Falta delicadeza nas relações - Tribuna 27.10
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2 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 27 DE OUTUBRO DE 2013
AT 2
FERNANDO RIBEIRO/AT
ET I QU ETA
“Falta delicadezanas relações”A consultora ecolunista do AT 2Claudia Matarazzoafirma que a mulherestá menos doce e ohomem se perdeu
A escritora, palestrante econsultora de etiquetae c o m p o r t a m e n t o
Claudia Matarazzo afirmaque homens e mulheres aindaprecisam aprender muito so-bre cortesia e delicadeza nosrelacionamentos amorosos.
AT 2 Faltam delicadeza ecortesia nas relações amo-ro s a s ?
CLAUDIA MATARAZZO Fal -ta delicadeza nas relações deuma forma geral. Nas relações
amorosas então, a situaçãopiora. As mulheres percebe-ram que não queriam se rela-cionar da mesma forma, umavez que conseguiram muitasconquistas. Desde então, o re-lacionamento amoroso ga-nhou atritos por conta dessamulher que pode mais, quenão depende do homem e queestá menos doce. E hoje o caranão entende qual é seu papel.
> Essa situação toda émais difícil para o homem?
É difícil para os dois, mas deforma diferente. Eles são maisexigidos e elas também. A res-ponsabilidade aumentou e amulher tem menos tempo pa-ra cuidar de si mesma. Semfalar que a concorrência au-mentou, a partir do momentoem que todo mundo pode tu-do. Desse modo, fica mais di-fícil para as pessoas consegui-
rem mostrar seu diferencial.> Por quê?As relações ficaram rasas e
descartáveis, as pessoas nãopermitem chegar até a fase dese conhecerem melhor. Hámenos tolerância.
> Com o tempo e a intimi-dade, a tendência é que cer-tos comportamentos liga-dos à elegância e etiquetafiquem de lado, certo?
Com mais intimidade, vocêpode afrouxar alguns códigos.Deve haver um limite, só queele é pessoal. É bom ter comoreferência o começo do rela-cionamento e tentar mantercertos comportamentos.
> Qual é o máximo da fal-ta de elegância com o par-ceiro (a), na sua opinião?
O lidar com o dinheiro é umproblema, principalmente sea pessoa começa a ser mes-
quinha. Mas a mesquinhariapassa a ser grave não só pelodinheiro em si. Quando o re-lacionamento se apequena, émuito ruim. Outro ponto équando um não quer mais sedoar para o outro. Por que nãoreceber a sogra e a família de-le? De vez em quando, é pre-ciso. Você tem a sua perda,mas entende que há o ganhoda pessoa com quem está sere l a c i o n a n d o.
> Você diz que mulhernão deve ouvir opinião das
amigas no amor. Por quê?Mulher não sabe ficar quie-
ta, divide tudo com as amigas,enquanto o homem fala pou-co da vida amorosa. As meni-nas teclam em grupo, contamcoisas que não deveriam esempre digo: “Vocês achamque ninguém comenta nada?Acham que a amiga não vaicontar nada para o namoradod e l a ? ” M u l h e r t e m q u eaprender a fechar a boca eacreditar mais nas suas sensa-ções e intuições.
D I V U LG AÇ ÃO
CLAUDIA: “Ébom ter comoreferência ocomeço dore l a c i o n a m e n t oe tentar mantercer toscompor tamentos”
Só cão atrapalha“Somos companheiros e
nossas famílias se dão muitobem. Sabemos respeitar a in-dividualidade de cada um erespeitar as regras que exis-tem em cada casa”. É assimque a empresária e professorade Inglês Daniele Carvalho, 27,resume o namoro com o com-prador Victor Bizerra, 23.
Victor afirma que procuraescutar a opinião da namora-da e ser cortês com os seusamigos e sua família.
A harmonia do casal só aca-ba quando Hans, o cão da Da-niele, de 3 anos, entra na con-versa. “O Hans tem muito ciú-mes de mim e fica pedindo ca-rinho. Só que o Victor implicacom o cachorro, que reagerosnando e latindo”.
PARA ACERTAR SEMPRE
Com a turmaÉ bom pensar bem antes de
fazer uma demonstração maisexplícita ou um convite nafrente dos amigos dele(a): apessoa pode se sentir cons-trangida e reagir de maneirai m p r ev i s í ve l .
CumplicidadeÉ importante ser cúmplice das
manias, das qualidades, dos de-feitos do parceiro e até mesmodos programas “de homem” queele faz. E nem pense em criticá-lo na frente de outras pessoas.
A g ra d e c e rAgradeça muito todas as deli-
cadezas que a pessoa lhe fizerno dia a dia. Qualquer presentetem de ser recebido com a ale-gria de um prêmio.
Namoradinho é palavrãoA expressão “na mo ra d in ho”
soa como algo sem muito com-prometimento e sem importân-cia.
Na casa dele(a)Você é apenas uma visita mais
chegada. Portanto, aja como tal
e não reclame da geladeira va-zia, do cachorro, da claridade noquarto... Nem sugira qualquermudança na decoração.
AmigosComece por não criticar os
amigos dele(a). Lembre-se: vo-cê chegou depois e pode nemestar com essa bola toda.
Privacidade no banheiroUsar o banheiro com as portas
abertas ou na presença do outroé considerado desnecessário edeselegante, mesmo para o ca-
D e ta l h e s“Desde o primeiro encon-
tro até o fim da vida, deve-mos nos preocupar com osdetalhes da relação. Umagrande diferença nos rela-cionamentos de 50, 60 anosé exatamente essa. Hoje, aspessoas são mais imediatis-tas, descuidando daquelespequenos gestos de cuidado e carinho”.
Ligia Marques, consultora de etiqueta
Diálogo“Para definir o que pode ou não no relacio-
namento, o casal precisa conversar. Por maisque tenhamos regras decondutas gerais, que fazemparte da nossa cultura, vive-mos uma realidade em queas pessoas têm muita liber-dade sobre como se com-portar e conduzir relações”.
Fábio Nogueira, psicólogo e pro-fessor do Unesc
OPINIÃO DE ESPECIALISTAS
sal que está junto há anos. Umpouco de privacidade fará muitobem para a relação.
D i s c u ss ã oO casal deve evitar discussão
de assuntos particulares nafrente de outras pessoas.
Da ta sÉ bom também lembrar de da-
tas importantes para o casal.
Fo n t e : “Amor Sem Frescura”, de Clau-dia Matarazzo, e consultora de etique-ta e marketing pessoal Ligia Marques