Ficção tipo exportação: Cultura para todos Deliciosas ... · feito e lá encontrava as três...

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Ano 10 | Nº 48 | 1 de setembro a 15 de setembro de 2009 Ferraz | Guaianases | Mogi | Poá | Suzano PÁG. 5 Ficção tipo exportação: O sucesso das novelas PÁG. 8 Cultura para todos os gostos PÁG. 12 Deliciosas receitas brasileiras NAS PÁGINAS 15 E 16 6 6 N N 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

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Ano 10 | Nº 48 | 1 de setembro a 15 de setembro de 2009 Ferraz | Guaianases | Mogi | Poá | Suzano

PÁG. 5

Ficção tipo exportação: O sucesso das novelas

PÁG. 8

Cultura para todos os gostos

PÁG. 12

Deliciosas receitas brasileiras

NAS PÁGIN

AS 15 E 1666

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onforme anunciado nas últimas edições do Jornal Veran, a dé-cima loja da rede será inaugu-

rada até o final do ano em Ferraz de Vasconcelos. A seleção para as 220 vagas começa neste mês. Homens e

omo base para a arte da ação, usamos o fuxico,

um tipo de artesanato totalmente brasileiro, baseado no aproveita-mento e reciclagem de retalhos. A dife-rença para o patchwork, por exemplo, é que o uso é feito de forma circular e não poligonal.

Recortando os retalhos em círculos e alinhavando suas bordas formando figuras parecidas com miolos de flores, obtém-se material para trabalhar em colchas, cortinas, bolsas, blusas e tudo que a imaginação alcançar.

JORNALVERAN48www.veran.com.br

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os moldes do projeto Jovem Aprendiz, do Ministério do Tra-balho e Emprego, a Escola Ve-

ran de Varejo conta, atualmente, com 120 jovens entre 16 e 18 anos. O objeti-vo é oferecer a oportunidade do primei-ro emprego e capacitar os jovens para atuar no varejo. Uma vez por semana eles vão ao Reino da Garotada, em Poá, para ter aulas de língua portuguesa, matemática, relações interpessoais, ética e trabalho, entre outras. A Escola Veran de Varejo foi destaque no portal da APAS (Associação Paulista de Su-permercados), tornando-se referência para outras empresas do ramo. O dife-

Escola Veran de Varejo ganha destaque

N rencial é que os aprendizes passam por todos os setores da loja antes de serem efetivados. Dessa forma, podem esco-lher onde gostam mais de trabalhar. Bom para todo mundo!

“O Veran quer crescer com partici-pação no desenvolvimento da comuni-dade. Dar formação e o primeiro em-prego a esses jovens é, sem dúvida, um ganho para nós”, afirma a diretora de RH, Débora Cury Luz.

Para participar, é preciso ter entre 16 e 18 anos e estar à procura do primeiro emprego. As inscrições são feitas pelo site do Veran (www.veran.com.br) no link “trabalhe conosco”.

Idealização:Departamento de Promoção e MarketingVERAN Supermercados

Opiniões: SAC VERAN: 0800 [email protected]

EXPEDIENTEJornalista responsável: Rafael Osti MTB: 56890

Redação:Cristina Gomes, Ana Paula Costa, Ricardo Resende, Sérgio Colacino Jr, Sandya Coelho, Joesandra Silva e Bárbara Barbosa11 4678.6765 (R. 219).

VERAN E VOCÊREFLEXÃOEDITORIAL

ESPAÇO DO LEITOR

Obedecendo ao novo acordo ortográfico

“O Jornal Veran está de parabéns! Tenho todos e não jogo fora por causa das receitas. Vocês poderiam entregar em casa. Gostaria também de assistir uma aula de bonsai e flores no Espaço Veran”.

Angela Godói, por telefone

Veran responde:Valeu Angela! Sugestões anotadas. Vamos

procurar um(a) professor(a) que possa dar o curso ou passar informações para que façamos uma matéria no jornal.

ra uma vez um jovem rapaz, muito cobiçado por sua beleza e elegância. Na cidade em que morava, era convidado todo final de semana à casa do pre-

feito e lá encontrava as três filhas solteiras do político. Num desses finais de semana, o jovem recitava um po-

ema no meio da sala, todos os olhares pousados na sua atuação, quando... PUM! Ele soltou um malcheiroso peido.

Um silêncio constrangedor se fez na sala, o jovem olhou para o cachorro da casa, pensou em por a culpa nele, mas, pensando bem, não havia como fugir daquele embaraço. O silêncio foi quebrado com as gargalhadas do prefeito, da primeira-dama, das filhas, dos emprega-dos e até do cachorro, que latia sem parar.

O jovem deixou a casa de cabeça baixa, humilhado e envergonhado. No meio do caminho, uma misteriosa velha parou o jovem e perguntou:

- O que foi, meu netinho? Por que tamanha tristeza?O jovem sentiu a necessidade de se abrir com alguém,

ergueu a cabeça e respondeu:- Acabei de peidar na frente do prefeito, da primeira-

dama e de suas filhas. Nunca me senti tão humilhado na vida.

- Sabia que todos nós peidamos mais de dez vezes por dia - disse a velha, com ar de sabedoria.

- Até a Margarida, a filha mais moça do prefeito? - Sim, até a rainha de Sabá solta flatulências - disse

a velha.- Mas saber disso não aliviou meu sentimento de ver-

gonha - resmungou o jovem.- Você quer se vingar deles?- Sim - disse convicto o jovem.A velha pediu para ele esperar um pouco, depois vol-

tou com um embrulho na mão e disse:- Dentro desse embrulho há um pó mágico, ponha-o

no batente da porta da casa do prefeito. Não deixe que ninguém o veja fazendo isso.

- O que vai acontecer? - perguntou o jovem, curioso.

- Fique escondido, observe e se di-virta. Adeus, meu netinho.

O jovem não conseguiu nem per-guntar o nome daquela misteriosa senhora, ela já havia desaparecido como por um passe de mágica. Ele, então, foi até a casa do prefeito, deixou o embrulho no batente da porta e se escondeu atrás de uma árvore.

Logo em seguida, uma criada que voltava do galinheiro abriu a porta da casa, assim que entrou, começou a soltar puns tão altos e fedorentos, que fez com que a primeira-dama largasse sua jardi-nagem e fosse correndo para casa:

- O que está acontecendo, Ma-ria? - gritou a primeira-dama.

Eu sou brasileiro!Sete de setembroData tão festivaFoi a independência desta terra tão querida

esse clima de independência que pauta a quadragésima oitava edição do Jornal Veran. Revelamos nosso lado patriota e, para mostrar

que é bom ter orgulho do Brasil também quando não é época de Copa do Mundo, resgatamos algumas das coisas muito boas do nosso país e fizemos um especial bem brasileiro.

Artes, cinema, no-vela, futebol, carna-val, diversidade, pro-dução científica e de alimentos dão o tom por aqui. É claro que não poderiam faltar receitas típicas, com sabores de todos os cantos do Brasil. En-tão é isso, prepare-se para conhecer (ou redescobrir) o melhor do Brasil.

Boa leitura!

ntre os dias 1 e 15 de setembro aproveite a campanha especial do Veran com produtos brasileiros.

Selecionamos produtos que têm tudo a ver com o Brasil em vários setores. Eles serão identificados nas gôndolas com a marca da campanha e os preços serão imperdíveis!

Até a programação da Rádio Veran será exclusivamente nacional, para valorizar ainda mais a nossa cultura. Queremos, com isso, resgatar a ligação da nossa comunidade (colaboradores e clientes) com o que há de mais brasileiro.

E, para isso, existe um mês mais

propício que setembro?

Aproveite!

Produtos brasileiros em oferta

E

C

Wobler identificará os produtos brasileiros

em cada setor

Treinamento na área varejista faz parte da formação

dos aprendizes

Ilustrações:Nicoletti 11 4701.5479

Design e Diagramação:Landini Design + Comunicação11 2737.9077

Impressão:Gráfica OESP 11 3856.2424

Circulação:Ferraz, Guaianases, Mogi, Poá e Suzano

Tiragem:100.000 exemplares

Ilan Brenman é psicólogo, mestre e doutor pela faculdade de educação

da USP, autor de livros infanto-juvenis e contador de histórias

A história que é toda feita de puns

Bonsai e flores

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sugestão ou crítica

através do

0800 193620

ou pelo e-mail:

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CVeran abre vagas para nova loja

pum mês mais

propício que setembro?

Aproveite!

- Não sei, patroa...PUM! É muito estranho...PUM! Não consigo parar de soltar... PUM!

- Você deve ter comido algo podre... PUM!A primeira-dama não conseguiu nem mais falar, co-

meçou a soltar um montão de puns. As duas mulheres começaram a gritar, outros criados entraram na casa para ver o que estava havendo. E todo aquele que entra-va pela porta começava a soltar gases sem parar.

O local parecia um pandemônio, eram explosões e mais explosões, um cheiro insuportável. O prefeito e as filhas foram avisados, e assim que eles entraram na casa: PUM! PUM! PUM!

- Chame um... PUM!... padre! A casa está. ... PUM!... Amaldiçoada! - gritava o prefeito.

O padre foi chamado, mas assim que entrou: PUM! PUM! PUM! PUM!

A cidade inteira foi ver o ocorri-do, as gargalhadas eram tão altas quanto o barulho dos traques. Até o cachorro do prefeito não parava de soltar puns. O jo-vem, satisfeito, aproximou-se do batente da porta, pe-gou o embrulho e o jogou no lixo. No mesmo instante a casa ficou silenciosa, o cheiro permanecia insuportá-vel, mas logo ventilaram o ambiente, o povo perdeu o interesse e foi embora.

O jovem entrou na casa com um sorriso no rosto, contou o que tinha feito e aproveitou para pedir a mão de Margarida em casamento.

- Sabem que todos nós soltamos mais de dez puns por dia? - disse o jovem.

Todos riram, inclusive o cachorro, e um lindo casa-mento foi realizado no mês seguinte. Alguns contam que, na hora do sim, Margarida soltou um pequenino punzinho, que não interferiu em nada em sua felicidade.

Fuxico

o, o o,

mulheres podem se candida-tar. Basta entrar no site do Veran (www.veran.com.br) e preencher o currículo com os dados solicitados (nome, endereço, telefone, etc).

ensando na sua comodidade, o Veran tornou-se um correspon-dente do banco Bradesco, o que

permite que você pague contas como de água, luz, telefone, cartões de cré-dito, boletos e impostos nos caixas.

Pague suas contas com a gente

P Por enquanto, o sistema está dispo-nível nas lojas de Mogi e, em Suzano, na loja da Marques Figueira (próxima à Santa Casa). E é muito fácil usu-fruir desta praticidade, basta levar sua conta ao caixa, lembrando que os

pagamentos só poderão ser feitos em dinheiro.

Os boletos ou duplicatas com có-digo de barras e data de vencimento atrasada só serão aceitos caso sejam do Bradesco. E o limite para o paga-mento de contas através do sistema é de R$ 1.000,00 por documento.

Projeto Vila de Sant’Anna valoriza música de Mogim 2003, o cantor Mateus Sarto-ri apresentou o show Cenas Lá de Casa, cujo repertório era formado

por composições mogianas. Nesse pro-jeto, iniciou e não parou mais com sua pesquisa e registro da produção musical da cidade, gravan-do na casa dos composito-res residentes na cidade de Mogi das cruzes, aproxima-damente 400 composi-ções, para que um dia esse registro pudesse ser feito e apresenta-do para um número maior de pessoas.

“No início tinha

E a ideia de lançar um CD interpretando compositores da cidade, porém, não ia de encontro com as minhas perspec-tivas que eram a divulgação e difusão para um número maior de pessoas des-sa produção musical. Foi aí que conheci um grupo que divulga sua música pela internet. Desde então, vi que era neces-sário ampliar o projeto”, diz Sartori.

Com patrocínio do Veran, o projeto envolveu a gravação de um CD como previsto desde o início e a criação do site www.viladesantanna.com.br onde, além de baixar gratuitamente CDs com seus encartes e capas, o pú-blico terá acesso a: documentários com os compositores; letras de mú-

sicas cifradas podendo assim aprender a tocar as composições e colaborar na difusão; ouvir a web-rádio com pro-gramação exclusiva de compositores e intérpretes mogianos e muito mais.

O cantor lançará junto ao projeto o CD Barroco, interpretando 12 com-posições de compositores mogianos. O projeto também traz como uma de suas principais características a importância do resgate histórico, pois além de ser ba-tizado com o primeiro nome de Mogi das Cruzes, Vila de Sant’Anna, será ilustra-do com fotos da cidade além de textos e informações sobre a Festa do Divino e a Imigração Japonesa.

Jorg

e B

eral

do

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Confira dicas para o fim de semana

NAS TELONAS

À DerivaFilipa, uma adolescente de 14

anos, faz uma descoberta dolo-rosa: o pai, um famoso escritor, está traindo a mãe (Débora Bloch). A descoberta, porém, será apenas a primeira de uma série de outras, encantadoras ou dolorosas, sobre sua família e si mesma. À Deriva, que traz no elenco duas estrelas internacionais, o francês Vincent Cassel e a americana Camilla Belle, é o primeiro de cinco longas-metragens pre-vistos da co-produção entre a O2 Filmes e a Focus Filmes (braço independente da Universal Filmes).

VerônicaVerônica foi filmado com ape-

nas R$ 500 mil, em sistema de cooperativa, ou seja, parte do elenco e da equipe técnica são sócios do filme. Esse drama mostra a história de uma pro-fessora (Andréa Beltrão) que re-solve levar Leandro, um aluno de 8 anos, para casa depois de ver que ninguém veio buscá-lo. Ela descobre que traficantes ma-taram os pais do menino e querem matá-lo também. Enquanto procura uma ma-neira de escapar com Leandro, redescobre sentimentos que estavam adormecidos na sua vida solitária e difícil.

NAS LOCADORAS

Houve uma VezDois VerõesO primeiro filme nacional to-

talmente rodado com câmeras digitais conta a história de Chi-co, um jovem ingênuo que pas-sa as férias de verão no litoral e lá conhece Roza, que desaparece depois de terem um caso rápido. Já no fim das férias Roza o procura dizendo que esta grávida e é aí que toda a confusão come-ça. Uma comédia adolescente do diretor Jorge Furtado (Homem que Copiava e Meu Tio Matou um Cara) no melhor estilo “meu primeiro amor”.

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A (r)evolução do cinema nacional

los de filmes antes deles serem exibidos) que nosso cinema entrou em crise e co-meçou a perder espaço para os filmes le-gendados. Com isso surgiu a mística de que não sabíamos fazer filmes.

No final dos anos 1970, com o Regime Militar um pouco mais frouxo, surge em São Paulo um circuito de cinema nomeado de “Pornochanchada”, com filmes altamente apelativos as salas ficaram lotadas (é importante ressaltar que não era pela trama que as pessoas compravam o ingresso para assistir a esse tipo de filme). Títulos como A Dama do Lotação com Sonia Braga e Os Sete Gatinhos com Regina Casé foram sucessos de bilheteria e público. Para a crítica, restou rotular os filmes e o nosso cinema de apelativos.

Quando o governo resolveu investir, criando a Embrafilme, que financiava os projetos cinematográficos brasilei-ros, a coisa parecia que ia dar certo. No entanto, com a chegada do Gover-no Collor de Melo o sonho foi por água abaixo. O presidente fechou a Embrafil-me e tornou impossível a realização de filmes no Brasil.

Como ele fez isso? Simples, não libe-rou mais dinheiro nem patrocínio para os projetos e sem o apoio do governo ninguém conseguia uma carta de cré-dito junto às empresas privadas e nesse

uem vê os números do nosso mais recente sucesso de bilhe-teria, Se Eu Fosse Você 2, que

levou mais de 6 milhões de espectadores ao cinema, não imagina o que o cinema brasileiro teve que passar até chegar ao período de “vacas gordas”.

Todo mundo já ouviu, ou até mesmo já falou que o cinema brasileiro não presta, que só tem palavrão e baixaria, e provavelmente também já se pergun-tou por que um país que é rico em nove-las não consegue fazer filmes como os norte-americanos.

Pra se entender um pouco sobre o nosso cinema temos que voltar no tem-

po e recordar fatos que mudaram tanto o rumo da história do cinema nacional como também do país.

O Brasil já sonhou em ser uma potência cine-matográfica, sim se-nhor! No final dos anos

40 surgiu em São Paulo a Vera Cruz, uma junção de empresários e banquei-ros. Foi a tentativa “tupiniquim” de se criar uma Hollywood. Em 5 anos a Vera Cruz produziu 18 filmes, entre eles o mais famoso foi “O Cangaceiro”, dirigi-do por Lima Barreto em 1953, o primei-ro sucesso brasileiro internacional.

Porém, a Vera Cruz teve que ser vendida para a gringa Columbia Pictures devido à falta de planejamento na distribuição dos filmes. Aliás, a falta de planejamento sempre foi a marca principal da nossa indústria cinematográfica. Por isso, apesar de sempre ativos, os cineastas brasileiros sempre sofreram com o anonimato de seus filmes e consequentemente com a falta de propaganda (a alma do negócio) e principalmente com o desinteresse do público.

E foi tentando aproximar o público das telonas que surgiu o famoso movi-mento do Cinema Novo que tinha como lema “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Glauber Rocha, Nelson Pe-reira dos Santos, Cacá Diegues e outros cineastas enfrentaram as primeiras ba-talhas em busca da identidade de nossas produções, isso porque o nascimento do Cinema Novo coincide com o surgimento da ditadura no Brasil.

Assim com filmes, literalmente, pico-tados pela censura (porque realmente os censores passavam a tesoura nos ro-

Q

período a produção de filmes foi reduzi-da a quase zero.

Dias melhoresA virada aconteceu com a criação da

Lei do Audiovisual, no governo Itamar Franco, que ajudou os produtores a con-seguir recursos para seus projetos. Nes-sa época surgiu o segundo movimento mais importante do nosso cinema, a Retomada, encabeçado pelo filme Carlo-ta Joaquina, Princesa do Brasil, que levou 1,2 milhões de pessoas aos cinemas.

Em seguida outro grande sucesso foi O Quatrilho, sendo assistido por 800 mil espectadores (são números baixos com-parados aos filmes americanos, mas bastante significativos para um país que considerava o cinema uma “arte morta”).

Essa nova fase do cinema nacional motivou o mercado. Daí pra frente a Indústria de filmes não parou mais, empresas como a Globo Filmes e a O2 passaram a filmar cada vez mais, e os recentes sucessos de Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles, Olga (2004) de Jayme Monjardim, Meu nome não é Johnny (2008) de Mauro Lima e o polêmico Tropa de Elite (2007) de José Padilha, fizeram empresas e bancos olharem com carinho pra esse renascimento.

Hoje o cinema brasileiro anda

tão “bem das pernas”, que chegou a contratar o renomeado coreógrafo chinês Huen Chiu Ku (que ensaiou as sequências de lutas nos filmes Kill Bill e Matrix) para trabalhar nas filmagens do filme Besouro do diretor João Daniel Tikhomiroff, previsto para o final de 2009, com orçamento estimado em R$ 100 milhões. Quem sabe, depois dessa estreia podemos esperar um novo movimento, baseado nos “blockbusters” milionários? Vamos esperar!

Nada menos que 10 milhões de

ingressos foram vendidos por

apenas três longas: Se Eu Fosse

Você 2, A mulher invisível e Divã,

os únicos a superar a marca de 1

milhão de espectadores em 2009.

Comédias lideram ranking nacional

Mais assistidas que futebol, novelas brasileiras fazem sucesso aqui e lá foraP Produto típico

brasileiro

Que o futebol é uma das paixões na-cionais, não restam dúvidas. Mas, se compararmos os números de especta-dores de uma partida no Maracanã, por exemplo, com a audiência diária da atu-al novela das oito da Globo, veremos que há mais brasileiros assistindo a ficção do que a realidade.

Com capacidade para pouco mais de 87 mil torcedores, o Maracanã é

considerado o maior estádio do Brasil.

Líder de audiência na faixa das 20 horas, Caminho das Índias, da Globo, já chegou a marcar 46

pontos no Ibope. C o n s i d e r a n d o que cada ponto de audiência c o r r e s p o n d e a 53,2 mil domicílios da Grande São Paulo, a trama de Glória Perez já chegou a passar, em uma única noite, em 2.447.200 casas brasileiras. Para o escritor

e dramaturgo Nelson Albissú, diretor do grupo de teatro Mágicos Intérpretes, essa comparação qualifica a novela como maior produto de entretenimento do país. “A qualidade temática e de produção faz das novelas brasileiras o maior produto audiovisual de exportação do Brasil. Documenta-nos nossos dias, discute nossos dias e estabelece novos passaportes comportamentais. Além disso, valoriza e divulga profissionais brasileiros”, acredita.

Retrato da VidaNão bastassem Mayas e Dafnes da

vida real, que levam os cortes de cabe-

lo, bordões e roupas das personagens de TV para as ruas, uma pesquisa do Ban-co Interamericano de Desenvolvimento (BID), cruzando dados do IBGE (Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística) com informações da Globo, revelou que a influência das novelas sobre as famí-lias brasileiras vai muito além.

Inconscientemente, as mulheres in-corporam também o comportamento das personagens em sua própria vida, sobretudo com relação a casamento e família. De acordo com o estudo, o ín-dice de divórcios no Brasil cresceu na proporção em que o sinal da emissora se espalhava pelo país. O mesmo acon-teceu com os índices de fertilidade, que diminuíram. Em 1970, só 0,1% do ter-ritório nacional recebia o sinal da Glo-bo, índice que subiu para 98% nos anos 2000. Para chegar à conclusão de que a mudança se deve à influência das no-velas, pesquisadores analisaram 115 folhetins da Globo que foram ao ar de 1965 a 1999. Do total, 72% das prota-gonistas femininas não tinham filhos, 30% eram infiéis e 20%, divorciadas ou separadas.

Por outro lado, autores de telenove-las já citaram publicamente que dis-cordam da pesquisa. Walcyr Carrasco, autor de Caras e Bocas, chegou a dizer que o público não é fantoche e que, por-tanto, é a ficção que imita a realidade, e não o contrário.

Entre outros autores, Manoel Carlos e Glória Perez são conhecidos – e muitas vezes criticados – por tratarem em suas novelas de temas polêmicos, característi-ca que vai de encontro à opinião de Car-rasco. “Glória e Manoel são os principais autores de temáticas sociais polêmicas e se traduzem como verdadeiros regentes do coro de vozes que precisam ser ouvi-das e d iscutidas”, opina Albissú.

Em Caminho das Índias, Glória Perez aborda por meio do personagem Tarso, de Bruno Gagliasso, a esquizofrenia. Em sua última novela, Páginas da Vida, Manoel Carlos contou a história de Marta, personagem de Lília Cabral, que rejeitou uma neta portadora de síndrome de down.

Obedecendo ao novo acordo ortográfico

or mais que os “fashionistas” apontem a maquiagem natu-ral ou os cabelos lisos como a

moda do momento, as tendências lan-çadas pelas personagens de novelas, sobretudo as globais, acabam sempre caindo no gosto popular. Os olhos com maquiagem pesada de Maya, de Caminho das Índias, os cabelos ondu-lados de Dafne, de Caras e Bocas. E não só isso: bordões, figurinos e até mesmo comportamentos sociais da teledramaturgia saem das telinhas e ganham as ruas.

Com quase meio século de história, as telenovelas no Brasil começaram a se popularizar com O Direito de Nascer (1964), da cubana exilada Glória Magadan. O sucesso do novo formato foi tanto e revolucionou a televisão brasileira de tal forma, que seriam necessárias centenas de páginas para contar a história da teledramaturgia. Mas o divisor de águas foi Escrava Isaura, adaptação de Gilberto Braga para romance de Bernardo Guimarães. Com a estreante Lucélia Santos como a escrava branca do título, a produção foi vendida para mais de cem países.

Carlos Gaspar Jr. é formado em Rádio e TV e pós-graduado em Cinema e

Fotografia. Amante da sétima arte, já escreveu e dirigiu diversos curta-metragens.

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brasileiro é, por natureza, um povo festivo, que tem orgulho e ama a cultura e

as tradições do país. Futebol e car-naval são as manifestações cultu-rais brasileiras que mais tornaram o Brasil conhecido lá fora. Mais que um produto de exportação, estão enraizados na cultura do brasileiro.

Qual canal de televisão, jornal di-ário, estação de rádio ou site de notí-cias que não dedica um bom espaço para o noticiário esportivo? Dentre os vários esportes, é o futebol aque-le que possui a maior capacidade de mobilizar a massa. É a modalidade que, extrapolando a sua condição de simples prática esportiva, se apre-senta como fenômeno cultural de quase todas as sociedades contem-porâneas. Mas é no Brasil que ele se identificou a ponto de Nelson Ro-drigues apelidar o país de “Pátria de Chuteiras”.

A influência cultural do futebol brasileiro é ainda mais forte nos

países subdesenvolvidos. Uma demonstração dessa influ-

ência ficou evidenciada no documentário O dia em

que o Brasil esteve aqui, sobre o chamado “Jogo

da Paz”, disputado pela seleção brasi-

leira no Haiti, o mais pobre país americano. São cenas em que os haitianos se mostram e n l o u q u e c i -dos durante o desfile dos jo-gadores bra-sileiros pelas ruas de Por-to Príncipe. Nesse filme, um jornalista haitiano cha-ma atenção para a forma

de dominação do Brasil sobre

seu país: diferen-temente de potên-

cias militares que empregam a força e,

por isso, nunca con-seguem evitar a insa-

tisfação por parte do do-minado, o Brasil conquista

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O Brazilda exportação para os brasileiros(do Brasil)

O

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pela arte, pelo sorriso. Duas das maiores celebridades

brasileiras no exterior vêm do fu-tebol. Pelé, campeão mundial com a seleção em 1958, 62 e 70 e eleito o atleta do século, foi considerado a personalidade esportiva do ano pela rede de tv britânica BBC, em 1970. Outro que representa bem o carisma e espírito de luta do brasi-leiro é Ronaldo. O maior artilheiro da história das copas é o jogador de futebol mais popular do mundo. Em todas as partes do planeta se vê uma criança com a camisa amarelinha número 9. O craque é embaixador da UNICEF (Fundo das Nações Uni-das para a Infância) e recentemente assinou um contrato para atuar em um filme iraniano que conta a his-tória real de uma garota palestina que, antes de morrer num campo de refugiados, sonhava conhecer o “Fenômeno”.

Qual o segredo dessa manifesta-ção que faz com que 130 milhões de brasileiros, como que tocados por uma varinha mágica, perma-neçam durante noventa minu-tos presos à magia de 22 homens dentro de um campo? Que encan-tamento é esse do futebol que faz surgir de todas as esquinas deste país, das casas de madeira às man-sões, a mesma emoção, o mesmo sofrimento, a mesma alegria con-tagiante no instante do gol, como se aquele momento fosse capaz de anular as diferenças sociais? O fu-tebol faz surgir do orçamento po-bre do povo uma reserva para ir até os estádios, para a compra de ro-jões, panos e tinta para as faixas e para a leitura de jornais e revistas, especializadas ou não, pois todas se reportam a ele, futebol. O fute-bol – como manifestação cultural, parte da vida do brasileiro - é capaz de viabilizar a união de todos em torno de um ideal comum, aproxi-mando os extremos e unindo todas as correntes de pensamento.

O futebol faz parte da história do país. Quando Charles Miller apre-sentou o esporte, em 1894, certa-mente não imaginava que o futebol fosse se tornar tão brasileiro quan-to é hoje. E o futebol é tão brasilei-ro porque não é só um esporte. É a demonstração de orgulho, alegria, festa, fé e união – até mesmo nos momentos mais complicados.

A caipirinha é uma das bebidas brasileiras

mais conhecidas internacionalmente. É feita

com cachaça, limão não descascado, açúcar e

gelo. No Brasil, é servida na maioria dos bares

e restaurantes. A mistura de cachaça, limão

amassado, açúcar e gelo nasceu no interior de

São Paulo. Era considerado um poderoso remédio

contra a gripe.

Hoje a bebida está presente no dia a dia dos

brasileiros. Em bares e restaurantes, tem sempre

um lugar reservado no cardápio. E é indispensável

também nos churrasquinhos aos finais de semana,

na praia e até nas festas à noite.

CapoeiraA capoeira é uma expressão cultural afrobrasileira

que mistura luta, dança, cultura popular e música.

Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e

seus descendentes, é caracterizada por golpes e

movimentos ágeis e complexos. A palavra capoeira

é originária do Tupi e refere-se às áreas de

mata rasteira do interior do Brasil.

A arte é cada vez mais praticada nas

academias. Ainda em 2009, a história

de Besouro, um lendário lutador de

capoeira da Bahia, será retratada em

um filme.

A feijoada é um dos pratos típicos da culinária

brasileira. No Brasil, é feita da mistura de feijões

pretos e vários tipos de carne de porco. A

explicação popular sobre a origem da feijoada é

a de que os senhores - das fazendas de café,

das minas de ouro e dos engenhos de açúcar -

forneciam aos escravos os “restos” dos porcos,

quando estes eram carneados. O cozimento

desses ingredientes, com feijão e água, teria

feito nascer a receita.

Nos dias atuais, é difícil encontrar um

brasileiro que dispense uma boa feijoada.

Principalmente nos dias mais frios, o prato tem

presença garantida nos restaurantes e nas mesas das

famílias. Até mesmo em eventos beneficentes a feijoada é

servida como forma de atrair cada vez mais doadores.

Fe i joada

um espetáculo ao ritmo do samba-enredo. Em São Paulo, há cerca de dez anos, a passarela do samba re-úne escolas cada vez mais luxuo-sas, reproduzindo a folia carioca no principal centro econômico do país.

Em Salvador, na Bahia, o Carna-val tem outro estilo. Os foliões saem pelas ruas dançando atrás dos trios elétricos - caminhões em cima dos quais tocam conjuntos musicais. Os inventores do trio elétrico do Carnaval baiano foram Dodô (Adol-fo Nascimento) e Osmar (Macedo). Em um ano fizeram aperfeiçoamen-tos e incluíram mais um membro, Temístocles Aragão, formando assim o trio elétrico, em 1951. No ano seguinte uma empresa de refri-gerantes percebeu o enorme suces-so do trio e colocou um caminhão decorado à disposição dos músicos, inaugurando o formato consagrado até hoje.

Já os mais tradicionais carnavais de rua do país acontecem em Natal, Maceió, Olinda e no Recife. O mara-catu ocorre principalmente em Per-nambuco e no Ceará. Os participan-tes vestem pesadas fantasias, cada uma representando um personagem: rei, rainha, príncipes, damas, embai-xadores, cavaleiros, índios, baianas etc. Todos dançam ao som de um batuque, seguindo as “calungas”, bone-cas gigantes que abrem o desfile e são levadas cada uma por uma mulher.

A feijoa

brasil

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Obedecendo ao novo acordo ortográfico

Caipirinhaimagemcarnaval

maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggggeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeemmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmaaaaaarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaavvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaallllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll

Carnaval: turismoculturalConsiderada

uma das fes-tas populares mais animadas e representa-tivas do mun-do, o carnaval

teve sua origem no entrudo portu-guês, onde, no passado, as pessoas jogavam água, ovos e farinha nas outras. O entrudo acontecia num período anterior à quaresma e, por-tanto, tinha um significado ligado à liberdade.

O início oficial do carnaval sempre é em um sábado e o término ao meio-dia da quarta-feira seguinte, chamada de “Quarta-feira de Cinzas”. Entretanto, muitas pessoas já começam os festejos na sexta-feira. No Brasil, é comum se ouvir que “o ano só começa depois do carnaval”.

O carnaval brasileiro atrai todos os anos milhares de turistas estrangeiros. A fama não é à toa: o carnaval também é produto de expor-tação cultural do país, e dos mais desejados lá fora. Dos mais tradicionais – o desfi-le das escolas de samba do Rio de Janeiro e o carnaval dos trios elétricos em Sal-vador – até o carnaval de rua das pequenas cidades do interior, o povo brasileiro mos-tra ao mundo o folclore e a arte de um país.

Nos primeiros anos da República, surgiram os cordões, as sociedades carnavalescas, blocos, ranchos, cor-sos e outros grupos de foliões que saíam às ruas para dançar e cantar, ao ritmo de instrumentos de sopro e percussão. Marchinhas irreverentes serviam para satirizar os políticos. A pianista e maestrina Chiquinha Gonzaga, com a marcha Ô Abre Alas (1899), inaugurou a prática das com-posições feitas exclusivamente para os grupos de foliões.

Mas o Carnaval brasileiro tornou-se conhecido em todo o mundo por cau-sa dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Um espetáculo gran-dioso, talvez o maior show da terra. As principais atrações são os carros ale-góricos, a bateria e o casal de mestre-sala e porta-bandeira. Os passistas dão

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U

Obedecendo ao novo acordo ortográfico

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ma mistura de povos, costumes e crenças só podia dar nisso: o caldeirão cultural que é o Brasil.

E que é, sem dúvida, uma das melhores coisas desse país de tantos contrastes.

Porém, infelizmente, a maioria do povo brasileiro prefere valorizar a cul-tura estrangeira. Diz o ditado que a gra-ma do vizinho é sempre mais verde, mas vale a pena rever alguns conceitos.

Justamente pelo fato do Brasil ter vá-rios países dentro dele, fica fácil entender como é possível encontrar tanta coisa diferente. Danças típicas, mas também influenciadas pelo que vem de fora; ar-tesanato com matéria-prima encontra-da só aqui, mas que vende pro mundo inteiro; escritores e artistas renomados que se destacam cada vez mais.

Música boa pra inglês verE não só os ingleses apreciam o jeiti-

nho brasileiro de se fazer música. O mun-do todo se rendeu ao molejo tupiniquim. Prova disso são artistas, principalmente da chamada MPB, que fazem muito su-cesso lá fora. Marcos Sacramento é um deles. Provavelmente, você nunca tinha ouvido falar esse nome, mas na Europa ele é bastante conhecido e inclusive lan-çou seu terceiro disco por lá.

Com participações nos festivais de música que rolam, principalmente nos países do Velho Mundo, esses artistas encontram seu espaço e a valorização do seu trabalho.

Outra artista que lançou seu disco em outras bandas, que não o Brasil, é Tiê. A cantora, que já trabalhou com Toquinho, estudou canto em Nova York e aprovei-

tou pra lançar seu trabalho nos Estados Unidos.Mas brasileiros mais conhecidos pelos conter-

râneos também costumam fazer sucesso em tur-nês internacionais. É o caso de Seu Jorge, Tom Zé e Lenine que também correm o mundo com sua música suingada e cheia do tempero brasileiro.

O samba e a bossa nova são os ritmos que mais encantam os estrangeiros. Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto ainda são os brasi-leiros campeões de venda de discos nos Estados Unidos e na Europa. Na década de 60 esses e outros artistas da mesma safra levaram o esti-lo musical, que trazia um jeito novo de se fazer samba misturando influências do jazz norte-americano, aos ouvidos dos europeus, inclusive lançando discos em outras línguas.

Mas não só o banquinho, o violão e o pandeiro fazem sucesso. Bandas brasileiras de rock como Angra, Sepultura e Cansei de Ser Sexy também conquistaram o público internacional. Essa últi-ma, aliás, fez nada menos que 150 shows quase

Cultura para todos os gostos

ininterruptos entre 2006 e 2007 pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Irlanda, França, Espanha, Itália, Grécia, Austrá-lia, Nova Zelândia, entre outros. E não podemos deixar de citar os Mutantes, que sempre foram cultuados em outros países.

A música eletrônica brasileira também viaja o mundo com DJ Patife, DJ Marlboro e DJ Marky. Isso só pra citar alguns exemplos, já que muitos outros artistas representam muito bem o país pelo mundo afora. A música brasileira tem essa voca-ção, de se comunicar muito bem com o mundo.

O país do samba?A expressão popular também é ressaltada na

dança que assim como quase toda a cultura bra-sileira foi inspirada em nossos colonizadores. En-contramos o samba, o mais conhecido dos ritmos brasileiros, o maxixe, o baião, o frevo pernambu-cano, o forró, o carimbó além das danças folclóri-cas e tradicionais em cada região do país.

Mas como nas ou-tras áreas, o brasileiro sempre encontra es-paço para se destacar e mostrar seu talen-to. Prova disso são os dançarinos e coreó-grafos que ganharam o mundo não apenas mostrando o gingado brasileiro. Nosso país também exporta bai-larinos clássicos. Pra se ter uma ideia uma das companhias de balé mais famosas do mun-do, o Teatro Bolshoi, tem uma “filial” em Joinville, no sul do país e é a única escola do Bolshoi fora da Rússia.

Outros destaques da dança brasileira são a bailarina Ana Bota-fogo, que se tornou a primeira-bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1981 e já mostrou seu talen-to em muito países, o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus, que já fez diversos shows e workshops pelo mundo e a também coreógrafa Deborah Colker, que ga-nhou destaque por ser a única mulher a criar e dirigir um espetáculo do Cirque Du Soleil, o mais recente: “Ovo”.

Referência tambémnas artesO país mostra sua diversidade, princi-

pal característica da cultura brasileira, também através das artes. Com influên-cias no estilo barroco, vemos nas igrejas e museus de Minas Gerais, por exemplo, obras de artistas como Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho.

Em 1951 é criada a Bienal Interna-cional de São Paulo que proporciona à produção artística brasileira reconheci-mento internacional conectando o país ao resto do mundo.

Com a chegada do modernismo e do estilo abstrato surgem artistas consa-grados como Di Cavalcanti e Portinari, Iberê Camargo e Tomie Ohtake. Outro que figura entre os reconhecidos inter-nacionalmente é o paulista Rafael Mu-rió, que foi um dos selecionados para participar de uma feira internacional de artes plásticas na Espanha.

A arquitetura também ganhou des-taque através dos traços e genialidade de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, pro-jetistas de Brasília (cidade considera-da um dos marcos da arquitetura con-temporânea).

Artesanato queencantou gringoUm país tão rico também se desta-

ca pela produção cultural feita pelos artesãos. Artesanato com corantes à base de sementes e frutas, figuras moldadas em argila, garrafas de vidro com areia colorida e peças confeccio-nadas em barro, couro, madeira, pe-nas e até mesmo capim mostram que mais do que arte, o artesanato é a fon-te de onde muitas comunidades obtêm o seu sustento.

Prova disso, é a comunidade de Mumbuca que produz e exporta pra muitos países peças como bolsas,

Histórias que ganharamo mundo

utro item cultural brasileiro que possui papel de destaque é a literatura. Matéria obrigató-

ria no ensino médio e nos vestibulares, ela passou por muitas transformações até chegar ao que é hoje. Desde a carta de Pêro Vaz de Caminha foram vários estilos que definiram sua identidade, mas que assim como a música mostra facetas bem diferentes.

Passamos pelo romantismo que teve como seu maior nome José de Alen-car, que exaltava as belezas naturais do Brasil. Depois veio o realismo com Machado de Assis (um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras) até chegar na Semana de Arte Moderna de 1922 que abriu novos caminhos para a literatura do país e popularizou no-mes como Oswald de Andrade e Jorge Amado.

Entre os maiores escritores brasileiros de todos os tempos também estão Guimarães Rosa, com seu Grande Sertão: Veredas, e Clarice Lispector, com A Hora da Estrela e seu estilo introspectivo.

O Não esquecendo da poesia de Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes e Cecília Meirelles.

Atualmente, a literatura brasileira faz grande sucesso internacional pelas mãos de Paulo Coelho, um dos escrito-res mais conhecidos e dono de vários recordes pelo mundo.

Sua obra foi traduzida em 56 lín-guas e editada em mais de 150 países. O parceiro musical de Raul Seixas e ocupante da cadeira 21 na Academia Brasileira de Letras tornou-se um fenô-meno, vendendo mais de 100 milhões de exemplares de seus livros e é o prefe-rido de muitas celebridades, entre elas Madonna e Julia Roberts.

Além dos romances e obras de ficção que fazem muito sucesso nossa litera-tura popular também é muito rica com a poesia de cordel do nordeste, escrita em forma rimada e com alguns poemas ilustrados. Os autores vendem seu tra-balho declamando e lendo de forma ca-denciada, geralmente acompanhados de viola.

cestas, acessórios, objetos de deco-ração, entre outros, feitos com capim dourado (tipo de capim encontrado apenas no Brasil, na região do estado do Tocantins).

Outra tradição no artesanato bra-sileiro presente em todas as regiões é o fuxico, técnica artesanal de rea-proveitamento das sobras de tecidos. Uma espécie de cooperativa, com 12 pequenas confecções de Brasília anda fazendo sucesso pelas praias européias com a exportação de biquínis enfeita-dos com fuxicos.

Seja na música, dança, artesanato, literatura ou qualquer outra expressão cultural, o Brasil é referência. Vale a pena olhar pro nosso próprio quintal. Você verá que nossa grama está cada vez mais verde e perceberá as nuances e qualidades que fazem dessa terra um país amado e idolatrado, salve, salve!

fusão de imagensfusão de imagens

Autores brasileiros e suas versões traduzidas ao

redor do mundo

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oje, além de abastecer o mer-cado interno e ser autossufi-ciente em muitos alimentos,

o Brasil exporta para outros países os produtos aqui colhidos e exporta também a tecnologia que vem sendo desenvolvida por órgãos oficiais do governo, como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-ria), universidades e ONGs (Organi-zações Não-Governamentais). O uso cada vez mais eficiente dos recursos disponíveis tem levado o país a altos índices de produtividade.

O engenheiro agrícola Rafael An-tonio Costa explica que a aplicação dessas novas tecnologias na agri-cultura brasileira pode ser dividida em biológicas e mecânicas. Segundo ele, o crescente desenvolvimento na área da genética garantiu um gran-de avanço na produção de alimen-tos. “Tivemos o desenvolvimento de novos cultivares, melhoramento genético e até mesmo a utilização de clonagem e transgênicos para a pro-dução de alimentos”, garante.

Por outro lado, a tecnologia mecâ-nica tem disponibilizado ao agricultor equipamentos que agregam moderni-dade. “Podemos citar os sistemas de orientação via satélite, sistemas ele-trônicos de monitoramento de colhei-ta e controle de aplicações”, ressalta o engenheiro. “O maior benefício para o produtor é que o custo desses equi-pamentos vem caindo, tornando-os cada vez mais acessíveis”, avalia. Es-sas tecnologias são importadas e vêm sendo incorporadas a equipamentos nacionais.

Toda essa tecnologia permitiu que o Brasil se tornasse um centro de refe-rência internacional em engenharia genética, possuin-do o que existe de mais moderno no setor. Além disso, o país avança sig-nif icativamente na mecanização da agricultura. “Porém, ainda precisa avançar para promover a utilização desses e q u i p a m e n t o s técnicos, que exi-gem uma mão-de-obra qualifi-cada no campo”, ressalta o enge-nheiro.

Pesquisa e inovação Referência mundial em projetos de

agricultura, a Embrapa recebe investi-mentos do Governo Federal para viabili-zar pesquisas, desenvolvimento e inova-ção. As novas variedades de alimentos são um exemplo dos melhores projetos científicos promovidos pela Embrapa. Hoje, uma das variedades mais planta-das de milho foi desenvolvida pela em-presa. Como também o citros e acerola mais resistentes às doenças.

O objetivo do projeto para os citros e acerola, por exemplo, é criar um sis-tema de produção de mudas no padrão de qualidade necessário e evitar a in-trodução de doenças.

Esses fatores fazem com que a agri-cultura brasileira seja capaz de compe-tir no mercado externo, inclusive com os países desenvolvidos. O Brasil é hoje reconhecido internacionalmente como um dos principais pólos produtores de alimentos no mundo e está investindo cada vez mais. Um estudo realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aponta o país como líder mundial em produtividade agropecuá-

H INOVAÇÃO E TECNOLOGIA A FAVOR DOS ALIMENTOS

PESQUISAS QUE MUDAM O MUNDO PARA MELHOR

ria. O principal fator determinante des-sa liderança é o investimento em pes-quisa e tecnologia, deixando para trás países como Estados Unidos e China.

Uma análise iniciada em 1975 mostra que a agricultura brasileira teve aumen-tos crescentes nos índices registrados nas lavouras. Em 2008, a produtividade do agronegócio no país cresceu 3,66%, enquanto a China alcançou 3,2% e os Estados Unidos 1,95%.

Além disso, a aplicação e o desenvol-vimento dessas novas tecnologias têm colaborado para que o país produza mais sem, necessariamente, usar no-vas áreas. “Estamos conseguindo um rendimento melhor e mais eficiente. Mas ainda é preciso melhorar alguns pontos. O principal deles é a capacita-ção de profissionais qualificados para atuarem e focarem nesse setor”, refor-ça o engenheiro.

Melhorias para omeio ambiente Todo esse desenvolvimento tecno-

lógico contribui também significa-tivamente com a preservação am-

biental. Algumas tendências, com a agricultura orgânica, onde não se aplica defensivos na produção, aju-dam a melhorar as condições am-bientais. Assim como a agricultura de precisão, que procura aplicar so-mente a quantidade necessária de agroquímicos. Esse processo otimiza os rendimentos e garante uma menor poluição ambiental.

Diferencial do solo brasileiro O clima é um dos colaboradores

para a produção de alimentos no Brasil. As quatro estações da terra tropical permitem que o agricultor produza durante todo o ano. Outros fatores, como solos férteis e água abundante, favorecem a produção altamente diversificada de alimentos para manter a mesa dos brasileiros sempre farta e variada.

Países que não possuem um solo tão fértil, clima favorável ou recursos minerais abundantes, buscam na tec-nologia o aprimoramento do cultivo agrícola. A agricultura desses lugares sofre influência direta de climas mui-to frios ou muito quentes, solos rocho-sos ou limitados recursos naturais.

No Japão, por exemplo, os rios são curtos e de águas ligeiras. Já no Ca-nadá, segundo maior país do mundo, apenas 7% da área total é fértil e o inverno é de baixíssimas temperatu-ras. O solo da África do Sul divide-se entre desertos, pastagens, savanas e áreas montanhosas. Apesar de pos-suir grandes rios, o clima indiano de algumas regiões sofre influência de neve no inverno, das montanhas dos Himalaia e do deserto.

oda grande descoberta é ante-cedida de pesquisas científicas e tecnológicas. São dias, meses e

anos em que estudiosos se debruçam em cima de projetos e experimentos, que de alguma forma, sempre ajudam a melhorar a vida das pessoas. Todos os dias, são notícias e mais notícias nos jornais: “Consumo de laticínios na in-fância pode prolongar a vida” e muitos outros exemplos. Para saber como anda este terreno fértil e complexo no Brasil, o Jornal do Veran buscou informações junto ao Ministério da Ciência e Tecno-logia. De acordo com o órgão, o conhe-

cimento científico/tecnológico está em um estágio bastante elevado, compará-vel aos lideres mundiais.

Mas a pergunta que fazemos sempre é se as pesquisas são consideradas satis-fatórias em relação a outros países? A resposta dos técnicos foi surpreendente: Sim e não, depende da área do conhe-cimento ou do setor econômico. Os go-vernos federal, estaduais e municipais, as instituições e as empresas, públicas e privadas, investem no total algo entre 1 a 1,5% do PIB, o que é muito se com-parado com países com o nosso grau de desenvolvimento, mas infelizmente é

ainda pouco para as nossas necessi-dades.

Lideranças em áreas estratégicasA liderança do

Brasil no campo das pesquisas en-volve pelo menos dez setores. As pesquisas tecno-lógicas na área de agronegócios, como no complexo álcool-açucareiro, no da soja, no da la-ranja, no da agro-pecuária são bons exemplos. No setor de petróleo/gás na-tural, o destaque é a exploração em águas profundas. Há ainda outros se-tores como aeroes-pacial, petroquími-co, de cosméticos, de biotecnologia, de nanotecnologia, de saúde, de bio-combustíveis, de informação, de energia elétrica, de celulose e papel, de construções. A motivação dessas pesquisas pode advir de desafios

econômicos, como superar uma crise energética, da disponibilida-de de recursos naturais, de terras agriculturáveis, para superar um problema social, quer na saúde, como a febre amarela ou a atual gripe A, ou de geração de emprego e renda, como técnicas de recicla-gem ou de agricultura familiar.

Os pesquisas do programa do etanol, que vão desde melhores práticas agrícolas, passando pela produção industrial, até o uso veicular, mudam a utilização de combustíveis e diminuem a po-luição. A indústria de software brasileira composta de milhares de empresas em todas as regiões do País, e mudou a vida de inú-meros jovens brasileiros.

Quando se fala empesquisa, Inpe éo mais acessadoA busca por informações e pes-

quisas fascina várias pessoas no Brasil e no mundo inteiro. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é o mais acessado do País e o 44º no mun-do; em segundo lugar aparece a Empre-sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Brasil e 88ª no mundo e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), terceira no Brasil e 112ª no mundo.

O levantamento concluiu que por-tais de 49 institui-ções de pesquisa científica brasilei-ras estão entre os mais acessados no mundo. O ranking, que lista duas mil instituições, foi di-vulgado pelo Cy-bermetrics Lab, um grupo de pesqui-sa pertencente ao Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), o maior organismo público de investi-gação da Espanha.

Obedecendo ao novo acordo ortográfico

T

SITES MAIS ACESSADOS

1. INPE - www.inpe.br

2. EMBRAPA - www.embrapa.br

3. FIOCRUZ - www.fiocruz.br

INOVAÇÃO & TECNOLOGIA

Outras instituições brasileiras que aparecem na lista são o Conselho Na-cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), quarto no Brasil e 140º no mundo; o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), quinto no Brasil e 148º no mun-do, entre outros.

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ariângela e Rui (per-sonagens da minha saga em Porto Alegre), nos levaram para co-mer churrasco gaúcho com direito a danças

típicas e muita carne, é claro. O arroz de carreteiro estava lá, mas, embora tenha degustado um pouco, era muita informa-ção para uma refeição só e achei que me-recia testar direito a receita e comer como

prato único. Depois de muito pesquisar, aí está minha versão, bem parecida com a do Dias Lopes, porém, em proporções meno-res, para o tamanho da minha família. Mas também não tem segredo. É charque,

cebola e arroz. O floreio brasileirinho fica por conta do verde dos cheiros e do ama-relo e branco do ovo cozido que pode ir por cima. A pimenta vermelha foi por minha conta. E ainda peço perdão aos puristas, mas usei Jerked Beef, que não aconselho, embora não tenha feito feio. Se puder, pro-cure um bom charque.

Como Dias Lopes bem explica, é comi-da de viagem, dos antigos carreteiros ou motoristas de carretas, os carros de boi com rodas de madeira que já circularam um dia pelos pampas gaúchos. Eles an-davam cerca de 3 quilômetros por hora e um farnelzinho era providencial aos carreteiros. Todo mundo sabe a quantas andam nossas máquinas potentes e velo-zes pelas vias de São Paulo. Logo teremos que criar soluções modernas para a bo-quinha no meio do trânsito que avança mais ou menos à velocidade das carroças. Tal-vez a prefeitura devesse insta-lar micro-ondas e fo-gões elétricos nos acostamen-tos da Marginal.

Ao que interessa:

M

COME-SE

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R E C E I T A S

Meu fogãozinho de lenha do quintal foi usado aqui só pra fazer tipo: eu cozinhei de verdade no fogão comum.

ARROZ DE CARRETEIRO EM PORTO ALEGRE

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Moqueca de bananaIngredientes

1 colher (sopa) de óleo de urucum ou o óleo que tiver em casa1 cebola grande picada

1 pimentão verde picado1 pimenta dedo-de-moça sem sementes picada

3 tomates sem sementes ou pele, picadosSal a gosto

4 bananas cortadas em pedaços (usei 3 pratas e 1 figo)Coentro ou salsa picada a gosto (usei salsa, era o que tinha)

PreparoAqueça o óleo numa panela de barro e refogue a cebola até amolecer. Junte a pimenta, o pimentão, o tomate e o sal. Quando o pimentão estiver macio, junte as bananas e cozinhe por 1 minuto ou só até aquecer. Prove e corrija o sal, se necessário. Junte a erva escolhida e sirva com arroz (se for integral, melhor ainda). Para fazer mais rápido, refogue tudo junto e use uma panela de aço inoxidável. E se não tiver óleo de urucum, use o que tem em casa e, do mesmo jeito, vai fazer um belo refogado de banana. Rende: 2 porções

Batatas-doces fritas da NeideIngredientes

1 batata-doce descascada e cortada em rodelas2 xícaras de óleo de milho

1/2 xícara de água

PreparoColoque tudo numa panela antiaderente funda de forma a acomodar todas as rodelas e leve ao fogo. Quando a água aquecer a 100 graus a mistura vai borbulhar bastante. Enquanto isto, a batata está cozinhando. Mas, depois que esta água evaporar toda, a temperatura do óleo começa a se elevar mais rapidamente e, antes que chegue a 180º, suas batatas já estarão cozidas-fritas-crocantes. É só tirar com uma escumadeira, polvilhar sal e nhac.

Broa de fubáIngredientes

Obedecendo ao novo acordo ortográfico

Neide Rigo é nutricionista, consultora de cozinha e nutrição da revista

Caras e também autora do blog come-se.blogspot.com. Neste espaço, divide experiências culinárias de dar água na boca, mas que sejam de fácil reprodução.

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Tutu de feijão com baconIngredientes

1 gomo de linguiça fresca 3 xícaras (chá) de feijão cozido

2 xícaras (chá) de caldo de feijão 2 tabletes de caldo de bacon

4 colheres (sopa) de farinha de mandioca crua 2 colheres (sopa) de salsa picada

PreparoCorte a linguiça em pedaços. Em uma frigideira grande, frite a linguiça em sua própria gordura. Adicione o feijão cozido, o caldo de feijão e deixe ferver. Junte os tabletes de caldo de bacon e dissolva-os bem. Por último, junte às colheradas a farinha de mandioca, sempre mexendo. Retire do fogo, misture a salsa e sirva. Para servir à moda mineira, acompanhe o tutu de feijão com arroz branco, couve, linguiça calabresa frita e ovos cozidos. Rende: 6 porções

EscondidinhoIngredientes

Nei

de R

igo

PreparoDerreta a manteiga com o leite, deixe amornar. Numa bacia, coloque o fermento, o açúcar e metade da água morna. Mexa até dissolver tudo. Junte a farinha, o fubá, os ovos e, aos poucos, o leite com a manteiga. Vá juntando o restante da água aos poucos, até conseguir um ponto em que consiga sovar com as mãos (talvez não use toda a água). Passe a massa para uma superfície enfarinhada e sove bastante até ficar uma massa lisa. Junte o sal e a erva-doce e sove mais até incorporar bem estes ingredientes. Cubra com pano e deixe crescer até dobrar de volume. Divida a massa em porções de 50 gramas, faça bolinhas e coloque em forma untada e enfarinhada deixando espaço entre elas. Pincele leite e polvilhe com farinha e fubá. Faça em cima um corte em cruz. Deixe descansar por mais meia hora e leve para assar em forno pré-aquecido a 180 ºC, por cerca de meia hora ou até dourar. Rende: cerca de 40 broinhas

1/4 de xícara de manteiga sem sal (50 g)1 xícara de leite (240 ml)

3 tabletes de fermento biológico (45 g)3/4 de xícara de açúcar (135 g)

1 xícara de água morna (240 ml)1 kg de farinha de trigo especial

300 g de fubá

1 colher (sopa) rasa de sal (15 g)3 ovos

1 colher (sopa) de erva-doceLeite (para banhar as broinhas)

Farinha e fubá em quantidades iguais (para polvilhar sobre as broinhas)

Meio quilo de carne-seca 2 colheres (sopa) de óleo

1 cebola picada4 colheres (sopa) de polpa de tomate

1 colher (sopa) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de salsa picada

Purê1 kg de mandioca cozida e espremida

2 tabletes de caldo de costela1 xícara (chá) de leite quente

2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado

Pirão CapixabaIngredientes

40 g de farinha de mandioca fina200 ml de caldo de peixe

1/4 de maço de coentro picado35 g de cebola picadinha

35 g de tomate picadinho10 ml de tintura de urucum

35 g de peixe desfiado1 colher de cebolinha verde picada

sal

PreparoLeve o caldo de peixe ao fogo, acrescente o peixe desfiado, a cebola, o tomate e o coentro. Tempere com sal, junte a tintura de urucum e deixe ferver. Vá acrescentando a farinha aos poucos, fazendo um pirão pouco consistente. Decore com a cebolinha picada.Sirva o pirão em vasilha separada da moqueca.Obs: O peixe desfiado do pirão é opcional.

Arroz de carreteiro para 3 pessoas Ingredientes

200 g de carne seca (se for servir como acompanhamento; para prato

principal, dobre a quantidade) 1 xícara (200 g) de arroz branco

1 colher (sopa) de óleo 1/2 cebola pequena,

picada 1/2 cebola dedo de moça

sem sementes, picada Água quente e sal, se

necessário Opcional: cheiro verde e ovo

cozido ralado ou esmigalhado

PreparoLimpe, tirando gorduras, e pique a carne em cubinhos pequenos. Cubra com água fria e deixe de molho por cerca de 3 ou 4 horas, trocando a água neste período umas 2 ou 3 vezes. Escorra bem. Numa panela coloque a carne e 1 xícara e meia de água (ou mais, se estiver usando o dobro de carne). Leve ao fogo. Quando ferver, abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar lentamente até a carne ficar macia (de meia hora a quarenta minutos). Escorra e reserve a carne e o caldo. Coloque numa panela de ferro o óleo, a cebola e a pimenta e refogue em fogo alto até a cebola murchar. Junte a carne escorrida e frite um pouco até ela começar a dourar. Coloque o arroz lavado e escorrido, refogue, mexendo, até aquecer bem. Complete o caldo da carne reservado com água quente até dar 2 xícaras e despeje no arroz. Prove o sal e corrija, se necessário. Assim que ferver, abaixe o fogo no mínimo, tampe a panela e cozinhe até a água secar e o arroz ficar bem macio - de 15 a 20 minutos. Espalhe por cima cheiro-verde e ovo cozido esmigalhado, a gosto. Rende: de 3 (prato único) a 4 porções (como acompanhamento).

PreparoDe véspera, deixe a carne-seca de molho imersa em água, trocando a água algumas vezes. Leve-a ao fogo para cozinhar imersa em água, em panela de pressão, por cerca de 40 minutos, após iniciar a fervura. Espere sair toda a pressão da panela, escorra a água e desfie a carne. Reserve. Em uma panela, aqueça o óleo e refogue a cebola. Junte a carne seca e deixe refogar. Acrescente a polpa de tomate, tampe a panela e cozinhe por cerca de 5 minutos. Polvilhe a farinha de trigo, acrescente a salsa, misture bem e retire do fogo. Reserve.

PurêMisture a mandioca espremida com o caldo dissolvido no leite. Coloque metade do purê em um recipiente refratário médio (20 x 30 cm) e cubra com o recheio. Espalhe o restante do purê, polvilhe queijo ralado e leve ao forno médio (180 °C), pré-aquecido, por cerca de 15 minutos ou até dourar. Sirva a seguir. Rende: 6 porções

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Page 8: Ficção tipo exportação: Cultura para todos Deliciosas ... · feito e lá encontrava as três filhas solteiras do político. Num desses finais de semana, o jovem recitava um po-ema

SOLUÇÕES: Palavras-cruzadas: Local de Nascimento: Gávea, Rio de Janeiro. Profissões: Jornalista, Compositor. Parcerias: Caymi, Jobim, Toquinho. Gênero musical que valorizou: Bossa nova. Obra-prima: Garota de Ipanema. Apelido: Poetinha. Outras ocupações: Diplomata, Poeta, Teatrólogo, Cineasta, Boemio, Escritor.

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Há 27 estados brasileiros neste mapa. Indique qual é o estado de Sergipe.

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