Ferreira et al_2015_Marcadores antropométricos, bioquímicos e minerais em atletas de futebol...
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Marcadores antropométricos, bioquímicos e minerais em atletas
de futebol
Joel Saraiva Ferreira1, Petr Melnikov1, Ana Cristina Gomes de Lima2, Tatiana
Soares3, Pablo Teixeira Salomão3*
1Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande/Brasil;2Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande-Mato Grosso do Sul;3Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul- Campus
Aquidauana, Brasil;
*Correspondence: Pablo Teixiera Salomão, Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Mato Grosso do Sul-IFMS, Aquidauana, Mato Grosso do Sul, Rua Cinco
s/n, Vila Ycaraí, CEP 79200-000, Brasil. [email protected].
RESUMO
Exercícios de resistência executados de forma prolongada podem alterar processos
fisiológicos normais. O futebol é um exemplo de exercício de resistência por sua
dinamicidade e intermitência, envolvendo atividades anaeróbicas e aeróbicas de alta
intensidade. Desse modo, o atleta de futebol pode sofrer alterações no seu perfil
específico de normalidade, que podem incluir modificações antropométricas,
bioquímicas e minerais. O objetivo desse trabalho é qualificar e quantificar as alterações
nos parâmetros antropométricos, bioquímicos e minerais em atletas que praticam
atividades periódicas e sistematizadas de futebol. Como resultado, foram observadas
discretas diferenças para o colesterol HDL e triglicérides, quando comparados grupo
controle e atletas. Já em relação aos perfis minerais o estudo encontrou diferenças
significativas para o mineral magnésio e fósforo. Conclui-se que os indicadores
supracitados apesar de estarem dentro dos parâmetros de normalidade, podem fornecer
alguns indícios sobre o índice de agressão provocada pelas cargas de treino e
competição bem como de eventuais desequilíbrios minerais.
Palavras-chave: Marcadores antropométricos, bioquímicos, minerais, futebol.
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INTRODUÇÃO
Exercícios de resistência executados de forma prolongada podem alterar
processos fisiológicos normais, incluindo a indução de lesão muscular grave (Gonzáles-
Alonso & Calbet, 2003; Hoffman et al., 2013; Kupchak et al., 2013; Millet et al.,
2011), e, desequilíbrio nos níveis de fluidos e eletrólitos (Kupchak et al., 2014; Siegel et
al., 2008). O futebol é um exemplo de exercício de resistência por sua dinamicidade e
intermitência, envolvendo atividades anaeróbicas e aeróbicas de alta intensidade
(Miranda, 2008). Desse modo, o atleta de futebol pode sofrer alterações no seu perfil
específico de normalidade, que podem incluir modificações antropométricas,
bioquímicas e minerais (American College os Sports Medicine – ACSM, 2009; Nielsen
et al., 2003).
De modo geral, as alterações mais significativas impostas ao organismo durante
a realização de exercícios físicos se concentram nas modificações bioquímicas,
relacionadas ao aumento da demanda energética por parte dos músculos envolvidos, os
quais requerem maior suprimento tecidual de oxigênio e de nutrientes, podendo
repercutir nos parâmetros relacionados às condições atléticas e à saúde (Coswig et al.,
2013; Haskell & Kiernan, 2000).
A obtenção do desempenho de alto nível se relaciona intimamente com a forma
e funções corporais que podem ser abordadas a partir de métodos não invasivos que
proporcionam parâmetros quanto ao nível de aptidão física dos atletas (Coswig et al.,
2013; Franchini et al., 2011). Por outro lado, análises de parâmetros sanguíneos
fornecem dados bioquímicos e hematológicos dos atletas, que refletem informações
desde a assimilação do programa de treinamento à saúde geral dos atletas, que
possibilitam melhor entendimento de como o organismo está se adaptando à prática
esportiva (Paiva, 2010). Já que, a composição do plasma expressa de modo fidedigno o
estado metabólico dos tecidos, de forma a avaliar possíveis lesões, desequilíbrios
metabólicos específicos ou de origem nutricional (González & Scheffer, 2003).
Os minerais são essenciais para a vida e suportam uma série de reações
bioquímicas intensificadas com o exercício físico. Dentre os minerais ganham especial
atenção o magnésio, cálcio e fósforo por desempenharem funções metabólicas, como a
produção de energia, manutenção da saúde óssea, proteção contra oxidação celular e
controle do metabolismo celular (ACSM, 2009). As necessidades nutricionais destes
minerais podem estar aumentadas em atletas devido ao aumento da deperdição
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provocada pela sudação excessiva promovida pelo exercício físico exaustivo e/ou pela
frequente exposição a condições adversas do envolvimento (Miranda, 2008).
Nesse sentido, objetivou-se qualificar e quantificar as alterações nos parâmetros
antropométricos, bioquímicos e minerais em atletas que praticam atividades periódicas e
sistematizadas de futebol. O estudo destes indicadores pode fornecer alguns indícios
sobre o índice de agressão provocada pelas cargas de treino e competição bem como de
eventuais desequilíbrios minerais que podem se desenvolver ao longo da época
desportiva de futebol que chega a ser superior a dez meses ininterruptos de atividade.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo do tipo analítico observacional transversal, com
abordagem quantitativa (Hochman et al., 2005). Foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(CEP/UFMS) (protocolo nº 1168) (Ministério da Saúde, 1996).
Para a coleta dos dados, todos os sujeitos receberam informação sobre os
propósitos e procedimentos da pesquisa, assim como possíveis benefícios e transtornos
causados pela mesma, momento anterior à entrega do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE para assinatura.
Participaram 100 indivíduos voluntários do sexo masculino com faixa etária
entre 18 e 35 anos (faixa adulta) e foram alocados em dois grupos:
(i) Grupo Atletas (ATL); formado por 60 atletas jogadores de futebol de três, dos
quatro clubes sediados no município de Campo Grande, que regularmente
disputam o campeonato estadual de Mato Grosso do Sul. São atletas cujo
treinamento desportivo tem a periodicidade mínima de cinco vezes por semana
e pelo menos 60 minutos de duração cada sessão, além de não terem reportado
interrupção dos exercícios num período maior que sete dias consecutivos nos
últimos três meses.
(ii) Grupo Controle (CON); formado por 40 estudantes universitários do curso de
Educação Física do Instituto de Ensino Superior da Fundação Lowtons de
Educação e Cultura - FUNLEC, todos os voluntários foram classificados como
“sedentários” (menos de 150 min por semana de atividades físicas moderadas
e/ou vigorosas), segundo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ
– versão curta) (Booth & Lees, 2006).
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Todos os envolvidos foram avaliados individualmente em relação aos
parâmetros da pesquisa com profissional da área específica. Inicialmente, foi aplicada a
anamnese, a qual registrou as características demográficas (idade, tempo de prática,
estatura e massa corporal, percentual de gordura), e, juntamente com a coleta sanguínea,
foi aplicado o IPAQ, com o objetivo de quantificar o nível de atividade física dos
mesmos.
Avaliações bioquímicas e minerais
Para as avaliações bioquímicas os participantes seguiram as recomendações da
IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose devido à análise
do perfil lipídico (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2007).
Todas as coletas foram realizadas no mesmo dia, por profissional formado em
Farmácia e Bioquímica, com experiência de três anos nos procedimentos e que
dominava as técnicas relacionadas à punção e acondicionamento sanguíneo.
A partir de flebotomia venosa de membro superior dos sujeitos, foram coletados
10 ml de sangue (Booth & Lees, 2006; Degoutte et al., 2003; Kraemer et al., 2001;
Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2007; Umeda et al., 2008), pela manhã, entre as
09h e 12h, sendo as amostras imediatamente distribuídas em tubos à vácuo contendo os
aditivos conforme a finalidade da análise laboratorial da marca VACUETTE®,
obedecendo à ordem estabelecida pela CLSI (Clinical and Laboratory Standards
Institute) (Kiechle et al., 2010). Obteve-se soro e plasma por centrifugação a 3000
rpm/10mim, sendo descartadas todas as amostras com sinal de hemólise.
As determinações de Glicose, colesterol com suas frações, triglicérides, foram
realizadas a partir de sangue/EDTA-K3 por processo de automação (SYSMEX XS
1000i®). Já as dosagens de magnésio, cálcio e fósforo foram obtidas através de plasma
fluoretado (NaF).
Na análise dos resultados das dosagens de minerais utilizaram-se os parâmetros
propostos por Burtis et al. (2006), os quais incluem valores normativos (mínimo e
máximo) para a saúde humana em adultos.
Os dados apresentados de forma descritiva foram expostos em tabelas com valor
mínimo, valor máximo e intervalo de confiança de 95% para a média. Para a
comparação das médias do grupo CON e do grupo TRE, para uma mesma variável,
aplicou-se o teste t de Student. Na análise de correlação entre as variáveis utilizou-se o
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teste de correlação linear de Pearson (Minayo, 2004; Thomas & Nelson, 2002). Estas
análises foram realizadas de forma que todas as correlações possíveis fossem testadas.
O p-Valor adotado foi ≤ 0,05 em todas as análises e os dados foram processados
usando o programa estatístico BioEstat 5.0.
RESULTADOS
O grupo CON realizava apenas atividades físicas de forma esporádica, com
média semanal de 0,8 horas [IC 95%: 0,6; 1,0] e apresentou a média de 23,5 ± 3,7 anos
de idade [IC 95%: 18,0-35,0] (Tabela 1).
O grupo ATL tinha valores médios de carga horária de treinamento semanal de
24,7 horas [IC 95%: 22,3; 27,1], já para variável idade, o grupo apresentou média de
22,5 anos [IC 95%: 21,5; 23,5] (Tabela 1).
FALTOU FALAR DO IMC E GORDURA CORPORAL
Tabela 1. Medidas descritivas (médias ± Dp), valores mínimo e máximo da idade, tempo de
prática e medidas antropométricas de atletas de futebol de Campo Grande-MS.
Variável Atletas (n=60) Valores mínimos e
máximos
Idade (anos) 22,3±3,7 [18,0-35,0]
Tempo de prática (anos) 24,8±9,3 [22,3–27,1]
Peso corporal (kg) 70,6±7,2 [57,2–88,4]
Estatura (m) 1,8±0,1 [1,62–1,91]
IMC* (kg/m2) 22,9±1,9 [18,7–26,7]
Gordura corporal (%) 10,5±3,2 [6,2-20,6]
*IMC = índice de massa corporal.
Os valores médios de todas as variáveis bioquímicas analisadas no grupo ATL
são considerados adequados para a saúde humana de acordo com os valores de
referência dispostos na Tabela 2. Contudo, na glicose, colesterol total e colesterol HDL
há indivíduos que não se enquadraram em tais padrões, o que pode ser observado pelos
valores mínimos e máximos destas variáveis.
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Já os valores bioquímicos das mesmas variáveis no grupo CON, mostraram-se
alterados em todas as variáveis analisadas (Tabela 2). Dentre estas, o colesterol HDL
(35,0%) é o que teve maior percentual fora dos padrões considerados adequados à saúde
humana. Na sequência estão triglicérides (27,5%), colesterol total (10,0%), glicose
(7,5%) e colesterol LDL (2,5%).
Os valores médios dos minerais analisados no grupo ATL enquadram-se como
adequados à saúde de acordo com os valores de referência apresentados na Tabela 2.
Ocorrendo alterações apenas nos minerais magnésio e fósforo, com valores mínimos
abaixo dos padrões, e no cálcio, com valor máximo acima da referência. Esses
percentuais foram baixos em relação ao grupo, tanto no excedente de cálcio (1,7%),
quanto no déficit de magnésio (5,0%) e de fósforo (1,7%).
Já na dosagem de minerais do grupo CON apresentou alteração apenas na
variável fósforo, na qual os indivíduos foram classificados como deficitários. Contudo,
essa alteração representou um elevado percentual (77,5%) em relação ao grupo todo.
Tabela 2. Dados bioquímicos e minerais em atletas de futebol, comparados com grupo
controle.
Variável Valores de
referência*
Atletas
(n=60)
Controle
(n=40)
p-Valor
Bioquímica (ml/dl)
Glicose <110 85,6±7,6 87,5±7,8 NS
Colesterol total <200 152,6±26,8 165,9±113,
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Colesterol HDL >60 50,6±7,6 41,9±39,1 < 0,0001
Colesterol LDL <100 86,4±24,6 99,2±33,6 0,0196
Triglicérides <150 77,0±55,6 118,1±7,7 < 0,0001
Minerais (ml/dl)
Magnésio 1,7-2,6 1,9±0,2 2,1±0,2 < 0,0001
Cálcio 8,6-10,2 9,4±0,4 9,4±0,3 NS
Fósforo 2,5-4,8 3,5±0,6 2,3±0,5 < 0,0001
NS: valor de p não significativo (p>0,05).
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* (Burtis et al., 2006)
DISCUSSÃO
O exercício físico bem como o treinamento podem causar diversas modificações
hematológicas em resposta ao estresse provocado pelas atividades e alterações no estado
nutricional, logo é possível avaliar alterações no perfil metabólico, decorrentes da
diferença no transporte de gases, déficits nutricionais e surgimento de diversas infecções
(Monteiro et al., 2006). Esforços físicos prolongados e de forma intensa podem
ocasionar alterações do ponto de vista bioquímico, sendo importante o monitoramento,
a fim de evitar danos à saúde (Jäger et al., 2007; Jones & Ledford, 2012; Kupchak et
al., 2013; Kupchak et al., 2014; Vigne et al., 2010).
A Tabela 2 demonstra a glicose plasmática, triglicerídeos e colesterol dentro dos
níveis recomendados para os dois grupos não tendo diferenças significativas
corroborando com os achados de Oliveira et al. (2010) e Degoutte et al. (2004).
No metabolismo da glicose, o que difere atletas das pessoas sedentárias é a
quantidade desse nutriente usada na formação de moléculas de alta energia; infere-se
que o nível de experiência, a longo prazo, não influencie nas concentrações de glicose,
triglicerídeos, colesterol, corroborando com outros estudos como de Oliveira et al.
(2010) e Degoutte et al. (2003). EU AINDA ACHO SEM SENTIDO ESSE
PARÁGRAFO! EM ESPECIAL A ÚLTIMA FRASE, A EXPERIÊNCIA ESTÁ
LIGADA À CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE , TG E COLESTEROL??!
Na dosagem de minerais (Tabela 2), o magnésio e o fósforo diferiram
estatisticamente entre os grupos analisados, sendo o primeiro íon com média mais
elevada no grupo CON e o segundo com maior média no grupo de ATL.
Alterações nas concentrações séricas de minerais podem ser decorrentes da
prática de esforços físicos, conforme demonstrado por Meludu et al.(2002) , onde foram
avaliados indivíduos que realizaram exercícios anaeróbios e identificaram alterações na
concentração de potássio, zinco, magnésio e cálcio, sendo que as principais
modificações na concentração sérica desses eletrólitos foram notadas pelos
pesquisadores nas mensurações realizadas no período logo após o término dos
exercícios.
Importante ressaltar que o magnésio participa de processos bioquímicos do
metabolismo celular de rotina, como a condução neural e formação dos dentes, mas
também tem papel primordial em ações que estão diretamente ligadas a contração
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muscular e, consequentemente, ao exercício físico, como os processos catabólicos dos
macronutrientes e a síntese protéica (Meludu et al., 2002).
O exercício estimula a ação de osteoblastos na epífise óssea, que induz a uma
maior captação de magnésio para fortalecimento ósseo mediante a formação de
hidroxiapatita juntamente com cálcio e fósforo, corroborando os resultados encontrados
no presente estudo e que coincidem com os encontrados por McArdle et al. (2006),
Watt et al. (2002), e, Webster et al., (2002).
Atletas com déficit em magnésio representam potenciais complicações
metabólicas relacionadas aos momentos de catabolismo e anabolismo celular, uma vez
que o elemento interage com macronutrientes em processos aeróbios e anaeróbios de
contração muscular, acarretando redução do desempenho esportivo e afetando
diretamente o sistema imunológico (Alexander et al., 2008; McArdle et al., 2006). Uma
dessas possíveis complicações está relacionada à regulação glicêmica, tendo em vista
que o magnésio tem envolvimento com a secreção de insulina. Neste caso, pode haver
uma utilização inadequada da glicose plasmática, predispondo o indivíduo a
desenvolver resistência à insulina e, em casos mais graves, levar a um quadro de
diabetes (ACSM, 2009).
Conforme já apresentado, o fósforo, no grupo ATL, teve média superior aos
indivíduos do grupo CON. De acordo com Whitney e Sizer (2006), esta boa condição
homeostática de fósforo, especificamente no grupo ATL, pode estar relacionada a
influência sofrida por este mineral de outros elementos biológicos, como a insulina e o
glucagon. Seguindo este raciocínio, é possível inferir que a maior demanda de
produção de moléculas de adenosina trifosfato e de creatina fosfato, por parte de atletas,
não representa necessariamente uma condição de risco de deficiência de fósforo, pois a
regulação biológica do íon supre tais demandas (Whitney & Sizer, 2006).
Vale ressaltar que o fósforo é componente essencial na formação óssea, do
mediador intracelular monofosfato de adenosina (AMP) cíclico e dos compostos
intramusculares de alta energia. Durante a atividade física tem-se uma diminuição de
fosfato plasmático, pela regeneração de ATP e intermediários de alta energia. A
participação do fósforo no fortalecimento ósseo, na medida em que a força mecânica
proporcionada pelo exercício estimula a atividade osteoblástica.
O estresse mecânico provocado pelo exercício diminui as concentrações séricas
de fósforo para maior formação ou regeneração óssea dentro da matriz óssea,
principalmente em atividades que tenham maior tração óssea (Whitney & Sizer, 2006).
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No entanto, a análise dos dados apresentados na Tabela 2 difere da literatura encontrada
sobre o metabolismo do fósforo permitindo verificar que para este momento de
treinamento os atletas apresentam um excelente quadro de resposta da homeostasia do
fósforo após treinamento.
No presente estudo, os valores médios de cálcio foram idênticos nos dois grupos,
apesar de um deles realizar regularmente exercícios físicos. É possível, desta forma, que
a alteração na concentração de alguns minerais só ocorra de forma aguda, ou seja, logo
após a realização do esforço físico, sem que isso se torne uma condição permanente no
organismo do desportista, conforme descrito no estudo de Meludu et al. (2002).
Além disso, o eficiente sistema de controle da homeostase do cálcio também
pode explicar o fato de não haver diferença na quantidade desse elemento no presente
estudo, comparando atletas e grupo controle, fato este corroborado por Murray et al.
(2003).
Com isso, entende-se que a suplementação com tal elemento só é necessária se
houver carência diagnosticada clinicamente. Esta mesma consideração foi feita por
Steingrimsdottir et al. (2005) após desenvolverem um estudo com 944 indivíduos
adultos saudáveis na Islândia, no qual observou-se que o estado nutricional desse
mineral nos participantes era adequado, com raras alterações séricas.
CONCLUSÃO
A prática regular de exercícios físicos em atletas de futebol favorece a formação
de um perfil bioquímico diferente daquele de indivíduos sedentários, no entanto, não
repercute significativamente no seu metabolismo mineral.
REFERÊNCIAS
FALTA VERIFICAR A FORMATAÇÃO DAS REFERÊNCIAS (SE ESTÃO
PADRONIZADAS E SE TODAS FORAM CITADAS!)
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