Fichamento Capitulo II a IV

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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Curso: Ciência Econômicas Docente: Gildásio Júnior Discente: Diógenes Cardoso Fichamento MARX, Karl. O Capital: O processo de troca. São Paulo, 2013, 897 pgs “As mercadorias não podem ir por si mesmas ao mercado e trocar-se umas pelas outras. Temos, portanto, de nos voltar para seus guardiões, os possuidores de mercadorias.” (p.159) “Para relacionar essas coisas umas com as outras como mercadorias, seus guardiões têm de estabelecer relações uns com os outros como pessoas cuja vontade reside nessas coisas e que agir de modo tal que um só pode se apropriar da mercadoria alheia e alienar a sua própria mercadoria em concordância com a vontade do outro, portanto, por meio de um ato de vontade comum a ambos.” ( p.159) “Aqui, as pessoas existem umas para as outras apenas como representantes da mercadoria e, por conseguinte, como possuidoras de mercadorias.” ( p.159/160)

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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Curso: Ciência Econômicas

Docente: Gildásio Júnior

Discente: Diógenes Cardoso

Fichamento

MARX, Karl. O Capital: O processo de troca. São Paulo, 2013, 897 pgs

“As mercadorias não podem ir por si mesmas ao mercado e trocar-se umas pelas outras. Temos, portanto, de nos voltar para seus guardiões, os possuidores de mercadorias.” (p.159)

“Para relacionar essas coisas umas com as outras como mercadorias, seus guardiões têm de estabelecer relações uns com os outros como pessoas cuja vontade reside nessas coisas e que agir de modo tal que um só pode se apropriar da mercadoria alheia e alienar a sua própria mercadoria em concordância com a vontade do outro, portanto, por meio de um ato de vontade comum a ambos.” ( p.159)

“Aqui, as pessoas existem umas para as outras apenas como representantes da mercadoria e, por conseguinte, como possuidoras de mercadorias.” ( p.159/160)

“Todas as mercadorias são não-valores de uso para seus possuidores e valores de uso para seus não-possuidores. Portanto, elas precisam universalmente mudar de mãos. Mas essa mudança de mãos constitui sua troca, e essa troca as relaciona umas com as outras como valores e as realiza como valores.” ( p.160)

“Cada possuidor de mercadorias só quer alienar sua mercadoria em troca de outra mercadoria cujo valor de uso satisfaça sua necessidade.” (p.160)

“A ação social de todas as outras mercadorias exclui uma mercadoria determinada, na qual todas elas expressam universalmente seu valor. Assim, a forma natural dessa mercadoria se converte em forma de equivalente socialmente válida. Ser equivalente

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universal torna-se, por meio do processo social, a função especificamente social da mercadoria excluída. E assim ela se torna – dinheiro.” (p.161)

“A troca direta de produtos tem, por um lado, a forma da expressão simples do valor e, por outro lado, ainda não a tem.” (p.162)

“Aqui, antes da troca, as coisas[...] ainda não são mercadorias, mas tornam-se mercadorias apenas por meio dela.” (p.162)

“A troca de mercadorias começa onde as comunidades terminam: no ponto de seu contato com comunidades estrangeiras ou com membros de comunidades estrangeiras.”(p.162)

“Sua relação quantitativa de troca é, a princípio, inteiramente acidental[...][a] constante repetição da troca transforma-a num processo social regular, razão pela qual, no decorrer do tempo, ao menos uma parcela dos produtos do trabalho tem de ser intencionalmente produzida para a troca.”( P.162)

“Na mesma proporção em que a troca de mercadorias dissolve seus laços puramente locais e o valor das mercadorias se expande em materialidade do trabalho humanoem geral, a forma-dinheiro se encarna em mercadorias que, por natureza, prestam-se à função social de um equivalente universal: os metais preciosos.”(p.163)

“[...] ‘ouro e a prata não [são], por natureza, dinheiro, embora o dinheiro seja, por natureza, de ouro e prata’(p.164)

“A forma adequada de manifestação do valor ou da materialidade do trabalho humano abstrato – e, portanto, igual – só pode ser encontrada numa matéria cujos exemplares possuam todos a mesma qualidade uniforme.”(p.164)

“Como todas as mercadorias são apenas equivalentes particulares do dinheiro, que é seu equivalente universal, elas se relacionam com o dinheiro como mercadorias particulares com a mercadoria universal.” (p.164)

“O processo de troca confere à mercadoria, que ele transforma em dinheiro, não seuvalor, mas sua forma de valor específica.” (p.165)

“[...]a forma de equivalente de uma mercadoria não inclui a determinação quantitativade sua grandeza de valor.

“Como qualquer outra mercadoria, o dinheiro só pode expressar seu valor de modo relativo, confrontando-se com outras mercadorias.” (p.166)

“Uma mercadoria não parece se tornar dinheiro porque todas as outras mercadorias representam nela seus valores, mas, ao contrário, estas é que parecem expressar nela seus valores pelo fato de ela ser dinheiro.” (p.167)

“Decorre daí a mágica do dinheiro. O comportamento meramente atomístico dos homens em seu processo social de produção e, com isso, a figura reificada [sachliche] de suas relações de produção, independentes de seu controle e de sua ação individual

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consciente, manifestam-se, de início, no fato de que os produtos de seu trabalho assumem universalmente a forma da mercadoria. Portanto, o enigma do fetiche do dinheiro não é mais do que o enigma do fetiche da mercadoria[...]” (p.167)

Questões

1 º O que é a troca, e porque ela acontece?

Para Marx, a troca é o processo de alienação das mercadorias entre indivíduos, relacionando as mercadorias uma com as outras como valores e realizando-as como valores de uso. Esse processo se dá porque toda mercadoria é não valor de uso para seu possuidor e valor de uso para seu não possuidor. 2 º Na medida em que uma mercadoria se relaciona com outra como seu equivalente universal, essa mercadoria se transforma em dinheiro?

O dinheiro, assim como outra mercadoria, só é dinheiro porque é resultado do trabalho humano. Essa mercadoria dinheiro não adquiriu essa forma devido as outras mercadorias expressarem nela seu valor, mas antes, as mercadorias expressam nela seu valor justamente pelo fato de ela ser dinheiro.

O Dinheiro ou a circulação de mercadorias

1. Medida dos valores

“ A primeira função do ouro é de fornecer ao mundo das mercadorias o material de sua expressão de valor ou de representar os valores das mercadorias como grandezas demesmo denominador, qualitativamente iguais e quantitativamente comparáveis.”(P.169)

“O preço ou a forma-dinheiro das mercadorias é, como sua forma de valor em geral, distinto de sua forma corpórea real e palpável, portanto, é uma forma apenas ideal ou representada.”(P.170)

“ O ouro só pode servir como medida de valor porque ele próprio é produto do trabalho e, portanto, um valor que pode ser alterado.” (p.173)

“ Como medida dos valores e padrão dos preços, o ouro desempenha dois papéis completamente distintos. Ele é medida de valor por ser a encarnação social do trabalhohumano e padrão de preços por ser um peso metálico estipulado.” (p.172)

“O preço é a denominação monetária do trabalho objetivado na mercadoria.” (p.176)2. O meio de circulação

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a ) A metamorfose das Mercadorias

“Inicialmente, as mercadorias entram no processo de troca sem serem douradas, nem açucaradas, mas tal como vieram ao mundo. Esse processo gera uma duplicação damercadoria em mercadoria e dinheiro, uma antítese externa, na qual elas expressam sua antítese imanente entre valor de uso e valor.”(p.179)

“A mercadoria é realmente [reell] valor de uso; seu valor se manifesta apenas idealmente [ideell] no preço, que a reporta ao ouro, situado no polo oposto, como sua figura de valor real.”(p.179)

“O processo de troca da mercadoria se consuma, portanto, em duas metamorfoses contrapostas e mutuamente complementares: conversão da mercadoria emdinheiro e reconversão do dinheiro em mercadoria.” (p.179)

“A divisão social do trabalho torna seu trabalho tão unilateral quanto multilaterais suas necessidades. Exatamente por isso, seu produto serve-lhe apenas de valor de troca.” (p.180)

“A alienação [Entäusserung] da forma original da mercadoria se consuma mediante a venda [Veräusserung] da mercadoria, isto é, no momento em que seu valor de uso atrai efetivamente o ouro que, em seu preço, era apenas representado. Desse modo, a realização do preço ou da forma de valor apenas ideal da mercadoria é, ao mesmo tempo e inversamente, a realização do valor de uso apenas ideal do dinheiro, a conversão de mercadoria em dinheiro e, simultaneamente, de dinheiro em mercadoria.” (p.182)

“Como mediador da circulação de mercadorias, o dinheiro exerce a função de meio de circulação.” (p.188)

b) O curso do dinheiro

“A mudança de forma em que se realiza o metabolismo dos produtos do trabalho, M-D-M, exige que o mesmo valor, como mercadoria, constitua o ponto de partida do processo e retorne ao mesmo ponto como mercadoria. Esse movimento das mercadorias é, por isso, um ciclo.”(p.188)

“ O curso do dinheiro mostra uma repetição constante, monótona, do mesmo processo. A mercadoria está sempre do lado do vendedor, o dinheiro sempre do lado do comprador, como meio de compra.”(p.188)

“O resultado da circulação de mercadorias, a substituição de uma mercadoriapor outra, não parece ser mediado por sua própria mudança de forma, mas pela função do dinheiro como meio de circulação, que faz circular mercadorias que, por si mesmas, são imóveis, transferindo-as das mãos em que elas são não-valores de uso para as mãos em que elas são valores de uso e, nesse processo, movendo-se sempre em sentido contrário ao seu próprio curso.”(p.189)c) A moeda. O signo do valor

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“Da função do dinheiro como meio de circulação deriva sua figura como moeda.”(p.198)

” Se o próprio curso do dinheiro separa o conteúdo real da moeda de seu conteúdo nominal, sua existência metálica de sua existência funcional, ele traz consigo, demodo latente, a possibilidade de substituir o dinheiro metálico por moedas de outro material ou por símbolos.”(p.199)

3. Dinheiro

“A mercadoria que funciona como medida de valor e, desse modo, também como meio de circulação, seja em seu próprio corpo ou por meio de um representante, é dinheiro.”(p.203)

a) Entesouramento

“ Com o primeiro desenvolvimento da circulação das mercadorias, desenvolve-se também a necessidade e a paixão de reter o produto da primeira metamorfose, a figura transformada da mercadoria ou sua crisálida de ouro. A mercadoria é vendida não para comprar mercadoria, mas para substituir a forma-mercadoria pela forma-dinheiro. De simples meio do metabolismo, essa mudança de forma converte-se em fim de si mesma. A figura alienada [entäusserte] da mercadoria é impedida de funcionar como sua figura absolutamente alienável [veräusserliche], ou como sua forma-dinheiro apenas evanescente.Com isso, o dinheiro se petrifica em tesouro e o vendedor de mercadorias se torna um entesourador.” (p.203)

b) Meio de pagamento

“ O desenvolvimento do dinheiro como meio de pagamento torna necessária a acumulação de dinheiro para a compensação das dívidas nos prazos de vencimento.Assim, se por um lado o progresso da sociedade burguesa faz desaparecer o entesouramento como forma autônoma de enriquecimento, ela o faz crescer, por outro lado, na forma de fundos de reserva de meios de pagamento.”.(p.214)

c) O dinheiro mundial

“O dinheiro mundial funciona como meio universal de pagamento, meio universal de compra e materialidade absolutamente social da riqueza universal (universal wealth). O que predomina é sua função como meio de pagamento para o ajuste das balanças internacionais. Daí a palavra chave dos mercantilistas: balança comercial! O ouro e aprata servem como meios internacionais de compra essencialmente naqueles períodos em que o equilíbrio do metabolismo entre as diferentes nações é repentinamente

Questões

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1 º Como medida de valor e padrão dos preços, o ouro desempenha dois papeis completamente distintos. Descreva-os.O ouro é medida de valor por seu resultado do trabalho humano. Como medida de valor, ele transforma as diversas mercadorias em preço. Como padrão de preços, ele mede essas quantidades em ouro.

2º Como se consuma o processo de troca da mercadoria?

O primeiro processo é o M-D, a venda, ou a transformação da mercadoria em dinheiro.Já o segundo é o D-M, a compra, ou transformação do dinheiro em mercadoria.

A TRANSFORMAÇÃO DO CAPITAL EM DINHEIRO

1. A fórmula geral do capital2. Contradições da fórmula geral3. A compra e a venda de força de trabalho

Questões