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FESTA LITERÁRIA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO - RJ

E/SUBE/Gerência de Leitura e Audiovisual (GLA)

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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Marcelo Crivella

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Talma Romero Suane

SUBSECRETARIA DE ENSINO

Maria de Nazareth Machado de Barros Vasconcellos

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Gerência de Leitura e Audiovisual

Gerente

Heveny Mattos

Assistentes

Ana Claudia Lins

Valéria Preza

Equipe

Etany Cardoso

Fátima França

Janaina Nascimento

Luciane de Assis

Márcia Ibrahim

Márcia Romualdo

Martha Rocha

Rafael Monteiro

Rita Vaz

Nadia Ziade

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FESTA LITERÁRIA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO - RJ

– ORIENTAÇÕES –

Curadoria: Gerência de Leitura e Audiovisual – E/SUBE/GLA

A Gerência de Leitura e Audiovisual tem o prazer de apresentar a primeira edição da Festa Literária da Rede Municipal de Ensino – FLIRME/RJ, ação que tem por objetivo reunir estudantes, professores, demais membros da comunidade escolar e parceiros em torno da cultura do livro, da leitura e das diferentes linguagens, mobilizando as diferentes regiões da cidade por meio da maior rede pública da América Latina.

O mês de outubro é bastante significativo para os apaixonados pelos livros. Em 12/10 comemora-se o Dia Nacional da Leitura, instituído pela Lei 11.899/09, que concentra na mesma data a celebração da infância, em um feriado nacional. Em 28/10, como forma de homenagear a fundação da Biblioteca Nacional do Brasil, comemora-se o Dia Nacional do Livro.

Nossas Unidades Escolares e Bibliotecas mobilizam-se com inúmeras vivências do campo da literatura e de outras modalidades da arte, realizando mostras, lançamento de livros produzidos por estudantes, adaptações teatrais de obras literárias, saraus, cafés literários, entre outras atividades. Partindo dessa certeza é que a FLIRME/RJ envolverá todos os segmentos da nossa Rede, da Educação Infantil ao PEJA.

Em 2018, objetivando potencializar as práticas bem sucedidas e ampliar o trabalho em nossas unidades, nasce a Festa Literária da Rede Municipal de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro - 1ª edição, com o sincero desejo de fomento à leitura e a difusão de

diferentes linguagens para além dos muros das escolas e bibliotecas... para toda a cidade. As festas literárias (assim como as feiras de livros) são eventos representativos de fomento à leitura e se inscrevem no cenário cultural brasileiro – como, por exemplo, a FLIP, de Paraty-RJ, a FLIST, de Santa Teresa, Rio de Janeiro-RJ e a tradicionalíssima Feira do Livro de Porto Alegre-RS. A possibilidade de fazer uma ação como essa representa um marco na história da Secretaria Municipal de Educação.

Outro elemento que corrobora para o planejamento da ação são os resultados da última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2016), que apontam pouco mais da metade da população como o público leitor brasileiro. Formar leitores é, ainda, um desafio em nossa sociedade. O mesmo levantamento mostra, também, que mães e professores são quem mais influenciam o gosto pela leitura entre as idades de 5 a 13 anos (faixa etária do Ensino Fundamental, público principal da SME-RJ).

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Considerando a atuação da Gerência de Leitura e Audiovisual, da Secretaria Municipal de Educação, em políticas públicas de incentivo à leitura, formação de leitores e apropriação crítica das diferentes mídias e suas respectivas linguagens, no âmbito das Unidades Escolares, Centros de Referência e Bibliotecas Escolares Municipais-BEM, acreditamos que sistematizar essas iniciativas é fundamental para promover a formação humana, artística e cultural de nossos alunos e demais membros da comunidade escolar.

As festas literárias têm a tradição de homenagear personalidades de relevância no âmbito educacional, cultural e/ou artísticos. Em torno dele, giram homenagens, reflexões, rodas de conversa e outras atividades, que vão além da biografia do homenageado, podendo passar pelos temas de sua escritura, memórias dos lugares por que passou e outras reminiscências.

Em sua primeira edição, a FLIRME homenageará o escritor Manoel de Barros, mato-grossense que nos deixou em 2014. A principal marca de sua obra é a ressignificação da linguagem, que o fez elaborar, principalmente, poemas cuja construção sintática é marcadamente original, tal como Guimarães Rosa fez no ramo da prosa. Em relação a temáticas, o escritor tratou, principalmente, de questões cotidianas, memórias da infância e natureza, “cria” do Pantanal que era.

Manoel de Barros recebeu diversas premiações, entre elas dois Jabutis, o mais importante prêmio literário do Brasil. Suas principais obras são:

Arranjos para assobio (1982)

Compêndio para uso dos pássaros (1961)

Concerto a céu aberto para solos de ave (1991)

Face imóvel (1942)

Gramática expositiva do chão (1969)

Livro de pré-coisas (1985)

Matéria de poesia (1974)

O guardador de águas (1989)

O livro das ignorãças (1993)

Poemas concebidos sem pecado (1937)

Poemas Rupestres (2004)

Retrato do artista quando coisa (1998)

Tratado geral das grandezas do ínfimo (2001)

Sua produção para infanto-juvenil tem como principais representantes os livros:

Cantigas por um passarinho à toa (2003)

Crianceiras (2012)

Exercícios de ser criança (1999)

Memórias inventadas para crianças (2011)

O fazedor de amanhecer (2001)

Poeminha em Língua de brincar (2007)

Poeminhas Pescados numa Fala de João (2001)

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Sugerimos que as unidades estejam envolvidas com o encantamento do universo

literário de Manoel de Barros, porém a ampliação de repertório com outros nomes

da literatura, música, cinema e outras áreas que já foram trabalhadas em suas

propostas pedagógicas não só podem, mas devem estar presentes nas produções

realizadas e nas ações desenvolvidas.

Objetivo Geral

Promover a interlocução entre o livro, a leitura, mídias e as artes em toda a Rede Municipal de Ensino, mobilizando diferentes esferas da Rede Municipal e sociedade em geral, na construção de uma cultura de paz e fortalecimento de uma sociedade mais igualitária.

Objetivo Específicos

Promover a cultura do livro e da leitura em toda a Rede Municipal de Ensino,

mobilizando diferentes esferas – Unidades Escolares, Bibliotecas Escolares,

Coordenadorias Regionais de Educação, Nível Central e sociedade em geral.

Valorizar o livro, a leitura, os espaços leitores e, em especial – Salas de Leitura e Bibliotecas.

Formar leitores de diferentes faixas etárias, respeitando seus gostos e oferecendo oportunidades de ampliação de seu repertório cultural.

Democratizar o acesso ao livro, em mobilização de toda a comunidade escolar.

Difundir a produção literária local, valorizando assim os conhecimentos da comunidade.

Valorizar o trabalho de autoria de toda a Rede.

Incentivar a leitura frente ao contato com outras linguagens artísticas, potencializando essas capacidades.

Estimular a criação literária.

Promover uma cultura de paz.

Valorizar o protagonismo dos envolvidos.

Público-alvo

Estudantes, professores, bibliotecários, funcionários de apoio, responsáveis e outros membros da comunidade escolar de todos os segmentos de nossa Rede Municipal, incluindo Coordenadorias Regionais de Educação, Nível Central da SME-RJ e sociedade em geral.

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Profissionais envolvidos

Algumas ações da Festa Literária (regional e central) terão a participação de profissionais externos ao quadro da Secretaria Municipal de Educação, como escritores, ilustradores e outros envolvidos com a cultura do livro, da leitura e das artes.

Período de realização

De 16 de outubro a 08 de novembro de 2018.

Desenvolvimento das ações

LOCAL – As ações serão realizadas em cada Unidade Escolar, Centro de Referência ou Biblioteca, com a participação dos integrantes da comunidade escolar e/ou convidados. Os professores de Sala de Leitura e Bibliotecários orientarão o planejamento e a dinâmica de realização dessas ações, que devem ser construídas de forma coletiva. Deseja-se que sejam envolvidos os diferentes segmentos da comunidade escolar e seus parceiros. (caso a Unidade não tenha professor de Sala de Leitura, outro profissional engajado na proposta, como Coordenador Pedagógico, Professor Articulador, Diretor poderá estar orientando o desenvolvimento da ação)

REGIONAL – Realizada pelas Coordenadorias Regionais de Educação (CRE), tendo o planejamento construído coletivamente - Gerência de Educação e Salas de Leitura Polo de suas respectivas regionais, contando com parceria da E/SUBE/GLA. O encontro contará com a presença de escritor, ilustrador ou especialista em literatura infantil e juvenil, garantido pelo planejamento da GLA. Sugere-se promover lançamento de livros de profissionais e estudantes, apresentar um contador de histórias ou outro performer (do quadro profissional das unidades daquela abrangência), apresentações musicais ou suas modalidades (poesia, escrita para crianças, memórias infantis, entre outros)

CENTRAL – Realizada pela E/SUBE/GLA, voltada para toda a Rede. Será um encontro de encerramento, a se realizar em 08 de novembro de 2018, no Auditório do Arquivo Nacional, com a presença de autores relevantes para o cenário literário.

Sabendo que muitas Unidades já estão com seus planejamentos em andamento e até mesmo já

realizaram suas Festas Literárias ou ações com essa dimensão, ressaltamos que as instituições de

ensino poderão utilizar o período para a realização de ações exitosas, ressignificando-as ou para

realizar atividades que não foram contempladas. O importante é que estejamos engajados em um

movimento maior de práticas efetivas que a nos possibilitará.

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Para o desenvolvimento das ações que podem ser mediadas por professores, bibliotecários, demais profissionais da U.E., responsáveis e parceiros.

1. Café ou piquenique literário

As turmas podem ser convidadas a fazer uma pausa nas atividades tradicionais da escola para participar de um momento em que, à mesa, compartilharão sabores e saberes, com leitura de poemas, narrativa de histórias, apresentações musicais dos alunos. As unidades que contam com espaço externo podem realizar as atividades ao ar livre, aproveitando os elementos naturais como paisagem.

2. Campanha de arrecadação de livros feita na escola e/ou na comunidade

Pode-se fazer entre alunos e profissionais da escola (e outros membros da comunidade em que a unidade se insere) uma campanha de arrecadação de livros, para formar o acervo da própria escolar, caso seja insuficiente ou doar a alguma biblioteca comunitária. A página do site Bibliotecas do Brasil apresenta um tutorial para criar uma “biblioteca livre”:

http://www.bibliotecasdobrasil.com/2013/09/tutorial-de-como-montar-uma-biblioteca.html

3. Contação de histórias (feita por professores, alunos e outros convidados)

A contação de histórias nas escolas é a atividade mais recorrente quando se fala em projetos de incentivo à leitura. Para fazê-la, muitas pessoas pensam que é necessário usar sempre técnicas muito elaboradas, mas isso não é uma regra. Etapas importantes quando se planeja essa ação são conhecer bem a obra que se pretende contar, escolher uma história interessante e que agrade aos alunos, explorar elementos verbais e não-verbais do livro, entre outros. Vale conferir o que diz sobre isso o verbete do dicionário do Ceale, órgão da UFMG que trata de alfabetização, leitura e escrita: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/contacao-de-historias. Vale compartilhar as sugestões entre todos os profissionais envolvidos, a fim de sugerir acervos para escolha da obra que será contada.

É importante estimular o protagonismo dos alunos realizando ações: como contar as histórias para a turma. Os alunos do 5º ano, por exemplo, podem se apresentar na Educação Infantil. Pode-se convidar também voluntários, como funcionários de apoio da escola e responsáveis. Valorizar os diferentes segmentos da unidade escolar ou biblioteca é, também, uma importante maneira de mobilização.

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Livros teóricos sobre o assunto:

A arte de cantar e contar histórias, de Bia Bedran

Contar histórias: uma arte sem idade, de Betty Coelho

O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov, de Walter Benjamin (Excerto de Obras escolhidas: Magia e técnica, arte e política, do mesmo autor; disponível em https://pglel.files.wordpress.com/2016/01/o-narrador.pdf.)

4. Dramatizações

As dramatizações são uma ótima oportunidade de mobilizar alunos e professores em torno de um texto teatral, que pode ser criado e encenado por eles. A divisão de tarefas pode considerar as funções de ator, diretor, cenógrafo, coreógrafo, contrarregra, sonoplasta. Na impossibilidade de fazer-se a peça teatral, pode-se optar por esquetes ou leitura dramatizada. Sugerimos a leitura do relato de uma professora no texto “Atividades prosódicas: a leitura dramatizada”, disponível em:

https://instrumento.ufjf.emnuvens.com.br/revistainstrumento/article/download/1186/964

5. Encontro com escritor e/ou ilustrador e palestras sobre leitura

Muitos escritores gostam de participar de encontros promovidos nas escolas. Alguns deles mantêm atualizados seus perfis nas principais redes sociais, correspondendo-se frequentemente com leitores. Que tal tentar o contato de um deles e promover um encontro com seus alunos? Nessa incursão pelo “mundo dos escritores”, você pode até descobrir, dentro da própria comunidade onde a escola se insere, algum escritor amador, a quem possa convidar a estar na sua escola. Na impossibilidade de uma visita real, quem sabe uma conferência on line? Ou o escritor gravar um depoimento em vídeo ou áudio e mandar para os alunos?

Além dos profissionais que trabalham diretamente na elaboração de livros, há outros que se envolvem mais diretamente com a divulgação desse trabalho ou se especializando teoricamente sobre o assunto – que podem ser professores ou pessoas da comunidade que trabalhem em projetos de leitura, como clube do livro, leitura ao ar livre e na organização de bibliotecas comunitárias. É importante incluir em uma atividade como essa os responsáveis pelos alunos e, no caso das bibliotecas escolares, estender o convite ao público externo, para popularizar informações sobre a cultura do livro para além do espaço escolar.

6. Exposição de livros

Muitas vezes a comunidade escolar não conhece o acervo da Sala de Leitura ou

Biblioteca como gostaríamos. Uma exposição de livros do autor homenageado da

FLIRME ou temas afins, inclusive livros de imagem com paisagens brasileiras, que

Manoel de Barros tão bem retratou, pode ficar disponível no pátio da escola, no corredor

da escola ou outro lugar com boa visibilidade. É interessante caprichar na decoração do

ambiente, para ficar bastante atrativo aos visitantes.

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7. Exposição de livros feitos pelos alunos

Essa é uma ótima oportunidade de expor a toda comunidade escolar os trabalhos feitos com os alunos ao longo do ano. É interessante reunir uma coletânea de poemas ou contos feitos em diferentes atividades (inclusive nos projetos institucionais, como Poesia na Escola, Maratona Escolar, prova bimestral de produção escrita) em livretos. Podem-se fazer edições artesanais das obras, como os livros cartoneros. Leia um excelente tutorial em: https://malhafinacartonera.wordpress.com/2017/05/10/o-passo-a-passo-cartonero-da-malha-fina/.

8. Exposição de produções, livros e trabalhos feitos por profissionais da educação e/ou responsáveis

Oportunidade de expor a toda comunidade escolar trabalhos e autoria de professores e até mesmo de responsáveis.

9. Exposição de pinturas

Manoel de Barros, quando jovem, fez incursões no campo das artes plásticas. Há, inclusive, um trabalho acadêmico que relaciona a obra do poeta com pinturas surrealistas. O artigo, “René Magritte e Manoel de Barros: intersecções entre pintura e poesia”, vale a leitura (http://websensors.net.br/seer/index.php/guavira/article/download/49/35) e inspira a criação de pinturas, com tinta ou lápis de cor, sobre temas do autor.

10. Maratona de Leitura

A escola ou biblioteca pode organizar uma sessão de leitura ininterrupta, como são as maratonas esportivas, em que um circuito deve ser completado sem interrupção pelos atletas. No caso das unidades escolares, pode-se estabelecer um horário específico, cujo início deve ser marcado por um sinal especial, como um apitaço, por exemplo. Assim, todos os segmentos podem se mobilizar em torno da ação: nas salas de aulas, quadra, Sala de Leitura, Secretaria, cozinha. É importante selecionar previamente os materiais que comporão a sessão de leitura e oferecê-los aos participantes, bem como combinar a sessão: professor lê para os alunos, alunos leem para a turma toda, leitura compartilhada, entre várias modalidades.

11. Oficinas de leitura e escrita

Quando se fala em festa literária, não se deve esquecer de que é importante propor atividades em que os participantes tenham possibilidade de desenvolver ação autoral, ou seja, criando suas próprias histórias. A produção de textos é uma habilidade que deve ser desenvolvida fundamentalmente na escola, pois é uma das competências do ensino fundamental e, como tal, precisa envolver planejamento. A escrita não é obra apenas daqueles que têm habilidades surgidas espontaneamente; é algo que precisa ser motivado, planejado, executado, reelaborado e compartilhado.

Uma oficina de leitura e escrita deve envolver boa seleção de textos, para ampliar o repertório dos participantes, leitura em voz alta e roda de discussão dos textos, para então passar-se à escrita. Não há fórmula a seguir, mas algumas orientações que podem

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ser consideradas. Dependendo do público com que se deseja realizar a atividade, uma ação pode ser mais enfatizada que a outra. Não há, necessidade de se atrelar obrigatoriamente leitura e escrita. A dinâmica será de acordo com os objetivos traçados.

12. Poesia falada (poetry slam) ou Batalha de Poesia

As apresentações de poesia falada ou poetry slam têm se popularizado no cenário literário brasileiro, sobretudo nos meios menos canônicos. Esse movimento tem se tornado frequente nas periferias paulistas e já ganha adeptos em terras cariocas. A matéria do jornal O Dia é bastante interessante e fala das origens das batalhas poéticas (https://odia.ig.com.br/_conteudo/rio-de-janeiro/2017-07-30/batalha-de-poesia-invade-o-rio.html) e o artigo do portal Escrevendo o Futuro fala dessa forma de representatividade (https://www.escrevendoofuturo.org.br/blog/literatura-em-movimento/slam-das-minas/).

Essa é mais uma oportunidade de desenvolver entre os jovens projetos de autoria, para que eles se mobilizem para além da escola. O canal do YouTube “Grito Filmes” apresenta vídeos curtos com apresentações de vários slammers, como são chamados os declamadores das batalhas. (Os vídeos são mais adequados para alunos que estão finalizando o Ensino Fundamental ou cursando a EJA.) É interessante conferir e depois planejar sua apresentação, que pode ser baseada em leitura de poemas conhecidos ou feitos pelo declamador.

13. Saraus

Os saraus são eventos comuns em festas/ feiras literárias. Basicamente consistem em declamações de poemas e outros textos, de autoria ou relacionados ao homenageado do evento. Podem ser incluídas as produções enviadas para o projeto Poesia na Escola (que se encontra em fase de seleção final no Nível Central), textos escolhidos pelos alunos e também apresentações musicais, com clássicos ou música instrumental. A seleção das apresentações deve ser fruto de diálogo com os diferentes pares da escola. Vale aproveitar a oportunidade para incluir outras artes, como música e dança.

14. Sessão cineclubista

Algumas escolas da rede fazem parte do projeto Cineclube nas Escolas, que conta com acervo e equipamentos específicos. A lista com o acervo filmográfico está disponível em https://goo.gl/ws5GHw. Mesmo que sua escola não faça parte do projeto, nada impede a realização de atividades relacionadas. Para isso, vale consultar o acervo da Sala de Leitura Polo a que sua escola ou biblioteca esteja relacionada e conhecer melhor os títulos, para organizar as sessões cineclubistas. Outra sugestão é acessar a página Curta na Escola http://www.curtanaescola.org.br, que contém vários filmes e sugestões de mediação das sessões.

Uma festa literária pode contemplar uma ou mais sessões cineclubistas. Sugerimos os títulos seguintes, inspirados na obra do homenageado da FLIRME/RJ, Manoel de Barros.

a) Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo – Poemas de Manoel de Barros. Desenho animado de Evandro Salles, com 9min. Indicação: Livre. Disponível em: https://vimeo.com/125008850.

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b) Só dez por cento é mentira. Documentário longa-metragem, de Pedro Cezar, com 1h21min. Disponível no acervo do projeto Cineclube nas Escolas. Indicação: Jovens e adultos. Disponível em: https://vimeo.com/135255657. O site oficial do filme contém outras informações: http://www.sodez.com.br/o_filme.htm.

c) Crianceiras. Animações dos poemas de Manoel de Barros, com música composta por Márcio de Camillo e ilustrações de Martha Barros, filha do poeta, no Projeto Crianceiras. Os filmes têm entre 2 e 3min e podem ser vistos na página http://www.crianceiras.com.br/manoel-de-barros/videos ou no canal do projeto no YouTube, https://www.youtube.com/user/Crianceiras/videos. Destacamos as animações dos poemas “Sabastião”, “Sombra boa”, “Bernardo” e “Se achante”.

15. Sussurros poéticos e Invasão poética

Um tubo de pvc de diâmetro largo ou um cone de papelão podem se tornar um veículo para declamação. É o que chamamos de “sussurro poético”. Outra atividade que envolve poesia (já que a produção literária do homenageado da FLIRME é, em essência, poesia) é a “invasão poética”. Escolhe-se um grupo, que pode mesclar professores, bibliotecários, estudantes e outros, que vão “invadir” os espaços da escola ou biblioteca (se for possível, até mesmo externamente) com uma apresentação poética. Os “invasores” podem usar instrumentos de percussão, fantasias, maquiagem ou outros adereços que aludam à atividade.

OBS. Clique nas imagens e acesse os links com as fontes.

16. Troca-troca de livros e gibis

Você pode marcar um dia específico para que estudantes, professores e outros profissionais participem do troca-troca de livros e gibis. É interessante reunir, em primeiro momento, uma quantidade mínima de exemplares para serem os “chamarizes” do público. Para fazer isso, pode-se recorrer a alguma doação feita à Sala de Leitura ou coletada na biblioteca mais próxima, além de aproveitar para “praticar o desapego de livros”. É importante divulgar bastante a ação, para que todos tenham tempo e oportunidade de participar. O site Bibliotecas do Brasil traz algumas dicas para organizar a atividade: http://www.bibliotecasdobrasil.com/2013/12/como-organizar-uma-feira-de-troca-de.html

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Alguns materiais interessantes para consulta

1. Notícia da Gazeta do Povo: “Para que serve uma festa literária?" https://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/literatura/para-que-serve-uma-festa-literaria-a0r8a2kp7n0tg2g1c9o5u7v5x

2. Matéria da Plataforma do Letramento: “Passear pelo universo literário”

http://www.plataformadoletramento.org.br/acervo-experimente/613/passear-pelo-universo-literario.html?pagina=1

3. Publicação da matéria “Feira Literária – Ensino Fundamental”, do portal Armazém de Ideias e Ações Comintárias: http://aiacom.org.br/index.php/2017/06/06/feira-literaria-ensino-fundamental/

Conteúdo multimídia sobre Manoel de Barros

App Crianceiras, disponível da PlayStore:

http://labedu.org.br/crianceiras-poemas-de-manuel-de-barros-para-criancas/

Matéria da Revista Nova Escola:

https://novaescola.org.br/conteudo/1314/manoel-de-barros-vida-e-versos-para-todas-as-idades

Seleção de poemas de Manoel de Barros:

https://www.revistaprosaversoearte.com/manoel-de-barros-poemas/

https://www.portalraizes.com/1inesqueciveis-poemas-de-manoel-de-barros/

http://blog.poemese.com/10-poemas-manoel-de-barros/

https://www.revistabula.com/2680-os-10-melhores-poemas-de-manoel-de-barros/

Principais festas literárias

1. FLICA, de Cachoeira-BA: https://flica.com.br/index.php 2. FLIP, de Paraty-RJ: http://flip.org.br/ 3. FLIPIRI, de Pirenópolis-GO: http://www.flipiri.com.br/ 4. FLIST, de Santa Teresa, no Rio de Janeiro: https://www.flist.org.br/

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Bibliografia

FAILLA, Zoara (org.). Retratos da leitura no Brasil 4. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.

http://prolivro.org.br/home/images/2016/RetratosDaLeitura2016_LIVRO_EM_PDF_FINAL_COM_CAPA.pdf ZANCHETTA, Sônia. Organização de feiras de livros. 3. ed. Porto Alegre: Câmara Rio-Grandense do Livro, 2010. http://www.camaradolivro.com.br/arquivos/290.pdf

Uma excelente para todos nós!

Abraços carinhosos.

Equipe GLA