Febre Catarral Maligna Texto Para Alunos (1)

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CONCEITO CONCEITO A Febre catarral maligna (FCM) é A Febre catarral maligna (FCM) é uma doença infecciosa, viral, uma doença infecciosa, viral, pansistêmica, altamente fatal, pansistêmica, altamente fatal, com distribuição geográfica com distribuição geográfica ampla. ampla. FEBRE CATARRAL MALIGNA FEBRE CATARRAL MALIGNA Prof a Rosaura Leite Rodrigues Disciplina de Doenças Infecciosas dos Animais Domésticos-UCB

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CONCEITOCONCEITO

A Febre catarral maligna (FCM) é uma A Febre catarral maligna (FCM) é uma doença infecciosa, viral, pansistêmica, doença infecciosa, viral, pansistêmica, altamente fatal, com distribuição altamente fatal, com distribuição geográfica ampla. geográfica ampla.

FEBRE CATARRAL FEBRE CATARRAL MALIGNAMALIGNA

Profa Rosaura Leite RodriguesDisciplina de Doenças Infecciosas dos Animais

Domésticos-UCB

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ETIOLOGIAETIOLOGIA

““Grupo de vírus da FCM” Grupo de vírus da FCM” Família GammaherpesvirinaeFamília Gammaherpesvirinae Gênero Rhadinovírus Gênero Rhadinovírus

(espécie-específico)(espécie-específico) Identificados quatro vírusIdentificados quatro vírus

que causam a doençaque causam a doença

em animaisem animais

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ETIOLOGIAETIOLOGIATIPOS DE VÍRUSTIPOS DE VÍRUS TRANSMISSÃOTRANSMISSÃO

Herpesvírus 1Herpesvírus 1

(A1HV-1)(A1HV-1)

- Infectividade perdida por - Infectividade perdida por congelamento-descongelamentocongelamento-descongelamento

FCM gnu-associada =FCM-GAFCM gnu-associada =FCM-GA-Transmitida por gnusTransmitida por gnus

-Forma africana Forma africana -Isolado em culturasIsolado em culturas

Herpesvírus ovino 2Herpesvírus ovino 2

(OvHV-2) *(OvHV-2) *

* Detectados em veados e bovinos * Detectados em veados e bovinos com FCM no Brasilcom FCM no Brasil

FCM ovino associada = FCM-OAFCM ovino associada = FCM-OA-FCM não-associada a gnusFCM não-associada a gnus

-Ovinos são os portadoresOvinos são os portadores-Detectado por PCRDetectado por PCR

Outro vírus desse grupo...Outro vírus desse grupo... FCM clássica no veado-de-cauda-FCM clássica no veado-de-cauda-brancabranca

-Detectado por PCRDetectado por PCR

Herpesvírus caprino 2Herpesvírus caprino 2

(CpHV-2)(CpHV-2)

- Endêmico em cabras domésticas- Endêmico em cabras domésticas

Tem sido associado a alopecia, Tem sido associado a alopecia, dermatite, perda de peso e diarreia dermatite, perda de peso e diarreia

em veados em veados -Detectado por PCRDetectado por PCR

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ETIOLOGIA/ETIOLOGIA/HOSPEDEIROSHOSPEDEIROS

Além de bovinos, afeta mais de 30 espécies Além de bovinos, afeta mais de 30 espécies de ruminantes, incluindo diversas espécies de de ruminantes, incluindo diversas espécies de cervídeos e ocasionalmente suínos.cervídeos e ocasionalmente suínos.

A maioria das espécies de ruminantes A maioria das espécies de ruminantes domésticos e selvagens possui seu radinovírus domésticos e selvagens possui seu radinovírus específico e é bem adaptada a ele – pouco ou específico e é bem adaptada a ele – pouco ou nenhum efeito em seus hospedeiros naturais nenhum efeito em seus hospedeiros naturais

Podem causar doença quando afetam Podem causar doença quando afetam espécies diferentes pouco adaptadasespécies diferentes pouco adaptadas

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EPIDEMIOLOGIAEPIDEMIOLOGIA

Manifestações clínicas e patológicas Manifestações clínicas e patológicas semelhantes na FCM-GA e FCM-AO. semelhantes na FCM-GA e FCM-AO.

FCM-GA – vários países da ÁfricaFCM-GA – vários países da África FCM-AO – Europa, Américas do Norte e Sul, FCM-AO – Europa, Américas do Norte e Sul,

Austrália e Nova Zelândia. No Brasil, desde Austrália e Nova Zelândia. No Brasil, desde 1924, em várias regiões: nordeste, sudeste, 1924, em várias regiões: nordeste, sudeste, sul e centro-oeste.sul e centro-oeste.

Animais susceptíveis mantidos em contato Animais susceptíveis mantidos em contato próximo com os reservatórios naturais = próximo com os reservatórios naturais = transmissãotransmissão

A eliminação do vírus parece ser maior A eliminação do vírus parece ser maior quando animais-reservatórios estão em quando animais-reservatórios estão em períodos próximos ao parto.períodos próximos ao parto.

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EPIDEMIOLOGIAEPIDEMIOLOGIA Surtos em bovinos confinados que não Surtos em bovinos confinados que não

estavam em contato com ovinos (???) estavam em contato com ovinos (???) Transmissão pelos ovinos desconhecidaTransmissão pelos ovinos desconhecida O gnu elimina os vírus pelas secreções O gnu elimina os vírus pelas secreções

nasais e oculares por vários diasnasais e oculares por vários dias Aparentemente não há transmissão Aparentemente não há transmissão

bovinos – bovinos - Discutível...bovinos – bovinos - Discutível... Relatos: 15 surtos no Rio Grande do Sul - Relatos: 15 surtos no Rio Grande do Sul -

forma esporádica mais frequente- 60% forma esporádica mais frequente- 60% (1-3 bovinos no rebanho) ou surtos (1-3 bovinos no rebanho) ou surtos epizoóticos-40% (vários bovinos no epizoóticos-40% (vários bovinos no rebanho)rebanho)

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EPIDEMIOLOGIAEPIDEMIOLOGIA Morbidade: 2,5 – 20% Morbidade: 2,5 – 20%

Taxas de letalidade: 83 – 100%Taxas de letalidade: 83 – 100%

Bovinos jovensBovinos jovens

Qualquer idade e de ambos os sexosQualquer idade e de ambos os sexos

Ppte meses mais quentes da primavera Ppte meses mais quentes da primavera e verãoe verão

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PATOLOGIAPATOLOGIA Período de incubação = 3 -10 Período de incubação = 3 -10

semanassemanas Curso clínico da doença aguda = 3 - 7 Curso clínico da doença aguda = 3 - 7

diasdias Doença superaguda- poucos Doença superaguda- poucos

sinais/morte - difícil diagnósticosinais/morte - difícil diagnóstico Podem ocorrer casos crônicos ou Podem ocorrer casos crônicos ou

recuperação totalrecuperação total Macro e micro: ppte tratos digestório, Macro e micro: ppte tratos digestório,

respiratório superior, urinário, respiratório superior, urinário, linfonodos, fígado, olhos e encéfalolinfonodos, fígado, olhos e encéfalo

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SINTOMATOLOGIA/SINTOMATOLOGIA/LESÕESLESÕES

- Caracteriza-se porCaracteriza-se por::

• Febre alta (41 - 41,5Febre alta (41 - 41,5ooC)C)• DepressãoDepressão• Corrimento nasal e ocularCorrimento nasal e ocular• Opacidade da córnea – ceratoconjuntivite Opacidade da córnea – ceratoconjuntivite

(serosa a mucopurulenta) - fotofobia(serosa a mucopurulenta) - fotofobia• Erosões e ulcerações na mucosa dos sistemas Erosões e ulcerações na mucosa dos sistemas

respiratório e digestório superiorrespiratório e digestório superior• DispneiaDispneia• Enterite hemorrágica – diarreiaEnterite hemorrágica – diarreia• Linfadenomegalia (devido à hiperplasia linfoide, Linfadenomegalia (devido à hiperplasia linfoide,

congestão, hemorragia)congestão, hemorragia)

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SINTOMATOLOGIA/SINTOMATOLOGIA/LESÕESLESÕES

• Distúrbios nervosos (60% dos casos): Distúrbios nervosos (60% dos casos): incoordenação, letargia ou agressividade, ataxia.. incoordenação, letargia ou agressividade, ataxia.. até movimentos de pedalagem, convulsões e até movimentos de pedalagem, convulsões e opistótonoopistótono

• Salivação intensa (sialorreia)Salivação intensa (sialorreia)• Dermatite e crostas na pele do focinho, tetos, Dermatite e crostas na pele do focinho, tetos,

prepúcio, vulva, escroto... podem ocorrer na prepúcio, vulva, escroto... podem ocorrer na junção corno-cutânea. Os chifres e cascos podem junção corno-cutânea. Os chifres e cascos podem se desprenderse desprender

• Hematúria (lesões na bexiga)Hematúria (lesões na bexiga)

• Baço com leve aumento (necropsia) = hiperplasia Baço com leve aumento (necropsia) = hiperplasia de folículos linfoides (micro)de folículos linfoides (micro)

• Fígado com padrão lobular acentuado (necropsia) Fígado com padrão lobular acentuado (necropsia) = ii MN em espaço porta (micro)= ii MN em espaço porta (micro)

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PATOLOGIAPATOLOGIA- Microscopia: achados histopatológicos são - Microscopia: achados histopatológicos são

característicos e permitem o diagnóstico.característicos e permitem o diagnóstico.

- Três alterações básicas:- Três alterações básicas: VasculiteVasculite – acúmulo de células – acúmulo de células

inflamatórias MN na adventícia, com inflamatórias MN na adventícia, com necrose fibrinoide da paredenecrose fibrinoide da parede

Infiltrado inflamatório mononuclear em Infiltrado inflamatório mononuclear em vários órgãosvários órgãos... ...

Inflamação e necrose de qualquer Inflamação e necrose de qualquer mucosamucosa e da pelee da pele (dos epitélios de (dos epitélios de revestimento)revestimento)

Ainda: hiperplasia linfoideAinda: hiperplasia linfoide

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DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO- Baseado na epidemiologia, sintomatologia, - Baseado na epidemiologia, sintomatologia,

achados de necropsia e histopatologia (HP)achados de necropsia e histopatologia (HP)- Ppte Ppte lesões vasculareslesões vasculares- Enviar para HP: fragmentos de cérebro, Enviar para HP: fragmentos de cérebro,

fígado, linfonodos, rim, baço, adrenais, olhos, fígado, linfonodos, rim, baço, adrenais, olhos, porções do trato digestório e respiratório... porções do trato digestório e respiratório... (lesões) (lesões)

- Inoculação em coelhos para confirmarInoculação em coelhos para confirmar- Testes sorológicos: ELISA e Testes sorológicos: ELISA e

Imunofluorescência IndiretaImunofluorescência Indireta- Isolamento viral só na Forma AfricanaIsolamento viral só na Forma Africana- Técnica de Reação em Cadeia de Polimerase Técnica de Reação em Cadeia de Polimerase

(PCR) em tecidos em blocos de parafina: (PCR) em tecidos em blocos de parafina: para as duas formaspara as duas formas

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIALDIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

- FCM em bovinos com outras doenças - FCM em bovinos com outras doenças virais a vírus com lesões erosivo-virais a vírus com lesões erosivo-ulcerativas nas mucosas:ulcerativas nas mucosas:

1)1) Febre Aftosa Febre Aftosa 2)2) Estomatite VesicularEstomatite Vesicular1 e 2) Alta morbidade e baixa letalidade; 1 e 2) Alta morbidade e baixa letalidade;

não ocorre opacidade da córnea; epitélio não ocorre opacidade da córnea; epitélio branco da língua e pele se desprende branco da língua e pele se desprende facilmente facilmente

3) Diarreia Viral Bovina-Doença das 3) Diarreia Viral Bovina-Doença das Mucosas (mais difícil)Mucosas (mais difícil)

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIALDIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

4) Língua Azul – afeta ovinos / pouco 4) Língua Azul – afeta ovinos / pouco frequente e discreta em bovinos, baixa frequente e discreta em bovinos, baixa letalidade; hemorragia na artéria pulmonarletalidade; hemorragia na artéria pulmonar

5) Peste Bovina- exótica no Brasil – população 5) Peste Bovina- exótica no Brasil – população sem anticorpos- causaria surtos... sem anticorpos- causaria surtos... diferenças na HP (necrose linfoide na PB...)diferenças na HP (necrose linfoide na PB...)

6) Intoxicação por arsênico – não há febre ou 6) Intoxicação por arsênico – não há febre ou opacidade da córnea... diferenças na HP opacidade da córnea... diferenças na HP (necrose renal e hepática na intoxicação)(necrose renal e hepática na intoxicação)

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIALDIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

7) Intoxicação pelo cogumelo 7) Intoxicação pelo cogumelo Ramaria Ramaria flavo-brunnescensflavo-brunnescens – bovinos e ovinos – bovinos e ovinos com acesso a bosques de eucalipto/ não com acesso a bosques de eucalipto/ não ocorrem lesões vascularesocorrem lesões vasculares

8) Intoxicação por plantas nefrotóxicas: 8) Intoxicação por plantas nefrotóxicas: Amaranthus Amaranthus spp – morbidade de 50-spp – morbidade de 50-100%; ocorrência sazonal (fim de 100%; ocorrência sazonal (fim de verão/frutificação); não há febre ou verão/frutificação); não há febre ou opacidade da córneaopacidade da córnea

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CONTROLE E PROFILAXIACONTROLE E PROFILAXIA- Não há vacinas eficazes;

- Não colocar bovinos em contato com ovinos em período de parição;

- Isolar animais afetados de sadios - embora seja improvável a transmissão entre bovinos, bovinos infectados permanecem como reservatórios do vírus meses após a infecção.

TRATAMENTOTRATAMENTO Não existe