Felizmente Há Luas

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Felizmente Há Luas! De Luís de Sttau Monteiro Esta peça está dividida em dois atos, o ato I e o ato II Ato I Num monólogo, a personagem Manuel descreve a situação difícil de Portugal, ao qual se seguem diálogos entre os populares sobre o mesmo assunto, populares que confiam no General Gomes Freire como seu libertador. Vicente mostra-se opositor dos generais defensores do Povo (e torna-se traidor dos seus semelhantes populares, aliando-se à polícia e a D. Miguel que lhe promete o cargo de chefe da policia se ele espiar Gomes Freire). Num diálogo importante, D. Miguel, Beresford e Principal Sousa falam sobre o seu medo de perderem os seus poderes políticos e económicos, pelo que planeiam um «pseudo- julgamento» e posterior execução de Gomes Freire; Deste diálogo sobressai ainda a ganância e frieza de Beresford, bem como os seus interesses pessoais corruptos na manutenção da sua Junta de Regência. Andrade Corvo e Morais Sarmento (delatores / traidores) vão ao palácio denunciar os conspiradores, esperando recompensas. Estes dois, juntamento com Vicente, denunciam diretamente Gomes Freire, pelo que a sua execução é decidida a bem dos interesses da Junta de Regência. D. Miguel Forjaz e Principal Sousa manipulam a opinião pública, convencendo-se (ou não) de que a morte de Gomes Freire é a solução para o Reino. Ato II Novo monólogo de Manuel sobre a falta de poder relativamente à Junta da Regência.

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Resumo

Transcript of Felizmente Há Luas

Felizmente H Luas!De Lus de Sttau MonteiroEsta pea est dividida em dois atos, o ato I e o ato IIAto I Num monlogo, a personagem Manuel descreve a situao difcil de Portugal, ao qual se seguem dilogos entre os populares sobre o mesmo assunto, populares que confiam no General Gomes Freire como seu libertador.

Vicente mostra-se opositor dos generais defensores do Povo (e torna-se traidor dos seus semelhantes populares, aliando-se polcia e a D. Miguel que lhe promete o cargo de chefe da policia se ele espiar Gomes Freire).

Num dilogo importante, D. Miguel, Beresford e Principal Sousa falam sobre o seu medo de perderem os seus poderes polticos e econmicos, pelo que planeiam um pseudo-julgamento e posterior execuo de Gomes Freire;Deste dilogo sobressai ainda a ganncia e frieza de Beresford, bem como os seus interesses pessoais corruptos na manuteno da sua Junta de Regncia.

Andrade Corvo e Morais Sarmento (delatores / traidores) vo ao palcio denunciar os conspiradores, esperando recompensas.

Estes dois, juntamento com Vicente, denunciam diretamente Gomes Freire, pelo que a sua execuo decidida a bem dos interesses da Junta de Regncia.

D. Miguel Forjaz e Principal Sousa manipulam a opinio pblica, convencendo-se (ou no) de que a morte de Gomes Freire a soluo para o Reino.

Ato II Novo monlogo de Manuel sobre a falta de poder relativamente Junta da Regncia.

Rita (mulher de Manuel) relata a priso de Gomes Freire.

Matilde (companheiro de Gomes Freire) faz um monlogo muito intenso em que mostra todo o seu sofrimento e revolta pela priso de Gomes Freire.

Sousa Falco, amigo do casal, manifesta-lhe o seu apoio.

Matilde pede ao Marechal Beresford que liberte Gomes Freire, mas ele recusa (e pedir um encontro com D. Miguel que nem sequer lhe concedido)Esta mulher vir a saber que Sousa Falco, que o companheiro sofre um tratamento desumano na priso do forte S. Julio da Barra.

Matilde pede apoio aos populares, mas estes mostram-se indiferentes por medo do que lhes possa acontecer.

Matilde discute com Principal Sousa e acusa-o de injustia e hipocrisia Execuo de Gomes Freire Andrade, no momento em que D. Miguel Forjaz verbaliza a expresso Felizmente H LuarTal execuo por enforcamento (e no por fuzilamento, como Freire havia pedido), a que se seguir a fogueira para queimar o corpo.

Matilde revolta-se contra Deus, vendo, do cimo da serra, com o amigo Sousa Falco, a fogueira que queimava o companheiro.Neste momento diz Felizmente H Luar!

Espao

Fsico Lisboa, com referncia ao Cais do Sodr, largo do Rato, forte de S. Julio da Barra, Campo de SantAna Espaos exteriores Casa de Matilde, igreja, palcio da Regncia Espaos interiores Social Dicotomia ricos / pobres, evidenciada pelas condies miserveis em que vivem os populares e visvel na imitao que estes fazem dos ricos. Dualidade opressores / oprimidos com destaque para a hipocrisia, tirania, superioridade e desprezo em relao aos falsos patriotas. Ambiente de medo, de impotncia e de desesperana dos populares.

TempoEscrita 1961 Sucesso rpida dos acontecimentos, no ato I, sugerindo um tempo curtssimo Lentido no ato II, em virtude dos monlogos ai existentes, mas com uma referncia concreta de 4 dias que passaram aps a priso de Gomes Freire.Ao 1817 Invases francesas. Ausncia do rei, que se instalara no brasil. Congeminao da conspirao de 1817 e preparao da revoluo liberal. Poder militar na alada dos ingleses. Priso de Gomes Freire em S. Julio da Barra e execuo dos conjurados no Campo de SantAna.

Duas pocas em confronto

Sculo XIX o que se dizSculo XX o que se pretende dizer

A nvel Histrico-Poltico

Invases francesas Crise politica

Instabilidade causada pela fuga do rei D. Joo IV Implantao da ditadura militar (1926)

Governao absolutista atravs do Conselho de Regncia Instaurao da ditadura salazarista (1933)

A nvel social

Condioes degradantes (pobreza, misria) Situao de pobreza e de analfabetismo

Insatisfao popular Manifestaes antirregime

Conspirao abafadas Eleies fraudulentas

Ambiente de medo e de represso Clima de medo e de represso

Perseguio e execues Censura, perseguio, exlio

Falta de conscincia politica Propaganda politica pr-regime

Estratificao social vincada Trilogia Deus, ptria, Famlia

Supremacia da Igreja Domnio do catolicismo

A nvel das personagens / individualidades

Opressoras

Miguel Pereira Forjaz Salazar

Beresford PIDE polcia poltica

Principal Sousa Igreja e cardeal Cerejeira

Oprimidas / descontentes

Gomes Freire de Andrade Humberto Delgado

Frei Diogo Membros progressistas da Igreja

Povo / populares Povo

Sousa Falco Amigos, menos corajosos, dos contestatrios

Matilde Mulheres dos presos polticos

Denunciantes

Vicente Vizinhos informadores

Andrade Corvo Amigos e cobardes

Morais Sarmento Gente annima

Objetivos pretendidos pelos governantes

Manuteno do poder Apologia dos valores tradicionais

Passividade e acalmia social Defesa de uma sociedade ideia

Aceitao das circunstncias e da realidade imposta Imposio de um regime poltico ditatorial

Controlo absoluto Estabilidade poltica e financeira e financeira pelo controlo poltico e pelo isolamento