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Filosofia •• Francisco Carlos Ribeiro Luiz Carlos Lisboa Gondim 2 Professor

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Filosofi a •••Francisco Carlos Ribeiro • Luiz Carlos Lisboa Gondim2Escola racionalista

Essência: construiu uma metodologia para a investigação fi losófi ca. Estabeleceu quatro regras capazes de orientar uma pessoa na busca pela verdade: evidência, análise, síntese e enumeração. Representante: René Descartes (1596-1650).

Escola empiristaEssência: defendeu a crença de que as ideias

desenvolvem-se a partir de nossas percepções sensoriais, isto é, dos órgãos sensoriais, opondo- se ao racionalismo. Representantes: John Locke (1632-1704), George Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711-1776).

Escola iluministaEssência: foi um amplo movimento caracteriza-

do pela ilimitada confi ança na razão e em sua capa-cidade de melhorar a sociedade humana. Suas características principais foram: veneração à ciência, empirismo, racionalismo, tolerância religiosa e libe-ralismo. Representantes: Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1694-1778), Rousseau (1712-1778) e Kant (1724-1804).

Escola voluntaristaEssência: valorizou a dimensão afetiva da von-

tade, das paixões e dos instintos humanos. Con-testou a importância dada à razão e sua habilidade de conduzir o ser humano a uma plena realiza-ção de si mesmo, bem como a sua incapacidade de orientá-lo quanto ao futuro. Representantes: Schopenhauer (1788-1860), Kierkegaard (1813-1855) e Nietzsche (1844-1900).

Escola positivistaEssência: valorizou extremamente a ciência e

seu método de pesquisa. A humanidade apresen-ta três grandes estágios de progresso ao longo de sua história: teológico, metafísico e positivo. Repre-sentante: Augusto Comte (1789-1857).

Escola idealistaEssência: entendeu a realidade como dinâmica;

desse modo, ela é um constante devir (tese, antíte-se, síntese), em que um momento prepara o outro, num movimento espiral que nunca se fecha. Re-presentantes: Georg Friedrich Hegel (1770-1831) e Friedrich Schelling (1775-1854).

Escola marxistaEssência: compreendeu a história da socieda-

de humana a partir de suas condições materiais de vida. O comportamento das pessoas é estabeleci-do por suas relações sociais, que por sua vez são determinadas pelo modo de produção material da sociedade (primitivismo, escravismo, feudalismo, capitalismo). A luta de classes é o fator gerador do movimento da História. Representantes: Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895).

Escola fenomenológicaEssência: descreveu, compreendeu e interpretou

os fenômenos como se apresentam à percepção. Analisou como se forma o campo de nossa expe-riência. O indivíduo deve se orientar para o fenôme-no. Representantes: Edmund Husserl (1859-1938) e Maurice Merleau-Ponty (1908-1961).

Escola existencialistaEssência: buscou a refl exão fi losófi ca antropo-

cêntrica, a compreensão dos instintos, dos senti-mentos e das paixões humanas. Defendia que a extração dos valores morais deve ser tirada da His-tória e não da metafísica ou da teologia. Baseava- se no método fenomenológico. Representantes: Martin Heidegger (1889-1976) e Jean-Paul Sartre (1905-1980).

Escola de FrankfurtEssência: estudou os vários aspectos da vida

social, concentrando-se na análise da sociedade de massa, na indústria cultural e na padronização dos comportamentos. Representantes: Walter Benjamin (1892-1940), Max Horkheimer (1895-1973), Herbert Marcuse (1898-1979) e Theodor Adorno (1903-1969).

Escola analíticaEssência: essa corrente investigou o sentido

das expressões, conceitos e enunciados no dis-curso linguístico. Os problemas fi losófi cos devem ser resolvidos pela análise da linguagem. Repre-sentantes: Bertrand Russell (1872-1970) e Ludwig Wittgenstein (1889-1951).

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SUMÁRIO

MÓDULO 9

Filosofia moral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1. Conceituações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2. Concepções éticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Agora é a sua vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

De olho no vestibular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

MÓDULO 10

A prática da virtude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

1. Pluralismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2. Reflexões sobre a lei moral bíblica . . . . . . . . . . . . . . . 11

3. Relação entre a ética e a teologia . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Agora é a sua vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

MÓDULO 11

Ideologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

1. Conceituação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2. Concepções de ideologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Agora é a sua vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

De olho no vestibular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

MÓDULO 12

O poder das ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

1. Violência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2. Ambientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Agora é a sua vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

MÓDULO 13

Filosofia política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

1. Conceituação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

2. Política realista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

3. Política do poder absoluto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

4. Política iluminista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

5. Política como instrumento de dominação . . . . . . . 35

6. Política totalitária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Agora é a sua vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

De olho no vestibular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

MÓDULO 14

A influência do voto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

1. Cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

2. Política e religião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

Agora é a sua vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

MÓDULO 15

Filosofia da arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

1. Conceituação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

2. Funções da arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

Agora é a sua vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

De olho no vestibular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

MÓDULO 16

Indústria cultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

1. Escola de Frankfurt . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Agora é a sua vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

De olho no vestibular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

Nome: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Dentre todos os seres vivos, apenas o ser humano tem senso e consciência moral de seus atos, ou seja, tem a capacidade de distinguir o certo do er-

rado. Em nosso cotidiano, deparamo-nos com situações que nos levam a refletir moralmente, como, por exemplo, o contraste entre a fartura alimentar de certas pessoas e a miséria de outras. Estamos sempre emitindo juízos de va-lor diante de coisas, situações ou pessoas – “Esse profes-sor é melhor do que o outro”, “A pizza brasileira é melhor do que a italiana”, “Gosto mais de Machado de Assis do que de José de Alencar”, etc.

Sentimos repulsa por pessoas que cometem crimes he-diondos, como sequestro, assassinato ou roubo. Ficamos emocionados diante de atos de heroísmo, como salvar al-guém de um incêndio. Cabe, no entanto, diferenciar juízos de realidade e juízos de valor.

Juízo de realidade: constatação de um fato ou de uma realidade (um incêndio, por exemplo).

Juízo de valor: apreciação positiva ou negativa de algo que nos captou a atenção (nesse caso, a bra-vura de alguém salvando outro do perigo).

O ser humano avalia, julga e decide sua conduta a par-tir de valores morais. Para compreender melhor a natureza das atitudes humanas, vamos definir o que são valores e qual a diferença entre moral e ética.

1. CONCEITUAÇÕES

Valores

A palavra valor vem do latim valor, que significava originalmente “coragem”, “valentia”. Segundo Jacqueline Russ, em seu Dicionário de Filosofia, o termo pode ser defi-nido em seu sentido moral como “o que se põe como ideal para o agente moral e fornece normas para sua conduta”. Embora a preocupação com os valores seja antiga entre os humanos, foi só no século XIX que se desenvolveu uma disciplina específica chamada Axiologia (do grego axios, “valor”), para se estudar essa questão. Nietzsche, em 1887 estudou as origens e a formação dos principais valores morais da civilização ocidental. A Axiologia estuda como os seres se relacionam entre si e o sujeito que os aprecia sob a ótica dos valores.

Moral

Originária do termo latino moralis (“relativo aos costu-mes”), de acordo com Jacqueline Russ, a palavra moral se relaciona com tudo aquilo que é “relativo ao ideal e às regras éticas que se aplicam à conduta”. Em Filosofia, portanto, a palavra pode ter duas definições gerais: teoria que se relaciona ao bem e ao mal e “conjunto de regras de conduta tidas por universais e incondicionalmente válidas”, segundo Russ. Pertencem ao campo da moral preocupações como:

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• Que tipo de caráter quero desenvolver em minha existência?

• Qual é a atitude correta a tomar diante de certa situação?• O que devo praticar para chegar à justiça?• Existe uma hierarquia de valores a ser praticada? Se

existir, qual será sua base? A vontade de Deus ou a minha própria consciência?

• Como ser leal a uma pessoa sem praticar um ato incorreto?

ÉTICA

A palavra ética vem do grego ethikos (“habitual”) e se refere à “reflexão dos juízos de valor, da prática do bem e do mal”. Visa determinar os objetivos da vida humana e dos meios para se chegar a eles. Embora tenha um sentido muito parecido com o de moral, a ética se ocupa com a reflexão acerca dos princípios e noções que determinam a vida moral. A ética busca analisar, por exemplo, o con-junto dos princípios morais que devem nortear uma pro-fissão. Por se aproximar da deontologia (estudo das práticas humanas no exercício de seus deveres), a ética pode ser definida como uma ciência da moral.

Como ciência moral, podemos estabelecer duas ver-tentes: normas morais e normas jurídicas. O primeiro conceito se refere às normas que advêm do interior e da consciência. As normas morais são aquelas que seguimos porque são fruto da formação educacional que recebe-mos da família e das pessoas que nos cercam. Por sua vez, as normas jurídicas correspondem às leis estabelecidas pelo Direito com o objetivo de regularizar a vida social. Podemos não crer nelas nem aceitá-las interiormente, mas temos que segui-las; como exemplo, mencionamos as leis de trânsito.

Neste módulo, estudaremos as várias concepções de ética e de moral desenvolvidas ao longo dos séculos na so-ciedade ocidental. Veremos a importância dada aos valores e às práticas morais e quais os fundamentos éticos que lhes serviram de base teórica.

2. CONCEPÇÕES ÉTICAS

Ética hebraica

Um dos códigos éticos mais antigos foi estabelecido pelo povo hebreu, por volta de 1500 a.C., quando, sob a liderança de Moisés, recebeu os Dez Mandamentos. A base da ética hebraica, ou bíblica, é a revelação de Deus aos seres huma-nos e a sua consequente obediência a Ele. A ética hebraica não está vinculada a convenções e experiências humanas. Na Bíblia, ética está ligada à ideia de uma aliança entre Deus e os seres humanos (Êxodo 15:26). Tendo sido criado por Deus, o homem não é um ser autônomo, absoluto ou ilimitado. Sen-do assim, não tem dentro de si mesmo a fonte de sua própria perfeição e depende da orientação de seu Criador quanto ao modo correto de se comportar e viver. Deus é o originador e autor do modus vivendi (modo de vida) de suas criaturas; por-tanto, podemos concluir que a ética hebraica é teocrática.

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A ética e a legislação hebraicas são estudadas até os dias de hoje, pois influenciaram o desenvolvimento da cultura ocidental.

Ética sofista

A ética sofista tinha uma concepção subjetiva ou relati-vista das coisas, segundo a qual não existem verdades e nor-mas universais. Protágoras de Abdera (480 a.C.-410 a.C.) sintetizou essa visão na célebre frase: “O homem é a me-dida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.” Segundo ele, as coisas só podem ser conhecidas de forma pessoal ou particular. Por conseguinte, as normas, regras e leis só va-lem em um determinado local, não existindo padrões universais de moral.

O pensamento sofista reflete as condições sociais em que foi desenvolvido: a prosperidade material e econômica de Atenas após as Guerras Médicas. Alguns veem no rela-tivismo moral dos sofistas um ataque à hipocrisia dos ate-nienses, que substituíram os antigos valores morais da pólis pela manipulação gananciosa dos mais ricos.

Se fossem pagos, os sofistas poderiam usar todos os argumentos para convencer alguém de que um sabão é um queijo. Para eles, como não havia verdade ou mentira absolutas, qualquer afirmação era válida. Esse raciocínio tem muita força em nossos dias.

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Ética socrática

Para Sócrates (469 a.C.-399 a.C.), a moral é o ápice da Filosofia, pois, para ele, o único caminho para se atingir a felicidade plena consiste na prática da virtude por meio da atitude filosófica. Ele é tido como o pai da ética, pois antes dele não há uma reflexão organizada sobre o tema. Sócrates foi um crítico ferrenho dos sofistas, que, segun-do ele, apregoavam uma ética de ocasião. Para ele, o mal era fruto da ignorância, por isso acreditava na racionali-dade como meio para se atingir o conhecimento. Sócra-tes defendia a existência de valores absolutos na ordem metafísica, com base na racionalidade da alma humana. Segundo ele, é por meio da razão que se encontraram os fundamentos das regras morais.

O autoconhecimento era um dos pontos fundamen-tais da filosofia socrática, o qual se desenvolve mediante diálogos críticos com seus interlocutores. “Conhece-te a ti mesmo”, frase inscrita no pórtico do templo de Apolo, era a recomendação básica feita por Sócrates aos seus discí-pulos. Sócrates se recusou a deixar Atenas para escapar de sua condenação à morte, por acreditar na união da cons-ciência intelectual à consciência prática e moral. Para ele, o homem deveria agir em conformidade com sua razão, para ser correto. O grande mérito de Sócrates foi ter en-frentado a hipocrisia da sociedade de sua época, propon-do um retorno às virtudes morais do bem coletivo, como a bondade e a moderação das paixões, para a busca do verdadeiro conhecimento.

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A morte de Sócrates, de Jacques-Louis David, 1787. Sócrates recusou-se a fugir de sua condenação à morte para ser fiel à sua ética.

Ética platônica

Platão (427 a.C.-347 a.C.) aprofundou as reflexões de Sócrates, propondo o retorno da sociedade a uma vida mais simples. Seria necessário reduzir a propriedade ao mínimo e promover a extinção das relações familiares para se criar uma irmandade dirigida pelo Estado. A socie-dade deveria ser governada pelos filósofos, os únicos com capacidade de alcançar o bem em seu grau máximo, pois

só eles compreendem o supremo bem. A prática da justiça caberia aos filósofos, e as virtudes menores seriam desen-volvidas pelos soldados e pelos trabalhadores comuns. Para Platão, o ser humano não tem domínio sobre suas paixões e, por isso, é necessário frear seus instintos. O bom homem é também um bom cidadão, pois ele pratica a verdade e a justiça independentemente de ser vigiado.

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Para Platão, o ser humano não tem domínio de suas paixões e precisa frear seus instintos. Segundo ele, a Filosofia seria o único meio de prover a redenção moral da sociedade, a qual se reconstruiria sob a direção de filósofos.

Ética aristotélica

Enquanto Platão buscava no mundo ideal a base para a prática do bem, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) propu-nha um caminho aparentemente contrário. Segundo ele,

a lei que governa a sociedade deveria levar em consideração as limitações humanas e criar instituições capazes de promover o bem e reprimir o mal. Agir corretamente seria praticar a virtude, isto é, buscar um meio termo entre dois vícios: a prática do excesso e da escassez.

A indignação justa é um meio termo entre a inveja e o despeito. “A pessoa ca-racterizada pela indignação justa sofre em face do sucesso imerecido de alguém; a invejosa [...] sofre com qualquer forma de sucesso, e a despeitada [...] alegra-se com a desventura de qualquer pessoa”. Com isso, Aristóteles propunha uma “ética do meio termo”, em que ser virtuoso seria buscar o equilíbrio nas relações sociais. Para ele, a ética tem uma vinculação com a política,

pois a primeira visa ao bem individual, enquanto a segun-da busca o bem comum público.

A ética aristotélica pode ser definida como teleo-lógica (estudo da finalidade), isto é, visa atingir um objetivo, estando preocupada com as consequências de nossas atitudes. Não importa se a intenção de uma atitude é boa ou má; a relevância está nas consequên-cias que ela gerou. Aristóteles afirmava que as pessoas devem buscar a felicidade por meio de atitudes ade-quadas à natureza humana, onde a virtude está no equilíbrio do bem agir.

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No aristotelismo, agir corretamente seria buscar a virtude: o meio termo entre o excesso e a escassez.

Ética estoica

Desenvolvido durante o período helenístico, o estoicismo despreza os prazeres, ao considerá-los como a fonte de todos os males do ser humano. Para Zenão (336 a.C.-263 a.C.), as paixões devem ser elimina-das, pois só trazem sofrimento. Ser virtuoso consiste em aceitar o destino com serenidade (apatheia), buscando a paz interior e o autocontrole. O homem sábio vive em harmonia com a razão e com a natureza que o cerca, mas fora da vida política.

Ética epicurista

Para o epicurismo, também surgido no helenismo, o bem consiste na busca do prazer. No entanto, Epicuro (324 a.C.-271 a.C.), principal representante do hedonismo (hedoné, “prazer”), considerava o prazer físico também como causa de sofrimento. Ele apregoava uma ataraxia (de ataraktos, “imperturbado”), isto é, uma atitude de desvio do sofrimento, em busca dos prazeres espirituais; dentre eles, a amizade. Ele afi rmava que “a serenidade é o fruto máximo da justiça”.

Ética medieval

À semelhança da ética hebraica, a moral cristã está fundamentada na revelação de Deus. A conduta deve se pautar no amor a Deus sobre todas as coisas e no amor ao próximo. “Se alguém afi rmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (I João 4:20). A prática da caridade, da fé e do bom testemunho são virtudes essenciais do pensamento cristão. Desse modo, o cristianismo bíblico introduziu na fi losofi a moral ocidental o conceito de dever moral, isto é, obediência à lei de Deus e aos ensinamentos de Jesus Cristo.

AgostinhoTomás de Aquino

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Platão

Aristóteles

Na fi losofi a medieval, a fi losofi a grega é mesclada à teologia bíblica: Agostinho fundamenta-se em Platão; Aquino recorre a Aristóteles.

No entanto, a ética que foi desenvolvida na Idade Mé-dia europeia tinha um caráter sincrético, pois os fi lósofos desse período herdaram elementos do pensamento grego

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No estoicismo, os prazeres são completamente proibidos; no hedonismo atual, os prazeres são liberados. Você concorda com esses extremos?

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e os fundiram ao pensamento bíblico. Agostinho (354 d.C.-430 d.C.), por exemplo, transformou a ideia platônica de purificação da alma em necessidade de elevação ascética (asketikós, “eremita”) para se conhecer a vontade de Deus. O ascetismo tinha por base a autodisciplina, a abstinência e a austeridade religiosa. Ele também desenvolveu o con-ceito de livre-arbítrio (do latim liberum arbitrium, “poder de escolha”), para explicar a origem do mal. O livre-arbítrio consiste na capacidade humana de liberdade de escolha, isto é, cada pessoa pode escolher livremente aproximar-se ou afastar-se de Deus. Assim, a maldade resulta do mau uso da liberdade de escolha.

Por sua vez, Tomás de Aquino (1226 d.C.-1274 d.C.) resgatou o conceito de felicidade da filosofia aristotélica como o objetivo final do ser humano, cristianizando-o e apontando Deus como a fonte dessa felicidade.

Ética kantiana

A partir do século XV, a sociedade europeia passou a sofrer influência do pensamento humanista, que centra-lizava a ética na autonomia humana de pensar e agir. No século XVIII, isso se tornou mais evidente com o Iluminis-mo, que teve em Immanuel Kant (1724 d.C.-1804 d.C.) sua máxima expressão.

Kant fez da ideia de dever o centro de sua filosofia moral. Analisando os princípios da consciência moral, con-cluiu que ela é capaz de elaborar normas universais, uma vez que a racionalidade é uma marca do ser humano. No kantismo, a razão humana é legisladora no que concerne à moral, quando essa é regida por imperativos categóricos, que designa um dever que é livremente praticado pela pessoa, pois um ato moral só é válido se praticado de for-ma autônoma, consciente e por dever. Seria, portanto, um imperativo incondicionado, sem recompensa ou lucro. O dever é a única fonte legítima de moralidade. Enquan-to o fundamento da ética hebraica e cristã é a revelação de Deus, e a base da ética empirista é o interesse próprio, a ética kantiana se baseia na própria natureza da razão. O ato moral deve ser feito por dever à lei universal. Três são as máximas da ética kantiana:

• Aja unicamente segundo uma regra de conduta que possa querer transformar em lei universal.

• Aja como se a sua regra de conduta devesse ser erigi-da por sua vontade em lei universal da natureza.

• Aja de tal sorte que trate a humanidade, tanto em sua pessoa quanto na de outrem, sempre como fim, jamais apenas como meio.

Um ato moralmente bom e correto é aquele que obe-dece à lei moral, em conformidade com os imperativos categóricos (o dever), sem pensar em um resultado obje-tivo (recompensa).

A ética kantiana é tida como deontológica (estudo das obrigações), isto é, valoriza a intenção do ato, inde-pendentemente das consequências. Agir corretamente implica possuir uma boa intenção, ou seja, a ação é boa se a motivação for boa (isenta de egoísmo). Devemos tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados, sem visar a

um resultado proveitoso individual. A ética kantiana tam-bém pode ser considerada formal, pois ela não aponta concretamente as atitudes corretas, mas indica a intenção que a pessoa deve ter. Devemos agir corretamente por ser correto agir bem, sem pretender benefícios pessoais.

Ética marxista

Karl Marx (1818 d.C.-1883 d.C.), em sua teoria do materia-lismo dialético, considera que “o ser social determina a cons-ciência”, isto é, o modo como a sociedade se organiza para a produção econômica condiciona o desenvolvimento das estruturas sociais como a religião, a política, a educação, a moral, etc. Isso significa que as manifestações da consciência do ser humano, como a moral, são determinadas pelo mo-delo produtivo da economia. Como os modelos produtivos são mutáveis ao longo do tempo, os modelos éticos e morais são variáveis. Ele considera também a moral como uma das formas de controle ideológico da sociedade, pois divulga os valores da classe dominante.

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Para Marx, a moral e os valores são algo determinado pela classe dominante.

Ética nietzschiana

Friedrich Nietzsche (1844 d.C.-1900 d.C.) rejeitou e criticou a moral hebraica, socrática, medieval e kantia-na, por limitar ou domesticar os instintos humanos. Para Nietzsche, o ser humano, sob o domínio da moral, torna- se fraco, escravo e subserviente. Ao fazer essa crítica da moral tradicional desenvolvida antes dele, Nietzsche pre-conizava a “transvalorização de todos os valores”, isto é, uma moral positiva de pessoas que conservam a vida e seus instintos. Vida é vontade de poder, elemento funda-mental da natureza humana, que está fundamentada na invenção e no poder criador. O bem é tudo aquilo que exalta o ser humano, seu sentimento de poder, sua vonta-de de poder e o próprio poder em si. O mal é tudo aquilo que restringe ou que advém da fraqueza. Nietzsche de-senvolveu o conceito de super-homem (übermensch): o homem capaz de superar todas as regras de valores que produzem fraqueza, e de efetivar a transvalorização de todos os valores.

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Segundo Nietzsche, o domínio das paixões gera passi-vidade na busca pela paz. O ideal ascético recusa a alegria da vida em troca de um mundo celestial superior. Portanto, segundo ele, seria necessário assumir uma nova perspectiva além do bem e do mal, ou seja, ir além da moral antiga para uma que não cause o enfraquecimento do ser humano.

Ética discursiva

A ética discursiva é uma teoria que se caracteriza pelo uso da razão para fundamentar sua tese. Ela se baseia na razão comunicativa e não na razão reflexiva de Kant. Para o filósofo alemão Jurgen Habermas, a razão comunicativa se propõe descentralizada, isto é, supõe o diálogo, uma relação entre as pessoas com mediação discursiva. A razão comunicativa não se apresenta acabada e definitiva, an-tes, porém, deve ser construída a partir da argumentação interpessoal e processual entre as partes. A subjetividade se transforma em intersubjetividade, isto é, através do diá-logo livre, sem restrições e com o uso de argumentos coe-rentes, o grupo chega a um consenso sobre as normas que devem ser obedecidas.

O grande problema desse sistema ético está na pos-sibilidade de se estabelecer uma igualdade de condições para a realização do diálogo livre, visto que a atual socie-dade se caracteriza mais pelas desigualdades sociais e pela segregação de minorias. No jogo de se convencer o outro, ou no de se deixar convencer, não pode ocorrer o uso de instrumentos de pressão econômica (a força da riqueza), política (a força do poder) ou cultural (a força do conheci-mento). A ética discursiva objetiva a implantação de uma sociabilidade solidária e cooperativa.

A natureza da amizade

Depois do que já dissemos, cabe-nos examinar a natureza da amizade, pois ela é uma forma de ex-celência moral, ou concomitante com a excelência moral, além de ser extremamente necessária na vida. De fato, ninguém deseja viver sem amigos, mesmo dispondo de todos os outros bens. Achamos até que as pessoas ricas, as que ocupam altos cargos e as detentoras do poder são as que mais necessitam de amigos. Realmente, de que serve a prosperidade sem a oportunidade de fazer benefícios, que se ma-nifesta principalmente e, em sua mais louvável forma, em relação aos amigos? Ou então, como pode a pros-peridade ser protegida e preservada sem amigos? Quanto maior ela for, mais exposta estará aos riscos. E as pessoas pensam que, na pobreza e em outros infortúnios, os amigos são o único refúgio. Os amigos também ajudam os jovens a evitar os erros, e ajudam as pessoas idosas, amparando-as em suas necessida-des e suplementando sua capacidade de ação, redu-zida pela senilidade. Além disso, os amigos estimulam as pessoas na plenitude de suas forças à prática de ações nobilitantes – “quando dois vão juntos...” pois com amigos as pessoas são mais capazes de pensar e de agir... Mesmo quando viajamos para outras terras, podemos observar a existência generalizada de uma afinidade e afeição naturais entre as pessoas.

Aristóteles. Ética a Nicômaco.

| | | | Agora é a sua vez | | | |

1. Utilizando um exemplo, diferencie juízo de realidade de juízo de valor.

Resposta pessoal

Juízo de realidade: uma corrida da maratona com um brasileiro na

frente. Juízo de valor: a perseverança de Vanderlei Cordeiro de Lima em

continuar a corrida até o fim nas Olimpíadas de Atenas, chegando

em terceiro lugar, sem reclamar da interrupção.

2. Em sua opinião, qual deve ser o papel do Estado na reso-lução do problema da fome no Brasil? Qual pode ser sua participação pessoal nessa questão social?

Resposta pessoal

3. Com base no que foi estudado, diferencie moral de ética.

A moral se relaciona com tudo o que é relativo ao ideal e

às regras que se aplicam a condutas tidas por universais

e incondicionalmente válidas. A ética se refere à reflexão

dos juízos de valor, à prática do bem e do mal. Visa determinar

os objetivos da vida humana e os meios para alcançá-los.

4. Em que se baseiam as éticas hebraica e grega?

A base da ética hebraica é a revelação de Deus aos

seres humanos e a sua consequente obediência aos

mandamentos divinos, enquanto a ética grega está

baseada na natureza do ser humano e em sua razão.

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5. Esopo (c. 550 a.C.), escritor grego ao qual se atribui a cria-ção da fábula como gênero literário, tinha o dom de contar histórias que, invariavelmente, eram concluídas com uma lição de moral. Leia a seguir uma de suas fábulas e deduza a lição que ele deseja ensinar:

Uma velha senhora doente dos olhos mandou cha-mar um médico. Ele foi atendê-la e, sempre que lhe aplicava um unguento, roubava alguma coisa da casa, já que ela estava de olhos fechados. Depois de tratá-la e de levar seus móveis, apresentou-lhe a conta. Como a velha não quis pagar-lhe, ele abriu um processo con-tra ela. No tribunal, ela declarou que tinha se compro-metido com ele a pagar desde que ele a curasse; ora, no momento, ela estava vendo bem menos que antes da cura: “Antes”, disse ela, “eu via todos os móveis da minha casa; agora não vejo mais nenhum”.

Esopo. Fábulas.

Resposta pessoal

6. O que há de comum entre os pensadores gregos sobre a prática da virtude?

Para todos os pensadores gregos, a virtude é resultado

do trabalho reflexivo, do controle racional das paixões

e dos desejos, visando ao bem individual e público.

7. Explique até que ponto o autoconhecimento ajuda no desenvolvimento da moral.

Resposta pessoal

8. Como o estoicismo e o epicurismo entendiam o prazer?

O estoicismo desprezava os prazeres ao considerá-los

como a fonte de todos os males do ser humano. Para o

epicurismo, o bem consiste na busca do prazer. No entanto,

considerava o prazer físico também como causa de

sofrimento e apregoava uma busca dos prazeres espirituais.

9. Em sua opinião, a busca pela satisfação dos prazeres pode ser um problema para a vida do ser humano? Jus-tifique sua resposta.

Resposta pessoal

10. Em sua opinião, ainda há espaço em nossa sociedade para a prática da pureza moral com base na revelação de Deus? Justifique sua opinião.

Resposta pessoal

11. A ética kantiana propõe uma prática moral que não busca quaisquer tipos de recompensa, isto é, “a prática do bem pelo bem”. Em sua opinião, é possível o des-prendimento total na prática do bem? Por quê?

Resposta pessoal

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12. Como Marx entende os valores morais e éticos?

Para ele, os modelos éticos e morais são variáveis

como uma das formas de controle ideológico da

sociedade, pois divulgam os valores da classe dominante.

13. Como a classe dominante de uma sociedade pode usar a ética para controlar o grupo social?

Estabelecendo, por exemplo, os padrões de beleza e

de comportamento sexual.

14. Segundo a ética de Nietzsche, o que é transvalorização dos valores?

É o processo de superação dos decadentes e corruptos

valores morais predominantes na sociedade.

15. Qual a base da ética discursiva de Habermas? Como ela pode ser aplicada na rotina da sala de aula?

Baseia-se na razão comunicativa, em que, por meio do

diálogo livre e do uso de argumentos coerentes, o grupo

social chega a um consenso sobre as normas que devem

ser obedecidas na comunidade.

16. Aristóteles afirma que as pessoas não podem viver sem

bons relacionamentos de amizade. Por que hoje as pessoas sofrem tanto de solidão e depressão?

Resposta pessoal

17. Quando uma amizade pode se tornar inconveniente ou nociva? Aponte três elementos importantes para o estabelecimento de uma boa amizade.

Resposta pessoal

| | | | De olho no vestibular | | | |

1. (UP-PT) Platão é apontado como o grande discípulo de Sócrates, do qual fez uma defesa pública no processo movido contra ele pela aristocracia ateniense. A obra de Platão que nos apresenta a essa situação é:

a) Diálogos.b) O banquete. c) Ética.d) Apologia de Sócrates. e) A política.

2. (UP-PT) Moral e ética, muitas vezes, na linguagem cotidiana, são tidas como sinônimos; porém, para a Fi-losofia, compõem áreas distintas do pensamento filosófico. Partindo dessa constatação, estaria correta a afirma-ção que se completa na alternativa:

a) A ética se aplica à disciplina filo-sófica que trata de estabelecer os fundamentos e a validade das nor-mas morais e dos juízos de valor ou de apreciação sobre as ações humanas, qualificando-as como boas ou más.

b) A ética não chamou a atenção de filósofos gregos como Aristóteles.

c) A questão da moral não se enqua-dra nos estudos sobre ética.

d) No século XVII, Spinoza negou a im-portância dos estudos sobre ética.

e) Os estudos sobre ética só toma-ram fôlego no século XX, com a obra de filósofos como Michel Foucault e Jean Paul Sartre.

3. (Fadesp-SP) Ao conceber a ética como a teoria científica dos preceitos

morais, Vázquez considera legítima sua aspiração à racionalidade e à objetividade, a despeito de a moral ser produto da experiência de ca-ráter histórico-social, uma vez que a ética:

a) estabelece previamente os precei-tos morais, de acordo com o rigor científico.

b) consiste na reprodução objetiva dos preceitos morais estabelecidos his-toricamente.

c) apresenta-se como um conjunto de normas e prescrições reconhe-cidas universalmente.

d) procura determinar a essência da moral, sua origem, suas condições e os critérios de justificação des-ses juízos.