Fichamento- A Expressividade Dos Fonemas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE LINGUAGENS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DE LINGUAGEM – MESTRADO TEORIA DOS GÊNEROS LITERÁRIOS: POESIA DOCENTE: PROF.ª DRA. CÉLIA MARIA DOMINGUES DA ROCHA REIS DISCENTE: SANDRA LEITE DOS SANTOS FICHAMENTO DO TEXTO: A EXPRESSIVIDADE DOS FONEMAS. MARTINS, NILCE S. A expressividade dos fonemas. In: Introdução à Estilística. São Paulo: T.A. Queiróz, 2003. PÁGINAS CITAÇÕES COMENTÁRIOS P.45 A Estilística do Som ou Fônica. Também chamada de fonoestilística. - Função distintiva: oposição de duas palavras; matéria fônica. - Os sons da língua: “São os artistas que trabalham com a palavra, poetas e atores, os que melhor apreendem o potencial de expressividade dos sons e que dele extraem um uso mais refinado”. Estuda os valores expressivos de natureza sonora que observamos nas palavras e nos enunciados. Fonemas e prosodemas (acento, entoação, altura e ritmo) que constituem um complexo sonoro importante na função emotiva e sonora. A função distintiva permite a oposição de duas palavras e matéria fônica desempenha a função expressiva das particularidades da articulação dos fonemas. A qualidade do timbre, altura, duração e intensidade. - Podem provocar em nós sensações de agrado ou desagrado; - Sugerir idéias e impressões. - Podem ainda

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOINSTITUTO DE LINGUAGENS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DE LINGUAGEM – MESTRADOTEORIA DOS GÊNEROS LITERÁRIOS: POESIA

DOCENTE: PROF.ª DRA. CÉLIA MARIA DOMINGUES DA ROCHA REISDISCENTE: SANDRA LEITE DOS SANTOS

FICHAMENTO DO TEXTO: A EXPRESSIVIDADE DOS FONEMAS.

MARTINS, NILCE S. A expressividade dos fonemas. In: Introdução à Estilística. São Paulo: T.A. Queiróz, 2003.

PÁGINAS CITAÇÕES COMENTÁRIOS

P.45 A Estilística do Som ou Fônica. Também chamada de fonoestilística.

- Função distintiva: oposição de duas palavras; matéria fônica.

- Os sons da língua:

“São os artistas que trabalham com a palavra, poetas e atores, os que melhor apreendem o potencial de expressividade dos sons e que dele extraem um uso mais refinado”.

Estuda os valores expressivos de natureza sonora que observamos nas palavras e nos enunciados. Fonemas e prosodemas (acento, entoação, altura e ritmo) que constituem um complexo sonoro importante na função emotiva e sonora.

A função distintiva permite a oposição de duas palavras e matéria fônica desempenha a função expressiva das particularidades da articulação dos fonemas. A qualidade do timbre, altura, duração e intensidade.

- Podem provocar em nós sensações de agrado ou desagrado;- Sugerir idéias e impressões.- Podem ainda denunciar estado de espírito ou denunciar traços de nossa personalidade.

P.46 “Em vista do avanço da fonologia lingüística, Bally faz esta ponderação: Não há dúvidas que na matéria fônica se escondam possibilidades expressivas”.

“A expressividade um elemento sonoro ou articulatório, diz Morier [...] – provém de um encontro feliz.

Entende-se como matéria fônica tudo que produza sensações musculares e acústicas: sons articulados, tipos de timbres vocálicos, melodia, intensidade, duração dos sons, assonâncias, aliterações, silêncio e tudo mais que envolva o som.

Segundo Maurice Grammont, Henri Morir e Bally os

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fonemas apresentam um potencial expressivo de acordo com a natureza de sua articulação, mas as idéias sugeridas por eles só aparecem quando a significação deixa de ser oculta. E o sentido serve como esse filtro recusando valores fonéticos que não tem relação com os elementos do significado. Assim é necessário que haja um encontro entre a expressão (idéia que ela sugere) e seu significado.

P.47 “Quando não há nenhuma correspondência entre o significado e o significante, os sons e a articulação da palavra têm expressividade zero, havendo então a “arbitrariedade” da palavra, conforme Saussure”.

“Havendo alguma correspondência há a “motivação sonora” uma das propriedades da linguagem poética”.

A falta de correspondência do significante com o seu significado resulta na inexpressividade dessa palavra. Ocorrendo assim arbitrariedade, que nada mais é que uma espécie de convenção da “palavra” em cada língua.

Os poetas procuram sempre utilizar em suas produções fonemas que exprimam com clareza as idéias que querem expressar. Assim a motivação sonora faz-se valer por si só.

P.48 “Grammont explica a correlação do som-idéia abstrata pela faculdade de nosso cérebro de associar, comparar e classificar idéias, colocando num mesmo grupo conceitos intelectuais e impressões fornecidas pelo sentido [...]”

Segundo Grammont de posse das informações armazenadas em nosso cérebro fazemos associações, comparações classificações e utilizamos e utilizamos as mesmas em nossas inferências através das impressões intelectuais e das sensoriais. E a linguagem comum fornece os elementos para essas impressões.

P.49 O Potencial expressivo dos fonemas.

A expressividade das vogais.

A- Vogais orais.

O fonema [a] é o mais sonoro e o mais livres de nosso sistema fonológico. E traduz sons fortes, nítidos e reforça a impressão das consoantes as quais acompanha. Exemplos: interjeições, onomatopéias, risadas, etc.

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P.50 “A sonoridade do [a] presta-se à transferência de idéias de claridade, brancura, amplidão, alegria etc.

Como exemplo, vejamos um verso do poema “Sonho” de Olavo Bilac: “Há por tudo a alegria e o rumor de um noivado”.

Segundo o autor o som do a nos remete a idéia de coisas que expressão claridade, leveza, alegria.

Os fonemas “alegria” e “noivado” nos remetem a situações de felicidade, ou seja, de leveza e contentamento.

P.51 As demais vogais constituem duas séries – anterior [é], [ê], [i] e posterior [ó], [ô], [u]; as de valor estilístico mais explorados são [i] e [u].

As vogais anteriores são aquelas utilizadas para exprimir sons agudos ou estridentes. Exemplo: grito, apito, pio, riso, etc.

As vogais posteriores possibilitam imitar sons profundos, cheios, graves, ruídos surdos, escuridão, tristeza, medo, morte, etc. Exemplos de ruídos surdos: murmúrios, queixumes. Outros exemplos são toco, gruta, choro, dor, temor, fúnebre, luto, viúvo.

P.52 A vogal [ê] é intermédia entre o [é] e o [i], é mais neutra, discreta não oferecendo expressividade marcante.

P.54 A expressividade das consoantes

As consoantes oclusivas, pelo seu traço explosivo momentâneo prestam-se, a reproduzir ruídos duros, secos, de batidas, pancadas, passos pesados.

Saliente-se que as surdas ([p], [t], [k]) dão a impressão de mais fortes, violentas que as sonoras ([b], [d] [gu])

P.55 “São as oclusivas surdas, conforme Morie convêm à evocação de seres, coisas, atos, qualidades e sentimentos ligados às idéias de força e intensidade”.

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“As consoantes constritivas, pelo seu caráter continuo sugerem sons de certa duração, bem como as coisas e os fenômenos que os produzem”.

P.61 A aliteração é um processo generalizado em línguas de todas as épocas, podendo ser uma exigência de versificação em certos tipos de poesia como a germânica medieval.

P.62 Homeoteleuto e rimaA repetição de sons no final das palavras e designadas por nomes diversos: homeoteleuto (“final igual”), rima, eco sem que seja bem precisa a distinção entre os termos.

P.67 “Paronomásia é um jogo de palavras um trocadilho de que pode resultar um efeito humorístico, mas que também pode ocorrer em textos petiços”.

P.72 “Onomatopéias propriamente ditas objeto sonoro de configuração definida e valor significativo constante [...] alguns são exatamente correspondentes [...] palavras significativas da língua, outras apresentam combinações de fonemas que não ocorrem na palavra do idioma”.

P.75