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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Escola e família: integração necessária no processo educativo

Autor Marisa Olivieri Parreiras

Escola de Atuação Colégio Estadual André Seugling - EFMP

Município da escola Cornélio Procópio

Núcleo Regional de Educação Cornélio Procópio

Orientador Ma. Roberta Negrão de Araújo

Instituição de Ensino Superior UENP – Campus de Cornélio Procópio

Disciplina/Área (entrada no PDE) Pedagogia

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar -----

Público Alvo Professores e Pais do ensino fundamental (anos finais)

Localização Colégio Estadual André Seugling EFMP Rua Carlos Gomes n ° 604

ApresentaçãoAcompanhamos no cotidiano escolar as frustrações e as dificuldades enfrentadas pelos professores em sala de aula com relação aos alunos, e percebemos a necessidade de buscar auxílio das famílias na tentativa de superar estes problemas. Trata-se de um trabalho que busca conscientizar a importância do papel da família no desempenho do educando, refletindo positivamente no processo ensino-aprendizagem, oportunizando atividades de interação da família e escola para contribuir no processo educativo. O projeto pretende desenvolver ações de cunho informativo-reflexivo envolvendo professores e pais dos alunos dos anos finais do ensino fundamental. Dentre as ações desenvolvidas destacamos questionários, palestras e debates refletindo sobre o papel da escola e da família, com também, a proposição de ações e possíveis soluções para os problemas vivenciados na escola.

Palavras-chaveCotidiano escolar. Pais. Integração família-escola. Processo ensino-aprendizagem.

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UNIDADE DIDÁTICA

Escola e família: integração necessária no processo educativo

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE: Marisa Olivieri Parreiras

Área PDE: Pedagogia

NRE: Cornélio Procópio

Professora Orientadora IES: Ma. Roberta Negrão de Araújo

IES vinculada: UENP – Campus de Cornélio Procópio

Escola de Implementação: Colégio Estadual André Seugling -EFMP

Público objeto da intervenção: Professores e Pais do ensino fundamental (5ª a 8ª

séries)

1 CONCEITO DE FAMÍLIA - ESCOLA

O conceito de família/escola compreende a parceria existente entre escola e

a família com o objetivo de promover e construir a formação da criança, ou seja, são

duas instituições, em prol de um objetivo comum e, portanto precisam manter um

diálogo aberto, sobre todos os assuntos relacionados à educação e formação dos

filhos/alunos. Tais instituições fazem parte de um grupo social, histórica e

culturalmente constituído e desenvolvido, com interesses e necessidades comuns.

Essa relação tem sido um tema muito discutido nos dias atuais. Ambas são

instituições com objetivos específicos, e se interligam com relação à educação do

indivíduo. Estão juntos num dado espaço de tempo, de modo a formar valores

educacionais voltados não apenas para o mercado de trabalho, mas também para o

convívio social, ético e de cidadania.

Uma dessas instituições é a escola. Porém a falta de afeto e envolvimento

da família é um fator deteriorante na formação do indivíduo, pois a primeira escola é

o ponto de apoio da educação de uma criança, é a base que - a sustentará por toda

a vida. Tudo o que a criança observa, em seu dia-a-dia irá determinar a vida que

terá com outras pessoas, ou seja, sua formação depende principalmente do meio

em que vive.

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Atualmente, devido às mudanças pelas quais passa a sociedade, a família

não tem assumido sua responsabilidade na educação de seus filhos, muitas

acreditam que a educação num sentido mais amplo depende apenas da escola.

Hoje a escola se apresenta como uma instituição social, isto porque faz a mediação

entre indivíduo e a sociedade. Ao transmitir o conhecimento cultural e, com ele,

modelos de comportamento e valores morais, a escola permite que a criança se

socialize, ou seja, se eduque. É na escola que a criança aprende e se apropria dos

modelos e valores pessoais, ou seja, apropria-se de seus próprios valores.

Apesar dessa influência da escola na vida da criança, ainda é no ambiente

familiar que ocorre a sua primeira socialização, pois é onde tudo flui naturalmente,

ou seja, é a primeira escola de formação do indivíduo. É sob essa estrutura, que se

desenvolve o caráter e as virtudes sociais e morais, porém ela já não desempenha o

papel de socialização totalizante, isso porque outros agentes assumiram funções

antes delegadas a ela. Os pais esperam que a escola possa transmitir valores

morais, intelectuais e físicos a seus filhos, isso não é possível, pois somos frutos do

meio em que vivemos, e o aluno convive por um período muito maior com seus

familiares do que com a escola, e a autoridade dos pais são limites importantes, já

que são exemplos de vida para seus filhos.

Porém, isso vem mudando, porque a família também mudou sua

constituição. Atualmente muitas são formadas apenas por mãe e filhos, outros por

avós e netos. A figura paterna perdeu um pouco o seu brilho, e o recato que essa

figura impunha desmoronou muitos valores, que em parte estão sendo transmitido

pelas escolas, aumentado os conflitos já existentes, pois os filhos criados sem

limites não aceitam, a intervenção de pessoas alheias a seu meio familiar.

A falta de conscientização por parte dos pais de sua importância na

educação dos filhos, assim como a resignação em aceitar o desinteresse dos

mesmos, alegando culpa da escola, ou falta de tempo para conversar com os filhos,

torna tanto para a família quanto para a escola, o presente e o futuro ainda mais

desafiador.

Ao incentivar os pais a participar de formas adequadas ao desenvolvimento,

as escolas maximizam os benefícios para todos, pois essa participação fortalece a

identidade do aluno, já que a família é a base da organização social. O acesso aos

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valores no seio familiar é automático, mas resulta de aprendizagem e de convívio,

ou seja, do meio em que vive.

Para Aranha (1996, p.61), “A educação dada pela família fornece o solo para

o ser humano, tanto biológico, quanto social e psicológico. É a mediadora entre

indivíduo e sociedade”. Embora cada momento histórico corresponda a um modelo

de família, é seu dever acompanhar o desenvolvimento de seus filhos, e assumir a

importância de sua presença no contexto escolar. Compartilhar ações para a

formação de um indivíduo é responsabilidade da escola e principalmente da família.

Corroborando o pensamento de Aranha, entendemos que a família é o local

privilegiado para o desenvolvimento humano, isto porque o homem não sobrevive

sozinho, psicologicamente, são importantes as relações afetivas para sua saúde

mental e consequentemente para sua formação.

A participação da família na escola fortalece os vínculos sociais do aluno

elevando sua auto-estima, já que a participação ativa dos pais no processo escolar

torna mais difícil o fracasso do aluno, e fortalece a sua identidade como pessoa. A

escola, por sua vez, reclama que ao assumir funções que são pertinentes à família,

tem desviado-se de seu objetivo principal que é de natureza cognitiva.

Outro ponto a ser destacado é, que a escola deve conhecer o aluno com o

qual está convivendo uma boa parte do dia, pois cada família tem suas

características e peculiaridades refletindo no educando que atendemos. Observa-se

aí que os pais são pontos de referência para seus filhos como avalia Chechia e

Andrade (2002, p.207).

[...] os aspectos psicológicos da família influenciam na educação escolar dos filhos, ou seja, os filhos vivem reflexos negativos e positivos do contexto familiar, internalizando-os conforme o modelo recebido, e esses modelos parecem possuir um peso considerável.

A escola necessita que a família eduque seus filhos com firmeza, assumindo

a sua responsabilidade como pais educadores, sendo uma aliada para a escola. A

família precisa entender que além de suas obrigações de educação, os filhos

necessitam de atenção, carinho e amor. É na família que se propicia a afetividade e

materiais necessários para o bem estar de seus componentes.

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De acordo com Veiga (1995, p.14) “[...] resgatar a escola como espaço

público, lugar de debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva.” faz com que

objetivos em comum, sejam direcionados e aplicados visando uma parceria útil e

positiva.

Já Aquino (1996) afirma que “a estruturação escolar não poderá ser pensada

apartada da família. Em verdade, são elas as duas instituições responsáveis pelo

que se denomina educação no sentido amplo” (p.46). Com essa articulação, os

pais se sentiram mais valorizados percebendo que a escola necessita de sua

presença na vida escolar de seu filho.

Unir a família e escola para a formação do indivíduo pode ser o caminho

para uma educação plena e de qualidade, pois existem diversas contribuições que

tanto a família quanto a escola podem oferecer e assim, em conjunto será propiciado

o pleno desenvolvimento dos seus filhos e dos nossos alunos.

O artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente1 (ECA) preceitua que

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990).

Sabe-se que a família é o núcleo do desenvolvimento emocional e físico e a

escola o ambiente institucional destinado à educação. A união família/escola reforça

a educação dos filhos/alunos. E quando nos deparamos com situações em que

constantemente recebemos professores desanimados com as atitudes negativas

dos alunos em sala, reforça-se a ideia de que a escola necessita da presença da

família auxiliando em suas decisões.

Segundo Paro (2000, p.16) a escola precisa buscar “formas de conseguir a

adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas

e duradouras com relação ao aprender e ao ensinar”.

1 Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA – Lei nº 8069/90, dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providencias

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O desrespeito, a falta de interesse e a indisciplina são alguns dos

comportamentos que enfrentamos no dia a dia de uma escola. Estes

comportamentos, além de atrapalhar o andamento/rendimento da aula, fazem com

que os professores tenham que interromper as suas atividades e assim, iniciam-se

os chamados “sermões”.

De acordo com o Regimento Escolar2, a escola passa a cobrar as

providências que são tomadas diante do registro da ocorrência. Mas, muitas vezes,

o problema ainda persiste com os mesmos alunos, isso porque a questão chegou à

escola, mas não surgiu no meio escolar, é uma consequência do relacionamento do

aluno com seus familiares, ou seja, vem do meio em que o aluno vive.

As alternativas precisam ser buscadas, em conjunto através dos pais,

professores, direção e equipe pedagógica e em muitas vezes, deverá ser construída

de formas diversas em diferentes realidades das, que hoje, estamos vivendo em

nossas escolas.

A efetivação de uma parceria família/escola, por meio dos pais e

professores/equipe pedagógica torna-se necessária e urgente nos dias de hoje, pois

os problemas que ocorrem dentro das escolas podem ser resolvidos através de

reuniões mensais ou bimestrais, onde são discutidos e opinados para se buscar uma

solução do problema.

Todavia, para tal efetivação, a iniciativa deve partir da equipe pedagógica

em conjunto com os professores, visando trazer os pais para dentro da escola para

construir uma relação entre escola e família, onde devemos priorizar o planejamento

e estabelecer compromissos para que o aluno tenha uma educação com qualidade

tanto em casa quanto na escola.

Quando a família tem uma participação ativa no processo escolar,

dificilmente acontece o fracasso escolar do aluno, pois existe uma harmonia com a

escola, pais/equipe pedagógica que fortalece o jovem como aluno, melhorando seu

processo de aquisição do conhecimento historicamente acumulado.

Não podemos deixar de registrar as mudanças ocorridas com o passar do

tempo nas famílias. Pois cada momento da história apresenta um modelo de família

2 Documento administrativo e normativo de uma unidade escolar que, fundamentado na proposta pedagógica, estabelece a organização e o funcionamento da escola e regulamenta as relações entre os participantes do processo educativo.

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que ao longo do tempo passou por várias transformações, recebendo influências no

contexto sócio-econômico e político conforme a época vivida. Para tanto se recorre

aos conceitos históricos da família e as mudanças ocorridas nos seus conceitos e

relações, assim como na sua constituição no decorrer da história da humanidade.

1.2FAMÍLIA: CONCEITO HISTÓRICO

As relações das crianças na sociedade, intermediadas pela família, são

fenômenos que mudam com o tempo. A família está sujeita às mudanças de acordo

com as diferentes relações estabelecidas entre os homens. Hoje quando pensamos

‘família’ lembramos o conjunto de pessoas que estão ligadas por laços de

parentesco.

Esses laços podem ser resultantes de casamentos ou dos que vivem sob o

mesmo teto, sejam eles, pais e filhos legítimos ou não. Ou seja, é uma instituição

natural, historicamente constituída que ao longo do tempo vem sofrendo

modificações em função das transformações econômicas, culturais e sociais,

provocando mudanças nos papéis e consequentemente nas relações, alterando sua

estrutura no que diz respeito à composição familiar.

Embora a família seja vista como a instituição social mais resistente à

mudança, é, na verdade, tão frágil como qualquer outra instituição, a alegação de

que é conservadora é uma ilusão, pois na estrutura, função e concepção, a família

mudou drasticamente ao longo do tempo.

Apesar dessas mudanças, a família continua sendo a base essencial para a

formação e estruturação do sujeito, ou seja, esta instituição é baseada no afeto, no

amor e nas atitudes de companheirismo (PORTELLA; FRANCESCHINI, 2008).

Apesar das influências do ambiente para a formação da personalidade do indivíduo,

a família, ainda se constitui no lugar onde se encontra o amparo, pois é nesse

ambiente que o ser humano é moldado.

Mesmo que a função de formação das novas gerações, não seja delegada

exclusivamente à família, pode-se perceber que a família ainda preside os

processos fundamentais do desenvolvimento da criança.

De acordo com Portella e Franceschini (2008), no passado entendia-se por

família a união de pessoas aparentadas que viviam, na mesma casa, em especial o

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pai a mãe e os filhos. No decorrer do tempo esse conceito de família mudou, mas

ainda hoje, a família se constitui em um dos poucos valores seguros, desejado pelo

homem de todas as condições sociais.

Para Prado (1991, p.11), “nenhuma sociedade teria vivido, ao longo da

historia, sem a referência de alguma forma de instituição familiar”, para o mesmo a

família não é algo biológico, natural, mas produto de diferentes formas históricas de

organização entre os humanos que, aos poucos, foram sendo institucionalizadas na

forma de organizações familiares.

Hoje o modelo de família vem sofrendo mudanças radicais, ela parece ser

mais suscetível a ser influenciada do que ser influente. Isso se deu, quando a família

começou a perder a capacidade de cuidar da educação de seus membros, tornando-

se dependente dos profissionais da educação para fazer o que lhe era de obrigação.

A década de 1960 foi o palco que mais marcou essas transformações, isso

porque o número de separações e divórcios aumentou muito e a religiosidade

perdeu força, não conseguindo segurar os casamentos, que até então eram

indissolúveis (BOCK, 2002). A partir daí, surgem inúmeras organizações familiares,

muitas delas formadas por união instável.

Observa-se que as mudanças sociais determinam a forma de organização

familiar dentro da sociedade, assim como a maneira de se transmitir os valores e as

ideias dominantes do momento. A sobrevivência material e psíquica da criança,

também é atribuída à família, já que ela está inserida na base material da sociedade,

e se comporta de acordo com o momento histórico vivido no momento.

Atualmente há uma espécie de família, cujos limites são indefinidos, porque

falta a estrutura funcionalista atribuída aos pais e mães, irmãos, já que muitas

crianças vivem sob cuidados de terceiros. Com a emancipação sexual e econômica

da mulher, a família, não é mais nuclear, pois a mãe também trabalha fora e os

filhos, ou estão sob os cuidados de babás ou dos avós, ou em creches sob cuidados

de terceiros. O lar se tornou um espaço quase neutro, embora continue sendo o

espaço da família, os pais já não têm o mesmo domínio que tinham antes, isso

porque os seus filhos estão sendo educados alheios a sua influência.

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A emancipação da mulher e as necessidades financeiras levaram a mãe a

participar do mercado de trabalho, sendo muitas vezes a única provedora dos

encargos familiares. Por outro lado, o casal moderno, pai e mãe trabalhando fora,

dividindo as despesas da casa e os afazeres domésticos, passaram os cuidados

dos filhos a terceiros. Os pais passaram a pensar em si próprios, não dando o afeto

necessário.

Para suprir essa carência afetiva, muitos acabaram por se envolver com

drogas, e mais um agravante se somou a isso: a falta de limites não imposta pelos

pais, tanto na parte econômica quanto na liberdade de expressão e que chegou à

escola. Hoje muitos jovens e até crianças desafogam suas mágoas em professores

e amigos dentro das nossas escolas.

Com todas essas mudanças e o excesso de liberdade, nasceu o casal

moderno, baseado na paixão, o que resultou na união estável, porém não

duradoura. Isso tornou o adultério uma prática comum tanto por parte do homem

quanto da mulher, ou seja, a fidelidade e o respeito mútuo foram para segundo

plano. Devido a esses fatores, muitos lares se desfizeram, o que aumentou os filhos

com problemas de relacionamento familiar. Assim, os atritos entre pais e filhos

chegaram às escolas, acarretando problemas de convívio para alunos e educadores.

Aranha (1998) define a família moderna como sendo, ao mesmo tempo,

relacional e individualista. Para a autora, “é na tensão entre esses dois lados que se

constroem e se desfazem os laços familiares” (p. 144). Entretanto, ainda é a família

o local privilegiado para o desenvolvimento do ser humano. Para a autora, o amor

em suas várias formas, é visto "como unidade e identificação total entre dois seres; e

como troca recíproca entre seres individuais e autônomos". Dentro desta última

perspectiva, a troca recíproca, de atenções e cuidados tem por finalidade o bem do

outro como se fosse o seu próprio.

1.2.1 Constituição da família

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Até pouco tempo, o modelo de família consistia em pai, mãe e prole,

considerado ideal pelo modo dominante de pensar na sociedade e, por isso, usado

para classificar todos os outros modos de organização familiar.

Atualmente, é praticamente impossível não enxergar as diferentes formas de

estrutura familiar: como a família de pais separados que realizam novas uniões

resultando na convivência entre filhos dos casamentos anteriores de ambos os

cônjuges e os filhos que nascem após essa união do casal, também a família

chefiada por mulher, a nuclear, a homossexual, enfim, uma infinidade de tipos que a

cultura do momento vai produzindo.

Para entendermos melhor as mudanças na concepção de família, e a função

social desta instituição se faz necessário recorrermos à história. Segundo Bock

(2002, p.247) “a família monogâmica é um ponto de partida histórico, embora

devamos considerá-la como produto de diversificadas formas anteriores de

organização do homem, para dar conta da sobrevivência da espécie”.

Pesquisas realizadas pelo antropólogo americano L. H. Morgan e citado por

Bock, demonstram que, desde a origem da humanidade, houve sucessivos tipos de

famílias.

Família consangüínea, intercasamento de irmão e irmãs carnais; Família sindiásmica ou de casal, o casamento existia enquanto ambos desejassem; Família patriarcal, o casamento de um só homem com diversas mulheres; Família punaluana, casamento de varias irmãs, carnais e colaterais, com os maridos de cada uma das outras, isto é, o grupo de homens era conjuntamente casado com o grupo de mulheres. E família monogâmica, que se funda sobre o casamento de duas pessoas, com obrigação de coabitação exclusiva, fidelidade, controle do homem sobre a esposa e os filhos, garantia de descendência consangüínea (BOCK, 2002, p.248).

Percebemos que a família, como a conhecemos hoje, não é uma

organização natural determinada, a organização familiar está sendo constituída

pelas condições históricas, e as mudanças sociais determinam a organização

familiar e a forma como a família irá cumprir sua função social. (BOCK, 2002).

Por assumir papel fundamental na sociedade, a família é forte transmissora

de valores, ou seja, tem a tarefa de socializadora. A função social atribuída a ela é a

de transmitir os valores, que se constituem em culturas e ideias do momento

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histórico vivido, ou seja, educar as novas gerações segundo padrões de valores e de

condutas aceitáveis pela sociedade.

A família, nessa perspectiva, é uma das instituições responsáveis pelo

processo de socialização realizado por aqueles que têm o papel de transmissores,

“os pais”, e desenvolvidas junto aos receptores, “os filhos”. É de responsabilidade da

família a sobrevivência física e psíquica das crianças, pois é nela que ocorrem os

primeiros aprendizados dos hábitos e costumes da cultura.

Entende-se que a família opera nos processos fundamentais do

desenvolvimento da criança, pois é no seio familiar que ocorre a aquisição da

linguagem formal e dos primeiros relacionamentos, condição básica para que a

criança se desenvolva e entre no mundo como parte dele.

A instituição familiar desempenha um papel extremamente importante na

transmissão da cultura, pois é nela que se obtém a estruturas do comportamento

entre as gerações.

1.2.2 A importância do vínculo familiar

O vínculo familiar, em seus aspectos biológicos e sociais é condição básica

para o desenvolvimento saudável da criança. Não há condições de sobrevivência

física e psíquica onde não existe amor. De acordo com Oliveira (2003, p.47), ”o

desenvolvimento de uma criança é o resultado da relação entre seu corpo físico e

emocional com seu meio, assim como com as pessoas com quem estabelece

ligações afetivas e emocionais”.

O vínculo afetivo familiar notadamente tem mão dupla por ser significativo,

tanto para a criança como também para os pais, pois muda suas vidas, devido à

importância da troca de afetividade. Porém, nem sempre esse lugar de proteção e

cuidados que chamamos família é real, em muitos casos é um mito, isto porque

muitas crianças sofrem nesse ambiente suas primeiras experiências de violência,

que vão desde violência psíquica até abuso sexual, e geralmente é o próprio pai que

é o agressor. Estas expressões de raiva, ofensas e agressões físicas, tende a ser o

modelo de vida que a criança carregará para sempre, mesmo quando socorrida a

tempo esse trauma permanece no seu íntimo.

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De acordo com Aranha (1996, p.61), a família como instância mediadora

entre indivíduo e sociedade, deveria promover a superação do egocentrismo infantil,

transformando o adulto num ser pronto para o convívio social. Observa-se que a

ausência de autoridade dos pais muitas vezes é entendida pelos filhos como

desinteresse, ou seja, os filhos necessitam da autoridade dos pais não só para sua

evolução material, mas também psíquica e emocional.

1.2.3 A família brasileira

O período do Brasil-Colônia foi marcado pela família tradicional e patriarcal,

na qual o casamento baseava-se em interesses particulares, onde a mulher era

submissa às ordens do esposo. Já no séc. XIX surgiu, com o fim da escravatura, a

proclamação da república e a industrialização, um novo modelo de família.

O pai continuava sendo aquele que possuía o direito de controlar a vida da

mulher e filhos. A mulher assumia o papel de dona de casa, sendo responsável pela

educação dos filhos e os atributos do lar. Na maioria das vezes o casal tradicional,

ou seja, a união de duas pessoas se unindo para trazer hereditariedade era uma

instituição econômica não baseada no amor, a mulher cuidava da manutenção da

casa e a criação dos filhos. Antigamente a família tinha um chefe responsável pela

despesa da casa, o que decidia tudo. O homem era visto como o principal membro,

a mulher era apenas a que cuidava do lar e do aprendizado dos filhos.

A mulher não tinha voz ativa, se submetia ao seu esposo de acordo com os

ensinamentos recebidos de seus pais, permanecia casada mesmo que o casamento

não estivesse bem, isso porque não tinha uma profissão, e consequentemente não

podia criar os filhos. Sendo assim a mulher se via obrigada a exercer seu papel

social, de esposa e mãe.

A transformação, pelas quais passaram os valores sociais e as

necessidades financeiras, fez com que a mulher crescesse naturalmente, com isso

houve uma necessidade de equilíbrio no papel da mulher em relação ao homem,

essa mudança influenciou o novo modelo de vida familiar no Brasil.

Nesse contexto a família passou a ter dificuldades de relacionamento dentro

de seu lar, os pais passam mais tempo fora, as mães com seu emprego, muitas

vezes, não possuem tempo suficiente de observar o andamento dos filhos, não dão

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a atenção devida. Com isso as crianças de hoje estão se tornando adultos precoces,

isso porque a vida os transformou, o que provocou em algumas crianças

transtornos, mudanças de comportamento.

Assim, percebemos, na sociedade contemporânea, não apenas o modelo

tradicional de família (nuclear, conjugal heterossexual), mas outras formas de

organização parental. A separação de casais está aumentando, a cada dia,

distanciando a relação entre pai, mãe e filhos. Por outro lado, a emancipação da

mulher e a necessidade financeira tem levado a mulher a participar do mercado de

trabalho, sendo que muitas vezes é a única a prover do salário.

Tal fato, por sua vez, trouxe o afastamento da mãe, terceirizando a

educação de seus filhos. As crianças são inseridas no convívio social muito cedo

(creches, escolas, projetos) diminuindo o tempo de contato com a família.

Acrescentando, também que muitas das crianças ficam aos cuidados de avós, tios,

ou empregadas que passam a assumir a educação familiar.

Em seu art. 227, a Constituição Federal de 1988 aborda a questão da

família, como sendo.

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, educação, lazer, cultura, dignidade, respeito, liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988)

Já o artigo 205 da Carta Magna, por sua vez, reza.

A educação, é direito de todos e o dever do Estado e da família, será promover e incentivar com a colaboração da sociedade esse processo de construção, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, assim como seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.

Desta forma, a participação da família do aluno é um fator de fortalecimento

para a escola. E, junta se a esse fator, o fato de que a presença da família assegura

ao aluno uma base sólida para seu desenvolvimento, não só a aprendizagem, como

também, de princípios éticos de valores sociais, afetivos que são necessários à sua

formação como pessoa e como cidadão.

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Entende-se que a família é um sistema aberto e encontra-se em constantes

transformações devido à troca de informações que realiza com os sistemas sociais

do momento. As ações de cada um de seus membros são orientadas de acordo com

as características presentes no sistema familiar e podem sofrer influências e mudar

diante das necessidades externas.

2 O PAPEL DA ESCOLA NA SOCIEDADE ATUAL

Pode-se entender a educação como um fenômeno social, que, como parte

das condições sócio-politico-econômicas da sociedade de classes, influencia e é

influenciada pelas demais manifestações sociais. “Em nossa sociedade, a educação

possui um espaço especializado, a escola, que não é e não pode ser entendida

como uma instituição auto-suficiente e independente” (SAVIANI, 1985, p.27- 28).

O papel social da escola, isto é, sua relação com o conjunto da sociedade,

pode ser analisada de várias formas. Algumas destas análises apresentam uma

visão unilateral dessa relação, entre elas a perspectiva do funcionalismo. Para

Gomes (1984), a escola é considerada redentora responsável por grandes

transformações em nível individual e social. Já no pensamento de Soares (1992), ela

é capaz apenas de reproduzir as determinações da sociedade, e, portanto,

reproduzir suas designações.

No Brasil, a partir do final da década de 1970, começou a surgir e a se impor

uma terceira forma de análise da escola e seu trabalho, chamada dialética

(GADOTTI, 1981). De acordo com essa concepção, a escola, pode ser tão

contraditória quanto o meio social em que está inserida, é capaz de reproduzir e

transformar ao mesmo tempo, pois seu trabalho é essencialmente político.

Nessa posição, a escola não pode se responsabilizar sozinha por

transformações da estrutura social mais ampla, mas também não é impotente

podendo realizar, através da atuação de forças progressistas dentro dela, um

trabalho crítico que resulte na formação de indivíduos capazes de atuar na

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construção de uma sociedade que contemple a todos com mais igualdade

(SOARES, 1992).

Observa-se que a escola tem consciência de seu papel político e se

compromete com a luta contra as desigualdades sociais, procurando garantir às

classes populares a aquisição de conhecimentos e competências, para que o

educando possa atuar na transformação da sociedade, mas muitas vezes se sente

de mãos atadas diante da posição de certos alunos, o que torna fundamental a

colaboração da família na escola.

2.1 O QUE É A PEDAGOGIA?

Numa definição menos abrangente, Pedagogia é a arte de ensinar.

Compreende um conjunto de princípios e métodos de educação baseados no estudo

de ideias de vida e no aprofundamento de outras ciências.

Portanto, é um objetivo prático definido, por meios de processos e técnicas

de ensino. Para se falar do assunto com mais convicção entende-se que devemos

lançar mão de parte de sua história. De acordo com a Associação Brasileira de

Pedagogia, essa Ciência surgiu no século XVII, e teve como um dos principais

iniciadores, o monge João Comênio (Amós Comenius).

Para Comênio, a criança merece cuidados especiais para que possa ter uma

aprendizagem produtiva, devido à imaturidade de recursos racionais e da

inexperiência da idade. A Pedagogia, direcionada à eficiência do ensino, tomou

forma de curso, primeiramente na Europa e nos Estados Unidos. Chegou ao Brasil

em 1931, e hoje se estende por toda parte.

No pensamento de Libâneo (2010, p.30) a Pedagogia é “o campo do

conhecimento que se ocupa do estudo do ato prático de educar”. Para o autor a

educação é o conjunto das ações que intervêm no desenvolvimento de indivíduos e

grupos na sua relação ativa e social, num determinado contexto de relações entre

grupos e classes.

De acordo com Pimenta, (2002), os cursos de Pedagogia foram organizados

em períodos, no Brasil o primeiro período foi de 1939 a 1972. Nesse período se

desenvolveram apoiados em fundamentos legais. Porém, a partir do fim da década

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de 1970, novas formulações foram ganhando expressão no interior do movimento de

revisão dos cursos de Pedagogia.

O segundo período foi de 1973 a 1977, e compreende o conjunto de

indicações do então conselheiro Valmir Chagas, visando à reestruturação global dos

Cursos Superiores de formação do Magistério no Brasil, algumas delas não

chegaram a vingar. Foi o caso das que cuidavam das então funções do curso de

Pedagogia.

O terceiro período foi de 1978 a 1999, comportou a documentação gerada

no processo de revisão da formulação do educador e envolveu instituições

universitárias e organizações governamentais interessadas no assunto. Este período

contribuiu para que a revisão dos cursos pudesse ser realizada e, de acordo com

Pimenta, representou o confronto entre os fundamentos paralegais defendidos pelas

entidades de profissionais da educação e as orientações da Câmara de Educação

Superior do Conselho Nacional de Educação.

Hoje se sabe que a eficiência da educação, desde o momento da aquisição

de seus primeiros conhecimentos, até a continuidade deles, ainda depende da

Pedagogia.

Quando se trata da instrução escolar o pedagogo tem nas mãos a infância e

a juventude de um país, já que cabe à escola a responsabilidade em segunda

instância de orientar os alunos para o futuro. A primeira instância é dever das

famílias, que muitas vezes são incapazes de fazê-las.

Para muitos, Pedagogia é a arte de ensinar, ou melhor, é o modo de ensinar

uma criança. Para Libâneo, a existência da pedagogia é o campo do estudo das

práticas educativas que se realizam no ambiente social.

Entre essas práticas, temos as que acontecem de forma diferenciada, ou

seja, as que ocorrem nos processos de aquisição de conhecimento, obtidas por

meio da educação informal, individual e social humana. Observa-se que para

Libâneo, o aprendizado é constante e a maneira como o ser se situa no mundo,

estabelece essas relações que dão significado à realidade em que se encontra, e

essa conscientização são os pontos de partida para o aprendizado.

Como exposto por Libâneo (1996):

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[...] a educação acontece em muitos lugares. Além da família, a educação ocorre nos meios de comunicação, nas empresas, nos clubes, nos sindicatos, e na própria rua. Até mesmo as cidades vão se transformando em agências educativas com a participação da população na elaboração de programas culturais e equipamentos públicos (p. 26).

Portanto, a Pedagogia tem como objetivo estudar as finalidades

sociopolíticos e as formas de intervenção pedagógica para a educação. Logo é a

ciência cujo objetivo é a reflexão sistematizada e crítica do processo educativo. A

idéia de senso comum, a toma como o modo de ensinar. Devido a sua abrangência,

a Pedagogia engloba diversas disciplinas, como: Disciplinas filosóficas, Disciplinas

científicas e Disciplinas técnico-pedagógicas.

De acordo com Saviani (1985, p.28), a palavra Pedagogia lembra

metodologias, que a própria palavra explica com seu significado: “conduzir até

determinado lugar”. Ainda com base em pensamento de Saviani, entende-se que a

escola, como um espaço de formação, deve estar comprometida com o acesso à

cultura erudita, e a apropriação do conhecimento. Observa-se que na opinião do

autor o Pedagogo Escolar é aquele que domina sinteticamente as formas de

organização dos processos de formação cultural que se dão no interior das escolas.

Para Saviani (1985), a Pedagogia se constitui, sob um campo que possui

métodos próprios de investigação, ele a conceitua como formação cultural, já o

pedagogo em sua opinião é aquele que tem domínio das formas, e metodologias

através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela

humanidade. Desta forma, a Pedagogia é vista como a ciência que transforma o

Pedagogo em um intelectual capaz de compreender a natureza do trabalho coletivo

na escola, assim como, de perceber a necessidade de pensar a educação nesse

processo. É, portanto, o favorecedor da formação de grupos de estudo, fortalecedor

da interação humana, e estimulador do respeito mútuo e da boa convivência.

Desde sua origem, espera-se que a Pedagogia capacite o profissional para

ensinar a utilizar as áreas do conhecimento, para fazer uma educação com

qualidade. Cabendo ao pedagogo, responsabilizar-se, juntamente com o professor,

pelo desenvolvimento das potencialidades do educando, conforme estabelece a

legislação vigente.

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Para Pimenta (2006), o estudo da educação como fenômeno social não se

resume numa ciência e tão pouco a pedagogia é a única ciência que estuda a

educação. Entende-se que a Pedagogia é mais abrangente, pois tem como campo a

prática social, ou seja, os quatros pilares: aprender a aprender, a ser, a fazer e a

conviver, cabendo-lhe ao mesmo tempo contribuir para analisar e transformar essa

prática. Para a autora o ponto de partida para a epistemologia é a prática social da

educação. Sua especificidade é que a difere das demais ciências, ou seja, a

pedagogia é a ciência da prática.

2.2 O PEDAGOGO E SUA FUNÇÃO

Ser pedagogo não significa só atuar nas escolas ou em sala de aulas, tem

de ser acima de tudo, “um detetive”, precisa estar acompanhando tudo a nossa

volta, pois a história muda, porém não deixa para trás nossas raízes e sim atualiza

nossos conhecimentos. Entende-se que o pedagogo deve conduzir o educando a

assimilar o mínimo de cultura geral, condição necessária para estimular a iniciativa

de sua autonomia. Libâneo (2005) conceitua o pedagogo como:

O profissional que atua em varias instâncias da prática educativa, ligada ou não á organização e aos processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de agir, tendo em vista objetivo de formação humana definida em sua contextualização histórica (p.33).

Assim, o pedagogo é um gestor escolar capacitado para atuar em

organização de processo de formação cultural que se dá no interior das escolas, e

sua função está em ser o elo para o trabalho em conjunto na escola, ou seja, assistir

o aluno e toda a equipe envolvida no processo de ensino, como; professores, família

e sociedade. Para que a escola possa proporcionar uma educação que desperte o

aluno para o processo de emancipação, esse conjunto deve atuar simultaneamente,

com os mesmos objetivos.

Devendo, portanto estar sempre em sintonia, pois a busca por um ensino

capaz de alcançar os objetivos propostos pela instituição só será possível com a

ação simultânea dos envolvidos, em especial do pedagogo, Já que suas ações são

indispensáveis na formação de cada indivíduo. Isto porque a base do trabalho do

pedagogo deve ser a docência, nesse sentido sua formação envolve pesquisa,

docência e gestão educacional.

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2.2.1 As ações do pedagogo no cotidiano escolar

Os pedagogos são profissionais necessários na escola: seja na tarefa de

administração, seja nas tarefas que ajudem os professores no ato de ensinar

(PIMENTA, 2006). Neste contexto, acentua-se a importância do pedagogo na escola

resgatando sua especificidade, de orientador educacional e/ou supervisor

pedagógico, não no sentido de fragmentação do trabalho, mas na definição de suas

funções na prática cotidiana da escola.

De acordo com Libâneo (2010), nas áreas de atuação desse profissional

distinguem-se três tipos de atividades: (a) a de professores do ensino público e

privado; (b) a de especialistas da ação educativa escolar; (c) a de especialistas em

atividades pedagógicas paraescolares. Assim, a ação da pedagogia extra-

escola dá-se como (a) formadores, animadores, orientadores, que desenvolvem

atividades pedagógicas em órgãos públicos, privados e públicos não – estatais e (b)

como formadores ocasionais que ocupam parte do tempo em atividades

pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas referentes à

transmissão de saberes e técnicas ligadas a outra atividade profissional.

Já o Regimento Escolar Colégio Estadual André Seugling, especifica as

ações do pedagogo no âmbito escolar. Dentre as suas atribuições, destacamos

• orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico, em uma perspectiva democrática;

• participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho pedagógico escolar, no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar;

• promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico, visando à elaboração de propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;

• proceder a análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear um processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar, com vistas a promover a aprendizagem de todos os alunos;

• promover, juntamente com o corpo docente, a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social;

• solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da Avaliação Educacional do Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis necessidades educacionais especiais;

• acompanhar os aspectos de socialização e aprendizagem dos

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alunos, realizando contato com a família com o intuito de promover ações para o seu desenvolvimento integral;

• acompanhar a frequência escolar dos alunos, mediante apontamento dos professores, contatando as famílias e encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário (PARANÁ, 2008, p. 19 - 22)

Considerando a diversidade da atuação profissional do pedagogo,

observamos que este é uma figura imprescindível na instituição escolar. Seu papel

político se dá quando coloca, à disposição das classes trabalhadoras, o

conhecimento científico, para que estas possam compreender e organizar a

realidade em que vivem.

A equipe pedagógica, portanto, deve proporcionar momentos que permitam

a reflexão da prática do trabalho escolar, possibilitando aos professores uma

concepção mais clara dos conteúdos e, por sua vez, garantir a apropriação destes

por parte dos alunos.

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