Fichamento Barbero - Dos meios às mediações

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Fichamento do capítulo 3 da primeira parte

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BARBERO, J. M. Dos meios s mediaes: comunicao, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro, Ed. UFRJ, 1997.

I. Introduo

Num momento de pices polticos e culturais na Amrica do Sul e Central, Barbero vai analisar a verdade cultural desses lugares. A modernidade, as deformaes sociais, imaginrios culturais so assuntos importantes de estudo para o autor. Neste sentido, acredita que a comunicao se tornou uma mediao ao conceito de cultura. Para ele, a diferena cultural na Amrica Latina significa a densidade e a pluralidade das culturas populares, alm de ser dinamizado e geradora de um grande conflito. A cultura falar de tramas urbanas, das camponesas e indgenas. Investigar, ento, o autor, o que se massivo culturalmente, da massa, do povo. Deste modo, articula o objetivo de sua obra

mudar o lugar das perguntas, para tornar investigveis os processos de constituio do massivo para alm da chantagem culturalista que os converte inevitavelmente em processos de degradao cultural (BARBERO, 1997, p. 17)

Assim busca investigar a partir dos sujeitos influenciados pelas prticas de comunicao e pelos movimentos sociais, bem como as mediaes que se formam nesses processos. Na primeira parte do livro Povo e massa na cultura: os marcos do debate, em que uma parte se situa este fichamento, Barbero articula um discurso filosfico e histrico para iluminar a problemtica e experincia cultural que se prope o intento.

II. Captulo 3. Indstria Cultural: capitalismo e legitimao. Benjamin versus Adorno ou o debate de fundo.

Barbero estabelece um dilogo com Benjamin e Adorno expondo as ideias de cada um deles que se apropriaram da nova era de formas distintas. O pensamento de Adorno e Benjamin enriquecem o debate cultural e impulsiona a compreenso as razes pelas quais este assunto gera frustaes, segundo Barbero. Benjamin se articula ao diagnosticar o popular na cultura como experincia e produo. O conceito de Indstria Cultural nasce com Horkheimer e Adorno, no contexto da dcada de 1940 na Amrica do Norte e sua democracia e massas e Alemanha nazi. O que constitui o conceito parte-se da anlise da introduo na cultura da produo em srie e figurao entre produo de coisas e a produo de necessidades. No sentido de que a indstria cultural reside na necessidade produzida. Assim, as diferenas tambm podem ser produzidas. Para Barbero, Adorno tem uma crtica cultural aristocrtica, negando a aceitar uma pluralidade esttica, de modos de fazer e de usar a arte. Adorno via com muito pessimismo essa disseminao da arte e esse novo sentir. Para ele, segundo Barbero, a funo da arte no era a emoo mas sim a comoo. Via o sentimento como aliado da vulgaridade. O papel da arte distanciar-se e no participar da comunicao de massa. Resumidamente se algo indstria no pode ser arte. Benjamin toma a realidade como algo descontnuo, havendo um nico travejamento na histria. Pensar a experincia a maneira de atingir o que invade na histria com as massas e a tcnica, pois no se pode compreender o que se passa culturalmente nas massas sem dar espao ao entendimento da experincia. Benjamim via a aproximao de sentido das massas no como uma manifestao vazia, acrtica, mas como signo de uma longa transformao social. Para Benjamin esse novo sensorium traz um outro tipo de existncia das coisas e outro modo de acesso a elas. Benjamin se remete as tcnicas como responsveis tornarem prximas da camada popular, as coisas mais longnquas e sagradas. Reconhece a fotografia e o cinema e a reprodutibilidade de arte como aproximadores do homem comum ao que era antes considerado sagrado. Para Morin, a indstria cultural significava o conjunto de mecanismo de operaes atravs dos quais a criao cultural se transforma em produo. Utiliza do intercmbio entre o real e o imaginrio que percebe na cultura de massas para destacar a linguagem. Baudrillard defende que a informao produz massa e esta tem potencializado uma imploso social, e essa imploso apresenta o dilema de uma experincia de degradao cultural.

Monique Mancini Duarte

Fichamento: Indstria Cultural: capitalismo e legitimao. Benjamin versus Adorno ou o debate de fundo. In: Dos meios s mediaes: comunicao, cultura e hegemonia. J.M. Barbero.

Elaborado para a disciplina de Antropologia Econmica: Cultura e Consumo ministrada pela Prof. Dra. Ana Lcia de Castro.

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