Ficha de Trabalho (UFCD 3544) Estratégias Alzheimer

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  • 8/11/2019 Ficha de Trabalho (UFCD 3544) Estratgias Alzheimer

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    Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes

    Curso de Educao e Formao de AdultosPortaria n 80/2008, alterada pela Portaria 74/2011 de 30 de junho

    Projeto cofinanciado pelo Fundo Social Europeu

    Agente em Geriatria - Nvel 2

    SADE DA PESSOA IDOSAPREVENO DE PROBLEMAS (UFCD 3544)Ficha de Trabalho de Grupo n2

    O QUE A DEMNCIA? COMO AUXILIAR A PESSOA IDOSA COMLIMITAES COGNITIVAS?

    Nos dias atuais, chamamos de demncia ao conjunto de alteraes que ocorrem no

    crebro de uma pessoa modificando sua capacidade intelectual. O termo demncia

    significa que a pessoa apresenta diminuio de memria associada com dificuldades em

    pelo menos outro setor, de intensidade suficiente para restringir as atividades dirias.

    Existem vrios tipos de demncia. As mais frequentes so a doena de Alzheimer

    (DA), em primeiro lugar, a Demncia Vascular em segundo e por ltimo a Demncia

    por corpos de Lewy.

    O nome da doena de Alzheimer deve-se ao mdico psiquiatra alemo Alois

    Alzheimer, que, em 1907, identificou mudanas no tecido cerebral de uma mulher (Sra.

    August D.) que havia morrido de uma rara doena mental. Alzheimer encontrou

    depsitos anormais de determinada substncia, hoje conhecidos como placas amiloides,e o acmulo de estruturas fibrilares nas estruturas neuronais. A presena dessas

    estruturas no crebro humano considerada caracterstica da doena e est associada a

    outras alteraes, como a morte das clulas nervosas em certas regies do crebro.

    A doena de Alzheimer crnica, degenerativa, progressiva e, ainda hoje,

    incurvel. As pessoas acometidas por ela vo gradativamente apresentando problemas

    de memria, perturbaes no raciocnio (no conseguem resolver problemas do dia a

    dia), desorientao temporal (no identificam dia, ms e ano em que estamos),dificuldade com operaes matemticas (fazer contas) e de linguagem e alteraes de

    comportamento (agitao, alucinaes, delrios etc.).

    Qual a causa da Doena de Alzheimer?

    Ainda no est completamente esclarecida a causa da doena de Alzheimer.

    possvel que no exista uma nica causa, mas a associao de vrios fatores que afetam

    as pessoas de forma diferente.

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    A idade avanada considerada um fator de risco, assim como antecedentes

    familiares relacionados presena da doena. Acredita-se que exista uma relao

    gentica, mas isso ainda no se sabe ao certo. Embora seja mais observada em pessoas

    idosas, a DA no prpria do envelhecimento, pois pode acometer pessoas em qualquer

    perodo da idade adulta.

    Com o avano da doena, a morte celular expande-se para alm das reas do

    crebro responsveis pela memria e compromete outras habilidades intelectuais e de

    comportamento. Essa evoluo pode variar de trs anos (em pessoas com diagnstico

    por volta dos 80 anos) at dez ou mais anos, se o diagnstico ocorrer mais cedo.

    O diagnstico da doena realizado por meio de exames de imagens, laboratoriais

    e do quadro clnico apresentado (principalmente queixas referidas pelo prprio idoso e

    por seus familiares). Procura-se excluir qualquer outra doena que porventura esteja

    alterando a cognio, como por exemplo uma depresso associada morte do conjugue.

    Quais os sinais?

    As primeiras queixas so sempre relacionadas memria. A pessoa, por exemplo,

    esquece compromissos, onde colocou as chaves, os culos, alimentos no fogo (mesmo

    com o cheiro de queimado no se lembra de que os deixou l), recados, pagamento de

    contas, aniversrios. Como muitas pessoas, sem a doena, tambm podem apresentar

    parte ou muitos desses esquecimentos, essa queixa no valorizada pelo prprio

    idoso ou por seus familiares.

    medida que os esquecimentos vo se acentuando, podem gerar quadros de

    ansiedade ou depresso. Esses sintomas vo se somando a outros, como dificuldade em

    aprender novas tarefas e lidar com outras que exijam raciocnio ou operaes

    matemticas. Tarefas que habitualmente eram executadas com facilidade comeam a se

    tornar penosas. A pessoa pode apresentar dificuldades em dizer o nome das coisas,

    como ver uma colher, saber para que serve, ser capaz de descrev-la, mas no conseguir

    nomin-la (dizer, por exemplo: Aquilo que usamos para tomar sopa).

    De modo geral, as primeiras atividades cujo desempenho comprometido pela

    doena so as mais complexas, como a administrao de finanas, o uso de transportepblico, dirigir um carro, fazer compras, preparar uma refeio. Em seguida, vm as

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    atividades que se costumava fazer (pequenos consertos domsticos, costura, bordado) e,

    posteriormente, as atividades mais simples, como vestir-se e banhar-se. As queixas

    apresentadas sero confirmadas por exames neuropsicolgicos especficos para avaliar a

    memria, a linguagem, a capacidade de clculo, o raciocnio, o julgamento, entre outras

    habilidades.

    O diagnstico definitivo, no entanto, s pode ser feito por bipsia cerebral ou

    autpsia. Isso normalmente no feito; a bipsia, pelos riscos e por no trazer nenhum

    benefcio ou modificao ao tratamento da pessoa, e a autpsia feita apenas aps o

    bito (ajuda na pesquisa cientfica, mas no no tratamento pessoal).

    Como receber o diagnstico?

    Hoje a DA diagnosticada cada vez mais precocemente. Como nas fases mais

    precoces o doente apresenta vrios momentos de lucidez, poder planear o seu futuro

    com a famlia.

    No fcil ao contrrio muito difcil para o idoso e seus familiares receber e

    aceitar o diagnstico de provvel DA, principalmente por ser uma doena de evoluo

    progressiva e ainda incurvel. A notcia, com certeza, o abalar tanto quanto a sua

    famlia, pois todos sabero que ele necessitar cada vez mais de apoio. Mas isso

    motivo de desespero? Certamente, no. J vimos que muitas doenas do passado,

    consideradas incurveis, tiveram o prognstico modificado com o avanar da cincia,

    que nos surpreende a cada dia.

    Enquanto causas, tratamentos e cura continuam a ser estudados, podemos ampliar

    nosso leque de informaes de forma a superar o desgaste fsico, mental e emocional

    que uma notcia como essa pode provocar. Uma pessoa atualizada e bem informada

    pode encarar a situao de maneira positiva e garantir ao doente e a si mesma melhor

    qualidade de vida.

    Cada pessoa nica e reage a uma notcia como essa seu modo. H algumas

    maneiras de enfrentar a situao, ficar mais relaxado ou diminuir o estresse causado

    pela notcia.

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    Os familiares e as pessoas prximas devem procurar auxili-lo a utilizar seu tempo

    desenvolvendo atividades menos estressantes, como jardinagem, cuidado de animais,

    msica, exerccios ao ar livre, e a passar mais tempo com a famlia e os amigos.

    Participar de grupos de apoio, como a Associaes, auxilia tanto a pessoa que est

    com a doena quanto seus familiares a compreender o que est ocorrendo. Eles podero

    entrar em contato com outras pessoas que esto na mesma situao e, assim, no se

    sentiro isolados como se o problema deles fosse nico.

    Boa parte dos profissionais de sade e das associaes de famlias recomenda que o

    idoso seja informado do diagnstico quando ainda tem condio intelectual de entender

    seu significado. Essa posio tem por base os seguintes pressupostos: a) A pessoa est

    percebendo falhas em sua memria e no consegue compreender o porqu nem mudar a

    situao, fato que gera ansiedade e depresso. Ela tem o direito de saber com o que est

    lutando. b) Esconder a verdade no vai poupar o idoso, s vai quebrar sua confiana.

    Dizer a verdade uma demonstrao de respeito e de valorizao, pois assim ele

    vai poder participar da deciso sobre o tratamento e planear o futuro. Esse planeamento

    pode se referir a questes legais (o idoso poder dizer quem quer como seu tutor),

    escolher os tratamentos que prefere e rejeitar outros para as fases avanadas da doena

    (reanimao, alimentao nasogstrica etc.), definir como administrar seus bens etc.

    Essas decises, quando compartilhadas, diminuem, e muito, o estresse do cuidador

    familiar no futuro, pois ele agir conforme a vontade de seu parente idoso sem ter

    muitas dvidas a esse respeito.

    Mesmo que ainda acredite que pode fazer as coisas sozinha, conveniente que a

    pessoa com DA recm-diagnosticada v consulta mdica com algum, um familiar ou

    amigo prximo. Essa pessoa poder proporcionar confiana ao doente e ajuda a recordar

    coisas que tinha planeado perguntar e, depois, a lembrar-se do que foi dito pelo mdico.

    Seu parente ou amigo tambm pode querer discutir algumas coisas com o mdico,

    como: o que esperar do futuro; tipos de servios que sero necessrios e onde encontr-

    los; como manter o prprio bem-estar e o da famlia como um todo.

    Ideias equivocadas em relao DA

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    A falta de informao e a ignorncia podem ser responsveis pela alimentao e

    propagao de falsas ideias relacionadas DA, que em nada ajudam, e aumentam a

    ansiedade da famlia. Algumas delas so:

    1. a idade! Ele(a) est assim porque est velho(a)...

    Essa , talvez, a mais difundida das ideias equivocadas. Chegamos a ouvir isso at

    de profissionais de sade. A DA no consequncia do envelhecimento; uma doena

    como outra qualquer, que requer diagnstico, tratamento e cuidados.

    2. No se pode fazer nada...

    A DA ainda no tem cura, mas j existem tratamentos que auxiliam a retardar sua

    evoluo. Mesmo incurvel, a doena no intratvel; sempre se pode cuidar do

    doente, e esse cuidado vem se aperfeioando.

    3. contagiosa...

    Completamente errado; voc no pegar a doena por conviver ou cuidar de

    algum que tem DA.

    4. Demncia loucura.

    No, demncia significa um conjunto de indcios que esto associados perda da

    memria e ao declnio em pelo menos outra rea cerebral, com intensidade suficiente

    para comprometer o desempenho de atividades cotidianas.

    5. Ele(a) no entende mais nada... como se fosse um vegetal...

    Errado e cruel! Essa frase muitas vezes ouvida para definir o estado do doente nas

    fases avanadas da doena, mas esse procedimento est errado.

    Apesar de doente, ele no deixou de ser uma pessoa e, como tal, necessita ser

    valorizado e respeitado. Familiares de doentes de Alzheimer referem que, mesmo nas

    fases mais avanadas, h momentos, embora poucos, em que eles parecem interagir.

    A pessoa idosa com DA pode ficar sozinha em casa?

    Essa no uma pergunta to simples. Ela requer avaliao prvia bem cuidadosa.

    Algumas questes podem auxiliar nessa deciso:

    a) Est confusa ou tem comportamentos imprevisveis? b) capaz de reconhecer

    uma situao de perigo (por exemplo, um incndio)? c) Sabe utilizar um telefone emcaso de emergncia? d) Anda sem rumo e fica desorientada com facilidade? e) Mostra

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    sinais de agitao, depresso ou afastamento quando fica sozinha durante curtos

    perodos de tempo? f) Tenta realizar atividades que podem provocar ferimentos, como

    cozinhar, fazer pequenos consertos etc.?

    Caso as respostas sejam positivas, possivelmente essa pessoa encontrasse em risco

    se ficar sozinha em casa sem superviso.

    Para compreender e lidar com distrbios de comportamento

    Embora se saiba que as pessoas com DA podem apresentar distrbios de

    comportamento, nem todas o faro da mesma forma. A presena de tais problemas pode

    afetar a segurana da pessoa idosa. Esses problemas podem acontecer desde o incio,

    mas tendem a se acentuar com a progresso da doena. Como no consegue expressar

    seus sentimentos e emoes como os outros fazem, a pessoa com DA pode recorrer a

    comportamentos no usuais ou estranhos e, s vezes, perigosos.

    A maneira como o cuidador reage a esses comportamentos reflete-se na pessoa

    com DA. Se o cuidador est irritado, cansado e zangado (muitas vezes com razo), o

    doente, provavelmente, se sentir da mesma forma.

    importante que se compreenda que essas reaes no so intencionais ou

    pessoais. O idoso no as tem de propsito.

    Deambulao excessiva

    Ele(a) caminha sem parar, de um lado para outro do quarto. Ele(a) fica, noite,

    andando ao redor da mesa, por horas seguidas.

    Esse costuma ser um comportamento frequente; pode expressar inquietao,

    insegurana ou falta de atividade fsica.

    O que fazer?

    Embora possa ser muito irritante para o cuidador, esse comportamento, em si, no

    causa nenhum mal nem coloca a pessoa em perigo. Deixe-a andar. Se isso acontecer

    noite e o idoso residir em um apartamento, providencie um calado confortvel com

    solado de borracha para no fazer barulho e incomodar os vizinhos do andar de baixo.

    Reorganize o ambiente de modo a permitir que ele tenha espao para andar semficar se chocando com mveis ou outros obstculos. Se o comportamento for constante,

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    procure organizar caminhadas externas, de preferncia tarde, em lugares pouco

    agitados.

    Perguntas repetitivas

    Esse outro comportamento frequente e igualmente perturbador.

    Ele faz sempre as mesmas perguntas at quando o cuidador acabou de responder a

    elas. Ele tambm pode repetir as mesmas frases e gestos constantemente. preciso

    entender que o problema de base dessa pessoa a memria. Ela repete as perguntas

    porque no memorizou as respostas. Cada vez que pergunta, para ela, como se fosse a

    primeira.

    Esse comportamento tambm pode expressar insegurana e ser a traduo de um

    pedido de ajuda. um modo de chamar a ateno e de reafirmar sua presena no

    mundo. Aes ou frases repetitivas podem expressar aquilo que ela ainda consegue

    fazer e que, de alguma forma, a interessa ou a preocupa.

    Assim, uma me com DA pode falar ao telefone com o filho todos os dias, em

    diferentes momentos e sempre perguntar se ele se alimentou (no importa a hora), se

    dormiu, se est bem.

    O que fazer?

    No adianta se irritar ou tentar argumentar; apenas responda e entenda que o

    mximo de informao a que a pessoa est conseguindo processar. Dizer, por exemplo,

    J respondi mais de vinte vezes s vai aumentar a insegurana do doente. um

    comportamento de fato cansativo, montono e enervante, mas no gera perigo algum.

    Deixe-o perguntar. Procure responder pergunta de maneira clara e precisa, lenta e

    articulada, e pea a ele que repita o que voc disse.

    Se a pergunta repetitiva estiver relacionada hora (Que horas so?), procure

    relacionar a resposta com alguma atividade ( hora do almoo, do jantar, de tomar

    banho etc.). A atividade ainda pode servir como uma referncia de tempo, enquanto o

    valor da hora provavelmente tenha perdido seu significado concreto.

    O doente segue voc por toda parte

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    Voc pode representar a nica referncia de segurana que ele aindatem; o resto do

    mundo pode parecer hostil e ameaador. Pode tambm ser um comportamento

    mimtico, ou seja, o doentereproduz os gestos, atitudes, idas e vindas do cuidador. Isso

    ocorre pela evoluo da doena, quando o doente perde a autonomia em relao ao

    ambiente e passa a imitar o comportamento das pessoas ao redor. Indica dependncia

    social.Esse comportamento pode ainda representar a angstia que a pessoa sente em

    ficar sozinha.

    O que fazer?

    Procure entreter o doente com algum tipo de atividade que ele gosta de fazer e que

    o distrai. Momentaneamente ele vai esquec-lo, mas permanecer tranquilo porque sabe

    que voc est por perto. Tente descobrir outras pessoas com quem ele se sente tranquilo

    e estude a possibilidade de elas virem, rotineiramente, visit-lo. Isso o auxiliar a

    manter outros vnculos e no se sentir inseguro na ausncia de seu cuidador. Acostume-

    o tambm a ficar sozinho em alguns momentos.

    Apatia ou tristeza

    O doente poder mostrar-se aptico ou triste em diferentes momentos, em especial

    quando se tornar cada vez mais dependente. Esse comportamento pode representar um

    mecanismo de defesa contra o fracasso. Talvez a pessoa doente comece a demonstrar

    menor reao s circunstncias emocionais, no queira fazer nada, no deseje mais sair,

    nada lhe agrade. Passa a reagir menos aos eventos felizes ou infelizes (arrefecimento

    afetivo).

    Esse tipo de arrefecimento tende a aumentar com o avanar da doena,

    comprometendo as atividades do dia-a-dia; chega a afetar tambm as relaes sociais e

    familiares do doente, aumentando seu isolamento.

    O que fazer?

    Avalie a capacidade remanescente do doente e proponha atividades programadas

    que ele consiga desempenhar. Essas atividades podem faz-lo sentir-se til e integrado.

    Busque as atividades que lhe do prazer e faa-as com ele. Mas avalie bem, pois, se

    ele no conseguir desempenhar a atividade, esse fato poder induzi-lo a perceber seufracasso, aumentando ainda mais a angstia. Evite que ele faa o que no se sente capaz

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    de fazer. No o coloque em situaes de hiperestimulao; d-lhe tempo para entender o

    que lhe foi solicitado e para que tente responder. Valorize seus sucessos, mesmo que

    mnimos.

    Inquietao, agressividade

    A pessoa com DA gradativamente vai perdendo a noo de tempo e de espao.

    Assim, ela pode no saber onde est, se dia ou noite, que horas so etc. Isso a deixa

    muito insegura e desorientada. Ela pode reagir desproporcionalmente s situaes

    apresentadas gritando, chorando, batendo o p ou at se tornando agressiva. A

    agressividade verbal mais frequente que a fsica. A pessoa com DA age assim porque

    no consegue adequar sua reao situao que vivencia. V ameaa e perigo onde no

    existem e apenas reage a essas sensaes, que, para ela, so reais.

    O que fazer?

    Para o cuidador, so situaes sempre difceis de lidar, pois cansam, estressam e

    magoam. O cuidador sempre fica se perguntando o que fez para desencadear essa

    situao. Muitas vezes no fez nada ou fez algo interpretado de modo inadequado.

    Quando ocorrer esse tipo de situao, procure manter a calma e tente controlar o doente.

    No grite com ele nem o segure com fora, pois ele pode se sentir ameaado e

    agredido, o que s vai piorar o quadro. No se afaste, fale com ele em tom normal,

    devagar e com delicadeza; se estiver chorando, console-o.

    No tente argumentar ou racionalizar, nem procure se justificar, pois isso s piorar

    a situao. Se ele ficar agressivo, no tente segur-lo, saia do seu alcance, mas deixe

    que ele continue visualizando voc.

    Aguarde a ira passar e, depois, esquea o ocorrido. No tente conversar a respeito,

    isso no vai ajudar. Por mais difcil e ilgico que parea, em geral h uma razo para o

    desencadeamento dessas situaes. Procure descobrir qual para poder evit-la.

    Se isso acontecer em um ambiente pblico, no se estresse e no sinta vergonha.

    Procure afastar as pessoas e explique que o idoso portador de DA. Hoje em dia essa

    doena j bastante conhecida e algum poder ajud-lo a conter a situao

    conversando com as pessoas que porventura se aglomerem ao seu redor.

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    Sair na rua e no saber voltar para casaO doente pode fugir de casa, caracterizando uma fuga, ou se perder em um trajeto

    corriqueiro.

    O vagar a esmo est ligado desorientao e memria espacial. Ele sai, perde-se,

    no encontra o caminho de volta, perde as referncias e comea a vaguear. Essas fugas

    ou andanas podem ser potencialmente perigosas, pois a pessoa pode andar longas

    distncias e no conseguir pedir ajuda. Pode cair, ficar exposta ao frio ou ao calor

    intenso, chuva ou ser agredida. Sua expresso (ar incerto ou perdido) ou atitude talvez

    levem as pessoas a pensarem, erroneamente, que se trata de um alcoolista ou drogado e

    se afastarem dele, recusando ajuda. Em cidades pequenas essas situaes so menos

    problemticas, pois em geral as pessoas se conhecem e podem ajudar. Numa cidade

    como Lisboa a pessoa pode, simplesmente, desaparecer.

    O que fazer?

    No entre em pnico, analise calmamente a situao. D uma volta rpida no

    quarteiro. Se a busca comear rapidamente, o doente poder ser encontrado em um raio

    de 1,5 km de sua residncia.

    V aos lugares a que costuma ir quando sai com ele e pergunte s pessoas se o

    viram. Telefone para a polcia e saiba como descrev-lo, lembrando- se de como estava

    vestido quando desapareceu. Avise os familiares. Como essa situao pode ser bastante

    comum, o ideal preveni-la.

    Avise vizinhos e comerciantes prximos sobre a doena do idoso e que ele poder

    se perder. Fornea seu telefone para que eles possam avis-lo numa circunstncia

    dessas. No deixe que o idoso use objetos de valor (joias) ou carregue os documentos

    originais. Providencie um identificador, que pode ser uma pulseira ou algo costurado na

    parte interna da roupa contendo nome, sobrenome, endereo e telefone de contato.

    Procure ter sempre uma foto dele atualizada para auxili-lo (ou polcia) na busca.

    Mantenha as portas de acesso rua trancadas e as chaves em locais de difcil

    acesso. Colocar uma cortina ou uma tapearia cobrindo a porta tambm auxilia. No se

    desespere e no se sinta necessariamente culpado. Procure prevenir essas situaes e

    mantenha a famlia sempre orientada quanto possibilidade de ocorrerem. Saiba semprepara quem ligar se isso acontecer. Tenha sempre mo telefones teis (polcia,

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    bombeiros, prontos-socorros, hospitais e servios de urgncia prximos, mdico do

    idoso e parente que costuma ajudar). Quando ele for localizado, procure entender por

    que ele agiu daquela maneira. Esse cuidado o auxiliar no estabelecimento de um

    planeamento preventivo para novas ocorrncias semelhantes.

    Grupo 1

    O que a demncia? Qual a mais comum? Qual a causa da doena de Alzheimer?

    Quais os sinais? Como receber o diagnstico?

    Grupo 2

    Ideias equivocadas em relao DA? A pessoa idosa pode ficar em casa?

    Explique e refira a maneira de agir perante a Deambulao excessiva e Perguntas

    repetitivas.

    Grupo 3

    Explica e refira a maneira de agir, Quando o doente segue-nos por toda parte,

    quando est Aptico ou triste, Inquieto ou agressivo e quando Sai de casa e no saber

    voltar.