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i UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA FATORES RELACIONADOS COM NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS AMPUTADOS E A RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA COM A QUALIDADE DE VIDA VICTOR HUGO DE MELO São Cristovão 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FATORES RELACIONADOS COM NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS AMPUTADOS E A RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA COM A QUALIDADE DE VIDA

VICTOR HUGO DE MELO

São Cristovão 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FATORES RELACIONADOS COM NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS AMPUTADOS E A RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA COM A QUALIDADE DE VIDA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe para a obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio Prado Nunes.

São Cristovão 2014

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VICTOR HUGO DE MELO

FATORES RELACIONADOS COM NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS AMPUTADOS E A RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA COM A QUALIDADE DE VIDA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe para a obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Aprovada em: ________/__________/_____________

________________________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio Prado Nunes

_______________________________________________________ 1º Examinador: Prof. Dr. Ana Paula Lima

________________________________________________________

2º Examinador: Prof. Dr. Emerson Pardono

PARECER

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Dedico este trabalho à minha mãe, Maria do Carmo Melo, que muito me ajudou para esta vitória.

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AGRADECIMENTO

Agradeço ao meu Orientador, Dr. Marco Antônio Prado Nunes, que me guiou durante o Mestrado;

À minha irmã, que me auxiliou na elaboração da Dissertação;

Aos meus familiares e amigos, que de alguma forma me ajudaram para a conclusão deste trabalho.

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RESUMO

A Atividade Física tem sido recomendada pela sua importância tanto na prevenção de doenças quanto na saúde. Porém indivíduos amputados apresentam menores níveis de prática de Atividade Física, além de alterações de características específicas que podem alterar a natureza da relação entre Atividade Física e Qualidade de Vida. Por isso, o objetivo deste estudo foi verificar os fatores relacionados com maiores níveis de Atividade Física, como também verificar a relação entre Atividade Física e Qualidade de Vida. Para tal, foi conduzido um estudo transversal utilizando formulários com perguntas sociais e clínicas e de questionários de Qualidade de Vida WHOQOL-BREF e de Atividade Física IPAQ. Para as variáveis categóricas foi utilizado o teste do qui quadrado p<0,05, as variáveis numéricas foram avaliadas através do teste t student p<0,05 e as variáveis que apresentaram p<0,2 foram inseridas no modelo de regressão logística. O nível de Atividade Física apresentou relação apenas com os domínios físico e psicológico p<0,05 da Qualidade de Vida, e os fatores relacionados com os níveis de Atividade Física foram: idade, independência funcional e a participação no programa de reabilitação p<0,05. Não houve alteração na natureza da relação entre nível de Atividade Física e Qualidade de Vida, e o Programa de Reabilitação foi à única variável associada com maiores níveis de Atividade Física, apresentando um risco de chance aumentado em vinte e cinco vezes para o indivíduo ser ativo. Palavras-chave: Amputação; Atividades Físicas; Qualidade de Vida.

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ABSTRACT

Physical activity has been recommended for its importance in the prevention of disease and health, although amputees have lower levels of physical activity, as well as changes in specific characteristics that may change the nature of the relationship between physical activity and quality of life. Therefore, the aim of this study was to investigate factors associated with higher levels of physical activity as well as to verify the relationship between physical activity and quality of life. For such a cross-sectional study using forms with social and clinical questionnaires and quality of life WHOQOL -BREF and the IPAQ physical activity questions was conducted. For categorical variables the chi-square test p < 0.05 was used, the numerical variables were evaluated using the Student t test p < 0.05 and variables with p < 0.2 were entered into a logistic regression model . The level of physical activity was correlated only with the physical and psychological domains p < 0.05 quality of life, and factors related to physical activity levels were age , functional independence and participation in the rehabilitation program p < 0 , 05. There was no change in the nature of the relationship between physical activity and quality of life , and rehabilitation program was the only variable associated with higher levels of physical activity , an increased risk of chance in twenty- five times for the individual to be active. Keywords : Amputation ; Physical Activities Quality of Life . .

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS

LISTA DE FIGURAS

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

2. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 13

3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 22

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 22

3.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 22

4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 23

4.1 Delineamento do estudo e critérios éticos .......................................................... 23

4.2 Amostra .............................................................................................................. 23

4.3 Variáveis Coletadas............................................................................................ 24

4.4 Procedimentos estatísticos ................................................................................. 26

5. RESULTADOS ................................................................................................... 27

6. DISCUSSÃO ...................................................................................................... 38

7. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 42

8. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 43

ANEXOS ....................................................................................................................... 52

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DO INDIVÍDUO ........................... 53

ANEXO B – WHOQOL-Bref .......................................................................................... 54

ANEXO C – QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA................... 58

ANEXO D – QUESTIONÁRIO DE CAPACIDADE FUNCIONAL ................................... 61

ANEXO E – QUESTIONÁRIO DE VARIÁVEIS CLÍNICAS ............................................ 62

ANEXO F – QUESTIONÁRIO DE PERFIL SOCIOECONÔMICO ................................. 64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relação entre Variáveis Sociodemograficas e nível de Atividade Física,

segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. ........................................... 27

Tabela 2 - Relação entre variáveis sociais e níveis de Atividade Física, segundo

dados coletados no Município de Aracaju, 2013 ........................................................... 29

Tabela 3 - Relação entre Variáveis Clínicas e níveis de Atividade Física, segundo

dados coletados no Município de Aracaju, 2013 ........................................................... 30

Tabela 4 - Variáveis de Independência Funcional, segundo dados coletados no

Município de Aracaju, 2013 ........................................................................................... 32

Tabela 5 - Idade, Atividade Física, Tempo de Amputação e Doenças Associadas em

indivíduos amputados, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013........ 34

Tabela 6 - Relação entre nível de atividade física, medidas Antropométricas e valor

nutricional em indivíduos amputados, segundo dados coletados no Município de

Aracaju, 2013 ................................................................................................................ 35

Tabela 7 - Associação entre os escores de qualidade de vida e o nível de Atividade

Física em indivíduos amputados, segundo dados coletados no Município de Aracaju,

2013 .............................................................................................................................. 36

Tabela 8 - Fatores associados com o nível de atividade física (regressão logística)

em indivíduos amputados, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013 .. .37

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Proporção de indivíduos ativos e inativos, por grau de escolaridade,

segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013 ............................................ 28

Figura 2 – Proporção de indivíduos ativos e inativos por renda familiar, segundo

dados coletados no Município de Aracaju, 2013 ........................................................... 28

Figura 3 – Proporção de indivíduos ativos e inativos por causas de amputação,

segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013 ............................................ 31

Figura 4 – Proporção de indivíduos ativos e inativos por ter ou não prótese, segundo

dados coletados no Município de Aracaju, 2013 ........................................................... 33

Figura 5 – Proporção de indivíduos ativos e inativos por usar ou não prótese,

segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013 ............................................ 33

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil tem apresentado uma alta incidência de incapacidades e mortes

prematuras causadas por doenças crônicas, como o diabetes e as doenças

cerebrovasculares. Essas doenças também são características comuns em

países desenvolvidos e estão relacionadas a uma situação chamada de transição

epidemiológica, caracterizada pela redução da ocorrência de doenças infecciosas

e aumento das doenças crônico-degenerativas. Fenômeno esse que também tem

sido observado em países em desenvolvimento como o Brasil, e tem se

caracterizado como um dos grandes problemas de saúde a ser enfrentado nesse

século1.

A frequência de amputações de membros inferiores tem aumentado

consideravelmente em muitos países e foram consideradas consequências de

algumas dessas doenças crônico-degenerativas2, acarretando em perda de

mobilidade, ainda que exista a possibilidade de utilização de próteses de

membros inferiores, procedimento utilizado para evitar esta perda 3.

Porém a utilização de prótese e a mobilidade tem sido um problema

frequente podendo variar de acordo com a causa da amputação4, 5 e com o tipo e

nível deste procedimento cirúrgico6. Além de que a avaliação é complexa e

mesmo com uma ampla variedade de instrumentos já elaborados, a comparação

dos resultados tem se mostrado muito difícil789.

Outro problema frequente é o tempo de sobrevida pós-procedimento 10-12,

sendo observado os efeitos dos Programas de Reabilitação na redução desta

mortalidade10-12 .

Porém, essas avaliações não são suficientes para verificar o efeito dos

resultados do programa na saúde13, devendo ser verificada por instrumentos

capazes de mensurar a Qualidade de Vida, sendo esta a sugestão da

Organização Mundial de Saúde14.

Entretanto, a avaliação dos programas voltados para a saúde através da

qualidade de vida também não tem sido simples, até mesmo porque é uma

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situação difícil de ser definida15; e para isso vários instrumentos têm sido

utilizados 16,17.

Ademais, vários fatores podem dificultar esta avaliação, como é o caso das

doenças crônicas que podem interferir na qualidade de vida e uma vez que as

amputações são geralmente consequências delas18-20, estas devem ser levadas

em consideração em qualquer análise sobre esse assunto. Além disso, é possível

que fatores que poderiam conservar a qualidade de vida por estarem associados

com diminuição do risco de doenças nestes indivíduos apresentem uma alteração

nesta natureza piorando a qualidade de vida, como é o caso da Atividade Física,

que tem sido recomendada na população dada a sua natureza na prevenção de

doenças por causas hipocinéticas 21,22, no entanto, apresentando relação com

outras doenças quando realizada de forma inadequada23, e podendo ser

intensificada uma vez que indivíduos amputados apresentam padrões motores

particulares 24, 25.

Dada a sua natureza na prevenção de doenças, inúmeros estudos têm sido

conduzidos com o objetivo de compreender os fatores relacionados com maiores

ou menores níveis de atividade física. Apesar da necessidade de verificação da

relação atividade física com a qualidade de vida 26-29, vários foram os fatores

observados com alterações nos níveis de atividade física, sejam eles

socioeconômicos ou clínicos 30-33; podendo esta relação de fatores ser alterada

quando indivíduos sofrem amputações 34-39.

Por isso a identificação dos fatores que estão relacionados com maiores ou

menores níveis de atividade física em indivíduos amputados são relevantes para

essas pessoas, para suas famílias e para os profissionais de saúde. Como

também a análise da relação entre a prática de Atividade Física e Qualidade de

Vida.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

A Deficiência recebeu ao longo do tempo uma ampla variedade de

definições21. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a deficiência é um

termo amplo que abrange a incapacidade, limitação de atividade e restrição de

participação. A incapacidade é um problema na função ou estrutura do corpo,

enquanto que a limitação de atividade está relacionada com a dificuldade

encontrada pelo indivíduo em realizar ou executar determinada ação ou tarefa, e

a restrição de participação uma dificuldade experimentada pelo indivíduo no

envolvimento em situações de vida 40.

A visão de deficiência do modelo médico voltada para funcionalidade foi

alterada para um modelo social da deficiência aonde é considerada a relação do

indivíduo com o ambiente físico, cultural e político41. Dentro da ampla definição de

deficiência estão os indivíduos que sofreram amputações.

As amputações de membros inferiores são frequentes 42, 43 e podem ser

subdivididas em dois tipos, maiores e menores. As amputações maiores de

membro inferior podem ser transfemorais e transtibiais e as menores podem ser

definidas como as pé e transmetatarso 44.

Oclusões vasculares, infecções e traumas são os motivos mais frequentes

para que indivíduos precisem passar por amputações como procedimentos

cirúrgicos2. Entretanto, a frequência das causas destes procedimentos na

população parecem diferir de região para região, sendo observado uma maior

prevalência de amputação por causas vasculares na Alemanha quando

comparado a Tanzânia e China45.

No Brasil, tem sido verificada uma maior frequência de amputações por

consequências não traumáticas 43,46. Indivíduos amputados por causas não

traumáticas apresentam maior idade e pior condicionamento físico que os

demais4,5. Fatores que são agravantes no sucesso do Programa de Reabilitação,

uma vez que tais programas tem objetivado aumentar os níveis funcionais e

mobilidade destes indivíduos 3,47. Para alcançar seus objetivos a utilização de

dispositivos de auxílio tem desempenhado um papel crucial nos Programas de

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Reabilitação, dentre eles, a prótese tem sido a ação mais comumente

adotada48,49.

Entretanto, vários são os fatores relacionados com uma menor taxa de

sucesso na protetização, tornando-se um problema comumente encontrado,

podendo sofrer influência do nível de amputação, da causa da amputação, da

idade do indivíduo, do nível de condicionamento, da presença de doenças

associadas como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e

depressão4,6,50-52. Características associadas com baixo nível de

condicionamento, fator fundamental no sucesso da protetização, uma vez que o

consumo energético ao caminhar é maior nesses indivíduos, principalmente

naqueles que sofreram amputações transfemorais51.

Apesar da baixa taxa de sucesso da protetização e destes apenas uma

pequena parcela utilizar a prótese vários estudos tem verificado os níveis de

mobilidade e funcionalidade em indivíduos amputados, além de que muitos

diferentes instrumentos têm sido utilizados para tais verificações o que acaba por

prejudicar a comparabilidade entre os estudos 8,9.

A mortalidade pós-amputação tem sido outro problema comumente

encontrado53-57, e os efeitos dos programas de reabilitação na redução desta

mortalidade tem sido observados10-12.

Porém, tais medidas objetivas de saúde não são suficientes para

programas de saúde, uma vez que estes são avaliados pelos seus efeitos

positivos na saúde, e está sendo definida pela Organização Mundial de Saúde

como completo estado de bem estar físico, mental e social, possuindo desta

forma aspectos quantitativos e qualitativos13,58. Portanto, para que estes efeitos

fossem verificados foi sugerida pela OMS a utilização da qualidade de vida como

instrumento para verificar os ganhos em saúde14.

A Qualidade de vida foi definida como a percepção pelo indivíduo de sua

posição na vida, levando em consideração o contexto de cultura, os sistemas de

valores nos quais ele vive e seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações. Desta forma, seria afetado não só pela saúde física, mas também

pelo estado psicológico, pelo nível de independência, pelas relações sociais,

pelas crenças pessoais e pela relação com o ambiente14.

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De acordo com a orientação da OMS deveriam ser valorizados

componentes intrínsecos do indivíduo, no qual o ambiente ao seu redor manteria

uma relação direta com essa percepção associada às suas crenças e aos seus

valores59. Entretanto, existem várias definições de qualidade de vida e vários

termos relacionados tem sido utilizados 60.

Ferrans16, descreveu uma diferença entre qualidade de vida e qualidade de

vida relacionada à saúde. A segunda se distinguiria da primeira por não possuir

aspectos como política, sociedade ou cultura, que estariam além dos domínios de

cuidados em saúde e consistiriam basicamente de três domínios: físico, mental e

social. Entretanto, na literatura o termo Qualidade de Vida vem sendo associado a

diversos significados, entre eles qualidade de vida relacionado a saúde e estado

subjetivo da saúde, podendo ser definida de forma geral indicando satisfação

geral com a vida ou dividida em componentes indicando uma aproximação

geral60.

Os instrumentos que pretendem mensurar a qualidade de vida geralmente

referem-se a uma medida que engloba uma ampla variedade de fatores e

circunstâncias de condições de vida. Embora não exista um instrumento ideal

para ser aplicado em todas as situações, essas medidas podem ser genéricas ou

especificas, nesta segunda, apenas um ou alguns dos fatores que fazem parte da

qualidade de vida e que são considerados mais importantes para o grupo

estudado são mensurados61. Nesta perspectiva, a relação entre alguns hábitos de

vida e a qualidade de vida tem sido estudada, dentre eles a atividade física 27,62-64.

Porém, tem sido utilizada uma ampla variedade de instrumentos para verificar a

relação entre qualidade de vida e atividade física27,63-66.

Atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzida

pela musculatura esquelética que resulte em gasto de energia. Exercício físico é

uma atividade física planejada, estruturada, repetitiva no sentido que objetiva a

melhoria ou manutenção de um ou mais componentes da aptidão física67.

Bize65, em uma revisão sistemática observaram uma forte associação entre

os escores de qualidade de vida relacionada a saúde e atividade física. Entretanto

o instrumento de qualidade de vida mais usado por essa revisão foi o SF-36 que

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apresenta uma ênfase em domínios relacionados a aspectos físicos em relação

ao mental o que já foi relatado que não seria ideal para indivíduos amputados 68.

Gillison69, relataram uma maior influência do efeito do exercício físico na

qualidade de vida subjetiva no grupo de reabilitação quando comparado aos

indivíduos saudáveis e aos que se exercitavam para controle de doenças.

Quanto à intensidade do exercício, os leves foram os que apresentaram influencia

significativa sobre os escores dos instrumentos. Entretanto, houve uma

deterioração na qualidade de vida geral e psicológica para os indivíduos que se

exercitavam como parte do tratamento ou para controle de doenças quando

comparado a pacientes similares em grupo controle que não se exercitavam.

Yazicioglu28, verificaram que o equilíbrio estático em atletas de futebol

amputados era melhor do que nos que não praticavam esportes, e que isso

poderia ter um efeito positivo na qualidade de vida.

Netz70, observaram que o exercício físico em pessoas idosas saudáveis

tinha um efeito positivo no bem estar. Entretanto, esse efeito aconteceu

relacionado a apenas alguns dos componentes desse bem estar, pois relataram

ausência de associação com a satisfação com a vida e sugeriram que uma

melhora na função física não necessariamente repercutiria em melhora da

satisfação.

A limitação física nem sempre se relaciona com baixos escores de

qualidade de vida, uma situação que já foi descrita e foi denominada de o

‘paradoxo da incapacidade’. Sugeriram que isso poderia estar relacionado a

mudanças nos valores dessas pessoas com incapacidades71.

Esse padrão de qualidade de vida também foi verificado em situações em

que as limitações físicas são significativas e sugeriram que os indivíduos se

adaptam à situação em que se encontram e, em geral, param de se preocupar

com o que eles não podem fazer, e levam em conta apenas o eles ainda podem

fazer. King72, conduziram um estudo qualitativo em indivíduos idosos com

limitações e relataram que a dignidade tinha um papel mais representativo na

qualidade de vida auto referida do que a situação de dependência.

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Deans73, analisaram a relação entre restrição de atividade social, funcional

e atlética e os 4 domínios da qualidade de vida verificada pelo WHOQOL-BREF

em indivíduos amputados, encontrando relação entre os domínios da qualidade

de vida e atividade social. Quando verificado atividade funcional não foi

observado relação com o domínio ambiental da qualidade de vida e as restrições

atléticas apenas apresentaram relação com o domínio físico tendo os indivíduos,

afirmado da pouca importância que as capacidades atléticas tinham para suas

vidas.

Penn-Barwell6, observou indivíduos amputados que foram submetidos a

amputação bilateral por trauma, mesmo apresentando menor mobilidade e de

utilização de prótese revelaram melhores valores na avaliação da qualidade de

vida no que refere ao componente físico, isto foi explicado pela menor frequência

de dor neste grupo6. Indivíduos deficientes sofrem frequentemente de dor, o que

pode influenciar os níveis de atividade física74,75.

Da Silva27, observaram uma associação entre qualidade de vida e nível de

atividade física apenas no domínio psicológico com a utilização do WHOQOL-

BREF em indivíduos amputados inscritos em clínicas de reabilitação.

É possível que a relação entre variável psicológica da qualidade de vida e a

atividade física, possa ser explicada pela a autoestima sendo ela um dos

componentes mais importantes do bem-estar. “A autoestima do indivíduo refere-

se aos valores que o individuo tem de si mesmo”76 .

Com relação a isso, foi observado que a reabilitação pode melhorar o

quadro emocional do indivíduo que sofreu amputação77. É possível que uma vez

que o quadro emocional do indivíduo esteja aumentado à reabilitação contribua

para que seja mais ativo independente de sua capacidade funcional.

Um aspecto que deve ser considerado é o de que além das doenças

crônicas degenerativas serem as principais causas de amputações elas também

estão associadas com uma pior qualidade de vida18-20. Asano78, conduziram um

estudo com 415 indivíduos para identificar os fatores relacionados com a

qualidade de vida subjetiva individual e o número de condições mórbidas

associadas foi um dos principais fatores encontrados.

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Uma vez que manter uma vida ativa pode estar relacionada não só com a

qualidade de vida, mas também reduz o risco de doenças cardiovasculares,

pressão arterial, diabetes e depressão22, e que têm sido observados menores

níveis de atividade física em indivíduos deficientes21 e amputados79, além de que

têm sido verificados os fatores relacionados com maior ou menor nível de

atividade física.

A teoria social cognitiva, dentre outras teorias, surgiu para explicar a

relação de menor e maior prática de atividade física, afirmando que um indivíduo

amputado que tem uma sensação de domínio sobre sua prótese, terá uma

avaliação de sua própria capacidade aumentada e, por conseguinte usará mais a

prótese se tornando mais ativo79.

Deans36, realizaram um estudo de revisão, com 12 artigos que estudaram

indivíduos amputados que faziam uso de suas próteses, e observou que a maioria

dos indivíduos usavam a prótese nos esportes, sugerindo a sua importância para

tal. Entretanto, é interessante notar que em outro estudo, sendo este qualitativo,

Bragaru80, observaram que a prótese era uma barreira na prática de esportes,

com alguns indivíduos alegando incomodo e optando por esportes com cadeira de

rodas.

Klute38, conduziram um estudo para verificar a diferença nas passadas ao

longo do dia com diferentes mecanismos protéticos, não sendo observado

diferença. Sendo que Bussmann35, observaram que indivíduos que sofreram

amputações por causas vasculares tinham menor mobilidade e caminhavam

menos que indivíduos normais, porém o que ambos os estudos tem em comum é

um baixo número de indivíduos em sua amostra o que pode causar resultados

conflitantes uma vez que as características encontradas podem estar

relacionadas com as características dos próprios indivíduos da amostra e não

com as características dos indivíduos em si, limitando a capacidade de

generalização dos resultados.

Outro fator que pode interferir no nível de atividade física é a sensação de

solidão. Hawkley31, conduziram um estudo longitudinal e observaram que

percepção de saúde, sintomas de depressão, ansiedade, suporte social e solidão

prediziam o nível de atividade física do indivíduo. Porém, quando esses fatores

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foram analisados na regressão multivariada, apenas a solidão teve um efeito

significativo na atividade física. Um dado intrigante deste estudo é que a influência

da solidão no nível de atividade física se dava de forma unilateral, e aumentar os

níveis de atividade física não diminuiu a sensação de solidão do indivíduo.

É possível que exista uma relação entre todas essas variáveis: qualidade

de vida, sensação de solidão, sintomas de depressão com o nível de atividade

física. Van de Berg30, conduziram um estudos com idosos e perceberam que não

ser casado foi um dos fatores associados com maior tempo de comportamento

sedentário, assim como ser obeso, ter nível de educação até o primário e viver

em um apartamento. Morris32, também observaram que o nível de educação foi

uma variável preditora do nível de atividade física em indivíduos idosos, assim

como: boa saúde auto-relatada e a idade dos respondentes.

Porém está relação é bastante complexa podendo variar de acordo com a

idade dos indivíduos e a intensidade da atividade física e o estado do indivíduo.

Com relação a isso Uijtdewilligen33, verificaram que mulheres jovens divorciadas

tinham maior tempo de atividade física enquanto que mulheres que eram casadas

ou moravam junto do parceiro eram mais vigorosamente ativas. Entretanto,

indivíduos deficientes apresentam características diferentes.

Ephraim37, realizaram um estudo para perceber as barreiras enfrentadas

por indivíduos amputados vivendo na comunidade. Idade, número de

comorbidades e utilização de prótese foram fatores preditores para a percepção

das barreiras. Indivíduos entre 55 a 64 anos de idade percebiam menos barreiras

do que os mais jovens, 18 a 44 anos de idade, nas áreas relacionadas à estrutura

física do ambiente, suporte e serviços; indivíduos que reportaram ter duas ou

mais comorbidades percebiam duas ou três vezes mais as barreiras do que

indivíduos sem comorbidades com exceção da área relacionada com trabalho e

estudo, e indivíduos que utilizavam prótese nove ou mais horas por dia percebiam

50% a menos barreiras relacionadas a suporte.

Porém, indivíduos amputados de membro inferior tem uma maior restrição

de participação nos esportes. Gallagher39, conduziram um estudo com 148

amputados, dos quais 65 necessitavam de próteses para o membro inferior, e

observou que a área mais comuns onde os indivíduos amputados do membro

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20

inferior tinham restrição de participação era no esporte, diferente dos indivíduos

amputados de membro superior que encontraram mais restrição de participação

na área relacionada ao trabalho.

Bragaru34, aplicaram um questionário com indivíduos de centros de

reabilitação e associações de amputados, no qual perguntava quanto tempo os

indivíduos amputados tiveram participação em esportes no último mês e quanto

tempo eles despendiam na prática do esporte. E verificaram que indivíduos que

sofreram amputações de membro inferior tinham uma baixa participação em

esportes quando comparado com indivíduos sem deficiência e que idade acima

de 60 anos, amputação por causa vascular e ser fumante tiveram relação

negativa com a participação em esportes.

Essa baixa participação nos esportes pode se explicada por algumas

variáveis como o transporte e a proximidade dos centros desportivos. Muitas

dessas variáveis podem se apresentar como motivadores ou desmotivadores

dependendo da experiência desejada, por exemplo: a interação social, podendo

ser tanto positiva estimulando os indivíduos, quanto negativa, no momento que o

indivíduo não se identifica com os outros, ou mesmo a sensação da limitação

quando se vê em um grupo com outros indivíduos deficientes80.

A prática de esportes para os indivíduos amputados também envolvem

demandas físicas que podem interferir na participação de indivíduos mais

debilitados, sendo talvez uma das razões de muitos amputados não participarem

de atividades esportivas. Das causas mais comuns da não participação se

encontram fadiga, baixa resistência ou falta de habilidade para executar

determinadas tarefas81.

Indivíduos amputados apresentam alteração na marcha25 e colocam maior

peso na perna não afetada24, é possível que está sobrecarga possa aumentar o

risco de desenvolvimento de osteoartrite82.

Melzer83, verificaram a prevalência de osteoartrite em jogadores de

voleibol amputados em comparação com os que não jogavam, e observou que os

dois grupos apresentavam uma alta taxa de osteoartrite na perna não amputada

em idades jovens. Por isso é possível que esses indivíduos não precisem de

níveis intensos de atividades físicas.

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21

O peso pode aumentar a sobrecarga além de estar relacionado com a

qualidade de vida em indivíduos amputados, porém o controle do peso nesses

pacientes não é fácil, por isso recentemente foi desenvolvida uma medida para

verificar valor nutricional de indivíduos que sofreram amputações84.

Desta forma, é preciso compreender qual o nível de atividade física dos

indivíduos amputados e sua relação com a qualidade de vida, a relação entre

independência funcional e atividade física, os fatores relacionados com o nível de

atividade física e o efeito do programa de reabilitação uma vez que é escasso na

literatura o papel deste nos níveis de atividade física em indivíduos amputados.

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22

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Verificar os fatores relacionados com nível de atividade física em indivíduos

submetidos a amputações de membros inferiores e a relação entre atividade física

e qualidade de vida desses indivíduos residentes no município de Aracajú.

3.2 Objetivos Específicos

• Avaliar se existe relação entre qualidade de vida (WHOQOL-BREF)

e nível de atividade física (IPAQ).

• Analisar se existe associação entre variáveis sóciodemográficas e

clínicas com o nível de atividade física.

• Verificar se existe relação entre o fator nutricional avaliado através

do CAMA, e variáveis antropométricas com nível de atividade física.

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Delineamento do estudo e critérios éticos

Trata-se de um estudo do tipo transversal que foi planejado segundo a

Declaração de Helsinque e a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde e foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de

Sergipe e aprovada no dia 15 de outubro de 2012 com o CAAE:

06437712.7.0000.0058.

Os indivíduos foram informados pelos pesquisadores no momento da visita

sobre os objetivos da pesquisa, seus potenciais benefícios e danos, e foi

assegurada a confidencialidade e a privacidade das informações e a não

utilização delas em prejuízo das pessoas com a não identificação com nomes ou

com número de carteira de identidade dos indivíduos.

Antes da coleta foi realizado um treinamento nos três avaliadores

responsáveis pela coleta de dados, de forma que os procedimentos adotados

para a coleta tivesse confiabilidade interavaliador. Essas coletas foram realizadas

em 4 (quatro) Unidades de Saúde da Família (USF), dentre elas: USF Francisco

Fonseca, USF Lauro Dantas Hora Bugio, USF Edésio Vieira de Melo, USF

Augusto Franco.

4.2 Amostra

Tamanho amostral

Considerando uma precisão absoluta de 12, um nível de significância de

5%, foi determinado um tamanho da amostra de 39 pacientes. Para o cálculo do

volume da amostra se assumiu que a variável associada ao objetivo primário

apresentava uma proporção de 18%27.

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A população alvo foi representada pelas pessoas amputadas que residiam

no município de Aracaju, Sergipe. A amostra foi selecionada por conveniência,

contando com o auxílio das equipes das Unidades de Saúde da Família do

município de Aracaju e a coleta de dados foi realizada no domicílio do paciente.

Os indivíduos foram informados sobre a visita e esta foi realizada com a

participação dos agentes de saúde, foram escolhidos 4 (quatro) dessas unidades,

dentre aqueles que possuíam um maior número de indivíduos que sofreram

amputações.

Os critérios de inclusão neste estudo foram:

• Pessoas submetidas a amputações de membros inferiores

• Unilaterais ou bilaterais.

• Nos níveis de coxa, de perna, de pé ou de dedo.

• Nas etiologias relacionadas a trauma, diabetes mellitus, infecções,

isquemia ou câncer.

Os critérios de exclusão foram:

• Os que apresentaram retardo mental ou demência que impossibilitasse a

participação nesse estudo.

• Os que se recusaram a responder aos questionários

4.3 Variáveis Coletadas

O nível de atividade física foi definido como variável resposta e foi

quantificado através do questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). O

IPAQ quantifica a atividade física separando-a em quatro categorias, são elas:

atividade física realizada no trabalho; atividade física como meio de transporte;

atividade física em casa: trabalho, tarefas domésticas e cuidar da família; e

atividade física de recreação, esporte, exercício e de lazer. Para a quantificação

ele separa as atividades físicas em moderadas e intensas e cada atividade

específica tem seu gasto metabólico equivalente (MET). Tal questionário foi

utilizado pela sua praticidade em ser aplicado em grandes grupos populacionais

possuindo validade e reprodutibilidade no Brasil85.

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Para a categorização do nível de atividade física do indivíduo foi adotado a

norma de quantificação do Instituto da Karolinska. O qual separa em três

categorias, são elas86:

“Alto”, para os indivíduos que preenchem um destes dois critérios.

• Atividade intensa por pelo menos três dias na semana atingindo um

gasto metabólico mínimo de 1.500/MET.

• Sete ou mais dias de qualquer combinação de Atividade Física

(caminhada, intensidade moderada, alta intensidade) atingindo um

gasto metabólico semanal mínimo de 3.000/MET.

“Moderado”, para os indivíduos que preenchem um destes três critérios.

• Três ou mais dias de atividade intensa por pelo menos vinte minutos

por dia.

• Cinco ou mais dias de atividade moderada ou caminhada por pelo

menos trinta minutos por dia.

• Cinco ou mais dias de qualquer combinação de Atividade Física

(caminhada, intensidade moderada, alta intensidade) atingindo um

gasto metabólico semanal mínimo de 600/MET.

“Baixo” Para os indivíduos que não atingiram nenhum dos critérios que os

permitisse serem classificados nas outras duas categorias.

Critério de exclusão da análise:

• Indivíduos que reportarem uma quantidade de atividade física maior

que 960 minutos diários86.

Uma das variáveis preditoras foi a quantificação da qualidade de vida

através do questionário WHOQOL-bref que mensura quatro domínios de

qualidade de vida: físico, psicológico, relação social e meio ambiente. Já foi

traduzido para o português e validado culturalmente no Brasil, tendo sido

demonstrado uma boa validade discriminante, consistência interna, validade

concorrente e fidedignidade teste reteste 87,88.

As demais variáveis preditoras foram: idade, estado nutricional,

participação de programa de reabilitação, tipo de suporte utilizado para a

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mobilidade (cadeira de rodas ou prótese) tempo de amputação, tipo de

amputação, causa da amputação.

O Valor nutricional dos indivíduos foi verificado através da área muscular

corrigida do braço (CAMA). Este é um índice calculado através de duas medidas:

espessura da dobra cutânea do tríceps (TST) e circunferência da média do braço

(MUAC). Tal medida apresenta uma forte associação com a qualidade de vida.84

Um formulário padronizado foi utilizado para identificar a idade, gênero,

causa da amputação, presença e número de condições mórbidas associadas

(inclusive presença de osteoartrite); se eles passaram ou não por programa de

reabilitação, se fazem uso de prótese, cadeira, ou outro tipo de suporte no qual

serão agrupados para nível de análise em prótese e cadeiras. Quanto ao tipo de

amputação foram considerados dois níveis: maior (coxa e perna) e menor (pé e

dedos).

4.4 Procedimentos Estatísticos

A análise descritiva dos dados foi realizada através da distribuição da

variável resposta e das variáveis independentes, através das frequências

absolutas e relativas no caso das variáveis categóricas, e por meio de medidas de

tendência central e variabilidade no caso das variáveis numéricas. As diferenças

entre proporções foram testadas por meio do teste qui-quadrado de Pearson. As

comparações das médias de duas amostras independentes, foi realizado através

do teste t de Student. As relações que apresentaram valor de p menor que 0,2

foram incluídas no modelo de regressão logística. O nível de significância

considerado foi o de 5%.

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5. RESULTADOS

Foram entrevistados 40 indivíduos com amputações em membros

inferiores. Um desses indivíduos foi excluído devido ao critério de exclusão do

Instituto da Karolinska86, sendo a amostra final constituída por 39 indivíduos

amputados. A idade média desses indivíduos foi de 60,7 anos (IC95%: 55,3 a 66,2

anos), dos quais 64% do sexo feminino e uma taxa de analfabetos que chegou a

28% desses. As variáveis sóciodemográficas não apresentaram relação

significativa com o nível da atividade física (Tabela 1).

Níveis de Atividade Física Total

Geral Valor

p Ativo % Inativos %

Sexo Feminino 9 36% 16 64% 25 (64%) 0,201 Masculino 8 57% 6 43% 14(36%) Raça Branco 2 33% 4 67% 6(15%) 0,582 Não branco 15 45% 18 55% 33(85%) Estado civil Casado 7 47% 8 53% 15(38%) 0,759 Não casado 10 42% 14 58% 24(62%) Religião Católico 13 42% 18 58% 31(79,5%) 0,682 Não católico 4 50% 4 50% 8(20,5%) Escolaridade Analfabeto 3 27% 8 73% 11 (28%) 0,198 Alfabeti zados 14 50% 14 50% 28(72%)

Tabela 1 - Relação entre Variáveis Sociodemograficas e nível de Atividade Física, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

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Houve uma relação linear entre Atividade Física e grau de escolaridade.

Tendo uma maior proporção de indivíduos ativos nos que apresentavam grau de

escolaridade Médio e Superior (Figura 1). Com relação à renda familiar foi

detectado uma maior proporção de inativos na faixa de renda familiar de mais de

dois salários mínimos (Figura 2).

Figura 1 – Proporção de indivíduos ativos e inativos, por grau de escolaridade, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

Figura 2 – Proporção de indivíduos ativos e inativos por renda familiar, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Analfabetos Ensino Fundamental Ensino Médio e

Superior

Escolaridade

Inativos

Ativos

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

1 salário mínimo 2 salários

mínimos

mais de 3 salários

mínimos

Inativos

Ativos

Porcentagem

de Indivíduos

Amputados

Porcentagem de Indivíduos Amputados

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Com relação às variáveis sociais, também não foi observado associação

com os níveis de atividade física. Assim, 51% relataram que recebiam

aposentadoria do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), 92%

informaram que moravam com a família, 87% percebiam ter apoio familiar e 87%

moravam em residência própria (Tabela 2).

Níveis de atividade física Total

Geral Valor

p Ativo s % Inativos %

INSS Aposentado 7 35% 13 65% 20 (51%) Benefício 5 45% 6 55% 11(28%) 0,411 Nenhum 5 63% 3 38% 8(21%) Mora com Cuidador 1 50% 1 50% 2(5%) Família 16 44% 20 56% 36 (92%) - Só - 0% 1 100% 1(3%) Apoio familiar Não 3 60% 2 40% 5(13%) 0,428 Sim 14 41% 20 59% 34 (87%) Domicílio Não próprio 3 60% 2 40% 5(13%) 0,428 Próprio 14 41% 20 59% 34 (87%)

INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social.

Tabela 2 - Relação entre variáveis sociais e níveis de Atividade Física, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

As amputações maiores representaram 74% dos procedimentos e 23%

foram bilaterais. Não foram observadas diferenças significativas entre as variáveis

clínicas analisadas nos indivíduos ativos e sedentários analisados de acordo com

os níveis de atividade física (Tabela 3).

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Níveis de atividade física Total Geral

Valor p Ativo % Inativo %

Nível da amputação

Maior 12 41% 17 59% 29 (74%) 0,635 Menor 5 50% 5 50% 10(26%) Bilateral Não 14 47% 16 53% 30(77%) 0,479 Sim 3 33% 6 67% 9 (23%) Etiologia Crônica 8 36% 14 64% 22 (56%) 0,301 Aguda 9 53% 8 47% 17(44%) Dor coto Não 12 44% 15 56% 27(69%) 0,872 Sim 5 42% 7 58% 12(31%) Dor fantasma Não 12 39% 19 61% 31(79,5%) 0,226 Sim 5 63% 3 38% 8(20,5%) Sensação fantasma

Não 7 50% 7 50% 14(36%) 0,546 Sim 10 40% 15 60% 25(64%)

Tabela 3 - Relação entre Variáveis Clínicas e níveis de Atividade Física, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

Foram observados que 56% sofreram amputações por etiologias crônicas,

representadas por pé diabético e etiologias vasculares. Dentre as causas de

amputação, os indivíduos com a maior proporção de ativos foram os que foram

submetidos a esse procedimento por causas traumáticas (Figura 3).

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Figura 3 – Proporção de indivíduos ativos e inativos por causas de amputação, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE

Foram considerados independentes 33% dos indivíduos observados

(tabela 4); os demais possuíam algum grau de dependência nas atividades

básicas da vida diária (ABVD) e nas atividades instrumentais da vida diária

(AIVD).

Foi observada relação entre a frequência de pessoas ativas e a

independência (p = 0,003) e a frequência de pessoas inativos e a dependência

nas atividades básicas da vida diária (p = 0,013) e dependência nas instrumentais

da vida diária (p = 0,003). A relação com os programas de reabilitação que foram

relatadas por 49% dos amputados também se mostraram significativas para a

atividade segundo os níveis de atividade física (p = 0,016). (Tabela 4)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Ferida Pé

diabético

Infecção Vascular Trauma

Causas de Amputação

Inativos

Ativos

Porcentagem de Indivíduos Amputados

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Níveis de Atividade Física Total Geral

Valor p Ativos % Inativos %

Independência Não 7 27% 19 73% 26(66%) 0,003* Sim 10 77% 3 23% 13 (33%) ABVD Dependente 1 10% 9 90% 10(26%) 0,013* Independente 16 55% 13 45% 29(74%) AIVD Dependente 7 27% 19 73% 26(66%) 0,003* Independente 10 77% 3 23% 13(33%) Reabilitação Não 5 25% 15 75% 20(51%) 0,016* Sim 12 63% 7 37% 19 (49%) Tem prótese Não 7 32% 15 68% 22(56%) 0,092 Sim 10 59% 7 41% 17(44%)

ABVD – Atividades Básicas da Vida Diária; AIVD – Atividades Instrumentais da Vida Diária; * -significativo<0,05.

Tabela 4 - Variáveis de Independência Funcional, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

Possuir prótese de membro inferior esteve relacionado a um maior nível de

atividade física (Figura 4). Entretanto quando comparado os indivíduos que

usavam a prótese com os que não usavam, o maior nível de atividade física foi

encontrada naqueles que não usavam a prótese (Figura 5).

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Figura 4 – Proporção de indivíduos ativos e inativos por ter ou não prótese, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

Figura 5 – Proporção de indivíduos ativos e inativos por usar ou não prótese, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Tem Prótese Não Tem Prótese

Ter Prótese

Inativos

Ativos

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Usa Prótese Não usa prótese

Uso de Prótese

Inativos

Ativos

Porcentagem

de Indivíd

uos Amputados

Porcentagem

de Indivíd

uos Amputados

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A idade mais jovem (Tabela 5) esteve associada com um maior nível de

atividade física (0,005), porem isso não foi detectado em relação ao tempo de

amputação (p = 0,172) e ao numero de doenças associadas (p = 0,075).

Idade Tempo de Amputação

Doenças Associadas

Ativos Média (DP) 51,0 (20,1)

48,0 (115,9) 2,0 (1,2)

IC95% 41,4 a 60,6

7,1 a 103,1 1,4 a 2,6

Inativos Média (DP) 71,5 (11,7)

24,0 (57,9) 2,5 (1,2)

IC95% 66,6 a 76,4

0,2 a 48,2 1,9 a 3,0

Valor p 0,005* 0,172 0,075

Total Média (DP) 60,7 (17,5)

67,9 (88,9) 2,2 (1,2)

IC95% 55,3 a 66,2

40,0 a 95,8 1,9 a 2,7

DP - desvio padrão; IC95% - intervalo de confiança de 95%. Doenças Associadas – Hipertensão Arterial, Diabetes, Doença Cardíaca, Doença Renal, Bronquite ou Enfisema, Acidente Vascular, Artrite, Câncer, Alteração na Visão por causas vasculares. * - significativo < 0,05

Tabela 5 - Idade, Atividade Física, Tempo de Amputação e Doenças Associadas em indivíduos amputados, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

O nível de atividade física não esteve relacionado com as medidas

antropométricas e o valor nutricional (Tabela 6).

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CB DCT CMB AMB AAB CAMA

Ativos

Média (DP)

30,0 (7,1)

2,0 (1,2) 24,0 (4,8)

3,8 (0,8)

24,9 (27,5)

26,61 (41,32)

IC95% 26,6 a 33,4

1,4 a 2,6 21,8 a 26,3

3,5 a 4,2

11,8 a 37,9

40,37 a 42,27

Inativos

Média (DP)

32,0 (5,6)

2,6 (0,9) 24,2 (3,9)

3,8 (0,6)

34,9 (17,8)

25,74 (1,5)

IC95% 29,6 a 34,4

2,2 a 2,9 22,5 a 25,8

3,6 a 4,1

27,8 a 42,4

1,0 a 2,0

Valor p 0,798 0,306 0,255 0,255 0,68 0,94 DP - desvio padrão; IC95% - intervalo de confiança de 95%; CB - circunferência do braço; DCT (mm) - dobra cutânea tricipital (mm); CMB - circunferência muscular do braço, DP - desvio padrão; IC95% - intervalo de confiança de 95%; AMB - área muscular do braço; AAB - área adiposa do braço; CAMA – Índice de Valor Nutricional.

Tabela 6 - Relação entre nível de atividade física, medidas Antropométricas e valor nutricional em indivíduos amputados, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

O escore médio total de qualidade de vida mensurado pelo WHOQOL-

BREF foi de 13,5 (IC95%: 12,9 a 14,1). Não houve diferenças significativas (p =

0,088) entre o escore total da qualidade de vida em pessoas ativas e inativas,

porém, os escores médios das dimensões físicas (p = 0,028) e psicológicas (p =

0,026) foram significativamente maiores nos indivíduos ativos (Tabela 7).

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36

Domínios do WHOQOL-Bref Escore

total Físico Psicológico Relações Sociais

Meio Ambiente

Auto Avaliação

Ativos Média (DP)

13,7 (1,7)

14,7 (1,6) 17,3 (3,3) 12,5 (2,7) 16,0 (3,4) 13,7 (1,8)

IC95% 12,9 a 14,5

13,9 a 15,4 15,8 a 18,9

11,2 a 13,8

14,4 a 17,6

12,8 a 14,6

Inativos Média (DP)

12,0 (2,7)

12,7 (2,4) 15,3 (2,9) 13,0 (2,4) 12,0 (3,9) 13,0 (2,1)

IC95% 10,9 a 13,1

11,7 a 13,7 14,1 a 16,6

12,0 a 14,0

10,4 a 13,6

12,1 a 13,9

Valor p 0,028* 0,026* 0,339 0,914 0,111 0,088

Total Média (DP)

12,8 (2,5)

13,8 (2,2) 15,5 (3,1) 13,0 (2,5) 13,8 (3,8) 13,5 (2,0)

IC95% 12,0 a 13,5

13,1 a 14,5 14,5 a 16,4

12,2 a 13,8

12,7 a 15,0

12,9 a 14,1

* -significativo<0,05.

Tabela 7 - Associação entre os escores de qualidade de vida e o nível de Atividade Física em indivíduos amputados, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

Quando as variáveis foram avaliadas através da técnica de regressão

logística, apenas a participação de programa de reabilitação manteve a

associação com maiores níveis de atividade física (Tabela 8).

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37

EP z Valor

p OR IC95%

Mínimo Máximo

Idade 0,04 -

1,53 0,125 0,94 0,86 1,02

WHOQOL-Bref 0,25 -0,09

0,927 0,98 0,58 1,63

Independência 5,12 1,55 0,120 4,97 0,66 37,48 Tempo de amputação

0,01 1,76 0,078 1,01 0,99 1,03

Doenças associadas

0,28 -0,80

0,425 0,74 0,35 1,56

Reabilitação 40,01 2,07 0,039 25,54 1,18 550,39 Tem prótese 0,15 -

1,48 0,139 0,09 0,01 2,16

Constante 81,61 0,58 0,562 16,77 0,01 232181,4

EP - erro padrão; OR - odds ratio; IC95% - intervalo de confiança de 95% * - significativo < 0,05

Tabela 8 - Fatores associados com o nível de atividade física (regressão logística) em indivíduos amputados, segundo dados coletados no Município de Aracaju, 2013. Fonte: Elaboração própria, à partir de dados coletados nas residências de indivíduos amputados, no ano de 2013, no Município de Aracaju/SE.

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38

6. DISCUSSÃO

Em nosso estudo 56,5% de amputados estavam com baixos níveis de

atividade física, condizente com as preocupações em se aumentar os níveis de

atividade física nessa população21. Um estudo recente (SILVA27) encontrou uma

alta porcentagem de indivíduos ativos. Esta disparidade pode ser explicada por

alguns fatores como: idade dos indivíduos, capacidade funcional e participação no

programa de reabilitação. Uma vez que todas essas variáveis foram associadas

com nível de atividades físicas quando analisadas isoladamente. Em seu estudo

foram utilizados indivíduos funcionalmente capazes e de clínicas de reabilitação,

tendo a maioria dos indivíduos idade abaixo dos 35 anos sofrido amputações por

causas traumáticas. Uma vez que indivíduos que sofrem amputações por causas

traumáticas tendem a ter melhor condicionamento físico que os demais4,5. E que

este é um fator fundamental para o sucesso da utilização da prótese50.

Apesar de não ter sido encontrado, em nosso estudo, uma relação

significativa entre causa da amputação e nível de atividade física, uma maior

proporção de ativos foi observado em indivíduos amputados por causas

traumáticas e a maioria das amputações foi por etiologia crônica (56%), dados

condizentes com a literatura43,46.

Através do estudo, observamos que menos da metade dos indivíduos

faziam uso de próteses (47,05%), nossos resultados estão de acordo com os de

Nehler52, onde encontraram 29 indivíduos utilizando prótese de 90 amputados

(32,22%).

Corey89, observaram que o nível educacional está associado com a

utilização de prótese. Observamos que 28% da nossa amostra foi constituída de

indivíduos analfabetos. Se comparado com os achados de Ephraim37, apenas 6%

dos indivíduos amputados tinham menos do que o grau 12, equivalente ao Ensino

Médio em nosso país. Foi observado que o grau de escolaridade é um fator de

risco para mortalidade pós-amputação, como também foi observado como

preditor de baixo nível de atividade física32,89. Tal relação entre atividade física e

escolaridade não foi encontrada em nosso estudo, porém foi observada uma

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39

relação linear entre grau de escolaridade e nível de atividade física, onde

indivíduos com nível superior tinham uma maior proporção de ativos que os do

ensino médio e estes por sua vez com um maior nível do que os indivíduos

analfabetos.

Apesar da protetização ser um recurso utilizado pelos programas de

reabilitação para restaurar os níveis funcionais perdidos com a reabilitação3,47, a

prótese não esteve relacionada com nível de atividade física, isto pode ser

explicado pelo fato da prótese poder servir como estímulo tanto quanto barreira80.

Apenas metade dos indivíduos usuários de prótese foram considerados ativos em

nosso estudo.

É possível que os problemas encontrados com a utilização de prótese

sirvam para tornar o indivíduo menos ativo com a prótese, como verificado no

estudo de Bussmann35, que observaram que indivíduos amputados por causas

cardiovasculares que andavam de forma mais lenta acabavam andando menos

ao longo do dia.

Com relação à isso Gallagher39, observaram que andar longas distâncias

esteve entre as principais dificuldades encontradas por indivíduos que sofreram

amputações de membro inferior. Porém como o achado de Bragaru80, no qual

alguns indivíduos optavam por esportes em cadeira de rodas, assim é possível

que as atividades de caminhar ao longo do dia sejam substituídas por outros tipos

de atividades. Esta visão pode explicar o fato de um alto número de indivíduos

ativos dentre aqueles que tinham prótese, mas não usavam, em nosso estudo.

Contudo, Ephraim37, observaram que o tempo de utilização de prótese não

estavam relacionadas com as barreiras encontradas por indivíduos amputados,

quando comparou indivíduos que usavam a prótese 9 horas ou mais por dia com

indivíduos que usavam menos que 9 horas por dia, e identificou diferença apenas

nos domínios de suporte e assistência. Enquanto que a prótese pode servir como

uma barreira ela também pode ser um estímulo. Com relação a isso Bragaru34,

observaram que uma das visões dos indivíduos na prática dos esportes era para

ter uma melhor relação com a prótese.

A funcionalidade por outro lado foi relacionada com a atividade física

quando vista isoladamente, apesar de ter sido vista a sua importância, ela é

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40

limitada pelo grau de funcionalidade, uma vez que indivíduos amputados parecem

não darem importância a níveis atléticos72,73.

Está valorização diminuída foi observada por Deans73, com a utilização de

um questionário (TAPES) para verificar a adaptação, a amputação e a

acomodação com a prótese e sua relação com a qualidade de vida. Verificando

que na sessão que analisava a restrição de atividade, separando-a em: social,

funcional e atlética, as habilidades atléticas não tinham importância para os

indivíduos e que estás só se relacionaram com o domínio físico da qualidade de

vida mensurada pelo WHOQOL-BREF.

Para observar se esta diferença poderia ser mediada por outras variáveis

como o valor nutricional, uma vez que a prática de atividade física sugere um

menor peso corporal e que foi observada uma relação entre qualidade de vida e

valor nutricional em um estudo conduzido por Miller84. Coletamos dados das

dobras tricipitais e circunferência do braço, porém, em nosso estudo não foi visto

esta relação significativa, apesar de indivíduos que apresentam baixos níveis de

atividade física tinham maior média de área adiposa do braço (24,9 vs 34,9

respectivamente).

Contudo, em nosso estudo, quando analisadas as possíveis variáveis de

confusão na regressão logística, apenas o Programa de Reabilitação esteve

associado. É possível que este programa possa estimular a prática de atividade

física por outras variáveis que não as elencadas acima.

O resultado encontrado sugere um papel estimulador do programa de

reabilitação que não é dependente da utilização de prótese, ou do aumento do

nível de independência funcional do indivíduo, de forma que os indivíduos que

passaram pelo programa de reabilitação tiveram uma razão de chance 25 vezes

maior de serem ativos. Esta hipótese é reforçada pelo estudo de Silver75, onde

observou que o conhecimento de como retornar a prática de atividade física foi

uma das barreiras comumente encontradas.

Apesar das variáveis relacionadas com o nível de atividade física, este não

apresentou relação com a qualidade de vida geral, porém foi observada uma

relação entre os domínios físico e psicológico da qualidade de vida.

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41

Para Silva27, essa relação aconteceu apenas no domínio psicológico,

entretanto a diferença. O grau de funcionalidade pode ser o responsável por esta

diferença, uma vez que em seu estudo todos os indivíduos eram independentes,

enquanto no nosso 66,66% de indivíduos tinham algum grau de dependência,

podendo o grau da debilitação alterar a percepção acerca das necessidades do

indivíduo72,73.

Outra característica do nosso estudo foi à utilização de amputações

maiores e menores, uma vez que, com o aumento das doenças crônicas, as

amputações menores são seguidas por reamputações maiores, principalmente no

que se refere ao diabetes mellitus tipo 2, uma vez que muitas destas doenças

crônicas, estão associadas com baixos níveis de atividade física; a compreensão

do quanto um indivíduo diminui o nível de atividade física devido a amputação; ou

o quanto esses valores já eram inferiores aos indivíduos que não sofreram

amputações. De qualquer forma, deixamos essa sugestão para estudos futuros.

Uma dos achados que respalda esta hipótese, foi o fato de não ter sido

encontrado diferença entre os tipos de amputações, as quais os indivíduos foram

submetidos.

Contudo, algumas limitações do nosso estudo precisam ser ressalvadas,

primeiramente a amostra final foi constituída de 39 indivíduos, algumas variáveis

que apresentam uma fraca relação com a atividade física podem ter passado

despercebidas, porém, vale ressaltar que foi utilizada uma regressão logística

com as variáveis que apresentaram valor p menor que 0,2, e apenas a

participação no programa de reabilitação associou-se com indivíduos

considerados ativos. Acreditamos no que concerne ao conhecimento dos autores

do trabalho, que este seja o primeiro estudo a mostrar essa relação, como

também a analisar os fatores associados com o nível de atividade física de

indivíduos amputados residentes na comunidade.

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42

7. CONCLUSÃO

A atividade física mostrou ser uma característica importante para se

acompanhar em indivíduos amputados ao mostrar uma relação com os domínios

físico e psicológico da qualidade de vida, mas não com a qualidade de vida como

um todo. Apesar da natureza da relação entre atividade física e qualidade de vida

ter se mostrado consistente com a literatura, esta não apresentou relação com a

atividade física quando aplicada no modelo de regressão logística.

O modelo de regressão logística mostrou que fatores que apresentaram

relação com o nível de atividade física, quando vistos de forma isolada, não o

apresentaram quando foi visto o efeito que uma variável exercia na outra. As

variáveis que apresentaram relação quando vistos de forma isolada foram: idade,

nível de independência física, e a participação do programa de reabilitação.

Sendo que apenas o programa de reabilitação mostrou uma razão de chance

aumentada de vinte e cinco vezes para o nível de atividade física no modelo de

regressão.

É provável que a relação entre o programa de reabilitação e o nível de

atividade física esteja relacionada com a capacidade do programa de reabilitação

em influenciar aumentos nos níveis de atividade física por variáveis diferentes,

apesar de não poder ser constatado com a metodologia empregada neste estudo,

desta forma, são necessários estudos longitudinais que elenquem variáveis

relacionadas com as barreiras encontradas pelos indivíduos para a realização de

atividades físicas habituais para estes indivíduos.

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43

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ANEXOS