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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Artigo de opinião: leitura e produção de textos a partir de uma perspectiva discursiva

Autor Isolde Bernadete Xisto Perussolo

Escola de Atuação Colégio Estadual Professor Júlio César – Ensino Fundamental - Médio e Normal

Município da escola Rebouças

Núcleo Regional de Educação Irati

Orientador Ms. Kátia Alexsandra dos Santos

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Artigo de Opinião – Sequência Didática

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Língua portuguesa; sociologia; psicologia.

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Alunos da 2ª série do Ensino Médio

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

Colégio Estadual Prof. Júlio César – Ensino Fundamental – Médio e Normal

Av. Antonio Franco Sobrinho – nº 419

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A

Considerando que um dos maiores problemas identificados no desempenho escolar se encontra na área de leitura, este trabalho pretende abordar a leitura e

informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

produção de textos a partir de uma perspectiva discursiva. O objetivo é apresentar proposta metodológica de trabalho com o gênero artigo de opinião com o intuito de propiciar uma visão mais crítica entre os alunos, no que se refere à leitura e à produção de textos, situação em que eles se possam colocar como autores frente aos discursos que circulam na sociedade. Será realizado um trabalho de leitura e produção de textos, utilizando-se de exemplares pertencentes a uma formação discursiva que se insira na realidade dos alunos. Tratando da formação do leitor crítico, capaz de atribuir sentidos ao texto a partir das condições histórico-sociais, são tomadas como base as teorias de Análise do Discurso de linha francesa, área representada no Brasil, por autoras/pesquisadoras como Eni Orlandi (2009) e Helena Brandão (2004). A área em questão parte de um trabalho com a língua em situações concretas de produção, considerando os aspectos sociais, históricos e ideológicos envolvidos no uso da linguagem e na produção de sentidos.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Leitura; produção de textos; Análise do Discurso; artigo de opinião.

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA Sumário

1 Introdução 4

2 Artigo de Opinião – Sequência Didática 5

2.1 Artigos de Opinião: Onde circulam, quem escreve 6

2.2 (Re) Conhecendo artigos de opinião 7

2.3 Leitura de textos de artigo de opinião 9

2.3.1 Texto: A moda é ficar não namorar 10

2.3.2 Texto: Namoro, compromisso de quem? De quê? 11

2.3.3 Texto: Roda viva de encontros superficiais... 12

2.3.4 Texto: Ficar ou namorar 12

2.4 Artigo de Opinião: Texto: Antes do namoro, o ficar 16

2.4.1 Contexto de produção e função social do gênero 17

2.4.2 Estrutura composicional do artigo de opinião 19

2.4.3 Interpretação de texto 21

2.4.4 Debate 25

2.4.5 Produção de texto 27

2.4.6 Publicação dos artigos de opinião 29

2.4.7 Recursos materiais a serem utilizados 30

2.4.8 Avaliação 30

3 Referências 31

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ARTIGO DE OPINIÃO: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS A

PARTIR DE UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA

1 - INTRODUÇÃO

A questão da leitura é um dos fatores que vem merecendo destaque nas

discussões sobre o ensino-aprendizagem de língua materna. As avaliações realizadas

no ensino básico demonstram que até mesmo os alunos que atingiram os melhores

níveis, embora tenham consolidadas algumas habilidades de leitura, ainda não se

tornaram leitores críticos e não desenvolveram o gosto pela leitura.

Este trabalho embasa-se nas teorias de Análise do Discurso de linha francesa,

tendo como base do referencial teórico as autoras brasileiras Eni Orlandi (2009) e

Helena Brandão (2004), que analisam a língua em condições concretas de produção,

considerando os aspectos sociais, históricos e ideológicos envolvidos no uso da

linguagem e na produção de sentidos.

Esta proposta didático-pedagógica utiliza o texto enquanto exemplar do discurso,

compreendendo a leitura como um ato dialógico, interlocutivo. A leitura, nesta

perspectiva, busca os conhecimentos prévios do leitor, as suas experiências, as várias

vozes que o constituem, ou seja, as formações discursivas e o interdiscurso.

Para estimular a criticidade e contribuir com a reflexão em todas as esferas de

comunicação, será utilizado o trabalho com o gênero artigo de opinião. Acreditamos

que aprender a ler e a escrever esse gênero textual contribuirá para o desenvolvimento

da capacidade de participar, com argumentos convincentes, sobre as questões em

voga na sociedade, formar opinião sobre elas e efetivamente constituir-se enquanto

sujeito atuante na sociedade.

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2 - ARTIGO DE OPINIÃO

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Professor(a):

Como o gênero artigo de opinião é elaborado a partir de uma questão polêmica,

criada em torno de algum fato que está em discussão na esfera social, sugere-se que o

trabalho com seus alunos tenha início a partir de um levantamento das suas expectativas

em relação a temas polêmicos, para que se possa trabalhar, portanto, com temáticas

que sejam do interesse dos educandos.

Para começarmos a trabalhar com o gênero em questão, é necessário

compreendê-lo um pouco melhor. Então, observe as características principais do artigo

de opinião:

1 – No mínimo, um parágrafo. Não há limite máximo para a extensão do texto.

2 – Estrutura do texto:

- introdução (apresentação da tese ou ideia pelo autor);

- desenvolvimento (utilização de argumentos que sustentam a posição assumida);

- conclusão (pode ser retomada da tese ou posição defendida).

6

2.1 ARTIGOS DE OPINIÃO: ONDE CIRCULAM, QUEM ESCREVE,

PARA QUEM E COM QUE OBJETIVO

Professor(a):

Para a Análise do Discurso, “as palavras falam com outras palavras. Toda

palavra é sempre parte de um discurso. E todo discurso se delineia na relação com

outros: dizeres presentes e dizeres que se alojam na memória” (ORLANDI, 2009, p.43),

portanto, as formulações feitas e já esquecidas determinam o que dizemos, a memória

ao relacionar-se com o discurso, constitui o interdiscurso.

Todo leitor tem sua história de leituras. Um texto leva a outro, orientando o leitor a

participar da elaboração dos significados. Nessa perspectiva, as leituras já feitas, a

experiência de vida, constituem parte dos conhecimentos prévios dos alunos, essencial

para o entendimento dos sentidos dos textos.

Para iniciar o trabalho com o artigo de opinião, serão proporcionados aos alunos

momentos de identificação e de familiarização com o gênero. Para a verificação do

conhecimento prévio, o professor poderá fazer questionamentos, bem como levar para

a sala de aula jornais, revistas e coletâneas que contenham textos com o gênero em

estudo.

ATIVIDADES: (Tempo previsto: 2 h/a)

Após a escolha e leitura de um artigo de opinião, retirado de um jornal, revista ou

coletânea de artigos, levado à sala de aula para pesquisa, responda às questões:

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a) Em que veículo o texto foi publicado?

b) Quem é o autor do texto? Está identificado? Além do nome há mais informações

sobre ele?

c) Qual é o assunto principal abordado pelo texto? O assunto é atual ou ultrapassado

em relação à data de publicação?

d) Para que tipo de leitor o artigo se dirige? Essas informações são de interesse para

os leitores do artigo?

e) Com que objetivo esse assunto é abordado?

f) Tratando-se de textos argumentativos, que ideia ou tese o autor defende? Com que

argumentos?

2.2 (RE)CONHECENDO O ARTIGO DE OPINIÃO

Sugestão ao professor(a):

Artigo de Opinião, Carta do Leitor e Editorial são gêneros que partilham muitas

de suas características e transmitem a opinião do autor, portanto, frequentemente

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torna-se difícil distingui-los com clareza. Para que os alunos possam identificá-los,

serão levados à sala de aula jornais e revistas para serem realizadas leituras e

reconhecimento das características dos textos com os gêneros: Artigo de Opinião,

Carta do Leitor e Editorial, para, em seguida, ser feita a leitura dos respectivos

conceitos.

ATIVIDADES: (Tempo previsto: 2 h/a)

Em jornais e revistas que serão distribuídos para pesquisa, leia e reconheça as

características do Artigo de Opinião, Carta do Leitor e Editorial, em seguida, faça uma

leitura atenta das definições dos respectivos gêneros:

ARTIGO DE OPINIÃO – É um texto argumentativo que expressa a opinião de um

escritor, jornalista, professor, estudante, etc. sobre um tema polêmico em debate na

sociedade. Circula nos meios de comunicação em geral (Jornais, revistas, rádio,

internet, TV) e tem como destinatário o público desses veículos. Estrutura-se em torno

de uma ideia central (que resume o ponto de vista do autor) e de sua fundamentação,

feita com argumentos, construídos a partir de verdades ou de opiniões. Usa a

variedade padrão formal da língua (CEREJA; MAGALHÃES, 2010, p.291).

CARTA DO LEITOR – Nos veículos de imprensa escrita, há uma seção na qual os

leitores das matérias jornalísticas podem opinar: trata-se da seção de cartas do leitor.

9

Ao ler uma matéria jornalística, principalmente as que desenvolvem alguma questão

polêmica ou que podem suscitar discussões e controvérsias, o leitor dessa matéria,

pode escrever para o veículo (revista, jornal, site, etc.) que a publicou, expressando

sua opinião e argumentando em favor dela ou contra ela. Esse texto de natureza

argumentativa, em geral bastante breve (com poucos parágrafos), é carta do leitor

(FARACO, MOURA e MARUXO Jr., 2010, p. 334).

EDITORIAL – O editorial é um texto de natureza argumentativa, geralmente publicado

em jornais (impressos ou eletrônicos) e que traduz a opinião do jornal em relação a

determinado assunto que esteja na pauta das discussões sociais. Como esse texto

representa a opinião do jornal, não costuma ser assinado (...) Quando esse texto é

assinado, o seu autor costuma ser o editor chefe do jornal, profissional responsável por

aquilo que é publicado (...) Em revistas, esse texto nem sempre é argumentativo,

muitas vezes apenas apresenta os assuntos que figuram naquele número da

publicação (FARACO, MOURA e MARUXO Jr., 2010, p.306).

2.3 LEITURA DE TEXTOS DE ARTIGO DE OPINIÃO

Conforme as Diretrizes Curriculares, para o ensino da leitura, convém fazer a

seleção dos textos, avaliando “o contexto da sala de aula, as experiências de leitura

dos alunos, os horizontes de expectativas deles e as sugestões sobre textos que

gostariam de ler...” (2008, p.74).

Portanto, antes de serem selecionados os textos para este trabalho, deverá ser

realizada uma pesquisa com os alunos que participarão das atividades, para que

10

escolham um tema do seu interesse. No caso da turma em que o referido material

didático foi aplicado, foi escolhido, entre várias questões polêmicas, o tema: “Ficar ou

Namorar?”

Nesse momento, a turma poderá ser dividida em quatro grupos e será distribuído

“a cada grupo um dos textos abaixo, para que analisem o contexto de produção, a

função social e a estrutura composicional do gênero, bem como a forma como os

autores articulam seus argumentos em favor de sua posição” (HÜBES;

BAUMGÄRTNER, 2009, p.104).

Texto 1

2.3.1 A moda é ficar não namorar

Hoje em dia, cada vez mais os adolescentes preferem “ficar” e não mais namorar,

alguns dizem até “tô pegando. O Nome é o que menos importa, pois várias são as

gírias e neologismos utilizadas para definir esse novo tipo de comportamento

adolescente. Diga-se de passagem, tem alguns “coroas” aderindo à moda!

Percebe-se cada vez mais, menos romantismo nas relações afetivo-amorosas.

Anda diminuindo em proporções geométricas a conquista, a paquera, o apaixonar-se,

enamorar-se como dizem os espanhóis. O namoro é uma fase importantíssima para a

adolescência, é através dela que há o „treino‟ para as relações futuras como o noivado

e casamento, mesmo que essas fases possam ser com uma mesma pessoa.

O namoro possibilita a troca de informações, diálogos, sentimentos, carícias,

confidencialidade, fidelidade, compromisso, enfim... Mas, a onda do ficar anda

corrompendo esse laço tão bonito e primordial às relações afetivas.

Casamentos e re-casamentos, separações e reconciliações, pensa-se “casa-se,

se não der certo se separa!” e esse momento de separa-se chega cada vez mais cedo,

as pessoas não sabem mais conviver juntas, elas sentem muita dificuldade em dividir

uma vida a dois, qualquer empecilho é motivo de pensar que essa pessoa não dá certo

e pular pra outra.

11

Como serão os relacionamentos amorosos e afetivos da geração “tô pegando”?

Como serão então os casamentos?1

Texto 2

2.3.2 Namoro, compromisso de quem? De quê?

Fala-se tão pouco em namoro nos dias de hoje! Por outro lado, é um desejo de

todos os jovens ter um namorado ou namorada. Ninguém quer ficar sozinho. O que

mais se ouve falar é em “ficar”. Essa relação não traz nenhum suporte para o

conhecimento mútuo e muito menos para um “vínculo afetivo”.

Somos seres humanos, necessitamos de vínculos afetivos. Vínculo com a mãe,

com o pai, irmãos, irmãs, amigos e principalmente com um parceiro ou parceira. É

sofrido viver sozinho neste mundo. Diria que quase impossível!

Se por um lado “ficar” faz parte da liberdade de relacionamento do jovem de hoje,

por outro, se não houver expectativa e fantasias exageradas, pode ser o primeiro passo

do namoro .

Namoro, no entanto é compromisso. Compromisso de quem? De quê? De se

propor a conhecer melhor alguém que você está “encarando” como especial, que mexe

com seus sentimentos, dá vontade de ficar junto, que lhe dá ânimo para viver seu dia-

a-dia, energia para fazer o que tem que ser feito e ser aceito pelo mundo, além de uma

forte atração sexual, natural entre um homem e uma mulher.

A pessoa amada, porém, é o símbolo, uma parcela do que realmente buscamos:

o ser total, a globalidade, a plenitude, a vida mais sublime e infinita, a experiência de

identificação, fusão e paz no todo. Amar é a essência do nosso viver. Namorar é a

possibilidade de realização dessa essência.

Fragmentos retirados de texto do jornal online Mundo Jovem.

A autora Maria do Horto Palma Moraes é psicóloga clínica. 2

1 Disponível em: http://comolidarcomadolescentes.blogspot.com/2011/modaeficarnaonamorar. Acesso em:

03/07/2011.

2 Disponível em: http: //mundojovem.com.br/datas-comemorativas/namorados/artigo-namoro-compromisso-de-quem-

12

TEXTO 3

2.3.3 RODA-VIVA DE ENCONTROS SUPERFICIAIS DESEMBOCA NA SOLIDÃO E

NO VAZIO

Nunca foi fácil gostar de alguém e experimentar amor recíproco. Na atualidade,

porém, há um obstáculo adicional: são poucas as pessoas dispostas a abrir mão do

“festim libertário”, da satisfação individualista e do prazer de ficar com quem quer que

seja, sem arcar com o peso do compromisso e das frustrações inerentes a uma relação

estável. E quando alguém se sente capaz de dar o passo em direção a um

compromisso nem sempre encontra disposição semelhante no suposto par perfeito.

Então, tome desencontros!

Antigamente, eram as mulheres as principais vítimas das atitudes hedonistas de

seus parceiros levianos, mas a banalização da vida e o tsunami consumista que

também arrastou a sexualidade envolveram igualmente as mulheres. Os dom-juans

desapareceram frente ao assédio – na feliz expressão de Bruckner – das donas-

juanas! E os homens passaram a sentir mais temor e tremor frente ao sexo feminino,

que saiu do armário, revelando a força de sua libido3.

TEXTO 4

2.3.4 Ficar ou namorar?

Nos dias de hoje, por incrível que pareça, namorar é considerado meio fora de

moda, coisa antiga, e até mesmo careta. É que tem o “ficar”... em que tudo parece

muito mais fácil, certo? Nem tanto. No “ficar”, as pessoas se encontram, se atraem e

de-que.php. Acesso em: 19/07/2011

3 Fragmentos retirados do texto da revista Caras, 18 de maio de 2011. O autor Paulo Sternick é

psicanalista no Rio de Janeiro (Leblon, Barra e Teresópolis).

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sem sequer se conhecerem acabam trocando uns beijinhos e abraços. Não dão

satisfações umas para as outras, e, na maioria das vezes, não chegam a dizer uma

única palavra.

Ficar acaba sendo atraente para os jovens, que imaginam ser possível curtir

apenas o lado bom do namorar. Nada de responsabilidades, cobranças e obrigações.

Aí, o hábito de ficar acaba substituindo o namoro, e a maioria dos meninos e meninas

prefere apenas trocar alguns carinhos a “encarar um lance mais sério”. O problema é

que às vezes bate uma carência, uma vontade de ter alguém...

A estudante Ana Lúcia Nascimento, de 18 anos, garante que não há nada contra

as pessoas que só ficam, mas sempre chega o momento em que a pessoa quer sentir

o gostinho de ter um alguém só seu.

_ A pessoa que “fica” sempre, nunca se envolve com ninguém. Aí acaba sendo

natural sentir vontade de ter alguém com quem sair, conversar, dividir bons e maus

momentos, trocar beijos e carinhos, enfim, manter um relacionamento. Estou procurando

um namorado de verdade, cansei de só ficar – comenta Ana Lúcia.

Por isso, meninas, nada de medo ou ansiedade. Na hora certa vai aparecer a

pessoa ideal, aquela que mexe de um jeito especial com o coração da gente. Como

saber quando isso acontecer?? Nem se preocupe, você não vai ter dúvidas. É um

mistério difícil de explicar mas muito fácil de reconhecer.4

ATIVIDADES: (Tempo previsto: 3 h/a)

O Artigo de Opinião é um texto argumentativo sobre um tema polêmico em debate

na sociedade. Circula nos meios de comunicação (jornais, rádio, internet, TV). A ideia

central resume o ponto de vista do autor, realizada com argumentos, construídos a

partir de verdades ou de opiniões. Utiliza-se da linguagem padrão.

4 Disponível em: http: //xuper-patty.vilabol.uol.com.br/ficar.htm. Acesso em:22/06/2011.

14

Após a leitura dos artigos de opinião identifique:

Questões Artigo 1 Artigo 2 Artigo 3 Artigo 4

Autor

Papel social do

autor

Local de

publicação

Data de

publicação

Suporte de

publicação

Questão

polêmica

Posição do

autor

Argumentos

que autor

utiliza

Objetivo do

autor

(HÜBES; BAUMGÄRTNER, 2009, p. 107)

15

2.4 ARTIGO DE OPINIÃO SELECIONADO

Na Análise do Discurso as condições de produção compreendem

fundamentalmente os sujeitos e a situação, também a memória faz parte da produção

do discurso, conforme podemos observar na citação abaixo:

Podemos considerar as condições de produção em sentido estrito e temos as circunstâncias da enunciação: é o contexto imediato. E se as considerarmos em sentido amplo, as condições de produção incluem o contexto sócio-histórico, ideológico (ORLANDI, 2009, p.30).

Desse modo, para a AD, é preciso levar em conta o contexto empírico, imediato

em que o texto ocorre, mas também o contexto mais abrangente, ou seja, os aspectos

históricos e ideológicos que envolvem a produção discursiva. Assim, podemos

compreender a importância do levantamento dessas condições de produção, uma vez

que elas determinam os sentidos do texto.

Professor(a), nesta etapa, convém selecionar um texto para que haja maior

compreensão do gênero, verificando, nas atividades propostas, o seu contexto sócio-

histórico-ideológico de produção, suas marcas linguístico-discursivas e sua estrutura

formal. Imaginemos que o texto escolhido tenha sido o seguinte, apresentamos

algumas atividades que podem ser tomadas como modelos para a análise do texto que

for selecionado.

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TEXTO: ANTES DO NAMORO, O FICAR

O que é isso que dizem a respeito de ficar com alguém, muito comum entre

adolescentes e jovens adultos que buscam um modo de se aproximar de outras

pessoas sem necessariamente terem o compromisso do namoro? Chamam de ficar

este tipo de envolvimento que não chega a ser um envolvimento amoroso pleno, mas

quase. Está mais para um ensaio do que para as vias de fato. Afinal qual a

necessidade de dar-se um nome para este período? O que caracteriza esta

modalidade de envolvimento conhecida por não ter o compromisso? Pois bem a

relação ficar é questionada. Vez por outra é altamente defendida seja por profissionais,

por jovens e até por pais que receosos de seus filhos iniciarem namoros precoces,

preferem que seus filhos tenham algum tipo de experiência de conquista afetiva que os

satisfaça sem o elo de ligação que um namoro propiciaria. Preferem que seja com

alguém de seu grupo, alguém que se possa saber quem é. Muitos acham que isso é

mais tranquilo do que perder seu/sua filho(a) de vez para alguém que chega

repentinamente e envolve o(a) tão querido(a) filho(a) do núcleo da família, fazendo-o(a)

dividir as atenções.

Há aqueles pais que acreditam que a relação ficar na juventude pode estar

contribuindo para tornar mais precoce ainda um assunto que poderia ser mais tardio,

ou melhor dizendo, uma relação que pode ser adiada mais para frente, pois à medida

que um adolescente se apaixona por alguém sentem-se ameaçados e às voltas de

proteger o(a) tão querido(a) filho(a) dos desastres de amor, da falta de liberdade que

pode proporcionar, afinal é tão jovem para se prender, não é mesmo? As opiniões são

de muitas controvérsias e acreditamos que para cada família e para cada jovem, a

escolha será uma apesar de não termos muitas opções para se escolher. Mas entre as

experimentações sem compromisso e um namoro na juventude, com qual opção você

ficaria?

A relação do ficar não se refere a um vínculo, um elo de ligação, é a liberdade de

poder experimentar. O ficar enquanto um treino torna-se uma experiência, ainda assim

não é uma vivência com características de compromisso, talvez por isso podemos

questionar as experiências de relacionamentos breves ou instantâneos que vêm

17

colaborar no amadurecimento dos afetos e que promovem uma escolha amorosa. Em

que bases, o ficar promove o início de um ciclo que venha a anteceder o namoro, que

segue as características de um vínculo amoroso? A experiência do ficar faz com que se

escolha melhor os (as) parceiros (as) futuramente? Dará este prognóstico?

Não há a necessidade de compromisso, mas, a procura pela descoberta de

sensações e emoções. Apenas é importante ressaltar que, enquanto estabelecem esse

relacionamento do ficar, tipo beija-flor, não estão se vinculando, apenas estão

encontrando um modo de resolver suas necessidades de um modo mais simples e

menos complicado. O ficar não garante nenhuma experiência quanto a saber se

vincular. Aponta também o receio da entrega, a insegurança pertinente a quem é jovem

e desconhece as implicações afetivas de desastres amorosos, ou será que os nossos

jovens estão exatamente se prevenindo de dores sentimentais? Poderíamos dizer que

os jovens, tendo em vista os desencontros e as qualidades de vínculo que observam

com seus pais e em sua família, poderiam estar até adotando uma medida profilática: é

melhor não se envolver muito para evitar a dor e o sofrimento que inevitavelmente o

amor e o relacionamento a dois nos traz? Está aí uma questão para se observar.

A autora Luiza Ricotta dos Santos é psicóloga, psicoterapeuta e escritora. É especialista

em Psicodrama, pela Federação Brasileira de Psicodrama e em Terapia de Casal e

Familiar pela PUC de SO. Atua na área clínica há 12 anos.5

2.4.1 Contexto de produção e função social do gênero

Atividades: (Tempo previsto: 2 h/aula)

Analise o contexto de produção e a função social do gênero, respondendo às

seguintes questões:

5 Disponível em: http: //www.revistapsicologia.com.br. Acesso em 19 jun.2011.

18

a) Quem é o autor do texto? O que você sabe ou imagina sobre ele? Que segmento

social ele parece representar?

b) Qual é o veículo de circulação do artigo?

c) Quando o artigo foi publicado?

d) Para que tipo de leitor o artigo se dirige? Que importância essas informações sobre

o “namorar” e o “ficar” podem ter para o leitor?

e) Qual é o assunto? Com que finalidade o assunto é abordado?

f) Considerando que se trata de texto argumentativo, qual é o ponto de vista que a

autora parece defender? Com que argumentos?

g) Assinale a alternativa correta:

É objetivo do texto “Antes do namoro, o ficar”:

( ) Criticar os pais de adolescentes.

( ) Defender o namoro.

( ) Defender o “ficar”.

( ) Denunciar os abusos do “ficar”.

Sugestões ao professor(a):

Neste momento, após os alunos responderem às questões que fazem o

19

levantamento das condições de produção dos textos, serão mostradas algumas

características do artigo de opinião, as quais partirão da observação feita através dos

textos lidos

- costumam circular em jornais impressos, revistas, sites de notícias etc.;

- geralmente são escritos por especialistas em um determinado assunto, ou por

pessoas publicamente reconhecidas por suas posições;

- abordam assuntos e/ou acontecimentos polêmicos atuais e de interesse público;

- dirigem-se a um leitor que tenha interesse no assunto, como cidadão;

- defendem uma opinião ou tese, baseando-se em argumentos coerentes

- promovem um efeito de persuasão.

2.4.2 Estrutura composicional do artigo de opinião

Professor(a):

Em seguida, os alunos responderão a questões referentes à estrutura

composicional do artigo de opinião, portanto será conveniente orientá-los com o

seguinte resumo da estrutura do gênero em estudo:

Estrutura do artigo de opinião:

1 – Apresentação de um assunto.

2 - Apresentação da opinião do autor do texto sobre o assunto e introdução de uma

polêmica, ao posicionar-se perante esse assunto. Muitas vezes, essas duas primeiras

partes do artigo de opinião constituem o primeiro parágrafo do texto, mas podem ser

elaborados em parágrafos separados.

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3 – A argumentação propriamente: o autor toma um partido sobre a questão polêmica

e reúne argumentos para sustentar sua opinião. Essa parte pode ser mais ou menos

longa: em geral, é a quantidade de parágrafos.

4 – Retomada da questão polêmica e reafirmação do posicionamento do autor do

texto em relação a ela (FARACO, MOURA e MARUXO Jr., 2010, p. 298).

Atividades: (Tempo previsto: 2 h/a)

Responda às questões referentes à estrutura composicional do artigo de opinião:

a) Qual o título do artigo? Através do título é possível identificar o posicionamento do

autor? Que elementos indicam isso?

b) Qual das afirmações abaixo consiste na tese (tomada de posição do autor)

defendida por Luíza Ricotta dos Santos?

( ) “A relação do ficar não se refere a um vínculo, um elo de ligação, é a liberdade de

poder experimentar”.

( ) “Chamam de ficar este tipo de envolvimento que não chega a ser um envolvimento

amoroso pleno, mas quase”.

( ) “Há aqueles pais que acreditam que a relação ficar na juventude pode estar

contribuindo para tornar mais precoce ainda um assunto que poderia ser mais tardio”.

c) Defendendo sua opinião, a autora apresenta argumentos afirmando que o “ficar”

entre os adolescentes é uma maneira de aproximação, sem compromissos mais

sérios. Assinale os argumentos que ela usa para justificar sua posição:

( ) “Defendida por pais que receosos de seus filhos iniciarem namoros precoces,

preferem que seus filhos tenham algum tipo de experiência de conquista afetiva que os

satisfaça sem o elo de ligação que um namoro propiciaria”.

21

( ) “Para cada família e para cada jovem, a opção será uma apesar de não termos

muitas opções para se escolher”.

( ) “...enquanto estabelecem esse relacionamento do “ficar”, tipo beija-flor, não estão

se vinculando, apenas estão encontrando um modo de resolver suas necessidades de

um modo mais simples e menos complicado”.

d) Na conclusão de um artigo de opinião, o autor pode refletir a respeito de uma

solução para a polêmica, ou reforçar a tese defendida. No texto analisado, a autora, ao

concluí-lo, reflete a respeito da polêmica com algumas indagações. Reconheça e

resuma essas indagações, depois coloque sua opinião a respeito do posicionamento

da autora.

2.4.3 Interpretação de texto

Como afirma Eni Orlandi (2003, p.19), “não podemos „ensinar‟ a interpretar mas,

compreendendo como um objeto simbólico produz sentidos, nos situamos em relação a

interpretação e nosso trabalho interfere em uma certa prática, que é a prática de

leitura”. A Análise do Discurso problematiza a relação de sentidos do texto, procura

explicitar os processos de significação que nele estão configurados, os mecanismos de

produção de sentidos.

Portanto, o professor precisa atuar como mediador, provocando os alunos a

realizarem leituras significativas, deve dar condições para que o aluno atribua sentidos

a sua leitura, visando a um sujeito crítico e atuante na sociedade.

22

Atividades: (Tempo de duração: 3 h/a)

Responda às questões:

1) Segundo a autora do texto “Antes do namoro, o ficar”, o que caracteriza o “namoro”

e o que caracteriza o “ficar‟?

2) Observe o significado da palavra “profilático” e “profilaxia” no dicionário Aurélio

(2010 p. 614).

profilático: adj. Mediante profilaxia, ou relativo a ela.

profilaxia: sf. Med. Emprego de qualquer procedimento ou agente para evitar

instalação e/ou propagação de doença.

Com que sentido a palavra “profilático” é utilizada no trecho “Poderíamos dizer que os

jovens, tendo em vista os desencontros e as qualidades de vínculo que observam com

seus pais e em sua família, poderiam estar até adotando uma medida profilática: é

melhor não se envolver muito para evitar a dor e o sofrimento...”?

3) De acordo com o dicionário Aurélio (2010, p.98), “beija-flor” tem a seguinte

significação:

beija-flor: sm. Zool. Ave troquilídea, de voo muito veloz, e que se nutre de insetos e do

néctar de flores; colibri.

Explique em que sentido a autora faz a comparação entre o ”beija-flor” e o “ficar” no

trecho:

“Apenas é importante ressaltar que, enquanto estabelecem esse relacionamento do

ficar, tipo beija-flor, não estão se vinculando...”

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4) Cite, resumidamente, alguns argumentos que a autora utiliza para justificar o “ficar”,

entre adolescentes e discuta com qual (is) dele você concorda e por quê:

5) Observe a palavra “isso” destacada no trecho seguinte:

“... preferem que seus filhos tenham algum tipo de experiência de conquista afetiva que

os satisfaça sem o elo de ligação que um namoro propiciaria. Preferem que seja com

alguém de seu grupo, alguém que se possa saber quem é. Muitos acham que isso é

mais tranqüilo...”

Para compreender o sentido da palavra “isso”, localize e copie a informação

apresentada anteriormente.

6) Elipse é o apagamento de um termo que pode ser facilmente subentendido pelo

contexto linguístico ou pela situação. É um importante elemento de coesão entre as

partes do texto. Identifique a elipse nos termos destacados nos trechos seguintes e

explique como esses elementos linguísticos “apagados” ainda têm função no texto e,

de certa forma, ainda estão presentes:

“...preferem que seus filhos tenham algum tipo de experiência de conquista que os

satisfaça sem o elo de ligação que um namoro propiciaria...”

“O ficar não garante nenhuma experiência quanto a saber se vincular. Aponta também

o receio da entrega, a insegurança pertinente a quem é jovem..

7) Leia os fragmentos a seguir e assinale a relação de sentido estabelecida pelos

termos em destaque:

a) “O “ficar” enquanto um treino torna-se uma experiência, ainda assim não é uma

vivência com características de compromisso...”

( ) Comparação entre duas ideias.

( ) Oposição entre ideias.

( ) Restrição de uma ideia em relação à outra.

( ) Inclusão de uma outra ideia.

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b) O termo em destaque: “Não há a necessidade de compromisso, mas a procura pela

descoberta de sensações e emoções.”

( ) Apresenta oposições entre ideias.

( ) Inclui uma nova ideia.

( ) Estabelece uma comparação.

( ) Acrescenta um exemplo.

c) “Há aqueles pais que acreditam que a relação “ficar” na juventude pode estar

contribuindo para tornar mais precoce ainda um assunto que poderia ser mais tardio,

ou melhor dizendo, uma relação que pode ser adiada mais para frente...”

( ) Acrescenta uma nova informação.

( ) Retifica a ideia anterior.

( ) Estabelece uma comparação.

( ) Estabelece relação de justificativa.

d) “O que caracteriza esta modalidade de envolvimento conhecida por não ter o

compromisso? Pois bem a relação “ficar” é questionada.”

( ) Acrescenta uma informação nova.

( ) Introduz um esclarecimento.

( ) Marca uma oposição entre duas informações.

( ) Introduz uma informação.

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2.4.4 DEBATE

Conforme as Diretrizes Curriculares “a ação pedagógica referente à linguagem

precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno

a leitura e a produção oral e escrita, bem como a reflexão e o uso da linguagem em

diferentes situações” (2008, p.55), portanto, neste momento, será trabalhado o debate,

gênero argumentativo oral, possibilitando desenvolver nos alunos capacidades de

linguagem argumentativa, de transformação de valores e de interação social.

ATIVIDADES: (Tempo previsto: 3 h/a)

Além do artigo de opinião, gênero predominantemente escrito, há outras

maneiras de expressar argumentos. Na linguagem oral, muitas vezes argumentamos

por meio de debates.

a) Com base nos textos lidos e comentados sobre o tema: “Ficar ou Namorar”, você e

seus colegas vão se organizar em dois grupos:

Grupo 1: alunos que defendem o “ficar”.

Grupo 2: alunos que defendem o “namorar”.

b) Depois de organizados os grupos, cada um deve reunir o maior número possível de

argumentos que sirvam para sustentar a posição defendida em relação ao tema.

Anotem esses argumentos em folha separada.

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c) Será escolhido um representante de cada grupo. Esses representantes debaterão o

tema. O (A) professor (a) será o mediador da fala e controlará o tempo de fala de cada

um dos debatedores. O restante da classe (divididos em dois grupos) serão os

ouvintes do debate.

d) O mediador iniciará o debate, iniciando o tema e dando a voz a um dos debatedores.

O outro debatedor toma a palavra, quando julgar necessário. Ambos respeitarão o

controle do mediador.

e) Cada grupo poderá ajudar seu representante, sempre que necessário. Para isso fará

uma anotação que entregará ao mediador.

f) O mediador controlará o tempo de duração do debate e o tempo de fala de cada

debatedor, para que todos exponham seus argumentos diante das posições que

tomaram.

g) Se possível, esse debate deverá ser filmado ou gravado, para que possam rever as

opiniões e as suas características.

h) Terminado o debate, os alunos reunir-se-ão em pequenos grupos para definirem o

debatedor mais convincente e mais persuasivo, apontando as razões dessa escolha.

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2.4.5 PRODUÇÃO DE TEXTO

Na Análise do Discurso o princípio da autoria deriva das funções enunciativas:

locutor, enunciador e autor.

O locutor é aquele que se representa como “eu” no discurso, o enunciador é a perspectiva que esse “eu” constrói, e o autor é a função social que esse “eu” assume enquanto produtor da linguagem. O autor é, das dimensões enunciativas do sujeito, a que está mais determinada pela exterioridade (contexto sócio-histórico) e mais afetada pelas exigências de coerência, não-contradição, responsabilidade etc. (ORLANDI, 2008, p.61).

Assumir a autoria implica a inserção do sujeito na cultura, sua posição no

contexto histórico-social. Além da exterioridade, a função-autor também ocorre na sua

interioridade, construindo sua identidade como autor. À função-autor corresponde a

função-leitor, pois está, como o autor, afetado pela sua inserção no social e na história.

“O leitor tem sua identidade configurada enquanto tal pelo lugar social em que se

define „sua‟ leitura, pela qual, aliás ele é considerado responsável” (ORLANDI, 2009,

p.76).

Portanto, os fundamentos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa

abrem uma perspectiva de trabalho em que as formas de linguagem tornam-se lugar de

descobertas, lugar do discurso. E, nesse sentido, o aluno deve ocupar um espaço de

autoria, compreendendo os sentidos possíveis dos textos que lê e reunindo condições

de produzir textos/discursos com propriedade. Foi o que pretendemos possibilitar com

este material didático.

Partindo dessa perspectiva, entendemos que, com a leitura de diferentes textos e

do debate realizado, o aluno pode conhecer vários pontos de vista sobre o tema

escolhido e estar apto, neste momento, para produzir seu artigo de opinião.

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Atividades: (Tempo previsto: 3 h/a)

Para produzir seu artigo de opinião, siga as orientações:

a) Dos textos lidos e do debate, retire os argumentos que considerar melhores, anote-

os em um papel para que possam fundamentar o ponto de vista que pretende

fundamentar.

b) Ao redigir o texto, lembre que estará escrevendo para jovens como você, que farão a

leitura do texto em blog coletivo e/ou jornal mural.

c) Pense na ideia principal e faça uma síntese do ponto de vista que pretende

defender.

d) Dentre os argumentos anotados, escolha aqueles que podem fundamentar melhor o

seu ponto de vista, desenvolvendo-os.

e) Para concluir seu texto você poderá: retomar o que foi exposto, confirmar a ideia

principal, ou fazer uma citação de alguém importante na área relativa ao tema debatido.

f) Dê ao texto um título que desperte a atenção do leitor.

g) Terminado o texto, releia-o, observando o seu claro posicionamento sobre o tema;

se a ideia principal resume o seu ponto de vista; se a ideia principal está fundamentada

com argumentos fortes e claros; se os argumentos são bem desenvolvidos; se a

linguagem está adequada ao perfil do público leitor e ao gênero; se o texto apresenta

título e se este é convidativo; se o texto é persuasivo.

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h) Avalie seu artigo de opinião e reescreva o que for necessário.

Sugestões ao professor(a);

Nesse momento, você fará as últimas correções necessárias ao texto, de

preferência junto com cada aluno, individualmente.

2.4.6 PUBLICAÇÃO DOS ARTIGOS DE OPINIÃO

Professor(a):

Para o encerramento, é recomendável definir com os alunos a melhor forma de

publicar todos os textos. Essa publicação trará um real significado para os artigos

produzidos pelos alunos, valorizando-os e possibilitando o posicionamento do aluno

enquanto autor, colocando-se como sujeito dos discursos que coloca em pauta.

ATIVIDADES: (Tempo previsto: 3 h/aula)

Todos os artigos de opinião produzidos pelos alunos serão publicados em um blog

coletivo e será montado um jornal mural na escola, para divulgação dos textos. Além

disso, será organizada uma coletânea dos artigos de opinião da classe para deixar na

biblioteca da escola.

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2.4.7 RECURSOS MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS:

Na execução desta Sequência Didática, serão utilizados recursos como: coletânea

de textos digitados, livros, jornais, revistas, internet, TV multimídia, laboratório de

informática, biblioteca.

2.4.8 AVALIAÇÃO:

A avaliação das atividades apresentadas neste Material Didático será contínua e

diagnóstica, realizada conforme os diferentes conteúdos e objetivos.

Na leitura, serão avaliadas as questões interpretativas, considerando as

estratégias empregadas para a compreensão do texto lido, o sentido construído, o

reconhecimento de posicionamentos ideológicos no texto, verificando se utiliza os

conhecimentos prévios e se reconhece o gênero e o suporte textual.

A oralidade será avaliada no debate, observando a participação do aluno, a

adequação da fala, a clareza ao expor suas ideias e a argumentação que apresenta ao

defender os seus pontos de vista.

Para a avaliação da produção escrita será considerada a adequação ao gênero

artigo de opinião, se a elaboração de argumentos é consistente, se os elementos

formais do texto possibilitam que ele produza sentido.

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REFERÊNCIAS:

AMOP. Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. Sequência Didática: uma proposta para o ensino da Língua Portuguesa nas séries iniciais. Organização de Terezinha da Conceição Costa-Hübes e Carmem Terezinha Baumgärtner. Cascavel: Assoeste, 2009. Caderno Pedagógico 03.

BRANDÃO, Helena H. N. Introdução à análise do discurso. 2 ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2004.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 8 ed. Curitiba: Positivo, 2010.

MORAES, Maria do Horto Palma. Namoro, compromisso de quem? De quê? Jornal Mundo Jovem. Disponível em: http://mundojovem.com.br/datas-comemorativas/namorados/artigo-namoro-compromisso-de-quem-de-que.php Acesso em: 19/07/2011.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português linguagens: volume 1. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; MARUXO JÚNIOR, José Hamilton. Língua portuguesa: linguagem e interação. São Paulo: Ática, 2010.

ORLANDI, Eni P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 8 ed. Campinas: Pontes, 2009.

______ A leitura e os leitores. 2 ed. Campinas: Pontes, 2003.

______ Discurso e leitura. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação (SEED). Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa, 2008.

SANTOS, Luiza Ricotta dos. Antes do namoro, o ficar. Revista Catharsis. Disponível em: http://www.revistapsicologia.com.br. Acesso em 19 jul. 2011.

STERNICK, Paulo. Roda-viva de encontros superficiais desemboca na solidão e no vazio. Revista Caras. 18 mai.2011.

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Texto: A moda é ficar ou namorar. Disponível em: http://comolidarcomadolescentes.blogspot.com/2011/moda-e-ficar-nao-namorar.html. Acesso em 03 jul.2011.

Texto: Ficar ou namorar? Disponível em: http://xuper-patty.vilabol.uol.com.br/ficar.htm Acesso em 22 jun.2011.