Fichamento.Durkheim

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Augusto Comte (1798-1856) Influências de Saint-Simon. Papel messiânico: supunha realizar uma missão de regeneração da humanidade. 1847 – proclama a religião da humanidade. Obras: Curso de Filosofia Positiva, em seis volumes (1830-1842); Discurso preliminar sobre o espírito positivo (1844) Sistema de política positiva ou tratado de sociologia instituindo a religião da humanidade, em quatro volumes (1851- 1854). Enquanto nas duas primeiras obras Comte estabelece a coordenação científica de sua filosofia, com o objetivo de “descobrir e demonstrar as leis do progresso”, no Sistema ele desenvolve e tira as conseqüências das leis sociais estabelecidas no Curso e no Discurso, e erige o sistema político-religioso destinado a reformar a sociedade. Quer restabelecer e realizar um programa universal, que regulamentasse e regenerasse a vida humana, tanto privada como pública. Humanidade, ciência, síntese e fé constituem a essência do pensamento comtiano. O século XIX marca o triunfo do liberalismo e do cientificismo.

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Augusto Comte (1798-1856)Influncias de Saint-Simon.

Papel messinico: supunha realizar uma misso de regenerao da humanidade.

1847 proclama a religio da humanidade.

Obras:

Curso de Filosofia Positiva, em seis volumes (1830-1842);

Discurso preliminar sobre o esprito positivo (1844)

Sistema de poltica positiva ou tratado de sociologia instituindo a religio da humanidade, em quatro volumes (1851-1854).

Enquanto nas duas primeiras obras Comte estabelece a coordenao cientfica de sua filosofia, com o objetivo de descobrir e demonstrar as leis do progresso, no Sistema ele desenvolve e tira as conseqncias das leis sociais estabelecidas no Curso e no Discurso, e erige o sistema poltico-religioso destinado a reformar a sociedade.Quer restabelecer e realizar um programa universal, que regulamentasse e regenerasse a vida humana, tanto privada como pblica.

Humanidade, cincia, sntese e f constituem a essncia do pensamento comtiano.

O sculo XIX marca o triunfo do liberalismo e do cientificismo.

Segundo Comte, para se reformar a sociedade faz-se mister antes de tudo descobrir as leis que regem os fatos sociais, cuidando-se de afastar as concepes abstratas e as especulaes metafsicas, que so estreis.Pela observao e pela experimentao se ir descobrir as relaes permanentes que ligam os fatos, cuja importncia bsica na reforma econmica, poltica e social da sociedade.

O positivismo uma filosofia determinista que professa, de um lado, o experimentalismo sistemtico e, de outro, considera anticientfico todo o estudo das causas finais. Assim, admite que o esprito humano capaz de atingir verdades positivas ou da ordem experimental, mas no resolve as questes metafsicas, no verificadas pela observao e pela experincia.

Explicao de todos os fenmenos universais atravs do emprego exclusivo do mtodo emprico, ou da verificao experimental.A conscincia, tanto individual quanto social, no constitua para ns nada de concreto e sim somente um conjunto mais ou menos sistematizado de fenmenos sui generis.

Por uma sociologia objetiva, especfica e metdica.

Fundou a revista Anne Sociologique.

Os fatos sociais deve ser tratados como coisas.

coisa todo objeto do conhecimento que a inteligncia no penetra de maneira natural , tudo aquilo de que no podemos formular uma noo adequada por simples processo de anlise mental.

Psicologia objetiva estudar os fatos mentais a partir do exterior. Objeto: conscincia individual.

Afastamento da concepo metafsica. Nenhuma especulao a respeito do que h no mais profundo do ser.

Esprito semelhante aos dos fsicos, qumicos e fisiologistas.

O que importa saber no a maneira pela qual tal pensador concebe individual determinada instituio, mas sim a concepo que dela formula o grupo; somente esta concepo social eficaz.

Os fenmenos sociais so exteriores aos indivduos.

Fatos da vida individual so diferentes dos fatos da vida coletiva.Lembrar que Durkheim estava delimitando uma cincia, separando a sociologia das outras cincias. Para tanto, ele precisa de um objeto especfico e um mtodo.

Observar o todo e no nas partes.

A vida est na clula, e no nas partculas que constituem a clula.

A dureza do bronze est na juno entre cobre, estanho e chumbo, que so metais reconhecidos como maleveis ou flexveis.

Os fatos sociais so exteriores s conscincias individuais.

Distino entre sociologia e psicologia.

Os fatos sociais no diferem dos fatos psquicos apenas em qualidade; apresentam um substrato diferente, no evoluem no mesmo meio, no dependem das mesmas condies. O que no quer dizer que no sejam tambm de certa maneira psquicos, uma vez que todos eles consistem em maneiras de pensar e de agir. Mas os estados da conscincia coletiva so de natureza diferente dos estados da conscincia individual; so representaes de outra espcie. A mentalidade dos grupos no a mesma dos particulares; tem suas leis prprias.

O que as representaes coletivas traduzem a maneira pela qual o grupo se enxerga a si mesmo nas relaes com os objetos que o afetam... Para compreender a maneira pela qual a sociedade se v a si mesma e ao mundo que a rodeia, preciso considerar a natureza da sociedade, e no a dos indivduos. (p. XXII).

As representaes individuais so diferentes das representaes coletivas... Os mitos, as lendas populares, as concepes religiosas de toda a espcie, as crenas morais etc., exprimem uma realidade diversa da realidade individual...

Os fatos sociais so maneiras de fazer ou de pensar, reconhecveis pela particularidade de ser suscetveis de exercer influncia coercitiva sobre as conscincias particulares (p. XXV).

Indicar quais os sinais exteriores que permitem reconhecer os fatos de que a sociologia deve tratar, a fim de que o cientista saiba perceb-los ali onde se encontra e no os confunda com outros. Tratava-se de delimitar tanto quanto possvel o campo da pesquisa (p. XXV). Ao mesmo tempo que as instituies se impem a ns, aderimos a elas; elas comandam e ns as queremos; elas nos constrangem, e ns encontramos vantagem em seu funcionamento e no prprio constrangimento (p. XXVI).

Meio moral. A presso exercida pela conscincia do grupo sobre a conscincia de seus membros.

A coero social se d pelo prestgio de que esto investidas certas representaes.

As crenas e prticas sociais agem sobre ns a partir do exterior.

As maneiras coletivas de agir ou de pensar apresentam uma realidade exterior aos indivduos, os quais, a cada momento do tempo, com elas se conformam. Constituem coisas que tm existncia prpria.

Instituio toda a crena, todo o comportamento institudo pela coletividade, sem desnaturar o sentida da expresso; a sociologia seria ento definida como a cincia das instituies, de sua gnese e de seu funcionamento (p. XXVIII).

A realidade objetiva dos fatos sociais.

Quando desempenho meus deveres de irmo, de esposo ou de cidado, quando me desincumbo de encargos que contrai, pratico deveres que esto definidos fora de mim e de meus atos, no direito e nos costumes. Mesmo estando de acordo com sentimento que me so prprios, sentindo-lhes interiormente a realidade, esta no deixa de ser objetiva; pois no fui eu quem os criou, mas recebi-os atravs da educao. Contudo, quantas vezes no ignoramos o detalhe das obrigaes que nos incumbe desempenhar, e precisamos, para sab-lo, consultar o Cdigo e seus intrpretes autorizados! Assim, tambm o devoto, ao nascer, encontra prontas as crenas e as prticas da vida religiosa; existindo antes dele, porque existem fora dele. O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir pensamento, o sistema de moedas que emprego para pagar dvidas, os instrumentos de crdito que utilizo nas relaes comerciais, as prticas seguidas na profisso etc., funcionam independentemente do uso que delas fao. Tais afirmaes podem ser estendidas a cada um dos membros de que composta uma sociedade, tomados uns aps outros. Estamos, pois, diante de maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a propriedade marcante de existir fora das conscincias individuais [...] Esses tipos de conduta ou de pensamento no so apenas exteriores ao indivduo, so tambm dotados de um poder imperativo e coercitivo, em virtude do qual se lhe impem, quer queira, quer no (p. 2).

Mesmo quando posso realmente me libertar destas regras e viol-las com sucesso, vejo-me sempre obrigado a lutar contra elas.

No so fenmenos orgnicos, pois so representaes e aes.

No so fenmenos psquicos, pois no existem na conscincia individual.

A maioria de nossas ideias e tendncias no so elaboradas por ns, mas nos vm de fora, conclui-se que no podem penetrar em ns seno atravs de uma imposio.

Correntes sociais numa grande reunio, os movimento de vivo entusiasmo, de indignao, de piedade que se produzem, no tem por origem nenhuma conscincia particular. Vm a cada um de ns do exterior e so suscetveis de nos arrastar sem que o queiramos.

Toda a educao consiste num esforo contnuo para impor s crianas maneiras de ver, de sentir e de agir s quais elas no chegariam espontaneamente [...] a educao tem justamente por objeto formar o ser social.

Est bem longe de existir no todo devido ao fato de existir nas partes, mas ao contrrio existe nas partes todas porque existe no todo.

O sentimento coletivo que explode numa reunio, no exprime simplesmente o que h de comum em todos os sentimentos individuais.

Cada um arrastado por todos.

A presena deste poder reconhecvel por sua vez, seja pela existncia de alguma sano determinada, seja pela resistncia que o fato ope a qualquer empreendimento individual que tenda a violent-lo.

Sustentam a tese de que h uma relao direta entre a vida civilizada moderna e o aumento de doenas nervosas.a represso nociva que a moral sexual civilizada moderna exerce sobre a vida sexual dos povos (ou classes)

sujeito desejante x cultura excessiva e injustamente repressora

Desde pequenos, as pessoas so constrangidas a agir da maneira posta como correta pela sociedade (ou grupo social) da qual elas fazem parte. So foras que atuam sobre seus corpos e suas mentes. Aps anos,A Sociologia pode ser definida, segundo Durkheim, como a cincia das instituies, da sua gnese e do seu funcionamento, ou seja, de toda crena, todo comportamento institudo pela coletividade

objeto prprio: os fatos sociais.

toda maneira de agir fixa ou no, suscetvel de exercer sobre o indivduo uma coero exterior; ou ento ainda, que geral na extenso de uma sociedade dada, apresentando uma existncia prpria, independente das manifestaes individuais que possa ter.

maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivduo, dotadas de um poder de coero em virtude do qual se lhe impem.

maneiras de fazer ou de pensar, reconhecveis pela particularidade de serem suscetveis de exercer influncia coercitiva sobre as conscincias particulares.

fato social algo dotado de vida prpria, externo aos membros da sociedade e que exerce sobre seus coraes e mentes uma autoridade que os leva a agir, a pensar e a sentir de determinadas maneiras.

A sociedade no a soma de indivduos. A associao dos indivduos faz nascer algo novo e exterior aos indivduos. Algo maior, que passa a exercer autoridade sobre eles.

A vida est no todo da clula e no nas partes que a constitu.

As representaes coletivas so as vises de mundo de um grupo, ou seja, so as maneiras como o grupo v a si prprio e v a sociedade que o rodeia. O processo de formao das representaes coletivas envolve as dimenses temporal e espacial, e concatena, atravs delas, os saberes produzidos por diversas geraes.

consider-los como coisas.

Da seguem-se alguns corolrios:

afastar sistematicamente as prenoes;

definir previamente os fenmenos tratados a partir dos caracteres exteriores que lhes so comuns;

e consider-los, independentemente de suas manifestaes individuais, da maneira mais objetiva possvel