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Linguística textual

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Universidade Federal do Cear - UFC PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM LINGUSTICA

FICHAMENTO N2

Ano/Sem: 2015.1Curso: Mestrado em LingusticaDocente: Prof Dra. Maria Elias Soares

Disciplina: Mtodos de Investigao em Lingustica

Cdigo: HPB-706Data de entrega: 06/03/15

Discente(s):Laurenci Barros Esteves

Referncia Bibliogrfica:

KOCH, Ingedore Villaa; MARCUSCHI, Luiz Antnio. Processos de Referenciao Na Produo Discursiva.DELTA, So Paulo , v. 14,n. spe, 1998. Disponvel em: . Acesso em: 05 mar. 2015.

Resumo (Mximo de 200 palavras):Os autores discutem as estratgias centrais concernentes referenciao no texto oral. So explicadas as formas como os referentes so introduzidos, conduzidos, retomados, apontados e identificados no texto oral. O estudo em questo trata, assim, do processo de referenciao enquanto fator essencial para a construo da coeso textual e organizao tpica do texto em todas as suas modalidades.

ANOTAES: PginaTpico/CaptuloComentrios/Anotaes/Citaes

n.p.IntroduoOs pesquisadores consideram que o texto, numa perspectiva macro, tem a sua progresso e organizao possibilitados por dois processos gerais: a sequencialidade e a topicidade. A sequencialidade a progresso referencial, ou seja, se relaciona s estratgias de designao de referentes. Por sua vez, a topicidade equivale ao (s) assunto (s) ou tpico (s) discursivo (s) tratado (s) ao longo do texto. A continuidade referencial basilar para o desenvolvimento de um tpico, enquanto o tpico possibilita, embora no garanta, a continuidade referencial.

A progresso referencial ocorre mediante a relao que estabelecida entre linguagem, mundo e pensamento, o que permite depreender os referentes como objetos-de-discurso. Os processos de progresso tpica e referenciam divergem e so complementares ao mesmo tempo. Assim, questiona-se como possvel que sabamos a que um falante se refere no texto mesmo quando o referente no est linguisticamente explicitado.

A forma especfica de organizao tpica ao longo do texto produz objetos-de-discurso. Assim, como possvel que recobremos referentes mesmo sem qualquer elemento referencial antecedente?

PressupostosMarcuschi e Koch (1998) tomam como pressupostos centrais para a conduo do estudo proposto os seguintes itens: (1) pressuposto de indeterminao lingustica; (2) pressuposto de uma ontologia no-atomista; (3) pressuposto da referenciao como atividade discursiva. A primeira noo equivale ideia de que a lngua marcada pela heterogeneidade, sendo ela opca e histrica, varivel e tambm socialmente constituda, no funcionando, como j mencionava Saussure, como uma forma de etiquetar a realidade. J o segundo pressuposto est ligado ao ideal de que o mundo no precisamente delimitado. A sua discretizao , na verdade, uma elaborao cognitiva. Por fim, o pressuposto 3 implica que a referenciao um processo cuja realizao se d no discurso e que culmina na criao de referentes.

Marcuschi e Koch (1998) direcionam os seus estrudos para os processos fricos nos textos e refutam a categorizao de referentes evolutivos na progresso referencial, pois o termo recobriria o que extra-lingustico e, ao mesmo tempo, os objetos-de-discurso. Propem, pois, a distino entre objetos mundanos (entidades extra-discursivas e extra-mentais) e objetos-de-discurso (atividades que so alimentadas e reproduzidas pela atividade discursiva). Os referentes, salientam os autores, sofrem mudanas mediante o desenrolar do texto, o que significa considerar que todos os referentes so evolutivos.

Correferncia e co-significaoA progresso referencial no pressupe necessariamente a correferncia, bem como a co-significao no necessria para implicar a correferenciao. Outro ponto importante que a noo de recategorizao pode levar ao entendimento dos processos de heterogeneidade semntica que ocorrem no processamento do texto. Koch e Marcuschi (1998, n.p.) se interessaro pelos aspectos que seguem: a) continuidade referencial sem explicitao de antecedentes referenciais; b) continuidade referencial sem correferencialidade; c) continuidade referencial sem co-significao.

O processo de referenciao textualSinaliza-se a distino entre referentes mundanos e objetos-de-discurso, o que equivale, respectivamente, aos ditos Objetos do mundo e plasticidade das significaes de carter lingustico. Os objetos-de-discurso so construdos no interior do discurso e so designados por itens lexicais. Cabe mencionar, ainda, que a prpria progresso do texto transcende a correlao anafrica.

O aspecto lexical na progresso referencialUma teoria lexical cujo embasamento se firma nos objetivos das investigaes textuais deveria atentar para, nas palavras de Koch e Marcuschi (1998, n.p.): 1) desontologizar o lxico e 2) desmundanizar o discurso. Isso implica o fato de que o lxico no corresponde a um banco de etiquetas. O indivduo pode escolher os mais diversos itens lexicais para designar referentes, visto que a seleo lexical responsvel pela criao e manuteno dos seus objetos.

Por uma noo de atividade anafricaO processo de retomada anafrica no implica estritamente uma retomada referencial. O conceito de anfora acaba, pois, sendo ampliado pelos estudiosos da lingustica do texto. Marcuschi e Koch (1998, n.p.) estabelecem o seguinte esquema para o processo de referenciao em linhas gerais: a) referenciao explcita: (correferenciao, co-significao = vinculao textual e antedecedentes explcitos); b) referenciao implcita: (correferenciao e no-co-significao=vinculao textual); c) referenciao implcita: (correferenciao e no-co-significao = vinculao contextual); d) referenciao implcita: (no-correferenciao nem co-significao = vinculao situacional, no-textual).

Estratgias de progresso referencialAs estratgias de progresso referencial correspondem aos seguintes itens: a) quando o objeto-de-discurso passa por uma transformao no momento exato da sua designao anafrica sem ter alterados os seus atributos que lhe foram anteriormente predicados; b) o objeto-de-discurso designado por uma anfora que desconsidera as mudanas que ocorreram anteriormente na predicao; c) referente evolutivo: o objeto-de-discurso passa por modificaes na predicao de atributos.

Transformaes operadas ou marcadas pela anforaOs tipos de transformaes, segundo Koch e Marcuschi (1998, n.p.), so: a1) a recategorizao lexical explcita, que produz uma predicao de qualidades sobre o objeto; a2) recategorizao lexical implcita, que realizada por um pronome anafrico que se liga a um referente e o retoma e o denomina e, alm disso, o modifica em algum aspecto; a3) a recategorizao com modificao da extenso do objeto ou de seu estatuto lgico implica que as transformaes ocorrem nem sempre implicando o processo de recategorizao lexical.

Anafricos que no levam em conta os atributos predicados do objetoEquivalem ao tipo de anfora que retoma o antecedente desconsiderando parcialmente ou por completo os elementos novos que so predicados ou que so atribudos a esse antecedente ao longo do discurso.

Anafricos que homologam os atributos explicitamente predicadosEsses anafricos acarretam recategorizaes, homologando num nico item lexical uma srie de elementos recebidos pelo objeto ao longo do discurso.

Formulao que evidencia estratgias de designao mal sucedidasO exemplo mencionado pelos autores o da correo que apresenta funo referencial. Isso significa que uma expresso corrigida pela outra num processo de retomada.