FESTIVAL SILENCIO 2010

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JUNHO 2010 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.festivalsilencio.com

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Jornal da 2ª edição do Festival Silêncio||| Hilights: Saul Williams, Ursula Rucker, Alberto Manguel, Philipe Besson, Mathias Enard, Ghostpoet.....

Transcript of FESTIVAL SILENCIO 2010

  • JUNHO 2010 DISTRIBUIO GRATUITA

    www.festivalsilencio.com

  • 02|FESTIVAL SILNCIO!

    Marcel Duchamp

    DirecoSandra SilvaAlexandre Cortez Gonalo RiscadoDireco executiva Instituto Franco-PortugusClaire Dupuy Direco executiva Goethe-Institut PortugalSven Mensing Direco editorial Mafalda Lopes da CostaProduoFernanda Borba e Dbora MarquesContedosPatrcia Raimundo, Myriam Zaluar e Hugo TorresComunicaoPedro Azevedo, Afonso Cabral e Mrio T.M. SilvaDesignMackintxicoSpot TVRaquel CastroWebBuran StudioCrditos fotogrficosAntnio Pedro Ferreira, Carlos Ferreira, Daniel Mordzinski, Joo Silveira Ramos, Lois Gray, Lusa Ferreira, Matthieu Zazzo, Mundods, Nuno Leonel, Serge Deross e Radio F.R.E.I.

    Promotores101 Noites Criao de Produtos Culturaiswww.101noites.com

    CTL Cultural Trend Lisbonwww.musicboxlisboa.com

    Goethe-Institut PortugalDirector: Joachim Bernauer Organizador do Festival Silncio pelo GIP: Sven Mensing, Astrid Grabow Assistentes: Teresa Laranjeiro, Guilherme DutschkeAssistncia tcnica: Antnio Ribeiro, Joo Baslio. www.goethe.de/Portugal Instituto Franco-PortugusDirectora: Sophie Laszlo /Organizadora do Festival Silncio pelo IFP: Claire Dupuy /Equipa da mediateca IFP: Acidlia Brito, Fernando Martins /Direco tecnica delagada:Dominique Le Gu / Tcnico audiovisual: Jos Neves /Assessoria de Imprensa: Margarida A. Silva / Website: Anas Desbois / Chofer: Francisco Rebouco / Tcnicos de manuteno: Carlos Gorito, Manuel Pedreiro.www.ifp-lisboa.com

    Entidade gestoraCTL Cultural Trend Lisbon

    ImpressoGRAFEDISPORTImpresso e Artes Grficas S.A. Tiragem: 12.000 exemplaresDistribuio gratuita

    [email protected]

  • JUNHO 2010|03

    Atentos aos novssimos movimentos que cruzam a palavra com a msica, as artes cnicas ou o vdeo, imprimindo poesia uma nova dimenso, concebe-mos um festival literrio inovador que dinamiza um conjunto de equipamen-tos culturais da capital atravs de es-pectculos transdisciplinares de spo-ken word, poetry slam, conferncias, workshops, instalaes, lanamen-tos, film poetry e leituras encenadas. Criando um palco multidisciplinar, desafimos consagrados criadores nacionais e estrangeiros bem como talentos emergentes de diversas reas a apresentarem projectos que cruzem a palavra com as diferentes artes, es-pelhando assim a vitalidade dos novos movimentos em torno da palavra dita. Originalmente uma arte de ex-presso oral, a poesia integra hoje uma revoluo que ganha nova ex-presso artstica com os movimen-tos que recuperam a tradio da arte declamatria. Ao partilharem todos o mesmo credo a saber a palavra como base de uma arte performativa estes movimentos artsticos rei-teram a premissa original da literatura na sua forma mais pura e ancestral: contar histrias e transmiti-las para uma audincia. Assim, com o intuito de resgatar a poesia trazendo-a de novo para o quotidiano e cruz-la com outras artes, a organizao do festival elaborou um programa com diversos eixos paradigmticos que reflectem a multiplicidade de abordagens artsti-cas actuais.

    Assim sendo, de 16 a 26 de Junho, as novas criaes artsticas e novas tendncias urbanas em torno da pa-lavra dita vo ter um palco nico em Lisboa: o Festival Silncio! Depois de uma primeira edio em 2009, este ano, o Festival Silncio apresenta um programa ainda mais ambicioso que integra novas rubri-cas como as Conversas do Silncio, a mostra de filmes em torno da pala-vra em parceria com o Zebra (o fes-tival internacional de Poetry Film de Berlim) o Silncio Off (que ocupa espaos alternativos com iniciativas ldicas e de divulgao de novos pro-jectos transversais de msica, vdeo e poesia) e, por fim, a comprovar que a vertente didctica de um evento com estas caractersticas no foi esqueci-da, haver ainda lugar a workshops e master classes. Numa altura em que Lisboa se candidata a Capital Mundial do Livro da UNES-CO para 2013, os espaos do Music-box Lisboa, Instituto Franco-Portugus, Goethe-Institut Portugal, Teatro Maria Matos, Faculdade de Letras da Univer-sidade de Lisboa e Cinema Nimas iro acolher os inmeros msicos, actores, jornalistas, realizadores e escritores por-tugueses e estrangeiros que queremos que faam deste um evento internacion-al na rota dos grandes festivais literrios contemporneos. A palavra dita vai de novo invadir Lisboa!

    TODA A ACO EM WWW.FESTIVALSILENCIO.COM

  • 04|FESTIVAL SILNCIO!

    Entrevista

    Comeou a dar nas vistas nas noites de poetry slam em Manhattan, mas foi como protagonista do filme Slam que o norte-americano se afirmou como uma das maiores

    referncias internacionais de spoken word. Amante confesso da palavra e artista multifacetado, publicou vrios livros de poesia e dedica-se tambm msica, sem nunca esconder

    preocupaes sociais e polticas em nenhum dos seus trabalhos. Poemas to emblemticos como Not In Our Name: A Pledge To Resist ou Said The Shotgun To The Head so apenas exemplos da voz crtica que atravessa toda a sua obra:

    Saul Williams no tem papas na lngua.

  • JUNHO 2010|05

    Porque que comeou a participar nos concursos de poetry slam?

    Quando participei no primeiro poetry slam, fi-lo porque queria partilhar e ouvir outros poetas. Apesar de se tratar de um acontecimento competitivo, estava mais interessado na ideia de encontro, no facto de estarmos ali todos com uma nica fi-nalidade: a de partilhar poesia.

    Acha que o slam a melhor plataforma de divulgao para os poetas da nova gerao?

    Hoje em dia, acho que sim. Mas nem todos os poetas se sentem vontade para par-ticipar e competir, o que compreensvel. De facto, eu s comecei a participar em concursos de slam a partir de 1996. Antes e depois estava mais interessado em ses-ses de microfone aberto; formas menos competitivas de partilhar o meu trabalho. Mas acho que importante recordar que, apesar de se tratar de um evento competi-tivo, no se trata de um conceito novo: a ideia de partilhar publicamente o nosso trabalho to antiga quanto a prpria poesia. Apenas como exemplo, no tempo de Homero, no era popular, ou aceite, o partilhar da poesia publicamente mas, ainda assim, dado que grande parte da Grcia da altura era ileterada, as pessoas juntavam-se para o ouvir falar. E, mais tarde, juntaram-se para ouvir Borges. Poetry slam apenas uma nova desculpa para existir um encontro, para as pessoas se juntarem.

    Quando participou no filme Slam imaginava que seria to importante na afirmao do gnero e da sua prpria carreira?

    Para ser completamente sincero, devo confessar que tive essa noo. A energia que senti durante o processo de escrita e durante a minha actuao no fi lme fizeram-me sentir como uma espcie de Joana DArc, no sentido de estar a partici-par numa coisa que nos transcende e que maior do que ns prprios. Passei o tempo todo a rezar para permanecer o suficiente-mente aberto de forma a receber essa ener-gia positiva e para que esta flusse atravs de mim. O meu objectivo era o de inspirar o movimento e suscitar a capacidade das palavras para moldarem a nossa forma de vida; a vida, a realidade. Mas, claro, as palavras, tal como eu prprio, so simples navios portadores de energia e essa en-ergia que circula atravs delas e que, em conjunto com outras palavras, nos trans-forma em portadores do exequvel. Sem essa energia, as palavras so apenas con-chas vazias.

    Porque que, a certa altura, decidiu comear tambm a fazer msica?

    Quando escutamos atentamente a poesia, comeamos a ouvir a msica que ela contm. Comecei a fazer msica porque comecei a prestar ateno a essa musi-calidade da poesia. Muitos confundem slam com hip-hop. Para si quais so as principais diferen-as entre um e outro?

    O slam transformou-se num sinnimo moderno de poesia. O que eu gostaria de distinguir a diferena entre um rapper e

    um poeta. O hip-hop pode ser comparado a um confronto de gladiadores dos nos-sos dias. So muitos os rappers que se acham na necessidade de afirmar que so os maiores do mundo. O hip-hop algo de extremamente competitivo e, por causa disso, so muitos os que se afastam e que recusam ver a vulnerabilidade das suas msicas; cantam sobre o serem duros, isentos de corao. No querem ter senti-mentos, tudo porque acreditam serem es-tas as caractersticas da fora. Escolhem esconder as suas vulnerabilidades como um cavaleiro por detrs da armadura. O poeta, pelo contrrio, sabe que a sua fora est na sua vulnerabilidade. Ele tira a ar-madura e atreve-se a beijar a espada. Mas tambm h rappers que so poetas.

    Como foi trabalhar com os produtores Rick Rubin e Trent Reznor?

    Quando comecei a trabalhar com o Rick Rubin, apenas tinha escrito poemas, no tinha escrito canes. Ele deu-me o lbum Branco dos Beatles e disse-me Saul, s um grande escritor, isto es-crever canes, aprende a diferena. Disse-me que gravaramos quando eu tivesse 20 canes e, de alguma forma, desapareceu. Deixou-me a pensar sozinho. Eu fiquei muito intimidado: afinal, ele tinha trabalhado com todos os meus dolos da adolescncia. J trabalhar com o Trent foi como trabalhar com um amigo que tam-bm um mestre, um grande professor que tratas por tu.

    Porque que decidiu criar a persona-gem NiggyTardust para o ltimo dis-co?

    Niggy Tardust o meu avatar. Trata-se de um verdadeiro hbrido, um colectivo de energia e som, um gerador e um condu-tor. Acho que o criei para responder a uma splica. Ele representa uma espcie de simbolismo visual e auditivo que se quer como algo que transcende raa, gnero e todas as limitaes que se interpem entre a pureza do verdadeiro ser atravs da msica. Ele o bombista suicida que descobre que no necessrio morrer para provar o seu ponto de vista e que comea por isso mesmo a explorar a verdadeira arte e expresso da exploso.

    The Rise And Liberation Of NiggyTardust foi lanado primeiro on-line e s depois teve formato fsico. Quis romper com a tradicional lgica de dis-tribuio musical ligada a grandes edi-toras ou tambm teve outros motivos?

    Quis encontrar a melhor forma de chegar s pessoas a partir do som do lbum. No queria ter de ouvir as discusses dos executivos sobre se era hip-hop ou rock, ou intelectual, ou street... No me queria dividir. O lbum tinha um objectivo, o de ser uma nica coisa: um gerador. No tomei nenhuma deciso sobre o formato de difuso at o lbum estar completa-mente pronto. Encontrei-me com todas as editoras; ouvi o que tinham para dizer e senti tal como tenho vindo a sentir h muito tempo que eles ainda continuam a subestimar a inteligncia dos ouvintes. A maioria estava mais interessada em que eu desaparecesse Ento, preferi oferecer a minha msica.

    Faz parte do movimento afro-punk. Essa uma maneira de mostrar que os artistas afro-descendentes no tm necessariamente estar ligados ao hip-hop?

    Creio tratar-se apenas do comeo do mo-vimento alternativo negro na msica, uma espcie de incio do grunge e da msica alternativa nos anos 1990. Crescer em Nova Iorque nos anos 1980 e mostrar-se interessado na guitarra, era algo muito pouco cool. Estvamos todos muito mais interessados no beat. Mas todos esses samplings acabaram por nos despertar para as outras muitas e diferentes formas musicais e essas sementes esto agora a dar os seus rebentos. O afro-punk um exemplo disso mesmo mas tambm algo que existe h muito tempo, ainda a influncia de Sun-Ra, George Clinton, Fishbone, Bad Brains, Death, Betty Davis, Jimi Hendrix a libertao da imaginao urbana.

    Ao vivo tem uma imagem muito forte: pinturas faciais, adereos Porqu? A imagem tambm faz parte da perfor-mance?

    Encaro as minhas actuaes como um ritual. O traje e as pinturas faciais fun-cionam como smbolos da transformao que eu fao para a viagem; como vestir a pele do meu avatar. Mas s o fao quando acompanhado por msica. Com a poesia, sou simplesmente eu; eu em cru.

    Em 2008 a sua filha Saturn actuou con-sigo no Lollapalooza. Como surgiu a ideia? Conta fazer mais espectculos com ela?

    A minha filha Saturn tem actuado comigo desde pequena. Sai-lhe naturalmente E, desde que no falte escola, sempre bem-vinda a partilhar o palco comigo. Escrevo grande parte das minhas canes em casa ela ouve-as um milho de vezes e tem por hbito danar pela casa enquan-to eu as componho pelo que o palco a sua segunda casa.

    List Of Demands foi a banda sonora de um anncio da Nike, o que causou alguma polmica. Alguma vez se arrependeu de ter dado autorizao para que a marca utilizasse o tema?

    No me arrependo de todo. A minha msi-ca no vende produtos, pelo contrrio; contm ideias e energia que no podem nem ser compradas, nem ser vendidas. A N i k e u s o u a m i n h a m s i c a p a r a vender o seu produto lder para que exis-tisse um maior questionamento em rela-o ao seu envolvimento nos prprios produtos e na forma como so feitos. Fez tambm com que a minha msica che-gasse a todos aqueles para quem no era possvel fazer face a uma ideia atravs da msica. Tambm j publiquei trs livros atravs da MTV; pelo que, tecnicamente, h anos que me vendo.

    Costuma fazer workshops em escolas. Como tem corrido a experincia?

    O lado acadmico do meu trabalho ajuda-me a encontrar o equilbrio en-tre ideias e aces, teoria e prtica. Tenho ensinado em locais to dspares

    quanto as cidades satlite na frica do Sul ou universidades como Stanford mas, quase sempre, acabo por ser eu o aprendiz e no o mestre.

    Tem sido uma voz activa contra a guerra no Iraque e muitos dos seus poemas revelam uma forte conscin-cia poltica e social. Acredita que a palavra tem poder para mudar o mundo?

    Acredito que ao aprender a articular a mu-dana, aprendemos a ver qual o meio para criar essa mudana. Acredito que a arte tem um lugar muito especial na psique e no subconsciente da humanidade e que a paz pode ser dita de forma a atingir um expoente da prpria arte e do enten-dimento. No creio que possamos confiar apenas nas vozes dos polti-cos para inspirar a aco, acho que pre-cisamos de canes para cantar enquanto marchamos, e que precisamos de canes que nos faam querer marchar. E, quando tivermos marchado, vamos precisar de canes para celebrar e para fazer o amor. Quanto a mudar o mundo, as palavras apenas tem o poder da energia que nelas investimos.

    Saul Williams no Festival Silncio

    24 Junho, 18h Faculdade de Letras da UL Master class(Entrada Livre)

    24 Junho, 21h30Auditrio do IFP Conversas do Silncio! com Kalaf, Jos Lus Peixoto e Rui Miguel Abreu (Entrada Livre)

    25 Junho, 00h20 Espectculo/Slam MusicBox Lisboa (12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Entrevista de Patrcia Raimundo

    S.Kierkegaard

  • 06|FESTIVAL SILNCIO!

    17 Jun, 19h @ Instituto Franco-Portugus Errances Littraires sobre Atiq Rahimi (FRA)Lngua: francs - Entrada livre

    O crculo de leitores que rene habitualmente no IFP ir subir ao palco para uma conversa informal em torno do universo literrio deste escritor, poeta e cineasta afego residente em Paris. Atiq Rahimi venceu o Prmio Goncourt em 2008 com o livro Syngu sabour: pierre de patience. O filme que realizou baseado no seu livro Terre et cendres foi premiado em 2004 no Festival de Cannes.

    17 Jun, 21h @ Instituto Franco-Portugus Mathias Enard (FRA) e Pedro Tamen (PT)Moderador: Rui Lagartinho(PT)Lngua: francs - Entrada livre

    Do encontro entre um escritor e o seu tradutor dever nascer um dilogo sin-gular. O jovem romancista Mathias Enard viveu longos perodos no Mdio Oriente e professor de rabe em Barcelona. O poeta portugus Pedro Tamen distinguiu-se pela traduo de grandes clssicos como Em Busca do Tempo Per-dido, de Marcel Proust, e traduziu o romance de Enard, Zona.22 Jun, 21h @ Instituto Franco-Portugus Philippe Besson (FRA) e Stphane Audeguy (FRA) Moderador: Mafalda Lopes da Costa (PT)Lngua: francs - Entrada livre

    Dilogo de dois autores da novssima literatura francesa. Aos 43 anos, Philippe Besson tem j no curriculum mais de uma dezena de obras traduzidas em outros tantos pases, algumas delas adaptadas ao cinema. Stphane Audeguy profes-sor de Histria de Arte e de Histria do Cinema e autor do aclamado romance A Teoria das Nuvens. A moderao da jornalista e ex-directora da LER Mafalda Lopes da Costa.23 Jun, 21h @Instituto Franco-Portugus Alberto Manguel (ARG) e Francisco Jos Viegas (PT)Lngua: castelhano - Entrada livre

    Dois vultos das letras cruzam-se para mais uma conversa cujo rumo se prev... imprevisvel. Alberto Manguel possui uma vastssima obra, da fico ao ensaio, de que se destacam os incontornveis Dicionrio dos Lugares Imaginrios e Uma Histria da Leitura. Jornalista, escritor e editor, Francisco Jos Viegas director da revista LER.24 Jun, 21h30 @ Instituto Franco-Portugus Saul Williams(USA), Kalaf (PT), Jos Lus Peixoto (PT) Moderador: Rui Miguel Abreu (PT)Lngua: ingls - Entrada livre

    Quando um especialista em spoken word se encontra com um poeta-msico, um msico-poeta e um romancista apaixonado por msica inevitvel que a conversa gire em torno... da msica e da palavra. Tendo em conta os percursos dos artistas convidados, as misturas de influncias, as fuses entre estilos mu-sicais e os cruzamentos da poesia com a msica tambm podero fazer parte da ementa.25 Jun, 21h @ Instituto Franco-Portugus Franois Vallejo (FRA) / Jos Mrio Silva (PT)Lngua: francs - Entrada livre

    Jos Mrio Silva estudou biologia mas a sua vida gravita em torno da litera-tura e das artes. Jornalista e crtico literrio, ainda autor de poesia e tradutor. Franois Vallejo professor de literatura clssica e autor, entre outros, do livro Incndio no Chiado, em que narra na primeira pessoa a tragdia a que assistiu da janela do seu hotel, em 1988.

  • JUNHO 2010|07

    Considerado uma das mais re-centes e cosmopolitas tendncias da noite das grandes capitais, o poetry slam d primazia palavra e aos poetas e convoca todos aqueles que queiram exprimir e transmitir a sua arte atravs da palavra dita.Depois do sucesso do primeiro concurso, o Festival Silncio! voltou a lanar o repto a todos os poetas urbanos: o conceito simples, basta escolher um tema, trat-lo de forma crtica e espirituosa, adicio-nar algumas rimas e declam-lo de forma dramtica no espao de trs minutos no palco do Musicbox.JP Simes volta a ser o mestre-de--cerimnias numa noite que pro-mete ser divertida e emocionante.

    O jri ter a rdua tarefa de avaliar a prestao dos 8 participantes e de escolher o melhor dos salames, na traduo livre e improvisada do sempre inspirado JP Simes.

    No ano passado foi assim

    Do meio da multido que enche o Mu-sicbox, surge Biru que sobe, descon-trado, ao palco. JP Simes, o mestre--de-cerimnias da noite, procede contagem indecente ou degeneres-cente, conforme a inspirao. Depois do 3, 2, 1 arrastado, o relgio comea a correr: cada poeta s tem 3 minutos para mostrar o que vale o seu poema.Um dia acaba, outro comea / o Sol cumpriu a sua promessa / E mais

    uma vez / Para um novo dia me acor-dou. Biru segura no microfone com vontade e comea a atirar as pa-lavras com fora e confiana. Ges-ticula, faz silncio e recomea. No final, os aplausos so muitos, pblico e jri rendem-se performance e, ao fim de 3 poemas e de uma final renhida contra a poetisa brasileira Brisa Marques, est encontrado o vence-dor. No estava espera de ganhar, fiquei um pouco surpreso, porque achei que as minhas duas ltimas ac-tuaes no correram assim to bem.Mais ligado cultura hip-hop e ha-bituado a projectos com acompanha-mento musical, Biru voltou a olhar para as palavras de outra maneira ao participar no concurso: Voltei a

    Sbado, 26 Jun, 24hMusicbox Lisboa (8)

    escrever mais direccionado para a poesia e no para o rap, como usual-mente fao. Tinha-me desligado deste tipo de escrita, ento sinto-me mesmo bem por ter voltado, acho que me abriu horizontes para outras coisas.O primeiro poetry slam nacional comeou logo a dar frutos: alguns dos participantes foram ao Euro-pean Poetry Slam em Berlim e Biru chegou mesmo a representar Por-tugal no Festival Spoke n Word de Varsvia, o prmio-surpresa por ter ganho o concurso nacional.Entretanto as sinergias entre con-correntes comearam a acontecer: primeiro Silva o Sentinela, um dos finalistas, comeou a participar como convidado de Biru em algumas apre-sentaes ao vivo; depois Portugal via nascer a primeira banda de slam na-cional, os Social Smokers. Todos os meses eles sobem ao palco e lanam palavras como baforadas de fumo. H poesia, mas tambm cigarros, copos, beats e vdeo. J no h gaveta que prenda o que escrevem estes poetas.

    Biru, Jorge Vaz Nande e Silva o Sentinela no se conheciam at participarem no poetry slam do Festival Silncio, em 2009. Alex Cortez fez questo de os juntar e assim nasceram os Social Smokers. Ns na brincadeira at dizemos que esta a primeira boys band de poesia! E tal como numa boys band, todos os elementos tm as suas particularidades. Jorge at pode estar a brincar, mas no andar muito longe da verdade.Ao palco do MusicBox sobem, uma vez por ms, trs figuras distintas. Com o gorro a complementar o fato e a gra-vata, Biru desfia as histrias de Estrada da Vida. Discreto, Alex Cortez pontua as palavras com o baixo, Jos Len-castre acompanha ao saxofone e o vdeo de Joo Pedro Gomes d-lhes cor. Vrios sentidos e mais de duas vias/ na estrada da vida h engarrafamentos todos os dias, o slammer continua o poema sempre sem perder o ritmo, s vezes quase que canta. Depois, num fato claro e culos escuros a ocultar a timidez, Silva o Sentinela chega-se frente. Mo no bolso, mais comedido nos gestos mas nem por isso menos carismtico, acompanha Biru com os seus prprios jogos de palavras. Vaz Nande completa o trio e acrescenta-lhe nuances: Enquanto eles tm um lado musical forte, o meu passado tem muito mais a ver com recitais de poesia. Quando comecei no slam foi ainda com essa carga, que entretanto tenho vindo a perder. Talvez por isso a sua performance seja ligeiramente mais ao estilo dos tradicionais diseurs. Quando pe a boina e atira o cachecol para trs, Jorge faz denncia poltica, mas a intimidade que mais explora nos poemas que escreve e diz. Silva o Sentinela e Biru preferem pr no palco crnicas do dia-a-dia. A avaliar pelas sesses Open Mike que acontecem no final dos concertos, j h bastante gente a abrir a gaveta dos poemas num clube, enquanto bebe um copo. Sinal dos tempos? Jorge Vaz Nande acredita que sim. Em Portugal temos muito esta ideia de que a poesia tem de ser sempre uma coisa muito ntima, guardada dentro do cofre a sete chaves. Mas no tem que ser assim. A palavra pode ser tambm performativa e empolgar um pblico.

    Sexta-feira 18 Jun, 00h15 Musicbox (8) Espectculo/Spoken Word

    Poetry slam for children uma das novas rubricas que o Festival Silncio apresenta este ano. Biru vai conduzir um workshop de slam para os mais novos. O grupo de crianas vai trabalhar a inter-pretao de um texto previamente escolhido pelo slammer que vai ensinar aos pequenos poetas todos os truques e segredos para uma boa performance de poetry slam em palco. Ao final da tarde, as crianas apresentam os resultados no Jardim dos Sons do Goethe-Institut.

    Sbado 19 Jun, 15hGoethe-Institut PortugalEntrada Livre

    V.Kandinsky

  • 08|FESTIVAL SILNCIO!

    Quarta-feira, 16.06

    Goethe-Institut de Portugal

    Instituto Franco-Portugus

    MUSICBOX

    Quinta-feira, 17.06

    Sexta-feira, 18.06

    Sbado, 19.06

    campo mrtires da ptria,37

    avenida lus bvar,91

    rua nova do carvalho,24

    18h30Jardim dos Sons Gibberish - Manuela So Simo e Pedro Lopes (PT)Instalao ArteRdio / Projecto de Rdio ZeroGoethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

    21h30Beckett-Joyce (PT)por Graa Lobo, Virglio Castelo e Jorge Silva Melo - Produo Artistas UnidosEspectculo/LeituraInstituto Franco-Portugus (Entrada livre)

    18hMaster class com Muriel Bloch (FRA)StorytellingFaculdade de Letras da UL - Anfiteatro II (Entrada Livre)Lngua: ingls

    19hErrances Littraires Atiq Rahimi contra o silncio com Paula Mendes Coelho e Lus Pimenta Gonalves (PT)ConfernciaInstituto Franco-Portugus (Entrada Livre) Lngua: francs

    19hSilncio Off Construo ColectivaLargo dos Stephens (R. das flores) (Entrada Livre)

    21h30Conversas do Silncio! Mathias Enard (FRA) + Pedro Tamen (PT). Moderao: Rui LagartinhoConfernciaInstituto Franco-Portugus (Entrada Livre) Lngua: francs

    23hJP Simes (PT)Espectculo/Spoken wordMusicbox Lisboa (12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    24hUrsula Rucker (USA)Espectculo/Spoken wordMusicbox Lisboa(12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    18hJardim dos Sons- Apresentao do audiolivro Teatro de Jos Maria Vieira Mendes. Uma Parceria entre o Instituto Cames, Artistas Unidos e a MHIJ Editores.

    - Apresentao dos audiolivro Alice (lido por Mafalda Lopes da Costa) e Cntico dos Cnticos (lido por Mafalda Lopes da Costa e Filipe Vargas) da editora 101 Noites.Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

    19hPela Vida Afora & Pela Vida Agora por Catitu Tayassu (BRA)Conferncia/Mostra tradio oralInstituto Franco-Portugus (Entrada Livre)

    21hIl y a un monde ailleurs com Muriel Bloch (FRA), Catitu Tayasu (BRA) e Joo Motta (FRA/GIN)Espectculo/Teatro/MsicaInstituto Franco-Portugus (Entrada Livre)

    23h30Sebastian 23 (GER)Espectculo/SlamMusicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    00h15Social Smokers (PT) Alex Cortez, Biru, Silva o Senti-nela, Jos Lencastre, Vdeo Joo Pedro Gomes, Fotos de Joo Sil-veira Ramos + Convidados Espectculo/SlamMusicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    01h15 Open MikeEspectculo/SlamMusicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    15hPoetry Slam For ChildrenWorkshop/SlamGoethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

    17hSilncio offCampeonato de ScrabbleLargo de So Paulo (ao Cais do Sodr)(Entrada Livre)

    20hNoite de Poesia Apresentao dos projectos Rilke e Hesse com Angelica Fleer & Richard Schonherz (GER)Goethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

    21hLidal com Barbara Carlotti (FRA)Espectculo/msicaInstituto Franco-Portugus (5)

    23hPosie et Lingerie (PT) com Ins Jacques, Cludia Efe, Carla Bolito, Vdeo por Edgar Alberto, Msica de Alexandre Cortez Espectculo/Spoken wordMusicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    23h40Ami Karim (FRA)Espectculo/SlamMusicbox Lisboa(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    00h30O Maquinista (PT)Espectculo/ Spoken wordMusicbox Lisboa(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    OUTROS LOCAIS

  • JUNHO 2010|09

    Segunda-feira, 21.06

    24hPoetry SlamMusicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    22h.Manuel Mota + David Maranha (PT)+ Richard Youngs (GRD)Espectculo/msicaTeatro Maria Matos Av. Frei Miguel Contreiras, 52(12; menores de 30 anos 5)

    Tera-feira, 22.06

    23hPoesia Concreta (PT) com Jos Wallenstein, Paulo Abelho,e Joo EleutrioEspectculo/ Spoken wordMusicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    23h40Agncia de Viagens (PT) com Tiago Gomes (voz), Lus San Payo (bateria), Jos Lencastre (saxofone), Lus Aires (baixo) e Lus VicenteEspectculo/ Spoken wordMusicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    18hJardim dos Sons Gibberish - Manuela So Simo e Pedro Lopes (PT)Instalao ArteRdio / Projecto de Rdio ZeroGoethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

    19hBEST of ZEBRA film Festival (dividido em duas sesses: apre-sentao no incio da 1 sesso; segunda sesso s 21h30)Mostra de Poetry FilmCinema Nimas Av. 5 de Outubro, 42B(Entrada Livre)

    21hConversas Do Silncio! com Philippe Besson (FRA) e Stphane Audeguy (FRA). Moderao: Mafalda Lopes da Costa (PT)ConfernciaInstituto Franco-Portugus (Entrada Livre) Lngua: francs

    Quarta-feira, 23.06

    19hSilncio Off Instalao ESADMotor Hairport R. de So Paulo, 121(Entrada Livre)

    21hConversas do Silncio! com Alberto Manguel (ARG) e Francisco Jos Viegas (PT)ConfernciaInstituto Franco-Portugus (Entrada Livre) Lngua: castelhano

    Quinta-feira, 24.06

    18hMaster class com Saul Williams (USA)Faculdade de Letras da UL (Anfiteatro 3) (Entrada Livre)Lngua: ingls

    18hJardim dos Sons Apresentao da pea Otih Orih de Alvaro Garca de Ziga, com a presena do realizador, e do intrprete alemo Leopold Von VerschuerEspectculo/Pea radiofnicaGoethe-Institut Portugal (Entrada Livre) Lngua: ingls

    20hAlm do silncio A paixo com Udo Moll e Michaela Ehinger (GER)Espectculo/Spoken wordGoethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

    21h30Conversas do Silncio! com Saul Williams(USA), Kalaf, Jos Lus Peixoto. Moderador: Rui Miguel AbreuConfernciaInstituto Franco-Portugus (Entrada Livre)

    23h30Grossraumdichten (GER)Espectculo/ Spoken word Musicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    00h15Writing Mirror (PT) com Jacinto Lucas Pires, Fernando Ribeiro, Mnica Marques e Afonso CruzEspectculo/ Spoken wordMusicbox Lisboa (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    01hGhostpoet (GRD)Espectculo/ Slam, msicaMusicbox Lisboa(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Sexta-feira, 25.06

    18hJardim dos SonsApresentao dos audiolivros: Memrias de um Craque, O Mistrio do Coiso e Anda C Que Eu J Te Conto da editora Boca.Leitura encenadaGoethe-Institut Portugal (Entrada Livre)

    21hConversas do Silncio! Franois Vallejo (FRA) e Jos Mrio Silva (PT)ConfernciaInstituto Franco-Portugus (Entrada Livre) Lngua: francs

    23h30Salax Taberna (PT)Joo Peste e Paulo MonteiroEspectculo/ Spoken wordMusicbox Lisboa (12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    00h20Saul Williams (USA)Espectculo/ SlamMusicbox Lisboa(12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    01h30Biru (PT) + Bling Projekt (PT)Espectculo/ Slam, msicaMusicbox Lisboa(12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Sbado, 26.06

    pascal quignard

  • 10|FESTIVAL SILNCIO!

    Quinta-feira, 17 Jun, 18hMaster Class com Muriel Bloch (FRA)StorytellingFaculdade de Letras da UL - Anfiteatro II

    Contadora de histrias e viajante, com um doutoramento em Letras, Muriel Bloch trabalhou durante 5 anos no espao Pedaggico do Centro Georges Pompidou em Paris e foi co-laboradora da Rdio France Culture. Das suas andanas como contadora viajante, a escritora traz para as suas intervenes um sem fim de histrias que enriquecem o seu repertrio feito de gravaes e de recolhas de contos populares. Autora de vrios livros e antologias, Muriel Bloch ir proferir uma master class sobre storytelling inspirada na sua experincia.

    Quinta-feira, 24 de Jun, 18hMaster Class com Saul Williams (USA)Spoken Word Faculdade de Letras da UL - Anfiteatro III

    Um dos percursores do movimento Slam, Saul Williams hoje uma das mais reputadas figuras de spoken word a nvel internacional. Formado em filosofia e em teatro pela Universidade de Nova Iorque, foi o protagonista do filme Slam do realizador americano Marc Levin (Camra dor 98 em Cannes). Autor de diversos ensaios sobre spo-ken word e poetry slam, a convite do Festival Silncio ir proferir uma mas-ter class sobre os novos movimentos em torno da palavra dita.

    Com o objectivo de criar de ncleos de formao nas reas de interveno do festival, a organizao promove duas conferncias em parceria com o Centro de Estudos Anglsticos da Faculdade de Letras de Lisboa que iro contribuir para uma reflexo em torno dos mais recentes movimentos transdisciplinares em torno da palavra.

    Saul Williams, The Future of Language in The Spoken Word Revolution, Sourcebooks, Inc. 2004.

    Uma das transcries do latim para a palavra persona aquele que soa, Enquanto seres humanos comuni-camos, quer uns com os outros, quer com o vasto uni-verso, atravs de vibraes de som. Neste sentido, esta a essncia do nosso ser colectivo. Todos os sons agem em reverberao com o sentido. Cada vibra-o de som produz um efeito, e cada som est ligado a cada uma das palavras que proferimos; cada slaba est ligada ao seu eterno significado, sua eterna reverberao [...]J por diversas vezes encarei a minha poesia como algo de encantatrio: feitios ou preces destinados a serem recitados nas mais escuras grutas e nas mais altas montanhas. Ao escrever, sinto-me muitas vezes como que a decifrar equaes milenares e so muitas as ocasies em que ao escrever estava a recitar uma situao de forma a dar-lhe existncia. A utilizao da linguagem um reflexo da conscincia, da que o futuro da linguagem esteja co-relacionado com o constante evoluir do estado de conscincia do ser humano. E, ao tomarmos conscincia, atravs da palavra, da realidade em que vivemos, torna-se claro que vivemos com o poder de ditar as situaes e, desta forma, de escrever o nosso destino.

    Tera-feira, 22 de Jun, 1 sesso com apresentao, 19h2 sesso, 21h30 Mostra de Poetry FilmCinemas Nimas

    Em 2010, o Festival Silncio desenvolveu uma parceria com o Zebra Poetry Film Festival de Berlim para exibio de uma seleco de alguns filmes que integram esta mostra de cinema em torno da poesia. Festival ZEBRAA Poesia em Filme De Jean Cocteau a Peter Handke, passando por Man Ray ou ainda Tim Burton, so muitos os cineastas para os quais um poema serviu como ponto partida para a experincia cinematogrfica. Numa altura em que a poesia ganha novas formas de expresso artstica em cruzamento com as out-ras artes, o Festival Silncio associa-se ao Festival de Cinema de Poesia ZEBRA e recupera essa ligao entre cinema e poesia.Nascido no mbito do Festival de Poesia de Berlim, em cooperao com Literaturwerkstatt Interfilm e com o apoio financeiro do Hauptstadtkultur-fonds e do Goethe-Institut, o ZEBRA Poetry Film Festival hoje o maior frum internacional de cinema e poesia. Oferecendo aos cineastas e poetas de todo o mundo a oportunidade de trocar ideias e consolidar uma base para criaes futuras, este festival tem-se vindo a consagrar como uma platafor-ma nica para a exibio e produo de curtas-metragens que tm na poesia o ponto de partida para o desenvolvimento esttico e formal de uma viso cinematogrfica. Com periodicidade bienal, este ano, O 5 Festival Zebra ir decorrer em Berlim entre 14 e 17 de Outubro. Em jeito de anteviso, e como forma de incentivar a produo de curtas-metragens que tenham a pa-lavra e a poesia como mote, o Festival Silncio criou a mostra Word Cut em que, em associao com Festival ZEBRA, se prope uma pequena mostra dos filmes vencedores das anteriores edies deste festival berlinense.

  • JUNHO 2010|11

    Existir algomais completo do que o silncio?Otih Orih (GER)Quinta-feira 24 de Jun, 18hGoethe-Institut Portugal (Entrada Livre)Espectculo/Pearadiofnica

    Apresentao da pea Otih Orih de Alvaro Garca de Ziga, com a pre-sena do realizador e do intrprete alemo Leopold von Verschuer.Pea sonora trilingue, escrita e rea-lizada por Alvaro Garca de Ziga com as interpretaes de Leopold von Verschuer, Rocco Giordano e Ken Hayashi. A pea OtihOrih mistura uma histria complexa e confusa na qual, teatro, msica e todo o tipo de sons, interagem em conjunto para a criao de uma pera no visual.

    GibberishManuela So Simo e Pedro Lopes (PT)Quarta-feira 16 de Jun, 18h30e Tera-feira 22 de Jun, 18hGoethe-Institut Portugal (Entrada Livre)Instalao ArteRdioProjecto da Rdio Zero

    Projecto de Manuela So Simo e de Pedro Lopes, em colaborao com a Rdio Zero, em que se explora a est-tica caracterstica dos sons e fontica da lngua alem com alunos de alemo, atravs de processos de abstraco e de gravaes no terreno, quer nos jardins do Goethe (em tempo real), quer em espaos urbanos na baixa da cidade.

    Jos Maria Vieira MendesTeatro

    Vozes: Andreia Bento, Antnio Simo, Ceclia Henriques, Pedro Carmo,Pedro Gil, Pedro Lacerda, Rita Brutt, Srgio Godinho, Slvia Filipe e Sylvie Rocha.Editora: MHIJApresentao: 18 Jun, 18h Goethe-Institut Portugal (Entrada livre)

    Cntico dos Cnticos

    Vozes: Mafalda Lopes da Costa e Filipe VargasMsica: Alexandre CortezEditora: 101 NoitesApresentao: Sexta-feira 18 Jun, 19h Goethe-Institut Portugal (Entrada livre)

    Lewis CarrollAlice no Pas das Maravilhas

    Voz: Mafalda Lopes da CostaMsica: Alexandre CortezEditora: 101 NoitesApresentao: Sexta-feira 18 Jun, 19h Goethe-Institut Portugal (Entrada livre)

    Anda C Que Eu J Te Conto

    Voz: VriasEditora: BocaApresentao: Sexta-feira 25 de Junho, 18hGoethe-Institut de Portugal (Entrada livre)

    Thomas BakkO Mistrio do Coiso

    Voz: Thomas BakkArranjos musicais: Nuno Moro.Editora: BocaApresentao: Sexta-feira 25 Jun, 18h Goethe-Institut Portugal (Entrada livre)

    Fernando Assis PachecoMemrias de um Craque

    Voz: Nuno MouraEditora: BocaApresentao: Sexta-feira 25 Jun, 18h Goethe-Institut de Portugal (Entrada livre)

  • 12|FESTIVAL SILNCIO!

    Beckett-Joyce (PT)

    Quarta-feira 16 Jun, 21h30Instituto Franco-PortugusEspectculo / Teatro(Entrada livre)

    Graa Lobo, Virglio Castelo e Jorge Silva Melo lem excertos de Samuel Beckett e James Joyce num recital nico. As palavras in-confundveis de dois dos maiores escritores do sculo XX atravs de cartas a Nora, excertos de Ulisses, do monlogo de Molly Bloom ao monlogo de Lucky no Godot, uma visita demorada a dois dos grandes mistrios da literatura mundial.Produo: Artistas Unidos

    Escreveu contos, letras de can-es, argumentos para cinema mas como msico que se torna con-hecido do grande pblico. Depois dos Belle Chase Hotel, funda o Quinteto Tati e em 2007 estreia-se a solo com o lbum 1970. Este JP Simes, poeta das canes com cigarros, da erudio popular, ob-servador ilegal e contista mordaz.

    Nascida em Filadlfia, pela escrita que Ursula Rucker documenta o mundo que a rodeia. Toxicodependncia, abuso, pobreza e racismo fazem parte das vivncias dirias que a artista relatou pela primeira vez ao vivo em 1994. Dessa noite, os testemunhos descrevem as palavras de Ursula como sendo ao mesmo tempo fortes e vulnerveis, mostrando uma raiva que finalmente saa do bairro e comeava a ecoar pelo mundo fora imagem de marca que tem acompanhado a poetisa e performer at hoje. Rapidamente Rucker chama a ateno de nomes como King Britt, The Roots, Josh Wink e 4hero, passando a emprestar-lhes a voz, a escrita e a alma de Filadlfia. Em 2001, apresenta o primeiro registo discogrfico a solo, Supa Sista, editado pela prestigiada !K7 e rapidamente v o seu nome ecoar pela imprensa interna-cional e a sua primeira criao considerada uma das revelaes do ano. Ursula conta j com quatro discos no currculo, tendo sido o ltimo editado em 2008. No Festival Silncio, Ursula Rucker regressa s origens, subindo ao palco acompanhada do caderno de poemas e com a voz solta de precon-ceitos.

    Il y a Un MondeAilleurs (FRA/PT)

    Sexta-feira 18 Jun, 21h Instituto Franco-PortugusEspectculo/MsicaEntrada Livre

    Espectculo bilingue baseado numa recolha etnogrfica de histrias da tradio oral de pases de expresso portuguesa. Com a participao da contista Muriel Bloch, da investi-gadora Catitu Tayasu e do msico guineense Joo Motta.

    Sebastian 23 (GER)

    sebastian 23 (GER)Sexta-feira 18 Jun, 23h30 MusicboxEspectculo/Spoken word(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)A poetry slam alem tem em Sebastian 23 umas das suas princi-pais e mais promissoras novidades. Prmio Pantheon em 2010, procura vrios caminhos para dar s pala-vras lugar central. sem pejo que busca na comdia o que a msica apenas permite sugerir (Sebastian 23 voz e guitarra). Os ambientes que cria, com uma alegria latente e constante, possibilitam-lhe levar cena de pequenas cenas teatrais onde explora as nuances narrativas que retira directamente do papel. A boina que o acompanha para todo o lado d-lhe o ar descontra-do que estabelece pontes de empa-tia imediatas com o pblico. Com os registos fonogrficos a passea-rem-se j pela Alemanha, Sebas-tian 23 tem uma agenda preenchi-da at Dezembro. O seu trabalho permite-lhe ainda criar laos com outros artistas, dos quais saem colaboraes que muitas vezes chegam ao palco.

    Projecto Rilke e Hesse (GER)

    Sbado 19 Jun, 20hGoethe-Institut PortugalEspectculo /Noite de PoesiaEntrada Livre

    Hermann Hesse um professor para a vida(s vezes potico e n-timo, s vezes saudoso e rebelde), que encontra as palavras e as ima-gens para os estados da alma. As vrias interpretaes de estrelas e actores, e as composies impres-sionantes do casal Richard Schn-herz e Angelica Fleer, criam uma imagem musical para as obras de Hesse, manifestando toda a beleza, sabedoria e espiritualidade atem-poral dos versos do autor de uma forma pungente.

    Posie et Lingerie (PT)Sbado 19 Jun, 23hMusicbox Espectculo/Spoken word(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Um poema um corpo. E a lin-gerie o manto de sensualidade que Ins Jacques, Cludia Efe e Carla Bolito vo levar ao palco do Musicbox. um jogo ertico: temos em mo (mais em olho do que em mo, certo ) um es-pectculo de contornos curvos e seduo sibilina. As trs intrpret-es propem colocar em relevo, por uma noite que seja, o erotismo que to intrnseco poesia. A seduo uma arte, uma arma, e o que aqui est uma clula revolu-cionria com um belicismo muito prprio: olhos no lugar de canhes, palavras no lugar de morteiros, ex-ploses em compasso, violncia em libido. Um jogo de anca com par, mas em trio. H sonhos lumi-nosos que comeam assim.

    Pela Vida Afora & Pela Vida Agora (BRA/FRA) Sexta-feira 18 Jun, 19h Conferncia/Mostra tradio oral Instituto Franco-Portu-gus Entrada Livre

    Catitu Tayassu, directora e funda-dora da Associao Pour la Vie Ailleurs & Pour la Vie Maintenant e de seu arquivo on-line interna-cional, ir partilhar alguns poemas, contos e canes tradicionais.

    Ursula Rucker (USA)

    Quinta-feira 17 Jun, 24h MusicboxEspectculo /Spoken word(12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    JP Simes (PT)Quinta-feira 17 Jun, 23hMusicboxEspectculo / Spoken word(12 Bilhete vlido para todos

    os espectculos da noite)

  • JUNHO 2010|13

    LIdal Barbara Carlotti (FRA)

    Sbado 19 Jun, 21hInstituto Franco-PortugusEspectculo/ Leitura musical(5)

    Ela entra em cena, graciosa, simul-taneamente presente e distante, fa-lando com a sua voz infinitamente contida. Canta. No se trata nem de um concerto, nem de uma simples leitura mas de um cruzamento entre a palavra e a msica. Barbara Carlotti relata-nos, canta-nos o seu sonho de um ideal; solar, intem-poral e moderno, nos antpodas da estandardizao e da formatao comuns. No seu lbum LIdal, Barbara Carlotti convoca a poesia de Baudelaire imprimindo-lhe a frescura da msica pop.

    Ami Karim (FRA)

    Sbado 19 Jun, 23h40Musicbox Espectculo/Slam(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Diz ser um contador de histrias, um observador do que nos rodeia e nos escapa. Os seus textos esto centrados na humanidade visvel ou invisvel que o envolve e aos desvios que a sua poesia surpreen-dente toma. A emoo apanha-nos e difcil no nos encontrarmos entre os risos e as lgrimas das suas palavras. Rapidamente Karim ganha expresso em Frana e convidado pela associao ATD Quart Monde e pelo Ministrio da Cultura Francs para levar a palavra a uma srie de aces humanitrias contra a pobreza. Sendo uma das referncias mxi-mas do Poetry Slam francs frequentemente convidado para realizar workshops de escrita e de slam, inclusivamente o famoso SLAMALIKOUM desde 2004, em centros de deteno, em meios escolares em centro culturais ou sociais. O disco de estreia Eclipse Total foi editado em 2008.

    O Maquinista (PT)

    Sbado 19 Jun, 00h30Musicbox Espectculo /Spoken word(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Pode dizer-se que O Maquinista no deste tempo. Num mundo apressado, em constante over-dose de novidades, Joo Branco Kyron que conhecemos como vocalista dos Hipntica chega com um projecto que obriga a parar. Inspirado pela escrita de William Burroughs, Jack Kerouac ou Charles Bukowski, mas tam-bm pelos ambientes dos filmes de Wim Wenders ou Tarkovski, o msico pinta o mundo contem-porneo com poesia e sons. Assim como a vida, O Maquinista parece ser uma coleco de polaroids.

    David Maranha / Manuel Mota / Richard Youngs (PT/GRB)

    Segunda-feira 21 Jun, 22h Teatro Maria Matos (Sala principal)Espectculo / Msica(12; menores de 30 anos 5)

    Nesta pequena constelao de msicos nacionais e internacio-nais faltava uma voz que, depois de uma pequena e rpida seleco de candidatos dentro do universo da cano, encontrou no nome de Richard Youngs o lado necessrio para um tringulo perfeito (rgo: David Maranha; guitarra: Manuel Mota; voz: Richard Youngs).

    Poesia Concreta (PT)

    Quarta-feira 23 Jun, 23hMusicboxEspectculo / Spoken word(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    A poesia concreta, movimento literrio nascido nos anos 50 do sculo passado, o mote para a performance especialmente criada para o Festival Silncio. Jos Wallenstein est encarregado da leitura e da interpretao de poemas escolhidos por si, acom-panhado pela msica de Paulo Abelho e Joo Eleutrio.

    Agncia de Viagens (PT)

    Quarta-feira 23 Jun, 23h40 MusicboxEspectculo / Spoken word(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Quatro msicos e um poeta, numa garagem dias a fio com livros, ins-trumentos musicais, criatividade e improvisao. Tiago Gomes o poeta de que se fala. Lus San Payo (bateria), Jos Lencastre (saxofone), Lus Aires (baixo) e Lus Vicente so os msicos que acompanham os textos de Philip Larkin, Jack Kerouac, Bob Kaufman, Nathalie Sarraute e do prprio Tiago Gomes, mentor do projecto Bblia que aqui espalha o evangelho da poesia. A msica de alma experimental d um encon-tro, aqui e ali, ao jazz. A palavra reporta viagens, dias, alteraes de humor, variaes da alma sinttica e anestesiada. Agncia de Viagens esteve um ano em maturao. um projecto novo mas vale a pena ouvir o que estes senhores tm para nos dizer.

    Antonioni

  • 14|FESTIVAL SILNCIO!

    Ghostpoet (GDR)

    Quinta-feira 24 Jun, 1hMusicboxEspectculo / Spoken word(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Tido como uma das mais pro-missoras vozes do slam britni-co, Ghostpoet um jovem MC para quem a msica e a palavra so campos de trabalho para a permanente revoluo criativa. Tendo chamado a ateno dos

    Writing Mirror (PT)

    Quinta-feira, 24 Jun, 00h15 MusicboxEspectculo / Spoken word(8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    O Festival Silncio lanou o de-safio a quatro jovens escritores: mediante uma imagem, escolher um texto que melhor a ilustrasse e apresent-lo em 15 minutos. Jacinto Lucas Pires, Fernando Ri-beiro, Mnica Marques e Afonso Cruz aceitaram-no e designou-se o projecto como Writing Mirror. difcil prever o que faro quatro escritores to dspares. Saber o que cada um entende por ilustrao faz parte do jogo.

    Alm do Silncio A Paixo (GER)

    Quinta-feira, 24 Jun, 20h Goethe- Institut PortugalEspectculo / Spoken word(Entrada Livre)

    Do dilogo entre o msico e compositor Udo Moll e a actriz Michaela Ehinger nasce uma improvisao msico-literria. Trompete, rgo e improvisao electrnica ao vivo exploram a vasta gama musical com a qual Udo Moll acompanha as palavras de Michaela Ehinger; palavras feitas de reflexes sobre o nosso tempo e excertos da obra A Aman-te Perigosa de Haruki Murakami. O espectculo segue as regras de Moll; equlibrio idntico entre sonoridade e silncio.

    Grossraumdichten (GER)

    Quinta-feira, 24 Jun, 23h30 MusicboxEspectculo / Spoken word

    (8 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Formado pelos poetas alemes Pauline Fug e Tobias Heyel e pelo compositor Ludwig Berger, este projecto apresenta ao vivo uma performance de spoken word alia-da msica electrnica. O proces-so criativo de Grossraumdichten to ambguo quanto quisermos que a contemporaneidade seja: complexo a montante, ultra-fino a jusante. O iderio maquinal que conferem s palavras, e exercitam por via da electrnica, serve a de-licadeza de quem tem o encontro como objectivo ltimo, entre eles prprios e com o que os envolve e acrescenta...

    medias com os singles Night e Cash & Carry Me Home, foi lanado na Radio 1 por Gilles Pe-terson. Em Junho deste ano, lana o seu primeiro EP The Sound of Strangers que ir ser distribudo gratuitamente on-line.

    Como decidiste comear a fazer msica?Comecei a fazer msica porque precisava de uma plataforma para expres-sar quer as minhas emoes, quer as emoes daqueles que me rodeiam.

    Que importncia tm as palavras para ti? E os silncios?As palavras so impor-tantes porque ajudam ao movimento da msica; creio que ajudam as pessoas a relacionarem-se com o mundo, a criar o mundo que querem ouvir.

    Porque decidiste dar o nome de Ghostpoet ao teu alter-ego musical?Na adolescncia no fazia parte de qualquer grupo ou de qualquer movimento... Mantinha-me distncia, fechado em mim prprio,

    Salax Taberna (PT)

    Sexta-feira 25 Jun, 23h30 MusicboxEspectculo / Spoken word(12 Bilhete vlido para todos o espectculos da noite)

    Joo Peste e Paulo Monteiro dos Pop DellArte formaram os Salax Taberna, nome encontrado a partir da poca histrica que mais fascina Peste: o Imprio Romano. A Salax Taberna era um local de convvio em Roma, do mesmo gnero que os pubs e bares actuais. Um local onde se bebia um copo e que foi mencionado num po-ema de Catulo. Gosto muito da poesia dele e achei piada ter esse paralelo com a actualidade, de ser um local onde as elites se en-contravam com o submundo. Um bocado como o Frgil na Lisboa dos anos 80, explica Peste, acer-ca do projecto de spoken word.

    vageava pelo mundo como uma espcie de fantas-ma... Por outro lado, sempre quis ser um verda-deiro poeta e no apenas um rapper, da o ter escolhido ligar as duas coisas.

    Ests prestes a lanar o teu EP de estreia. Que expecta-tivas tens para o futuro? No tenho quaisquer expec-tativas apenas espero que as pessoas usufruam desta minha oferta.

    Porque escolheste o ttlu-lo The Sound of Strangers para o teu primeiro lbum?Cada msica que eu crio tem uma identidade prpria e, dado eu ainda no ser um msico muito conhecido, as pessoas esto a ter um primeiro contacto com a minha msica; a msica de um estranho para estranhos.

  • JUNHO 2010|15

    Saul Williams (USA)

    Sexta-feira 25 Jun, 00h20 MusicboxEspectculo / Slam(12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Uma das maiores referncias internacionais de spoken word, Saul Williams comeou sua car-reira no Nuyorican Poets Caf, em Manhattan, onde era pre-sena assdua nos concursos de poetry slam. Depois de ter ven-cido vrias noites e de ter inte-grado uma equipa de slammers, Williams foi o protagonista de Slam, filme de 1998 que retrata as dificuldades de um jovem poeta afro-americano marcado pela violncia e pelo trfico de droga. ainda nesse ano que o multifacetado artista publica o primeiro livro The Seventh Octave uma antologia com al-guns dos seus primeiros poemas e se lana tambm na msica. Estreia-se nos discos com Ame-thyst Rock Star, produzido pelo mtico Rick Rubin, e da co-laborao que inicia com Trent Reznor, dos Nine Inch Nails, nasce o lbum The Inevitable Rise and Liberation of Niggy-Tardust, de 2007. No ano pas-sado, Saul Williams deu voz ao seu ltimo livro num lbum de spoken word com a colaborao musical do The Arditti Quartet. Com os emblemticos poemas Not In Our Name: A Pledge To Resist e Said The Shotgun To The Head, Williams afirmou-se desde logo como uma voz crtica que no esconde preocupaes sociais e polticas.

    Biru + Bling Projekt (PT)

    Sexta-feira 25 Jun, 01h30 MusicboxEspectculo / Spoken Word(12 Bilhete vlido para todos os espectculos da noite)

    Bling Projekt um grupo de cin-co msicos que se juntaram para

    O Silncio Off, includo no Festival Silncio, pretende levar a palavra para fora das salas de espectculos e dos livros, traz-la para a rua e para espaos menos convencionais.

    Campeonato de ScrabbleSbado 19 Jun, 17h(entrada Livre)

    O Largo de So Paulo receber um campeonato de Scrab-ble aberto a todos os que queiram participar. No comum, longe disso, ver grupos de pessoas na rua a tentar demons-trar quem que tem um vocabulrio mais desenvolvido que o outro, mas um bom pretexto para uma tarde bem pas-sada na companhia de amigos e uma boa oportunidade para mostrar que conhecemos mais palavras com a letra x ou z do que qualquer outra pessoa nas redondezas. Estudem os vossos dicionrios, o Scrabble de rua chegou, e na rua ganham os mais fortes.

    Construo colectivaQuinta-feira 17 Jun, 19hLargo dos Stephens (Entrada Livre)

    Todos ns usamos a palavra no nosso quotidiano. Todos ns criamos textos, dilogos, exteriorizamos ideias, sen-timentos e sensaes atravs da palavra, seja ela escrita, falada ou de outra forma qualquer. Mas o nosso uso do discurso, independentemente do seu contexto , na grande maioria das vezes, um esforo individual, quase egosta. Este evento que est previsto para acontecer no Largo dos Stephens, Rua das Flores, pretende alimentar a construo

    de um texto colectivo, nascido da colaborao de todos os que estiverem presentes. Em ambiente descontrado, com comes e bebes para ajudar na soltura do esprito e da ln-gua, procura-se a dar luz a um novo trabalho escrito, seja ele em prosa ou em verso, que no pertena a um, mas sim a todos.

    Instalao ESADQuarta-feira 23 Jun, 19h Motor Hair-port(Entrada Livre)

    A necessidade de reinveno est presente em todo o stio. Em ns, na nossa forma de ser, na nossa maneira de nos mostrarmos aos outros, no nosso discurso. Nas artes, no desporto, na beleza, na cidade - em todos estes campos e em muitos outros, quer por obrigao, quer por evoluo natural, existe uma constante mudana nos traos que os definem. No nmero 121 da Rua de S. Paulo, entre o Cais do Sodr e Santos, existe um exemplo perfeito de rein-veno ajustada aos tempos de hoje. Uma antiga sala de mquinas para lavagem de motores de camies foi con-vertida num cabeleireiro com um toque artstico o Motor Hairport. Nesse mesmo espao vo ser expostos trabalhos de alunos da Escola Superior de Artes e Design que tero a palavra como tema central. E porque o discurso no nasce apenas das nossas bocas mas de todo o nosso corpo, dos ps pontas dos cabelos, porque no comear por cima e deixar a palavra solta no cabeleireiro.

    fundir a orgnica e a electrnica da msica contempornea em palco. Entre o scratch e a guitarra soul, linhas de baixo bem gordas e teclados de tom moog, samples e bateria com um toque funky e experimental; Bling Projekt ma-nifesta-se acompanhado de MC Biru com as suas dicas topo de classe, Antonio V. Dias na bate-ria, Avishay Back no baixo, Fred Martinho na guitarra, X-Acto no scratch, samples e teclas. Aquilo que fazem em palco encontra pontos de interseco com gente como Q-Tip, De La Soul, A Tribe Called Quest e ?uestlove , que como quem diz: A base hip-hop, o funk, soul e jazz so comple-mentos.

    Jorge Palma