DE CURSO: A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA

CORPORATIVA NA GESTÃO DAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO

DE UMA SIDERÚRGICA NA ZONA OESTE

ELABORADO POR: ELIAS DE OLIVEIRA MATTA

RODRIGO FERNANDES AYRES VIEIRA

Foi _________________________________ pelos professores e aceita pela

Direção da Faculdade Machado de Assis como requisito parcial a título de Bacharel em

Administração de Empresas.

Professor Orientador: Flávio Falconeri de Brito

Professor Co-orientador: José Caetano de Mattos Neto

Rio de Janeiro, 03 de Dezembro de 2007.

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AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e/ou divulgação, total ou parcial, da presente obra, por qualquer meio,

convencional ou eletrônico, desde que citada à fonte.

Elias de Oliveira Matta

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Rodrigo Fernandes Ayres Vieira

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Tel.: 8862-5389

Faculdade Machado de Assis

Rio de Janeiro, 21de Janeiro de 2008.

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