Filosofia 1º Teste
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Filosofia 1º teste
Tema: Racionalidade argumentativa e filosófica
Noção de argumento e os constituintes de um argumento:
-- Um argumento é um conjunto de frases que estão ligados entre si. Num argumento existe uma conclusão- a posição que está a ser defendida- e uma ou mais premissas- as razões apresentadas para justificar a posição defendida.
Distinção entre frase e proposição:
-- Uma proposição é uma frase cujo valor de verdade pode ser determinado, isto é, uma proposição é uma frase acerca da qual posso dizer que é verdadeira ou falsa.
-Exemplos:
a) -Ai meu deus! Não é uma proposição
b) - Ajudai-me, meu Deus. Não é uma proposição
c) – Deus ajudou-me. Proposição
d) – Deus não me ajudou. Proposição
e) – Será que deus me pode ajudar? Não é uma proposição
f) – Tu, ouve a voz de deus. Não é uma proposição
--Clarificação dos argumentos: consiste em separar a(s) premissa(s) da conclusão. É a partir da clarificação do argumento que nós conseguimos aperceber da sua validade e não validade.
Tipos de argumentos:
--Argumentos dedutivos
--Argumentos não dedutivos
Argumentos dedutivos:
-A conclusão é uma derivação necessária das premissas, isto é, entre as premissas e a conclusão existe uma relação de necessidade, de tal modo que se as premissas forem verdadeiras e a conclusão é forçosamente verdadeira, se as premissas forem falsas, a conclusão é necessariamente falsa.
Filosofia 1º teste
Exemplificando:
Ex1:
P: Todos os homens são raposas. F
P: Luís e Manuel são homens. V
C: Luís e Manuel são raposas F
Ex2:
P: Todos os homens são mortais. V
P: Luís e Manuel são mortais. V
C: Luís e Manuel são mortais. V
Argumentos não-dedutivos:
-Argumentos em que existe uma relação de probabilidade entre as premissas e a conclusão. Num argumento não-dedutivo a verdade ou falsidade das premissas torna provável a verdade ou falsidade da conclusão.
Exemplificando:
Ex1:
P: Já fui a Barcelona 20 vezes e das 20 vezes choveu sempre. V
P: Amanhã parto para Barcelona. V
C: Já sei que vou “apanhar” chuva. F
Validade e Verdade
Só pode ser aplicada aos argumentos
A validade é uma característica dos argumentos
Só pode ser aplicada ás proposições que fazem parte dos argumentos
A verdade é uma característica das proposições
Filosofia 1º teste
-Um argumento sólido é um argumento valido constituído por proposições verdadeiras.
Validade dos argumentos:
Validade dedutiva
Há dois tipos de validade
Validade não-dedutiva
- Validade dedutiva é própria dos argumentos. Um argumento dedutivo é válido quando as premissas são corretamente deduzidas da conclusão. Quando isto não acontece o argumento não é valido.
-Validade não-dedutiva, é própria dos argumentos não-dedutivos. Um argumento não dedutivo é valido quando as premissas conferem um elevado grau de probabilidade à conclusão. Quando as premissas não conferem probabilidade à conclusão, o argumento não é válido.
Argumentos não-dedutivos fortes – aqueles em que o grau de probabilidade é muito elevado.
Ex:
P: Até hoje o sol nasceu sempre.
C: Amanhã o sol vai nascer
Argumentos não-dedutivos fracos – aqueles que o grau de probabilidade não é elevado.
Ex:
P: Até hoje o sol nasceu sempre
C: O sol vai nascer todos os dias
Filosofia 1º teste
Logica: Disciplina filosófica que estuda os argumentos para perceber se são ou não válidos. Subdividem em:
-Logica formal – argumentos dedutivos
-Logica informal – argumento não-dedutivo
Lógica silogística aristotélica
- Um silogismo é um tipo particular de argumento e é constituído por duas premissas e uma conclusão.
-Segundo Aristóteles há 3 tipos de silogismos:
- Silogismo Categórico- constituído apenas por proposições categóricas.
-Silogismo Condicional- A primeira premissa é uma premissa condicional.
Ex:
P: Se todos os alunos estudarem então tiram positiva.
P: Os alunos tiraram positiva.
C: Os alunos estudaram.
-Silogismo Disjuntivo – A primeira premissa é uma proposição disjuntiva.
Ex:
P: Ou estudas ou vais ao cinema.
P: Estudas.
C: Não vais ao cinema
As proposições Categóricas
-Uma proposição categórica dá conta de uma relação entre o sujeito da proposição e o predicado da proposição. Esta relação não está submetida a qualquer tipo de condição.
Filosofia 1º teste
-Na forma canónica ou padrão (na sua forma perfeita) a proposição categórica é constituída por: quantificador, sujeito da proposição, predicado da proposição, cópula.
Ex:
Todos os gatos são seres que miam.
- As proposições categóricas podem ser classificadas quanto á qualidade e quanto á quantidade ou extensão.
-Quanto á quantidade as proposições podem ser universais ou particulares.
-Quanto á qualidade podem ser afirmativas ou negativas.
-Há quatro tipos de proposições categóricas:
a)- Proposições afirmativas universais. Tipo A
Ex:
Todos os peixes são seres com guelras.
b) Proposições negativas universais. Tipo E
Ex:
Nenhum peixe é um ser com guelras.
=
Todos os peixes não são seres com guelras.
c) Proposições afirmativas particulares. Tipo I
Ex:
Alguns peixes são seres com guelras.
d)Proposições negativas particulares. Tipo O
Ex:
Alguns peixes não são seres com guelras.
Filosofia 1º teste
Regras para determinar a quantidade do sujeito e do predicado das proposições categóricas:
a) para determinar a quantidade do sujeito tem em conta o quantificador.
b) para determinar a quantidade do predicado:
--nas proposições afirmativas, o predicado é sempre particular (A; I)
--nas proposições negativas, o predicado é sempre universal (E; O)
Proposições categóricas
- A negação das proposições categóricas
Negar uma proposição categórica significa alterar o seu valor de verdade, ou seja, se eu partir do principio que uma proposição é verdadeira, nego-a quando obtenho uma proposição falsa.
Exemplo:
Todos os animais são felinos. Tipo A, falsa
Nenhum animal é felino. Tipo E, falsa
Alguns animais são felinos. Tipo I, verdadeira
Quadro da oposição:
Filosofia 1º teste
Proposições:
Contraditórias A-O Se A é verdadeira O é falsa.
I-E Se I é falsa E é verdadeira
Contrárias A-E Não podem ser ambas verdadeiras.Podem ser ambas falsas.
Subcontrárias I-O Não podem ser ambas falsas.Podem ser ambas verdadeiras.
Subalternas A-I Se A é verdadeira O é verdadeira
Se I é verdadeira A não pode ser verdadeira
E-O Se E é verdadeira O é verdadeira
Se O é verdadeira E pode não ser verdadeira.
Forma Canónica do silogismo categórico:
PM: Todos os gatos são felinos
Pm: todos os felinos são animais com pelo
C: Alguns animais com pelo são gatos
Termo maior: aparece na premissa maior, onde pode ser sujeito ou predicado e na conclusão onde é sempre sujeito da proposição.
Termo menor: aparece na premissa menor, onde pode ser sujeito e predicado e na conclusão onde é sempre sujeito da proposição.
Termo médio: aparece nas duas premissas e nunca surge na conclusão.
Filosofia 1º teste
Figuras dos silogismos: tem a ver com a posição ocupada pelo termo médio na premissa:
1º Figura: 2º Figura: 3º figura: 4ºFigura:
M S S M M P S M
S M S M M P M P
S P S P S P S P
Validade silogística:
- Um silogismo válido é aquele em que a conclusão está suportada pelas premissas. Partindo das premissas é possível derivar logicamente/ validamente a conclusão.
-Para que um silogismo seja válido á que respeitar um conjunto de regras, São estas regras que servem para determinar a validade de um silogismo.
1º regra: um silogismo só pode ter 3 termos e o termo tem que manter o mesmo significado ao longo do silogismo.
Ex:
P: Todos os touros são selvagens.
P: Todos os touros nasceram em fevereiro.
C: Todos os que nasceram em fevereiro são selvagens.
Silogismo da 3º figura
Modo: A; A; A
Silogismo inválido
2º regra: num silogismo o termo medio tem que ser tomado pelo menos uma vez na sua extensão. Isto é, pelo menos uma vez, o termo médio tem que estar distribuído, tomado na universalidade.
Filosofia 1º teste
Ex:
P: Alguns homens respiram por guelras.
P: Todas as flores são homens
C: Algumas flores respiram por guelras
Silogismo da 1º figura
Modo: I; A; I
Silogismo inválido
3º regra: num silogismo nenhum termo pode ter mais extensão na conclusão do que tem nas premissas. Nenhum termo pode ser particular na premissa e universal na conclusão.
Ex:
P: Todas as ervilhas são canetas
P: Todas as ervilhas são verdes
C: Todas as coisas verdes são canetas
Silogismo da 3º figura
Modo: A; A; A
Silogismo invalido
4ºregra: num silogismo categórico, a conclusão segue sempre a parte mais fraca. Por parte fraca entende se a negação e a particularidade. Se houver uma premissa particular a conclusão tem que ser particular: se houver uma premissa negativa a conclusão tem que ser negativa.
Ex:
P: Alguns homens não são mortais
P: Todos os gatos são mortais – Premissa particular (Tipo O)
C: Todos os gatos são mortais – Premissa Universal, teria que ser particular já que temos uma premissa particular.
Silogismo inválido.
Filosofia 1º teste
5ª Regra: de duas premissas particulares nada de pode concluir, ou seja, ambas as premissas não podem ser particulares.
6ª regra: de duas premissas negativas nada se pode concluir, ou seja, ambas as premissas não podem ser negativas.
Falácias Formais:
-Falácia é um silogismo que parece válido, mas é inválido.
-Há quatro falacias formais associadas aos silogismos categóricos:
Falácia dos 4 termos- ocorre quando o silogismo tem mais de 3 termos
Falácia do termo médio não distribuído- ocorre quando o termo médio, nas premissas é sempre particular.
Falácia da ilícita maior- ocorre quando o termo maior é particular na premissa e é universal na conclusão.
Falácia da ilícita menor- ocorre quando o termo menor é particular na premissa e universal na conclusão.
Quadro dos silogismos válidos: