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FACULDADE MERIDIONAL IMED SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Tassiane Benincá ERP como uma ferramenta organizacional para PME’s (Pequenas e Médias Empresas) Passo Fundo 2013

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Tassiane Benincá

ERP como uma ferramenta organizacional para PME’s

(Pequenas e Médias Empresas)

Passo Fundo

2013

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Tassiane Benincá

ERP como uma ferramenta organizacional para PME’s

(Pequenas e Médias Empresas)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Escola de Sistemas de Informação, da Faculdade

Meridional – IMED, como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de

Informação, sob a orientação do Prof. Esp. Emerson

Cosetin.

Passo Fundo

2013

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Tassiane Benincá

ERP como uma ferramenta organizacional para PME’s

(Pequenas e Médias Empresas)

Banca Examinadora:

Prof. Esp. Emerson Cosetin

Prof. Esp. Rafael Laimer Bilibio

Prof. Me. William Zanella

Passo Fundo

2013

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AGRADECIMENTOS

Desde o início contei com pessoas que me

mostraram o valor existente em doar-se aquilo que

se ama. Ao realizar essa grande conquista pessoal e

profissional quero agradecer a todos que me

incentivaram e me ajudaram direta ou indiretamente.

Em especial, cito aqui minha família, minha mãe

Oneide e meu pai Mauri, meus irmãos Daniela e

Cristiano, pelos exemplos de vida, pela força e pela

compreensão oferecida. Ao meu namorado Jônata e

meus amigos, que sempre me ofereceram carinho,

apoio e conforto, além de dividir comigo muitos

momentos de estudo, tornando essa conquista ainda

mais especial. Citar aqui também um agradecimento

especial a minha tia Marilu, que me deu a

oportunidade de concluir um curso superior, sempre

me dando toda ajuda possível.

Á meu orientador Prof. Esp. Emerson Cosetin pelo

apoio, pela disponibilidade e pela parceria na

construção desse estudo.

A todos vocês, muitíssimo obrigada.

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RESUMO

Este trabalho é um estudo a respeito do processo de implantação de um Sistema Integrado de

Gestão – Enterprise Resource Planning (ERP) em uma empresa fornecedora de soluções em

sistemas elétricos e busca verificar todo o processo de implantação do sistema bem como o

impacto causado nos funcionários e na estrutura organizacional da empresa. Serão levantadas

as resistências geradas pelas pessoas com a implantação do ERP, principalmente com a

mudança nos processos de negócio, além de abordar os pontos fortes e quais os problemas

enfrentados pela equipe. Também se discorre sobre de que forma os problemas foram tratados

e quais os efeitos e consequências que causaram na organização. Para subsidiar a pesquisa, foi

elaborado um questionário, aplicado em uma entrevista com alguns usuários finais e a direção

da empresa. Alguns dos setores entrevistados foram: Departamento de TI, Logística,

Financeiro, Comercial, Recursos Humanos, Engenharia e Suprimentos, além da análise

documental. Buscou-se aprofundamento teórico com vários autores sobre os temas: Estruturas

Organizacionais, Pequenas e Médias Empresas no Cenário Econômico Brasileiro, Sistemas de

Informação nas Empresas, SPED para Pequenas e Médias Empresas, ERP, O Futuro dos

ERP’s e Resistência a Mudança.

Palavras-chave: Gestão da mudança. Tomada de decisão. Resistência à mudança.

Implantação de ERP. SPED Fiscal

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ABSTRACT

This work is a study on the process of implementation of an Integrated Management -

Enterprise Resource Planning ( ERP ) in a solutions provider in electrical systems and seeks

to verify the whole process of system implementation and the impact on employees and

organizational structure of the company . Raised will be resistance generated by people with

ERP implementation , especially with the change in business processes , in addition to

addressing the strengths and what are the problems faced by the staff . It also discusses how

the problems were handled and what the effects and consequences that caused the

organization . To support the research, a questionnaire was designed , applied in an interview

with some end users and company management. Some sectors were interviewed : Department

of IT , Logistics , Finance, Sales , Human Resources , Engineering and Supplies , and

documentary analysis . We sought to further theoretical with several authors on topics :

Organizational Structures , Small and Medium Enterprises in Brazilian Economic ,

Information Systems in Business , SPED for Small and Medium Enterprises , ERP , The

Future of ERP and Resistance to Change .

Keywords: Change management. Decision making. Resistance to change. ERP deployment.

SPED Fiscal.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Estrutura Formal ..................................................................................................... 18

Figura 2 – Classificação das Pequenas e Médias Empresas ..................................................... 19

Figura 3 – Classificação segundo BNDES ............................................................................... 20

Figura 4 – Tipos de Sistemas de Informação ........................................................................... 22

Figura 5 – Tipos de Sistemas .................................................................................................... 24

Figura 6 – Abstração dos dados ................................................................................................ 27

Figura 7 – Módulos do ERP ..................................................................................................... 29

Figura 8 – Metodologia de Implantação ................................................................................... 32

Figura 9 – Modelos de Migração .............................................................................................. 33

Figura 10 – ERP Social ............................................................................................................ 38

Figura 12 – Cenário do antigo Sistema de Gestão.................................................................... 46

Figura 13 – Cenário do sistema de Gestão Atual ..................................................................... 47

Figura 14 – Pontos Positivos e Negativos ................................................................................ 53

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LISTA DE SIGLAS

CRM Customer Relationship Manager

ERP Enterprise Resource Planning

SIG Sistema de Informação Gerencial

SPED Sistema Público de Escrituração Digital

PME’s Pequenas e Médias Empresas

TI

RFP

Tecnologia da Informação

Request For Proposal

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10

1.1 Justificativa e delimitação do problema .................................................................... 12

1.2 Objetivos .................................................................................................................... 14

1.2.1 Geral .......................................................................................................................... 14

1.2.2 Específicos ................................................................................................................ 14

1.3 Estrutura do trabalho .................................................................................................. 15

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 16

2.1 Estruturas Organizacionais ........................................................................................ 16

2.2 Pequenas e Médias Empresas no Cenário Econômico Brasileiro .............................. 19

2.3 Sistemas de Informação nas Empresas ...................................................................... 21

2.4 SPED para pequenas e Médias Empresas .................................................................. 26

2.5 ERP ............................................................................................................................ 28

2.6 O Futuro dos ERP’s ................................................................................................... 36

2.7 Resistência à Mudança ............................................................................................... 38

3. ESTUDO DA ARTE ........................................................................................................ 40

4. PROPOSTA METODOLÓGICA .................................................................................... 42

4.1 Delineamento da Pesquisa ......................................................................................... 42

4.2 Amostragem ............................................................................................................... 43

4.3 Procedimentos e Técnicas de Coletas de Dados ........................................................ 43

4.4 Metodologia Utilizada ............................................................................................... 43

5. DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO ....................................................................... 44

5.1 Caracterização da Empresa ........................................................................................ 44

6. ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................. 45

6.1 Resultados da Pesquisa Qualitativa ........................................................................... 45

6.2 Análise dos Resultados .............................................................................................. 48

6.3 Recomendações ......................................................................................................... 53

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 56

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 58

APÊNDICE A - Questionário utilizado na pesquisa ................................................................ 61

ANEXO A – Organograma Funcional ..................................................................................... 63

ANEXO B – Suposto Organograma ......................................................................................... 64

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1. INTRODUÇÃO

Inegavelmente, cada vez mais as empresas estão buscando meios para encontrar

modelos capazes de integrar todas as soluções para estarem conformes com a legislação e

junto a isto também alcançarem o sucesso nos negócios. A velocidade da informação, as

mudanças do mercado e do ambiente organizacional trazem consigo desafios e necessidades

de estratégias para a sobrevivência da organização, conduzindo a um sentido de emergência

quanto ao ajuste e a adaptação.

Definindo Pequenas e Médias Empresas, tema deste trabalho, pode-se dizer que são as

que representam a grande maioria das empresas nacionais. Os critérios mais comuns para

definição de pequena e média empresa envolvem desde o faturamento, o número de

empregados, o capital e as vendas.

Diante desse cenário, as empresas estão investindo em Sistemas de Gestão

Empresarial – Enterprise Resource Planning (ERP), que tem por objetivo agregar em um

único sistema integrado, as funcionalidades que suportam as atividades de diferentes áreas e

processos das empresas.

A implantação de um ERP é extremamente complexa, pois reflete diretamente na

estrutura organizacional e no corpo funcional da organização. Quando se fala em implantação

de um sistema, uma das variáveis que mais interfere no dia-a-dia das organizações é

denominada ―mudança‖, tanto mudanças organizacionais, estruturais quanto

comportamentais. Não somente as organizações, mas também as pessoas lutam a cada dia

tentando se adaptar aos desafios advindos de alterações em situações pré-estabelecidas.

Qualquer mudança, seja na empresa, família ou grupo, interfere e alteram suas condições

normais de vida e trabalho, gerando dificuldades, resistências, inovações. Mudam as

responsabilidades, as atribuições de função, os processos de trabalho, gerando assim uma

grande resistência a essas mudanças, pois as mesmas requerem muitas modificações. A frase

de Heráclito, ―nada perdura senão a mudança‖, proferida há mais de 2.500 anos, enfatiza

muito bem essa questão.

Um dos fatores atingidos fortemente é o fator humano, ou seja, as pessoas. Os

processos contêm funções e atividades que são desenvolvidos pelas mesmas, sendo de

extrema importância que a empresa mantenha um alto nível de motivação e evitando

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desapontamentos. Ou seja, o grande desafio não é mudança tecnológica e, sim, a mudança nas

pessoas. As pessoas só se empenham e dão o melhor de si quando percebem que está lucrando

junto com a empresa, sendo de extrema importância a instituição saber canalizar os esforços

para que também estas atinjam seus objetivos individuais, assim ambas as partes saem

ganhando.

Outra constante transformação é a mudança da cultura organizacional. Chiavenato

(2011) aponta o fato de que a cultura organizacional de uma empresa pode ser um fator de

sucesso ou de fracasso das organizações. Ela pode ser flexível e impulsionar a organização,

como também pode ser rígida e travar o seu desenvolvimento. Para isso, é preciso que as

pessoas estejam preparadas, os processos precisam estar alinhados, bem como ter o apoio da

administração da empresa. Segundo Silva (2007), a cultura organizacional é o sistema de

valores, crenças, normas e hábitos compartilhados que rege a interação dos elementos de uma

organização.

Diante da necessidade de adquirir vantagem competitiva em relação aos concorrentes

e acompanhar as demandas do mercado, as pequenas empresas estão tendo que buscar novos

caminhos e alternativas na forma de planejar, organizar e acompanhar os resultados da

empresa buscando um apoio tecnológico. A tecnologia facilitou a vida do administrador ao

dispor todas as informações de maneira integrada e inteligente e em tempo real a respeito de

tudo que se passa dentro da organização e ao seu redor, assim a TI contribuindo para as

estratégias da empresa e não apenas vista como uma área de suporte.

Analisando o cenário das pequenas e médias empresas, verifica-se um mercado com

grandes transformações, onde a cada segundo que passa o homem inventa ou aprimora algo.

Muitas mudanças vêm acontecendo devido ao impacto da tecnologia e da globalização. As

empresas estão direcionando sua estrutura organizacional de maneira a acompanhar esses

processos globais, definindo estratégias e transformando em práticas de gestão.

As obrigatoriedades referentes à tributação, como o SPED (Sistema Publico de

Escrituração Digital), que faz com que todas as informações contidas nos livros contábeis e

fiscais tradicionais sejam transformadas em arquivos digitais, o grande uso de interfaces

manuais, a pouca produtividade, bem como pouca informação disponível na empresa. Tudo

isso fez com que as organizações fossem ao mercado buscar soluções tecnológicas para

auxiliar nos processos internos e automatizar suas tarefas em busca de grandes resultados. O

sucesso irá para as organizações que mantém a flexibilidade e que enfrentam a concorrência

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com produtos e serviços inovadores.

Este trabalho analisará o processo de implantação de um Sistema de Gestão

Empresarial – Enterprise Resource Planning (ERP) de uma empresa de Passo Fundo, Rio

Grande do Sul, que fornece soluções em sistemas elétricos focada em solução total de energia

e que concentra todos os ramos de atuação, tanto comércio, assistência técnica e indústria.

Inserida nesse processo de mudança, a empresa, pensando no segmento em que atua e na

necessidade de profissionalização e crescimento contínuo, está em fase de mudança, com a

implantação de um novo sistema de gestão.

Abordará todo o processo de implantação do ERP, bem como o impacto causado nos

funcionários e na estrutura organizacional da empresa. Serão levantadas as resistências

geradas pelas pessoas com a implantação do ERP, principalmente com a mudança nos

processos de negócio, além de abordar os pontos fortes e quais os problemas enfrentados pela

equipe. Também se discorre sobre de que forma os problemas foram tratados e quais os

efeitos e consequências que causaram na organização.

1.1 Justificativa e delimitação do problema

Diante das mudanças e do ambiente competitivo que estamos vivenciando, as

empresas estão buscando alternativas para manter-se no mercado. Perante isso, a implantação

de um sistema de gestão está entre os principais fatores de mudanças na cultura

organizacional e no comportamento das pessoas.

As empresas estão se direcionando para um processo de melhoria de gestão dentro de

suas organizações, buscando maior agilidade em seus processos administrativos e

estratégicos, bem como transparência e sustentabilidade. Para atingir esse equilíbrio de

gestão, é imprescindível a utilização de ferramentas que auxiliem na tomada de decisão e

ofereça um maior controle gerencial nos setores de recursos financeiros, recursos fiscais,

padrão de atendimento, dentre outros processos organizacionais.

Diante desse cenário, a TI se torna facilitadora para a melhoria dos processos de

gestão. A implantação do ERP deve estar bem estruturada, pois na maioria dos casos, não

atinge os objetivos estabelecidos no início do projeto devido à resistência as mudanças. As

tecnologias, as pessoas, os hábitos, a cultura organizacional, a concorrência, tudo muda

constantemente, por isso é preciso trabalhar a capacidade das pessoas de acompanhar a

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velocidade das mudanças.

E essa mudança está associada à capacidade dos funcionários de gerar novos

conhecimentos e agregá-los ao processo produtivo tornando-se a grande vantagem

competitiva das organizações atuais, eis que são as pessoas que produzem, servem ao cliente,

vendem, tomam decisões, motivam, lideram e gerenciam os negócios das organizações.

Chiavenato (1999) defende que ―as pessoas devem ser vistas como parceiras da organização,

reconhecidas como fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidades e, sobretudo, o

mais importante aporte para as organizações: a inteligência‖.

As organizações nada realizam, são as pessoas que o fazem, explica Book (2010). São

os indivíduos que produzem algo novo e diferente: mudam ou transformam valores,

perturbam e desorganizam, destroem criativamente, veem a mudança como norma e como

sadia, põe-se a trabalhar e não esperam que uma ideia brilhante surja do nada ou que tirem a

sorte grande.

Dalla Vecchia (2011) define mudança organizacional como uma transformação de

caráter estrutural, estratégico, cultural, tecnológico, ou de outras vertentes, que gera impacto

em parte ou toda a organização.

As mudanças organizacionais nada mais são do que qualquer alteração, planejada ou

não, na relação entre a organização e o meio ambiente que traz consequências na eficiência ou

eficácia organizacional. Robbins (2000) apresenta seis aspectos específicos que atuam como

desencadeadores de mudança: a natureza da força do trabalho, a tecnologia, os choques

econômicos, a concorrência, as tendências sociais e a política mundial. Esses aspectos

estariam presentes no cotidiano organizacional de forma mais ou menos aguda em

determinados momentos, mas constantemente exerceriam pressão sobre a organização.

Lacombe e Heilborn (2003) dizem que mudar um curso já estabelecido é o maior

desafio de um administrador. A razão para tal complexidade é que a mudança trabalha com

situações desconhecidas. As pessoas, figuras centrais de uma mudança organizacional por

sofrerem os reflexos desta mudança, têm medo do desconhecido e consequentemente se

sentem inseguras em situações desconhecidas.

As mudanças causam extrema insegurança nas pessoas, e pode parecer uma tarefa

fácil, mas é extremamente complexa. Se a mudança colidir com a estrutura da organização, as

pessoas irão se sentir ameaçadas, com a tendência de reagir contra a mudança. Isso implica

em vários aspectos, como por exemplo, a ameaça do cargo, fatores econômicos e o medo

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desconhecido, que é a incerteza de tudo que irá acontecer futuramente.

Empresas privadas no ramo de prestação de serviços e produtos, tema deste estudo,

estão inseridas em um ambiente extremamente concorrido, sendo que na mesma cidade

existem ao menos mais 6 empresas no mesmo ramo de atuação, contando também com

concorrência fora do estado e no país inteiro, pois é um ramo que cresce a cada dia no

mercado.

Em virtude do cenário atual, essas empresas privadas estão buscando formas de

integrar suas informações em um único sistema, reunindo dados de todos os setores da

empresa, auxiliando na tomada de decisão e na busca por qualidade e excelência através de

melhores processos de gestão estratégica.

Estudar a implantação de um sistema de gestão juntamente com os impactos na

estrutura organizacional ajudará numa melhor avaliação do processo de implantação e do

porque das experiências de implantações mal sucedidas. Diante desse cenário, pode-se deixar

um questionamento e uma reflexão: As metodologias adotadas para implantação de ERP estão

sendo bem elaboradas e eficazes? Quais os impactos que a organização está sofrendo diante

do processo de implantação?

1.2 Objetivos

1.2.1 Geral

O objetivo deste trabalho é analisar o processo de implantação de um sistema ERP em

uma empresa que trabalha fornecendo soluções em sistemas elétricos no ramo de solução total

de prestação de serviço em energia, exercendo suas atividades no segmento de

comercialização de materiais elétricos, assistência técnica e execução de obras no setor

elétrico. Analisar os impactos gerados nos indivíduos da organização durante e após a mesma.

1.2.2 Específicos

a) Verificar o processo de Resistência dos indivíduos da organização no processo de

implantação do ERP;

b) Pesquisar como funciona o ERP em relação às principais áreas de uma empresa

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(financeiro, recursos humanos, marketing);

c) Analisar como o ERP está ajudando os funcionários na tomada de decisão e na

avaliação estratégica;

d) Descrever o atual funcionamento da empresa em questão com relação ao seu fluxo

de dados e informações;

e) Sugerir uma possível melhoria na estrutura da empresa para um bom

funcionamento do ERP.

1.3 Estrutura do trabalho

A estrutura metodológica do trabalho é composta por sete capítulos. Além do presente

capítulo, o qual apresenta a introdução, a delimitação do problema e justificativa e os

objetivos, este trabalho está composto por mais seis capítulos.

O capítulo 2 apresenta o Referencial Teórico, que aborda os temas: Estruturas

Organizacionais, Pequenas e Médias Empresas no Cenário Econômico Brasileiro, Sistemas de

Informação nas Empresas, SPED para Pequenas e Médias Empresas, ERP, O Futuro dos

ERP’s e Resistência a Mudança.

O capítulo 3 contextualiza o Estudo da Arte, que fala sobre o tema na atualidade, os

autores mais atuais e os itens principais do trabalho.

No capítulo 4, é desenvolvida a Proposta Metodológica, onde é descrita as etapas do

projeto, o tipo de pesquisa utilizada no trabalho. Estão divididos em quatro subcapítulos:

Delineamento da Pesquisa; Procedimentos e Técnicas de Coleta de Dados e Metodologia

Utilizada.

O capítulo 5 fala sobre o Desenvolvimento e Aplicação, onde está descrito sobre a

empresa em estudo neste trabalho, desde contextualização da empresa, missão e pontos fortes

e fracos.

No capítulo 6, é apresentada a Análise dos Dados. Os resultados são apresentados em

três subcapítulos que remetem aos objetivos específicos do trabalho: Resultados da Pesquisa

Qualitativa; Análise dos Resultados e Recomendações.

No capítulo 7, apresentam-se as conclusões da pesquisa.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

A fundamentação teórica tem o objetivo de construir um referencial teórico baseado na

literatura disponível sobre o tema em questão. Uma bibliografia adequada que dê suporte à

fundamentação teórica abordada é de fundamental importância na elaboração do trabalho.

Para balizar o estudo em questão, apresenta-se uma revisão teórica com estudos expressivos

na área.

2.1 Estruturas Organizacionais

A estrutura organizacional deve ser delineada de acordo com os objetivos e as

estratégias estabelecidas, ou seja, a estrutura organizacional é uma ferramenta básica para

alcançar as situações almejadas pela empresa (OLIVEIRA, 2007).

Estrutura Organizacional segundo Oliveira (2007) é o instrumento administrativo

resultante da identificação, análise, ordenação e o agrupamento das atividades e dos recursos

das empresas. Incluindo o estabelecimento dos níveis de alçada e dos processos decisórios,

visando o alcance dos objetivos estabelecidos pelos planejamentos das empresas.

Cury (2010) comenta sobre Organização como um sistema planejado de esforço

cooperativo no qual cada participante tem um papel definido a desempenhar e deveres e

tarefas a executar. Sendo assim, estruturas organizacionais devem envolver todo o organismo

da empresa, como deveres, responsabilidades, os sistemas de autoridade e de comunicações

existentes na organização.

A rigor, as organizações sempre tiveram dois tipos de estruturas: as formais, que

podem ser de dois tipos: as tradicionais e as experimentais, e as informais. As estruturas

formais são as que aparecem no organograma da empresa e retratam tanto as cadeias de

comando como a hierarquia da companhia, os órgãos de linha e os órgãos de assessoria. Já as

estruturas informais não aparecem em lugar nenhum, mas podem ser mais poderosas que

qualquer outro tipo de estrutura. (CRUZ, 2010).

Cruz (2010) comenta que as estruturas organizacionais eram, até o inicio da década de

90, bastante rígidas, estavam sempre alinhadas com os objetivos de curto e longo prazo

perseguidos pela empresa. As estruturas formais, além de rígidas, eram pouco ou

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absolutamente desprovidas de criatividade, basicamente executando as funções

administrativas.

Serão mostrados a seguir os tipos de estruturas organizacionais, tanto as formais

quanto informais.

Organização Formal:

Refere-se geralmente ao padrão de organização determinado pela administração como

o esquema de divisão de trabalho e poder de controle, regras e regulamentos de salários e

controle de qualidade. Segundo Chiavenato (2011), a organização formal compreende

estrutura organizacional, diretrizes, normas e regulamentos da organização, rotinas e

procedimentos, enfim, todos os aspectos que exprimem como a organização pretende que

sejam as relações entre os órgãos.

A organização formal compõe-se de camadas hierárquicas ou níveis funcionais

estabelecidos pelo organograma e com ênfase nas funções e nas tarefas (CHIAVENATO,

2011). É por isso que uma boa implantação de ERP obtém resultados relevantes em empresas

que possuem uma boa estrutura organizacional, bem como seus processos bem definidos.

Cruz (2010) ressalta sobre processo como uma maneira pela qual se realiza uma

operação, seguindo normas estabelecidas, ou, uma forma pela qual uma empresa cria, trabalha

ou transforma insumos para gerar bens ou serviços que serão disponibilizados para seus

clientes.

Além de processos bem definidos e divisão de funções, a estrutura organizacional

formal caracteriza-se pelas atividades. Segundo Cruz (2010), Atividade é a menor parte de um

processo, qualquer ação ou trabalho específico executado quer pelo ser humano quer pela

máquina. Sendo assim, processos, funções e atividades são os pilares para uma estrutura

organizacional formal em uma empresa.

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Figura 1 – Estrutura Formal

Organização Informal:

Decorre da interação das pessoas e dos relacionamentos que se estabelecem. As

pessoas constroem relações de afeição ou rejeição, simpatias ou antipatias a partir da

instituição formal (empresa), existem sentimentos e atitudes derivados das características

pessoais de cada um. É a expressão da necessidade de ―associar-se‖ e não se modificam

rapidamente e nem procedem da lógica: estão relacionados com o senso dos valores, os estilos

de vida e com as aquisições da vida social que a pessoa se esforça por preservar.

A principal característica de uma organização informal é a questão da familiaridade, a

contratação de amigos ou familiares ao invés de profissionais, o paternalismo, familiares com

expectativa de ascensão imediata e ausência de hierarquia. O foco são as pessoas e suas

afinidades, ao passo que se dá importância às posições oficiais, que se estabelecem por meio

da autoridade.

Segundo Cruz, (2010) as décadas de 80 e 90 são de grandes transformações para a

humanidade. Essas transformações vão desde as questões econômicas até as sociais, passando

pelas transformações políticas e comportamentais. Devido ao processo de globalização, as

empresas tiveram que transformar suas estruturas velhas, viciadas e pouco produtivas em

novas estruturas, que pudessem acompanhar a velocidade com que os negócios são feitos,

adaptando-se constantemente às novas exigências.

Essa experiência que estamos vivenciando chamada Globalização está mostrando os

quantos às empresas precisam buscar novas formas de fazer negócios, baseadas nessas novas

estruturas organizacionais e o quanto é necessário que novos sistemas sejam desenvolvidos,

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voltados a atender às novas organizações que aparecem quase todos os dias, assim também

como as pessoas precisam se adaptar cada vez mais às novas exigências.

2.2 Pequenas e Médias Empresas no Cenário Econômico Brasileiro

As PME’s representam a grande maioria das companhias do País e está sendo um dos

principais motores de crescimento econômico brasileiro.

O Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) considera micro ou

pequenas as indústrias com um até 99 funcionários ou comércios com até 49 cujo faturamento

vá até R$ 60 mil reais (para o empreendedor individual), até R$ 360 mil reais (microempresa)

ou até R$ 3,6 milhões (pequeno porte) por ano.

Por definição, as indústrias médias têm entre 100 e 499 funcionários. Acima disso, ela

é considerada grande. No comércio e serviços, as médias têm entre 50 e 99 colaboradores.

Segundo o Sebrae, há 59,6 mil empresas médias e grandes registradas no Brasil.

Figura 2 – Classificação das Pequenas e Médias Empresas

Fonte: Sebrae, 2011

Já o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) define as

empresas, conforme a tabela à seguir:

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Figura 3 – Classificação segundo BNDES

Fonte: Sebrae, 2011

Segundo estudo apresentado pela Deloitte e pela Revista Exame (2012) sobre Os

principais obstáculos das Pequenas e Médias Empresas, alguns executivos responderam sobre

os desafios do ambiente de negócios no caminho das empresas emergentes. No estudo foram

336 empresas que participaram. Alguns dos principais obstáculos apresentados foram:

- Sistema Legal e Tributário: O sistema legal e tributário é o desafio mais apontado

pelas participantes do estudo como o que mais acarreta aumento de custos e esforços por parte

das organizações. A quantidade e complexidade de documentos e procedimentos geram muita

dificuldade, e também compreender as normas legislativas brasileiras ligadas à gestão de

empresas.

Todo esse processo obriga as PME’s a destinarem parte de seus funcionários à tarefas

relacionadas à gestão de documentação. Mesmo com pessoal fixo para lidar com a

documentação, 46% das empresas respondentes foram multadas ou notificadas pelo Fisco nos

últimos três anos, por desconhecimento das obrigações legais e tributárias.

- Legislação Trabalhista: as PME’s têm grandes dificuldades de assimilar o ônus

para se manter na formalidade e garantir, para seus funcionários, os direitos inerentes à

contratação com carteira assinada. Os necessários trâmites burocráticos para contratação e

demissão, as negociações com sindicatos, os pagamentos de encargos e processos trabalhistas

complicam ainda mais a realidade das PME’s.

- Captação de recursos: O nível de garantias e exigências atualmente requeridas

pelas instituições financeiras para a concessão de crédito é a barreira mais apontada dentro do

obstáculo representado pela captação de recursos aos pequenos e médios empresários.

Contudo, hoje o acesso ao crédito está mais facilitado juntamente com o BNDES (Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que oferece condições especiais para

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micro, pequenas e médias empresas com seus financiamentos e projetos de investimentos.

- Condições de Inovação: Destacar-se em meio à concorrência é um desafio constante

das PME’s. Uma das estratégias para viabilizar esse grande passo é criar condições para

inovação, como desenvolver novos produtos, contar com uma estrutura de produção que

reduza custos e renovar a imagem da empresa. Tudo isso demanda tempo e investimento dos

gestores.

- Cadeia de Suprimentos: Qualidade do panorama logístico brasileiro. A logística

dos transportes é precária no Brasil, não conseguindo atender adequadamente a demanda. São

estradas mal acabadas e outras com alto custo operacional devido aos pedágios, ferrovias que

não estão interligadas e portos operando no limite da capacidade.

Só através de uma adequada governança e gestão das organizações será possível a

pequenas e grandes sobreviverem numa economia cada vez mais globalizada.

2.3 Sistemas de Informação nas Empresas

O acesso à informação e a capacidade de, a partir desta, extrair e aplicar

conhecimentos são vitais para uma empresa aumentar a capacidade de manter suas atividades

comerciais e concorrer em um mercado sem fronteiras. As vantagens competitivas são agora

obtidas através da utilização de redes de comunicação e sistemas de informação que

interconectem empresas, clientes e fornecedores (BRAGA, 1996).

Dentro de uma empresa, os sistemas de informação têm três papéis vitais:

- suporte de seus processos e operações, auxiliando os indivíduos da administração

operacional a executar e controlar as atividades de rotina da empresa;

- suporte em suas estratégias em busca de vantagem competitiva, ajudando a monitorar

e controlar os custos do trabalho e das tarefas e aplicando a tecnologia de informação aos

produtos, serviços ou processos de negócios de uma empresa para ajudá-la a obter uma

vantagem estratégica no mercado;

- suporte no apoio às tomadas de decisões, fornecendo alternativas que facilitam a

decisão final dos dirigentes e os auxiliam na resolução de problemas complexos.

Luppi (2008) afirma que, devido à existência de diferentes interesses, especialidades e

níveis em uma organização, são necessários diversos tipos de sistemas de informação, pois

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nenhum sistema individual pode atender todas as necessidades de uma empresa. E define

quatro tipos principais de sistemas que atendem os diversos níveis organizacionais:

- sistemas do nível operacional, que dão suporte a gerentes operacionais, tais como

sistemas de controle de estoque, de faturamento;

- sistemas do nível de conhecimento que envolve as estações de trabalho e automação

de escritório a fim de controlar o fluxo de documentos, tais como sistemas de correio

eletrônico e gerenciamento de documentos;

- sistemas do nível gerencial que atendem atividades de monitoração, controle, tomada

de decisões e procedimentos administrativos dos gerentes médios, tais como sistemas de

gestão de vendas, controle de inventário, orçamento anual, análise de investimentos; e

- sistemas de nível estratégico, que ajudam a gerência sênior a enfrentar questões e

tendências, tanto no ambiente externo como interno a empresa, tais como análise de

tendências de vendas, planejamento de operações a longo prazo, planejamento de curvas de

lucro e investimento.

Figura 4 – Tipos de Sistemas de Informação

De modo geral, as organizações usam diversos sistemas de informação para a

realização das suas atividades. Além disso, os sistemas relacionam-se entre si, uns como

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fonte, e outro como recebedores de dados de níveis inferiores. Para Laudon e Laudon (2004,

p.47) ―é muito vantajoso que haja algum grau de integração entre esses sistemas para que a

informação possa fluir facilmente entre diferentes partes da organização‖. Porém, como o

autor também afirmou, essa integração gera custos e o processo é lento e complexo, devendo

a organização fazer uma ponderação desses fatores.

Tipo de Sistema Sigla Descrição

Sistemas de

informações gerenciais

SIG Contém as operações básicas da empresa, atendendo às

necessidades dos gerentes de nível médio de monitorar e

controlar a empresa, prevendo também seu desempenho

futuro.

Sistemas de Apoio a

Decisão

SAD Auxiliam gerentes de nível médio a tomar decisões que

fogem da rotina. Focam em um único problema, que se

altera com rapidez e para o qual não existe uma resolução

totalmente predefinida.

Sistemas de Apoio ao

Executivo

SAE Ajudam os executivos da gerência sênior a tomar decisões

em relação a questões como tendências de custos do setor

em longo prazo e como a empresa se encaixará nesse

cenário. Abordam decisões não rotineiras que exigem

bom senso e capacidade de avaliação e percepção, uma

vez que não existe um procedimento previamente

estabelecido para se chegar a uma solução.

Sistemas Integrados ERP Coleta dados de vários processos fundamentais da

organização, como: manufatura e produção, finanças e

contabilidade, vendas e marketing e recursos humanos.

Esses dados são então armazenados em um único

repositório central. Assim, a informação que estava

fragmentada em diferentes sistemas passa a ser

compartilhada em toda a empresa, permitindo que os

diferentes setores da organização possam cooperar de

forma mais próxima.

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Sistema de

Gerenciamento de

Cadeia de Suprimentos

SCM

Ajudam a empresa a administrar sua relação com os

fornecedores. O objetivo fundamental desses sistemas são

o de levar a quantidade certa de produtos da fonte ao local

de consumo, com menor uso possível dos recursos de

tempo e custo.

Sistemas de

Gerenciamento de

relacionamento com o

cliente

CRM

Fornecem informações sobre o cliente para que seja

possível coordenar todos os processos de negócios a ele

relacionados, em termos de vendas, marketing e serviços.

Tem como objetivo maximizar a receita, a satisfação e

retenção de clientes.

Sistemas de Gestão do

Conhecimento

SGC Possibilitam que as organizações administrem melhor

seus processos, capturando e aplicando conhecimentos.

Coletam todo o conhecimento e a experiência relevantes

na empresa e os tornam disponíveis onde e quando forem

necessários para melhorar os processos de negócio e as

decisões administrativas.

Sistemas de

Processamento de

Transações

SPT Registra as transações de rotina necessárias para o

funcionamento da empresa como, por exemplo, registro

de vendas, sistemas de reservas em hotéis, folha de

pagamento, registro de funcionário. O objetivo dos é

responder perguntas de rotina e monitorar o fluxo de

transações da organização.

Figura 5 – Tipos de Sistemas

Fonte: Adaptado de LAUDON & LAUDON (2004)

Importante ressaltar que os componentes dos sistemas de informação são as pessoas

que participam do processo de informação na empresa, as estruturas da empresa e suas

informações, e as tecnologias de comunicação e informação. Esses componentes estão em um

contexto mutável e dinâmico onde é gerada uma grande quantidade de informações

interligadas por diversas técnicas e tecnologias. Para que todo esse contexto seja útil para a

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tomada de decisões, é necessário que os sistemas de informação tenham sido gerados no

planejamento estratégico das empresas e tenham como principal foco o negócio da empresa.

(MATSUDA, 2001).

Podemos destacar segundo Cruz (2010) que ―Sistema é um conjunto de partes

interagentes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com determinado

objetivo e efetuam determinada função‖, ou ainda, ―é a disposição das partes de um todo,

dentro de uma estrutura organizada, com a finalidade de executar tarefas‖.

Ainda Cruz (2010) ressalta sobre Informação. ―É o resultado do tratamento dos dados

existentes acerca de alguém ou de alguma coisa. A informação aumenta a consistência e o

conteúdo cognoscível dos dados‖.

Com a busca constante por um mundo cada vez mais informatizado e interligado, as

empresas tem a necessidade de alinhar Sistemas de Informação com as estratégias das

empresas, para assim alcançar sucesso nos negócios. O acesso à informação e a capacidade

de, a partir desta, extrair e aplicar conhecimentos são vitais para uma empresa aumentar a

capacidade de manter suas atividades comerciais e concorrer em um mercado sem fronteiras.

As empresas que adotam sistemas informatizados adquirem um diferencial

competitivo, pois não gastam tempo com verificação e analise de dados, mas sim possuem

relatórios que são processados de forma rápida, prática e com uma menor possibilidade de

erros. Para garantir esses resultados satisfatórios e evitar falhas, faz-se necessária uma

auditoria regular nesses sistemas, a fim de avaliar as informações contidas no banco de dados

da empresa.

Hoje as pequenas e médias empresas tem dificuldade em informatizar seus processos e

tratá-los de forma integrada, ainda utilizam tabelas e planilhas eletrônicas, armazenadas em

locais diferentes e dissociadas umas das outras, o que pode complicar a vida das PME’s,

muitas vezes deixando para a última hora pesquisar uma solução que apresente a melhor

relação custo benefício de um sistema de gestão integrada.

Assim, as empresas se tornam frágeis e despreparadas para cumprir as leis sem

atropelos e riscos, não tendo suas informações de forma integrada, não possuindo subsídios

para a tomada de decisão estratégica, nem maior gestão nos processos de negócios.

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2.4 SPED para pequenas e Médias Empresas

O processo de modernização fiscal no Brasil está avançando rapidamente, e neste

cenário abrangente, as empresas estão sendo obrigadas a se adequar as obrigações fiscais

impostas pelo governo. Isso está se tornando uma realidade para todos, independentemente do

porte. Os empresários precisam perceber que o SPED é uma oportunidade para melhorar sua

gestão, pois esse sistema vai fazer com que a fiscalização aumente e as sonegações diminuam.

O SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) está impactando diretamente no

dia-a-dia das empresas, em todas as áreas, desde a infraestrutura tecnológica até, nos seus

processos internos, mas principalmente modificando e estruturando de uma forma diferente de

alguns anos atrás, quando as obrigações eram facilmente burladas. Segundo Repullo (2013),

nos últimos anos, veem-se os fornecedores de sistemas de gestão no Brasil em ritmo

acelerado para fazer com que seus softwares pudessem auxiliar seus clientes a acompanhar e

atender às exigências fiscais, com particular destaque ao Sped — Sistema Público de

Escrituração Digital, que apertou o cerco sobre as empresas que possuíam seus processos

defasados ou que burlavam o fisco.

Ainda Repullo (2013) comenta que o governo, com as medidas para aumentar o

controle sobre a arrecadação dos impostos, se tornou um "aliado indireto" dos fabricantes de

ERP para as pequenas e médias empresas, que viram suas vendas aumentarem porque elas

precisaram investir em sistemas atualizados para atender às demandas fiscais. Este cenário

acabou criando dois grupos de empresas na indústria nacional de ERP para PME’s:

1) As condenadas: centenas de pequenas empresas que não conseguiram acompanhar

as demandas fiscais, foram perdendo seus clientes e devido a essa deficiência, foram

condenadas a morte;

2) As sobreviventes: fabricantes de ERP’s nacionais que tiveram um crescimento

elevado ao ganhar cada vez mais mercado, devido a obrigatoriedade fiscal imposta às PME’s.

Valentini (2013) ressalta sobre o mal de grande parte dos brasileiros, deixar a ação

para a última hora, o que pode gerar multas para a empresa, arquivos com erros, falta de

planejamento em estarem com as informações acuradas antes da data de entrega e pelo não

mapeamento e saneamento das informações. Diante disso, comenta sobre algumas dicas para

maior eficiência e eficácia no processo, sendo primeiramente a análise das informações, é

importante a empresa ter no seu quadro de funcionários um colaborador responsável pelo

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saneamento das informações, as entradas, saídas, estoques, vendas, contabilidade e operações

fiscais; o cuidado com o estoque principalmente produto acabado e embalagem e estar atento

as datas, não deixar para entregar tudo no último dia.

Uma empresa com um bom sistema ERP e com profissionais criativos, qualificados e

éticos, irão aproveitar os desafios do SPED para gerar oportunidades de redução de custos e

criação de novos serviços logísticos. Dessa forma, essas empresas irão possuir informações

suficientes e precisas para enviar ao Fisco e ainda possuir diferencial competitivo através de

suas decisões inteligentes e bem fundamentadas.

Ressalta-se que para uma empresa obter o tão esperado sucesso profissional e

aproveitar o máximo as oportunidades que aparecem no mercado, é preciso que exista uma

estrutura organizacional formal organizada, ou seja, com processos bem alinhados, papéis

bem definidos e deveres e tarefas a executar. As atividades que ocorrem nas organizações

compõem-se de uma rede de processos, onde os mesmos precisam estar interconectados, cada

um influenciando os outros.

É preciso saber usar as informações fornecidas pelos ERP’s para competir com os

concorrentes. É preciso pensar, analisar e agir de forma inovadora, pois existe hoje muita

dificuldade no entendimento da informação. Muitas empresas até sabem como obter dados,

mas não sabe como usá-los, deparando-se assim com um dilema: uma base de dados por

maior que ela seja não é uma informação, ou seja, as informações precisam estar reunidas e

não desencontradas, assim a empresa se tornará inteligente e saberá fazer o uso da informação

para a tomada de decisão.

Figura 6 – Abstração dos dados

Além de todas as vantagens citadas acima, é importante destacar o quanto uma

empresa que possui uma boa estrutura organizacional perde competitividade no começo de

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sua trajetória devido a seu preço mais elevado, que precisará ser maior devido aos benefícios

prestados, à boa organização, ter um sistema de gestão que ajude nas estratégias da empresa.

As pessoas ainda irão preferir comprar das organizações que vendem mais barato, sonegam

impostos e não possuem sistema algum para seu controle. Mas com o tempo a empresa que

quiser sobreviver no mercado deverá se adequar a essas necessidades, explorar o potencial de

centralização das prioridades, as ações e os recursos nos seus processos.

Mas ainda há o que se contradiz, pois empresas pioneiras no mercado já vêm

adaptando seus sistemas de gestão durante o tempo de aviso do governo para garantir a

competitividade e evitar multas e atropelos para adaptarem-se as leis, sendo assim um

diferencial para as empresas que se antecipam.

2.5 ERP

No atual estágio mercadológico que se encontra o mundo empresarial, o processo de

tomada de decisões nas empresas modernas depende de informações rápidas e precisas

(SOUZA et al., 2012). O acesso às informações do negócio de forma on-line se torna um

diferencial competitivo à medida que os ERP (Enterprise Resource Planning), também

conhecidos como Sistemas Integrados de Gestão (SIG), permitem maior agilidade no fluxo de

informações para gestão da empresa. As novas ondas tecnológicas têm feito às organizações

buscarem alternativas de crescimento, a fim de atender as necessidades e legislações do

mercado, tornando os processos mais ágeis e mais alinhados com as estratégias da empresa e

sua estrutura organizacional. Os sistemas de informação se tornaram essenciais à maneira

como as empresas trabalham e competem, suportando todo o objetivo e processo de negócio.

Todo sistema que processa e gera informação a partir de um conjunto de dados pode

ser considerado um Sistema de Informação utilizando recursos de Tecnologia da Informação

ou não. (REZENDE e ABREU, 2006).

Como conceito inicial é preciso diferenciar dado e informação. Rezende e Abreu

(2006) afirmam que informação é todo dado trabalhado que gera valor agregado e com

sentido lógico para quem irá utilizá-lo. Oliveira (2007) completa que o dado transformado é o

que irá permitir ao executivo tomar uma decisão. O dado é entendido como qualquer

elemento em sua forma bruta, como um conjunto de dígitos, letras, números, que por si só não

representa conteúdo relevante ou não tenha significado claro (REZENDE e ABREU, 2006;

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OLIVEIRA, 2007).

Como definição para ERP, pode-se destacar como um sistema que apoia as áreas da

empresa de forma integrada e suporta todos os objetivos e processos de negócio, além de

auxiliar no processo decisório (DAVENPORT, 2002). Ainda Laudon e Laudon (2010) dizem

que o ERP é utilizado para integrar processos de negócio da empresa em um único local,

abrangendo todas as áreas e níveis de gerência.

Figura 7 – Módulos do ERP

Diante deste cenário de sistemas de gestão, podemos destacar o SIG (Sistemas de

Informações Gerencias) que está voltada para o processo decisório da empresa. O SIG,

segundo Cruz (2010) é o processo de transformação de dados em informações que são

utilizadas na estrutura decisória da empresa, bem como proporcionam a sustentação

administrativa para otimizar os resultados esperados.

O SIG dá suporte às funções de planejamento, controle e organização de uma empresa,

atendendo as necessidades dos diversos níveis gerenciais, fornecendo informações seguras e

em tempo hábil para tomada de decisão. Podem contribuir significativamente para a solução

de muitos problemas empresariais, mas é importante concentrar os esforços de uma empresa

nos sistemas de informação gerencial, como sendo seu diferencial competitivo.

Segundo Davenport (2002), os projetos de ERP geralmente substituem outra

tecnologia já utilizada pelos indivíduos da organização e por isso a resistência de grande parte

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dos colaboradores é muito forte. Davenport (2002) afirma ainda que estes projetos sofrem

muita rejeição, pois geralmente são conduzidos por profissionais extremamente técnicos e que

acabam omitindo pontos importantes.

O ERP pode ser parte da solução da maioria dos problemas encontrados no dia a dia

das empresas no Brasil e no mundo, contudo, é preciso fazer um bom planejamento para se

conseguir implantá-lo adequadamente na organização. A área de informática não pode ser

apenas a executora, ela tem que ser proativa ao se esforçar ao máximo para que todos utilizem

totalmente os recursos e funcionalidades do ERP.

As organizações têm alguns anseios referentes à implantação de um ERP. Dentre eles

podemos citar a informação integrada, atualizada, facilmente partilhada e acessível, a

melhoria da qualidade dos serviços, a redução e controle dos custos, redução do tempo de

produção, melhoria na relação/satisfação do cliente final e aumento da produtividade.

É importante ressaltar como o ERP implica na estrutura organizacional da empresa,

podendo deixar seus processos mais engessados. Além disso, uma implantação de um ERP

em geral não é fácil, devido principalmente a sua abrangência, complexidade, retorno lento do

investimento, processo muito demorado e custos envolvidos, o que gera uma resistência tanto

dos funcionários quanto da administração da empresa, pois os mesmos sabem que o impacto

será grande e que precisará muito da colaboração de todos.

Para implantação de um sistema ERP, podemos citar 3 fases como as mais

importantes:

Fase de Análise;

Fase de Instalação/Parametrização;

Fase de Adaptação.

Fase de Análise: Pode ser subdividida nas seguintes subfases:

1. Definição e planejamento do projeto – esta etapa tem como objetivo toda a

definição e planejamento do projeto, incluindo a definição da estratégia a ser utilizada durante

o processo (aceitação de normal, condições, etc.)

Nesta fase também é feita a escolha da equipe que irá acompanhar o projeto.

Normalmente integram a equipe pessoas ligadas à empresa, e ao fornecedor/instalador do

sistema.

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2. Instalação do hardware e do software – Nesta fase, estudam-se as

compatibilidades do hardware e do software, bem como se verifica por meio de um estudo as

alterações necessárias para que possam suportar o novo sistema. Poderá também ocorrer nesta

fase a instalação de novos hardware e software.

3. Simulação – Na última fase deste primeiro grupo, são realizados os estudos da

implementação, bem como é efetuada uma primeira simulação, no intuito de verificar a

veracidade dos estudos, desta forma, poderá ser dada continuidade ao trabalho sem grandes

problemas ou falhas. A má elaboração destes estudos é um dos grandes fatores para o

insucesso da instalação deste tipo de sistema.

Fase de Instalação/Parametrização: É dividida nas seguintes subfases:

1. Formação dos usuários-chave – Os usuários-chave formados, ao final do

procedimento, terão a tarefa da formação dos utilizadores finais.

2. Análise e definição de procedimentos e dos dados existentes – Neste passo,

efetua-se a análise e definição de procedimentos da empresa e dos dados existentes, para que

na próxima fase seja conhecida a sua natureza e o planejamento seja efetuado com exatidão.

3. Definição do planejamento da conversão de dados – como foi descrito acima,

quando este tipo de sistema for implantado efetivamente, todas as aplicações instaladas serão

retiradas para a implantação do sistema integrado. A retirada das aplicações não será grave se

os dados forem preservados. Como, normalmente, o volume de dados é extenso, há

necessidade de definir um plano de conversão dos dados existentes para o novo sistema.

Fase de Adaptação: A terceira e última fase poderá ser dividida em seis subfases:

1. Configuração do Sistema de Informação

2. Formação dos usuários finais – Nesta fase, os usuários-chave se responsabilizam

pela formação dos usuários finais, instruindo estes sobre a forma de utilização do novo

sistema.

3. Conversão de dados – após o planejamento da estratégia de conversão de dados, é

agora nesta fase que se procede a conversão de todos os dados.

4. Simulação – Efetua-se uma simulação das várias áreas de implementação para

verificar se a instalação foi efetuada com sucesso, de forma que seja possível alterar e voltar a

parametrização o que for necessário. Este passo é um dos que consome mais tempo, pois para

o correto funcionamento da empresa é necessário que tudo esteja perfeito.

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5. Sistema Operacional – Se o sistema passar na fase anterior em todas as áreas em

que foi implementada, a próxima etapa consiste em efetuar o balanço de como decorreu o

projeto.

6. Conclusão do Projeto – Final do Projeto.

Outro modelo de metodologia de implantação pode ser resumido na figura abaixo:

Figura 8 – Metodologia de Implantação

a) Diagnóstico e análise de aderência – Através de entrevistas e aplicação de

questionários são obtidas informações sobre o modelo de funcionamento e gestão

da empresa e identificados seus pontos fortes e fracos. É também avaliado com

precisão o nível de aderência das funcionalidades do software com as operações da

empresa para refinamento do orçamento dado quando da venda do produto,

inclusive quanto ao número de usuários.

b) Fórum de lançamento do projeto – O fórum consiste na realização de palestras

rápidas sobre as melhores práticas de aplicabilidade na empresa, palestras de visão

geral das funcionalidades do software e dinâmicas de grupo, objetivando a criação

de um espírito de equipe favorável ao processo de implantação.

c) Educação com as melhores práticas – A jornada de implantação de um sistema

de gestão empresarial, não pode ser tratada como uma simples informatização de

processos. É este um momento extremamente oportuno para a empresa questionar

seu modelo estratégico e operacional, comparando-os com as melhores práticas.

d) Treinamento no software e laboratório – Esta atividade é realizada com os

membros da equipe do projeto e usuários-chave dos processos abrangidos por cada

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um dos módulos do software. Consiste em sessões formais de treinamento, onde

também são discutidos os relacionamentos entre as parametrizações possíveis do

software e a realidade da empresa.

e) Customizações e interfaces – Na fase de laboratório são identificadas com mais

precisão as necessidades eventuais de customizações e interfaces com sistemas

existentes na empresa. Inicia-se então, a desenho de tais programas e, após a

aprovação dos usuários, a programação é realizada e, ao final, testada no ambiente

de laboratório.

f) Migração dos sistemas – Dois modelos de migração de sistemas podem ser

utilizados, de acordo com as características encontradas em cada empresa:

Modelo Big Bang Modelo de Migração por Macro-

Processos

Onde todas as funcionalidades do

software são implantadas de uma só

vez. É uma estratégia com maior grau

de risco e exige um volume bastante

significativo de testes do software antes

da virada e um grande esforço de

coordenação.

-Suprimento, estocagem, contas a

pagar;

-Entrada de pedidos de clientes,

planejamento e controle de produção;

-Separação de pedidos, faturamento,

expedição e contas a receber;

-Contabilização geral, de custos e

planejamento orçamentário;

-Processos auxiliares de produção

como manutenção, qualidade, etc...

Figura 9 – Modelos de Migração

Fonte: Autor (2013).

g) Revisão de processos – Conforme decisões advindas de grupos de trabalho

reunidos no fórum ou decorrentes dos seminários de educação com as melhores

práticas, a consultoria poderá prestar apoios com a sua metodologia para a revisão e

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redesenho dos processos da empresa. Através do modelo de forças-tarefa e alocação

de consultores com capacitação específica, tais revisões poderão ser conduzidas de

maneira rápida e exercerão uma significativa alavancagem nos resultados da

implantação do sistema de gestão.

h) Avaliação do desempenho da empresa e andamento do projeto – A metodologia

de projeto de implantação de Sistemas de Gestão – ERP determina que, pelo menos

mensalmente, sejam realizadas reuniões com a direção da empresa, através de um

órgão que pode ser chamado de Comitê Diretivo. Em tais reuniões a equipe do

projeto apresenta e discute um conjunto de indicadores de desempenho para os

objetivos de atendimento ao cliente, produtividade e qualidade, eficácia dos

suprimentos e rentabilidade dos produtos. Também, na reunião do Comitê Diretivo,

deve ser apresentada a evolução real do projeto em relação ao cronograma, bem

como a discussão de pontos notáveis do mesmo.

i) Tempo de implantação – O tempo de implantação para uma empresa com um

único local de operações e com processos bem organizados é de 4 a 6 (quatro a

seis) meses após a instalação física do hardware e software. Empresas com vários

locais de operação e problemas significativos de processo terão o tempo de

implantação mais corretamente estimado, ao fim da etapa de Diagnóstico.

j) Preços dos serviços – Os preços para os projetos de implantação sofreram grandes

modificações nos últimos anos.

A adoção de ERP consiste em um projeto de mudança organizacional e não só de

informática. Há grande despreparo e conhecimento das empresas em relação à profundidade

das mudanças que estão por trás da implantação do sistema.

Para obter resultados significativos é necessário rever a forma de operação atual e

propor modificações visando a potencialidade da tecnologia que será instalada, sempre em

consonância com a visão estratégica.

A equipe responsável pela implantação deve ser experiente e ter bons conhecimentos

sobre o negócio. A contratação de profissionais com este perfil é um aspecto crítico

principalmente para empresas de médio porte, pois o custo é extremamente alto,

principalmente por se tratar de um projeto longo e complexo.

Dos benefícios oferecidos pelos ERP’s, podem-se citar alguns:

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Automatização de processos e controles manuais;

Eliminação de retrabalho;

Otimização do fluxo de informação;

Redução de custos e riscos;

Controle sobre as operações da empresa;

Reduz o tempo de resposta e assistência ao cliente;

Melhora o monitoramento do sistema e agiliza a consulta às bases de dados;

Permite acesso à informação tratada, muito mais rapidamente;

Permite o controle de custos.

Estudos levantam nove fatores considerados como críticos para a implementação de

sistemas complexos, em particular, sistemas ERP:

Compreender a cultura da empresa;

Iniciar a mudança dos processos de negócios antes da implementação;

Manter uma comunicação constante, mas em termos técnicos;

Garantir um forte apoio dos executivos para o projeto;

Possuir um gerente de projeto que possa negociar em todos os níveis;

Escolher uma equipe de projeto balanceada (entre a área de sistemas e as áreas

de negócios);

Escolher uma boa metodologia de projeto;

Treinar os usuários e garantir apoio para mudanças de cargos;

Esperar que problemas surjam.

As empresas estão adquirindo os sistemas de gestão pelo fato de com ele conseguirem

uma padronização dos dados, facilitando a compreensão e comparação de resultados, uma

padronização de processos, promovendo mudanças na forma de trabalho para adequar-se ao

novo modelo de negócio e uma mudança contínua da organização, seguindo um planejamento

a fim de permitir que a organização aprenda com as interações do ambiente com o seu

negócio.

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Baseado nestes benefícios, as empresas precisam crescer junto com a evolução do

ERP. À medida que os processos vão sendo implantados, percebe-se a necessidade de

melhorá-los ou otimizá-los, já percebendo assim as vantagens competitivas, vantagens de

custo para a empresa, pois além de processos mais rápidos, serão processos mais organizados.

Hoje há diversas ferramentas que podem ser integradas ao ERP para impactar na evolução,

dentre elas Gestão de Relacionamento com o Cliente - Customer Relationship Management

(CRM), que está voltado às necessidades externas da organização.

Na entrada de um ERP na empresa, os funcionários serão afetados pelo impacto da

mudança, precisando assim a empresa estar preparada para contornar esse impacto. É preciso

criar condições para a implantação, estudando primeiramente os processos da organização

para depois trabalhar com as pessoas.

Rezende e Abreu (2006) retratam que algumas das atitudes tomadas pelos indivíduos

perante inovações tecnológicas são: tratar a tecnologia como parte de um mundo do qual não

faz parte, tratar a TI como um setor privilegiado, subvalorizar a tecnologia, considerar ainda

que a tecnologia irá resolver todos os seus problemas, e ter medo do novo, demonstrando

contrariedade devido ao pouco conhecimento sobre o sistema.

Os indivíduos da organização passam por alguns estágios de aceitação da mudança na

empresa. Num primeiro momento, as pessoas criam uma série de artifícios para não colaborar

no desenvolvimento do processo, trabalhando contra e ultrapassando a barreira de uma

simples resistência. Após isso, o indivíduo começa aceitar o processo de mudança, colocando-

se em uma posição de novas descobertas, pois ajuda na força criativa das pessoas no processo

de melhorias que está sendo implantado. Por isso, é fundamental que a mudança seja

gerenciada o tempo inteiro no processo de implantação e após ele.

2.6 O Futuro dos ERP’s

Diante das tecnologias que estão no mercado, tais como Cloud Computing,

mobilidade, social business e big data, os ERP’s atendem apenas a uma parte das

necessidades de informações das empresas, se tornando cada vez menor perante os anos.

Em uma reportagem do TI Especialistas, Taurion (2013) comenta sobre o motivo com

que levou as empresas adotarem sistemas ERP, citando a integração entre processos, um

banco de dados central com visão única da verdade são extremamente positivos, mas que

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tornam a empresa inflexível e rígida demais para se ajustar a dinâmica dos negócios atuais.

Mesmo com parametrização e customizações, a velocidade das mudanças nos atuais cenários

de negócio e a entrada acelerada de novas tecnologias faz com que o ERP pareça um imenso

petroleiro manobrando no oceano.

Diante dessa colocação, pode-se abrir uma reflexão sobre a arquitetura atual dos

ERP’s. Será que as mesmas estão adequadas ao cenário de negócios do século XXI, e como se

comportará nos próximos anos? Flexibilidade e agilidade tornam-se um fator de vantagem

competitiva e um sistema que demora a responder, passa a ser um problema e não solução.

Esse novo contexto tem algumas características próprias, dentre elas a flexibilidade da

computação em nuvem que permite que o ERP possa operar fora da própria empresa se

moldando mais facilmente as variações de demanda da carga de trabalho. Outro aspecto

importante é o conceito de social business, que faz com que as redes de conexão entre

funcionários e clientes se espalhem além dos limites da empresa, criando um cenário mais

abrangente.

A TOTVS que será a empresa estudada no estudo de caso é outra grande entusiasta do

ERP na nuvem, tendo mais de dois mil clientes usando o software através da nuvem. Esse

número é menos de 10% da carteira de clientes da TOTVS, mas é um volume de respeito em

qualquer lugar. Além do ERP na nuvem, Vieira (2013) destaca em uma reportagem para

ComputerWorld que os dispositivos móveis também são parte importante da tecnologia

pensada pela TOTVS em seu ERP. Em um posto de pedágio, por exemplo, a transação ocorre

no fato gerador, ou seja, o carro passando pela catraca. No caso de um vendedor mandando

informações constantemente através do celular é possível saber onde ele está e se a rota

traçada está dentro ou fora do planejado. Em vez de o cliente acessar a aplicação para

informar onde as coordenadas de GPS apontarão.

As empresas estão apostando fortemente no ERP social. Com o ERP Social, a gestão

da empresa torna-se colaborativa, compartilhada e conectada. O ERP Social consegue mapear

exatamente o que o cliente gosta, tornando assim o relacionamento melhor e a eficácia de

atendimento maior. Ele reúne dados das redes sociais e compartilha as informações com a

empresa, que poderá oferecer uma experiência melhor e mais personalizada.

Além do atendimento customizado, o ERP social permite uma integração entre os

funcionários muito mais eficaz, rápida e transparente ao cliente, uma vez que é possível

utilizar a comunicação por mensagem em smartphones, ao invés de realizar as solicitações

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pelo telefone ou rádio na frente do cliente. Alertas de manutenção, segurança ou limpeza

tornam-se mais rápidos e menos explícitos (BADDINI, 2013).

Um exemplo que se pode dar é uma pessoa que chega a um hotel e a recepção verifica

no sistema que ele é um cliente valioso e oferece um quarto melhor do que havia sido

reservado. No entanto, o único quarto disponível está com o ar condicionado quebrado. Em

um cenário tradicional, a recepcionista usa o telefone para localizar alguém e consertá-lo. Mas

com o ERP Social o sistema de gestão empresarial no tablet está conectado com o smartphone

de outros funcionários, que recebem um alerta sobre a necessidade de manutenção do local.

(OLIVEIRA, 2013).

Figura 10 – ERP Social

Poderíamos citar diversos outros exemplos de tecnologias, pois existe uma vasta gama

de sistemas de gestão específicos para cada tipo de negócio e para atender a cada tipo de

necessidade específica de cada empresa. É importante que a organização explore essas

possibilidades para conhecer o melhor acerto entre o sistema ERP utilizado e o sistema de

gestão que pode contribuir para as exigências do mercado, mantendo-se sempre competitiva.

2.7 Resistência à Mudança

A mudança organizacional é, geralmente, um processo complexo, definido como a

alteração de certo estado de coisas internas da organização, tendo em vista uma nova forma de

comportamento coletivo, em função de um fator interno ou externo à organização. A mudança

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sempre envolve o indivíduo e seu meio, sendo que o grande desafio é o de controlar o

processo de mudança (MOTTA, 1997). Uma mudança somente ocorre quando as pessoas

envolvidas percebem que seus pressupostos não são mais validados pela realidade, sendo que

esse processo de mudança é geralmente doloroso e pode levar ao aumento da ansiedade, culpa

e perda da autoconfiança (WOOD et al., 1995).

Dalla Vecchia (2011) define mudança organizacional como uma transformação de

caráter estrutural, estratégico, cultural, tecnológico, ou de outras vertentes, que gera impacto

em parte ou em toda a organização. A mudança requer da pessoa sua maneira de pensar, agir,

comunicar, inter-relacionar-se e criar novos significados. Mudar envolve o indivíduo e seu

meio, portanto, é incerto e arriscado – tão promissor quanto ameaçador.

Chiavenato (2010) aponta o fato de que a cultura organizacional de uma empresa pode

ser um fator de sucesso ou de fracasso das organizações. Ela pode ser flexível e impulsionar a

organização, como também pode ser rígida e travar o seu desenvolvimento.

A mudança aparece não só como inevitável, mas necessária à sobrevivência. Os fatos

se alteram com rapidez, e o mesmo acontece com as ideias. O tempo para planejar,

experimentar e agir está cada vez mais reduzido. Nenhuma empresa pode se considerar

atualizada, a não ser por alguns momentos: assim, todas deverão lutar contra parte do seu

passado e contra o obsoletismo para inovar e se transformar (MOTTA, 2001). Acompanhar as

mudanças requer muita flexibilidade e adaptabilidade. As empresas precisam se manter no

mercado, por isso trabalham a capacidade de acompanhar a velocidade das mesmas.

Mas, mesmo aceitando que mudanças são inevitáveis, Drucker (2007) diz que é

preciso diferenciá-las da comparação com a ―morte‖ e com os ―impostos‖: inevitáveis,

imprevisíveis e adiados o máximo possível. As pessoas têm que saber onde estão e o que

podem esperar da empresa. Esta informação permite que as mudanças sejam adequadas às

realidades e sustentem a criação de um futuro ―maleável‖.

As novas tecnologias vão sempre provocar mudanças no ambiente social da empresa.

É difícil imaginar alguma inovação tecnológica que possa ser introduzida sem provocar algum

efeito. Os objetivos perseguidos pelas organizações, ao adotarem inovações tecnológicas,

variam bastante, mas em geral são de natureza aquisitiva. (REZENDE e ABREU 2006).

A implementação de mudança dentro de uma organização parece tarefa fácil, mas é de

extrema complexidade. Mudar uma cultura organizacional é um dos maiores desafios,

principalmente por estarem focados diretamente em pessoas. A mudança trabalha com

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situações desconhecidas, gerando medo, ameaça e insegurança nos indivíduos da organização.

As mudanças pessoais e organizacionais só acontecem quando são procuradas e trabalhadas

com toda a convicção. Além disso, percebe-se que grande parte desta dificuldade e resistência

frente aos processos de mudança deve-se às emoções, que, para Goleman (2001), são

essencialmente impulsos para uma ação imediata, planejamentos instantâneos.

A necessidade de mudança assume nos dias de hoje uma importância nunca antes

vista, tanto no aspecto qualitativo como quantitativo, destaca Marras (2000). E gerenciar este

processo é um dos maiores desafios, principalmente por estarem diretamente focados em

pessoas. Para complementar essas afirmações, cabe uma frase histórica de Walt Disney ―você

pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas é preciso

gente para fazer do sonho uma realidade‖.

Em um processo de mudança, é preciso que haja primeiramente uma comunicação

eficiente, um clima organizacional de respeito e confiança entre os funcionários, sempre com

a participação ativa das pessoas. Além disso, é essencial que o líder tenha habilidades para

influenciar as pessoas a trabalhar com entusiasmo para alcançar o objetivo comum.

3. ESTUDO DA ARTE

Uma mudança que começa a ser percebida e que será tendência é o crescente interesse

dos fornecedores de TI atenderem às Pequenas e Médias Empresas. Tudo isso pelo fato de

precisarem se adequar as legislações, sendo um grande desafio as PME’s. Da redação

ComputerWorld (2013), destaca 10 motivos para PME’s investirem em ERP. Dentre eles,

podemos citar:

1. Centralização do Controle: A empresa deve ter um centro de controle. O ERP

deve centralizar as informações de todos os processos e diferentes departamentos

em um único banco de dados.

2. Evitar situação de calamidade operacional: O aumento do volume das

transações e o uso intensivo de planilhas, leva ao descontrole total e até a situação

de colapso operacional. A consequência final pode ser o fechamento da empresa.

3. Custo do uso das planilhas: Mão de obra gasta tendo que digitar a mesma

informação em dois ou mais lugares. Custo do retrabalho devido a erros causados

por falta e demora da informação.

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4. Visão ampla e geral da empresa: O ERP proporciona ao gestor uma visão geral

da empresa. Consegue mostrar as informações mais importantes para tomada de

decisão e planejamentos.

5. Fluidez nos processos: O sistema ERP faz todas as operações de forma

automática e sincronizada, eliminando o desperdício de tempo, mão de obra e

material.

6. Aumento das vendas: No controle por planilhas, o orçamento é lançado, mas não

é verificado se teve a confirmação do recebimento, se teve retorno, etc, o que leva

ao esquecimento e perda da venda. No ERP existe mecanismo de verificação

automática para que isso não aconteça. O sistema emite diariamente relatório das

propostas, sua situação e medidas a serem tomadas.

7. Melhora a gestão: Controle de gastos, planejamento de tarefas, controle de

cronograma.

8. Flexibilidade: Na hora de escolher um ERP é preciso buscar softwares que

permitam fazer as adequações necessárias para manter a flexibilidade dos

negócios, pois as pequenas empresas tem grande vantagem em adequar-se às

necessidades do mercado ou condições impostas pelos compradores.

9. Pensar no longo prazo: Procurar por fornecedores com experiência, qualidade no

suporte aos usuários, tradição, pois o ERP é um investimento a longo prazo, sendo

importante analisar isso ao adquirir.

10. Obsolescência Tecnológica: O software precisa estar sempre atualizado para

acompanhar a evolução tecnológica. Nem sempre as pequenas empresas precisam

de todos os módulos que compõem o pacote do ERP. Neste contexto há

alternativas de soluções implantadas modularmente e também as opções em nuvem

de acordo com a necessidade e adicionadas conforme o crescimento dos negócios.

Como citadas anteriormente algumas outras tendências como ERP Social, podemos

destacar o ERP na nuvem. Gonsales (2013) comenta sobre alguns benefícios com o ERP na

nuvem e algumas preocupações comuns.

Gonsales (2013) comenta que os custos de capital são reduzidos, pois não há mais

necessidade de comprar hardware para manter o ERP em ―casa‖, ou sob sua responsabilidade,

também custos operacionais, incluindo suporte de TI são reduzidos uma vez que servidores e

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sistemas operacionais podem ser de responsabilidade do fornecedor. Outro ponto destacado é

sobre a equipe interna de TI estar mais focada nos objetivos estratégicos da organização, onde

a equipe pode concentrar seus esforços em tarefas que agreguem mais valor ao negócio. Além

disso, ressalta que o sistema ERP na nuvem é ideal para novas empresas, que estão iniciando

suas atividades e também para empresas que estão criando novas divisões de negócio. Pode-se

usar a funcionalidade que se precisa e expandir o seu uso em conformidade com o

crescimento da empresa, evitando com isso grandes investimentos em capital.

Além disso, Gonsales (2013) fala sobre o acesso ao ERP de qualquer lugar, permitindo

que os usuários realizem todas as suas tarefas de qualquer lugar, inclusive de suas casas,

bastando para isso ter conexão com a internet. A facilidade do processo de atualização de

release também é um dos benefícios, ficando a cargo do fornecedor a atualização, não tendo

necessidade de grande movimentação na organização.

Mas há algumas preocupações e questionamentos ainda sobre a segurança dos dados,

sobre a perda de controle dos dados do ERP, queda de link (conectividade) e seu tempo de

resposta. Tudo isso se leva em conta antes de uma mudança na empresa.

Gonsales (2013) aponta que a principal preocupação com a computação em nuvem é a

segurança e o risco de ter seus dados acessados por outros através da internet. Para isso, é

recomendada a escolha de um fornecedor com uma carteira de clientes satisfeitos, examinar

cuidadosamente as garantias de disponibilidade, acordo de nível de serviço (SLA) e outros

termos e condições pertinentes à continuidade dos serviços.

4. PROPOSTA METODOLÓGICA

Esta seção tem como objetivo apresentar os procedimentos metodológicos utilizados

para a elaboração do trabalho.

4.1 Delineamento da Pesquisa

Segundo Gil (1991), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um processo formal e

sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é

descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.

A presente pesquisa caracteriza-se como pesquisa exploratória, descritiva e

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explicativa, de natureza aplicada, bem como estudo de caso em profundidade, a fim de captar

as informações necessárias para a investigação. Tem natureza qualitativa e cunho exploratório

e explicativo, pois visa o aprofundamento da realidade, buscando a razão e o porquê das

coisas.

4.2 Amostragem

Para Roesch (1996), o propósito da amostragem é construir um subconjunto da

população que é representativo nas principais áreas de interesse da pesquisa.

Para Marconi e Lakatos (2006) amostra é uma parcela convenientemente selecionada

do universo (população), ou seja, é um subconjunto do universo.

4.3 Procedimentos e Técnicas de Coletas de Dados

Existem vários instrumentos para coleta de dados, tais como: a entrevista, o

questionário, os testes e a observação. Em relação aos dados coletados, é importante observar

que podem ser compreendidos entre dados primários e secundários (ROESCH, 1996).

Neste trabalho, as informações primárias, estas que são informações obtidas através de

pessoas, foram coletadas mediante aplicação de entrevista de profundidade. (APÊNDICE A).

Conforme Kerlinger (1980), entrevista em profundidade é mais usada para a pesquisa

qualitativa. Perde-se o efeito da interação do grupo, porém, é possível identificar detalhes que

não aparecem nas discussões grupais. O entrevistador deve ser altamente qualificado, pois,

além de conduzir a entrevista, ele avaliará os resultados. Espera-se que sejam obtidas

informações sobre expectativas, angústias, incertezas e preocupações sobre o produto ou

assunto em questão.

Os dados secundários foram obtidos através de análise de documentos (ANEXO A),

como estrutura organizacional, planejamento estratégico, formulários, projeto do novo

sistema, organograma da empresa, além do site da instituição, entre outras fontes.

4.4 Metodologia Utilizada

As seguintes etapas se sucederam para a realização deste trabalho:

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a) Estudo bibliográfico;

b) Elaboração de questionário;

c) Coleta de dados via amostragem;

d) Análise e interpretação dos dados.

Para o desenvolvimento teórico do trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas

com a finalidade de aprofundar o tema cientificamente. As fontes de pesquisa foram livros,

artigos e trabalhos acadêmicos.

A fim de auxiliar o levantamento das informações, foi elaborado um questionário

abordando aspectos relevantes sobre o processo de implantação do ERP na empresa, gestão da

mudança e aspectos relacionados ao pós-implantação. O questionário foi aplicado aos

principais usuários-chave do processo implantação do ERP. No presente estudo foram

entrevistadas 9 pessoas que participaram diretamente na implantação do ERP TOTVS, sendo

usuários finais e os gerentes da empresa. Estas pessoas foram escolhidas por serem

informantes chaves, por terem passado por todo o processo de implantação e pós-implantação,

vivenciando os impactos desta mudança, e por poderem contribuir com informações

importantes para a pesquisa. Para preservar a imagem dos entrevistados foi adotado o critério

do anonimato.

5. DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO

Com o objetivo de introduzir os motivos da mudança e contextualizar a implantação

do sistema, este capítulo apresenta o cenário do projeto de implantação do ERP em uma

empresa fornecedora de soluções em sistemas elétricos, abordando o ambiente onde a

empresa está inserida, a decisão da mudança, a resistência e dificuldades dos usuários e a

implantação do sistema em geral.

5.1 Caracterização da Empresa

A empresa fornecedora de soluções em sistemas elétricos em estudo nasceu em 2000 e

localiza-se em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. A principal estratégia de negócio é

desenvolver, industrializar e comercializar produtos e serviços objetivando a satisfação dos

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clientes internos e externos, fornecendo soluções em sistemas elétricos através da melhoria

contínua dos processos. Possui alguns valores estratégicos como comprometimento,

determinação, responsabilidade, qualidade, espírito de equipe, inovação e flexibilidade.

Sua missão é prover soluções diferenciadas em produtos e serviços para a satisfação

do cliente, maximizar a rentabilidade da empresa e acionistas, potencializar o colaborador,

oportunizando crescimento pessoal e profissional e estar em harmonia com a comunidade e

meio ambiente.

Atualmente, a empresa conta com 220 funcionários no seu quadro funcional. Entre os

pontos fortes da empresa, destacam-se: estrutura diferenciada do mercado, onde conta com

grande suporte interno de técnicos e engenheiros, o que facilita muito o dimensionamento de

materiais; Poder de atuar em vários segmentos do mercado, distribuição de materiais,

engenharia de obras e assistência técnica; disponibilidade de filiais para atender demais

regiões do estado; arrojada, agressiva em alguns processos de negociação; disponibilidade de

qualificação técnica dos funcionários e flexibilidade para atuar e adaptar aos novos processos.

Em contrapartida, há também pontos fracos que necessitam de atenção, dentre eles:

Pouco planejamento para ações estratégicas dentro da empresa; dificuldade de alocar pessoas

com os perfis corretos nos cargos corretos; comunicação interna entre os setores.

6. ANÁLISE DOS DADOS

6.1 Resultados da Pesquisa Qualitativa

A decisão da mudança do sistema de gestão ocorreu primordialmente pelo fato do

crescimento da organização e pela necessidade de informações mais confiáveis e rápidas. Um

dos pontos principais citado por um dos gerentes entrevistados foi o fato de o sistema antigo

não ter todas as áreas integradas, precisando de vários sistemas para compor os dados. Assim

a escolha do ERP, que visa integrar todas as áreas da empresa, tendo um melhor rendimento.

Antes da mudança do ERP a tomada de decisão se dava de maneira muito lenta e não

confiável. Apesar de todos os setores estarem informatizados, as informações não eram

interligadas, de forma que para ter uma análise real existia a necessidade de executar trabalhos

manuais, com geração de planilhas, arquivos de texto ou documentos impressos, o que

tornava a tomada de decisão muitas vezes impossível que fosse feita em tempo real. Devido a

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isso, a empresa passou a buscar um sistema que reunisse todos os dados e processos em um

único sistema.

O Cenário do sistema antigo de gestão (Ver Figura 10) era composto por 2

fornecedores terceirizados e por um colaborador. A empresa Domínio de Porto Alegre

oferecia os módulos de Logística, Obrigações Fiscais, Informações Gerencias, Comercial,

Adm/ Financeiro, Obras e Projetos e Apoio, no sistema DomSGE. O setor de Recursos

Humanos possuía um sistema que era fornecido pela empresa Domínio Sistemas de Criciúma

e o Sistema de Frotas foi desenvolvido por um colaborador da empresa, assim não

necessitando de um terceiro fornecedor para fechar o ciclo do sistema de gestão.

Figura 11 – Cenário do antigo Sistema de Gestão

De início, foram avaliadas 8 empresas fornecedoras de software, sendo feito um

período de estudos de aspectos relevantes como custo benefício, consultoria, treinamentos,

suporte técnico e ferramentas que atendessem todas as áreas da empresa, a mesma negociando

com 3 fornecedoras de software de gestão.

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Durante a fase de escolha do fornecedor final de ERP foram levantadas as

necessidades de informatização de cada setor ou departamento. O Departamento de TI

organizou reuniões de apresentação dos softwares dos três fornecedores selecionados com a

direção da empresa a fim de captar suas percepções sobre qual era o sistema que atenderia as

demandas da empresa.

Por fim, a empresa decidiu contratar o sistema de gestão da empresa TOTVS pela

estrutura maior de apoio e por ter atendido as expectativas de integração das áreas e

informatização dos setores.

Assim, o cenário atual com o sistema TOTVS, foi modificado, integrando as duas

áreas que eram terceirizadas e incluindo alguns módulos novos para o controle da empresa. O

sistema da empresa TOTVS é dividido por módulos. O módulo RM abrange toda a parte

sobre Obras e Projetos, enquanto o módulo Protheus, integra todos os outros setores,

Obrigações Fiscais, Controle de Lojas, Estoque, Adm/Financeiro, Comercial, Custos,

Faturamento, Contabilidade Gerencial, Compras, Recursos Humanos, Medicina e Segurança

do Trabalho e o Sistema de Frotas.

Figura 12 – Cenário do sistema de Gestão Atual

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As principais questões observadas no processo de migração para o sistema TOTVS

foram atrasos, conflitos e interrupções, ocasionados principalmente por resistências à

mudança.

6.2 Análise dos Resultados

A implantação do novo sistema de gestão provocou uma série de manifestações nos

líderes e usuários envolvidos. Inicialmente, constatou-se que a maioria dos entrevistados

apontou a mudança do sistema um pouco turbulenta, mas que era necessária devido ao atual

momento de expansão da empresa e em virtude da pouca informação para tomada de decisão

que a ferramenta de gestão anterior apresentava. O entrevistado número um resume o seu

sentimento frente ao novo cenário:

―Eu achei a mudança do sistema uma mudança necessária, pois com o

crescimento da empresa muitos controles novos eram necessários ser aplicados‖.

Já o entrevistado dois comenta:

―A mudança do sistema foi necessária para a evolução e controles gerenciais da

empresa‖.

O respondente nove comenta sobre o desconforto da mudança:

―Mudança sempre gera desconforto pelo desconhecido, mas à medida que nos

adaptamos a nova sistemática começamos a evoluir‖.

De acordo com as entrevistas, verificam-se manifestações convergentes com relação

ao envolvimento das pessoas nos processos. Conforme afirma Motta (2001), mudar envolve o

indivíduo e seu meio, portanto, é incerto e arriscado – tão promissor quanto ameaçador.

Mesmo as pessoas conscientes da necessidade de melhoria, não impediu que o medo do

desconhecido e a ansiedade fossem os sentimentos marcantes nesta fase. O respondente

número um comenta sobre o envolvimento das pessoas:

―O principal conflito na mudança é principalmente a negação dos usuários em

aceitar o novo, ter o envolvimento das pessoas‖.

Já o respondente número quatro comenta:

―Tudo o que é novo faz as pessoas saírem de sua zona de conforto, quem não

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saiu e não se envolveu inteiramente no processo sofre até hoje. Também considero

natural ter um período de adaptação para uma mudança significativa como essa‖.

Em contrapartida, houve manifestações totalmente divergentes, pois enquanto para um

usuário estava ocorrendo tudo da melhor forma, para outros havia o sentimento de revolta ou

de indignação frente a alguns processos. Podemos destacar a questão dos treinamentos, onde

para alguns usuários houve treinamentos suficientes e para outros totalmente insuficientes. O

entrevistado número um comenta:

―Todos os usuários foram treinados de forma ativa. O maior problema foi o

envolvimento das pessoas e entendimento da importância que esse tipo de conhecimento tinha

para o sucesso do processo como um todo‖.

O respondente três ressalta novamente a falta de interesse dos funcionários:

―A empresa ofereceu, antes da virada, treinamento e utilização na base

protótipo para todos os usuários chaves e usuários finais, a fim de identificar problemas e

resolvê-los antes da implementação oficial. Porém, a maioria dos usuários, por falta de tempo

e também de interesse, não utilizou da forma adequada, gerando muitos dos problemas que

surgiram na sequencia‖.

Para o respondente do comercial, o mesmo relata a falta de repasse de informações:

―Cada setor foi escolhido uma pessoa para participar do treinamento e esta

ficou na obrigação de repassar o conhecimento para as demais. No setor comercial, não teve

essa replicação de informação, com isso surgindo muitos problemas, não sabíamos como

logar no sistema, como procurar alguma informação, etc‖.

E o que mais chama a atenção é o setor de TI e a gerência da empresa na resposta

sobre a questão dos treinamentos. Para eles o processo estava ocorrendo da melhor maneira e

as informações estava sendo repassadas, onde na realidade isso não estava acontecendo para

todos os setores. O respondente sete, setor de TI, enfatiza que:

―Eram feitos os treinamentos com os usuários chaves e estes repassavam para

os demais indivíduos dos setores da empresa‖.

Para a gerência da empresa, o processo ocorria normalmente:

―O treinamento foi feito por capacitação dos líderes que transmitiam aos seus

coordenados, tendo uma poio da equipe de implantação e uma empresa terceirizada para

implantação‖.

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Já em relação às expectativas geradas pelo novo sistema de gestão, identificou-se nas

entrevistas que a maioria das pessoas esperava melhorias no processo de mudança, assim

como acreditava que viesse algo pronto para ser utilizado, e não precisasse customizar tanto o

sistema, pois estavam em busca de confiabilidade dos dados e geração de informação em

tempo real.

Por se tratar de uma ferramenta abrangente e de grande nome no mercado, os

entrevistados destacaram como falhas principais a implantação simultânea de todos os

módulos e o curto período de tempo entre a decisão da mudança, o treinamento e a troca do

novo sistema. As pessoas não estavam preparadas para mudança tão grande, e nem a empresa

tinha a estrutura necessária, tanto de equipe de implantação quanto de estrutura de hardware.

Com o novo sistema rodando, os computadores ficaram mais lentos, o servidor de dados já

não era mais suficiente para um maior número de informações.

Constatou-se que houve falta de reuniões com a direção da empresa, juntamente com

todos os setores para se definir uma metodologia de implantação e de estratégia para que

nenhum setor prejudicasse seu trabalho. Também a falta de treinamentos gerais, que

ambientassem os envolvidos com as implicações das mudanças - principalmente no que diz

respeito à integração de informações, uma vez que um sistema é muito complexo e que um

módulo pode afetar os demais. Os relatos nas entrevistas confirmam os fatos. A fala do

entrevistado número cinco evidencia que:

―O fluxo de trabalho aumentou praticamente em todos os processos, para que

se tenham as amarrações gerenciais, tivemos um aumento de tempo para desempenhar

as atividades, então houve uma perda de tempo na entrega dos trabalhos, reduzindo a

produtividade como um todo‖.

Já para o respondente número quatro:

―Ter trabalhado melhor os processos antes da implantação. É um sistema muito

moderno e precisamos mudar visão, processos e métodos de trabalho‖.

Enquanto isso o respondente três comenta sobre os riscos:

―Faltou amadurecimento e melhor gerenciamento dos detalhes do projeto, os

riscos não foram analisados‖.

Uma grande dificuldade e que foi destacado na maioria das entrevistas foi o fato de

não terem trabalhado com os dois sistemas em paralelo, o que levou a um grande prejuízo não

mensurável e uma grande confusão na mudança do sistema, pois como não havia sido feito

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um planejamento de implantação nem todos os processos e setores estavam alinhados para

trabalhar com o novo sistema, assim atrasando pedidos, boletos dos clientes, entrega dos

produtos, entre outros serviços.

O entrevistado número nove observou que:

―Deveria ter sido rodado os dois sistemas em paralelo por um período, pois

teríamos maior trabalho num primeiro momento, mas teríamos melhores resultados e

maior segurança no momento da migração‖.

Já o respondente oito:

―Não foi procurado o porquê do problema e nem feitos testes antes de fazer a

migração, deveria ter sido trabalhado em paralelo com os dois sistemas‖.

Hoje o tempo para planejar e pensar no negócio está cada vez mais reduzido nas

empresas. Segundo Motta (2001) nenhuma empresa pode se considerar atualizada, a não ser

por alguns momentos. A busca pela inovação e pela transformação exige muita persistência e

habilidades para enfrentar os riscos, conflitos, mudanças, exigindo do gestor um preparo

inicial com relação à mudança, conduzindo a uma capacitação individual e compreensão dos

processos da empresa.

Na análise das entrevistas, algumas observações merecem destaque oriundo ao

processo de mudança do sistema. Alguns pontos bastante comentados foram o medo e a

insegurança de alguns membros da equipe em relação à perda de informações e à

possibilidade de retrabalho; falhas de comunicação interna; a falta de preparo de alguns

líderes, pois com isso muita informação não foi disseminada para a equipe, causando assim

muito transtorno na hora de realizar algum processo; falta de clareza sobre o funcionamento

do novo sistema, gerando ansiedade e insegurança nos indivíduos; a sobrecarga de alguns

departamentos, como o setor de TI, onde as pessoas acham que o bom andamento do processo

se deve estritamente a esse setor.

Neste contexto observou-se uma desacomodação geral, momento em que começou a

surgir os primeiros conflitos entre as áreas. Os líderes sentiram a necessidade de conhecer

melhor os principais processos e seus impactos nas demais áreas. O entrevistado número seis

resume o porquê dessa desacomodação: ―A mudança do sistema trouxe muito conflito interno

e mudança na forma de trabalhar, em muitos processos o fluxo de trabalho aumentou, tendo

em vista que a forma de fazer teve mudanças‖. Já o entrevistado número dois comenta de

modo geral que: ―tivemos que mudar muita coisa – mudar visão, processos, método‖.

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A liderança tem um papel fundamental no processo de implantação do sistema. O que

pode ser verificado nas entrevistas que isso foi falho, pois conforme opinião dos entrevistados

em muitos momentos no processo de mudança o líder não tinha boa comunicação, não

transmitiu confiança e não conseguiu repassar as informações. Isso acabou gerando atritos

entre setores e funcionários, o que levou até a perda de pessoal da empresa. Como resume

Drucker (1999), o líder é como um maestro que rege a visão e a missão organizacional: os

indivíduos precisam saber para onde a organização está indo e o que está tentando realizar.

No entendimento de Gómez (2008), liderar é a arte de se relacionar construtivamente

com outras pessoas e conseguir que se mobilizem para atingir determinados objetivos

comuns. Por isso, o líder precisa ser um influenciador, disseminador de novas ideias para seus

subordinados. Numa implantação de sistema, ele é o responsável por relacionar as demandas

do seu setor e homologar estas necessidades, com conhecimento e clareza.

Foram observadas algumas interrupções no cronograma de implantação pela análise

documental. Os principais motivos que levaram a isto se destacam: a questão financeira,

devido à necessidade de adequação na infraestrutura da empresa e de recursos; interrupção

devido a mudanças na equipe e saída de funcionários; incorporação de áreas antes

terceirizadas; várias customizações, gerando assim um alto custo.

Alguns pontos positivos e negativos foram destacados pelos entrevistados. Na tabela a

seguir segue três respostas dos usuários finais:

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Pontos Positivos Pontos Negativos

Evolução da empresa, um sistema

diferenciado e mais profissional.

Faltou amadurecimento e melhor

gerenciamento dos detalhes do projeto, os

riscos não foram analisados.

Teremos um sistema de ponta, onde

poderemos controlar e auditar todos os

processos da empresa, trabalhando o

processo e não o usuário. Este benefício por

si só significa melhor utilização de recursos,

análise da capacidade de cada usuário,

melhoria no processo, aumento da

lucratividade. Tenho consciência, devido à

complexidade da empresa e dificuldade em

modificar alguns processos operacionais e

pessoas, que é um resultado que poderá ser

medido em médio prazo, o que me parece

natural.

Apesar de ser um ótimo sistema, ele é

bastante complexo, exigindo muitas

customizações para atender às nossas

necessidades. Também houve muitas

mudanças de usuários chave no decorrer da

implantação, dificultando a transferências de

treinamentos e informações.

Esforço de pessoas chave, como setor de TI e

Fiscal para a empresa começar a faturar o

quanto antes, pois o atraso nas entregas já

estava grande.

Insuficiente planejamento; Demora em

procurar personalizar o sistema com as

necessidades da empresa; pouca replicação

de informação; poucos treinamentos.

Figura 13 – Pontos Positivos e Negativos

Fonte: Autor (2013).

6.3 Recomendações

As recomendações abaixo se destinam a prevenir dificuldades no processo de

mudanças e na implantação de sistemas nas empresas. Para obter sucesso na fase da

implantação tem que haver participação de todos, do topo à base, não só dos profissionais de

TI, mas também é muito importante contar com a presença de consultores externos

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especializados no assunto e pessoal que entenda do negócio da empresa. Somente assim o

ERP se tornará parte da solução e não dos problemas. Abaixo serão listadas algumas boas

práticas na implantação de sistemas ERP.

Seguem alguns tópicos que devem ser levados em consideração pelas empresas na

implantação de uma nova mudança e na melhoria do sistema de gestão:

O envolvimento da alta direção durante todo o processo, proporcionando e

mantendo uma comunicação contínua e eficaz com o grupo de funcionários da

empresa, a fim de inspirá-los para a ação;

O alinhamento entre o software, a cultura e os objetivos de negócio da

empresa;

A articulação de um planejamento prévio que possa contemplar os objetivos

organizacionais com as expectativas de mudança da organização;

A compreensão das necessidades dos usuários e departamentos;

A efetiva participação dos usuários responsáveis pelos processos envolvidos e

a questão da importância do treinamento como um dispositivo de qualificação,

desenvolvimento e adequação dos usuários ao novo sistema.

É importante que todos os funcionários da empresa sejam imbuídos de um

espírito dinâmico, isto é, que adquiram consciência da necessidade de mudança

e não se deixem estagnar em velhas práticas.

Dentre estes, é importante destacar também sobre quais módulos serão implantados

primeiro, criando uma metodologia de implantação e envolvendo a participação de todos os

departamentos; Definir como será feitos os treinamentos; Definir qual é o melhor período

para a implantação dos módulos específicos, procurando fazer em épocas menos críticas em

termos de produção ou faturamento; Apresentar um projeto de implantação como uma

atividade estratégica definida pela alta administração da empresa; Definir metas públicas,

sendo fundamental que todos os indivíduos da empresa estejam cientes das metas e objetivos

da implantação do ERP. Preferencialmente, isso deverá ser feito em eventos que congreguem

os funcionários. A utilização apenas de comunicação escrita deverá ser evitada. É importante

que a direção da empresa manifeste seu interesse e apoio a implantação, e periodicamente os

resultados devem ser apresentados publicamente.

Um importante documento que pode ser usado como uma boa prática na implantação

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do ERP é o RFP (Request for Proposal) – Requerimentos para Proposta. A RFP é o convite

enviado a um grupo de fornecedores para apresentarem propostas de venda de produtos ou

serviços. Um processo de aquisição envolvendo vários fornecedores aumenta a capacidade de

negociação e o poder de compra das empresas. O documento deve conter o maior número de

informações possível para que os fornecedores usem sua criatividade para oferecer a melhor

solução para a empresa. Desta forma, a elaboração de uma RFP é importante para garantir a

eficiência do processo de aquisição. Deve seguir uma metodologia e linguagem comum ao

gerenciamento de projetos, utilizando técnicas e análise de requisitos.

Com este documento a empresa terá condições de identificar com maior clareza qual o

melhor ERP de mercado contratar. No caso da empresa que já possui ERP implantado, porém

ainda não consegue obter números seguros para tomada de decisão, o RFP pode identificar a

oportunidade de restaurar o ERP já adquirido, a fim de ajudar sua empresa a obter o retorno

do investimento feito no sistema e fazê-lo decolar.

São muitos os benefícios de utilizar uma RFP dentro de um processo de aquisição de

produtos ou serviços. Entre outros, podemos destacar: com várias propostas de fornecedores

melhora-se o processo de decisão; aumenta o poder de compra da empresa; torna o processo

de aquisição claro e transparente tanto para fornecedores quanto internamente; retira do

processo a subjetividade e concentra-se na racionalidade na seleção do fornecedor; permite

uma larga distribuição; e, estabelece um cronograma forma de entrega das informações.

Diante da análise dos documentos da empresa, pode-se constatar que a empresa possui

um organograma funcional não muito bem estruturado, ficando complicado para as pessoas

que não fazem parte da empresa ou mesmo para quem trabalha na mesma a sua compreensão.

(Ver anexo A).

O objetivo de um organograma é ilustrar cada departamento da empresa e seus

indivíduos, sendo uma representação gráfica da estrutura formal da organização. Deve ser

objetivo e claro. Quando feita uma implantação de ERP, até o organograma pode ser alterado.

As alterações nos processos eliminam feudos e departamentos para criar uma empresa não

mais voltada para tarefas, mas sim para processos.

Segundo Nobre (2011), toda e qualquer organização pode e deve ter um organograma

sempre bem visível e atualizado para esboçar sua estrutura e funcionalidades, a fim de

promover e garantir um maior controle e organização de sua empresa. Como já sabemos, os

organogramas nos permitem trabalhar com total cautela perante o surgimento de problemas,

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nos dá total mobilidade para soluciona-los, além de conceder uma visão mais completa de

todo o processo gerencial, o que possibilita mais viabilidade para a otimização de recursos.

Perante isso, foi elaborado um suposto organograma para a empresa (Ver Anexo B),

servindo como uma importante ferramenta administrativa, fundamental para todo e qualquer

processo gerencial. Assim, sendo um organograma onde se podem ver claramente todos os

setores da empresa, bem como cargos e para quem se dirigir quando necessário.

7. CONCLUSÃO

Como toda mudança, esta pela qual a empresa estudada passou e sobre a qual este

trabalho se debruça nasceu de interesses divergentes: a necessidade de mudar a ferramenta

devido à expansão da empresa e dos dados e uma melhor tomada de decisão.

Levando em consideração os objetivos explorados através deste estudo de caso,

constata-se que, com a troca de sistema, ocorreram mudanças nos comportamentos das

pessoas, houve resistência ao novo, pois exigem do usuário a compreensão e aceitação, junto

com suas emoções e medos. Além disso, pode-se perceber que muitos projetos de sistema

ERP falham porque não são eficazmente conduzidos. Algumas empresas contratam

consultorias para apoiar a implantação do sistema, enquanto outras adotam práticas próprias e

não consideram todos os riscos e variáveis envolvidas nesse processo.

Com relação à tomada de decisão, um problema da empresa que acabou

impulsionando a busca por uma nova ferramenta de gestão, nota-se que os líderes percebem a

importância do ERP para tomar decisões e que esperam obter informações importantes para

as decisões tomadas no dia a dia ao longo do tempo, conforme forem alimentando o novo

sistema.

Este trabalho nos remete à conclusão de que a adoção de um sistema ERP determina

mudanças amplas nas pequenas e médias empresas, que exigem investimentos e esforços

significativos. Também afeta diretamente a área voltada para a Tecnologia da Informação,

exigindo novos entendimentos e novas formas de gestão da tecnologia.

De modo geral percebe-se que o grande desafio é a construção de um planejamento

profundo da implantação, juntamente com o alinhamento dos seus processos, visualizando as

necessidades e resistências. A experiência obtida com este estudo permite sugerir a empresa

investir em um processo de mudança contínuo, envolvendo todos os funcionários, investindo

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em treinamentos direcionados a utilização e otimização da ferramenta, melhorando o

comprometimento dos indivíduos e o entendimento do impacto do seu trabalho nas outras

áreas.

Por fim, pode-se concluir que todo processo de mudança gera conflitos e influencia

diretamente no comportamento dos indivíduos e na estrutura organizacional da empresa. É

importante que as empresas tenham em mente isto, e que busquem cada vez mais soluções

que possam ajudar no desenvolvimento de sua empresa, investindo no indivíduo, nas equipes

que possuem dentro de suas organizações, nos seus processos, e sempre superando os desafios

e dificuldades. É importante a empresa manter a essência do sistema, impedindo que ele seja

fragmentado pelas visões particulares de cada usuário e que mantenha sempre seus processos

e sua estrutura organizacional alinhado.

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APÊNDICE A - Questionário utilizado na pesquisa Questionário

Este questionário é formado por 20 (vinte) questões divididas em 2 (dois) blocos e

visa avaliar o impacto da implantação do sistema de gestão nos indivíduos de

uma empresa fornecedora de soluções em sistemas elétricos e como foi o processo

de implantação do ERP de uma forma geral, bem como o que poderia ser

melhorado.

Direção em Geral:

1. Por que a empresa decidiu trocar o sistema de Gestão? Quais os pontos que levaram a

mudança de sistema?

2. Havia uma equipe responsável pela implantação do ERP?

3. Houve um planejamento de quais módulos seriam implantados primeiro?

4. E sobre os treinamentos, houve um planejamento de como os mesmos seriam feitos?

Metodologias de treinamentos?

5. O período de implantação do ERP foi analisado com relação a épocas menos críticas

para empresa? Foi definido um melhor momento?

6. A empresa já passou alguma vez por outro processo de mudança de sistema?

Comente.

7. Foi feito um planejamento de quais ERP’s tinham no mercado? Estudo de preço, de

tempo de implantação e de treinamentos?

8. As informações geradas pelo ERP são confiáveis e úteis?

9. O ERP auxiliou no entendimento, crescimento e amadurecimento dos processos de

gestão da empresa?

10. Muitas dificuldades quanto à resistência dos usuários? O que mais impactou para o

usuário final?

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11. O que poderia ter sido feito para que a condução do processo de mudança fosse

melhor? Comente sobre isso.

12. A implantação, de uma maneira geral, foi bem sucedida? Comente.

Usuários Finais:

13. O que você achou da mudança do sistema?

14. Você vivenciou conflitos durante o processo de implantação? Quais os principais?

15. Como eram resolvidos os problemas decorrentes do processo de implantação?

16. Você consegue perceber melhorias no sistema a partir da implantação?

17. Quais as mudanças mais efetivas na tua opinião?

18. Há uma comunicação interna dos setores? Como isso ajuda no processo de

implantação?

19. A empresa ofereceu capacitação para operar com o novo sistema? Foi suficiente?

20. Em relação ao processo de implantação realizado aqui, o que você pode destacar?

Pontos positivos e negativos. O que poderia ser diferente? Cite exemplos.

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ANEXO A – Organograma Funcional

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ANEXO B – Suposto Organograma