Falácias

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28-04-22 Elaborado por Marina Santos Módulo 4 Módulo 4 2.ARGUMENTAÇÃO e RETÓRICA 2.ARGUMENTAÇÃO e RETÓRICA 2.2. 2.2. O discurso O discurso argumentativo: argumentativo: principais tipos de principais tipos de argumentos argumentos e de falácias e de falácias informais. informais.

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Um guia das falácias essenciais no domínio da Lógica e Argumentação.

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23-04-23 Elaborado por Marina Santos

Módulo 4Módulo 4

2.ARGUMENTAÇÃO e RETÓRICA2.ARGUMENTAÇÃO e RETÓRICA

2.2.2.2. O discurso argumentativo: O discurso argumentativo: principais tipos de argumentosprincipais tipos de argumentos

e de falácias informais.e de falácias informais.

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Principais tipos de argumentosPrincipais tipos de argumentos

• Argumentos com base em exemplos.Argumentos com base em exemplos.• Argumentos por analogia.Argumentos por analogia.• Argumentos com base na autoridade.Argumentos com base na autoridade.• Argumentos sobre causas.Argumentos sobre causas.• Argumentos dedutivos.Argumentos dedutivos.

Para saber mais, consulte a obra “A Arte de Argumentar” de Anthony Weston

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a) Argumentos com base em exemplosa) Argumentos com base em exemplos• Argumentos indutivos, em que se chega a uma conclusão

geral, partindo de casos ou exemplos particulares. Mas a generalização é sempre um risco, pois implica uma

certa probabilidade de erro. Qual será o número de casos ou exemplos necessários

para apoiar solidamentente uma proposição geral?=> Amostra representativa: Amostra representativa: conjunto de elementos seleccio-

nados que representam efectivamente as características essenciais do conjunto alargado a que nos referimos.

Caso 1

Caso 2

Caso 3

LEI(geral)

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b) Argumentos por analogiab) Argumentos por analogia• Argumentos que partem de um caso particular para

mostrar que outro caso, semelhante ao primeiro nalguns casos conhecidos, é também semelhante em aspectos desconhecidos.

Mas esta comparação entre casos particulares contém igual-mente um risco, pois implica uma certa probabilidade de erro.

Sendo dois casos semelhantes em alguns aspectos melhor conhecidos, como poderemos ter a certeza de que o são também nos demais aspectos?

Caso 1 Caso 2

particular particular

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c) Argumentos com base na autoridadec) Argumentos com base na autoridade

• A argumentação apoia-se no testemunho de pessoas ou instituições que se supõe possuirem conhecimentos seguros acerca do tema em causa.

X (alguém com conhecimentos seguros) afirmou Y. Logo, a afirmação Y é verdadeira. Para que os argumentos de autoridade não sejam falaciosos, Para que os argumentos de autoridade não sejam falaciosos,

as fontes devem ser fidedignas:as fontes devem ser fidedignas:-Citar as fontes com precisão;-Averiguar a credibilidade das fontes;-Investigar a imparcialidade das afirmações;-Comparar as diversas fontes, sobretudo se existir discordância

entre estas.

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d) Argumentos sobre causasd) Argumentos sobre causas

• Argumentos que mostram a relação entre 2 fenómenos, em que um deles é considerado a origem do outro (causa).

Por vezes, uma conclusão não é mais do que uma corre-lação: variação simultânea de dois fenómenos A e B, em que nenhum deles tem a capacidade de produzir o outro.

As causas podem ser complexas, atribuíveis a uma pluralidade de factores.

A conclusão pode não sugerir a causa mais provável. Qualquer facto correlacionado pode ser a causa do outro. Os bons argumentos causais são aqueles que não se

limitam a indicar que um fenómeno é causa do outro, mas especificam também as razões por que se considera um ser a causa do outro.

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e) Argumentos dedutivose) Argumentos dedutivos

• Os argumentos dedutivos têm uma forte consistência: se as premissas forem verdadeiras e o argumento for válido (cumprir as regras e princípios lógicos), então a conclusão será necessariamente verdadeira.

Quem comete o crime X é punido com a pena Y. Sabe-se que o réu cometeu o crime X. Logo, o réu tem de ser punido com a pena Y.

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Principais falácias informaisPrincipais falácias informais FALÁCIAS INFORMAIS:FALÁCIAS INFORMAIS: argumentos em que as argumentos em que as

premissas não sustentam a conclusão, em virtude de premissas não sustentam a conclusão, em virtude de deficiências de conteúdo.deficiências de conteúdo.

1. Falácias da1. Falácias dairrelevância.irrelevância.

As premissas não são relevantes para poderem sustentar as conclusões.

2. Falácias da insu-2. Falácias da insu-ficiência de dados.ficiência de dados.

As premissas não fornecem dados suficientes para que seja garantida a verdade das conclusões.

3. Falácias da 3. Falácias da ambiguidade.ambiguidade.

As premissas têm uma formulação ambígua.

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1.1.FALÁCIAS DA FALÁCIAS DA

IRRELEVÂNCIAIRRELEVÂNCIA

As premissas não As premissas não são relevantes são relevantes para as para as conclusões a que conclusões a que se chega.se chega.

Ad baculumAd baculumAd hominemAd hominemAd ignorantiamAd ignorantiamAd misericordiamAd misericordiamAd verecundiamAd verecundiamAd populumAd populumEx populumEx populum

2.2.FALÁCIAS DA FALÁCIAS DA

INSUFICIÊNCIAINSUFICIÊNCIADE DADOSDE DADOS

As premissas não As premissas não fornecem dados fornecem dados suficientes para suficientes para garantir a garantir a verdade das verdade das conclusões.conclusões.

Falsa causaFalsa causaFalsa analogiaFalsa analogiaGeneralização precipitadaGeneralização precipitadaPergunta complexaPergunta complexaPetição de princípioPetição de princípio

3.3.FALÁCIAS DA FALÁCIAS DA

AMBIGUIDADEAMBIGUIDADE

As premissas As premissas estão formuladas estão formuladas numa linguagem numa linguagem ambígua.ambígua.

ComposiçãoComposiçãoDerrapagemDerrapagemDivisãoDivisãoEquivocidadeEquivocidadeEspantalho Espantalho Falsa DicotomiaFalsa Dicotomia

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Como avaliar argumentos e evitar falácias?Como avaliar argumentos e evitar falácias?PONTO DE PARTIDA:Interpretação das premissasInterpretação da conclusão

1. O argumento está formulado em termosclaros e inequívocos?

2. As premissas são pertinentes para apoiar a conclusão?

3. As informações fornecidas pelas premissas são claras e credíveis?

4. O apoio das premissas à conclusão é,mesmo assim, relevante e persuasivo?

ACEITAÇÃO DO ARGUMENTO

SIM

NÃOSIM

SIM

SIM

NÃO

NÃO

NÃO

REJEIÇÃO:Falácias de ambiguidadeFalácias de ambiguidade

REJEIÇÃO:Falácias de pertinência Falácias de pertinência e outras e outras

REJEIÇÃO:Falácias de dados insuficientesFalácias de dados insuficientes

REJEIÇÃO:Falácias de relevânciaFalácias de relevância

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1. FALÁCIAS DA IRRELEVÂNCIA*1. FALÁCIAS DA IRRELEVÂNCIA*

As premissas não são relevantes ou significativas As premissas não são relevantes ou significativas para as conclusões a que se chega:para as conclusões a que se chega:

Ad baculum – recurso à força Ad hominem – contra a pessoa Ad ignorantiam – apelo à ignorância Ad misericordiam – apelo à misericórdia Ad verecundiam – apelo à autoridade Ad populum - populista Ex populum - demogógico

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Falácia ad baculum ouou recurso à força*

• Argumento que recorre a formas de ameaça (explí-citas ou implícitas, físicas ou psicológicas) como meio de fazer aceitar uma opinião, conselho ou prescrição.

Ex. Exigir “o dinheiro ou a vida” com uma arma apontada.

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Falácia ad hominem ouou contra a pessoa* Argumento que pretende mostrar que uma afirmação é

falsa, atacando e desacreditando a pessoa que a emite.

Lançar a dúvida sobre o saber e inteligência da pessoa. Lançar suspeitas sobre os verdadeiros motivos da pessoa. Denunciar interesses particulares, pondo em causa a boa fé. Desacreditar a família, a etnia ou grupo social, para atingir a

pessoa. Denunciar o hiato entre as atitudes/ ideias e o comportamento da

pessoa. Desculpar-se, apontado que «Desculpar-se, apontado que «TU TAMBÉM...TU TAMBÉM...» »

Ex. «O senhor não pode falar de educação porque não tem filhos»; «O senhor não pode ser presidente da associação do bigode porque tem uma barbearia»; «Tu também fumas!».

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Falácia ad ignorantiam ouou da ignorância*• Argumento que consiste em refutar um enunciado, só porque

ninguém provou que é verdadeiro; ou em defendê-lo, só porque ninguém ainda conseguiu provar que é falso.

É usado no âmbito dos fenómenos psíquicos excepcionais.=> violação das regras básicas do diálogo, pois transfere o ónus da

prova para o auditório. Não se conseguiu provar a verdade de A. Logo, A é falso. Não se conseguiu provar a falsidade de A. Logo, A é verdadeiro. Ex. 1) Não se conseguiu provar que os fantasmas existem. Logo, os fantasmas não existem. 2) Também não se provou que não existem. Logo, os fantasmas existem.

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Falácia ad misericordiam ouou da misericórdia*

• Argumento que consiste em pressionar psicologicamente o auditório, desencadeando sentimen-tos de piedade ou compaixão.

=> Uso da chantagem afectiva, Uso da chantagem afectiva, sobretudo nas relações interpessoais.sobretudo nas relações interpessoais.

Ex. «Os sacrifícios que tenho feito por ti! E agora fazes-me isto...»

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Falácia ad verecundiam ouou da autoridade*

• Argumento que pretende sustentar uma tese unicamen- te apelando a uma personalidade de reconhecido mérito.=> Transferência do saber numa dada área (ex. craque no

futebol), para uma outra área (finanças). Tudo o que X diz é verdadeiro.Tudo o que X diz é verdadeiro. X diz A.X diz A. Logo, A é verdadeiro.Logo, A é verdadeiro.Ex. «No campo conto com uma grande equipa. Fora do campo faço o mesmo. Confio na Seur.» (Luís Figo)

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Falácia ad populum ouou populista*

• Argumento que cria um ambiente de entu-siasmo e encantamento que propicia a adesão a uma determinada tese ou produto, cuja origem ou apresentação se devem à pessoa criadora de popularidade.

=> tenta-se conquistar a concordância popular.=> cultivo do “mito popular”.Ex. A atmosfera ideal de encantamento para

comprar um produto anunciado: «Brasil, Brasil, férias de sonho...» -

anúncio do “cartão T”.

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Falácia ex populum ouou demagógica*

• Argumento que pretende impor determinada tese, in-vocando que esta é aceite pela generalidade das pessoas.

=> A força persuasiva deve-se à tendência para o confor-mismo e o ónus passar para quem discorda da maioria.

=> Dissuasão dos “desmancha-prazeres”.

Ex. -«Todos fazem isso! És parvo se não metes uma cunha!» -«Em Roma, sê romano!» -«Não vale a pena remar sozinho contra a maré...!»

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Verifique se compreendeu:

1) Invocar especialistas.2) Intimidar.3) Apelar ao “todos concordam”.4) Métodos de “mão dura”.5) Granjear popularidade.6) Ridicularizar.7) Utilizar meios coercivos.8) “Tu também”.9) Despertar compaixão.10) Insultar.11) Apelar à opinião de peritos.12) Lançar o descrédito.13) Apelar ao “todos sabem”.14) Culto do herói.15) Denegrir o orador.16) Despertar uma onda de entusiasmo.17) Explorar o conformismo.18) Transferir o ónus da prova.

Falácia ad verecundiam (autoridade). Falácia ad baculum (força). Falácia ex populum (demagogia). Falácia ad baculum (força). Falácia ad populum (populismo). Falácia ad hominem (contra a pessoa). Falácia ad baculum (força). Falácia ad hominem (contra a pessoa). Falácia ad misericordium (misericórdia). Falácia ad baculum (força). Falácia ad verecundiam (autoridade). Falácia ad hominem (contra a pessoa). Falácia ex populum (demagogia). Falácia ad populum (populismo). Falácia ad hominem (contra a pessoa). Falácia ad populum (populismo). Falácia ex populum (demagogia). Falácia ad ignorantiam (ignorância).

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2. FALÁCIAS DA INSUFICIÊNCIA DE DADOS2. FALÁCIAS DA INSUFICIÊNCIA DE DADOS

• As premissas não fornecem dados suficientes para garantir a verdade das conclusões:

Falsa analogia.Falsa analogia. Falsa causa.Falsa causa.Generalização precipitada.Generalização precipitada.Pergunta complexa.Pergunta complexa.Petição de princípio.Petição de princípio.

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Falácia da falsa causaFalácia da falsa causa

Argumento que atribui a causa de um fenómeno a um outro fenómeno, sem que entre si exista qual-quer nexo causal:

““Non causa pro causa” Non causa pro causa” (a não causa pela causa) Consiste em atribuir a causa de um fenómeno a outro, sem

que exista qualquer relação causal entre ambos. ““Post hoc, ergo propter hocPost hoc, ergo propter hoc”(depois de,logo por causa de) Consiste em atribuir a causa de um fenómeno a outro, pela

simples razão de o preceder.Ex.Ex. O fenómeno B (ter boa nota) ocorre a seguir ao fenóme-

no A (ter colhido um trevo de 4 folhas). Logo, A ( o trevo) é a causa de B ( a boa nota).

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Falácia da falsa analogiaFalácia da falsa analogia

Argumento que consiste em tirar conclusões de um objecto ou situação para um outro semelhante, sem atender às semelhanças signi-ficativas existentes entre eles:

O fenómeno X apresenta a característica A. O fenómeno Y apresenta a característica A. Logo, X é igual a Y.Ex. Os peixes vivem no mar. A baleia vive no mar. Logo, a baleia é um peixe!?

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Falácia da generalização precipitada*Falácia da generalização precipitada*

Argumento que consiste em enunciar uma regra a partir de dados não representativos ou insuficientes:

O fenómeno X ocorre em A1, A2.O fenómeno X ocorre em A1, A2. Logo, o fenómeno X ocorre em todos os AA.Logo, o fenómeno X ocorre em todos os AA. Enumeração incompleta: Enumeração incompleta: consiste em generalizar a partir

de observações insuficientes. Ex.Ex. O António, a Maria e o Joaquim estão no 11º ano e têm 16

anos. Logo, todos os que frequentam o 11º ano têm 16 anos!? Acidente convertido: Acidente convertido: consiste em tomar por essencial o

que é apenas acidental; e, por regular ou frequente, o que é excepcional.

Ex.Ex. O José estudou muito para o teste de Filosofia e só teve 10 valores; estudou pouco para o de História e teve 15. Logo, mais vale não estudar!?

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Falácia da pergunta complexaFalácia da pergunta complexa

Argumento que consiste em aglutinar 2 perguntas ou em fazer uma pergunta que pressupõe uma res-posta previamente dada, de modo a que o interlo-cutor fique numa situação embaraçosa, quer responda afirmativa ou negativamente :

Aglutinar duas perguntas como se fosse apenas uma.Ex. Ex. Gostas de continuar a trabalhar no emprego e na liad doméstica? Formular uma pergunta que pressupõe que já tenha

sido dada anteriormente.Ex. Ex. Fizeste bons investimentos com o dinheiro que recebeste das luvas? => Quer a resposta seja afirmativa ou negativa, é sempre desagradável

para o interlocutor.

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Falácia da petição de princípio*Falácia da petição de princípio*

Também chamada «falácia da circularidade», por conduzir a um círculo lógico do qual não se consegue sair.

Argumento que consiste em adoptar para pre-missa de um argumento a própria conclusão que se quer fundamentar:

A é verdadeira. Logo, A é verdadeiro.A é verdadeira. Logo, A é verdadeiro.

Ex. Ex. Uma definição consiste em definir um conceito. Uma pessoa odeia as pessoas de outra raça porque é racista.

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Verifique se compreendeu:

1) Fazer regra do excepcional.

2) Aglutinar duas perguntas numa só.

3) Usar premissas iguais ou c/ o mesmo significado da conclusão.

4) Esquecer diferenças significativas entre objectos ou pessoas.

5) Fazer regras a partir de uma ou duas observações.

6) Concluir a partir de semelhanças secundárias.

7) Efectuar uma pergunta que pressupõe uma resposta anterior.

8) Usar amuletos para ter sorte.

9) Crer que um fenómeno se deve a outro que o antecede.

Falácia da generaliz. precipitada

Falácia da pergunta complexa.Falácia da pergunta complexa.

Falácia da petição de princípio.

Falácia da falsa analogia.Falácia da falsa analogia.

Falácia da generaliz. Precipitada.

Falácia da falsa analogia.Falácia da falsa analogia.

Falácia da pergunta complexa.Falácia da pergunta complexa.

Falácia da falsa causa.

Falácia da falsa causa.

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3. FALÁCIAS DA AMBIGUIDADE3. FALÁCIAS DA AMBIGUIDADE

• As premissas estão formuladas de uma forma ambígua:

Composição.Composição. Divisão.Divisão. Derrapagem.Derrapagem. Equivocidade.Equivocidade. Espantalho.Espantalho. Falsa Dicotomia.Falsa Dicotomia.

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Falácia da composiçãoFalácia da composição Argumento que atribui a uma classe, como um

todo, características presentes apenas nos elemen-tos isolados dessa classe:

Cada um dos elementos da equipa X é um bom jogador.Cada um dos elementos da equipa X é um bom jogador. Logo, a equipa X (o colectivo) joga muito bem.Logo, a equipa X (o colectivo) joga muito bem.

=> admitir, erroneamente, que o todo é igual à soma das suas partes.

Ex. Se os jogadores são bons, a equipa ganha sempre!Ex. Se os jogadores são bons, a equipa ganha sempre! (contudo, tal pode não acontecer: o colectivo jogará

mal se não houver coordenação entre os jogadores.)

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Falácia da divisãoFalácia da divisão Argumento que atribui aos elementos isolados

uma propriedade que é pertença colectiva da classe em que esses elementos se integram:

As afirmações, tidas como verdadeiras para o colectivo, As afirmações, tidas como verdadeiras para o colectivo, podem ser falsas para alguns dos elementos desse podem ser falsas para alguns dos elementos desse conjunto.conjunto.

É o inverso da falácia da composição, admitindo É o inverso da falácia da composição, admitindo também que o todo é igual à soma das suas partes.também que o todo é igual à soma das suas partes.

Ex. Ex. A Selecção nacional jogou muito bem no outro dia. O Ricardo é um elemento da Selecção. Logo, o Ricardo jogou muito bem nesse dia!?

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Falácia da derrapagem*Falácia da derrapagem* Argumento que, introduzindo pequenas diferenças

entre cada uma das premissas condicionais ou equivalentes, conduz a uma conclusão despropositada:

Mau uso da equivalênciaMau uso da equivalência A1 não é significativamente diferente de A2. A2 não é significativamente diferente de A3. ... E assim sucessivamente, até An. Logo, conclui-se que A1 é praticamente igual a An. Mau uso da implicação.Mau uso da implicação. Se ocorre A1, acontece A2. Se acontece A2, acontece A3. ... E assim sucessivamente, até An. Logo, se acontece A1, acontecerá An.

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Falácia da derrapagem*Falácia da derrapagem*Ex.Ex. Se vou à escola, tenho de estudar. Se tenho de estudar, canso-me. Se me canso, fico debilitado. Se fico debilitado, adoeço. Se adoeço, posso morrer. Logo, como não quero morrer, não vou à escola. É um desvirtuamento do silogismo hipotético.É um desvirtuamento do silogismo hipotético. Introduzir antecedentes não exactamente iguais aos

consequentes que o precedem, pelo que o raciocínio se vai afastando do sentido original e começa a derivar até conduzir a uma conclusão despropositada.

““efeito de dominó” ou “bola de neve”.efeito de dominó” ou “bola de neve”.

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Falácia da equivocidadeFalácia da equivocidade Argumento em que se introduz um termo com

duplo sentido (equívoco), conduzindo portanto a conclusões indevidas: também é denominada falácia do termo médio falácia do termo médio ou do quarto termo.quarto termo.

Ex. Ex. Os pés têm dedos e unhas.Os pés têm dedos e unhas. As mesas têm pés.As mesas têm pés. Logo, as mesas têm dedos e unhas.Logo, as mesas têm dedos e unhas.

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Falácia do espantalhoFalácia do espantalho Argumento que consiste em atribuir a outrem

uma opinião fictícia ou em deturpar as suas afirmações de modo a terem outro significado:

Ex. -Ex. - Não brinques com a Maria, que é uma medricas! - Como é que sabes? - Foi o João quem me disse. - O que disse ele? - O João contou-me que a Maria não gosta de sapos.

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Falácia da falsa dicotomia*Falácia da falsa dicotomia* Argumento que apresenta 2 alternativas como

sendo as únicas existentes para determinado pro-blema, ignorando ou omitindo outras possíveis:

As únicas hipóteses admitidas na discussão são o As únicas hipóteses admitidas na discussão são o “não” ou o “sim”... não se admitindo o meio-termo. “não” ou o “sim”... não se admitindo o meio-termo.

Ex. Ex. «Quem não está por mim, está contra mim».

SIM NÃO

Talvez

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Verifique se compreendeu:

1) Defender a tese de «ou tudo, ou nada».

2) Distorcer as afirmações do locutor.

3) Confundir contrário e contraditório.

4) Confundir o indivíduo c/ a classe a que pertence.

5) Fazer indiferentemente uso colectivo e distributivo.

6) Reduzir as alternativas apenas a duas.

7) Introduzir antecedentes diferentes do consequente.

Falácia da falsa dicotomia.

Falácia do espantalho.Falácia do espantalho.

Falácia da falsa dicotomia.

Falácias da divisão/composição.Falácias da divisão/composição.

Falácias da divisão /composição.Falácias da divisão /composição.

Falácia da falsa dicotomia.Falácia da falsa dicotomia.

Falácia da derrapagem.Falácia da derrapagem.