filosofia_da_linguagem

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 Episteme – 4

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Episteme – 4

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Episteme

1. Foucault — a coragem da verdade, 2a ed., Frédéric Gros (org.)

2. Diversidade cultural e mundialização, Armand Mattelart

3. O Círculo de Viena, Mélika Ouelbani

4. Filosofa da linguagem, Sylvain Aurox

5. A lógica, Pierre Wagner

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tradução

Marcos Marcionilo

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Direitos reservados à

Parábola EditorialRua Sussuarana, 216 - Ipiranga04281-070 São Paulo, SPPABX: [11] 5061-9262 | 5061-1522home page: www.parabolaeditorial.com.bre-mail: [email protected]

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sem permissão por escrito da Parábola Editorial Ltda.

ISBN: 978-85-7934-000-0

© desta edição: Parábola Editorial, São Paulo, novembro de 2009

 Título original:

La philosophie du langage

© Presses Universitaires de France, agosto de 2008

ISBN: 978-2-13-056889-6

Editor: Marcos Marcionilo

Capa E projEto gráfiCo:  Andréia Custódio

foto da Capa: banco de imagens stockxpert 

ConsElho Editorial:  Ana Stahl Zilles [Unisinos]

Carlos Alberto Faraco [UFPR]Egon de Oliveira Rangel  [PUC-SP]Gilvan Müller de Oliveira [UFSC, Ipol]

Henrique Monteagudo [Univ. de Santiago de Compostela]Kanavillil Rajagopalan [Unicamp]Marcos Bagno [UnB]Maria Marta Pereira Scherre [UFES]Rachel Gazolla de Andrade [PUC-SP]

  Salma Tannus Muchail  [PUC-SP]

Stella Maris Bortoni-Ricardo [UnB]

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

A793 Auroux,Sylvain

Filosofadalinguagem/SylvainAuroux;trad.MarcosMarcionilo.

-SãoPaulo:Parábola,2009.

-(Episteme;4)

Traduçãode:Laphilosophiedulangage

Incluibibliografa

ISBN978-85-7934-000-0

1.Linguagemelínguas-Filosofa.I.Título.II.Série. 09-4176. CDD:401

CDU:81:1

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Sumário

Introdução.. 7

capítulo i.–.LInguagem e humanIdade ........ 11

. I. O.teorema.de.Platão.e.a.proposição.. 11

. II. Por.“natureza”.ou.por.“convenção”.. 15

.III. “Linguagem”.animal.e.linguagem.humana.. 18

.IV. O.sentido.do.“arbitrário.linguístico”.. 22. V. A.questão.da.origem.das.línguas.. 26.

capítulo ii.–.LInguagem e unIversaLIdade 33

. I. Linguagem.e.ontologia.. 33

. II. A.possibilidade.de.uma.língua.universal.. 37

.III. A.possibilidade.de.uma.gramática.universal.. 44

capítulo iii.–..a sIgnIfIcação ................................. 53

. I. Sentido.e.referência.. 55

. II. A.intencionalidade e a signicação.. 65

.III. Intencionalidade.e.extensionalidade.. 69

.IV. O.nominalismo.. 71

capítulo iv.–.razão e LInguagem.. 79. I. Seguir.uma.regra.. 81. II. O.“mentalês”,.a.hipótese.de.Sapir-Whorf.e..

a.relatividade.linguística.. 91.III. As.teses.de.Quine.e.a.faticidade.linguística.. 102

concLusão.. 110

BIBLIografIa.. 118

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introdução

A.losoa d a.linguagem.não.corresponde.nem.

a.um.conceito,.nem.a.um.campo.disciplinar.

bem constituído. Entende-se por losoa da

linguagem um conjunto de reexões de origens distintas:

observações dos lósofos a respeito da linguagem1

,.análi-ses.técnicas.construídas.a.partir.dos.formalismos.lógicos,.

avaliações do papel da linguagem comum, representações

construídas.a.partir.dos.saberes.positivos.que.tomam.a.lin-

guagem como objeto (“losoa da linguística”). Apesar de

sua.heterogeneidade.e,.reconheçamos,.de.uma.evidente.falta.

de.consistência.teórica.do.conjunto,.trata-se.provavelmente.

do mais importante e mais difícil campo da losoa.

Com efeito, a questão da liom.efeito,.a.questão.da.linguagem.afeta.aquilo.que.

constitui.a especicidade da humanidade e a natureza da

racionalidade.Cada.campo.de.nossa.experiência.é.objeto.

de construções teóricas (aquilo que chamamos de “ciên-cias”), as quais dão lugar.a.problemas losócos delicados:

o innito para a matemática, a estrutura última da matéria

para.a.física,.a.natureza.da.vida.para.a.biologia,.a.liberdade.

1. Isso não signica que toda losoa se interesse necessariamente pela

linguagem,.na.medida.em.que.ela.está.presente.na.diversidade.das.línguas.O.

silêncio.de.Kant.quanto.a.essa.matéria.se.explica.por.uma.atenção.exclusiva.à.

universalidade do pensamento: as línguas são arbitrárias, logo, contingentes.

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FilosoFia da linguagem sylvain auroux 

para.o.direito.e.a.moral.Para.a.linguagem,.esses.problemas.

são.de.duas.ordens.A.primeira.se.refere.à.natureza da signif-

cação. Que tipo de entidade é a signicação de uma palavra

ou de uma frase? De onde vem que a linguagem signique?

A.segunda.refere-se.à.universalidade.Como.é.que.me.com-

preendem.quando.falo.e,.ainda.por.cima,.como.posso.ser.

traduzido.para.outra.língua?.Essa.questão,.evidentemen-

te,.tem.a.ver.com.a.natureza.do.pensamento

Poderíamos.dizer.que,.no.fundo,.assim.como.o. infnito.

é.a.chave.metafísica.da.matemática,.a.universalidade.é.a.chave.

metafísica.das.ciências.da.linguagem.Contudo,.há.aqui.uma.

diferença considerável. Não ocorreria a lósofo algum abor-

dar.diretamente,.com.seus.próprios.recursos.conceituais,.a.losoa do número. Sempre será exigida a mediação pelo co-

nhecimento.do.corpo.de.saber.positivo.constituído.pela.arit-

mética. Do mesmo modo, as “losoas da natureza” do perío-

do romântico foram substituídas pela losoa da física. O

mesmo não ocorre com a linguagem: a losoa da linguagem

claramente não se reduz à losoa das ciências da linguagem.

Muitos lósofos não têm nem mesmo um conhecimento mui-

to aprofundado da questão. E há várias razões para isso.

Para. começar,. cada. um. de. nós. se. encontra. imerso.

na.linguagem.como.em.seu.lugar.natural,.ali.onde.domi-

namos. nossa. presença. no. mundo. e. nossa. humanidade.Disso.decorre.uma.representação.espontânea.da.natureza.

da.linguagem,.quase.sempre.apoiada.nos. conhecimentos.

elementares. que. todo. mundo. adquire. com. a. gramática.

escolar. Em seguida, a partir dos sostas, passando pelas

Refutações sofísticas.de.Aristóteles,.a.própria.utilização.da.linguagem.cotidiana.no.conhecimento.ou.na.comunicação.

demonstrou-se. minada. pela. questão. das. ambiguidades.

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introdução

semânticas.Na.época.moderna,.essa.crítica.viu-se.acen-

tuada pelo desenvolvimento das nomenclaturas cientí-

cas.e.pela.ideia.da.necessidade.de.uma.reforma.de.nossa.

linguagem. cotidiana. —. que. seria. ambígua. e. imprecisa.

— para adaptá-la às ciências (Bacon, Locke). Finalmente,

entre.o.término.do.século.XIX.e.a.primeira.metade.do.sé-

culo.XX,.a.construção.de.linguagens.formais.destinadas.a.

representar os sistemas lógicos (Frege, Russell) permitiuenfrentar.questões que, mesmo apresentando um interes-

se.geral,.possuíam.um.impacto.técnico.sobre.a.utilização.

desses sistemas (calculabilidade, quanticação, signi-

cação, atitudes proposicionais etc.). No contexto anglo-

saxônico, quase sempre “losoa da linguagem” se reduz

ou a discussões técnicas, ou a sua crítica radical pelo viés

de. uma. revalorização. da. “linguagem. comum”. (Austin,.

Moore, segunda losoa de Wittgenstein, Urmson), e

até.mesmo.pela.discussão.de.problemas.ontológicos.Os.

lósofos continentais, seguindo Husserl, interessaram-se

preferentemente pelas condições de possibilidade da pró-pria signicação. Ela dependeria.de.uma.propriedade.de.

nossa. consciência,. a. intencionalidade. (“toda. consciência. é.

consciência é algo”), pela qual nada tem sentido a não ser

na.visada.de.uma.consciência.A.partir.daí,.abre-se.a.possi-

bilidade.de.conceber.uma. gramática universal a.priori

Nessas condições, parece muito difícil alguém se lo-

calizar na complexidade da losoa da linguagem. Não es-

tamos.nem.mesmo.seguros.de.poder.traduzir.os.problemas.

emergentes.em.um.campo.para.processá-los.em.outro.Nesta.

rápida.introdução2, manteremos como o condutor a questão

2.. Cf.S.Auroux,.J.Deschamps.e.D.Kouloughli,.La philosophie du langage.

Paris: PUF, 1996; 2a.ed.rev,.2004

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FilosoFia da linguagem sylvain auroux 

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da racionalidade. O homem se dene pela linguagem e pela ra-

zão, o que signica que, sem linguagem, não haveria raciona-

lidade.A.razão.e.a.linguagem.podem.ser.confundidas.como.

supunham.os.projetos.de.língua universal? O que signica para

a.razão.humana.o.fato.de.a.linguagem.nos.ser.dada.sob.a.for-

ma.de.uma.multiplicidade.de.línguas.diferentes?3

3 Agradeço a F. Mazière a releitura atenta do manuscrito, que me per-

mitiu.corrigir.vários.errinhos