Ficha de Avaliação o Cavaleiro Da Dinamarca

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Parte B Lê o excerto do Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen. Todas as portas se abriram, e os homens da foresta reconheceram o Cavaleiro !e rodearam com "randes sa!da#$es. %ste penetro! na cabana maior e sento!&se ao p' do l!me en!anto os moradores lhe serviram p(o com mel e leite !ente. ) *+ pens+vamos !e n(o voltasses mais ) disse !m velho de "randes barbas ). ) Demorei mais do !e !eria ) responde! o pere"rino ). Mas "ra#as a De!s che"!ei a tempo. o-e antes da meia&noite estarei em minha c ) tarde & disse o velho ) o dia -+ esc!rece!, vai nevar e de noi poder+s caminhar. ) /asci na foresta ) responde! o pere"rino ) conhe#o bem todos os se!s atalhos. Se"!indo ao lon"o do rio n(o me posso perder. ) A foresta ' "rande e na esc!rid(o nin"!'m a conhece. 0ica connosco e dorme esta noite na minha cabana. Amanh(, ao romper do dia, se"!ir+s o te! caminho. ) /(o posso ) torno! o Cavaleiro ) prometi !e estaria ho-e em minha casa. ) A foresta est+ cheia de lobos es1omeados. 2!e 1ar+s t!, se !ma matilha te assaltar3 Mas o Cavaleiro sorri! e responde!4 ) /(o sabes !e na noite de /atal as 1eras n(o atacam o homem3 % tendo dito isto levanto!&se, despedi!&se dos lenhadores, monto! a cavalo e se"!i! o se! caminho. Diri"i!&se para a es!erda proc!rand c!rso "elado do rio. Mas mal se a1asto! !m po!co da aldeia a neve come#o! a cair t(o espessa e t(o cerrada !e o Cavaleiro mal via. ) Depressa ) pensava ele ), tenho de che"ar depressa ao p' do rio. 567 Mas o rio n(o aparecia, e a noite come#o! a avan#ar. 8 homem paro! e esc!to!. ) %ra mais pr!dente voltar para tr+s ) penso! ele ). Mas se e! n(o che"ar ho-e, a minha m!lher, os me!s 9lhos e os me!s criados pensar !e morri o! me perdi nas terras estran"eiras. :assar(o !m triste;a e afi#(o. preciso !e e! che"!e ho-e. % contin!o! para a 1rente. < => =< ?> ?< @> =< A"ora nenh!m ramo estalava e n(o se o!via o menor r!mor. 8s es!ilo as raposas e os veados -+ estavam recolhidos nas s!as tocas. 8 cair neve parecia m!ltiplicar o silêncio. % o rio parecia ter&se s!mido. ) Talve; me tenha en"anado no caminho ) penso! o Cavaleiro ), vo! m!dar de dire#(o. 567

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O Cavaleiro da Dinamarca

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Parte B

L o excerto do Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen.Todas as portas se abriram, e os homens da floresta reconheceram oCavaleiro que rodearam com grandes saudaes.Este penetrou na cabana maior e sentou-se ao p do lume enquantoos moradores lhe serviram po com mel e leite quente. J pensvamos que no voltasses mais disse um velho de grandesbarbas . Demorei mais do que queria respondeu o peregrino . Mas graasa Deus cheguei a tempo. Hoje antes da meia-noite estarei em minha casa. tarde - disse o velho o dia j escureceu, vai nevar e de noite nopoders caminhar. Nasci na floresta respondeu o peregrino conheo bem todos osseus atalhos. Seguindo ao longo do rio no me posso perder. A floresta grande e na escurido ningum a conhece. Ficaconnosco e dorme esta noite na minha cabana. Amanh, ao romper dodia, seguirs o teu caminho. No posso tornou o Cavaleiro prometi que estaria hoje emminha casa. A floresta est cheia de lobos esfomeados. Que fars tu, se umamatilha te assaltar?Mas o Cavaleiro sorriu e respondeu: No sabes que na noite de Natal as feras no atacam o homem?E tendo dito isto levantou-se, despediu-se dos lenhadores, montou acavalo e seguiu o seu caminho. Dirigiu-se para a esquerda procurando ocurso gelado do rio. Mas mal se afastou um pouco da aldeia a nevecomeou a cair to espessa e to cerrada que o Cavaleiro mal via. Depressa pensava ele , tenho de chegar depressa ao p do rio.[]Mas o rio no aparecia, e a noite comeou a avanar.O homem parou e escutou. Era mais prudente voltar para trs pensou ele . Mas se eu nochegar hoje, a minha mulher, os meus filhos e os meus criados pensaroque morri ou me perdi nas terras estrangeiras. Passaro um Natal de tristezae aflio. preciso que eu chegue hoje.E continuou para a frente.5101520253015Agora nenhum ramo estalava e no se ouvia o menor rumor. Os esquilos,as raposas e os veados j estavam recolhidos nas suas tocas. O cair daneve parecia multiplicar o silncio.E o rio parecia ter-se sumido. Talvez me tenha enganado no caminho pensou o Cavaleiro , voumudar de direo. []Por mais que se enrolasse no seu capote, o ar arrefecia-o at aos ossos eas suas mos comeavam a gelar. J no sabia h quanto tempo caminhava,e a floresta era como um labirinto sem fim onde os caminhosandavam roda e se cruzavam e desapareciam. Estou perdido murmurou ele baixinho .Ento a treva encheu-se de pequenos pontos brilhantes, avermelhadose vivos.Eram os olhos dos lobos.O Cavaleiro ouvia-os moverem-se em leves passos sobre a neve, sentiaa sua respirao ardente e ansiosa, adivinhava o branco cruel dos seusdentes agudos.Em voz alta disse: Hoje noite de trgua, noite de Natal. E ao som destas palavras osolhos recuaram e desapareceram.Mais adiante ouviu-se o ronco dum urso. O Cavaleiro estacou a suamontada e a fera aproximou-se. Vinha de p e pousou as patas de frenteno pescoo do cavalo.O homem ouviu-o respirar, sentiu o seu pelo tocar-lhe a mo e viu aum palmo de si o brilho dos pequenos olhos ferozes.E em voz alta disse: Hoje noite de trgua, noite de Natal.Ento o bicho recuou pesadamente e grunhindo desapareceu.E o Cavaleiro entre silncio e treva continuou a caminhar para a frente.Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca, Figueirinhas, (texto com supresses)

Responde aos itens que se seguem.4. O texto relata o regresso do Cavaleiro da Dinamarca ao seu pas natal, aps uma longa viagem. Caracteriza, atravs de um adjetivo, a forma como o Cavaleiro foi recebido pelos lenhadores.

5. O Cavaleiro quer chegar a sua casa naquela mesma noite, contudo o velho lenhador aconselha-o a ficar. Apresenta dois argumentos utilizados pelo velho de longas barbas para convencer o Cavaleiro.

6. Refere dois contra-argumentos apresentados pelo Cavaleiro para fundamentar a necessidade de partir.

7. A partir do momento em que se afasta da aldeia dos lenhadores, o Cavaleiro enfrenta diversos obstculos.Indica dois desses obstculos, mantendo a ordem pela qual aparecem no texto.

8. A forma como o Cavaleiro vai agindo na sua caminhada pela floresta permite caracteriz-lo.Indica dois traos de carter do Cavaleiro, visveis atravs das suas atitudes.

9. Transcreve uma expresso que permita localizar a ao no tempo.10. Uma editora est a organizar duas antologias de textos narrativos com os ttulosseguintes:Diz em qual destas antologias incluirias o texto que acabaste de ler, justificando a tua resposta.GRUPO IIIResponde aos itens que se seguem de acordo com as orientaes que te so dadas.1. Tendo em conta o artigo de dicionrio que se segue para a entrada trgua, classifica cada afirmao como verdadeira ou falsa. Corrige as frases falsas.Jos Pedro Machado, Grande Dicionrio da Lngua Portuguesa, Ediclube (adaptado)

a) A palavra trgua um nome feminino de origem latina.b) A palavra trgua pode ser sinnima de intervalo.c) A palavra trgua usa-se minoritariamente no plural.Contos e lendas portuguesas Narrativas de autores portugueses

trgua, n. f. (lat. tranga) 1 Suspenso temporria de armas e hostilidades (usa-se mais no plural). //2 Descanso; interrupo. // 3 Intervalo, cessao transitria. // 4 Guerra sem trguas, guerra contnua,sem interrupo, guerra impiedosa. // 5No dar trguas, no conceder descanso. // 6No ter paz nem trguas,no ter um momento de descanso. // 7 Pr trguas a, interromper. // 8Sem trguas, constantemente,sem intervalo, sem cessar. // 9 (Hist). Trgua de Deus, lei religiosa, aprovada em 1041, a qual proibiaqualquer ato de violncia, desde segunda-feira tarde at quarta-feira de manh.

d) No artigo do dicionrio, a palavra trgua est integrada em seis expresses.e) A palavra trgua possui um significado especfico na rea da Histria.f) Descanso surge como antnimo de trgua.2. Identifica nas frases seguintes os pronomes relativos.a) O lenhador que falou tinha grandes barbas.b) Todos observaram o Cavaleiro, a quem admiravam profundamente.c) O Cavaleiro acariciou o seu cavalo, que o acompanhara na viagem.3. Identifica o nome para o qual remete cada um dos pronomes relativos que identificaste em 2.Escreve a alnea e a palavra respetiva.4. Completa cada uma das frases seguintes, usando quatro das formas verbais apresentadas no quadro.O Cavaleiro da Dinamarca ________ durante horas seguidas. Na realidade j se ________muito cansado mas j ________ que no ia desistir. Amanh, ________ o final desta narrativa.

5. Estabelece a correspondncia entre as duas colunas, atravs da letra adequada, de modo a identificar corretamente a funo sinttica da expresso destacada.decidiu caminhava caminhou revelramossentiu revelaremos decidira sentia

1. Cavaleiro, ficai esta noite na minha cabana. disse o lenhador.2. Calmamente, o Cavaleiro bebeu o leite quente.3. No poderei aceitar to honroso convite, amigo lenhador.4. O velho lenhador temia pela vida do Cavaleiro.a) Sujeitob) Vocativo

GRUPO IVEscolhe apenas uma das alternativas apresentadas e realiza a atividade. Escreveum texto de 18 a 25 linhas.a) O Cavaleiro tinha decidido partir para Jerusalm, em peregrinao, prometendo que voltaria na noite de Natal, dois anos depois. Na viagem, fez muitos amigos, conheceu deslumbrantes cidades europeias e ouviu histrias maravilhosas. Agora, precisa de cumprir a promessa que fez sua famlia.Como certamente verificaste, o excerto do livro de Sophia de Mello Breyner no nos d a conhecer qual ter sido o desfecho da situao vivida pela personagem.Imagina a concluso desta histria.No teu texto deves: ordenar os acontecimentos logicamente; caracterizar os sentimentos do Cavaleiro medida que vai avanando na floresta; introduzir uma expresso conclusiva no final da histria.ou

b) Imagina que o Cavaleiro encontra um velho amigo que tinha vindo sua procura, na tentativa de conduzi-lo sua casa. No entanto, ao encontrarem-se, ambos concluem que esto perdidos. Perante tal facto, o Cavaleiro considera que devero continuar o caminho naquela noite, mas o amigo tenta convenc-lo de que ser melhor dormirem na floresta e retomar o percurso quando o dia nascer.D continuidade histria, incluindo um dilogo entre estas duas personagens, onde apresentem os argumentos utilizados para defender os seus pontos de vista.No teu texto deves: respeitar as regras do dilogo; introduzir as falas das personagens com verbos como dizer, afirmar, assegurar, questionar, entre outros; usar o vocativo. Bom trabalho!A Professora,Vera Pinto