Fases Magn eticas, Polaritons Magn eticos e Modos ......Fases Magn eticas, Polaritons Magn eticos e...

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universidade federal do rio grande do norte centro de ci ˆ encias exatas e da terra departamento de f ´ ısica te ´ orica e experimental programa de p ´ os-graduac ¸ ˜ ao em f ´ ısica Fases Magn´ eticas, Polaritons Magn´ eticos e Modos Magnetost´ aticos em Filmes e Cristais Magnˆonicos de Terras-Raras Lindon Johnson Freitas Rodrigues Orientador: Prof. Dr. Manoel Silva de Vasconcelos natal-rn setembro de 2015

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universidade federal do rio grande do norte

centro de ciencias exatas e da terra

departamento de fısica teorica e experimental

programa de pos-graduacao em fısica

Fases Magneticas, Polaritons Magneticos e Modos

Magnetostaticos em Filmes e Cristais Magnonicos de

Terras-Raras

Lindon Johnson Freitas Rodrigues

Orientador: Prof. Dr. Manoel Silva de Vasconcelos

natal-rn

setembro de 2015

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Lindon Johnson Freitas Rodrigues

Fases Magneticas, Polaritons Magneticos e Modos

Magnetostaticos em Filmes e Cristais Magnonicos de

Terras-Raras

Tese de doutorado apresentada ao

Departamento de Fısica Teorica e

Experimental da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte como requisito parcial a

obtencao do grau de Doutor em Fısica.

Orientador: Prof. Dr. Manoel Silva de

Vasconcelos

natal-RN

setembro de 2015

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FICHA CATALOGRAFICA

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Lindon Johnson Freitas Rodrigues

Fases Magneticas, Polaritons Magneticos e Modos

Magnetostaticos em Filmes e Cristais Magnonicos de

Terras-Raras

Tese apresentada ao Departamento de Fısica

Teorica e Experimental da Universidade Fe-

deral do Rio Grande do Norte como parte

dos requisitos para a obtencao do tıtulo de

Doutor em Fısica

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Manoel Silva de Vasconcelos - Orientador (UFRN)

Prof. Dr. Vamberto Dias de Mello (UERN)

Prof. Dr. Eudenilson Lins de Albuquerque (UFRN)

Prof. Dr. Dory Helio Aires de Lima Anselmo (UFRN)

Prof. Dr. Paulo Wilson Mauriz (IFMA)

Aprovada em: 10/09/2015

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Para:

Pela fe compreendemos que o Universo foi criado por intermedio da Palavra de Deus e que

aquilo que pode ser visto foi produzido a partir daquilo que nao se ve.

(Hebreus 11:3 )

Minha esposa: Sheyla Soares do Nascimento Rodrigues e

Meus estimados pais: Manoel Rodrigues da Rocha e Maria Nely de Freitas e

Meus filhos: Sergio Henrique e Willyam Thompson

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Pensamento:

“Ter fe e a razao e a materia-prima para o compromisso, a persistencia e a

fidelidade. Sem a fe, a vida fica sem explicacao. Nao importa o que voce possa

perder em seu caminhar, nunca perca sua fe”

(Myles Munroe).

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AGRADECIMENTOS

Agradeco a Deus pela sua misericordia e graca que se renovam sobre minha vida a

cada manha, pelo o Seu infinito amor, saude e vida; enfim por tudo.

Aos meus queridos pais, Manoel Rodrigues da Rocha e Maria Nely de Freitas pelo

sustento quando crianca; pelos bons conselhos e orientacao, os quais serao lembrados por

toda a minha vida.

A minha esposa, Sheyla Rodrigues que me acompanhou nesse perıodo de estudo,

dando-me forca e apoio para seguir sempre em frente, por esta do meu lado em todos os

momentos, ate mesmo nos mais difıceis onde pensava que nao conseguiria chegar no lugar

almejado; agradeco por estar ao meu lado.

As minhas irmas: Jehnifen Rodrigues(Nininha), Manoela Rodrigues e Helia Rodri-

gues pelo amor, amizade e carinho.

Ao Prof. Dr. Manoel Silva de Vasconcelos, pela compreensao indiscutıvel, excelente

orientacao e constante atencao, que sempre me proporcionou quando precisei, sempre esteve

presente dando os melhores conselhos e ensinamentos, que serao sempre lembrados na minha

carreira cientıfica e tambem nesta vida. Um orientador seguro, extremamente competente

e disciplinado, cuja disponibilidade e acessibilidade foram essenciais para a realizacao deste

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trabalho. Sou muito grato pela confianca e que esse tempo de curso sirva de uma porta

aberta para a realizacao de trabalhos e colaboracoes futuras.

Ao Prof. Dr. Vamberto Dias de Mello, pela amizade, paciencia e orientacao durante

o meu trabalho de mestrado na UERN entre 2008 e 2010, apontando e sugerindo o melhor

caminho a seguir, mas sempre colocando em primeiro lugar que vale a pena fazer o que se

gosta e ser feliz naquilo que se faz.

Ao Prof. Dr. Milton Morais Xavier, Prof. Dr. Jose Ronaldo Pereira da Silva e

Prof. Dr. Idalmir Queiroz Junior pela confianca em me recomendar para esse programa de

pos-graduacao, o que me proporcionou conhecer e trabalhar em um grupo de pesquisa solido,

ativo e produtivo.

Aos Professores: Prof. Dr. Francisco George Brady Moreira, Prof. Dr. Luciano

Rodrigues da Silva, Prof. Dr. Liacir dos Santos Lucena, Prof. Dr. Madras Viswanathan

Gandhi Mohan, pela formacao profissional nesta Universidade.

Aos meus amigos e colegas do Doutorado, pelo suporte e companherismo: New-

ton Frazao, Ricardo Gondim, Edir Muncao, Carlos Humberto, Eliangela Paulino, Nyladih

Theodory, Hidalyn Theodory.

Aos funcionarios do Programa de Pos-Graduacao em Fısica PPGF, pelas ajudas que

nos deram quando precisamos, pela atencao e preocupacao; e em especial, a Celina.

A CAPES e CNPq pelo apoio financeiro.

Enfim, a todos, que de alguma forma, contribuıram para a realizacao desse trabalho.

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RESUMO

Neste trabalho, primeiramente apresentamos algumas propriedades estruturais dos

terras-raras e tambem realizamos um estudo das fases magneticas em filmes finos e ultafinos

de Holmio (Ho) no intervalo de temperatura entre 20 K e 132 K, onde mostramos que o

tamanho do filme, os efeitos de superfıcie e a aplicacao do campo magnetico externo alte-

ram significativamente o diagrama de fases magneticas. Tambem constatamos uma reducao

correspondente a intensidade do campo magnetico externo necessario para saturar a magne-

tizacao, e para filmes ultrafinos o estado helicoidal do Disprosio (Dy) nao se forma. Usamos

o calor especıfico e a susceptibilidade magnetica como ferramentas auxiliares para explorar e

discutir a natureza das transicoes de fase na presenca de campo magnetico externo, tempe-

ratura e efeitos magneticos externos. Neste caso a presenca de um campo externo da origem

as fases magneticas conhecidas como FAN e Spin slip. Em seguida, estudamos os polaritons

magneticos, que sao excitacoes mistas onde uma de suas componentes e o foton, em multi-

camadas periodicas compostas do terra-rara Disprosio (Dy) e Fluoreto de zinco (ZnF2), que

define um cristal magnonico. Com aplicacao de um campo magnetico externo e numa tempe-

ratura constante, constatamos que e possıvel controlar quantitativamente o numero de modos

de volume na estrutura periodica. Ainda no estudo dos polaritons de volume, verifica-se que

surge uma regiao de “gap zero”, cujo intervalo tambem pode ser controlado pela aplicacao de

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campo magnetico externo a temperatura constante. Apresentamos tambem um estudo dos

modos magnetostaticos em cristais magnonicos do mesmo sistema para complementar nossos

resultados. Encontramos neste estudo uma periodicidade muito peculiar que e destacada

sempre pela presenca de um unico modo de superfıcie entre acada dois modos de volume,

caracterıstico dos modos magnetostaticos. Outro resultado interessante foi o estreitamento

suave da primeira banda de volume com o aumento dos valores dos parametros de troca e do

campo magnetico crıtico com a temperatura. Essas novas propriedades sao explicadas pelo

comportamento efetivo dos polariotns magneticos nos cristais magnonicos.

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ABSTRACT

In this work, first we present some structural properties of the rare earths and also

we make a study of the magnetic phases in films fine and ultrafine Holmium (Ho) films in

the temperature range between 20K and 132K, where we show that the size of the film, the

surface effects and application of the magnetic field external significantly alter the magnetic

phase diagram. Also, we found that a reduction in the intensity of the external magnetic field

is required to saturate the magnetization and, in this case, in ultrafine film, the helical state

will not be formed. We use the specific heat and magnetic susceptibility as an important tool

to explore and discuss the nature of phase transitions in the presence of external magnetic

field, temperature and external magnetic effects. In this case the presence of an external field

gives rise the magnetic phases called as FAN and Spin slip. In follow, we have studied the

magnetic polaritons, which are mixed excitations in crystals where one of its components is

the photon, in periodic multilayer composed of rare-earth Dysprosium (Dy) and zinc fluoride

(ZnF2), which defines a magnonic crystal. With application of an external magnetic field

and at an constant constant temperature, we found that it is possible to quantitatively

control the volume number of modes in the periodic structure. Although the study of volume

polaritons, it appears that arises a region of “zero gap”, whose range can also be controlled

by the application of external magnetic field at a constant temperature. We also present,

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a study of the magnetostatic modes in a periodic multilayer to complement our results.

We found in this study a peculiar frequency which is always highlighted by the presence of

a single mode surface between each two volume modes, characteristics of the magnetostatic

modes. Another interesting result was the smooth narrowing of the first volume of band with

increasing values of the parameter exchange and the critical magnetic field with temperature.

These new properties are explained by the affective behavior of magnetic polaritons in the

periodic magnonics crystals.

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SUMARIO

Ficha Catalografica i

Agradecimentos v

Resumo vii

Abstract ix

Lista de Figuras xvii

Lista de Tabelas xviii

1 Introducao 1

2 Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e Estruturas

Magneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 12

2.1 Origem e Classificacao dos Terras-Raras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.2 Os Terras-Raras e sua Estrutura Cristalina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

xi

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2.3 Os Terras-Raras e sua Estrutura Eletronica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2.4 Fases Magneticas no Volume e em Filmes Finos de Terras-Raras . . . . . . . 18

2.4.1 Fases Helimagnetica e Fan Magnetica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

2.4.2 Fase Magnetica Helifan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2.4.3 Estruturas ou Fase Magnetica Spin-slip . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2.5 Modelo Teorico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

2.6 Resultados e Discursoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3 Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 38

3.1 Ondas de Spin e Magnon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

3.2 Polaritons em Terras-raras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

3.3 Metodo da Matriz de Transferencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

3.4 Resultados Numericos e Conclusoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

4 Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 72

4.1 Limite Magnetostastico em Multicamadas Magneticas . . . . . . . . . . . . . 73

4.2 Modos Magnetostaticos em Cristais Periodicos . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

4.3 Modos Magnetostaticos com Magnetizacao Perpendicular as Interfaces . . . 77

4.4 Resultados Numericos e Conclusoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

5 Conclusoes e Perspectivas 90

5.1 Estruturas Magneticas em Filmes Finos e Ultra-Finos de Holmio . . . . . . . 90

5.2 Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio . . . . . . . . . . . . . . . . 92

5.3 Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio . . . . . . . . . 93

5.4 Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

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Apendices 96

A Artigos Publicados 96

A.1 Magnetic structures in ultra-thin Holmium films: Influence of external mag-

netic field . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

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LISTA DE FIGURAS

1.1 Dispositivo generico de ondas de spin magnetostaticas. (A) e (B) designam as

antenas de entrada e de saıda. (C) e o guia de ondas para as ondas de spin.

(D) e a regiao funcional, onde ocorre a manipulacao da onda de spin. . . . . 9

2.1 Estrutura hexagonal compacta dos Terras-Raras. . . . . . . . . . . . . . . . 16

2.2 Representacao esquematica das fases magneticas do Holmio (Ho) no volume. 20

2.3 Fase helimagnetica, fase helimagnetica distorcida e fase fan. . . . . . . . . . 21

2.4 Representacao esquematica da fase helifan. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2.5 Diagramas esquematicos das orientacoes dos momentos magneticos de spins

para a estrutura magnetica Spin-slip nas temperaturas de 85 K, 95 K e 105 K

sob um campo magnetico constante de 8 kOe respectivamente. . . . . . . . . 24

2.6 Diagrama de fases magneticas do Holmio (Ho) no volume. . . . . . . . . . . 29

2.7 Magnetizacao isotermica para o Holmio (Ho) no volume, e para as tempera-

turas de 50 K e 70 K. A insercao mostra a susceptibilidade magnetica tambem

nas temperaturas 50 K e 70 K. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

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2.8 Calor especıfico do Holmio (Ho) no volume para um campo magnetico de

6 kOe. Varias transicoes de fases magneticas sao observadas. A insercao

mostra a cuva de magnetizacao versus temperatura para um campo magnetico

constante de 6 kOe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

2.9 (a) Diagrama de fases magneticas para um filme fino de Holmio (Ho) com 24

monocamadas. (b) Curva de magnetizacao versus campo magnetico a tempe-

ratura constante de 107 K. A insercao mostra a estrutura Spin-slip a 107 K e

a 7 kOe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2.10 Diagrama de fase do Holmio (Ho) para um filme com 10 monocamadas. . . . 35

2.11 Diagrama de fase do Holmio (Ho) para um filme com 7 monocamadas. . . . 35

3.1 Relacao de dispersao dos magnons para uma cadeia ferromagnetica unidimen-

sional com interacoes entre primeiros vizinhos. . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

3.2 Representacao semi-infinita do terra-rara Disprosio (Dy). . . . . . . . . . . . 50

3.3 Relacao de dispersao para os polaritons de volume e de superfıcie, considerando

εA = 1 (sem o efeito de gas de eletrons livres), para o meio magnetico (Dy)

semi-infinito (ver Figura 3.2). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

3.4 O mesmo que na Figura (3.3), sendo que consideramos εA dado pela equacao

(3.27), e com o efeito de gas de eletrons livres. . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

3.5 O mesmo que na Figura (3.4), sendo que em escala reduzida para ω e kx. . . 55

3.6 Geometria considerada neste trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

3.7 Espectro de polaritons magneticos para fase helimagnetica do Disprosio (Dy).

No lado esquerdo temos o espectro de ω × Q, com kx = 0, que delimitam

as bandas de volumes (areas hachuradas) e do lado direito temos, o espectro

ωxkx, onde as regioes hachuradas representam os limites QL = 0 e QL = π.

Nao ha campo magnetico externo aplicado, mas a temperatura e de 88,1K. . 65

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3.8 O mesmo que na Figura (3.7), mas para um campo magnetico externo aplicado

de H0= 200G e sob temperatura de 88,1K. Para baixas frequencias e baixos

vetores de onda podemos observar um aumento na espessura do gap de energia. 66

3.9 Espectro de polaritons ω × kx na ausencia de um campo magnetico externo

aplicado e sob temperatura de 98K. Podemos observar aqui uma dispersao

hiperbolica nos modos de volume para baixos valores de frequencia. . . . . . 67

3.10 Espectro de polaritons ω×kx, mas para um campo magnetico externo aplicado

de H0= 200G e sob temperatura de 98K. Aqui o efeito do campo externo e o

de revelar a degenerecencia dos modos de volume e de superfıcie. . . . . . . . 68

3.11 Espectro de polaritons ω × kx na ausencia de um campo magnetico externo

aplicado e sob temperatura de 179K. Observamos aqui mais uma vez a dis-

persao hiperbolica para baixos valores de frequencia, nos modos de volume.

Porem o primeiro modo de volume e mais espesso horizontalmente a campo

zero. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

3.12 Espectro de polaritons ω×kx, mas para um campo magnetico externo aplicado

de H0= 200G e sob temperatura de 179K. O efeito do campo externo mais

uma vez revela a degenerecencia dos modos de volume e de superfıcie. . . . . 70

4.1 Diferentes regioes do comportamento magnetico em termos da magnitude | ~k |

do vetor de onda. Os numeros sao aproximados e podem variar para diferentes

materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

4.2 Modelo de multicamadas periodicas. O meio A e um material magnetico,

enquamto que o meio B e um isolante nao magnetico. . . . . . . . . . . . . . 78

4.3 Relacao de dispersao para os modos magnetostaticos em cristais magnonicos

a campo nulo e temperatura de 85 K. Aqui, R(= dB/dA) e igual a 2.0, e o

material magnetico (meio A) e o Disprosio Dy na fase helimagnetica. . . . . 86

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4.4 Relacao de dispersao dos modos magnetostaticos em cristais magnonicos a

campo magnetico crıtico de 2 kG e temperatura de 100 K. Aqui, R(= dB/dA)

e igual a 2.0, e o material magnetico (meio A) e o Disprosio Dy na fase

helimagnetica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

4.5 Relacao de dispersao dos modos magnetostaticos em cristais magnonicos a

campo magnetico crıtico de 10 kG e temperatura de 160 K. Aqui, R(= dB/dA)

e igual a 2.0, e o material magnetico (meio A) e o Disprosio Dy na fase

helimagnetica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

xvii

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LISTA DE TABELAS

2.1 Tabela Classificatoria dos Elementos de Terras-Raras . . . . . . . . . . . . . 15

2.2 Propriedades Estruturais dos Terras-Raras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

xviii

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CAPITULO 1

INTRODUCAO

1

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Capıtulo 1. Introducao 2

Hoje em dia nos sabemos que os efeitos eletricos e magneticos estao diretamente

relacionados, mas nem sempre foi assim. O magnetismo ja era conhecido desde as civi-

lizacoes antigas. A historia registra que as primeiras evidencias do despertar da humanidade

para os materiais imantados ocorreu na China quando os chineses relataram a utilizacao de

pecas imantadas para serem utilizadas na confeccao de um artefato util para a orientacao da

navegacao das caravanas, relato este que aponta para o surgimento da bussola.

Contam que as caravanas mais bem preparadas que cruzaram o deserto de Gobi

levavam sempre um camelo branco, que carregava uma tigela cheia de agua nas costas.

Dentro dessa tigela flutuava um pedaco de ferro magnetizado. As laterais da jarra eram

pintadas de varias cores: vermelho para o sul, preto para o norte, verde para o leste e branco

para o oeste; era essa a bussola primitiva que guiava as caravanas pelas areias do deserto

[1]. Nao se pode dizer, com precisao, quando se deu a primeira producao de ımas artificiais.

Entretanto, no seculo XIII, surgiram varios estudos e ensaios que mostravam a possibilidade

de produzir ımas artificialmente.

Contudo, o primeiro trabalho de importancia reconhecida sobre os ımas permanentes

so foi publicado em 1600. Tido como um dos grandes classicos da Fısica Experimental,

este trabalho, intitulado de “De Magnete”escrito pelo o medico e cientista Ingles William

Gilbert, descrevia fenomenos fısicos inerentes aos materiais magnetizados e sua aplicacao

em instrumentos de navegacao. William Gilbert descobriu a razao de uma agulha de uma

bussola orientar-se em direcoes definidas: a propria TERRA era um ıma permanente. Da

epoca de William Gilbert ate os dias atuais, tivemos a colaboracao de cientistas do mundo

inteiro para a acumulacao de todo o conhecimento que temos sobre os ımas permanentes.

Numa rapida cronologia, extremamente resumida, poderıamos partir do primeiro li-

vro publicado sobre o tema, a partir dos trabalhos de “Canton e Michell”, ate a introducao

dos conceitos de materiais magneticamente moles e duros, no seculo XIX, passando pelos

trabalhos de Madame Curie que em 1857, conseguiu um material com coercitividade (capa-

cidade que apresenta um material magnetico de manter seus ımas elementares presos numa

determinada posicao) de 7 kA/m, e o processo inovador dos japoneses Honda e Takagi que em

1917, conseguiram, mediante a aplicacao de cobalto, materiais magneticos com coercitividade

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Capıtulo 1. Introducao 3

de 20 kA/m e produto de energia de 8 kJ/m3 [2].

Os ımas permanentes sao materiais magneticos que possuem a caracterıstica de apre-

sentarem uma inducao magnetica residual mesmo apos a retirada da forca magnetizante.

Assim como os indutores, os ımas permanentes produzem fluxo magnetico. A diferenca e que

estes ultimos conseguem isto sem nenhum tipo de enrolamento de excitacao e sem nenhuma

dissipacao de energia eletrica. Os ımas permanentes tambem sao conhecidos como materiais

magneticamente duros, o que significa materiais ferromagneticos com largo ciclo de histerese.

Para efeito de classificacao, os ımas permanentes podem ser agrupados em tres gran-

des famılias:

∗ Alnicos (Al, Ni, Co, Fe);

∗ Ceramicos (Ferrites): ferrites de bario e ferrites de estroncio; e

∗ Terras-raras (SmCo e NdFeB).

Os alnicos sao ligas de Fe (Ferro) contendo Al (Alumınio), Ni (Nıquel) e Co (Co-

balto), alem de outros elementos. O nome da liga e formado pela justaposicao dos sımbolos

quımicos dos elementos (Al, Ni e Co). As ligas alnico foram descobertas na decada de 1920,

e permitiram a producao industrial de ımas artificiais com inducao magnetica muito supe-

rior a dos naturais. Um ıma de alnico e capaz de levantar mais de 1000 vezes seu proprio

peso. Os alnicos apresentam curvas de desmagnetizacao fortemente nao-linear e da mesma

forma como sao facilmente magnetizados, podem ser tambem desmagnetizados. As maiores

vantagens dos alnicos sao: alta densidade de fluxo magnetico remanente (cerca de 1,2 T) e

baixos coeficientes de temperatura. Tais caracterısticas permitem o uso destes ımas em altas

temperaturas (520C, por exemplo).

Da metade dos anos 40 ate 1970, o mercado dos ımas permanentes era dominado

pelos alnicos quando, a partir de entao, os ferrites tornaram-se os materiais magneticamente

duros mais largamente utilizados. Atualmente, encontram-se aplicacoes dos alnicos em alto-

falantes, motores eletricos e geradores de pequeno porte, valvulas magnetron, captadores

de guitarra eletrica etc. Foram tambem muito usados em instrumentos de medidas, como

velocımetros, tacografos, medidores de energia eletrica, etc.

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Capıtulo 1. Introducao 4

Os ferrites de estroncio e de bario foram desenvolvidos a partir do final da decada

dos anos quarenta. Apesar de possuırem uma densidade de fluxo magnetico mais baixa que

os alnicos, os ımas ferrites sao mais imunes a campos desmagnetizantes, em funcao de sua

forca coerciva mais elevada. Porem, as maiores vantagens dos ımas ferrites sao o baixo custo

e a alta resistencia eletrica as correntes parasitas, mesmo a altas frequencias. Em termos

comparativos, os ımas ferrites sao mais economicos que os alnicos para o uso em motores

eletricos a ıma permanente. Os ferrites de bario sao largamente utilizados em pequenos

motores de corrente contınua encontrados em automoveis ( ventiladores, limpadores de para-

brisa, bombas, etc.). Os ferrites de estroncio possuem forca coerciva superior aos ferrites de

bario. Por ultimo, vale a pena salientar que a producao dos ımas ferrites causam impacto do

ponto de vista ambiental.

Os ımas terras-raras: samario-cobalto (SmCo) e neodımio-ferro-boro (NdFeB),

apresentam-se como alternativas aos ımas ferrites, principalmente quando as figuras de merito

em questao sao o volume e o peso. A primeira geracao destes novos materiais, baseada na

composicao samario-cobalto (SmCo), foi descoberta no inıcio da decada dos anos sessenta e

tornada disponıvel comercialmente no inıcio dos anos setenta. As curvas de desmagnetizacao

dos ımas samario-cobalto (SmCo) sao praticamente lineares, o que denota alta resistencia

a campos desmagnetizantes. Alem disso, eles possuem altos valores de produto energetico

(cerca de 160 kJ/m3), densidade de fluxo magnetico remanente (aproximadamente 1 Tesla)

e forca coerciva (720 kA/m), respectivamente.

A segunda geracao dos ımas terras-raras, baseada em neodımio-ferro-boro (NdFeB),

foi anunciada em 1983, durante a vigesima nona Conferencia Anual de Magnetismo e Mate-

riais Magneticos, ocorrida em Pittsburg. O neodımio e um elemento terra-rara muito mais

abundante que o samario. Os ımas de neodımio-ferro-boro (NdFeB) possuem maior produto

energetico (210 kJ/m3), maior forca coerciva (900 kA/m) e maior inducao remanente (1,2

Tesla) que os ımas de samario-cobalto (SmCo). Entretanto, ao lado destes parametros al-

tamente positivos, os ımas de neodımio-ferro-boro (NdFeB) apresentam as desvantagens de

alta suscetibilidade a corrosao e grande limitacao no que diz respeito a temperatura de uti-

lizacao em servico (150C) e temperatura de Curie (310C). Nos dias atuais, estes materiais

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Capıtulo 1. Introducao 5

sao largamente utilizados na eletroeletronica, sobretudo em aplicacoes especiais tais como:

motores de posicionamento das cabecas de leitura e gravacao de discos rıgidos, motores de

corrente contınua sem comutador e escovas, motores de passo para aplicacoes em bracos de

robos, tacometros, etc [3].

Essa busca incessante por novos materiais magneticos para aplicacoes em novas tec-

nologias, agora com o uso das ondas de spin como meio de transporte de informacao, criou

recentemente um novo campo de pesquisa, chamado de “cristais magnonicos ”. Os cristais

magnonicos sao estruturas artificiais feitas por materiais magneticos, em que as propriedades

magneticas sao modificadas periodicamente no espaco e, dessa forma, as ondas de spin podem

ser moduladas e controladas. O termo cristal magnonico vem da analogia com os cristais

naturais e com os cristais fotonicos. Nos cristais fotonicos as partıculas que carregam a in-

formacao sao os fotons, daı o termo cristais fotonicos. Em nosso caso, a excitacao elementar

que carrega a informacao no cristal e a onda de spin, ou magnon, portanto o termo cristais

magnonicos se aplica ao sistema proposto.

O conceito de ondas de spin como a dinamica de um auto-estado de energia de um

meio magneticamente ordenado foi introduzido por Bloch ha 80 anos atraz [4]. Do ponto de

vista da fısica classica, as ondas de spin sao representadas por uma precessao de fase coerente

dos vetores microscopicos de magnetizacao no meio magnetico [5, 6]. Holstein e Primakoff [7]

e Dyson [8], introduziram o quanta das ondas de spin, chamados de magnons. Eles previram

que os magnons devem se comportar como quasiparticulas fracamente iteragentes que obede-

cem a estatıstica de Bose-Einstein. Portanto, o termo “magnonicos”deve, em princıpio des-

crever um subcampo do magnetismo ligado com fenomenos quanticos magneticos dinamicos.

No entanto, de maneira semelhante a eletronica, a estatıstica de Bose-Einstein aplicada aos

magnons aborda uma ampla variedade de efeitos que nao sao limitados por uma estrutura

quantica da corrente eletrica (por exemplo, dispositivos de eletrons individuais, dispositivos

de ruido baixo, etc), ha agora um amplo consenso para usar o termo “magnonicos”para cobrir

um amplo campo do magnetismo conectado com as ondas de spin em geral.

Evidencias experimentais da existencia das ondas de spin veio a partir de medicoes

das propriedades termodinamicas de ferromagnetos, em especial a dependencia da magne-

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Capıtulo 1. Introducao 6

tizacao de saturacao M0 com a temperatura. A famosa lei de Bloch T 3/2 e uma confirmacao

indireta da existencia das ondas de spin [9]. A primeira observacao direta das ondas de spin

foi feita atraves da ressonancia ferromagnetica (FMR) por Griffiths para o caso da precessao

uniforme [10], que pode ser entendida como uma onda de spin com um vetor de onda igual

a zero. Mais tarde, experimentos com o espalhamento de luz Brillouin (BLS) realizados por

Fleury e seus colaboradores confirmaram a existencia das ondas de spin com vetores de onda

diferentes de zero [11].

Em muitos aspectos, uma onda de spin pode ser considerada como um analogo

magnetico do som ou de uma onda de luz. Varias decadas de pesquisa experimental e

teorica demonstraram que as ondas de spin exibem a maioria das propriedades inerentes as

ondas na mecanica quantica. Em particular, a excitacao e propagacao [12, 13], reflexao e

refracao [14, 15], interferencia e difracao [16, 17], foco e auto-focagem [18, 19], tunelamento

[20, 21] das ondas de spin e o efeito Doppler [22, 23], [24, 25] mostram tambem, o carater

ondulatorio das ondas de spin. A quantizacao das ondas de spin devido ao efeito de tamanho

finito foi uma descoberta bem recente em filmes finos [26, 27]. Este fenomeno tambem foi,

recentemente, observado e extensivamente estudado em estruturas magneticas lateralmente

confinadas [28, 29].

Outro fenomeno quantico interessante e a Condensacao Bose-Einstein (BEC) de

magnons demonstrada em alguns sistemas magneticos peculiares [30, 31, 32]. Em ligas de

ferro ıtrio (YIG), a condensacao Bose-Einstein (BEC) de magnons tambem foi observada

em temperatura ambiente. Este efeito pode ser utilizado para gerar sinais de microondas

pela conversao de energia da radiacao eletromagnetica de banda larga de uma onda de spin

monocromatica. Na spintronica, as ondas de spin sao consideradas como um mecanismo

responsavel pelo bloqueio do ordenamento das fases dos osciladores e da transferencia de

torque [33, 34], um mecanismo para a retificacao das correntes de microondas ao passarem por

guias de microondas ferromagneticos [35, 36]. Em fim, uma ampla variedade de observacoes

estimularam o campo dos critais magnonicos [37, 38]. Semelhante a spintronica [39, 40], a

principal aplicacao dos cristais magnonicos esta ligada com a capacidade das ondas de spin

em transportar e processar informacao em nanoescala.

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Capıtulo 1. Introducao 7

Nesse campo, a investigacao e particularmente desafiadora porque as ondas de spin

apresentam diversas caracterısticas peculiares que as tornam diferentes das ondas de som e

luz. A dependencia ω(~k) para as ondas de spin e altamente dispersiva e geralmente contem

um gap ω0 = ω(k = 0) que depende da forca e da orientacao do campo magnetico aplicado,

bem como do tamanho da amostra ferromagnetica. Alem disso, a relacao de dispersao ω(~k) e

anisotropica, mesmo no caso de um meio magnetico isotropico. Alem disso, as ondas de spin

sao regidas por diferentes interacoes em diferentes escalas de comprimento, por exemplo, as

interacoes de troca e dipolar que sao dominantes nas escalas de comprimento nanoscopicas

e microscopicas, respectivamente. Essas caracterısticas foram decisivas para entender que as

ondas de spin se propagam em micromodelo e nanomodelo de guias de ondas magnonicos

[41, 42].

Dentro do campo da nanotecnologia, temos os materiais magneticos nanoestrutura-

dos que sao conhecidos por possuir muitas funcionalidades que nao podem ser alcancadas

quando a investigacao e feita com o material no volume. Essa limitacao cuminou, por exem-

plo, com a descoberta do fenomeno da magnetorresistencia gigante (GMR) em multicamadas

magneticas. Essa descoberta levou o Premio Nobel de Fısica em 2007 [43, 44]. As leituras da

magnetorresistencia gigante (GMR) feitas por cabecotes e aquelas baseadas na magnetorre-

sistencia de tunelamento (TMR), que consiste em multicamadas magneticas nanomodeladas,

sao utilizadas em cabecotes modernos de leitura de disco rıgido, mostrando caracterısticas

magnetoresistivas notavelmente superiores as encontradas em materiais magneticos contınuos

naturais. Outros exemplos sao dados por multicamadas magneticas metalicas com alta ani-

sotropia fora do plano magnetico [45, 46] e filmes dieletricos magneticos de varias camadas

(os chamados cristais fotonicos magneticos [47]) que mostram esses efeitos notaveis como a

rotacao de Faraday gigante [48] e propagacao unidirecional de luz [49].

As propriedades das ondas de spin em sistemas nanoestruturados ganham um novo

grau de liberdade devido a conexao com um campo magnetico interno nao homogeneo. Ma-

teriais periodicamente estruturados desempenham um papel especial no estudo dos critais

magnonicos. Na verdade, a propagacao de ondas em materiais periodicamente estruturados

e de interesse fundamental da fısica moderna e suas tecnologias [50]. Em particular, grandes

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Capıtulo 1. Introducao 8

esforcos em pesquisas tem sido feitos no campo dos materiais eletromagneticas artificiais com

uma modulacao periodica do ındice de refraccao em uma, duas ou em tres dimensoes respec-

tivamente (1D, 2D e 3D), com periodicidade comparaveis ao comprimento de onda da luz.

Estes materiais sao conhecidos como estruturas de gaps fotonicos [51], como mencionados an-

teriormente. Na pratica, esses materiais tem aplicacoes em opticaeletronica [52], plasmonica

[53], cristais fotonicos [54] e em super-redes semicondutoras [55].

Esses sao exemplos tıpicos e amplamente conhecidos de exploracao da periodicidade

espacial para controlar a propagacao e espalhamento de luz, fonons e eletrons em dispositivos

eletronicos, opticoeletronicos e acustico-eletronico. Portanto, os materiais magneticos peri-

odicamente modulados sao agora explorados para formar cristais magnonicos, ou seja, um

analogo magnetico de cristais fotonicos. De fato, o espectro de onda de spin foi modificado

por padronizacao [56] e mostra uma estrutura de banda adaptada em materiais magneticos

periodicos.

Um espectro de banda consiste em faixas de estados magnonicos permitidos e zo-

nas proibidas de frequencias (“band gaps”), em que ha estados magnonicos nao permitidos.

Uma das primeiras tentativas para estudar a propagacao das ondas de spin em estruturas

magneticas periodicas foi feita por Elachi [57]. Hoje em dia, o numero de estudos sobre o

tema subiu e continua a crescer a um ritmo acelerado. O dispositivo magnonico mais comum

e estudado exaustivamente e o dispositivo generico de ondas de spin magnetostaticas. Nesse

dispositivo magnonico as ondas de spin magnetostaticas sao injetadas em uma ferrita (geral-

mente um mineral de ferro e ıtrio - YIG) de guia de onda (C) usando uma antena indutiva

de entrada (A). Este ultimo pode ter um numero de diferentes geometrias utilizadas na en-

genharia de microondas, por exemplo, um guia de onda coplanar ou linha de transmissao.

A fase e/ou amplitude das as ondas de spin magnetostaticas sao variadas na regiao funcio-

nal (D) e o resultado e lido indutivamente por uma outra antena (B). A figura 1.1 a seguir

descreve simbolicamente como funciona o dispositivo magnonico de transporte das ondas de

spin magnetostaticas [58, 59].

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Capıtulo 1. Introducao 9

Figura 1.1: Dispositivo generico de ondas de spin magnetostaticas. (A) e (B) designam asantenas de entrada e de saıda. (C) e o guia de ondas para as ondas de spin. (D) e a regiaofuncional, onde ocorre a manipulacao da onda de spin.

Portanto, a combinacao de varias dessas portas necessariamente em serie envolve

a conversao de ondas de spin em correntes eletricas, que esta sempre associada a perdas

de energia adicional. Existem outros dispositivos magnonicos discutidos em [60, 61, 62]

que foram todos baseados em guias de onda magnonica feitos de metais ferromagneticos.

Tais guias de onda sao conhecidos experimentalmente por produzir maior amortecimento

para as ondas de spins quando comparados com as ferritas. Assim, esses dispositivos que

discutimos aqui tambem podem ser produzidos utilizando-se os terras-raras. Nesta tese, nos

propomos estudar os cristais magnonicos de terras-raras. Dentre os diversos metais terras-

raras escolhemos em particular o Disprosio (Dy).

Recentemente, filmes finos de Holmio (Ho) foram estudados na minha dissertacao de

mestrado. Mostramos como as fases magneticas desses filmes, variam em termos do campo

magnetico externo aplicado, temperatura, espessura e superfıcie. De modo comparativo ava-

liamos os diagramas de fases magneticas no volume, em filmes finos e ultrafinos de Holmio

(Ho). Investigamos tambem o calor especıfico, a magnetizacao e a susceptibilidade magnetica

dos filmes para discutir a natureza das transicoes de fase e explorar as caracterısticas funda-

mentais dos diagramas de fases magneticas com respeito ao possıvel uso desses filmes finos

de Holmio (Ho) na refrigeracao magnetica. Nesta tese inicialmente, antes de estudarmos os

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Capıtulo 1. Introducao 10

cristais magnonicos, fizemos uma extensao de minha dissertacao de mestrado. Estudamos

esses filmes em uma espessura ultrafina, ou seja, adotamos o numero N de monocamadas

para esses filmes menor que 10 monocamadas. Todo esse estudo foi recentemente publicado

(Ver apendice A). Apresentamos a seguir o plano dessa tese.

Fizemos uma revisao das propriedades estruturais dos terras-raras e um estudo de-

talhado das fases magneticas do Holmio (Ho) no volume, em filmes finos e ultrafinos, no

intervalo de temperatura em que o Holmio (Ho) e totalmente helimagnetico a campo zero.

O presente estudo mostrara a forte influencia que a superfıcie e a espessura de um filme fino,

associado com a competicao existente entre as energias de troca e magneto-cristalina, exer-

cem sobre a ordem magnetica desses sistemas, quando na presenca de um campo magnetico

externo e temperatura. De modo comparativo avaliamos os diagramas de fases magneticas

no volume, em filmes finos e ultrafinos de Holmio (Ho). Investigamos tambem o calor es-

pecıfico, a magnetizacao e a susceptibilidade magnetica dos filmes finos para discutir a natu-

reza das transicoes de fase e explorar as caracterısticas fundamentais dos diagramas de fases

magneticas.

Estudamos os polaritons em cristais magnonicos de Disprosio (Dy) para o caso heli-

magnetico. Para tanto, seguimos rigorasamente o formalismo de matriz de tranferencia, que

rege as estruturas periodicas e quasi-periodicas dos terras-raras, com o objetivo de obter as

relacoes de dispersao dos modos de volume e dos modos de superfıcie. E por fim apresenta-

mos os nossos resultados numericos, a fim de caracterizar os espectros dos polaritons (modos

de volume e de superfıcie), que podem se propagar nessas estruturas periodicas.

Investigamos os modos magnetostaticos que se propagam em estruturas feitas de

materiais magneticos (terras-raras) e nao magneticos. Nao cosideramos a geometria onde

o vetor de onda e o campo aplicado estao no mesmo plano (geometria de Voigt). Dessa

forma, consideramos um vetor de onda em um plano paralelo as superfıcies e interfaces,

um campo magnetico externo aplicado ~H0 e uma magnetizacao (ou magnetizacao lıquida da

multicamada de Disprosio (Dy), na sua fase helimagnetica) perpendiculares as superfıcies

e interfaces dessas estruturas magneticas e nao-magneticas. Nosso modelo e baseado no

formalismo de matriz de transferencia, o que simplifica bastante a algebra, que de outro modo

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Capıtulo 1. Introducao 11

seria bastante cansativa. Os nossos resultados numericos serao apresentados e discutidos.

Finalizamos essa tese de doutorado apresentando os principais resultados e conclusoes

a partir do estudo das fases magneticas do Holmio (Ho), do estudo da propagacao dos

polaritons magneticos em cristais magnonicos de Disprosio (Dy) e dos modos magnetostaticos

nesses cristais.

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CAPITULO 2

PROPRIEDADES ESTRUTURAIS DOS

TERRAS-RARAS, FASES MAGNETICAS E

ESTRUTURAS MAGNETICAS EM FILMES

FINOS E ULTRAFINOS DE HOLMIO

12

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 13

Neste capıtulo fizemos uma breve revisao das propriedades estruturais dos terras-

raras e investigamos as fases magneticas em filmes finos e ultrafinos de Holmio (Ho) no

intervalo de temperatura entre 20 K e 132 K. Nesse intervalo de temperatura, o Holmio (Ho)

no volume, e totalmente helimagnetico a campo zero. Mostraremos que o tamanho do filme,

os efeitos de superfıcie e a aplicacao do campo magnetico externo alteram significativamente

o diagrama de fases magneticas. Tambem constatamos uma reducao correspondente a in-

tensidade do campo magnetico externo necessario para saturar a magnetizacao e para filmes

ultrafinos o estado helicoidal nao se forma. Usamos o calor especıfico e a susceptibilidade

magnetica como ferramentas auxiliares para explorar e discutir a natureza das transicoes de

fase na presenca de campo magnetico externo, temperatura e efeitos magneticos externos.

Neste caso a presenca de um campo externo da origem as fases magneticas FAN e Spin-slip.

2.1 Origem e Classificacao dos Terras-Raras

Os terras-raras encontram-se distribuıdos pela crosta terrestre em concentracoes ex-

tremamente pequenas. Ocorrem concentrados em numerosos minerais, mas sempre mistura-

dos com outros terras-raras como o lantaneo, ıtrio, torio e outros elementos. A quantidade

de um determinado terra-rara varia muito de mineral para mineral, sendo os mais pesados os

que ocorrem normalmente em menores concentracoes. Um exemplo em particular, e o Holmio

(Ho). O Holmio (Ho) e um dos terras-raras menos abundante, estimando a sua presenca na

crosta terrestre na razao de 12 partes para 10 milhoes. E, portanto, mais abundante que o

antimonio, mercurio, iodo e o bismuto. As fontes mais importantes de Holmio sao os minerais

ricos em ıtrio, tais como xenotime, gadolinite, euxenite e fergusinite, para mencionar apenas

alguns. Nestes minerais o Holmio (Ho) esta sempre presente. No entanto, o Holmio (Ho)

aparece como impureza em muitos minerais como o apatite, bastenasite e o monasite. O mo-

nasite, bem como outros minerais de terras-raras, e processado extensivamente para retirar

o cerio, lantanio, torio e ıtrio, sendo os produtos secundarios de alguns destes processos, as

principais fontes de Holmio (Ho).

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 14

Os terras-raras pertencem ao grupo III-B da tabela periodica, envolvendo os elemen-

tos quımicos de numero atomico situado entre 57 e 71. O termo terras-raras e utilizado,

erroneamente, somente porque os terras-raras e seus oxidos apresentam aspecto terroso e

por terem sido considerados raros na natureza. Os terras-raras sao classificados em grupos:

O primeiro, denominado elementos leves ou grupo do Cerio (Ce), e o segundo referindo-se

aos elementos pessados ou grupo do ıtrio (Y ). Ao primeiro grupo pertencem os elementos

quımicos com numero atomico situado entre 57 e 63. O segundo e constituıdo pelos elementos

com numero atomico entre 64 e 71. Essa clasificacao foi estabelecida em razao das diferencas

em suas propriedades quımicas. O grupo dos elementos leves e formado por lantaneo (La),

cerio (Ce), praseodımio (Pr), neodımio (Nd), promecio (Pm), samario (Sm) e europio (Eu).

No grupo dos elementos pesados, encontram-se gadolınio (Gd), terbio (Tb), disprosio (Dy),

holmio (Ho), erbio (Er), tulio (Tm), iterbio (Y b) e lutecio (Lu). O ıtrio (Y ) de numero

atomico 39, e o escandio (Sc), com numero atomico 21 sao considerados dentro dos elemen-

tos terras-raras. Apresentamos na Tabela (2.1) os 17 elementos que compoe os terras-raras,

sua simbologia e numero atomico.

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 15

Elementos de Terras-Raras Sımbolo Numero AtomicoLantanio La 57

L Cerio Ce 58E Praseodımio Pr 59V Neodımio Nd 60E Promecio Pm 61S Samario Sm 62

Europio Eu 63

Gadolınio Gd 64Terbio Tb 65

P Disprosio Dy 66E Holmio Ho 67

S Erbio Er 68A Tulio Tm 69D Iterbio Yb 70O Lutecio Lu 71

S Itrio Y 39Escandio Sc 21

Tabela 2.1: Tabela Classificatoria dos Elementos de Terras-Raras

2.2 Os Terras-Raras e sua Estrutura Cristalina

Os terras-raras no volume cristalizam-se em uma estrutura hexagonal compacta

(hcp). Essa estrutura e formada pelo empilhamento de atomos em varios planos simetricos

hexagonalmente e empilhados ao longo da direcao-c. A celula unitaria, dessa estrutura e

composta por um atomo que possui doze primeiros vizinhos, sendo seis no plano hexagonal,

tres no plano acima e tres no plano abaixo, o seu numero de coordenacao e igual a 12 e seu

fator de empacotamento e igual ao da estrutura cubica de face centrada 0,74 [63].

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 16

Figura 2.1: Estrutura hexagonal compacta dos Terras-Raras.

Sendo assim os terras-raras leves fenomenologicamente cristalizam-se em uma es-

trutura dupla hexagonal compacta (dhcp), ja os terras-raras pesados cristalizam-se em uma

estrutura hexagonal compacta (hcp). As excecoes sao: o europio (Eu) que se cristaliza em

uma estrutura cubica de corpo centrado (bcc) e o unico terra-rara a nao ter uma estrutura

hcp; o iterbio (Y b) possui uma estrutura cubica de face centrada (fcc); o samario(Sm) em

particular possui uma estrutura rombohedral e para finalizar temos o cerio (Ce) que depen-

dendo de suas fases alotropicas pode apresentar uma estrutura cristalina do tipo: β-cerio

(dhcp), γ-cerio (fcc) em condicoes normais de temperatura e pressao, onde essa fase resiste a

qualquer transicao de fase em baixas temperaturas e em altas pressoes para fase α-cerio que

tambem apresenta uma estrutura cubica de face centrada (fcc) [64, 65, 66].

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 17

Terra- Estrutura Parametro de redeRara (300 K) a(A) c(A)

La dhcp 3.774 12.171

Ce(β) dhcp 3.681 11.857

Ce(γ) fcc 5.161

Ce(α) fcc 4.84(77 K)

Pr dhcp 3.672 11.833

Nd dhcp 3.658 11.797

Pm dhcp 3.65 11.65

Sm rhom 3.629 26.207

Eu bcc 4.583

Gd hcp 3.634 5.781

Tb hcp 3.606 5.697

Dy hcp 3.592 5.650

Ho hcp 3.578 5.618

Er hcp 3.559 5.585

Tm hcp 3.538 5.554

Yb fcc 5.485

Lu hcp 3.505 5.549

Tabela 2.2: Propriedades Estruturais dos Terras-Raras.

Um outro conceito geral para o estudo dos terras-raras e o volume atomico ou “raio

atomico”. Define-se o raio atomico como sendo a metade da distancia entre um atomo e

o seu primeiro vizinho, o correspondente raio atomico diminui sempre linearmente de 1,83

A para o lantaneo (La) a 1,73 A para o lutecio (Lu). Existem duas excessoes: europio

(Eu) de raio igual a 2,03 A e iterbio (Y b) de raio igual a 1,94 A. A grande uniformidade

da estrutura cristalina e dos raios atomicos dos terras-raras, como podemos ver na tabela

(2.2), podem ser descritos em primeira aproximacao como resultado da banda de conducao

5d6s que e aproximadamente igual para todos os metais terras-raras e contem tres eletrons

de conducao. As excessoes sao europio (Eu) e iterbio (Y b) que possuem dois eletrons de

conducao e cerio (Ce) que possui quatro eletrons de conducao. Nos metais terras-raras, usa-

se a notacao de “valencia”que e definida como igual ao numero de eletrons de conducao;

a valencia e consequentemente, 3 na maioria dos metais terras-raras, 2 no europio (Eu) e

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iterbio (Y b) e 4 para o cerio (Ce).

2.3 Os Terras-Raras e sua Estrutura Eletronica

Os terras-raras sao caracterizados pela presenca dos eletrons 4f nas suas confi-

guracoes eletronicas normais, onde estas configuracoes sao representadas por 4fn5d16s2. A

ocupacao da camada 4f varia de terra-rara para terra-rara e e sempre crescente do cerio

(Ce) 4f 1 para o lutecio (Lu) 4f 14. Lembrando que as principais fontes dos terras-raras sao

os minerios do tipo: monazita, bastnaesita e o xenotımio, entao como minerios as confi-

guracoes dos eletrons externos sao aproximadamente as mesmas para todos os terras-raras.

As funcoes de onda de dois atomos vizinhos de um mesmo terra-rara nao se superpoe visto

que as funcoes de onda sao bem localizadas, apesar dos raios atomicos serem um pouco

diferentes. Portanto ha uma similaridade quımica entre os terras-raras devido as suas propri-

edades eletronicas. Agora podemos resaltar que as propriedades fısicas variam muito dentro

da serie dos lantanıdios isso acontece devido ao preenchimento da camada interna 4f , quando

percorremos a serie do lataneo (La) para o lutecio (Lu). Nao podemos esquecer que as suas

propriedades magneticas sao regidas tambem pelos eletrons da camada 4f [64, 65]

2.4 Fases Magneticas no Volume e em Filmes Finos de

Terras-Raras

As propriedades magneticas dos materiais de terras-raras foram objeto de estudos

intensivos na decada de sessenta [67, 68]. O surgimento de tecnicas modernas de crescimento

de cristal para produzir multicamadas de terras-raras, aumentou o interesse de pesquisadores

nesse assunto, e esta atualmente ressurgindo com novas perspectivas interessantes para o

futuro [69]. Por outro lado, o ordenamento magnetico nos terras-raras pesados [70] e mediado

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 19

pela interaccao RKKY em que a polarizacao dos eletrons de conducao proporciona uma troca

indireta entre os momentos 4f localizados nos sıtios da rede vizinha [71]. A interacao entre

esta interacao de longo alcance e a anisotropia e os efeitos magneto-cristalinos resultam em

uma ordenacao magnetica complexa e gera a possibilidade de uma variedade de estruturas

magneticas. Tal como dito antes, compreender o magnetismo de filmes finos e de fundamental

importancia em qualquer contexto tecnologico, e os metais terras-raras sao utilizados em

uma vasta gama de aplicacoes tecnologicas, e por causa disso tem atingido uma importancia

economia mundial [72]. Um dos mais recentes efeitos e a utilizacao destes materiais em

sistemas de terras-raras dopado com ıons, o que justifica sua condicao de candidato muito

forte a um sistema de memoria quantica de longa vida [73].

Alem disso, muito recentemente, Lovric et al. [74], relataram uma memoria optica

de alta fidelidade, feita de um cristal de terras-raras dopado, em que o desacoplamento

dinamico e usado para estender o tempo de armazenamento. O presente trabalho pretende

contribuir para o estudo das fases magneticas dos terras-raras em filmes finos, visando novas

aplicacoes. Entre os terras-raras, o Holmio (Ho), em especial, exibe um comportamento

incomum que, juntamente com a grande estabilidade da temperatura da fase helimagnetica

quando em comparacao com a fase helimagnetica do Disprosio (Dy) e do Terbio (Tb), o

levou a ser tratado como um sistema modelo em uma serie de estudos teoricos recentes

[75] e experimentais [76]. No volume, o Holmio (Ho) ordena-se magneticamente abaixo

de TN = 132 K (Temperatura de Neel) com momentos magneticos no plano basal e com

consecutivos planos basais vizinhos girardos de um certo angulo para dar um longo perıodo

de fase helicoidal. Em temperaturas abaixo de TC = 20 K (Temperatura Curie), uma segunda

transicao de fase de primeira ordem ocorre para um estado ferromagnetico (FM) de volume.

Impulsionado pela competicao entre as energias magnetoelastica e de trocar, ela se organiza

como um cone com angulo de 80.5 ≤ θ ≤ 90 dando origem a uma fase conica [77].

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 20

Ferro Cone + Helix Inc. Helix Paramag.

0 20 131.5 T[K]

Figura 2.2: Representacao esquematica das fases magneticas do Holmio (Ho) no volume.

2.4.1 Fases Helimagnetica e Fan Magnetica

Fenomenologicamente as fases magneticas de volume em filmes finos, surgem quando

um campo magnetico e aplicado ao longo do plano helicoidal da estrutura magnetica do ele-

mento terra-rara. Comecaremos a discutir em particular a estrutura helimagnetica dos metais

terras-raras, que primeiro foi discutida por Nagamiya [78], Nagata e Kitano segundo o modelo

de campo medio aplicado. Eles estabeleceram que aplicando um campo magnetico externo

de baixa intensidade os sistemas helimagneticos sofrem pequenas distorcoes no ordenamento

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 21

helimagnetico, provocando assim uma pequena magnetizacao na direcao e sentido do campo

aplicado. Quando o campo e aumentado, so depois de um certo valor crıtico e que o sistema

passa da fase helimagnetica para fase fan, ocorrendo assim uma transicao de primeira ordem.

Nesta nova fase os momentos magneticos oscilam em volta do campo magnetico aplicado. O

aumento progressivo do campo externo aplicado reduz o angulo de abertura da fase fan , a

qual na ausencia da anisotropia o angulo de abertura vai continuamente a zero, estabelecendo

assim a fase ferromagnetica o que caracteriza uma transicao de segunda ordem. A fase ferro

e caracterizada pelo ordenamento dos momentos magneticos na direcao e sentido do campo

aplicado. A anisotropia hexagonal pode mudar esse processo de transicao de primeira ordem,

se ela for grande o bastante, a fase fan e eliminada inteiramente. Logo podemos sugerir que

a fase fan aparece em regioes de temperatura onde a anisotropia planar e pequena, mas re-

levante , e a anisotropia hexagonal e desprezıvel. A Figura (2.3) abaixo ilustram o efeito do

campo magnetico na fase helimagnetica dos terras-raras [79].

Figura 2.3: Fase helimagnetica, fase helimagnetica distorcida e fase fan.

Portanto, quando um campo magnetico e aplicado no plano basal outras estruturas

magneticas sao observadas, inclusive fases magneticas do tipo plano basal ferromagnetica,

fase fan e fase helifan [80, 81]. Em filmes finos quando a espessura e comparavel com a

periodicidade da estrutura ordenada, espera-se que o mesmo arranjo magnetico em si pode

ser fortemente modificado.

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 22

2.4.2 Fase Magnetica Helifan

Essa fase no volume foi explorada por J.Jensen e A.R.Mackintosh [80], na inter-

pretacao dos seus resultados a partir de medidas de espalhamento de neutorns, em estruturas

helimagneticas submetidas a campo magnetico externo aplicado ao longo do plano basal. Esta

nova fase denominada por eles de helifan, consiste da combinacao de duas fases magneticas

ja conhecidas, as fases helimagnetica e fan. Na helimagnetica os momentos magneticos de

sucessivos planos estao girados de um angulo constante,φ, enquanto que na fase fan os mo-

mentos magneticos oscilam em volta da direcao do campo aplicado. Sendo assim a helifan

e caracterizada pela existencia de momentos magneticos oriundos do arranjo helimagnetico

coexistindo com grupos de momentos magneticos que oscilam ao redor do campo externo

aplicado com pequenas amplitudes de oscilacoes, assim como era na fase fan. Dessa forma

a helifan e fruto da coexistencia de duas fases magneticas destintas, ou seja, ela e composta

da fase helimagnetica e fan magnetica. Veja a Figura (2.4)

••

•••

•••H

x

z

Figura 2.4: Representacao esquematica da fase helifan.

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2.4.3 Estruturas ou Fase Magnetica Spin-slip

As estruturas ou fase magnetica Spin-slip, pois ainda nao ha um concesso entre a

maioria dos pesquisadores em fısica da materia condensada, foram primeiramente observadas

no elemento terra-rara Holmio (Ho) [82], estas sao definidas como uma estrutura periodica

auto-consistente que podem ser encontradas em diferentes temperaturas. Uma visao unificada

desses efeitos surgiu a partir de um modelo da estrutura magnetica de terras-rara com base no

conceito de spin incomensuravel, ou simplesmente, Spin-slip. Resumidamente, os spins estao

dispostos em pares associados com as seis direcoes faceis para formar uma dupla helice. Uma

simples Spin-slip na helice magnetica e criada por uma associacao de menor rotacao para

qualquer direcao facil. Geralmente, as estruturas comensuraveis de Spin-slip sao geradas

pela introducao de slips durante as rotacoes dos momentos magneticos da celula unitaria

magnetica. Apresentamos na Figura (2.5) uma ilustracao dessas estruturas para o Holmio

(Ho) no volume.

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 24

Figura 2.5: Diagramas esquematicos das orientacoes dos momentos magneticos de spins paraa estrutura magnetica Spin-slip nas temperaturas de 85 K, 95 K e 105 K sob um campomagnetico constante de 8 kOe respectivamente.

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 25

Para filmes ultrafinos, no entanto, como o numero de camadas de spin e reduzida,

diminuindo a espessura do filme, estruturas adicionais sao estabelecidas, incluindo as estrutu-

ras fan e Spin-slip [83, 84], destacando a importancia da superfıcie e efeitos interfaciais. Este

efeito de tamanho finito e causado pela reducao do numero de atomos na direcao perpendi-

cular ao plano do filme que leva a uma diminuicao da energia magnetica total de troca. O

Helimagnetismo dos terras-raras, tais como (Ho), (Dy), e (Tb) [66] representam os melhores

candidatos para colocar em evidencia tais efeitos de tamanho finito. As fases magneticas em

filmes ultrafinos helimagneticos de holmio foram recentemente estudadas usando simulacoes

de Monte Carlo [75], onde os autores tem descrito o sistema atraves de um modelo de Heisen-

berg com anisotropia de um unico ıon no plano facil e sete constantes de acoplamento (obtidas

experimentalmente pelas medidas de espalhamento de neutrons). Eles observaram que para

as espessuras analisadas de 8-16 monocamadas, e notavel que aumentando a temperatura

os filmes mostram, uma configuracao helicoidal distorcida, num intervalo de temperatura

onde os planos internos desordenados coexistem com superfıcie em um bloco ordenado, es-

tado Spin-slip). Alem disso, observa-se, a baixas temperaturas, que a reducao progressiva

do numero de camadas nao implica numa subita supressao da fase helicoidal, mas sim, como

uma consequencia dos efeitos de superfıcie, uma passagem gradual a uma ordem do tipo fan,

acompanhada de distorcoes na helice.

Neste capıtulo investigamos um filme fino ao longo do eixo-c, que consiste de um em-

pilhamento de camadas atomicas com spins equivalentes, infinitamente estendida nas direcoes

x-y. Consideramos que os spins em cada monocamada sao acoplados pela constante de troca

aos spins da primeira e segunda monocamadas vizinhas. A anisotropia e uniforme ao longo

do filme e os spins proximos da superfıcie sofrem uma reducao na sua energia troca. Para

estudar as fases magneticas em termos do campo magnetico aplicado, usamos um modelo

de campo local auto-consistente, que incorpora a superfıcie modificacoes no campo de troca

e nos valores medios termicos dos spins (〈J(n)〉;n = 1; ...N) e na orientacao dos spins em

cada camada (〈φn〉;n = 1; ...N). Nosso principal objetivo e estudar as fases magneticas de

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filmes muito finos de Holmio (Ho) no intervalo de temperatura entre 20 K e 132 K. Es-

pecificamente, iremos verificar a influencia da superfıcie e da espessura de um filme fino,

em sua fase magnetica, associada com a competicao existente entre as energias de troca e

magneto-cristalina, quando na presenca de um campo magnetico externo e temperatura.

2.5 Modelo Teorico

Nos investigamos um filme fino ao longo do eixo-c, consistindo de um empilhamento

de camadas atomicas com spins equivalentes, infinitamente estendido nas direcoes x-y. Os

spins em cada monocamada sao acoplados pela constante de troca aos spins da primeira e

segunda monocamadas vizinhas mais proximas. A anisotropia e uniforme ao longo do filme e

os spins proximos da superfıcie tem sua energia troca reduzida. O Hamiltoniano magnetico

e dada por:

H = J1(g − 1)2N−1∑n=1

~J(n) · ~J(n+ 1) +

J2(g − 1)2N−2∑n=1

~J(n) · ~J(n+ 2) +

N∑n=1

[K6

6(T ) cos(6φn)− gµB ~J(n) · ~H]

(2.1)

Na Equacao (2.1), J1 and J2 descrevem as interacoes de troca entre a primeira

e segunda monocamadas vizinhas mais proximas respectivamente, ~J(n) indica o momento

angular total por atomo na enesima monocamada, K66(T) descreve a anisotropia hexagonal e

o ultimo termo e a Energia Zeeman, onde o campo externo ~H e aplicada numa direcao facil

do plano hexagonal, fazendo um angulo de 30 com o eixo-x e g = 5/4 e o fator de Lande,

correspondente a um momento magnetico de saturacao por atomo de 9,5 µB.

Nos usamos um modelo de campo local auto-consistente, que incorpora as modi-

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ficacoes na superfıcie, no campo de troca, nos valores medios termicos de (〈J(n)〉, n = 1; ...N)

e na orientacao dos spins em cada camada (〈φn〉, n = 1; ...N) [85, 86]. Com o nosso modelo,

pode-se reproduzir (como uma forma de verificacao do modelo), as fases de volume do Holmio

(Ho), observadas experimentalmente [87]. Portanto apenas duas constantes de troca sao su-

ficientes para a nossa intencao.

Os parametros de energia do Holmio (Ho), no volume [65], sao dados por: J = 8,

J1 = 47kB, J2 = −J1/4 cosφ(T ), onde φ(T ) e a dependencia com a temperatura do angulo

de giro da helice [88]. Alem disso, K66(T ) e ajustada de forma a reproduzir a dependencia

com a temperatura [89] da energia de anisotropia hexagonal.

Efeitos de superfıcie sao incorporados na Eq. (2.1) uma vez que os spins perto das

superfıcies tem a energia de troca reduzida pela ausencia de primeiros e segundos vizinhos

mais proximos. Portanto, apenas os spins dos dois primeiros planos perto das superfıcies

(n = 1, 2, N −1 e N) sao diretamente afetados pelos efeitos de superfıcie. No entanto, a falta

de coordenacao perto das superfıcies pode ser sentida por spins mais profundos dentro do

filme. A helice como um todo acomoda os efeitos combinados de campo aplicado, temperatura

e reducao da energia de troca perto das superfıcies.

A configuracao de equilıbrio e obtida a partir dos angulos de [(φn), n = 1, ...N ] que

minimizam a energia magnetica dada pela Eq. (2.1). O algoritmo numerico e equivalente a

procura de valores de φn que tornam o binario em cada rotacao ~J(N) igual a zero. Portanto,

para descobrir a configuracao de equilıbrio obtemos o perfil φn;n = 1, ...N, o que torna

~J(n) × ∂ ~H

∂| ~J(n)|= 0 para todos os spins. O metodo numerico e descrito em mais detalhe em

[90, 91, 92]

2.6 Resultados e Discursoes

Concentramos nossa analise nos diagramas de fases, campo versus temperatura (H-

T ), obtidos para o Holmio (Ho) no volume, em filmes finos e ultrafinos compostos por n =

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24, 10 e 7 monocamadas no intervalo de temperatura de 20 K a 132 K. As transicoes de

fases magneticas sao funcoes do campo magnetico externo H, temperatura T , e espessura

N . Como a anisotropia hexagonal do Holmio (Ho) no volume e desprezıvel e sua energia

de anisotropia planar e pequena, mas significativa, no intervalo de temperatura de 20 K a

132 K, nao temos a formacao do ponto tri-crıtico para um unico valor de campo magnetico

e temperatura no diagrama de fases da Figura (2.6), como foi encontrado no diagrama de

fases do Disprosio (Dy) no volume, na temperatura de 120 K e no campo magnetico de 4,3

kG [79]. Usamos o calor especıfico (apenas a contribuicao magnetica), e a susceptibilidade

magnetica para identificar a natureza da transicao de fase magnetica.

Na Figura (2.6) mostramos o diagrama de fases magneticas (H-T ) do Holmio (Ho)

no volume e no intervalo de temperatura de 20 K a 132 K. Quando o campo e aumentado

no processo isotermico, existe uma transicao de fase da fase helimagnetica para a fase fan,

indo a fase ferromagnetica (FM): Helix → Fan → FM. Para um processo de aquecimento

a campo magnetico constante, podemos ver ate quatro transicoes. Por exemplo, em 8 kOe:

FM → Fan → Helix → Fan → PM.

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20 40 60 80 100 120 1400

4

8

12

16

20

H(kOe)

T(K)

FM

PM

FAN

HELIX

Figura 2.6: Diagrama de fases magneticas do Holmio (Ho) no volume.

A Figura (2.7) mostra a dependencia da magnetizacao isotermica com o campo

magnetico aplicado, tanto para T = 50K e 70K. A susceptibilidade magnetica (insercao)

para valores selecionados de campo magnetico e de temperaturas tambem e apresentada.

Nos podemos identificar que no diagrama de fases, e para T = 50 K e T = 70 K, existem

duas transicoes de fase magnetica: Helice → Fan → FM. Para T = 50K podemos ver um

pico na susceptibilidade magnetica em H = 5 kOe marcando a transicao de fase magnetica,

Helix → Fan e um segundo pico marcando a transicao de fase magnetica Fan → FM em um

campo magnetico de aproximadamente H = 8 kOe.

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0 2 4 6 8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0 T = 7 0 K T = 5 0 K

M(H,T

)

H ( k O e )

0 2 4 6 8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0 2 2

2

4

6

8

1 0

1 2

1 4

1 6 T = 7 0 K T = 5 0 K

χ(dM/

dH)10

4H ( k O e )

Figura 2.7: Magnetizacao isotermica para o Holmio (Ho) no volume, e para as temperaturasde 50 K e 70 K. A insercao mostra a susceptibilidade magnetica tambem nas temperaturas50 K e 70 K.

O calor especıfico tambem foi investigado, como mostrado na Figura (2.8). Essa

contribuicao foi numericamente calculada a partir da diferenca na energia magnetica da

Equacao (2.1), em que os parametros da energia sao dependentes da temperatura T e T+δT,

onde δT e um pequeno incremento no valor da temperatura [93]. Ou seja,

C(T,H) =

(∂E

∂T

)H

(2.2)

Podemos ver que para H = 6kOe, as transicoes de fases magneticas sao marcadas

pelo calor especıfico. A transicao da fase FM→Fan e caracterizada por um pico de pro-

fundidade. No entanto, a transicao Fan→Helix nao foi assinalada, porque o intervalo de

temperatura que desestabiliza a ordem magnetica e baixa. O primeiro pico e seguido por

um novo pico de transicao de fase Helix→Fan. E por fim o ultimo pico de calor especıfico,

perto de TN , mostra a transicao de fase magnetica Fan→PM. A partir da insercao (curva de

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magnetizacao versus temperatura a campo magnetico constante de 6 kOe) podemos notar as

mesmas transicoes de fases magneticas assinaladas pela curva de calor especıfico. No entanto,

a transicao Helix→Spin-slip, a uma temperatura de 90 K e assinalada pela curva de magne-

tizacao a campo constante de 6 kOe, mas essa mesma trasicao de fase nao foi assinalada pela

curva de calor especıfico. Isso ocorre porque essas fases sao energeticamente equivalentes,

por isso nao altera significativamente o calor especıfico.

20 40 60 80 100 120 140

0

4

8

12

16

20

24

28

0 20 40 60 80 100 120 140

0

20

40

60

80

100

120

T(K)

M (

H,T

)

Cv (

J/m

ol.

K)

T (K)

Figura 2.8: Calor especıfico do Holmio (Ho) no volume para um campo magnetico de 6kOe. Varias transicoes de fases magneticas sao observadas. A insercao mostra a cuva demagnetizacao versus temperatura para um campo magnetico constante de 6 kOe.

Na Figura (2.9a) mostramos o diagrama de fases magneticas (H-T ), que descreve

as fases magneticas para um filme de Holmio (Ho) constituıdo por 24 monocamadas. Em

princıpio, a espessura desse filme e suficiente para comportar a formacao de duas helices

completas com momento magnetico resultante em cada plano girado de 30 com o eixo de

facil magnetizacao. Mas neste caso, o diagrama de fases magneticas e diferente do diagrama

de volume. Podemos ver que a presenca da superfıcie induz novas fases magneticas quando

comparamos com o diagrama de fases magneticas para o Holmio (Ho) no volume. Isso

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ocorre porque os spins da superfıcie do filme se alinham mais facilmente com o eixo facil de

anisotropia hexagonal, do que os spins das camadas atomicas mais internas. Esse alinhamento

facil dos spins de superfıcie, se da devido a uma reducao do campo de troca na regiao

superficial.

A fase helifan magnetica e claramente induzida por superfıcies. Existe uma espessura

limiar para a estabilizacao da fase helifan magnetica. Segundo o nosso modelo teorico a fase

helifan magnetica comeca a surgir em um filme fino de 24 monocamadas e deixa de existir

a partir da quinquagesima monocamada desse mesmo filme. Nos podemos ver que ha uma

pequena regiao no diagrama da Figura (2.9a) referindo-se a fase helifan magnetica no intervalo

de temperatura entre 103 K e 128 K e no intervalo de campo magnetico de H = 3 kOe a

13,5 kOe.

Ao examinarmos o diagrama de fases magneticas da Figura (2.9a) para uma tempera-

tura de 107 K podemos observar as seguintes transicoes de fase: Helix→Helifan→Fan→FM.

Nesta temperatura tambem observamos o surgimento da estrutura magnetica Spin-slip [94,

82], como mostrado no grafico da magnetizacao versus campo magnetico a temperatura

constante da Figura (2.9b). Ha dois intervalos de campo magnetico da Figura (2.9b) que re-

gistram o surgimento dessa estrutura. O primeiro e a partir de 3,4 kOe a 4,2 kOe e o segundo

de 6,2 kOe a 7,7 kOe, que compreende um dos intervalos da fase helimagnetica mostrado

pelo diagrama de fases magneticas da Figura (2.9a). A insercao mostra como os momentos

magneticos se organizam na formacao da estrutura magnetica Spin-slip, para a temperatura

de 107 K. Isto e devido ao fato de que os spins de superfıcie se alinham mais facilmente com

o eixo facil de anisotropia hexagonal, como ja tınhamos mencionado anteriormente, que isso

ocorre por causa da reducao do campo de troca na regiao de superfıcie. Para uma deter-

minada temperatura, a formacao de uma estrutura magnetica Spin-slip requer um estado

helicoidal modificado, nas camadas mais internas, que se adapte as restricoes impostas pelos

spins de superfıcie ao longo de duas direcoes faceis de anisotropia do plano basal.

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 33

20 40 60 80 100 120 140

4

8

12

16

20

H(kOe)

T(K)

FM

PM

HELIX

FANHELIFAN

(a)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0

20

40

60

80

100

120

Spin-slip

(b)

M(H

,T)

H(kOe)

Helix

Spin-slip

Helifan

Fan

spin-slip

7kOe - 107K

Figura 2.9: (a) Diagrama de fases magneticas para um filme fino de Holmio (Ho) com 24monocamadas. (b) Curva de magnetizacao versus campo magnetico a temperatura constantede 107 K. A insercao mostra a estrutura Spin-slip a 107 K e a 7 kOe.

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 34

Os nossos resultados evidenciam que em filmes ultrafinos de Holmio (Ho) com um

numero N de monocamadas menor que 10 monocamadas (N < 10 monocamadas), a fase

helimagnetica nao se estabiliza. Podemos ver no diagrama de fases magneticas da Figura

(2.10) que para filmes ultrafinos o intervalo de campo magnetico, que leva a uma transicao

de fase magnetica a temperatura constante, e menor do que o intervalo de campo magnetico

mostrado pelos diagramas de fases magneticas para o Holmio (Ho) no volume, Figura (2.6),

e em filmes finos, Figura (2.9a). Como, por exemplo, na temperatura de 100 K o intervalo

de campo magnetico para fase helimagnetica e menor que nos diagramas das Figuras (2.6)

e (2.9a). Nesse caso, a medida de calor especıfico pode nao ser uma boa ferramenta para a

identificacao da transicao de fase magnetica. Alem disso, quando comparamos os diagramas

das Figuras (2.11), (2.10) e (2.9a), podemos observar o surgimento da fase helifan magnetica,

a medida que aumentamos o numero de monocamadas. Em seguida, pode-se inferir a partir

da discussao acima, que o surgimento dessa fase se da por efeito de tamanho e superfıcie.

Alem disso, este efeito e esperado para este tipo de filme fino magnetico, como foi relatado

em outros trabalhos [95, 92]. Com o aumento do numero de monocamadas (N > 50) esta

fase helifan magnetica desaparecera, e dessa forma recuperamos o diagrama H-T do Holmio

(Ho) no volume, como podemos ver na Figura (2.6) logo acima.

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 35

20 40 60 80 100 120 1400

4

8

12

16

HELIX

H(kOe)

T(K)

FMPMFAN

Figura 2.10: Diagrama de fase do Holmio (Ho) para um filme com 10 monocamadas.

20 40 60 80 100 1200

4

8

12

H(kOe)

T(K)

FM PM

FAN

Figura 2.11: Diagrama de fase do Holmio (Ho) para um filme com 7 monocamadas.

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 36

Em resumo, temos estudado as fases magneticas de varios filmes finos de Holmio

(Ho) no intervalo de temperatura entre 20 K e 132 K. O presente estudo demonstra a forte

influencia que a superfıcie e a espessura de um filme fino (ver Figuras 2.9a, 2.10 e 2.11),

associado com a competicao existente entre as energias de troca e de anisotropia magneto-

cristalina exercem sobre a ordem magnetica desses sistemas, quando na presenca de um

campo magnetico externo e temperatura. O tamanho do filme, os efeitos de superfıcie e de

campo magnetico dos spins ordenado gera um impacto significativo nas fases magneticas do

diagrama de fases. Alem disso, a presenca de um campo magnetico externo da origem a fase

fan magnetica e as estruturas magneticas Spin-slip, observadas no Holmio (Ho), originam-se

da competicao entre as energias de anisotropia magnetica hexagonal e de troca, causando

uma mudanca significativa na simetria do sistema magnetico. Especificamente, a fase helifan

magnetica surge devido a presenca das superfıcies, e ha um limite, para o qual a espessura do

filme e o dobro do perıodo da helice do filme e tem uma forte anisotropia planar que chega

a ser da mesma ordem da energia de troca. As curvas de calor especıfico sao apresentadas,

onde consideramos apenas as contribuicoes magneticas. Nos mostramos que toda transicao de

fase magnetica, por campos magneticos fortes o suficiente, sao marcadas pela curva de calor

especıfico. No entanto, ressaltamos que as medidas de calor especıfico em baixa temperatura

nao sao suficientes para marcar todas as transicoes de fases magneticas, por isso, consideramos

as medidas de suscetibilidade magnetica, de magnetizacao isotermica e de magnetizacao a

campo magnetico constante, como marcadores mais adequados de transicao de fase.

As principais tecnicas experimentais utilizadas para sondar as estruturas magneticas

de terras-raras sao as defracoes de neutrons e de raios-x. Essas tecnicas foram extensivamente

utilizadas no passado para investigar as propriedades dessas estruturas magneticas. No en-

tanto, elas sao um tanto comprometidas pela falta de interacao com filmes ultrafinos [66]. A

espectroscopia fotoemissiva de spin polarizado tem sido utilizada para sondar a polarizacao

dos nıveis 4f dos nucleos dos terras-raras [96] e a dependencia com a temperatura das suas

bandas de valencia [97], enquanto que o tunelamento da condutancia [98] e as medicoes de

magnetotransporte [99] renderam um valor positivo para a polarizacao dos spins dos eletrons

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Capıtulo 2. Propriedades Estruturais dos Terras-Raras, Fases Magneticas e EstruturasMagneticas em Filmes Finos e Ultrafinos de Holmio 37

de conducao perto do Nıvel de Fermi. Essa tecnica de superfıcie sensıvel proporciona um

excelente metodo para estudar os ordenamentos magneticos induzidos por superfıcie [100].

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CAPITULO 3

POLARITONS EM CRISTAIS

MAGNONICOS DE DISPROSIO

38

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 39

Iniciamos esse capıtulo com o conceito de ondas de spin e em seguida chegamos

ao modelo de precessao giromagnetica no contınuo a partir do modelo dinamico de Landau

e Lifshitz para o movimento de precessao da magnetizacao ~M em um solido. Apresenta-

mos a relacao de dispersao dos magnons para uma cadeia ferromagnetica unidimensional

com interacoes entre primeiros vizinhos. Calculamos a relacao de dispersao para os pola-

ritons magneticos de volume e de superfıcie, considerando o Disprosio (Dy) em sua fase

helimagnetica, como sendo um meio magnetico semi-infinito. E finalizamos com o calculo da

relacao de dispersao dos polaritons magneticos de volume e de superfıcie para multicama-

das periodicas, utilizando o Metodo da Matriz de Transferencia e apresentamos os espectros

desses polaritons para a fase helimagnetica do Disprosio (Dy) na presenca e na ausencia de

campo externo em diferentes temperaturas.

3.1 Ondas de Spin e Magnon

O conceito de ondas de spin nos ordenamentos magneticos nao sofreu qualquer al-

teracao substancial nas ultimas decadas. As ideias basicas sobre a natureza das excitacoes

elementares de um sistema de spin (ondas de spin e magnon) permanecem essencialmente inal-

teradas. As ondas de spin sao oscilacoes de momentos magneticos das subredes magneticas

que podem ser bem descritas pelas equacoes de Landau-Lifshitz. O primeiro modelo dinamico

para o movimento de precessao da magnetizacao foi proposto por Landau e Lifshitz em 1935.

Basicamente, este modelo e constituıdo por uma serie contınua de precessao, em que a pre-

senca de efeitos de mecanica quantica e anisotropia e fenomenologicamente levado em conta

por meio do campo efetivo ~Heff . Na fısica, a equacao de Landau-Lifshitz, e uma equacao di-

ferencial que descreve o movimento de precessao da magnetizacao ~M em um solido. Ha varias

formas de escrever essa equacao e sao comumente utilizadas em materiais micromagneticos

para modelar os efeitos do campo efetivo ~Heff . Em particular, ela pode ser utilizada para

modelar o comportamento no tempo de elementos magneticos.

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 40

Sabe-se da mecanica quantica que existe uma relacao de proporcionalidade entre o

momento magnetico de spin µ e o momento angular ~L do eletron. Essa relacao pode ser

expressa como:

~µ = −γ~L, (3.1)

Aqui γ = 2,21 . 105 mA−1s−1 e o valor absoluto do fator giromagnetico

γ =g|e|

2mec; (3.2)

onde g ' 2 e o fator de Lande, e = -1,6 .10−19 C e me = 9,1. 10−31 kg e a carga eletrica e a

massa do eletron e c = 3,0. 108 m/s e a velocidade da luz no vacuo.

Atraves da aplicacao do teorema do momento angular podemos relacionar a veloci-

dade de alteracao do momento angular do binario, exercido sobre a partıcula, pelo campo

magnetico ~H:

d~L

dt= µ× ~H. (3.3)

Ao utilizarmos a Eq. (3.1), chegamos a um modelo que descreve a precessao do

momento magnetico de spin em torno do campo:

d~µ

dt= −γµ× ~H. (3.4)

A Eq. (3.4) pode ser reescrita para cada momento magnetico de spin dentro de um

elemento infinitezimal de volume dVr:

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 41

d ~µjdt

= −γµj × ~H, (3.5)

onde agora o campo magnetico ~H passa a ser espacialmente uniforme. Tomando o volume

medio em ambos os lados da ultima equacao, tem-se:

1

dVr

d∑

j ~µj

dt= −γ

∑j µj

dVr× ~H, (3.6)

e, portanto, recordando a definicao da magnitude do vetor magnetizacao ~M(~r), chegamos ao

modelo de precessao giromagnetica no contınuo:

∂ ~M

∂t= − ~M × ~H, ~M(~r) =

∑Nj µj

dVr(3.7)

Em primeiro lugar, observa-se que, se a taxa de mudanca da magnetizacao for igual a

zero, a Eq.(3.7) expressa a condicao de equilıbrio do sistema. Em segundo lugar observamos

que a equacao de Landau-Lifshitz (3.7) e uma(um) (hamiltoniano) equacao conservativa(o).

No entanto, os processos dissipativos que ocorrem dentro da dinamica da magnetizacao sao

de natureza microscopica. E a natureza microscopica desta dissipacao ainda nao esta clara e

e atualmente o foco de muitas pequisas [101, 102].

Para descrevermos um ordenamento do tipo ferromagnetico, em que o cristal perma-

nece magnetizado mesmo na ausencia do campo magnetico externo e preciso utilizar o modelo

de spins interagentes. Do ponto de vista fısico, certamente seria razoavel incluir termos de

interacao do tipo dipolo-dipolo num hamiltoniano de spins localizados a fim de explicar o

ferromagnetismo. As interacoes de carater magnetico, entretanto, sao muito fracas e nao

seriam suficientes para manter um estado ordenado ate temperaturas razoavelmente altas,

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 42

como acontece em inumeros cristais ferromagneticos. Devido a isso, na decada de 30, Dirac,

Heisenberg e outros propuseram, um novo mecanismo, baseado em argumentos quanticos e

envolvendo interacoes de natureza coulombiana que seriam suficientemente fortes para dar

conta de um estado ferromagneticamente ordenado mesmo a temperaturas mais altas.

Usando uma abordagem classica, podemos determinar a realacao de dispersao para

as ondas de spin unidimensionais (1D) com interacoes entre vizinhos mais proximos. Em

seguida, podemos quantizar a energia dos magnons e interpretar a quantizacao em termos

da orientacao dos spins. As excitacoes de um sistema de spins tem a forma de ondas que

podem ser quantizadas atraves de magnons. Estas ondas sao analogas as vibracoes da rede

cristalina, que podem ser quantizadas atraves de fonons. As ondas de spin sao oscilacoes das

orientacoes relativas dos spins em uma rede cristalina; as vibracoes da rede sao oscilacoes

das posicoes relativas dos atomos na rede. A equacao que rege a relacao de dispersao para

as ondas de spin em uma dimensao (1D) com interacoes entre primeiros vizinhos e:

~ω = 4JS[1− cos(ka)] ; ωk =4JS

~[1− cos(ka)]. (3.8)

Onde para grandes comprimentos de onda λ, ka 1, e [1 − cos(ka)] ∼= 1/2(ka)2,

podemos reescrever a equacao acima da seguinte forma:

~ω ∼= (2JSa2)k2 ; ωk ∼=(2JSa2)

~k2. (3.9)

Portanto, essas excitacoes elementares correspondentes a esses estados, que se cha-

mam Ondas de Spin [103], sao caracterizadas pelo espectro de energia calculado pela equacao

(3.8), acima do estado fundamental ferromagnetico (modelo unidimensional na ausencia de

campo externo).

Concluımos, entao, que as ondas de spin podem ser quantizadas da mesma forma que

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 43

a luz e as vibracoes de uma rede cristalina, e o magnon e o quantum de uma onda de spin.

A excitacao de um magnon corresponde a inversao de um spin 1/2 da cadeia ferromagnetica

unidimensional [63], e a energia de um modo de frequencia ωk com nk magnons e dada por:

Ek = (nk +1

2)~ωk. (3.10)

( h /

J S8

k ( m - 1 ) a

Figura 3.1: Relacao de dispersao dos magnons para uma cadeia ferromagnetica unidimensi-onal com interacoes entre primeiros vizinhos.

A partir de agora, passaremos a usar o mesmo conceito e a mesma abordagem classica

de ondas de spin para o cristal magnonico semi-infinito de terra-rara Disprosio (Dy), e para

os cristais magnonicos formados por multicamadas periodicas desse material, com o obejetivo

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 44

de determinar a relacao de dispersao para os polaritons magneticos de volume e de superfıcie

nesses cristais periodicos.

3.2 Polaritons em Terras-raras

Nas ultimas decadas materiais magneticos periodicamente modulados tem sido ex-

plorados de tal maneira que os portadores de informacao sao as ondas de spin em um deter-

minado regime desejado. Devido as propriedades particulares das ondas de spin, dispositivos

baseados nesses materiais periodicamente organizados oferecem funcionalidades importan-

tes que sao diferentes das funcionalidades dos dispositivos formados de materiais dieletricos

periodicos (chamados de cristais fotonicos), por exemplo, e tambem das dos dispositivos

eletronicos semicondutores, dependendo da regiao de frequencia. Por exemplo, os “band

gaps” desses materiais magneticos periodicamente modulados nesses dispositivos podem fa-

cilmente ser controlados por um campo magnetico externo aplicado. O espectro de frequencia

das ondas de spin nesses metriais magneticos periodicamente modulados consiste em faixas

de estados permitidos e bandas de frequencias proibidas (em que os estados quanticos nao

sao permitidos), que sao deterministamente dependente do padrao de design desses mate-

riais artificiais ([104] e [105]). Outra maneira de modular esses materiais e mudar a faixa

de frequencia e, consequentemente, essa mudanca altera a fısica e o modelo teorico a ser

aplicado. Por exemplo, Quando consideramos grandes comprimentos de onda (ou peque-

nos vetores de onda ~k) em comparacao com o parametro da rede cristalina, o regime dos

polaritons magneticos aparecera. Neste regime a propagacao de excitacoes eletromagneticas

atraves de um cristal magnetico polarizado, excita alguns graus de liberdade do cristal, dando

origem ao modo misto chamado polariton.

Como uma extensao natural do conceito de cristais, definimos aqui, os materiais

magneticos periodicamente modulados como sendo um cristal magnonico unidimensional,

onde a modulacao ocorre apenas em uma direcao. Nosso modelo consiste em considerar

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 45

uma funcao de permeabilidade magnetica periodica em vez de uma permissividade eletrica

periodica, com no caso dos cristais fotonicos [21], ou seja, substituir a periodicidade do ındice

de refracao como η =√µ, com ε = 1, por η =

√ε , com µ = 1. Esta definicao e com-

patıvel com as ondas de spin no regime magnetostatico ou no regime de polaritons. No

entanto, neste capıtulo adotamos esta consideracao teorica, mas no regime dos polaritons

magneticos. Polaritons em multicamadas periodicas ferromagnetica e anti-ferromagnetica

[106] (ou super-redes) tem sido estudados desde dos anos 80 (para revisao ver referencia

[107]e suas referencias). No entanto, apenas uns poucos trabalhos tem sido publicados em

outras fases magneticas, como ”spin canted”por exemplo (ver [108]). Portanto, existe uma

grande carencia nos estudos dos polaritons magneticos em cristais magnonicos em fases inter-

mediarias entre as fases ferromagneticas e aniti-ferromagneticas. Um material que e bastante

rico em diversas fases magneticas sao os chamados terras-raras. Neste sentido, e um de nossos

objetivos estudar os polaritons magneticos em cristais magnonicos de terra-rara.

As propriedades magneticas do cristal magnonico de terra-rara resulta do efeito com-

binado do comportamento individual dos componentes da estrutura e das caracterısticas in-

troduzidas pela periodicidade da estrutura magnetica em multicamadas. Os efeitos locais

podem enfraquecer o acoplamento de troca dos momentos magneticos perto da superfıcie

do cristal magnonico. Alem disso, as caracterısticas intrınsecas do criatal podem tambem

ser facilmente mascaradas pelo comportamento global do sistema [79]. Um dos primeiros

estudos experimentais sobre materiais magneticos periodicamente modulados de terra-rara

(ou cristal magnonico) foi feito utilizando a tecnica de epitaxia de feixe molecular (MBE) ha

pouco mais de tres decadas atras [109]. O objetivo desse estudo foi descrever o magnetismo

desses sistemas feitos de um material de terra-rara magnetico empilhado em multicamadas

alternadas com um espacador nao-magnetico.

A ideia foi examinar como a ordem magnetica e propagada atraves do espacador nao

magnetico. Para este proposito foi escolhido o elemento metalico Itrio (Y ), que tem propri-

edades estruturais e quımicas semelhantes as observadas nos metais terras-raras. Portanto

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 46

esse elemento e considerado um metal terra-rara, no entanto, ele nao e magnetico, isto e, nao

tem eletrons de valencia 4f como na famılia dos terras-raras. Assim, cristais magnonico que

consistem em camadas com um pequeno numero de planos atomicos, podem ser depositadas

alternadamente com camadas magneticas e nao magneticas de diferentes espessuras. Os efei-

tos de reducao da dimensionalidade, de campo magnetico externo aplicado e de superfıcie,

podem alterar as fases magneticas de um cristal magnonico ou de um filme magnetico, ou

seja, dependendo da combinacao desses efeitos, um filme magnetico que apresenta as fases fan

magnetica e helimagnetica pode passar a exibir somente a fase fan magnetica (ver capıtulo 2).

Neste capıtulo, nos propomos a estudar a propagacao de polaritons magneticos nos cristais

magnonicos usando o metodo da matriz de transferencia. As estruturas aqui consideradas

sao compostas pelo empilhamento de duas camadas diferentes A e B. A camada magnetica

aqui considerada e de Disprosio (Dy) na fase helimagnetica, que se encontra magneticamente

no volume entre as temperaturas de Neel (TN ≈ 179 K) e Curie(TC ≈ 85 K), e a camada

nao magnetica e um isolante dieletrico. Visando caracterizar os “band gaps”dos polaritons

magneticos nessas estruturas, calculamos a relacao de dispersao do arranjo periodico dessas

estruturas procurando pelas as regioes de “gaps”de frequencia nos espectros de polaritons.

Entretanto, primeiro vamos estudar os polaritons magneticos em um meio semi-infinito com-

posto pelo material terra-rara Disprosio (Dy).

Consideramos nessa secao o caso em que a geometria e definida para um campo

magnetico externo aplicado perpendicular a interface do meio semi-infinito, escolhemos nos-

sos eixos coordenados de modo que em z > 0 encontra-se o material magnetico terra rara

Disprosio (Dy), e em z < 0 consideramos o vacuo. O estado espiral (helimagnetico) do

Disprosio Dy e formado entre as temperaturas de Neel (TN) e Curie (TC) e nos terras-raras,

Ho e Tb, com a direcao do vetor magnetizacao no plano basal e sua direcao de rotacao de

um plano para outro e dada por um angulo φ que varia com a temperatura. Por exemplo o

angulo espiral do Disprosio (Dy) diminui de 430 proximo da temperatura de Neel (TN) ate

260 em torno da temperatura de Curie (TC).

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 47

No limite de grandes comprimentos de onda e com o eixo-z alinhado ao longo da nor-

mal ao plano exagonal (xy), as propriedades magneticas dos terras-raras podem ser descritas

por um tensor permeabilidade girotropico [110]. Para o caso do Disprosio (Dy) podemos

mostrar que o tensor (↔µ) e dado por [111]

↔µ=

µ1 0 0

0 µ1 0

0 0 1

(3.11)

onde para o material magnetico Disprosio (Dy) o elemento diagonal da permeabilidade

magnetica e µ1 = 1 + χa(ω), e que os elementos da susceptibilidade sao dados por [112]

χa(ω) = −SK2γρAN

D(3.12)

onde,

D = (ω − γH0)(ω + γH0)− 2SK2[f(k0)− (1/2)f(0)− (1/2)f(2k0)], (3.13)

f(0) = 2J1S −√

3J1S

3, (3.14)

f(k0) = 2J1S cos(φ)− 2J2S cos(2φ), (3.15)

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 48

f(2k0) = 2J1S cos(2φ)− 2J2S cos(4φ), (3.16)

com a cofiguracao de equilıbrio para os angulos θ e φ dados por:

cos(φ) = − J14J2

(3.17)

4K4S3 cos3 θ + [2J2S + 2SK2 − 2J1S + f(k0)] cos θ − γH0 = 0. (3.18)

Aqui, J1 e J2 sao as constantes de troca para o acoplamento ferromagnetico (primeiros vi-

zinhos) e antiferromagnetico (segundos vizinhos), respectivamente; S e o momento angular

total, N e o numero de camadas por unidade de volume, µ e o momento magnetico por

camada, γ e a razao giromagnetica que, por definicao, e dado por γ=gµB/~, φ e o angulo

caracterıstico que estabiliza a fase helimagnetica (HM), g e o fator de Lande, µB e o mo-

mento magnetico Bohr, alem disso, k0 e definido como o numero de onda da configuracao

de equilıbrio, de modo que k0dc = 2φ, com dc sendo o comprimento cristalografico da celula

unitaria ao longo do eixo-c e dc/2 e a distancia entre dois planos consecutivos da estrutura

hexagonal compacta. E finalmente K2 e K4 sao os coeficientes dos campos anisotropicos, que

sao obtidos experimentalmente nas referencias [112, 113].

Por simplicidade nos trataremos o caso em que ε(ω) = 1 para o meio magnetico

Disprosio (Dy). Em seguida incluiremos efeitos mais gerais em ε(ω), como no caso dos

plasmons metalicos. Os modos de volume dos polaritons magneticos, obitidos das equacoes

de Maxwell para a solucao de ondas planas sao:

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 49

k2c2

ω2= µV ε (3.19)

onde ω, k, c sao: a frequencia, o vetor de onda, e a velocidade da luz, respectivamente. No

caso do Disprosio (Dy) o µV = µ1.

Examinaremos agora os polaritons de superfıcie que se propagam na interface entre o

vacuo e o meio magnetico terra-rara (Dy) ver Figura (3.2). Portanto, para o meio magnetico

podemos escrever das equacoes de Maxwell que

∇2 ~H −∇(∇. ~H)−( εc2

) ↔µ∂2 ~H

∂t2= 0, (3.20)

com a condicao de divergencia dada por

∇.(↔µ . ~H) = 0. (3.21)

A geometria aqui e representada para o meio semi-infinito terra-rara Disprosio (Dy)

ocupando a metade do espaco z > 0. O eixo de facil magnetizacao e escolhido perpendi-

cularmente a superfıcie e ao longo do eixo-z. A propagacao dos polaritons de superfıcie e

restrita ao longo do eixo-y, perpendicular ao eixo-x e paralela a superfıcie. A Figura abaixo

representa a geometria adotada aqui nessa secao.

Os campos dos polaritons de superfıcie, com a condicao de que as amplitudes decaem

com a distancia a partir da interface, podem ser escritos por

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 50

••••••

Estado helicoidal do

Disprósio (Dy)

x

yz

0H

••••••

Figura 3.2: Representacao semi-infinita do terra-rara Disprosio (Dy).

~H = ~H0 exp(ikx+ β0z) exp(−iωt), z < 0, (3.22)

~H = ~H1 exp(ikx+ β1z) exp(−iωt), z > 0, (3.23)

onde k e o vetor de onda e β0 e β1 sao as constantes de decaimento no vacuo e no meio

semi-infinito (Dy), respectivamente. Substituindo as equacoes (3.21) e (3.22) na equacao

de onda (3.20) e aplicando as condicoes de contorno, encontramos a relacao de dispersao

para os modos de superfıcie. Pode ser mostrado que os polaritons de superfıcie sao modos

transversais eletricos (TE), que sao conhecidos como modos com polarizacao s, ou p, com uma

unica componente nao nula do vetor campo eletrico ( ~E) ao longo do eixo-y. Discussoes mais

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 51

detalhadas sao dadas nas referencias [114, 115], por isso, vamos citar apenas os resultados.

A relacao de dispersao implicita para os polaritons de superfıcie e dada por:

µV β0 + β1 +kµ2

µ1

= 0. (3.24)

Onde as constantes complexas de decaimento sao,

β0 =

(k2 − ω2

c2

)1/2

, (3.25)

β1 =

(k2 − εµvω

2

c2

)1/2

. (3.26)

Aqui, ε e a constante dieletrica complexa dos terras-raras e os sinais das constantes de decai-

mento sao escolhidos de modo que Re(β0) > 0 e Re(β1) > 0, que garantem o decaimento dos

campos. Desde que ε tenha valores perto do eixo imaginario, a equacao (3.24) e uma relacao

entre duas variaveis complexas k e ω. As solucoes que tem significado fısico para k e ω, sao

planos determinados pelas condicoes experimentais. Para a tecnica usual de espectroscopia

da transformada de Fourier, a frequencia ω esta restrita a ser real, mas k pode ser complexo.

Assim tomamos Im(k) > 0 que corresponde a atenuacao das ondas durante a propagacao

ao longo da interface. Para o estado helimagnetico do Disprosio (Dy), temos que µ2 = 0 e

por consequencia os modos de superfıcie sao reciprocos com respeito a k. A equacao (3.24),

juntamente com as equacoes (3.25) e (3.26) foram resolvidas numericamente para o Disprosio

(Dy) no seu estado helimagnetico. As relacoes de dispersao para os modos de volume e de

superfıcie dos polaritons magneticos sao mostradas nas Figuras (3.3),(3.4) e (3.5) , onde a

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 52

parte real do vetor de onda k e explicitada versus a frequencia reduzida (ω/J1S). Ainda para

o estado helimagnetico do Disprosio (Dy), mostramos na Figura (3.3) a relacao de dispersao

para os modos de volume do Disprosio (Dy) usando os parametros dados na referencia [79].

Note que nao temos o efeito de nao reciprocidade como nos antiferromagneticos. Os modos

de supefıcie dos polaritons magneticos comecam na intersecao entre o limite inferior da banda

de volume e a linha de luz. Quando |k| se aproxima do infinito, as curvas se aproximam da

frequencia magnetostatica assintotica que nesse caso e

ωmJ1S∼= 2, 7 (3.27)

Agora vamos incluir os efeitos da condutividade dos metais terras-raras. Ate onde

pesquisamos, dados experimentais sobre a optica destes materiais na espectroscopia de alta

resolucao do infra vermelho distante (FIR) ainda nao estao disponıveis. Portanto, utilizamos

a funcao dieletrica estabelecida em medidas experimentais na regiao do infravermelho medio

que corresponde a uma faixa de comprimento de onda de 7µm ate 20µm. Isto significa

que as propriedades dieletricas podem ser descritas pela teoria de Drude do gas de eletrons

livres com duas constantes de tempo de colisao distintas (τ1, τ2) e duas frequencias de plasma

distintas (Ω1,Ω2). De forma explicita podemos escrever:

ε(ω) = 1− Ω21

ω(ω + i/τ1)− Ω2

2

ω(ω + i/τ2)(3.28)

Uma possıvel anisotropia de ε(ω) nao foi considerada em [116], mas em pesquisas

recentes isso tem sido considerado. Se usarmos os valores publicados para τ e Ω na equacao

(3.27), podemos ver que ε e praticamente um imaginario puro, de modo que a resposta

dieletrica e dominada pela condutividade metalica e a magnitude de ε e bastante grande (da

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 53

ordem |ε| ∼ 104).

Figura 3.3: Relacao de dispersao para os polaritons de volume e de superfıcie, considerandoεA = 1 (sem o efeito de gas de eletrons livres), para o meio magnetico (Dy) semi-infinito (verFigura 3.2).

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 54

Note que na Figura (3.4), que a inclusao da parte metalica altera significativamente

a relacao de dispersao, como ja mensionado em trabalhos anteriores. Entretanto, no limite

magnetostatico(grandes valores do vetor de onda k) os modos de superfıcie permanecem

inalterados, ver Figura (3.5). Ja os modos de volume a baixas frequencias decaem para

grandes valores de k, e para baixos comprimentos de onda λ. Para comprimentos de onda mais

altos, a frequencia reduzida e (ω/J1S ∼ 250), temos o comportamento tıpico dos polaritons

de plasmons (ver Figura 3.4) [117, 118].

Figura 3.4: O mesmo que na Figura (3.3), sendo que consideramos εA dado pela equacao(3.27), e com o efeito de gas de eletrons livres.

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 55

Figura 3.5: O mesmo que na Figura (3.4), sendo que em escala reduzida para ω e kx.

De acordo com as propriedades da eletrodinamica geral dos polaritons de volume

em um meio, podemos ter simultaneamente valores negativos para a permissividade (ε) e

permeabilidade magnetica (µ). Por simplicidade, e tambem por nao ser nosso objetivo aqui,

nao consideramos o efeito de gas de eletrons livres no Disprosio (Dy), que pode mascarar

completamente, o efeito dos polaritons magneticos, como podemos perceber. Nos propomos,

no entanto a estudar esse problema em pesquisas futuras (ver capıtulo 5).

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 56

3.3 Metodo da Matriz de Transferencia

Os cristais magnonicos estudados aqui sao formados por multicamadas periodicas,

em que as camadas atomicas A (magnetica) e B (isoladora) sao dispostas de forma alternada

ABAB · · ·. Esse modelo periodico e exibido atraves de uma geometria, onde o eixo de

coordenadas z e colocado paralelamente ao eixo facil dessas camadas. A espessura da camada

magnetica (nao magnetica) e representada por dA (dB), e portanto a espessura da celula

unitaria e dado por L = dA + dB. O semi-espaco z ≤ 0 e preenchido totalmente com essa

celula unitaria e sua superfıcie e paralela ao plano-xy. Na regiao z ≥ 0 temos o vacuo.

A propagacao dos polaritons de superfıcie e restrita e se da ao longo do eixo-x, e paralela

a superfıcie. A geometria usada aqui e mostrada na Figura 3.6, quando consideramos a

magnetizacao de saturacao ~M situada ao longo do plano-xy do cristal magnonico e tambem

junto as camadas de interface.

O campo magnetico externo ~H0 e aplicado perpendicularmente as interfaces. Gui-

maraes e Albuquerque [108, 119] obtiveram o tensor permeabilidade magnetica para a geo-

metria de Voigt usando a classica equacao do torque, onde eles estudaram os polaritons em

multicamadas ferromagneticas. Em seus calculos, eles encontraram um tensor de permea-

bilidade em que os elementos fora da diagonal µxz e µzx sao diferentes de zero e os outros

elementos fora da diagonal sao iguais a zero [120]. Este resultado e uma consequencia da

geometria de Voigt usada por eles, e da precessao do vetor magnetizacao de saturacao ~M

no plano-xz. A fim de ampliar os seus calculos C.A. Araujo et al. [121], consideraram o

eixo de rotacao para o qual o vetor magnetizacao de saturacao ~M precessiona em torno do

eixo-z, e o campo externo ~H0 encontra-se perpendicular as interfaces do cristal magnonico,

na mesma direcao do vetor de onda ~k. Eles mostraram que, esta nova geometria, tem um

grande impacto sobre o comportamento da relacao de dispersao dos modos de volume e de

superfıcie.

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 57

••••••

Estado helicoidal do

Disprósio (Dy)

BdAd

x

yz

0H

A

B

Figura 3.6: Geometria considerada neste trabalho.

Para a polarizacao s, os campos eletrico e magnetico sao dados por:

~Hj(x, y, z) = (Hxj, 0, Hzj) exp(ikxx− iωt), (3.29)

~Ej(x, y, z) = (0, Eyj, 0) exp(ikxx− iωt), (3.30)

Em que para a camada magnetica temos:

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 58

HxA(z) = An1AgA + An2AgA, (3.31)

HzA(z) = (−i/µ0)[µ−effA

n1AgA + µ+

effAn2AgA

], (3.32)

EyA(z) = (i/kx)(ω/c)[µ−An1AgA + µ+An2AgA

], (3.33)

onde gA = exp(kAz) e gA = g−1A . Tambem,

µ0 = −k2x + µ1εAω2/c2, (3.34)

µ±eff = ±kxkA + µ2εAω2/c2, (3.35)

µ± = µ2 − µ1µ±eff/µ0, (3.36)

kA = [k2x − µV εAω2/c2]1/2, (3.37)

µV = µ1 − µ22/µ1, (3.38)

com µV sendo a permeabilidade Voigt. Aqui kx e o vetor de onda no olano, ω e a frequencia

angular, c e a velocidade da luz no vacuo, e εA e a constante dieletrica do meio A. As camadas

do material magnetico A, sao representadas pelo terra-rara Disprosio Dy e consideraremos a

constante dieletrica independente da frequencia, ou seja, εA=1. O caso mais geral em que o

εA e dependente da freqencia sera discutido no capıtulo 4. Aqui a permeabilidade magnetica

µA e tambem o tensor permeabilidade magnetica µ podem ser expressos por:

↔µ=

µ1 0 0

0 µ1 0

0 0 1

(3.39)

Por outro lado, para a camada nao-magnetica temos:

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 59

HxB(z) = An1BgB + An2B gB, (3.40)

HzB(z) = (−ikx/kB)[An1BgB − An2B gB], (3.41)

EyB(z) = (i/kB)(ω/c)[An1BgB − An2B gA], (3.42)

onde gB = exp(kBz) e gB = g−1B . Tambem, kB = [k2x−εBω2/c2]1/2, com εB sendo a constante

dieletrica do meio B.

Definindo, para cada meio, os dois vetores coluna

|Anj 〉 =

An1j

An2j

, (3.43)

e usando condicoes de contorno de Maxwell nas interfaces z1 = (n+1)dA+ndB, e z2 = z1+dB

e, encontramos, em forma de matriz, as seguintes equacoes para as amplitudes dos campos

eletromagneticos:

MA|AnA〉 = NB|AnB〉, (3.44)

MB|AnB〉 = NA|An+1A 〉. (3.45)

Em que,

MA =

fA fA

µ−fA µ+fA

, (3.46)

MB =

fB fB

−(kx/kB)fB (kx/kB)fB

. (3.47)

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 60

NA =

1 1

µ− µ+

, (3.48)

NB =

1 1

−kx/kB kx/kB

. (3.49)

Com, fj = exp(−kjdj), fj = 1/fj (j = A ou B). Das Eqs. (3.44) e (3.45) e facil ver que

|An+1A 〉 = T |AnA〉, (3.50)

onde a matriz T e dada por T = N−1A MBN−1B MA. A matriz T e chamada de matriz de

transferencia, pois relaciona os coeficientes dos campos eletromagneticos de uma celula com

aqueles da celula anterior. Levando em conta a simetria translacional do nosso problema,

podemos usar o teorema de Bloch, para obter a relacao de dispersao dos polaritons no volume

em uma estrutura periodica:

cos(QL) = (1/2)Tr(T ) (3.51)

onde Tr(T ) significa o traco da matriz T , e Q e o vetor de onda de Bloch.

Para estabelecer a relacao de dispersao dos modos de superfıcie dos polaritons, po-

demos considerar a estrutura periodica truncada em z = 0 com a regiao z > 0 totalmente

preenchida pelo o vacuo (“ meio C ”), cuja a permissividade dieletrica e independente da

frequencia e e determinada por εc. Esta estrutura semi-infinita nao possui simetria trans-

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 61

lacional completa na direcao z atraves dos multiplos da espessura L da celula unitaria, e,

portanto, ja nao podemos adotar o teorema de Bloch, como no caso de um sistema no vo-

lume. No entanto, a Eq. (3.51) ainda se mantem desde que substituamos Q pela quantidade

complexa iβ para dar cosh(βL) = (1/2)Tr(T ). Uma vez que agora temos que considerar

as condicoes de contorno adicionais para a nova interface em z = 0, impoem uma restricao

adicional que nos permite, eventualmente, determinar o fator de atenuacao β. Aplicando as

condicoes de contorno eletromagneticas em z = 0, a relacao de dispersao implıcita para os

modos de superfıcie dos polaritons e:

T11 + λT12 = exp(−βL) = T21λ−1 + T22 (3.52)

onde λ = (kcµ− − kx)/(kx − kcµ

+). Em que kc e um numero real puro, dado por kc =

[kx − ω2/c2]1/2. Tambem, a constante β deve ser escolhida para cumprir a exigencia de que

Re(β) > 0, a fim de dar modos de superfıcie evanescentes.

Este metodo algebrico pode ser estendido para estruturas quasiperiodicas, consi-

derando as matrizes de transferencia T adequadas [121]. Uma vez que essas matrizes de

tranferencia sao determinadas, temos de fazer uso das Eqs. (3.50) e (3.51) para encontrarmos

os modos de volume e de superfıcie dos espectros de polaritons, respectivamente.

3.4 Resultados Numericos e Conclusoes

Nesta secao, vamos apresentar nossos resultados numericos, a fim de caracterizar

os espectros dos polaritons magneticos (modos de volume e de superfıcie), que podem se

propagar na estrutura periodica. Para isso, consideramos o meio magnetico A como sendo o

Disprosio Dy, em sua fase helimagnetica. Os valores usados para os parametros de troca e

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 62

de anisotropia para as ondas de spin no volume [122, 64, 123], foram: J1(Dy)= 12.14×10−15

ergs/ion, J2(Dy)= - 3.70 × 10−15 ergs/ion, K2(Dy)= 2.47 × 10−15 ergs/ion e K4(Dy)= -

0.13×10−15 ergs/ion, em uma temperatura de aproximadamente 88,1 K. Para as temperatu-

ras de 98 K e 179 K, os parametros de troca usados na interacao entre primeiros e segundos

vizinhos, considerando os mesmos parametros anisotropicos K2 e K4, foram de aproximada-

mente e respectivamente: J1(Dy)= 13.52× 10−15 ergs/ion, J2(Dy)= - 4.11× 10−15 ergs/ion

e J1(Dy)= 24.70× 10−15 ergs/ion, J2(Dy)= - 7.54× 10−15 ergs/ion. Para o meio B, conside-

ramos o material nao magnetico como sendo o Fluoreto de zinco (ZnF2), cujas as constantes

permissividade eletrica e permeabilidade magnetica sao iguais a εB = 8 e µB= 1, ambas

independente da frequencia. Tambem definimos R = dB/dA= 2 como sendo a relacao entre

as espessuras das camadas do material nao magnetico e magnetico, respectivamente. Enfim,

consideramos o Disprosio (Dy) em sua fase helimagnetica a baixos campos magneticos.

Os espectros de polaritons magneticos para uma estrutura periodica sao descritos

pelas Figuras 3.7, 3.8, 3.9, 3.10, 3.11 e 3.12. Esses espectros de polaritons estao represen-

tados graficamente com frequencias reduzidas ω/J1S, para o Disprosio (Dy) em sua fase

helimagnetica, versus o vetor de onda admensional ckx/J1S. Em todas as figuras, os modos

de superfıcie sao representados por linhas solidas mais finas, enquanto que os modos de vo-

lume sao representados pelas regioes hachuradas e limitadas pelas curvas QL = 0 e QL = π.

As linhas tracejadas, a partir das quais emergem os modos de superfıcie representam a pro-

pagacao da luz no vacuo.

Podemos ver claramente a simetria que existe para a componente do vetor de onda

kx, tanto para o lado positivo como para o lado negativo, na ausencia e presenca de um campo

magnetico externo aplicado como mostra as Figuras 3.7, 3.8, 3.9, 3.10, 3.11 e 3.12. O espectro

de polaritons para os modos de superfıcie exibem uma reciprocidade magnetica. Geralmente

o espectro para os modos de superfıcie dos polaritons magneticos nao sao recıprocos, tanto

na ausencia como na presenca de um campo magnetico externo aplicado [124]. Alem disso,

essa estrutura se comporta como uma superede com camadas alternadas: Uma composta de

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 63

um material antiferromagnetico simples e a outra composta de um material nao magnetico

como ja tınhamos mencionado antes. No entanto, se um campo magnetico externo e aplicado,

passamos a ter cinco modos de volume, mas nesse caso, a antiga primeira banda de volume se

eleva e se torna menos espessa, tanto a direita como a esquerda, e os modos de superfıcie dos

polariotns magneticos tangenciam esses novos modos de volume. Agora, sempre entre dois

modos (ou bandas) de volume havera modos de superfıcie. Isso pode ser constatado quando

comparamos as Figuras 3.7 com 3.8, 3.9 com 3.10, 3.11 com 3.12.

A reciprocidade magnetica nao esta presente nos modos de superfıcie de baixa

frequencia [121], mesmo na presenca de um campo magnetico externo aplicado, ver Figuras

3.8, 3.10 e 3.12. No entento, as bandas recıprocas do espectro de volume nao sao afetadas,

devido a simetria da relacao de dispersao dos terras-raras no volume. Se observarmos as Fi-

guras 3.7, 3.8, 3.9, 3.10, 3.11 e 3.12, vemos um intervalo de periodicidade muito interessante

entre os modos de superfıcie e os modos de volume, periodicidade essa, em que para cada dois

modos de volume sempre ha um unico modo de superfıcie entre eles. Isso se assemelha ao

comportamento das ondas estacionarias em uma corda tensa e em um tubo sonoro aberto em

suas extremidades, onde para cada duas interferencias destrutivas sempre temos uma unica

interferencia construtiva (corda tensa) e no tubo sonoro aberto a situacao se inverte.

Outra propriedade muito interessante que nos chama atencao ocorre quando apli-

camos um campo magnetico perpendicular ao cristal magnonico. Na ausencia de campo

magnetico externo a relacao de dispersao apresenta somente quatro modos de volume e o

primeiro gap de energia e sempre mais espesso verticalmente. Podemos constatar essas di-

ferencas, quando comparamos as Figuras 3.7, 3.9, e 3.11 com as Figuras 3.8, 3.10 e 3.12.

Por outro lado, com a aplicacao de um campo magnetico externo de H0 = 200G, podemos

controlar a quantidade de modos de volume e a espessura dos gaps de energia, pois as Figu-

ras 3.8, 3.10 e 3.12 apresentam cinco modos de volume, e primeiro gap de energia com uma

reducao de ate 4% com o aumento da temperatura. Podemos destacar ainda que no lado

esquerdo da Figura 3.7 temos o espectro de ω × Q, com kx = 0, que delimitam as bandas

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 64

de volumes (areas hachuradas) e do lado direito temos, o espectro ω × kx, onde as regioes

hachuradas representam os limites QL = 0 e QL = π. Na Figura 3.8 o campo magnetico

externo aplicado e de 200G, na temperatura de aproximadamente 88, 1K, o que aumenta a

espessura dos gaps de energia horizontalmente. A Figura 3.9 mostra o espectro de polaritons

ω × kx na ausencia de um campo magnetico externo aplicado e sob temperatura de 98K.

Neste caso podemos observar que para os modos de volume a baixa frequencia temos uma

relacao de dispersao do tipo hiperbolica tanto para ckx/J1S = +1,5 como para ckx/J1S =

-1,5. Na Figura 3.10 o espectro de polaritons ω × kx e apresentado com campo magnetico

externo aplicado de 200G e sob temperatura de 98K. Aqui o efeito do campo magnetico

externo e de revelar a degenerecencia dos modos, fazendo surgir varios modos de volume e de

superfıcie, de tal modo que podemos afirmar que o “gap”de mais baixa frequencia pode ser

controlado pela aplicacao do campo magnetico externo. A Figura 3.11 mostra o espectro de

polaritons ω×kx na ausencia de um campo magnetico externo aplicado e sob temperatura de

179K. Observamos neste caso mais uma vez a dispersao hiperbolica para baixos valores de

frequencia e de vetores de onda, como no caso da Figura 3.9. Porem o primeiro modo de vo-

lume e mais espesso horizontalmente, como em todos os casos a campo zero. Na Figura 3.12

o espectro de polaritons ω×kx e novamente com campo magnetico externo aplicado de 200G

e sob temperatura de 179K. O efeito do campo externo mais uma vez revela a degenerecencia

dos modos de volume e de superfıcie, a baixos valores de frequencia e de vetores de onda.

Observamos de um modo geral que em todas as figuras ha sempre uma regiao de “gap zero”,

tal qual surgem nos “grafenos”em torno da frequencia reduzida (ω/J1S) [111]. A origem

desse “gap zero”e devido ao comportamento efetivo dos polaritons nos cristais magnonicos

[125].

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 65

Figura 3.7: Espectro de polaritons magneticos para fase helimagnetica do Disprosio (Dy). Nolado esquerdo temos o espectro de ω ×Q, com kx = 0, que delimitam as bandas de volumes(areas hachuradas) e do lado direito temos, o espectro ωxkx, onde as regioes hachuradasrepresentam os limites QL = 0 e QL = π. Nao ha campo magnetico externo aplicado, masa temperatura e de 88,1K.

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 66

Figura 3.8: O mesmo que na Figura (3.7), mas para um campo magnetico externo aplicadode H0= 200G e sob temperatura de 88,1K. Para baixas frequencias e baixos vetores de ondapodemos observar um aumento na espessura do gap de energia.

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 67

Figura 3.9: Espectro de polaritons ω × kx na ausencia de um campo magnetico externoaplicado e sob temperatura de 98K. Podemos observar aqui uma dispersao hiperbolica nosmodos de volume para baixos valores de frequencia.

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 68

Figura 3.10: Espectro de polaritons ω× kx, mas para um campo magnetico externo aplicadode H0= 200G e sob temperatura de 98K. Aqui o efeito do campo externo e o de revelar adegenerecencia dos modos de volume e de superfıcie.

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 69

Figura 3.11: Espectro de polaritons ω × kx na ausencia de um campo magnetico externoaplicado e sob temperatura de 179K. Observamos aqui mais uma vez a dispersao hiperbolicapara baixos valores de frequencia, nos modos de volume. Porem o primeiro modo de volumee mais espesso horizontalmente a campo zero.

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 70

Figura 3.12: Espectro de polaritons ω× kx, mas para um campo magnetico externo aplicadode H0= 200G e sob temperatura de 179K. O efeito do campo externo mais uma vez revela adegenerecencia dos modos de volume e de superfıcie.

Em resumo, apresentamos neste capıtulo uma teoria geral para a propagacao de pola-

ritons magneticos em estruturas periodicas, constituıdas pelo empilhamento de duas camadas

diferentes, onde uma delas e uma fina camada magnetica de terra-rara (meio A), enquanto

que a outra e uma fina camada nao magnetica (meio B), que nao obedece a geometria de

Voigt. Constatamos tambem que os modos de volume e os modos de superfıcie, podem ser

controlados pelo efeito de campo magnetico externo e de temperatura. Em comparacao com

os resultados obtidos aplicando a teoria do meio efetivo para a geometria de Voigt [126],

nossos resultados mostram efeitos muito diferentes, como por exemplo, em todos os nossos

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Capıtulo 3. Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio 71

resultados numericos ha sempre uma regiao de “gap zero”, que e tıpica dos grafenos. Nao

sabemos ao certo a origem desse comportamento anomalo, entretando percebemos que isso

pode ser devido as propriedades das superredes, que sao bastante diferentes de seus materiais

constituintes [127]. Outra regiao bastante interessante e a regiao para baixos vetores de onda

(consequentemente grandes comprimentos de onda) e baixas frequencias (ver Figuras 3.8,

3.10 e 3.12), onde ha um gap parcial de frequencias e a existencia de dois modos de superfıcie

(um para kx > 0 e outro para kx < 0). Essa regiao pode ser controlada pela aplicacao de um

campo magnetico externo. Notamos ainda, outro comportamento anomalo: uma regiao de

refracao negativa, isto e, uma regiao caracterizada pela propagacao de modos de volume e

de superfıcie com velocidade de grupo negativa (∂ω/∂kx < 0). Tambem ha uma necessidade

de aprofundamento nos estudos para explicar esse comportamento que nao e observado nos

materiais constituintes do cristal magnonico.

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CAPITULO 4

MODOS MAGNETOSTATICOS EM

CRISTAIS MAGNONICOS DE DISPROSIO

72

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 73

Neste capıtulo estudaremos a propagacao de modos magnetostaticos em cristais

magnonicos de Disprosio (Dy), em uma dimensao (1D), usando o metodo de matriz de

transferencia. Os cristais magnonicos aqui considerados sao estruturas compostas por um

empilhamento de duas camadas. A primeira camada e um meio magnetico A e a segunda

camada e um meio nao magnetico B. A camada magnetica aqui considerada e o Disprosio

(Dy) na fase helimagnetica, que se situa entre as temperaturas de Neel (TN ≈ 179 K) e

Curie (TC ≈ 85 K) [79], e a camada nao magnetica e uma camada isolante dieletrica. Os

espectros dos modos magnetostaticos nessas estruturas magnonicas sao calculados segundo

uma geometria em que o campo magnetico externo e aplicado perpendicular as superfıcies

das camadas da estrutura [124].

4.1 Limite Magnetostastico em Multicamadas Magneticas

Modos magnetostaticos em cristais magnonicos em uma dimensao (1D) (tambem

chamados de superrede magnetica) tem sido estudados por muitos metodos, bem como para

muitos tipos [128]. Para sistemas periodicos (e quasiperiodicos) magneticos o comportamento

dos modos magnetostaticos de superfıcie, considerando-se uma geometria de Voigt (onde o

campo aplicado e o vetor de onda estao no plano da superfıcie) tem caracterısticas muito

diferentes, quando comparados com a geometria considerada aqui, em que o campo magnetico

externo aplicado e perpendicular ao plano da superfıcie da superrede magnetica [124].

Vamos enfatizar e discutir essa diferenca, por outro lado, o espectro das ondas de

spin em estruturas magneticas periodicas tem sido recentemente investigado, considerando a

natureza das solucoes das equacoes para o campo das ondas apropriado em cada filme. Os

modos nestas estruturas sao acoplados atraves das interfaces (via condicoes de contorno), e

sao calculados atraves do teorema de Bloch, quando apropriado. As superfıcies e interfaces

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 74

nestas estruturas de camadas desempenham um papel muito importante nas propriedades

do sistema inteiro e nas excitacoes em particular. Muitos trabalhos anteriores tem se concen-

trado nas excitacoes de ondas de spin no regime de baixas temperaturas, onde pelo menos

um dos componentes das multicamadas e um ferromagneto ou um antiferromagneto [113].

Alem disso, dependendo da importancia relativa das interacoes magneticas de dipolo-dipolo

e de troca, modelos distintos para o comportamento magnetico podem ser aplicados. Por

exemplo, para valores suficientemente pequenos do vetor de onda da excitacao (k ≤ 107 m−1),

os efeitos dipolares nao sao dominantes, e os modos magnetostaticos podem se propagar nes-

sas estruturas (e/ou superredes). Por outro lado, no regime onde os vetores de onda das

excitacoes sao maiores (tipicamente k ≥ 108 m−1 em um ferromagneto), a interacao de troca,

que e a forca restauradora para as ondas de spin, e dominante [113], e dessa forma, nao temos

a propagacao dos modos magnetostaticos.

Considerando o limite k ≤ 107 m−1, e nosso objetivo neste capıtulo investigarmos os

modos magnetostaticos que se propagam nessas estruturas feitas de materiais magneticos e

nao magneticos. Tambem e nosso objetivo caracterizar os modos de volume nessas estrutu-

ras, calculando a relacao de dispersao magnetostatica do arranjo periodico em multicamadas

magneticas, procurando pelas regioes de “band gaps”de frequencia nos espectros. Conside-

raremos aqui um vetor de onda no plano paralelo a superfıcie (ou interface), mas com campo

magnetico externo (→H0) e magnetizacao lıquida perpendiculares ao plano e as interfaces das

multicamadas magneticas. Nosso modelo e baseado no metodo da matriz de transferencia, o

que simplifica bastante a algebra, que de outro modo seria muito mais cansativa. Em seguida

os nossos resultados sao apresentados e discutidos no final desse capıtulo.

4.2 Modos Magnetostaticos em Cristais Periodicos

Ha varias maneiras de definir o regime magnetostatico. Fisicamente, o vetor de

onda nesse regime se situa entre as regioes eletromagnetica e de troca, onde a interacao

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 75

de Heisenberg, atraves da integral de troca, e dominante. Os vetores de onda nessa regiao

se situam tipicamente entre 3 x 103 e 107 m−1 para ferromagnetos. Isto esta ilustrado

esquematicamente na Figura 4.1. Outra forma de entender estas excitacoes e observar que

os comprimentos de onda das ondas de spin nesse regime sao longos o suficiente de modo

que a regiao das interacoes de troca (que sao de curto alcance) podem ser desconsideradas.

Lembrando que a interacao de troca dos metais terras-raras e de longo alcance, e aparece da

superposicao de funcoes de onda de atomos proximos. E um efeito puramente quantico, que

tambem e conhecida como interacao Ruderman, Kittel, Kasuya e Yosida. Ruderman e Kittel

[71] descreveram a interacao de troca para os metais de transicao.

A interacao Ruderman e Kittel (RK) e a interacao entre os spins nucleares dos metais

de transicao e os eletrons de conducao da camada-s. Kasuya [129] e Yosida [130], expandiram

essa teoria para os metais terras-raras, mostrando que os ıons magneticos localizados nas

camadas-f interagiam entre si via eletrons de conducao da camada-s. Essa interacao ocorre

sempre em metais onde existem atomos com momentos magneticos bem localizados, como

nos terras-raras. Esses ıons magneticos polarizam os eletrons do gas de eletrons quando

proximos a eles e os eletrons de conducao levam a “informacao”a outro atomo magnetico. A

interacao resultante e de longo alcance e tem um valor oscilante, de modo que podemos ter

dependendo da distancia entre os vizinhos interacoes ferromagneticas ou antiferromagneticas.

Portanto podemos resumir essas interacoes da seguinte forma: Para os metais de transicao

os momentos magneticos localizados interagem entre si via eletrons de conducao, esta e uma

interacao do tipo [s-d], ja para os metais terras-raras a interacao e do tipo [s-f]. Consideremos

agora que:

(2π

λ

)c ω (4.1)

onde λ e o comprimento de onda da onda de spin, ω e a frequencia e c e a velocidade da luz

no vacuo.

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 76

Figura 4.1: Diferentes regioes do comportamento magnetico em termos da magnitude | ~k |do vetor de onda. Os numeros sao aproximados e podem variar para diferentes materiais.

Por outro lado, a influencia das interacoes de dipolo-dipolo se tornam importantes

no estudo das ondas de spin, quando adotamos longos comprimentos de onda. Isso acontece

porque as interacoes de dipolo-dipolo sao de longo alcance. Vale lembrar no, entanto, que

quando os termos dipolares sao dominantes, eles podem ser tratados microscopicamente, ou

quando for conveniente, macroscopicamente usando as equacoes de Maxwell do eletromag-

netismo, que e o que faremos aqui para os modos magnetostaticos, considerando a equacao

(4.1). Na pratica consideraremos as equacoes de Maxwell com o limite c→∞. Logo a seguir

explicaremos melhor o assunto.

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 77

4.3 Modos Magnetostaticos com Magnetizacao Perpen-

dicular as Interfaces

Agora trataremos do problema da propagacao dos modos magnetostaticos em uma

superrede, utilizando uma teoria macroscopica. Aqui, nos consideraremos a geometria onde

a magnetizacao e o campo magnetico externo aplicado sao perpendiculares a superfıcie da

super rede. Veremos que isto leva a novos resultados, e em particular, os modos de Damon-

Eshbach [131] (O espectro dos modos magnetostaticos se fundem suavemente com o espectro

de ondas de spin e a supefıcie plana dos modos de superfıcie forma um angulo arbitrario

menor que 900 com o campo magnetico aplicado.) nao se formam em nossa geometria. Alem

disso, consideraremos que o cristal magnonico e construıdo a partir do simples empilhamento

de celulas unitarias periodicas (do tipo AB, onde A e um material magnetico e B um nao

magnetico). Esse empilhamento periodico nos permite usar o teorema de Bloch no cristal

magnonico. Outro modelo possıvel seria considerar a celula unitaria como sendo uma multi-

camada, e estudar suas propriedades. Nesse caso nao se trata mais de um cristal magnonico,

no sentido estrito do termo, e sim de um sistema de multicamadas finito, onde o teorema

de Bloch nao pode ser mais aplicado. A Figura 4.2 ilustra o nosso modelo de multicamadas

periodicas (ou cristal magnonico). As camadas A e B consistem de materiais magnetico e

nao magnetico, respectivamente.

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 78

Figura 4.2: Modelo de multicamadas periodicas. O meio A e um material magnetico, en-quamto que o meio B e um isolante nao magnetico.

Na regiao do espectro magnetostatico (k ≈ 105 cm−1) temos de lidar com as equacoes

de Maxwell na seguinte forma:

∇ ·B = 0 , ∇× h = 0, (4.2)

com a relacao tensorial constitutiva B =↔µh entre os campos magneticos, onde

↔µ e o tensor

permeabilidade. Supondo uma dependencia temporal exp(−iωt) com uma frequencia ω para

os campos flutuantes, e o tensor permeabilidade↔µ aplicado ao terra rara disprosio Dy com

a seguinte forma:

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 79

↔µ=

µ1 0 0

0 µ1 0

0 0 1

(4.3)

Pode-se mostrar que, para o material magnetico disprosio Dy o elemento diagonal

da permeabilidade magnetica e µ1 = 1 + χa(ω) e que os elementos da susceptibilidade sao

[111]

χa(ω) = −SK2γρAN

D(4.4)

onde,

D = (ω − γH0)(ω + γH0)− 2SK2[f(k0)− (1/2)f(0)− (1/2)f(2k0)], (4.5)

f(0) = 2J1S −√

3J1S

3, (4.6)

f(k0) = 2J1S cos(φ)− 2J2S cos(2φ), (4.7)

f(2k0) = 2J1S cos(2φ)− 2J2S cos(4φ), e (4.8)

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 80

cos(φ) = − J14J2

(4.9)

Aqui, J1 e J2 sao as constantes de troca para o acoplamento ferromagnetico (pri-

meiros vizinhos) e antiferromagnetico (segundos vizinhos), respectivamente; S e o momento

angular total, N e o numero de camadas por unidade de volume, µ e o momento magnetico

por camada, γ e a razao giromagnetica que, por definicao, e dada por γ=gµB/~, φ e o angulo

caracterıstico que estabiliza a fase helimagnetica (HM), g e o fator de Lande, µB e o mo-

mento magnetico Bohr, alem disso, k0 e definido como o numero de onda da configuracao

de equilıbrio, de modo que k0dc = 2φ, com dc sendo o comprimento cristalografico da celula

unitaria ao longo do eixo-c e dc/2 e a distancia entre dois planos consecutivos da estrutura

hexagonal compacta. E finalmente K2 e K4 sao os coeficientes dos campos anisotropicos, que

sao apresentados por [112, 113] e estao presentes na equacao abaixo.

4K4S3 cos3 θ + [2J2S + 2SK2 − 2J1S + f(k0)] cos θ − γH0 = 0 (4.10)

A partir da equacao (4.2), podemos definir um potencial escalar magnetico φ, uma

vez que h = −∇φ. Alem disso, utilizando as equacoes (4.2) e (4.3), obtem-se uma equacao

de movimento para φ como

[µ1

(∂2

∂x2+

∂2

∂y2

)+

∂2

∂z2

]φ = 0 (4.11)

A equacao acima e valida tanto para a camada magnetica e nao-magnetica do cristal

magnonico (onde↔µ=↔1). A fim de obter solucoes consistentes para os modos de volume,

precisamos combinar as solucoes para (4.12) no limite magnetostatico. Esta condicao leva a

afirmacao de que φ e ∂φ/∂z deve ser contınua atraves de qualquer limite perpendicular ao

eixo-z. Com isso podemos supor solucoes da forma:

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 81

φ = φ(z)ei(kx−wt) (4.12)

onde k e um vetor de onda (tomada a direcao x ) paralelo a superfıcie. Substituindo a equacao

(4.12) na equacao (4.11), obtem-se

[−µ1k

2 +d2

dz2

]φ(z) = 0 (4.13)

que tem solucoes gerais da forma φ(z) = Aeαz + Be−αz, onde α pode ser complexo e esta

relacionado com k por α = (µ1)1/2k.

As expressoes para as relacoes de dispersao sao obtidas aplicando as condicoes de

contorno, tal como sera descrito mais tarde. Pode-se mostrar [82] que precisamos apenas

considerar µ1 < 0 a fim de obter os modos de volume e superfıcie.

Agora vamos apresentar o nosso modelo de um cristal magnonico unidimencional, que

consiste em uma sequencia de blocos justapostos (ou camadas), empilhados periodicamente.

As camadas A (magnetica) e B (nao magnetica) consistem, respectivamente, de um material

magnetico com uma espessura dA e o nao magnetico tendo uma espessura dB. Alem disso, o

campo magnetico externo ( ~H0) no nosso modelo e aplicado na direcao-z, o que nos permite

comparar o efeito dos cistais magnonicos de terras-raras nos modos magnetostaticos com

trabalhos anteriores. No interior da camada A, escolhemos as solucoes da forma

φ(z) = A+eαz + A−e

−αz , α = (µ1)1/2k (4.14)

e para camada B:

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 82

φ(z) = B+ekz +B−e

−z (4.15)

Aplicaremos agora essas solucoes para as interfaces, a fim de encontrar a relacao

de dispersao. Definindo L = nAdA + nBdB como o tamanho da celula unitaria, usamos as

condicoes de que φ e z = nL + dA, onde n e o ındice para a celula, aqui consideramos uma

redefinicao das amplitudes A+, A−, B+ e A−, tal qual na referencia [132]. Apos alguma

algebra simples, podemos escrever, na forma de matriz a equacao:

|An+1〉 = T |An〉 (4.16)

onde T e uma matriz de transferencia e |An〉 e uma matriz coluna de amplitudes na celula n

[113]. Usando esta expressao, em conjunto com o teorema de Bloch,

|An+1〉 = eiQL|An〉 (4.17)

podemos mostrar facilmente que a relacao de dispersao implıcita para os modos magne-

tostaticos de volume e

cos(QL) =1

2Tr(T ) (4.18)

onde Q e um vetor de onda real.

Para os modos de superfıcie em um cristal magnonico semi-infinito periodico (ocu-

pando a regiao z ≥ 0), aplica-se, o mesmo resultado formal, mas o vetor de onda do cristal

magnonico Q torna-se complexo (Q = iβ), podemos mostrar aplicando as condicoes de con-

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 83

torno para as primeiras camadas, que a relacao de dispersao implıcita para os modos de

superfıcie e

T11 + λ−1T12 = eβL = T22 + λT21 (4.19)

onde λ = (α + k)/(α − k). Notamos que a constante de atenuacao β deve ser escolhida de

tal modo que a sua parte real de exp(βL) e positiva.

Usando-se as equacoes (4.19) e (4.18), podemos calcular numericamente as solucoes

para a relacao de dispersao dos modos de superfıcie e dos modos de volume. Isto sera feito

na proxima secao.

4.4 Resultados Numericos e Conclusoes

Nesta secao, vamos apresentar nossos resultados numericos, a fim de caracterizar

a relacao de dispesao dos modos magnetostaticos (modos de volume e de superfıcie), que

podem se propagar na estrutura periodica. Para fazer isso, consideramos o Disprosio (Dy)

em sua fase helimagnetica, como sendo o meio magnetico A. Os valores usados para os

parametros de troca e de anisotropia [64, 122, 123], foram: J1(Dy)= 11.04× 10−15 ergs/ion,

J2(Dy)= - 3.36× 10−15 ergs/ion, K2(Dy)= 2.47× 10−15 ergs/ion e K4(Dy)= - 0.13× 10−15

ergs/ion, na temperatura de Curie, ou seja, TC ≈ 85 K e para um campo magnetico crıtico de

0 kG. O campo magnetico crıtico e o campo magnetico externo aplicado que pode destruir

a fase helimagnetica do Disprosio (Dy). Esse campo magnetico crıtico tambem e conside-

rado como o campo magnetico que pode levar o meio magnetico Disprosio (Dy) em sua fase

helimagnetica para a fase ferromagnetica em diferentes temperaturas [122]. Para as tempera-

turas de 100 K e 160 K, e para os campos magneticos crıticos de 2 kG e 10 kG, os parametros

de troca usados na interacao entre primeiros e segundos vizinhos, considerando os mesmos

parametros anisotropicos K2 e K4, foram de aproximadamente e respectivamente: J1(Dy)=

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 84

13.8 × 10−15 ergs/ion, J2(Dy)= - 4.20 × 10−15 ergs/ion e J1(Dy)= 22.08 × 10−15 ergs/ion,

J2(Dy)= - 6.73 × 10−15 ergs/ion. Para o meio B, consideramos o material nao magnetico

como sendo o Fluoreto de zinco (ZnF2), cujas as constantes permissividade eletrica e perme-

abilidade magnetica sao iguais a εB = 8 e µB= 1, ambas independente da frequencia. Ainda

com o terra-rara Disprosio (Dy) em sua fase helimagnetica, definimos R = dB/dA= 2 como

sendo a relacao entre as espessuras das camadas do material nao magnetico e magnetico,

respectivamente.

As relacoes de dispersao apresentadas aqui sao graficos da frequencia reduzida (ω/J1S)

em funcao do vetor de onda reduzido (ckx/J1S). Como podemos ver claramente na maioria

dos graficos das frequencias, existe um limite inferior bem definido para os espectros. Isso

acontece quando nos aproximamos do valor da frequencia para o qual nos temos o limite

µ1 →∞. Como por exemplo, o caso do (Fe), com os seus parametros dados e ja conhecidos

na referencia [113], o seu valor de frequencia e de ω ≈ 2.48 GHz.

Em todas as figuras produzidas, apresentamos o espectro das bandas de volume

(regioes sombreadas) e dos modos de superfıcie (linhas contınuas) para o cristal magnonico

de terra-rara Disprosio (Dy) em sua fase helimagnetica a campo magnetico crıtico de 0 kG,

2 kG e 10 kG, e nas temperaturas de 85 K, 100 K e 160 K [133, 134]. Em analogia com

trabalhos anteriores [119], observamos que os limites das bandas de volume (correspondentes

aos valores de QL iguais a 0 e π, e aos limites da zona de Brillouin) alternam de uma banda

para outra, ou seja, correspondem a sequencia QL = 0, π, π, 0, 0, π, π, 0, . . . . Com

relacao aos modos de superfıcie, deve-se ter cuidado e se impor invariavelmente a condicao

Re(β) > 0, pois de outra forma obterıamos “modos”de superfıcie nao-fısicos. Tais modos

sao caracterizados por ter uma amplitude com aumento exponencial, e devem portanto ser

excluidos.

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 85

Nas Figuras 4.3, 4.4 e 4.5, podemos observar que no limite inferior de frequecias

temos um comportamento onde o numero de bandas nao torna-se infinito como no caso de

um crital magnonico ferromagnetico. Por outro lado, temos um numero finito de 7 bandas de

volume e de 7 modos de superfıcie voltado para o eixo dos kx > 0. Outro aspecto interessante

e que todas as bandas de volume e todos os modos de superfıcie tem origem em kx = 0

[113]. Podemos ver claramente nessas figuras um estreitamento das bandas de volume ao se

aumentar o valor do vetor de onda k. Esse estreitamento suave das bandas de volume e devido

ao aumento do campo magnetico crıtico com a temperatura e dos valores usados para os

parametros de troca. Como pode ser observado ha um intervalo de periodicidade interessante

entre os modos de superfıcie e as bandas de volume. Essa periodicidade e sempre destacada

pela presenca de um unico modo de superfıcie entre cada duas bandas de volume. Na regiao de

frequencias mais baixas, nota-se uma perda de resolucao da solucao numerica. Isto e causado

pelo fato de que o numero de bandas torna-se infinito, levando a uma regiao contınua (embora

infinitamente estreita) quando se aproxima da frequencia de corte para a qual µ1 → −∞. Essa

regiao de solucoes obedece aos limites impostos pela teoria magnetostatica, e isto tambem

independe da estrutura considerada.

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 86

Figura 4.3: Relacao de dispersao para os modos magnetostaticos em cristais magnonicos acampo nulo e temperatura de 85 K. Aqui, R(= dB/dA) e igual a 2.0, e o material magnetico(meio A) e o Disprosio Dy na fase helimagnetica.

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 87

Figura 4.4: Relacao de dispersao dos modos magnetostaticos em cristais magnonicos a campomagnetico crıtico de 2 kG e temperatura de 100 K. Aqui, R(= dB/dA) e igual a 2.0, e omaterial magnetico (meio A) e o Disprosio Dy na fase helimagnetica.

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 88

Figura 4.5: Relacao de dispersao dos modos magnetostaticos em cristais magnonicos a campomagnetico crıtico de 10 kG e temperatura de 160 K. Aqui, R(= dB/dA) e igual a 2.0, e omaterial magnetico (meio A) e o Disprosio Dy na fase helimagnetica.

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Capıtulo 4. Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de Disprosio 89

Resumindo, neste capıtulo tratamos da propagacao dos modos magnetostaticos em

um cristal magnonico unidimensional, constituıdo pelo empilhamento de duas camadas di-

ferentes, em que uma delas e uma fina camada magnetica A, enquanto que a outra e uma

fina camada isoladora nao magnetica B. Para o meio magnetico terra-rara Disprosio (Dy)

e o meio nao magnetico Fluoreto de zinco (ZnF2), encontramos uma periodicidade muito

interessante quando comparamos o numero de bandas de volume com o numero de modos de

superfıcie. Tambem foi constatado que a espessura das bandas de volume diminui a medida

que aumentamos os parametros de troca e o campo magnetico crıtico. Isso pode ser expli-

cado pelo comportamento efetivo da estrutura. Observamos que para campos magneticos

aplicados maiores que zero ( ~H0 > 0), temos um comportamento similar a um tıpico material

ferromagnetico, como deverıamos esperar [111]. De um modo geral, temos um comporta-

mento para a relacao de dispersao dos modos magnetostaticos, similar a de um ferromagneto.

Podemos concluir tambem que o efeito do campo magnetico crıtico com a temperatura nao

modifica qualitativamente a relacao de dispersao dos modos magnetostaticos.

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CAPITULO 5

CONCLUSOES E PERSPECTIVAS

Neste capıtulo, apresentamos os principais resultados e conclusoes dessa tese de

doutorado a partir do estudo das fases magneticas do Holmio (Ho), e do estudo da propagacao

dos polaritons magneticos e dos modos magnetostaticos em cristais magnonicos.

5.1 Estruturas Magneticas em Filmes Finos e Ultra-

Finos de Holmio

Como afirmamos de inıcio, o estudo de filmes finos e ultrafinos do terra-rara Holmio

(Ho) e uma estensao de minha dissertacao de mestrado. Embora pareca o mesmo trabalho

devido a tratarmos o mesmo problema de um ponto de vista diferente, muitas das conclusoes

aqui apresentadas, entretanto, sao bastante diferentes das apresentadas em minha dissertacao

de mestrado [92]. Dessa forma, temos estudado aqui as fases magneticas de varios filmes finos

90

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Capıtulo 5. Conclusoes e Perspectivas 91

de Holmio (Ho) no intervalo de temperatura entre 20 K e 132 K. A presente tese demonstra

a forte influencia que a superfıcie e a espessura de um filme fino (ver Figuras 2.4, 2.5 e 2.6),

associado com a competicao existente entre as energias de troca e de anisotropia magneto-

cristalina, exercem sobre a ordem magnetica desses sistemas, quando na presenca de um

campo magnetico externo e temperatura.

Concluimos tambem que o tamanho do filme, os efeitos de superfıcie e de campo

magnetico dos spins ordenado gera um impacto significativo nas fases magneticas do diagrama

de fases. Outra conclusao importante que podemos tirar de nossos estudos e que a presenca

de um campo magnetico externo da origem a fase Fan magnetica e as estruturas magneticas

Spin-slip, que por sua vez origina-se da competicao entre as energias de anisotropia magnetica

hexagonal e de troca, causando uma mudanca significativa na simetria do sistema magnetico.

A fase helifan surge devido a presenca das superfıcies, e ha um limite, para o qual a

espessura do filme e o dobro do perıodo da helice do filme e tem uma forte anisotropia planar

que chega a ser da mesma ordem da energia de troca. Segundo o nosso modelo teorico a fase

helifan magnetica comeca a surgir em um filme fino de 24 monocamadas e deixa de existir

a partir da quinquagesima monocamada desse mesmo filme. Podemos concluir tambem

com o estudo das curvas de calor especıfico, onde consideramos apenas as contribuicoes

magneticas, que toda transicao de fase magnetica, por campos magneticos fortes o suficiente,

sao caracterizadas por picos nessas curvas. No entanto, ressaltamos que as medidas de calor

especıfico em baixa temperatura nao sao suficientes para caracterizar todas as transicoes

de fases magneticas, por isso, consideramos as medidas de suscetibilidade magnetica, de

magnetizacao isotermica e de magnetizacao a campo magnetico constante, como marcadores

de transicao de fase mais adequados. Esperamos que nossos resultados possam inspirar

medidas experimentais e estudos teoricos fururos em filmes ultrafinos de Holmio (Ho).

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Capıtulo 5. Conclusoes e Perspectivas 92

5.2 Polaritons em Cristais Magnonicos de Disprosio

Conforme afirmamos no capıtulo 3, propriedades magneticas do cristal magnonico de

terra-rara (Dy) resulta do efeito combinado do comportamento individual dos componentes

da estrutura e das caracterısticas introduzidas pela periodicidade da estrutura magnetica em

multicamadas. Os efeitos locais podem enfraquecer o acoplamento de troca dos momentos

magneticos perto da superfıcie do cristal magnonico. Alem disso, as caracterısticas intrınsecas

do cristal podem tambem ser facilmente mascaradas pelo comportamento global do sistema

[79]. Um dos primeiros estudos experimentais sobre materiais magneticos periodicamente

modulados de terra-rara (ou cristal magnonico) foi feito utilizando a tecnica de epitaxia de

feixe molecular (MBE) ha pouco mais de tres decadas atras [109]. Nesta Tese, abordamos

o estudo dos polaritons magneticos no terra-rara Disprosio (Dy). Escolhemos esse material

devido as suas dispersoes para modos magnetostaticos serem simetricas, nesse caso, a algebra

envolvida e mais simples. Apresntamos como perspectivas futuras o estudo dos polaritons

magneticos em cristais magnonicos de Holmio (Ho) (ver ultima secao desse capıtulo).

As tecnicas experimentais mais utilizadas para detectar o espectro de polaritons

magneticos em solidos e superredes sao o espalhamento inelastico da luz tipo Raman e o

metodo da reflexao total atenuada ATR (Attenuated Total Refection) originalmente pro-

posto por Otto [135]. Tambem destacamos a espectroscopia de altaresolucao do infra ver-

melho distante (FIR) [136]. No espalhamento Raman o deslocamento tıpico da frequencia

da luz espalhada ocorre no intervalo de 0,6 a 500 meV. Isso faz desta tecnica uma das mais

apropriadas para vericar este espectro. Os primeiros trabalhos experimentais na deteccao

dos polaritons de superredes periodicas foram realizados por Olego et al. [137]. Por outro

lado a espectroscopia ATR e muito mais simples de ser feita que o espalhamento Raman, mas

em compensacao da resultados menos precisos apesar de ser utilizada com um consideravel

sucesso [138].

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Capıtulo 5. Conclusoes e Perspectivas 93

5.3 Modos Magnetostaticos em Cristais Magnonicos de

Disprosio

Considerando o limite k ≤ 107 m−1, nesta tese investigamos no capıtulo 4 os modos

magnetostaticos que se propagam em cristais magnonicos de Disprosio (Dy). De forma geral

apresentamos uma teoria para estruturas feitas de materiais magneticos e nao magneticos.

Caracterizamos os modos de volume nessas estruturas, calculando a relacao de dispersao

magnetostatica do arranjo periodico em multicamadas magneticas, procurando pelas regioes

de “band gaps”de frequencia nos espectros. Consideramos aqui o vetor de onda ~k no plano e

paralelo a superfıcie (ou interface), mas o campo magnetico crıtico→H0 e a magnetizacao na

direcao perpendicular as interfaces.

Para o meio magnetico terra-rara Disprosio (Dy) e o meio nao magnetico Fluoreto de

zinco (ZnF2), encontramos uma periodicidade muito intrigante para o numero de bandas de

volume versus o numero de modos de superfıcie. Constatamos tambem que a espessura das

bandas de volume diminui obedecendo uma certa periodicidade a medida que aumentamos

os parametros de troca e o campo magnetico crıtico. Isso pode ser explicado pelo compor-

tamento efetivo da estrutura e devido ao fato de que a estutura periodica, como o cristal

magnonico aqui estudado, apresenta propriedades distintas de seus materiais constituintes

[127].

Observamos que para pequenos campos magneticos crıticos, temos um comporta-

mento na relacao de dispersao dos modos magnetostaticos, similar a um tıpico material fer-

romagnetico [111]. Ainda a baixos campos magneticos, entretanto, temos um efeito anomalo:

uma dispersao hiperbolica. Ainda nao sabemos a orıgem dessa anomalia, entretanto podemos

afirmar que e devido ao comportamento efetivo dos modos maganetostaticos na estrutura.

Recentemente, uma relacao de dispersao hiperbolica para materiais dieletricos artificias co-

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Capıtulo 5. Conclusoes e Perspectivas 94

nhecidos como “metamateriais hiperbolicos”foi proposto por [139]. A mesma ideia pode ser

estendida para o caso dos materiais magneticos e em particular aos terras-raras que tem

uma rica estrutura magnetica. Esse assunto e uma das estensoes do trabalho dessa tese

(ver perspectivas futuras). Estudamos tambem o efeito de temperatura e verificamos que a

variacao da temperatura nao modifica significativamente a relacao de dispersao dos modos

magnetostaticos.

5.4 Perspectivas

As principais perspectivas para futuro desenvolvimento do trabalho apresentado aqui

incluem:

1. Estudo das ondas de spin em multicamadas magneticas periodicas de filmes ultrafinos

de terras-raras.

2. Estudo das ondas de spin em multicamadas magneticas quasi-periodicas de filmes ul-

trafinos de terras-raras.

3. Calcular o espectro de espalhamento de neutrons em filmes e multicamadas ultrafinas

de terras-raras.

4. Estudo das fases magneticas em multicamadas quasi-periodicas ultrafinas de terras-

raras.

5. Calcular a relacao de dispersao dos polaritons e dos modos magnetostaticos em cristais

magnonicos de terras-raras, em particular para o terra-rara Holmio (Ho).

6. Estudo dos polaritons magneticos em cristais magnonicos de terras-raras, incluindo o

efeito dos plasmons.

7. Verificar a origem do comportamento anomalo na relacao de dispersao dos polaritons

magneticos e dos modos magnetostaticos no Disprosio (Dy), e emparticular a orıgem

da regiao de “gap zero”.

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Capıtulo 5. Conclusoes e Perspectivas 95

8. Estudo dos modos magnetostaticos em cristais magnonicos quasi-periodicos de terras-

raras.

Em suma neste trabalho tratamos do estudo das fases magneticas em filmes finos e

ultrafinos de Holmio (Ho) e da propagacao dos polaritons magneticos e dos modos magne-

tostaticos em cristais magnonicos de Disprosio (Dy). Esperamos que este trabalho possa ser

de utilidade para geracoes futuras que se interessem em conhecer o estado da arte nos cristais

magnonicos e nos filmes ultrafinos de terras-raras.

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APENDICE A

ARTIGOS PUBLICADOS

96

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Apendice A. Artigos Publicados 97

A.1 Magnetic structures in ultra-thin Holmium films:

Influence of external magnetic field

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Apendice A. Artigos Publicados 98

Magnetic structures in ultra-thin Holmium films: Influence of externalmagnetic field

L.J. Rodrigues a,b, V.D. Mello b, D.H.A.L. Anselmo a, M.S. Vasconcelos c,n

a Departamento de Física Teórica e Experimental, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal 59600-900, RN, Brazilb Departamento de Física, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró 59625-620, RN, Brazilc Escola de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 59072-970 Natal, RN, Brazil

a r t i c l e i n f o

Article history:Received 26 July 2014Received in revised form5 September 2014Available online 16 October 2014

Keywords:Rare-earthMagnetic phaseNanofilmSpecific heat

a b s t r a c t

We address the magnetic phases in very thin Ho films at the temperature interval between 20 K and132 K. We show that slab size, surface effects and magnetic field due to spin ordering impact significantlythe magnetic phase diagram. Also we report that there is a relevant reduction of the external fieldstrength required to saturate the magnetization and for ultra-thin films the helical state does not form.We explore the specific heat and the susceptibility as auxiliary tools to discuss the nature of the phasetransitions, when in the presence of an external magnetic field and temperature effects. The presence ofan external field gives rise to the magnetic phase Fan and the spin-slip structures.

& 2014 Elsevier B.V. All rights reserved.

1. Introduction

The magnetic properties of rare-earth materials were the sub-ject of intensive studies in the sixties years (for major reviews, seeRefs. [1,2] ). With the success of modern crystal growth techniquesto produce rare-earth multilayers, the interest in this subject iscurrently undergoing a fast resurgence, with exciting new per-spectives for the future [3].

On the other hand, magnetic ordering in the heavy rare-earthlanthanides [4] is mediated by the RKKY interaction in which thepolarization of conduction electron yields an indirect exchangebetween localized 4f moments on neighboring lattice sites [5]. Theinterplay between this long-range interaction and anisotropic andmagneto-crystalline effects results in complex magnetic orderingand the possibility of a variety of magnetic structures. As statedbefore, understanding the magnetism of thin films is of generalimportance in a technological context, and rare-earth metals areused in a wide range of applications, and have attained globaleconomics importance [6,7]. One of the most recent purposes isthe use of these materials in solid-state rare-earth-ion-dopedsystems, which justifies their status as very strong candidate to along-lived quantum memory system [8]. Also, very recently, Lovricet al. [9] have reported a high fidelity optical memory, made of arare earth doped crystal, in which dynamical decoupling is used toextend the storage time. The present work intends to contribute to

the study of the magnetic phases of rare-earth thin films, aimingfurther applications.

Among the rare-earths, Holmium in particular displays unusualbehavior which, coupled with the large temperature stability ofthe intermediate helimagnetic phase when compared to Dy andTb, has led to it being treated as a model system in a number ofrecent experimental [10] and theoretical [11,12] studies. In thebulk, Holmium metal orders magnetically below TN¼132 K (Néeltemperature) and the moments in consecutive neighboring basalplanes rotate to give a long-period helical phase. At temperaturesbelow TC¼20 K (Curie temperature) a second first-order phasetransition to a bulk FM state occurs driven by competition be-tween magnetoelastic and exchange energies. It arranges as a conewith angle of θ° ≤ ≤80.5 90°, giving rise to a conical phase [13].When a magnetic field is applied in the basal plane other magneticstructures are observed including a basal plane ferromagneticphase, fan phase and helifan phase [14,15]. In thin films when thethickness is comparable with the periodicity of the orderedstructure, it is expected that even the magnetic arrangement itselfcan be strongly modified.

For ultrathin films, however, as the number of spin layers isreduced by decreasing the film thickness, additional structures areestablished including a fan and spin-slip [16,17] structures, high-lighting the importance of surface and interfacial effects. This fi-nite-size effect is caused by the reduced number of atoms in thedirection perpendicular to the film plane that leads to a decreaseof the total magnetic exchange energy. Rare-earth helimagnetssuch as Ho, Dy, and Tb (for a review see [18]) represent the bestcandidates to put into evidence such finite-size effects.

Contents lists available at ScienceDirect

journal homepage: www.elsevier.com/locate/jmmm

Journal of Magnetism and Magnetic Materials

http://dx.doi.org/10.1016/j.jmmm.2014.10.0270304-8853/& 2014 Elsevier B.V. All rights reserved.

n Corresponding author.E-mail address: [email protected] (M.S. Vasconcelos).

Journal of Magnetism and Magnetic Materials 377 (2015) 24–28

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Apendice A. Artigos Publicados 99

The magnetic phases in ultrathin helimagnetic holmium filmswere recently studied by using of Monte Carlo simulations [11],where the authors have described the system by a Heisenbergmodel with easy-plane single-ion anisotropy and seven couplingconstants (obtained by experimental neutron scattering mea-surements). They have observed that for the analyzed thicknessesof 8–16 monolayers, it is seen that by increasing the temperaturethe films show, after the distorted helical configuration, a tem-perature range where disordered inner planes coexist with surfaceones in a block ordered state (spin-slip). Also, it is observed, at lowtemperatures, that the progressive reduction in the number oflayers does not imply a sudden helical order suppression but ra-ther, as a consequence of surface effects, a gradual passage to aFan-like order, accompanied by the helix distortion.

In this paper we investigate a c-axis thin film, consisting of astacking of atomic layers with equivalent spins, infinitely extendedin the −x y directions. We consider that the spins in eachmonolayer are exchange coupled with the spins in the first andsecond neighbor monolayers. The anisotropy is uniform through-out the film and the near-surface spins have reduced exchangeenergy. To study the magnetic phases as functions of the appliedmagnetic field, we use a self-consistent local field model whichincorporates the surface modifications in the exchange field andthe thermal average values ⟨ ⟩J n( ( ) ; = …n N1; ) and the orientationof the spins in each layer ϕ⟨ ⟩( n ; = …n N1; ). Our main purpose is tostudy the magnetic phases of very thin Ho films in the tempera-ture interval between 20 K and 132 K. Specifically, we will in-vestigate the influence of the surface and thickness of a thin film,associated with the existing competition between the energies ofexchange and magneto-crystalline anisotropy, when in the pre-sence of an external magnetic field and temperature.

This paper is organized as follows. In Section 2 we provide ourtheoretical framework for the Hamiltonian, which takes into ac-count the hexagonal anisotropy. A discussion about our model andcomparison with other works are done in Section 3. Finally, wesummarize our main conclusions in Section 4.

2. Theoretical model

We investigate a c-axis thin film, consisting of a stacking ofatomic layers with equivalent spins, infinitely extended in the x–ydirections. The spins in each monolayer are exchange coupled withthe spins in the first and second neighbour monolayers. The ani-sotropy is uniform throughout the film and the near surface spinshave reduced exchange energy. The magnetic Hamiltonian is givenby

⎡⎣⎢⎢

⎤⎦⎥⎥

∑ ∑

∑ ϕ μ

= −→

·→

+ + −→

·→

+

+ −→

·→

=

=

=

H J g J n J n J g J n J n

K T g J n H

( 1) ( ) ( 1) ( 1) ( ) ( 2)

( )cos(6 ) ( )(1)

n

N

n

N

n

N

n B

12

1

1

22

1

2

166

In Eq. (1), J1 and J2 describe the exchange interaction betweenthe nearest and next nearest monolayers respectively,→J (n) denotes the total angular momentum per atom in the n-thmonolayer, K6

6(T) describes the hexagonal anisotropy and the last

term is the Zeeman Energy, where the external field→H is applied

in one easy direction in the hexagonal plane, making an angle of30° with the x-axis and g¼5/4 is the Landé factor, correspondingto a saturation magnetic moment per atom of μ9.5 B.

We use a self-consistent local field model that incorporates thesurface modifications in the exchange field and the thermalaverage values ⟨ ⟩J n( ( ) ; = …n N1; ) and the orientation of the spins

in each layer ϕ⟨ ⟩( n ; = …n N1; ) [19,20]. With our model, one canreproduce (as a way of checking the model), the bulk phases inHolmium, observed experimentally [21]. Therefore only two ex-change constants are enough to our intent.

We consider the Ho bulk energy parameters [22], where =J 8,=J k47 B1 , ϕ= −J J T/4cos ( )2 1 , where ϕ T( ) is the temperature de-

pendent helix turn angle [23]. Also, K T( )66 is adjusted so as to re-

produce the temperature dependence [24] of the hexagonal ani-sotropy energy.

Surface effects are incorporated in Eq. (1) since the spins nearthe surfaces have the exchange energy reduced by the absence ofnearest and second nearest neighbors. Therefore only the spins ofthe first two planes near the surfaces (n¼1, 2, N1 and N) aredirectly affected by surface effects. However the lack of co-ordination near the surfaces may be felt by spins deep inside thefilm. The helix as a whole accommodates to the combined effectsof applied field, temperature and the reduction of the exchangenear the surfaces.

The equilibrium configuration is obtained from the anglesϕ = …n N[( ), 1, ]n which minimize the magnetic energy given by Eq.

(1). The numeric algorithm is equivalent to looking for values of ϕn

that make the torque on every spin→J n( ) equal to zero. Therefore,

to find out the equilibrium configuration we obtain the profile

ϕ = … n N; 1,n , which makes→

× ∂→∂|→

| =J n H J n( ) / ( ) 0 for all spins.The numerical method is described in more detail in [25,26].

3. Results and discussion

We concentrate our analysis on the phase diagrams H–T ob-tained for Holmium bulk and for thin and ultra-thin films com-posed by n¼24, 10 and 7 monolayers. We present the H–T diagramin the temperature interval from 20 K to 132 K. The magneticphase transitions are functions of the external magnetic field H,temperature T, and thickness N. We use the specific heat (magneticcontribution only), and the magnetic susceptibility to identify thenature of the magnetic phase transition.

In Fig. 1 we show the H–T diagram of Ho bulk in the tem-perature range from 20 K to 132 K. When the field is increased onthe isothermal process, there is a phase transition from helimag-netic phase to fan phase, going to ferromagnetic phase (FM):

→ →Helix Fan FM. For a heating process (isofield process), we cansee up to four transitions. For example, at 8 kOe:

→ → → →FM Fan Helix Fan PM.In Fig. 2 we show the dependence of isothermal magnetization

with applied magnetic field, for both T¼50 K and 70 K. The mag-netic susceptibility (inset) for selected values of magnetic field andtemperatures is also presented. We can identify that in the phasediagram, for T¼50 K and T¼70 K, there are two magnetic phasetransitions: → →Helix Fan FM. For T¼50 K we can see a peak inthe magnetic susceptibility at H¼5 kOe marking the magneticphase transition, →Helix Fan and a →Fan FM transition atH¼7.5 kOe.

The specific heat is also investigated, as shown in Fig. 3. Thiscontribution was numerically calculated from the difference in themagnetic energy of Eq. (1), where the energy parameters aretemperature dependent, for T and TþδT, and δ T is a small in-crement in the value of the temperature [27]. Namely,

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟= ∂

∂C T H

ET

( , )(2)H

We can see that for H¼6 kOe, the magnetic phase transitionsare marked by the specific heat. The →FM Fan phase magnetictransition is marked by a deep peak. However, the →Fan Helixtransition is not marked, because the temperature interval which

L.J. Rodrigues et al. / Journal of Magnetism and Magnetic Materials 377 (2015) 24–28 25

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Apendice A. Artigos Publicados 100

destabilizes the magnetic order is low. It is followed by a peak inthe →Helix Fan phase magnetic transition and by a drop in the

→Fan PM magnetic phase transition. The peak in specific heat,close to TN, shows the magnetic phase transition, →Fan PM. Fromthe inset we can notice the various phase transitions (isofieldprocesses) at H¼6 kOe.

In the inset of Fig. 3 we show the various phase transitionsobserved in the magnetization curve for the field 6 kOe, some ofthese transitions are also observed in the specific heat curve.However, the transition, → −Helix Spin slip, at the temperature of90 K, is not observed in the specific heat curve. This occurs becausethese phases are energetically equivalent, so it does not sig-nificantly alter the specific heat.

In Fig. 4a we show the H–T diagram, describing the magneticphases for a Ho film consisting of 24 monolayers. In principle, thethickness is enough for two helices with turning angle of 30°. Butin this case the magnetic phase diagram is different from the onein bulk. We can see that the presence of surface induces newmagnetic phases compared with Ho bulk. This occurs because thesurface spins align more easily with the easy axis of the hexagonalanisotropy than spins from inner atomic layers, due to the reducedexchange field in the surface region.

The helifan phase is clearly induced by surfaces. There is athreshold thickness for the stabilization of the helifan magnetic

Fig. 1. Phase diagram of Ho bulk.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0

20

40

60

80

100

T=70K T=50K

M(H

,T)

H(kOe)Fig. 2. Isothermal magnetization for Holmium, for both T¼50 K and 70 K. Inset:magnetic susceptibility for T¼50 K and 70 K.

20 40 60 80 100 120 140

0

4

8

12

16

20

24

28

Cv

(J/m

ol.K

)

T (K)Fig. 3. Specific heat of Ho bulk for H¼6 kOe. Several magnetic phase transitions areobserved. Inset: magnetization in isofield process for H¼6 kOe.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0

20

40

60

80

100

120

Spin-slip

b

a

M(H

,T)

H(kOe)

Helix

Spin-slip

Helifan

Fan

spin-slip

7kOe - 107K

Fig. 4. (a) Phase diagram of Ho films with 24 monolayers. (b) Isothermal magne-tization for T¼107 K. Inset: Spin-slip structure for T¼107 K and 7 kOe.

L.J. Rodrigues et al. / Journal of Magnetism and Magnetic Materials 377 (2015) 24–2826

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Apendice A. Artigos Publicados 101

phase. We can see that there is a short region in the diagram re-ferring to the helifan phase in the temperature interval fromT¼103 K to 128 K and the magnetic field interval from H¼3 kOe to13.5 kOe.

By examining the phase diagram for a temperature of 107 K onecan observe the following transitions: → → →Helix Helifan Fan FM.In this temperature we observe the emergence of the magneticstructure spin-slip [28,29], as shown in Fig. 4b at two intervals of themagnetic field: the first one is from 3.4 kOe to 4.2 kOe and the secondfrom 6.2 kOe to 7.7 kOe, comprising the range of the Helix phase. Theinset illustrates how the magnetic moments arrange in the spin-slipmagnetic structure, for =T 107 K. This is due to the fact that thesurface spins align more easily with the easy axis of the hexagonalanisotropy than spins from inner atomic layers, due to the reducedexchange field in the surface region. For a given temperature, theformation of a spin-slip structure requires a modified helical state, inthe inner layers, that fits the restrictions imposed by the surface spinsalong two easy directions of the basal plane anisotropy.

Our results evince that in ultrathin Ho films <N( 10 monolayers),the helimagnetic phase is not stabilized. We can see in Fig. 5 that forultrathin films the interval of magnetic field, which leads to a phasetransition, is smaller than the interval of magnetic field in Ho bulk andthick Ho films. In this case the specific heat measure may be not agood tool for the identification of the magnetic phase transition. Also,from Figs. 4a–6, we can observe the emerging of the helifan phase, aswe increase the number of monolayers. It then can be inferred fromour discussion above that this is a surface-induce effect. Also, this ef-fect is expected for this type of magnetic thin films, as it was reportedin other works [30,31]. With the increasing of the number of mono-layers ªN( a ¢ 1) this helifan phase will disappear, recovering the H–Tdiagram of Ho in bulk, as in (1).

4. Conclusions

In summary, we have studied the magnetic phases of very thinHo films in the temperature interval between 20 K and 132 K. Thepresent study shows the strong influence that the surface andthickness of a thin film (see Figs. 4–6), associated with the existingcompetition between the energies of exchange and magneto-crystalline anisotropy, exerts on the magnetic order of these sys-tems, when in the presence of an external magnetic field andtemperature. The slab size, surface effects and magnetic field dueto spin ordering impact significantly the magnetic phase diagram.

Also, the presence of an external field gives rise to the magneticphase Fan and the spin-slip structures observed in Ho originatesfrom the anisotropy competition between magnetic hexagonal andexchange energies, causing a significant change in the magneticsymmetry of the system. Specifically, the helifan phase emergesdue to the presence of surfaces, and to a limit where the filmthickness is twice the period of the helix of the film and have astrong planar anisotropy of the same order of magnitude of theexchange energy. The specific heat curves are presented, whichconsider only the magnetic contributions. We have shown that allmagnetic phase transitions, for strong enough magnetic fields, aremarked by the specific heat. However, we emphasize that thespecific heat measurements in low temperature are not enough tomark all magnetic phase transitions, so we consider the magneticsusceptibility and isothermal and isofield magnetization mea-surements as more appropriate phase transition markers.

The main experimental technique used to probe the rare-earthmagnetic structures is Neutron and x-ray diffraction. These tech-niques have been extensively employed in the past to investigatethe properties of those magnetic structures. However, these aresomewhat compromised by the lack of interaction with ultrathinfilms [18]. Spin polarized photoemission spectroscopy has beenused to probe the polarization of rare-earth core 4f levels [32] andthe temperature dependence of their valence bands [33], whiletunneling conductance [34] and magnetotransport [35] measure-ments yielded a positive value for the spin polarization of con-duction electrons near the Fermi level. This technique is ex-ceptionally surface sensitive and provides an excellent method tostudy the surface-induced magnetic orderings, presented here, inface of the bulk modes (for example see [12]).

Acknowledgments

The authors acknowledge the financial support from the Bra-zilian research agencies CNPq and FAPERN.

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Fig. 6. Phase diagram of Ho films with 7 monolayers.

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