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  • Disciplina: Filosofia Data: ____/_____/2011.

    Professor: Marciel Colonetti

    Aluno (a): N Terceiro:

    Lista 01 de exerccios: Conhecimentos Gerais - Filosofia

    1. (Unesp 2011) A felicidade, para voc, pode ser uma vida casta; para outro, pode ser um casamento monogmico; para outro ainda, pode ser uma orgia promscua. H os que querem simplicidade e os que preferem o luxo. Em matria de felicidade, os governos podem oferecer as melhores condies possveis para que cada indivduo persiga seu projeto. Mas o melhor governo o que no prefere nenhuma das diferentes felicidades que seus sujeitos procuram. No coisa simples. Nosso governo oferece uma iseno fiscal s igrejas, as quais, certamente, so cruciais na procura da felicidade de muitos. Mas as escolas de dana de salo ou os clubes sadomasoquistas tambm so significativos na busca da felicidade de vrios cidados. Ser que um governo deve favorecer a ideia de felicidade compartilhada pela maioria? Considere: os governos totalitrios (laicos ou religiosos) sempre sabem qual a felicidade certa para seus sujeitos. Juram que querem o bem dos cidados e garantem a felicidade como um direito social claro, a mesma felicidade para todos. isso que voc quer? (Contardo Calligaris. Folha de S.Paulo, 10/06/2010. Adaptado.) Sobre esse texto, correto afirmar que: a) Ao discorrer sobre a felicidade, o autor elege como foco a autonomia do indivduo. b) A felicidade assunto pblico e por isso pode e deve ser orientada por critrios objetivos definidos pelo Estado. c) O critrio moral e religioso o mais adequado para reger o comportamento dos indivduos. d) O bem-estar e a felicidade pessoal no devem ser assuntos restritos ao livre arbtrio individual. e) Para o autor, a busca da felicidade no deve se subordinar ao relativismo das escolhas.

    2. (Ifsp 2011) Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princpio que de entrada estabelecemos que devia observar-se em todas as circunstncias, quando fundamos a cidade, esse princpio , segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justia. Ora ns estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma funo na cidade, aquela para qual a sua natureza mais adequada. (PLATO. A Repblica. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 2001, p. 185.)

    Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepo platnica de justia, na cidade ideal, assinale a alternativa correta. a) Para Plato, a cidade ideal a cidade justa, ou seja, a que respeita o princpio de igualdade natural entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivduos os mesmos direitos perante a lei. b) Plato defende que a democracia fundamento essencial para a justia, uma vez que permite a todos os cidados o exerccio direto do poder. c) Na cidade ideal platnica, a justia o resultado natural das aes de cada indivduo na perseguio de seus interesses pessoais, desde que esses interesses tambm contribuam para o bem comum. d) Para Plato, a formao de uma cidade justa s possvel se cada cidado executar, da melhor maneira possvel, a sua funo prpria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe compete, segundo suas aptides. e) Plato acredita que a cidade s justa se cada membro do organismo social tiver condies de perseguir seus ideais, exercendo funes que promovam sua ascenso econmica e social.

  • 3. (Ifsp 2011) Ao defender as principais teses do Existencialismo, Jean-Paul Sartre afirma que o ser humano est condenado a ser livre, a fazer escolhas e, portanto, a construir seu prprio destino. O pressuposto bsico que sustenta essa argumentao de Sartre o seguinte: a) A suposio de que o homem possui uma natureza humana, o que significa que cada homem um exemplo particular de um conceito universal. b) A compreenso de que a vida humana finita e de que o homem , sobretudo, um ente que est no mundo para a morte. c) A ideia de que a existncia precede a essncia e, por isso, o ser humano no est predeterminado a nada. d) A convico de que o homem est desamparado e impotente para mudar o seu destino individual. e) A ideia de que toda pessoa tem uma potencial a realizar, desde quando nasce, mas livre para transformar ou no essa possibilidade em realidade. 4. (Ifsp 2011) Reconhecido por muitos como fundador do pensamento poltico moderno, Maquiavel chocou a sociedade de seu tempo ao propor, em O Prncipe, que a) a soberania do Estado ilimitada e que o monarca, embora submetido s leis divinas, pode interpret-las de forma autnoma, sem a necessidade de recorrer ao Papa. b) a autoridade do monarca sagrada, ilimitada e incontestvel, pois o prncipe recebe seu poder diretamente de Deus. c) o Estado personificado pelo monarca, que encarna a soberania e cujo poder no conhece outros limites que no aqueles ditados pela moral. d) a autoridade do prncipe deriva do consentimento dos governados, pois a funo do Estado promover e assegurar a felicidade dos seus sditos. e) a poltica autonormativa, justificando seus meios em prol de um bem maior, que a estabilidade do Estado.

    5. (Ufu 2011) No prtico da Academia de Plato, havia a seguinte frase: no entre quem no souber geometria. Essa frase reflete sua concepo de conhecimento: quanto menos dependemos da realidade emprica, mais puro e verdadeiro o conhecimento tal como vemos descrito em sua Alegoria da Caverna. A ideia de crculo, por exemplo, preexiste a toda a realizao imperfeita do crculo na areia ou na tbula recoberta de cera. Se trao um crculo na areia, a ideia que guia a minha mo a do crculo perfeito. Isso no impede que essa ideia tambm esteja presente no crculo imperfeito que eu tracei. assim que aparece a ideia ou a forma. (JEANNIRE, Abel. Plato. Traduo de Lucy Magalhes. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p.)

    Com base nas informaes acima, assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento de Plato. a) A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento no deriva do mundo inteligvel, mas do mundo sensvel. b) Todo conhecimento verdadeiro comea pela percepo, pois somente pelos sentidos podemos conhecer as coisas tais quais so. c) Quando traamos um crculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do mundo inteligvel no so perfeitas, tal qual o mundo sensvel. d) As ideias so as verdadeiras causas e princpio de identificao dos seres; o mundo inteligvel onde se obtm os conhecimentos verdadeiros.

  • 6. (Ufu 2011) Segundo Aristteles, tudo tende a passar da potncia ao ato; tudo se move de uma para outra condio. Essa passagem se daria pela ao de foras que se originam de diferentes motores, isto , coisas ou seres que promoveriam esta mudana. No entanto, se todo o Universo sofre transformaes, o estagirita afirmava que deveria haver um primeiro motor [...]. (CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. So Paulo: Ed. tica, 2006, p. 58.)

    Com base em seus conhecimentos e no texto acima, assinale a alternativa que contenha duas caractersticas do primeiro motor.

    a) O primeiro motor imvel, caso contrrio, alguma causa deveria mov-lo e ele no seria mais o primeiro motor; imutvel, porque ato puro. b) O primeiro motor imvel, mas no imutvel, pois pode ocorrer de se transformar algum dia, como tudo no Universo. c) O primeiro motor imutvel, mas no imvel, pois do seu movimento ele gera os demais movimentos do Universo. d) O primeiro motor no imvel, nem imutvel, pois isto seria um absurdo terico. Para Aristteles, o primeiro motor mvel e mutvel, como tudo.

    7. (Ufu 2011) Segundo o texto abaixo, de Agostinho de Hipona (354-430 d. C.), Deus cria todas as coisas a partir de modelos imutveis e eternos, que so as ideias divinas. Essas ideias ou razes seminais, como tambm so chamadas, no existem em um mundo parte, independentes de Deus, mas residem na prpria mente do Criador, [...] a mesma sabedoria divina, por quem foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas primeiras, divinas, imutveis e eternas razes de todas as coisas, antes de serem criadas [...]. (Sobre o Gnese, V)

    Considerando as informaes acima, correto afirmar que se pode perceber

    a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo a fim de que este seja concordante com a filosofia de Plato, que ele considerava a verdadeira. b) uma crtica radical filosofia platnica, pois esta contraditria com a f crist. c) a influncia da filosofia platnica sobre Agostinho, mas esta modificada a fim de concordar com a doutrina crist. d) uma crtica violenta de Agostinho contra a filosofia em geral. 8. (Ufu 2011) Considere o seguinte texto sobre Toms de Aquino (1226-1274).

    Fique claro que Toms no aristoteliza o cristianismo, mas cristianiza Aristteles. Fique claro que ele nunca pensou que, com a razo se pudesse entender tudo; no, ele continuou acreditando que tudo se compreende pela f: s quis dizer que a f no estava em desacordo com a razo, e que, portanto, era possvel dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do universo da alucinao. (Eco, Umberto. Elogio de santo Toms de Aquino. In: Viagem na irrealidade cotidiana, p.339.)

    correto afirmar, segundo esse texto, que a) Toms de Aquino, com a ajuda da filosofia de Aristteles, conseguiu uma prova cientfica para as certezas da f, por exemplo, a existncia de Deus. b) Toms de Aquino se empenha em mostrar os erros da filosofia de Aristteles para mostrar que esta filosofia incompatvel com a doutrina crist. c) o estudo da filosofia de Aristteles levou Toms de Aquino a rejeitar as verdades da f crist que no fossem compatveis com a razo natural. d) a atitude de Toms de Aquino diante da filosofia de Aristteles de conciliao desta filosofia com as certezas da f crist.

  • 9. (Ufu 2011) A Itlia do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 1527) no era um Estado unificado como hoje, mas fragmentada em reinos e repblicas. Na obra O Prncipe, declara seu sonho de ver a pennsula unificada. Para tanto, entre outros conceitos, forjou as concepes de virt e de fortuna. A primeira representa a capacidade de governar, agir para conquistar e manter o poder; a segunda relativa aos acasos da sorte aos quais todos esto submetidos, inclusive os governantes. Afinal, como registrado na famosa pera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A Fortuna governa o mundo). Por isso, um prncipe prudente no pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir. (MAQUIAVEL, N. O prncipe. Coleo os Pensadores. So Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80.)

    Com base nas informaes acima, assinale a alternativa que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel. a) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que as causas que o determinaram cessem de existir; e de virt, quando Maquiavel diz que o prncipe deve ser prudente. b) Trata-se da virt, quando Maquiavel diz que as causas mudaram; e de fortuna quando se refere ao prncipe prudente, pois um prncipe com tal qualidade saberia acumular grande quantidade de riquezas. c) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto introdutrio, ela no guarda qualquer relao com as noes de virt e fortuna. d) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noo de virt, ao dizer que o prncipe deve ser prudente, mas no se relaciona com a noo de fortuna, pois em nenhum momento afirma que as circunstncias podem mudar. 10. (Ufu 2011) Na obra Discurso sobre o mtodo, Ren Descartes props um novo mtodo de investigao baseado em quatro regras fundamentais, inspiradas na geometria: evidncia, anlise, sntese, controle.

    Assinale a alternativa que contenha corretamente a descrio das regras de anlise e sntese. a) A regra da anlise orienta a enumerar todos os elementos analisados; a regra da sntese orienta decompor o problema em seus elementos ltimos, ou mais simples. b) A regra da anlise orienta a decompor cada problema em seus elementos ltimos ou mais simples; a regra da sntese orienta ir dos objetos mais simples aos mais complexos. c) A regra da anlise orienta a remontar dos objetos mais simples at os mais complexos; a regra da sntese orienta prosseguir dos objetos mais complexos aos mais simples. d) A regra da sntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo que evidente; a regra da anlise orienta descartar o que evidente e s orientar-se, firmemente, pela opinio. 11. (Ufu 2011) Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do materialismo mecanicista. Analisando estas diferenas as autoras concluem: [...] segundo o materialismo dialtico, o esprito no consequncia passiva da ao da matria, podendo reagir sobre aquilo que determina. Ou seja o conhecimento do determinismo liberta o homem por meio da ao deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ao revolucionria. (ARANHA, Maria Lcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. So Paulo, Ed. Moderna, 2000, p. 241.)

    Com base em seus conhecimentos e nas informaes acima, assinale a alternativa correta. a) Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestaes espirituais humanas derivam da estrutura material ou econmica da sociedade, mas no de modo absoluto, pois o esprito pode se libertar. b) Como em Marx, a estrutura material ou econmica determina as manifestaes do esprito, que ser, em consequncia, sempre passivo diante desta estrutura. c) Marx entende que o esprito resultado da estrutura material ou econmica da sociedade, por isso jamais pode modific-la. d) A dialtica materialista de Marx sintetiza os momentos da realizao da razo na histria e no o agir histrico que realiza os contedos da razo.

  • 12. (Ufu 2011) Jean-Paul Sartre (1905 1980) encontrou um motivo de reflexo sobre a liberdade na obra de Dostoivski Os irmos Karamazov: se Deus no existe, tudo permitido. A partir da teceu consideraes sobre esse tema e algumas consequncias que dele podem ser derivadas. [...] tudo permitido se Deus no existe e, por conseguinte, o homem est desamparado porque no encontra nele prprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para comear, no encontra desculpas. [...] Estamos ss, sem desculpas. o que posso expressar dizendo que o homem est condenado a ser livre. Condenado, porque no se criou a si mesmo, e como, no entanto, livre, uma vez que foi lanado no mundo, responsvel por tudo o que faz. SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo um humanismo. So Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 9 (coleo Os Pensadores).

    Com base em seus conhecimentos sobre a filosofia existencialista de Sartre e nas informaes acima, assinale a alternativa correta. a) Porque entende que somos livres, Sartre defendeu uma filosofia no engajada, isto , uma filosofia que no deve se importar com os acontecimentos sociais e polticos de seu tempo. b) Para Sartre, a angstia decorre da falta de f em Deus e no do fato de sermos absolutamente livres ou como ele afirma o homem est condenado a ser livre. c) As aes humanas so o reflexo do equilbrio entre o livre-arbtrio e os planos que Deus estabelece para cada pessoa, consistindo nisto a verdadeira liberdade. d) Para Sartre, as aes das pessoas dependem somente das escolhas e dos projetos que cada um faz livremente durante a vida e no da suposio da existncia e, portanto, das ordens de Deus.

    TEXTO PARA AS PRXIMAS 02 QUESTES:

  • 13. (Uel 2011) A escultura Discbolo de Mron representa a importncia dada pelos gregos atividade fsica.

    Sobre o papel da ginstica na educao dos guardies, na obra A repblica, de Plato, considere as afirmativas a seguir.

    I. Ao lado da msica, a ginstica desempenha papel fundamental no processo de educao dos guardies. II. O robustecimento fsico importante para os guardies, motivo pelo qual a ginstica deve ser ministrada desde a infncia. III. O cultivo pleno do esprito deve prevalecer sobre o cuidado com a formao do corpo, bem como gui-lo. IV. A ginstica dos guardies deve ser mais exigente se comparada ministrada para os guerreiros.

    Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II so corretas. b) Somente as afirmativas II e IV so corretas. c) Somente as afirmativas III e IV so corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III so corretas. e) Somente as afirmativas I, III e IV so corretas. 14. (Uel 2011) A escultura Discbolo de Mron, do sculo V a. C., expressa o ideal de homem na plis ateniense.

    Com base nos valores deste ideal clssico, considere as afirmativas a seguir.

    I. Ao cidado, cabia tempo livre para se dedicar integralmente ao que era prprio do ser poltico, como a especulao filosfica e a prtica desportiva, visando realizao do humano. II. Na plis governada por juristas apoiados por atletas com poder de comando das tropas, o cidado considerava a igualdade econmica como a realizao do ser humano. III. O cidado era o elemento que integrava a plis natureza e tal integrao era representada pela corpolatria e pelas atividades fsicas impostas pelo Senado. IV. O ideal do cidado era expresso pela sua participao nas aes e decises da plis, o que inclua a busca da beleza e do equilbrio entre as formas.

    Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV so corretas. b) Somente as afirmativas II e III so corretas. c) Somente as afirmativas III e IV so corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III so corretas. e) Somente as afirmativas I, II e IV so corretas.

    TEXTO PARA AS PRXIMAS 2 QUESTES: Os filsofos contratualistas elaboraram suas teorias sobre os fundamentos ou origens do poder do Estado a partir de alguns conceitos fundamentais tais como, a soberania, o estado de natureza, o estado civil, o estado de guerra, o pacto social etc.

  • 15. (Ufu 2011) Com base em seus conhecimentos e no texto abaixo, assinale a alternativa correta, segundo Hobbes.

    [...] a condio dos homens fora da sociedade civil (condio esta que podemos adequadamente chamar de estado de natureza) nada mais do que uma simples guerra de todos contra todos na qual todos os homens tm igual direito a todas as coisas; [...] e que todos os homens, to cedo chegam a compreender essa odiosa condio, desejam [...] libertar-se de tal misria. (HOBBES, Thomas, Do Cidado, Ed. Martins Fontes, 1992.)

    a) O estado de natureza no se confunde com o estado de guerra, pois este apenas circunstancial ao passo que o estado de natureza uma condio da existncia humana. b) A condio de misria a que se refere o texto o estado de natureza ou, tal como se pode compreender, o estado de guerra. c) O direito dos homens a todas as coisas no tem como consequncia necessria a guerra de todos contra todos. d) A origem do poder nada tem a ver com as noes de estado de guerra e estado de natureza.

    16. (Ufu 2011) [...] O estado de guerra um estado de inimizade e destruio [...] nisto temos a clara diferena entre o estado de natureza e o estado de guerra, muito embora certas pessoas os tenham confundido, eles esto to distantes um do outro [...]. (LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. So Paulo: Ed. Abril Cultural, 1978.)

    Leia o texto acima e assinale a alternativa correta. a) Para Locke, o estado de natureza um estado de destruio, inimizade, enfim uma guerra de todos os homens contra todos os homens. b) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de guerra. c) Segundo Locke, para compreendermos o poder poltico, necessrio distinguir o estado de guerra do estado de natureza. d) Uma das semelhanas entre Locke e Hobbes est no fato de ambos utilizarem o conceito de estado de natureza exatamente com o mesmo significado.

    17. (Unesp 2011) Em troca dos artigos que enriquecem sua vida, os indivduos vendem no s seu trabalho, mas tambm seu tempo livre. As pessoas residem em concentraes habitacionais e possuem automveis particulares com os quais j no podem escapar para um mundo diferente. Tm gigantescas geladeiras repletas de alimentos congelados. Tm dzias de jornais e revistas que esposam os mesmos ideais. Dispem de inmeras opes e inmeros inventos que so todos da mesma espcie, que as mantm ocupadas e distraem sua ateno do verdadeiro problema, que a conscincia de que poderiam trabalhar menos e determinar suas prprias necessidades e satisfaes. (Herbert Marcuse, filsofo alemo, 1955.)

    Caracterize a noo de liberdade presente no texto de Marcuse, considerando a relao estabelecida pelo autor entre liberdade, progresso tcnico e sociedade de consumo.

  • 18. (Unesp 2011) O Iluminismo a sada do homem de um estado de menoridade que deve ser imputado a ele prprio. Menoridade a incapacidade de servir-se do prprio intelecto sem a guia de outro. Imputvel a si prprios esta menoridade se a causa dela no depende de um defeito da inteligncia, mas da falta de deciso e da coragem de servir-se do prprio intelecto sem ser guiado por outro. Sapere aude! Tem a coragem de servires de tua prpria inteligncia! (Immanuel Kant, 1784.)

    Esse texto do filsofo Kant considerado uma das mais sintticas e adequadas definies acerca do Iluminismo. Justifique essa importncia comentando o significado do termo menoridade, bem como os fatores sociais que produzem essa condio, no campo da religio e da poltica.

    19. (Unesp 2011) Trs maneiras h de preservar a posse de Estados acostumados a serem governados por leis prprias; primeiro, devast-los; segundo, morar neles; terceiro, permitir que vivam com suas leis, arrancando um tributo e formando um governo de poucas pessoas, que permaneam amigas. Sucede que, na verdade, a garantia mais segura da posse a runa. Os que se tornam senhores de cidades livres por tradio, e no as destroem, sero destrudos por elas. Essas cidades costumam ter por bandeira, em suas rebelies, tanto a liberdade quanto suas antigas leis, jamais esquecidas, nem com o passar do tempo, nem por influncia dos favores que receberam. Por mais que se faa, e sejam quais forem os cuidados, sem promover desavena e desagregao entre os habitantes, continuaro eles a recordar aqueles princpios e a estes iro recorrer em quaisquer oportunidades e situaes. (Nicolau Maquiavel. Publicado originalmente em 1513. Adaptado.)

    Partindo de uma definio de moralidade como conjunto de regras de conduta humana que se pretendem vlidas em termos absolutos, responda se o pensamento de Maquiavel compatvel com a moralidade crist. Justifique sua resposta, comentando o teor prtico ou pragmtico do pensamento desse filsofo.

    20. (Unicamp 2011) Na segunda metade do sculo XVIII, pensadores importantes, como Denis Diderot, atacaram os prprios fundamentos do imperialismo. Para esse filsofo, os seres humanos eram fundamentalmente formados pelas suas culturas e marcados pelas diferenas culturais, no existindo o homem no estado de natureza. Isso levava ideia de relatividade cultural, segundo a qual os povos no podiam ser considerados superiores ou inferiores a partir de uma escala universal de valores.

    (Adaptado de Sankar Muthu, Enlightenment Against Empire. Princeton: Princeton University Press, 2003, p. 258, 268.)

    a) Segundo o texto, como as ideias de Denis Diderot se opunham ao imperialismo? b) No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, qual a relao entre a ideia de homem no estado de natureza e a organizao das sociedades civilizadas?

  • Gabarito:

    Resposta da questo 1: A

    A alternativa A a nica correta. Deste modo, ela nega a afirmao da alternativa B, uma vez que a interveno do Estado na busca pela felicidade uma interferncia sobre a autonomia dos indivduos. Da mesma maneira, as alternativas C, D e E esto incorretas, pois todas apreendem justamente o sentido inverso daquele proposto pelo autor, qual seja, a necessidade de liberdade aos indivduos no que se refere busca pela felicidade, pois numa sociedade na qual convivem pessoas das mais variadas orientaes religiosas ou filosficas e com as mais diferentes vises de mundo, a imposio, pelo Estado, de um nico modelo de felicidade e de um nico critrio, uma nica orientao para a sua busca, atenta contra as liberdades individuais.

    Resposta da questo 2: D

    A alternativa D a nica correta, pois para Plato s h justia na cidade ideal se houver uma diviso racional do trabalho. A justia depende da diversidade das funes, que so executadas por trs classes distintas: arteses e comerciantes; soldados; e guardies. O princpio da igualdade (alternativa A) para Plato diz respeito somente repartio de bens e no a todos os direitos, portanto, a democracia no adequada, j que no deve haver igualdade no direito ao poder (alternativa B), pois somente os mais aptos tm esse direito. Na cidade ideal, a vida cotidiana controlada pelo Estado, uma vez que se viveria numa espcie de comunismo, abolindo-se a propriedade e a famlia, cabendo ao Estado o fornecimento da educao adequada para cada um. Desse modo, os interesses ou ideais pessoais so descartados no modelo platnico (diferente do que afirmam as alternativas C e E).

    Resposta da questo 3: C

    O existencialismo ateu de Sartre no admite a existncia de Deus. Portanto, no h nada que defina o homem antes de sua existncia, nada que o preceda. O homem primeiro existe, se descobre e apenas depois se define. Desse modo, fica evidente que Sartre recusa qualquer tipo de determinismo e, assim, afirma que o homem livre e responsvel por todas as suas escolhas. A alternativa C, logo, a nica correta.

    Resposta da questo 4: E

    A alternativa E a nica correta. justamente em O prncipe que foi explicitada a ideia de que os fins justificam os meios, pois vale tudo para se manter a autoridade. O livro praticamente um manual sobre o que um governante deve fazer e como deve se comportar para manter seu poder e provocou uma ruptura com a moral vigente. Maquiavel afirma ainda que para um bom governante necessrio possuir um combinao de virt (qualidades que um bom administrador e governante deve possuir para passar por cima dos obstculos do destino) com fortuna (sorte).

  • Resposta da questo 5: D

    Plato introduziu na filosofia a ideia de que existem diferentes maneiras de conhecer ou graus de conhecimento e que esses graus se distinguem pela ausncia ou presena do falso, assim, o filsofo distingue quatro formas ou graus de conhecimento. A crena e a opinio esto entre os graus que devem se afastar da filosofia, porque so conhecimentos ilusrios ou das aparncias, como os prisioneiros da caverna que s conhecem o mundo da percepo o que imediatamente do como errada as alternativas A e B. O raciocnio e a intuio intelectual so os nicos que devem ser considerados vlidos. O raciocnio treina e exercita nosso pensamento, preparando-o para uma purificao intelectual que por sua vez permitir alcanar a intuio intelectual, ou das ideias, ou ainda das essncias que formam a realidade do Ser. A frase erguida nos prticos da Academia de Plato no entre quem no souber geometria est para o filsofo na ordem do conhecimento intelectual e perfeito, porque a geometria, cujas ideias nada devem aos rgos do sentido, no se reduz a meras opinies subjetivas. O conhecimento geomtrico seria a melhor preparao do pensamento para chegar intuio intelectual das ideias verdadeiras, que constituem, assim, a verdadeira realidade precisamente por ser capaz de alcanar a essncia das coisas, por isso, aqui somos capazes de obter os conhecimentos verdadeiros.

    Resposta da questo 6: A

    Nascido em Estagira, na Macednia, Aristteles foi um dos mais expressivos filsofos gregos da Antiguidade, junto com Plato. Aristteles concede uma nova interpretao para as mudanas do ser, assim, pretendeu resolver a contradio entre o carter esttico e permanente do ser em oposio ao movimento e transitoriedade das coisas. Era a clssica polmica entre Herclito e Parmnides. Para esta questo, Aristteles props uma nova interpretao ontolgica (isto , relativa ao ser), segundo o qual todo ser devemos distinguir: ato: manifestao de tudo o que existe; potncia: as possibilidades do ser (capacidade de ser), aquilo que ainda no mais pode vir a ser; Assim, segundo Aristteles, o movimento, a transitoriedade ou mudana das coisas se resume na passagem da potncia para o ato. Se a rvore, por exemplo, que est sem flores, pode tornar-se com o tempo uma rvore florida. Ao adquirir flores, essa rvore manifesta em ato aquilo que j continha, intrinsecamente, em potncia. Este vir-a-ser, no caso da rvore, a passagem da potncia em ato, mas no no caso do motor imvel, um motor j em ato, um ato puro, pois de outra forma teria que ser movido, assim, Aristteles deduz, imediatamente, de sua imobilidade, sua imaterialidade. Se imvel, imaterial, porque se fosse matria, ento seria mvel. Todo o material mvel; basta dar-lhe um empurro. Em Deus no h matria nenhuma, porque se fosse matria, essa matria seria potncia, possibilidade, e em Deus nada possvel, mas tudo real; nada h em potncia, mas tudo em ato. Deus ato puro, a pura realidade. Em Deus tudo instante plenamente, com plenitude e realidade e este ser pleno da divindade, de Deus, para Aristteles o que ele chama ato puro, que ope potncia, possibilidade, ao mero possvel. E Deus a causa primeira de tudo. Resposta da questo 7: C

    A concepo de Deus para Plato era de um Deus do intelecto, para Agostinho este conceito cai totalmente, para ele, Agostinho, Deus pode estar nos dois lugares ao mesmo tempo; tanto no intelecto, quanto criador do mundo da natureza como ser criador de todas as coisas. Tal concepo do homem provinha de Plato, para o qual o homem definido como uma alma que se serve de um corpo. Agostinho mantm esse conceito com todas as consequncias lgicas que ele comporta. Assim, o verdadeiro conhecimento no seria a apreenso de objetos exteriores ao sujeito, devido sua variabilidade, e sim, a descoberta de regras imutveis, como o princpio tico segundo o qual necessrio fazer o bem e evitar o mal. Tal conhecimento se refere s realidades no sensveis cujo carter fundamental seria a necessidade, pois so o que so e no podiam ser diferentes.

  • Agostinho supera o ceticismo mediante o iluminismo platnico. Inicialmente, ele conquista a certeza da prpria existncia espiritual, e deste conceito tira uma verdade particular, de que Deus enquanto verdade onipotente, onisciente pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Embora desvalorize o conhecimento platnico da sensibilidade em relao ao conhecimento intelectual, admite Agostinho que os sentidos, como o intelecto so fonte de conhecimento. Para Agostinho, a f e a razo complementam-se na busca da felicidade e da graa. A graa, para ele, no alcanada por procedimento intelectual, mas por ato de intuio e f. Mas a razo se relaciona com a f no sentido de provar a sua correo. Ou seja, a f precedida por certo trabalho da razo e, aps obt-la, a razo a sedimenta. A razo relaciona-se, portanto, duplamente com a f. necessrio compreender para crer, e crer para compreender. Aqui se percebe que, para Agostinho, a filosofia apenas um instrumento destinado a um fim que transcende seus prprios limites.

    Resposta da questo 8: D

    No sculo VIII, Carlos Magno, rei dos francos foi coroado imperador do Ocidente em 800 d.C pelo Papa Leo III. Ele organizou o ensino e fundou escolas ligadas s instituies catlicas, deste modo, a cultura greco-romana protegida entre os muros dos mosteiros at ento, voltou a ser divulgada e mais tarde, a partir do sculo XI no ambiente cultural destas escolas e com o surgimento das primeiras universidades surgiu a produo filosfico-teolgica denominada escolstica (palavra derivada de escola). A partir do sculo XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento escolstico, marcando-o definitivamente isto porque as obras de Aristteles, desconhecidas at ento, foram traduzidas diretamente do grego para o latim. Toms de Aquino a figura mais destacada do pensamento de sua poca, por isto sua filosofia parece que surgiu com o objetivo claro de no contrariar a f de modo que sua finalidade era organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as revelaes da f crist revivendo no pensamento aristotlico um instrumento a servio da religio catlica - o que imediatamente anula a questo B -, ao mesmo tempo em que transformou nesta filosofia a busca de argumentos para demonstrar e defender as revelaes do cristianismo. Umberto Eco tem razo, pois Toms de Aquino quem cristianiza Aristteles, assim, para sustentar a afirmao do mesmo o prprio Toms de Aquino diz: Se correto que a verdade da f crist ultrapassa as capacidades da razo humana, nem por isso os princpios inatos naturalmente razo podem estar em contradio com esta verdade sobrenatural.

    Resposta da questo 9: A

    Maquiavel no partiu da Bblia ou do Direito Romano e nem das obras de filsofos clssicos, mas da experincia real de seu tempo para construir suas teorias polticas. A compreenso destas experincias histricas e a interpretao do sentido delas o conduziram ideia de que uma nova concepo da sociedade e da poltica tornara-se necessria principalmente para a Itlia e para Florena. Sua obra funda o pensamento poltico moderno, porque busca oferecer respostas novas a uma situao histrica tambm nova que seus contemporneos tentavam compreender, buscando nos autores antigos respostas que j no cabiam nos acontecimentos que ocorriam diante de seus olhos. A maneira melhor de entender o conceito de fortuna com a questo central do estudo da tica pelos filsofos: O que est e o que no est em nosso poder? Estar em nosso poder significa a ao racional voluntria livre, prpria da virtude, e no estar em nosso poder significa o conjunto de circunstncias que no dependem de ns nem de nossa vontade. Maquiavel no abandonou a noo de que um governante virtuoso aquele cujas virtudes no sucumbem ao poderio da caprichosa e inconstante fortuna, porm, lhe imputa um sentido inteiramente novo. A virtu a capacidade do prncipe para ser flexvel as circunstncias, mudando com elas para agarrar e dominar a fortuna, em outras palavras, um prncipe que agir sempre da mesma maneira e de acordo com os mesmo princpios em todas as circunstncias fracassar e no ter virtu nenhuma, assim, para ser senhor de sua sorte ou das circunstncias deve mudar com elas, e com elas, ser volvel e inconstante, pois somente assim saber agarr-las e venc-las. Em alguns momentos, dever ser cruel, em outras, generoso; em outras,

  • dever mentir, em outras, ser honrado; em certos momentos, dever ceder vontade dos outros, em alguns, ser inflexvel. O ethos ou carter do prncipe deve variar com as circunstncias, para que sempre seja senhor delas. A fortuna, diz Maquiavel, sempre favorvel a quem deseja agarr-la. Oferece-se como um presente a todo aquele que tiver ousadia para dobr-la e venc-la. Assim, no lugar da tradicional oposio entre constncia o carter virtuoso e a inconstncia da fortuna, Maquiavel introduz a virtu poltica, como astcia e capacidade para adaptar-se s circunstncias e aos tempos, como ousadia para agarrar a boa ocasio e fora para no ser arrastada pelas ms, em outras palavras, Maquiavel inaugura a ideia de valores polticos medidos pela eficcia prtica e pela utilidade social, afastados dos padres que regulam a moralidade privada dos indivduos. Resposta da questo 10: B

    Descartes est convencido de que possvel vencer os defeitos no conhecimento por meio de uma reforma no entendimento e das cincias. Tal reforma deve ser feita pelo sujeito do conhecimento quando este compreende a necessidade de encontrar fundamentos seguros para o saber e, para tanto, instituiu um mtodo que possa guiar o pensamento em direo aos conhecimentos verdadeiros e distingui-los dos falsos. Eis por que Descartes escreve o Discurso do mtodo e Regras para a direo do esprito. Alm da regra da anlise e da sntese, ainda h a evidncia que somente admite verdadeiro um conhecimento evidente, isto , sobre o qual no cabe nenhuma dvida e para isso o prprio Descartes criou um procedimento, a dvida metdica e o controle que permite ajudar no conhecimento das realidades complexas a necessidade de dividir as dificuldades e os problemas em suas parcelas mais simples, examinando cada uma delas em conformidade com a regra da evidncia. Resposta da questo 11: A

    Materialismo, porque somos o que as condies materiais (as relaes sociais de produo) nos determinam a ser e pensar. Histrico, porque a sociedade e a poltica no surgem de decretos divinos, nem nascem da ordem natural cujos interesses antagnicos sero conciliados pelo contrato social, mas dependem da ao concreta dos seres humanos no tempo, garantindo assim, a legitimidade da ao revolucionria. A histria no um progresso linear e contnuo, uma sequncia de causas e efeitos, mas um processo de transformaes sociais determinadas pelas contradies entre os meios de produo (a forma da propriedade) e as foras produtivas (o trabalho, seus instrumentos, sua tcnica). A luta de classes exprime tais contradies e o motor da histria. Por afirmar que o materialismo histrico movido por contradies sociais, o materialismo histrico dialtico. O Estado no uma imposio divina aos homens nem o resultado de um pacto ou contrato social, mas a maneira pela qual a classe dominante de uma poca e de uma sociedade determinadas garante seus interesses e sua dominao sobre o todo social.

    Resposta da questo 12: D

    Se o homem fosse um ser cheio, total e pleno, como uma essncia definida, ele no poderia ter nem conscincia por estar ser um espao aberto a mltiplos contedos, nem liberdade uma vez que representa a possibilidade de escolha e por intermdio desta, o homem constri a si mesmo e torna-se responsvel pelo que faz, portanto, condenado a ser livre. Para Sartre, se o homem no expressasse esse vazio de ser, sua conscincia j estaria pronta, acabada, definida e fechada e neste caso, jamais poderia expressar sua liberdade, pois estaria preso realidade esttica do ser pleno, do ser-em-si. Por isso, no podemos falar em Sartre de uma existncia cuja natureza humana previamente determinada, porque no criou a si mesmo (Estamos ss, sem desculpas), assim, um dos valores fundamentais da condio humana, segundo o prprio Sartre, a liberdade e exercendo-a em situaes concretas que o homem se move e conhece a incerteza cuja produo dos sentidos o impulsiona a ultrapassar certos limites. Sartre nos diz: A liberdade o fundamento de todos os valores. O homem aquilo que ele faz de si mesmo.

  • Resposta da questo 13: D

    Somente a alternativa D est correta, pois exclui apenas a afirmativa IV que, com efeito, no condiz com a descrio da educao em A repblica. A ginstica, para os guardies, tem efeito educativo, mas no deve prevalecer sobre o cultivo do esprito (como bem lembra a afirmativa III). Deste modo, no faz nenhum sentido uma exigncia to rgida para os guardies no que se refere aos exerccios fsicos. Resposta da questo 14: A

    A alternativa A a nica possvel porque somente as afirmativas I e IV esto corretas. A igualdade econmica no estava entre as preocupaes atenienses (afirmativa II), haja vista a existncia de grande parcela da populao em estado de escravido. Ademais, a corpolatria uma caracterstica das sociedades modernas. Embora o culto ao corpo j estivesse presente na polis ateniense, foi somente nas ltimas dcadas e especialmente nas sociedades ocidentais que esta preocupao com o fsico chegou a um nvel que, em muitos casos, pode ser considerado patolgico. Resposta da questo 15: B

    Thomas Hobbes foi o primeiro grande filsofo contratualista. Em sua investigao, o filsofo concluiu que o homem, embora vivendo em sociedade, no possui o instinto natural de sociabilidade como havia afirmado Aristteles. Cada homem sempre encara seu semelhante como um concorrente que precisa ser dominado. Onde no houve domnio de um homem sobre o outro, dir Hobbes, existir sempre uma competio intensa at que esse domnio seja alcanado e a consequncia dessa disputa entre os homens em estado de natureza foi gerar um estado de guerra e de matana permanente nas comunidades primitivas, a guerra de todos contra todos. A nica soluo para dar fim a esta brutalidade social primitiva era a criao artificial da sociedade poltica administrada pelo Estado. Para isso, os homens tiveram que firmar um contrato entre si pelo qual cada um transferia seu direito de governar a si prprio para um terceiro, neste caso, o Estado cujo papel era governar a todos, impondo ordem, segurana e direo conturbada vida social.

    Resposta da questo 16: C

    Assim como Hobbes, o filsofo ingls John Locke tambm refletiu sobre a origem do poder poltico e sobre sua necessidade para congregar os homens, que em estado de natureza viviam isolados. Locke faz uma reflexo mais moderada que a de Hobbes no tocante ao estado de natureza o que d como errada a questo D. Refere-se ao estado de natureza como uma condio na qual, pela falta de uma normatizao geral, cada qual seria juiz de sua prpria causa, o que levaria ao surgimento de problemas nas relaes entre os homens, ou seja, o estado de guerra. Para evitar este problema, o Estado seria criado e sua funo seria garantir a segurana dos indivduos e de seus direitos naturais, como o direito vida, liberdade, propriedade e aos bens necessrios para sua conservao garantidos pelo trabalho.

    Questes dissertativas:

    Resposta da questo 17

    Marcuse faz uma breve descrio da vida moderna (especialmente no contexto do ps-guerra, mas vale tambm para a nossa vida contempornea) para caracterizar a sociedade que da emerge como baseada no consumo. Neste sentido, o progresso tcnico funciona como uma mola propulsora desta sociedade, retroalimentando-a, criando novos produtos para suprir novas necessidades. Este mundo, que se apresenta ao indivduo como dado, no lhe proporciona outras escolhas que no aquelas que faam parte da engrenagem da sociedade. E a reside a contradio deste modelo, pois ele se apresenta como produto da liberdade dos indivduos, dando a falsa impresso de que vivemos num mundo no qual temos acesso a todo

  • tipo de opinio e no qual tambm podemos expressar a nossa, quando na verdade apenas reproduzimos e vemos reproduzidos os ideais que sustentam o consumo e a sociedade que se baseia nele. Deste modo, a noo de liberdade presente no texto estaria na tomada de conscincia pelo indivduo de sua real situao dentro desta sociedade de consumo e, a partir da sim, ele poderia fazer suas prprias escolhas baseadas nas suas prprias necessidades e satisfaes. Somente assim o indivduo seria capaz de desfrutar plenamente de sua liberdade. Resposta da questo 18 Ao definir a menoridade como a incapacidade de servir-se do prprio intelecto sem a guia de outro, Kant est fazendo uma crtica ao modo restritivo pelo qual o pensamento humano estava condicionado at aquele perodo, isto , at o Iluminismo. Esta restrio ao livre pensamento era levado a cabo sobretudo pelas instituies religiosas, isto e de modo geral -, pela Igreja, que no deixava espao para outras interpretaes do mundo e de seus fenmenos. , portanto, justamente contra esta tutela, esta menoridade, este ser guiado por outro, que Kant e o movimento Iluminista se rebelam, influenciando a mentalidade da poca e criando condies para as revolues burguesas - como a francesa, por exemplo -, determinando a queda dos regimes absolutistas baseados na religio e apoiados pela Igreja - em prol do estabelecimento de um Estado laico, governado pelo prprio povo. Resposta da questo 19

    O pensamento de Maquiavel clebre por ter rompido com a moralidade crist da poca bom lembrar que estamos falando da poca do Renascimento, quando as explicaes religiosas comeam a ceder espao para o pensamento racional, baseado na capacidade humana de explicar o mundo. Deste modo, Maquiavel racional e totalmente pragmtico, elaborando um tratado poltico O prncipe, do qual provavelmente foi retirado esse excerto que funciona como uma espcie de manual, com conselhos extremamente prticos e realistas para se obter e manter o poder, sem meno a qualquer restrio de ordem moral.

    Resposta da questo 20

    a) Ao negar o estado de natureza e sustentar a afirmao de que os seres humanos so formados por processos culturais fato que redundaria na existncia de vrias culturas simultneas o pensamento de Diderot contrape-se diretamente s bases do imperialismo por dois motivos. O primeiro de que o homem inicialmente estaria nas selvas e posteriormente construiria a civilizao em um processo nico, de maneira igual para todos, desta maneira, comeando pela selvageria, passaria pela barbrie at a civilizao. A segunda a de que os europeus consideravam naquele momento histrico seu continente o auge da civilizao e do desenvolvimento. Os africanos e os demais povos colonizados, teoricamente inferiores ainda no haviam chegado ao estgio civilizado europeu, portanto, caberia aos mesmos o encargo de ajud-los neste processo.

    b) O conceito de estado de natureza ou tambm de condio natural tem a funo de explicar a situao pr-social na qual os indivduos existem isoladamente, deste modo, Jean-Jacques Rousseau (no sculo XVIII) pensou primeiramente os indivduos isolados pelas florestas sobrevivendo sempre com o que a natureza lhes oferece, deste modo, desconhecendo as lutas, comunicavam-se pela linguagem dos gestos (gritos, cantos) o que tornava sua comunicao mais generosa. Este estado de felicidade primitiva, na qual os homens existem na condio de bom selvagem inocente, termina quando algum toma para si um terreno e o cerca dizendo: propriedade minha. Ora, esta diviso da propriedade privada que d origem a sociedade civilizada que tem como caracterstica a guerra entre todos contra todos. A percepo de Rousseau evidencia a luta entre fracos e fortes, privilegiando o poder do mais forte ou a vontade do mais forte. Quanto isto acontece, em toda parte reina o medo, a insegurana, a luta e a morte e para que isto no ocorra, para que este medo no prevalea preciso que os humanos decidam pela sociedade civilizada criando o poder poltico e as leis criando o contrato social cujos governos representariam a vontade geral numa tentativa de minimizar as diferenas existentes.