Faraco x Cegalla

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FICHAMENTO COMPARATIVO TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO Faraco e Moura (1988), diferenciando-se de Cegalla (1985) introduzem o tema “Termos essenciais da oração”, expondo os três tipos de termos que podem ocorrer numa oração e definindo o campo a ser estudado: o Termos essenciais são aqueles que sustentam a mensagem transmitida por meio de uma oração. Ao apresentarem os termos essenciais – sujeito e predicado – os autores diferenciam-se, ao passo que Cegalla (1985), descreve um conceito mais restrito, ao expor sujeito como o “ser”. Enquanto Faraco e Moura (1988) o coloca como um “termo” que denota o ser de quem ou de que se faz uma declaração; definição esta que corresponde mais fielmente a sujeito. SUJEITO Quando na explicação sobre a constituição do sujeito, os autores diferenciam-se, pois Cegalla (1985) trás apenas uma explicação quanto a constituição do sujeito, podendo ser este, representado por um substantivo, pronome ou palavra ou expressão substantivada; e Faraco e Moura (1988) trata da referência/declaração feita sobre sujeito no

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Esquema comparativo acerca dos termos essenciais da oração

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FICHAMENTO COMPARATIVO

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Faraco e Moura (1988), diferenciando-se de Cegalla (1985) introduzem o tema

“Termos essenciais da oração”, expondo os três tipos de termos que podem

ocorrer numa oração e definindo o campo a ser estudado:

o Termos essenciais são aqueles que sustentam a mensagem transmitida por

meio de uma oração.

Ao apresentarem os termos essenciais – sujeito e predicado – os autores

diferenciam-se, ao passo que Cegalla (1985), descreve um conceito mais

restrito, ao expor sujeito como o “ser”. Enquanto Faraco e Moura (1988) o

coloca como um “termo” que denota o ser de quem ou de que se faz uma

declaração; definição esta que corresponde mais fielmente a sujeito.

SUJEITO

Quando na explicação sobre a constituição do sujeito, os autores diferenciam-se,

pois Cegalla (1985) trás apenas uma explicação quanto a constituição do sujeito,

podendo ser este, representado por um substantivo, pronome ou palavra ou

expressão substantivada; e Faraco e Moura (1988) trata da referência/declaração

feita sobre sujeito no predicado, que por sua vez, tem um verbo, que deve

concordar com o sujeito. E em seguida ainda descreve as possíveis

representações do sujeito (de forma mais detalhada que Cegalla,1985):

o Substantivo ou palavra substantivada; pronome pessoal reto; pronome

demonstrativo; numeral; oração subordinada substantiva subjetiva;

pronome pessoal oblíquo;

o Além disso, Faraco e Moura (1988) ainda destacam as diferentes

posições em que um sujeito pode aparecer na oração, que Cegalla (1985),

não destaca.

Anteposto ao verbo;

Posposto ao verbo.

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Em seguida ambos os autores trabalham a noção de núcleo, todavia, tomando

enfoques diferentes. Faraco e Moura (1988) tratam do núcleo como a palavra

central, com a qual todas as demais, presentes no sujeito, devem concordar. Já

Cegalla (1985) tomando núcleo como a palavra base, atenta para o fato de que

ela permite o aparecimento de outras palavras em torno dela.

Quanto a classificação do sujeito, os autores diferenciam-se da seguinte forma:

o Para Cegalla (1985) o sujeito pode ser: simples, composto, expresso,

oculto (elíptico), agente, paciente, agente e paciente, indeterminado, este

último podendo ser representado com verbos na 3ª pessoa do plural, sem

referência a qualquer agente já expresso; com verbo na 3ª pessoa do

singular, acompanhado do pronome se ou deixando-se o verbo no

infinitivo pessoal (este último caso não é relatado por Faraco e Moura,

1988)

o Para Faraco e Moura (1988) o sujeito pode ser: determinado,

indeterminado ou inexistente. Se determinado, ele pode ser: simples,

composto, ou oculto (elíptico ou desinencial). No caso do indeterminado,

o sujeito pode ocorrer: com verbos na 3ª pessoa do plural, desde que o

contexto não permita identificá-lo ou com verbo na 3ª pessoa do singular,

acompanhado da partícula se.

o Quanto ao sujeito chamado por Faraco e Moura (1988) como

“inexistente” e por Cegalla (1985) como “Sujeito oculto”, ambos os

autores, apesar da nomenclatura diferenciada, os conceituam de maneira

semelhante:

O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser = o predicado da

oração não se refere a nenhum elemento;

É construída com um verbo impessoal, na 3ª pessoa do singular.

Pode ocorrer nos seguintes casos:

Verbos ou expressões que indicam fenômenos meteorológicos

(com exceção dos casos em que indicam sentido figurado);

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Fazer e passar indicando tempo decorrido;

Com o verbo ser indicando tempo e distância (caso não

referenciado por Cegalla, 1985);

O verbo haver empregado no sentido de existir (para esse

verbo, Cegalla indica ainda os sentidos de: acontecer, realizar-

se e decorrer);

Em algumas construções com os verbos parecer e ficar;

Com os verbos bastar e chegar seguidos da preposição de.

Faraco e Moura (1988) finalizam o tópico referente a sujeito, diferenciando-se

de Cegalla (1985), novamente, ao tratar da partícula se. Os autores trazem dois

casos em que as construções que apresentam a partícula se dificultam a

classificação do sujeito:

o O caso em que o se surge como uma partícula apassivadora, estando,

assim, com o verbo na voz passiva sintética, concordando com o sujeito;

o E o caso em que o se é o índice de indeterminação do sujeito, no qual o

verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.

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OBSERVAÇÕES

O texto “Análise sintática da oração”, da autoria Faraco & Moura (1988), no

qual encontra-se o tópico “Termos essenciais da oração”, trás uma introdução ao estudo

do sujeito e do predicado.

Na parte referente ao sujeito, tomando por base o aprendizado adquirido em sala

de aula, com as observações feitas pelo professor, pode-se perceber que, além de

objetivo e ter apresentar uma linguagem mais acessível, o texto, em comparação com o

texto de Cegalla (1985) trás em si os conceitos trabalhados de forma mais adequada. Ao

expor, por exemplo, a classificação de sujeito, Faraco e moura, nos passam a idéia

correta de dentro de uma categoria surgem outras, diferentemente de Cegalla (1985),

que através de uma organização inadequada, passa para o leitor a idéia de que o sujeito

pode ter oito classificações diferentes, ao passo em que diferencia sujeito exposto de

sujeito simples, desconsiderando sua interdependência.

Faraco e Moura destacam-se ainda, ao expor para o leitor as possíveis

representações para o sujeito e darem espaço para a oração subordinada substantiva

subjetiva e outros, que Cegalla (1985) não destacou, deixando, assim, mais esclarecido

o conteúdo. Além disso, no trato do sujeito inexistente, os autores Faraco e Moura

(1988) trazem também mais casos em que as palavras marcam esse tipo de

classificação.

No entanto, apesar de ser o texto de Faraco e Moura de mais fácil compreensão e

mais completo surgiu ainda uma questão:

Ao tratar sobre as possíveis representações do sujeito, Faraco e Moura (1988)

colocam o caso do pronome pessoa oblíquo. Para o primeiro exemplo: “Mandei-

o sair”, os autores explicam que: o pronome oblíquo “o” é o objeto direto da

primeira oração e sujeito da segunda. Diante disso surge a questão: um termo

pode desempenhar duas funções sintáticas em um mesmo contexto?

Após a leitura do texto, pode-se observar, ainda, a presença da falta de

sistematicidade nas diferentes gramáticas, ao se constatar diferenças explícitas na

construção do texto, a exemplo da classificação do sujeito. No entanto, percebe-se que,

o texto de Faraco e Moura (1988), apesar de apresentar alguns conceitos de forma

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semelhante à Cegalla (1985), se mostra mais explicativo e simples, facilitando a

compreensão por parte do leitor.