ficha de trabalho n.º 1 os maias

3
 Escola Secundária José Gomes Ferreira Departamento de Línguas  Disciplina: Português Ano: 11.º SEA 4 – Romance: Os Maias, de Eça de Queirós Ficha de trabalho n.º 1 – 3.º período Nome: _____________________ N.º: ____ Turma: Lê o texto seguinte onde se faz uma brev e contextualização / abordagem dos ideiais subjacentes à vida e obra de Eça de Queirós. TEXTO 5 10 15 20 25 30  Na literatur a port uguesa , algu ns acontecimentos esporá dicos anunciaram o confronto de geraçõ es e tendências. Já em 1863, João de Deus critica o elogio a Castilho ao D. Jaime, de Tomás Ribeiro. Em 1865, deu-se a primeira grande manifestação dos novos ideiais, com a Questão Coimbrã. Antero de Quental, estudante em Coimbra e autor de uma obra inspirada na missão revolucionária da poesia, por António Feliciano de Castilho. Este grupo de Coimbra, a que veio chamar-se Geração de 70, levou a cabo uma ampla acção crítica e renovadora na cultur a portug uesa. Entre os seus membros mais influentes estavam Eça de Queirós, introdu tor do Realismo literário e Oli vei ra Martins, também pol ítico e his tor iador. Influenciada pelo positivismo e pelo socialismo de Proudhon, a arte procurava também ela, fazer uma descrição pormenorizada e objectiva quanto possível da realidade para depois intervir sobre esta. Antero de Quental foi o grande dinamizador do movimento levado a cabo pela Geração de 70. Organizou as Conferências Democráticas (1871), colaborou na fundação do Partido Socialista Português juntamente com José Fontana e outras figuras da época. Os jornais e revistas, que já haviam servido de veículo difusor de debates e discussão de ideias na primeira fase do Romantismo, continuaram a ser um orgão privilegiado na relação dos escritores com o público. Eça de Queirós e Ramalho Ortigão editaram, em conjunto, As Farpas. Eça de Queirós fundou e dirigiu a Revista de Portugal , Oliveira Martins criou uma Biblio teca das Ciências Sociai s. Ambos particip aram em intensas polémi cas. O sentimento republicano crescente, que haveria de atingir um nível exacerbado aquando do Ultimato de 1890, prolongou a poesia revolucionária de Antero numa poesia panfletária e de combate de que é exemplo a obra de Gu erra Junqueiro.  Entretant o, na Europa d ese nha vam-se a s novas tendência s, Ém ile Zola t orn ava -se o grande representante do Naturalismo, que ao rigor descritivo e à objectividade realista juntava o determinismo cientí fico na justificaçã o de compo rtamentos e fenómenos sociais e idivi duais, pretenden do descre verem amplos quadros, as principais linhas condutoras da sua época. O parnasianismo, surgido em França em 1886, defendia, contra o que considerava o desleixo dos românticos, um maior cuidado formal. Com o aproximar do fim do sécul o, a confi ança optimist a no progre sso da humani dade começav a a esboroar-se . Gerou-se um sentimento de decadência, de tédio civilizacional, que afectou alguns dos grupo s intelectuais europeus. A prosa naturalista evoluiu em sentidos que acompanham a evolu ção espiritua l do Ocidente. A descrença na religião, na ciência, nas capacidades do espírito humano, no progresso, levou a uma procura de compensação na fruição de aspectos mais ligados à sensibilidade e à consciência individuais na própria percepção da realidade. O decadentismo, manifesto sobretudo a partir de 1880, estendeu-se em Portugal pelas duas primeiras décadas do século XX. A influência de certos pensadores e poetas em Portugal, como Docente: Margarida Espiguinha -1- Ano Lectivo: 2010/2011  

Transcript of ficha de trabalho n.º 1 os maias

Page 1: ficha de trabalho n.º 1 os maias

5/6/2018 ficha de trabalho n.º 1 os maias - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/ficha-de-trabalho-no-1-os-maias 1/3

 

Escola Secundária José Gomes Ferreira

Departamento de Línguas

Disciplina: Português Ano: 11.º

SEA 4 – Romance: Os Maias, de Eça de Queirós

Ficha de trabalho n.º 1 – 3.º períodoNome: _________________________________________________ N.º: ____ Turma: _____

Lê o texto seguinte onde se faz uma breve contextualização / abordagem dos ideiais subjacentes à

vida e obra de Eça de Queirós.

TEXTO

5

10

15

20

25

30

Na literatura portuguesa, alguns acontecimentos esporádicos anunciaram o confronto de gerações e

tendências. Já em 1863, João de Deus critica o elogio a Castilho ao D. Jaime, de Tomás Ribeiro. Em 1865,

deu-se a primeira grande manifestação dos novos ideiais, com a Questão Coimbrã. Antero de Quental,

estudante em Coimbra e autor de uma obra inspirada na missão revolucionária da poesia, por António

Feliciano de Castilho. Este grupo de Coimbra, a que veio chamar-se Geração de 70, levou a cabo uma

ampla acção crítica e renovadora na cultura portuguesa. Entre os seus membros mais influentes estavam

Eça de Queirós, introdutor do Realismo literário e Oliveira Martins, também político e historiador.

Influenciada pelo positivismo e pelo socialismo de Proudhon, a arte procurava também ela, fazer uma

descrição pormenorizada e objectiva quanto possível da realidade para depois intervir sobre esta. Antero de

Quental foi o grande dinamizador do movimento levado a cabo pela Geração de 70. Organizou as

Conferências Democráticas (1871), colaborou na fundação do Partido Socialista Português juntamente com

José Fontana e outras figuras da época. Os jornais e revistas, que já haviam servido de veículo difusor de

debates e discussão de ideias na primeira fase do Romantismo, continuaram a ser um orgão privilegiado na

relação dos escritores com o público. Eça de Queirós e Ramalho Ortigão editaram, em conjunto,  As Farpas.

Eça de Queirós fundou e dirigiu a Revista de Portugal , Oliveira Martins criou uma Biblioteca das Ciências

Sociais. Ambos participaram em intensas polémicas. O sentimento republicano crescente, que haveria de

atingir um nível exacerbado aquando do Ultimato de 1890, prolongou a poesia revolucionária de Antero

numa poesia panfletária e de combate de que é exemplo a obra de Guerra Junqueiro.

Entretanto, na Europa desenhavam-se as novas tendências, Émile Zola tornava-se o grande

representante do Naturalismo, que ao rigor descritivo e à objectividade realista juntava o determinismo

científico na justificação de comportamentos e fenómenos sociais e idividuais, pretendendo descreverem

amplos quadros, as principais linhas condutoras da sua época. O parnasianismo, surgido em França em

1886, defendia, contra o que considerava o desleixo dos românticos, um maior cuidado formal. Com o

aproximar do fim do século, a confiança optimista no progresso da humanidade começava a esboroar-se.

Gerou-se um sentimento de decadência, de tédio civilizacional, que afectou alguns dos grupos intelectuais

europeus. A prosa naturalista evoluiu em sentidos que acompanham a evolução espiritual do Ocidente. A

descrença na religião, na ciência, nas capacidades do espírito humano, no progresso, levou a uma procura

de compensação na fruição de aspectos mais ligados à sensibilidade e à consciência individuais na própria

percepção da realidade. O decadentismo, manifesto sobretudo a partir de 1880, estendeu-se em Portugal

pelas duas primeiras décadas do século XX. A influência de certos pensadores e poetas em Portugal, como

Docente: Margarida Espiguinha -1- Ano Lectivo: 2010/2011

 

Page 2: ficha de trabalho n.º 1 os maias

5/6/2018 ficha de trabalho n.º 1 os maias - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/ficha-de-trabalho-no-1-os-maias 2/3

 

35

40

Baudelaire, Verlaine, Mallarmé, Rimbaud, manifestou-se sobretudo em certos elementos, detectáveis em

alguns escritores. Estes movimentos acabam por influenciar, em diferentes graus, e por vezes

simultaneamente, alguns escritores portugueses, como Cesário Verde e Fialho de Almeida.

Em Portugal, a Geração de 70 reunia-se agora como grupo dos Vencidos da Vida, na consciência

frustrada do seu fracasso em conseguir renovar a vida do país. Os escritores que se lhes seguiram

intervieram em grau ainda menor nas questões públicas. Na Europa, desenvolveu-se uma concepção da

poesia como arte para iniciados, como esfera particular regida por códigos próprios, inacessíveis e distintos

daqueles que regem a realidade quotidiana. O artista separava-se da vida comum e vulgar, e foi este corte,

confirmado com a doutrina simbolista da arte pela arte, que em França teve o seu manifesto em 1886, que

assinalou o fim do Romantismo, ao afastar o escritor mundo, do público, cortando o elo de comunicação e

inetrvenção que fora apanágio dos autores românticos. A receptividade era ainda pouca a correntes que

repugnavam o conservadorismo do público nacional. A teoria da arte pela arte só no fim do século

conseguiu impor-se. A edição da revista Os Insubmissos, em 1889, marca, em Portugal, a introdução do

Simbolismo.Breve História da Literatura Portuguesa, Períodos Literários, 1.ª ed., 1999

Texto Editores, Lisboa, pp.64-65.

I. COMPREENSÃO

1. Preenche o esquema de acordo com o conteúdo do texto, transcrevendo as informações para o

teu caderno diário.

 

II. ESCRITA

1. Resume o conteúdo do texto, a partir da resolução da actividade anterior, de acordo com:

-a ordem numérica dos tópicos;

-a ligação dos tópicos (4) e (5) através de um conector conclusivo;

-a inclusação de um conector de oposição no início de (6);

-a articulação dos tópicos (7) e (8) por um conector consecutivo.

Docente: Margarida Espiguinha -2- Ano Lectivo: 2010/2011

(1) 1865 – Questão Coimbrã …

(3) Geração de 70, composta por 

… (entre outros)

(5) e organiza as

Conferências …

(8) em Portugal , o grupo

“Vencidos da Vida”, que éconst iuído por. . .

opõe-se

defende

(2) … liderada por . . .

(4) . . .

(6) No f im do sécu lo , perde-

s e a f ir me za e a r es ol uç ão

nas convicções, o que gera . . .

(7) . . .ori ina ndo

Page 3: ficha de trabalho n.º 1 os maias

5/6/2018 ficha de trabalho n.º 1 os maias - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/ficha-de-trabalho-no-1-os-maias 3/3

 

GUIÃO DE ELABORAÇÃO DO RESUMO

Antes de redigir o resumo: SIM NÃO

-Foi feita uma leitura atenta do texto-fonte.

-Sublinharam-se as ideias/os factos/os segmentos principais.

- Dividiu-se o texto-fonte nas suas partes e subpartes

-Assinalou-se a rede vocabular e/ou as expressões -chave tematicamente relevantes.

-Destacaram-se os articuladores necessários à progressão textual do original.

-Atribuiu-se um título a cada uma das (sub)partes do texto-fonte.

-Suprimiram-se/reduziram-se:

a)repetições e/ou expressões redundantes;

b)citações;

c)exemplificações ou sequências explicativas;

d)condições, componentes ou sequências implicadas noutras referências textuais;

e)interjeições ou marcas apreciativas;

f)pormenores e adjectivações supérfluas;g)perífrases e pleonasmos.

-Construiu-se um plano/esquema, respeitando a sequência de informação do texto-fonte.

Ao redigir o resumo:

-Obedeceu-se à ordenação da informação do plano/esquema construído anteriormente.

-Não foram alterados os dados informativos do texto-fonte.

-Diversificou-se a linguagem face ao texto-fonte:

a)excluindo-se transcrições ou cópias/colagens relativamente ao texto original;

b)substituindo-se sequências de termos específicos por outros de âmbito mais genérico;

c)alterando-se expressões por termos mais económicos;

d)retomando palavras/expressões por anafóricos;

e)transformando sequências textuais/frásicas amplas ou complexas em sinónimas mais reduzidas;

(nominalizações, adjectivos em vez de sequências relativas...).

-Mantiveram-se as relações lógicas do texto-fonte.

-Excluíram-se intromissões pessoais (comentários, opiniões, apreciação, julgamento).

-Respeitaram-se as regras de correcção escrita (pontuação, acentuação, ortografia, sintaxe).

No final da redacção do resumo:

-Evitou-se a colagem do resumo ao texto-fonte.

-Respeitou-se o limite de palavras solicitado (normalmente um terço do texto-fonte).

-Reviu-se a coerência do texto de chegada (articulação lógica das ideias, manutenção da opção noregisto discursivo: primeira pessoa/terceira pessoa)

-Corrigiram-se lacunas a nível de:

a)pontuação;

b)ortografia e acentuação;

c)sintaxe;

e)selecção vocabular.

Bibliografia: CARDOSO, Ana M.ª et alii. (2011). Com textos 11. Porto: Edições Asa.CATARINO, Ana & FONSECA, Célia. (2011). Outros Percursos. Português 11.º Ano. Porto: Edições Asa.

Docente: Margarida Espiguinha -3- Ano Lectivo: 2010/2011