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Fadiga Um metal rompe-se por fadiga quando submetido a tensões cíclicas. Fratura é de aparência frágil, mesmo que em materiais dúcteis, com formação de uma série de anéis que se desenvolvem do início da trinca para o interior da amostra Ocorre sob carga consideravelmente mais baixa que o limite de escoamento e tensão máxima do material sob carregamento estático É estimado ser a causa de 90% das falhas em estruturas metálicas (pontes, aviões, componentes de máquinas, etc) A tensão causadora da fadiga pode ser axial (tração ou compressão), fletora ou torcional. Ocorre subitamente e de forma catastrófica. σ < σ y

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FadigaUm metal rompe-se por fadiga quando submetido a tensões cíclicas.

•Fratura é de aparência frágil, mesmo que em materiais dúcteis, com formação de uma série de anéis que se desenvolvem do início da trinca para o interior da amostra

•Ocorre sob carga consideravelmente mais baixa que o limite de escoamento e tensão máxima do material sob carregamento estático

•É estimado ser a causa de 90% das falhas em estruturas metálicas (pontes, aviões, componentes de máquinas, etc)

•A tensão causadora da fadiga pode ser axial (tração ou compressão), fletora ou torcional.

•Ocorre subitamente e de forma catastrófica.

σ

< σy

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Estruturas sujeitas a solicitações dinâmicas

Pontes e ViadutosPavimentosDormentesPlataformas MarítimasTorres de grandes alturasEstruturas sujeitas a variação de temperaturaEstruturas sujeitas a vibração- Vento / Água- Máquinas- Explosões- Movimento rítmico feito por pessoas

NB1-99 “deve-se dar especial atenção aos efeitos deletérios provocados por essas cargas”

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Casos Registrados na Literatura

Problema de Vibração Excessiva

Estádio do Morumbi (SP) 1995/1996• Realização de ensaios dinâmicos de vibração forçada• Levantamento das características dinâmicas da estrutura• Simular a excitação induzida pelos torcedores• Conclusão: Erro de Projeto• Correção: Aumentar a Rigidez ou o Amortecimento da Estrutura

Vista parcial da arquibancada com equipamentos para o ensaio dinâmico

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Vibrodina

Localização de Vibrodina e sensores

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Informações coletadas dos ensaios

Solução adotada: Amortecedores

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Problema de Fadiga

Emissário submarino de esgotos de Ipanema-RJ (1991)

Danos registrados após 17 anos em serviçoFraturas e Colapsos devido o efeito combinado de

Fadiga e Corrosão• Colapso em apoios metálicos da tubulação em CP • Correção: Novos apoios metálicos com substituição das estacas metálicas comprometidas

Planta de situação esquemática

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Propagação de fratura e colapso típico dos apoios

Num. de ciclos de ondas durante 1 ano X altura

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Solução adotada para recuperação e reforço

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.. mínmáxr σσσ −=

2r

σ =

2.. mínmáx

mσσ

σ+

=

.

.

mín

máxRσσ

=

máxσ = Tensão máxima

= Tensão mínima.mínσ= Tensão médiamσ

= Tensão alternadaaσ= Intervalo de tensõesrσ

R = Relação de tensões

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Fatores necessários para causar falha por fadiga:• Tensão máx. suficientemente alta,• Grande variação na tensão aplicada,• Grande nº de ciclos,

Características importantes da fadiga:• Ocorrência de deslizamento não significa que irá

forma trinca• A propagação da trinca em fadiga geralmente é

transgranular• Formação de intrusões e extrusões

Deformação estática

Intrusão Extrusão

carga inicial ~ 2/3 σy

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Início da trinca e propagação (estágio I e II)

•Iniciação da trinca

•Crescimento da trinca em banda de deslizamento (I)

•Crescimento da trinca nos planos de alta tensão de tração (II)

•Ruptura final estática

Vida em fadiga, Nf , (número de ciclos até a falha):

Nf = Ni + Np

Nf = número de ciclos para fratura

Ni = número de ciclos para início da trinca

Np = número de ciclos para propagação da trinca

Vida em fadiga de baixo ciclo: alta carga, deformação plástica e elástica Nf ~ Np

Vida em fadiga de alto ciclo: baixa carga, deformação elástica (N>105) Nf ~ Ni

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Início da trinca e propagação (estágio I e II)

Alto ciclo de fadiga (baixa carga):• Ni é relativamente alto.• Com aumento do nível de tensão, Ni decresce e Np domina.

Estágio (I)

• Taxa de propagação da trinca na ordem de Å/ciclo

• Superfície de fratura sem aspecto característico, geralmente é plana

• Envolve poucos grãos

Estágio (II)

• Taxa de propagação da trinca na ordem de m/ciclo

• Trinca perpendicular a tensão aplicada

• Superfície de fratura na forma de estrias ou rugas produzidas por um único ciclo de tensões

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No estágio II ocorre um processo plástico que torna a ponta da trinca rombuda.

Tração Compressão

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Cobre trabalhado a frio

Variação do espaçamento da estricção: (a) liga de alumínio 7475-T7651 sob tensão alternada, (b) liga de alumínio 7050-T7651 extrudada

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Curva S-N

Curva de tensão (S) versus número de ciclos necessários para a fratura (N):

• Teste sob tensão alta• Diminui a tensão até que 1 ou 2 CP não se rompa

(107 ciclo)• Utiliza cerca de 8 a 12 CP´s.

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apresenta limite de fadiga(ex., ligas de Fe,

Ti, ...)

NÃO apresenta limite de fadiga, e

sim o tempo de vida em fadiga (fratura após 107 ciclos).(ex., ligas de Al,

Cu, Mg)

fadiga de baixo ciclo

fadiga de alto ciclo

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O limite de fadiga é a amplitude de tensão máxima abaixo da qual o material não falha, sem importar o número de ciclos.

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A taxa de propagação de trincas:

nma aC

dNda σ= C = constante

σa = tensão alternadaa = comprimento da trincam = varia de 2 - 4n = varia de 1 – 2A= constanteρ= varia de 1 – 6

11

mCdNda ε=

ρKAdNda

Δ= Δ

Δ

K K KY a

Y a

max min

max min

= − =

= =

= −

σ π

σ σ π( )

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Fatores que afetam a vida em fadiga

Efeito da tensão média

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Fatores que afetam a vida em fadiga

Efeito da tensão média

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Efeito da superfície de fadiga• Rugosidade na superfície ou concentrador de tensões• Variações nas condições de tensão residual ou

resistência a fadiga da superfície• Oxidação ou corrosão• Fatores de projeto• Tratamentos superficiais

Fator de superfície para aços com vários tratamentos superficiais

Design ruim Design bom

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Efeito da concentração de tensão na fadiga

Comparação das curvas S-N de CP´s entalhados e não entalhados

11

−=

t

f

KK

q

Sensibilidade ao entalhe:

Kf = fator de entalhe na fadigaKt = fator de concentração de tensão na fadiga

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Efeito do tamanho da amostra

A resistência a fadiga de componentes grandes é inferior a s amostras pequenas.

Aço-carbono normalizado em flexão alternadaDiâmetro da amostra (mm) Limite de fadiga (kgf/mm2)7,62 25,3038,10 20,40152,40 14,80

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Efeito dos elementos intersticiais

A = Metal puroB = Elementos formadores de ssC = envelhecimento por deformaçãoD = aumento do envelhecimento

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Efeito dos elementos intersticiais

A = Metal puroB = Elementos formadores de ssC = envelhecimento por deformaçãoD = aumento do envelhecimento

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Efeito da temperatura na fadiga

• Baixa temperatura aumenta a resistência a fadiga (exceto aço doce)

Fadiga térmica

• A falha por fadiga pode ser provocada por tensões térmicas flutuantes

σ α= l E TΔ

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Variáveis que influenciam na vida em fadiga:Concentração de tensões, corrosão, temperatura,

sobrecarga, tensões residuais e combinadasSoluções:

• Polir• Aplicar força compressiva na superfície da trinca• Promover endurecimento superficial pela difusão atômica de determinados elementos• Otimização da geometria da peça

Fadiga térmica:Ciclos térmicos que causam expansão e contração,

além da tensão aplicada.Soluções:

• Eliminar restrição pelo design• Usar material com baixo coeficiente de expansão térmica

Fadiga sob corrosão:Reação química forma pits que agem como

concentrador de tensões. A corrosão aumenta a propagação de trincas

Soluções:• Diminuir o meio corrosivo• Adicionar superfície protetora• Aplicar tensão compressiva residual

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Critérios de projeto

Utilizar norma para ensaio de fadiga:•Corpos de prova do mesmo tamanho, rugosidade, tensão residual, etc.•Nível de tenção e número de ciclos apropriados