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QUíMICA FINA'E DESENVOLVIMENTO

NACIONAL

Bastos CruzBelloti

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SERViÇO PÚBLICO FEDERAL

CONSELHO REGIONAL DE QUrMICA - 3,' REGIÃOESTADOS RIO DE JANEIRO E ESP!RITO SANTO

C E P - 20.031. RUA ALC!~'IDOGUANABARA.H - 13,' A:I'DAR- CENTROTELS., 240-2236 . 240-2143- RIO DE JANEIRO- Rj

"

o ual será o motivo pelo qual, após tantos-anos de tentativas,a~a não conseguimos unir e reunir os profissionais da Química

em busca de nossos objetivos primordiais?A Química é uma área do conhecimento humano, constantemente

ladeada pelo desconhecido que necessita ser revelado parasatisfação da humanidade como um todo.

Várias podem ser as conseqüências, se o profissional da Quí~icanão zelar pelo produto que fabrica, controla, embala ou,

simplesmente estoca, e ceder ao desleixo e o abandono dosmenores princípios éticos, senão da profissão, pelo menos do

próprio comportamento do ser racional.Cabe ao Conselho Regional de Química, fiscalizar o adequadoexercício da profissão e, na busca dessa meta, iniciar todo um

processo de verificação das habilitações dos profissionais,-bem como suas responsabilidades técnicas declaradas junto às

várias empresas da região que abrange. Isto porque, não sãopoucas as reclamções de que "QUÍMICOS FANTASMAS" andamburlando os preceitos éticos da profissão, com o simples intuito de

ser remunerado, abandonando por completoas normas do bom senso.

A)intenção não é exclusivamente punir o responsável.Mais do que isso, pretende-se atingir o grau máximo de

conscientização permitindo à categoria dos químicos, que precisaelevar ainda a moral do profissional correto e sabedor de seus

deveres. ELIMINAR OS DEFEITOS; RESSALTAR ASVIRTUDES. Esse deve ser o lema dessa nossa batalha a favor da

INTEGRIDADE, COLABORAÇÃO, PROFISSIONALIZAÇÃOe HUMANIZAÇÃO da Química.

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Publicação mensal, técnica e cientí-fica, de química aplicada à indústria.Em circulação desde feyereiro de1932.

DIRETOR RESPONSÁVELE EDITOR,Jayme da Nóbrega $ànta Rosa

CONSELHO DE REDAÇÃO

Arikerne Rodrigue~ SucupiraCarlos Russo, ,

Clóvis rv1artíllsFerréiraEloísa' Bissotto ManoHebe Heleha Labarthe MartelliKurt PolitzerLuciano AmaralNiltonEd1flio BClhrer

Os\'.!ald?G?d'ç,alves de Limabtto Richard GottliebPaUlo José Duarte

CIRCULAÇÃOItalia Caldas Fernandes

CONTABILIDADEMiguel Dawidrnan

IMPRÊSSÃOEditorà Gráfica Serrana Ltda.

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BAASII,:IDQr l' anq, Cz$ 1.500,00OUliAOSPAíSES:,por1 al1o, US$...50,00

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MUDANÇA G>EENDERs,ÇOO Assinante deve comUnicar à admi-

nistração da revista, qualquêr novaalteração no seu endereço,sepôssí-vehcom a devida antecedência.

~

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RENOVAÇÃO DE ASSINATURASPede-se aos Assinantes que man-dem renovar suas assinaturas antes

de terminarem, a fim de não haver in-terrupção na remessa da revista.

REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃOR. da Quitanda, 199 - 8°- Grupos804-805RIO DE JANEIRO, RJ- BRASIL20092 - Telefone: (021) 253-8533

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'AEDA TOR PRINCIPAL:JAY:MESf".ROS~,

ANO 56 NÚM.6651988

-NESTA EDIÇAOEDITORIAL, 0 0 o.. o o... o.. o.. o.. o.. o.o... o o 2

<-ENf(;)NifRP'~EM~I!.Àp~OGaE§SO'ÊM:iECNt)LOGIA DE PROCESSOS,I Cfl!lífJItG.O~...:'.. o.,.o"; .;..; ", o. o 2

ABQ;;SEqié a'E$IONAlée0 R$, sã"ANOSD~\HJ$'FÓAIA ,...;. 4

IC!SIMPÓSIOiBOR-r6f!),~ JÂNEIROSOBRE ESREClROMETRIA +.;.. 8

~ QlIíMIC~ FlbI~í;~o~í'FICÀS ~E~'ON"'S DEDESENVOLv.I~eNm.t),

Ernestó'C'é!J~iq,prE!hmel'~:..;.:", o o.o o o o.o.o",;,; ooo;..;~..;...oo 9

QlIíMICA FINAE'P~$ENvOLtIPo'ENTO N4CIONÃL,

Ku rt PolitZer ";""""""""""""""""""""""'0"" '; 11'

Paolo Gflgli~lfnolil~lIoti ,., , 18

Fernando'BastosCr,uz ;, ,~ 20

TRANSiÇÃO,

Prof.Guy'Pânnetier ~ 2'4

..

Esta Edição é parcialmente financiada pela Fundação deAmparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.

Processo n<?E-29/1 ZO.365/88.

$ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DEOlJíM'lCA

RUA ALCINDO GUANABARA, 24/139 ANO.

CAIXA POSTAL, 550 -CEP 20.031 - TEL.: 262-1837RIO DE JANEIRO - BRASIL

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ENCONTRO REVELA PROGRESSOEM' TECNOLOG1A DE

PROCESSOS aUfMI'COS

AABQ promoveu, juntamente.. ~ cóll@'oi\!i)elDartameAtóde Pro~

cessos Orgânicos da Escola

de Química da U.F.R.J., o 111Encon-

tro de Ploces~Ç:>sQuímicos. Rêali-zado no final de abril, após um lon~

go intervalo entre este e os dois pri-meiros Encontros, o evento serviUpara revelar o extraordinário pro-

2 Revistad. QulmicaIndustrial N'!665 - ano 1988- 130ió(

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PRÊMIO PETROBRÁSDA QUAUDADt IYOO

CLASSE PRODUTOS CLASSE SERVICOS#.CBC Indústrias Pesadas S.A..Companhia Brasileirade Produtos

Químicos Bononia.CONFABIndustrial S.A.. CONFORJA S.A. Conexões de Aço.Irmãos Geremia Ltda..Microlab S.A..Pirelli S.A. CompanhiaIndustrial Brasileira

.Comsip Engenharia S.A..Montreal Engenharia S.A..SEBEP-Serviços BrasileirosEspecializados em Petróleo S.A..Setal Engenharia e Construções S.A..TECHINT Companhia TécnicaInternacional.TENENGE - Técnica Nacionalde Engenharia S.A.

É muito difícil formar uma seleção, quando todos os participantes se nive-lam pelo alto nível de atuação.

foi o caso da escolha das empresas credenciadas para disputar o PrêmioPetrobrás da Qualidade.

Pelo simples fato de serem cadastradas. na _Petrobrás, essas empresas já de-monstraram que possuem sistemas da qualidade apropriados para os seus pro-dutos e serviços.

Para formar a seleção das finalistas, as empresas acima tiveram os seus pro-dutos e serviços indicados pelos técnicos da Petrobrás que com eles lidamno dia-a-dia.

O próximo passo será a avaliação dos sistemas da qualidade das empresasfinalistas, trabalho que será realizado por uma equipe de especialistasda Petrobrás.

As empresas que estiverem mais avançadas quanto ao atendimento dos re-quisitos da Petrobrás serão as grandes vencedoras: uma na Classe de Produtose outra na Classe de Serviços.

o PETROB~SPETROLEO BRASILEIRO5.A.

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gresso do país,nesta área nos úl-timos anos.

Adisposição de empresas e cen-tros de pesquisas de investirno de-senvolvimento de processos ficoumuito clara. A discussão aprofun-

, dada de assuntos de naturezaquí~mica e dos múltiplosaspectos dostrabalhos de engenharia que fazemparte da implantação de um pro-cesso serviu para mostrar a matu-ridade e alto grau de conhecimentotécnico das equipes envolvidas.

Acima de tudo ficou patente queo empresário nacional já reconhe-ce a necessidade de dominar osprocessos que utiliza.A economiae segurança nas negociações, odomínio dos diferentes aspectoscomerciais env0btidos, a possibili-dade de vender tecnologia a tercei-ros, as opções na escolha de equi-pamentos e insumos, e a destina-ção de efluentes e subprodutos fo-ramcitadas como vantagens pelasempresas que investiram em pro-cessos.

A troca de experiências como ade quase "alugar" uma fábri9a pa-ra testar um processo em uma es-cala próxima da normal,a conveni-ência de analisar mercados em po-tencial para rejeitos (ou seus pro-dutos de pequena$ transforma-ções), e a opção de subcontratarcertos tipos de trabalho enriquece-ram bastante o Encontro.

Além dos trabalhos técnicos, asconferências por parte dos repre-sentantes do CNPq e da FINEPmostraram claramente a importân-cia da ação governamental na área,tanto na formaçãode empresasdeP&O, como a Tecquímica, quantono apoio financeiro às etapas demaior risco proporcionado pelos di-ferentes programas da FINEP.

Uma mesa-redonda sobre asperspectivas da área revelou oatrazo relativoda inorgânica em re-lação à petroquímica e química-fi-na. Ainda com relação a esta últi-ma, verifica-se que a capacitação

em engenharia aindanão atingiuomesmograu que a emquímica.Notocante a biotecnologia,os avan-ços foramobservadosna utilizaçãode levedurasimobilizadastambémpara a produçãode álcool.Os pro-cessos de fermentaçãovemse re-

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velando adequados para 'a obten-ção de moléculas menores a partirda degradação de moléculas com-plexas.

r:>r D~~ Encontro contou com o apoioda Fundação de Apoioa Pesquisano Estado do Rio de Janeiro -FAPERJe das seguintes empresas:NitriflexS.A. Indústria e Comércio,Petrobrás Química S.A. - Petro-quisa, Nordeste Química S.A. -Norquisa, Copesul- Cia. Petroquí-mica do Sul e Petróleo BrasileiroS.A. - Petrobrás. Os trabalhoscompletos que tomaram a formadeartigos estão sendo submetidos aoprocesso editoriale aparecerão emnúmeros subseqüentes da RE-VISTA.

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.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

QUíMICA SEÇÃO REGIONAL DO

RIO GRANDE" DO SUL:

50 ANOS DE HISTÓRIA

Oencontro dos ex-presidentesda Seção Regional, noHotelEmbaixador, no dia 23 de ju-

nho de 1987, constituiu-se nummarco na história da Seção Regio-nal do Rio Grande do Sul. Presen-tes diversas gerações de químicosgaúchos, que confraternizaram emtorno do cinqüentenário da ABQ

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Regional. Em pé da esquerda paraa "direita, os senhores FredericoMottola, Vi/sonFagundes, Francis-co M. Franco, Nelson Gutheil, Ar-thurWarth, José A. Sperotto, Cláu-dio Hanssen, Cláudio Bernhardt,Elias Fatturi, Nadiajo Mancuso,Cláudio P. Giacomet, Luiz PauloBignetti e Amo Gleisner. Sentados,

da esquerda para a direita, os se-nhores Horst Beck, Benour Bitten-court, Oscar MaximilianbHomrich,Saviniano de C. Marques, JoanaNahuys, Arino Hoefel, Franklin J.Gross, Nardi/a O. Poli e FernandoGeisel, representando o seu paisenhor Bernardo Geisel, já falecido.

Revista de Ou/mlca Industrial N'!665 - ano 1988 - 132

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No início do século um grupo dequímicos tendo à frente os Profes-sores Bernardo Geisel, Álvaro Difi-ni, Otto Alcides Ohlweiler, FranklinJorge Gross, entre outros, funda-ram a Associação dos QuímicosdoRio Grande do Sul, núcleo da atualSeção Regional dajAssqciaçãoBrasileira de Química. Desde oiní-cio o grupo pioneiro se propôs acriar uma entidade que defendesseos interesses dos químicos gaú-chos. Nesta jornada de cinco déca-das a Regional gaúcha pode se or-gulhar de ter atingido este objetivo.

Fundada em 5 de outubro de1937, a Associação dos Químicosdo Rio Grande do Sul foi o\somató-rio de esforços dos químicos forma-dos no início do século no Estado,atuando profissionalmente em di-versas repartições públicas. Atra-vés do caráter aglutinador de vá-rios químicos, em especial do Pro-fessor Bernardo Geisel, foi criada aAs~ociação que atenderia os inte-resses da categoria; que se encon-trava até então dispersa e sem re-presentafividade. Depois de con-, ".versas preliminares é realizada aprimeira Assembléia Geral no dia19 de outubro de 1937:Tinha ir;;Jíciouma entiQactenotadamenteculturalque não dei?<ou'de defender, nes-tes cinqOênta anos, a classe dosquímicos gaúchos. Veio a suceder-lhe, em 1941, a Associação Brasi-leira de Químiça, Seção Regionaldo Rio Grande do Sul.

A fiscalização do exercício pro-fissional seria a preocupaçãoemergente da nova entidade. A

atuação classista representava aconquista gradativa ,do espaçodestinado aos químicos dentro dalegislação em vigor, que não pri-mava no,atendimentç:>de seus inte-resses. Foi o momento em que oatuante Sindicato dos Químicos doRio de Janeiro intensificou.o inter-cãmbio com a Regional, forçandouma tomada de posição das enti-dades regionais para o lançamentodos sindicatos locais. Como amaioria dos sócios da Regionalnãoapoiava a criação de,um sindicatodevido ao pequeno número de re-gistros profissionais, a Seção Re-gional ocupou umaposição.de enti-dade de classe até o surgimentodoSindicato dos Químicos em 1949.

Após ampla discussão envolven-do a classe, em 1943, a Regionalposicionou-se pela formação doengenheiro químico,a nível univer-sitário e à formação de químico-técnico no~ensinoJndustrial.

Na década de40, a relaçãoentrea' Regional e a então "AssociaçãoQuímic8"idoBrasil teve um' inícioconflituoso. D ponto mais sensíveldesta relação era aarrecaâação,pois a Regiooal só conseguiria es-timulara seu "crescimento culturalatravés de uma diminuiçãóno en-vio de cotas para a entidade na-cional.

"O 5<?Congresso Brasileiro deQuímica realizado em PortoAlegre,em 1947, foi muito elogiado pelaNacional culminando numa políticade aproximação que resultaria napresidência da àBQ pelo ProfessorBernardo Geisel em duas oportuni-dades.

Na medida em que o país avan-çava o,;seudesenvolvimento, qes-cia o concelto da entidade nacionalnos meios governamentais, ondecomeçavam a ser exigidos parece-res sobre assuntos de importânciapolítica; econômica, soc.iale quími-ca em geral. Esta tomada de posi-ção da entidade a nível nacional, ;.,;

atingiria também a Seção Regional,sabidamente um dos núcleos demaior destaque na intelectualidadequímica brasileira nos anos 40/50.

O VII Congresso de Química rea-lizado em Belo Horizonte, em 1950,determinou um reconhecimentoque nenhuma outra Regional con-seguiu obter. Ao instituir um prêmiopelo melhor trabalho apresentadopor um sócio no Congresso, a Se-ção Regional empreendeu umatentativa bem sucedida de estimu-lar a produção intelectual e cientí-fic8t O nível dos trabalhos apresen-tados foi reconhecido nacional-mente, marcando a representaçãogaúcha em número e qualidade.

Uma das grandes contribuiçõesda Regional, considerada modelona déq,ada Qe 50, foi a sua produ..ção cultural e algumas mudançasintroduzidas na forma de apresen-tação de congressos. Os congres-sos da ABQ restringiam-se à apre-sentação de trabalhos de pesquisae parte social. Coube à Seção Re-gional inovar os programas doscongressos nacionais, já a partir de1956 no 12<?' CongressoBrasileirorealizado"em Porto Alegre. Passou-se à modificação no sistema de de-bates, fracionando os congressis-tas em pequenos grupos de espe-

5Revista de Química Industrial N~ 665"- al1o 1988 - 133

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cialistas obtendo grandes resulta-dos. Este aprendizado teve inícioum pouco antes com a maior reali-zação científico-tecnológica feitapor uma entidade nos anos 50: osCongressos Estaduais de QuímicaTeçnológica. .

O I Congresso Estadual realiza-do em 1952, em PortoAlegre, obje-tivava fortalecer as reláções daclasse com a indústria e facilitar apenetra'ção dos químicos nosm~ios industriais e tecnológicos.

, Porisso,oCongressofoidireciona-do para as perspectivas e terqáti-cas'da Inqústria e TecnologiélQuf-mica. A propQsiçao era fazer um le-va,ntamento da tecnologia químicado Estado, preenchendo uma la-cuna deixada pelos congressosbrasileiros que versavam sobre oensino da química. Neste primeiroCongresso houve concomitânciade reuniões, duas a três ao mesmotempo, tal era o volume de traba-lhos apresentados. Era a primeiravez que se ingressava na análiseeconômica num congresso de quí-mica realizado.no país. Neste fatoreside d car~ter revolucionário deuma das grandes realizações daSeção Regional do Rio Grande doSul. .

O 11Congresso Estadual de Quí-mica TecDológica foi realizadoparaque a Regional pesquisasse e de-tectasse as possibilidades de in-dustrialização do Estado. Como aárea de Pelotas e RioGrande eraosegundo centro industrial do RioGrande do Sul, foi considerado olocal ideal para a realização de umcongresso. Assim, Pelotassediouo11Congresso Estadual em 1955,contando com a contribuição dasindústrias regionais, do governodoEstado e alguma subvenção daPrefeitura de Pelotas. Este con-gresso inovou na apresentação detrabalhos, selecionando por áreasalternadas de conteúdos, para nãose tornarem repetitivos na suaapresentação. Ele também era re-volucionáriona forma: duranteo diaeram apresentados trabalhos depesquisa e atividades paralelas; ànoite eram prof!3ridasconferênciase debates sobre temas nacionais eregionais. Embora o seu temáriofosse variado, ele abrangia indis-

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tintamente a economia gaúcha. Es-ta era a característica comum aosdois congressos estaduais.

A sede da Regionalfoi compradaelTl 1953, na gestão de ArthurWarth, para responder ao aumentoconsideráv~eldo quadro sociál nasdécadas de 40 e 50. A aqu1siçãorepresentou um marco ria históriada entidade, movimentando, naépoca, a significativa quantia deduzentos mil cruzeiros.

éomeçava a amadurecer a orga-nização cultural, política:!"ead!;Tlinis-trativa da Seção Regional dó RioGrande do Sul no final dos anos50.Respondendo a diversos compro-missos perante os seus associadose a opinião pública em geral, elamantinha regularidade em suaatuação.

A Seção Regional sempre esteveatenta aos aspectos do exercícioda profissão e iniciou um movimen-to em 1963, em busca de uma de-finição para o salário mínimo dosquímicos. O movimento teve a par-ticipação do Sindicato dos Quími-cos e buscoujunto cOr)1as demaisentidades de classe do país, umdecreto que regulamentasse a ma-téria.

A interiorização iniciada com o 2<?Congresso Estadual de QuímicaTecnológica, em 1955, teve a suacontinuidade nos anos 60. O cole-ga do interior passava a ser alvodeinteresse, tanto por suas necessi-dades, quanto por metas que aSeção Regional tensionava atingir.As diretorias da década de 60 pas-saram a oferecer oportunidadespara que o profissional do interiorpudesse se desenvolver, atravésde palestras e conferências. Assimos químicós de Caxias do Sul, Pe-10tas,São Leopoldo e Rio Grandemantiveram contatos freqüentes eatualizados cõm a tecnologia daépoca. Era uma tentativa de criarmelhores condições para o quími-co na indústria. Começaram a seroferecidos jantares às principais In-dúStrias Químicas, ocasião em queo dono da indústria em questão,falava sobre os aspectos de suaatividade. Um pouco da históriadaindústria gaúcha foi, portanto, con-tada nestas oportunidades.

Uma nova forma de arrecadação

foi adotada neste período. O siste-ma de enviar 80% da arrecadaçãofoi substituído por uma contribui-ção adicional além daquela exigidapela Nacional. Este sistema dupli-cou o valOrda anuidade, mas eraaúnicélfórmula capaz de dotar a Re-giori"-àl de uma arrecadação ra-zoável.

No final da década de 60 a Re-gional incentivou debates sobrecurrículos mínimo$ dos cursos d,eQuímica Industrial, EngenhariaQuí-mica e Farmácia. Embora pudesseemitir pareceres sobre a matéria,graças a elevada cap?citação pro-fissional de seus membros, a Se-ção Regional procurava tomar de-cisões que tivessem respaldo nasociedade. Assim, junto com asdemais afiliadas ajudou a formularos novos currículos. Para isso con-tou com a colaboração de seusmembros, Maximiliano Homrich eSaviniano de Castro Marques, naelaboração dos tópicos enviadosao Conselho Federalde Educação.

Após um decréscimo de ativida-des ocorridas em todo o país, nofinal dos anos 60, ocorrem uma sé-rie de eventos que modificam estequadro. O 17<?Congresso Brasileirode Química realizado em PortoAle-gre, em novembro de 1971, reati-vou o interesse dos associados eda comunidade gaúcha pelo traba-lho realizado na Regional.

Contrariando os prognósticos dogoverno federal que consideravainviável a instalação de um PóloPe-troquímico no Estado, os gaúchosiniciaram sua discussão no 17<?

Congresso Brasileiro de Química.Com uma participação efetiva dosdiretores e técnicos da Petrobrásentão presidida pelo general Er-nesto Geisel, o Congresso lançouas sementes do Pólo Petroquímico.

Na década de 70, iniciaram oscursos ministrados periodicamentepela ABQ Regional para profissio-nais em química, profissionais libe-rais e estudantes.

As diretorias começavam a cen-tralizar suas promoções sobre aárea Petroquímica. Eram incentiva-das visitas ao 11Pólo Petroquímicoda Bahia, além da promoção deciclos de debates sobre a avalia-ção de produtos petroquímicos.

Revista de Qufmica h'ldustrial N'!665 - ano 1988- 134

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Com o início da irT;1plçmtaçãodo Pó-lo gaúcho, já no final.da década de70, o assunto exigia atualização eacompanhamentos de conressos,conduta amplamente utilizada~pelaSeção Regional gaúcha.

Tem início no final da década de7Gla'prorneçãonoâmbito da.Regio-nal e da comunidade 'g~úcha; d9DiaNacional do Químico. Começa!ram a ser remetidas cartas à indús-tria e.comércio locais, soliCitandoadivulgação do eventO\'~ntrevistadoem feleviãd' local, no diá 18 de ju-nho de 1977; o então presidenteArno Gleisner, divulgou esta dataagora incorporada ao calendárioda comunidade.

A ABQ Regional passaria a cola-borar com a realiZa.çãodas Sema-nas Universitárias Gaúchas sobreQuímica e Engenharia Química, apartir de 1979.'Airavés da conces-são de prêmio~ obtidos junto a em-presas e nâ divulgação da SemanaUniversitária, éi'Regionalacentuariaa sua integração com a represen-tação estud~ntil, abrindo camintlopara promoções deste tipo nosanos80. .

A Regi0nalg'aúcha estil'Quladapelo clima de abertura cultural epolítica do país, na década de 80, ecom o reflexo,das atividades de~'senvolvidas nà 'área da quírmica,expandiu o seu,calendário cultural.Os cursos passaram a ser umadasprincipais fontes de arrecadaçãoque nesta décadaérepousa,numtri-pé: anuidades, saldos dos cursosealDlicação de saldos disponíveis,viabilizando a manutenção .de di-versas atividades até a presentedata. Uma nova orientação buscouatili]gir, p,rincipalmente. as repre-sentações estudantis.

A pouca ênfase dada a educa-çãonos planos governamentais. eo fato do mercad6de trabalho serpouco exigente quanto ao aprimo-ramento dQs profissionais. levou aSeção 'Regional a e:?timqlaro dé-bate no âmbitg dás representaçõesestudantis. Buscando informar osassociados e discutir. as relaçõesno merc~db de ffabálho foram1fei-tés amplos debates' sobre o as-sunto.

No 21~ Congresso Brasileiro deQuímica, em põrto Alegre, a Regio-nal lançou o Jornal"Matéria::'Pri~ma". Começando a circular em1980,'p>orUmg ihiciativ~ da comis-são @>rg'arni:za.doradeste côrngresso,o Matéria-Prima foi mantido após aconstatação do sucesso desta pu-blic.âç~ãq...Com 1000 exemplaresinicfàis, passando a 2200 em 1981.o periódico alcançou ampla reper-cussão enquanto cir~ulcau. ~téquando foi. possí~eJ. q tV:1~!éri~-Pri2~ma fez chegar a~s«~ócios;inforr:na-ções especializadas da Química eda Eng~nharia Quím~cp.,pcopagoutrabalhos técnicos e ciéhtifiéou ati-vidad~s da R~gion~lieâa Nacional,constituindo-se num excelente veí-culo de divulgação. As dificulda-desfinanceiras não permitiram asua continuação.

A partir de198~ a ABQRegiolilalpassoCl a~organiza.r- as homena-gens do Dia Nacional do Químico,congregando as diversas entida-des de classe no Estado. Um co-quetel comemorativo realizado emconjunto com o Conselho Regionalde Química. Sindicato dos Quími-cos, . APEQ (1985 e 1986). SBQ(1985) e Sindicato ãaslndústriasQuímicas (19815e 1987)~passou amarcar o evento. Nesta ocasião.começaram a.ser prestadas asho-menagens aos destaques da Quí-mica hoRio Grande do'Súl com aentrega~ãe~placas alusiv~s às mo-dalidades dê' atuação: M'?igisterlo,Pesquisa, Apoio Profissional, Em-presáriô"e Indústria.

Nestes cinqüéma anos ,a Asso-ciação Brasileira de Qaímica Re-gional do Rio Grande do Sul sêm-pre este~e à frénte'na defesa dosinteresses'da:classedos qüímicos:qu~ndo em 1937 foi fuddada a~s-sociação dos Químicos do RioGrande do Sul, primeira do gênerono Estado e uma das.pioneirgs no

. país; quando procurotj. reerguer asoutras regibnâis~través do'traba-lho do Professor Bernardo Geiselnaâécada de 40; ria'iriovação daapresentação de trabalhos em con-gressos brasileiros dê' química nadécada de 50; na realização dosdois congressos estadúais de qúí-

Revista' de Quimiêa IndustriarN~ 665 - ano 1988 - 135

mica tecl1ológica; na interiorizaçãolevada a efeito na década de 60; noinício da discussão da instalaçãodo Pólo Petroquímico gaúcho noCongresso Brasileiro de 1971e emtodas as discussões de vanguardap"araa categoria.

Festejoti do Cinq~entenário

Cumprindo fielmente o seu papel. etranscendendo~suaimJ>ortância

no seio aa socied1:idegaúcha,aAssociação Brasileira d~ QuímicaRegional do Rio Grande do Sul co-memora o seu cinqüentenário coma publicação de uma revista, Foi a.forma que esta geração encontroupara homenagear os precursoresdas atiyidades técnicas. indus-triais. acadêmicas e científicas daciência química.

O trabalho foi realizado embincomeses de levantamento de dados,pesquisa e entrevistas com ex-pre-sidentes dá Seção Regional, ondeprocuramos ilustrar o seu empenhopela entidade. Dos 35 ex-presiden-tes que comp>useramo quadro di~retivoda 'Regional.Fforameritrevis""tados 27, em quase dois meses decontatos. Este encontro, sempreagradável. foi fundamental paraque pudéssemos realizar este tra-balho.

A finalização qe!?,televantamento,no mês de agosto conto"ucom umencontro do ex-presidE3nteno Ho-tel Embgixador, oçasião única nahistória da entidade. reunindo'di-versas geraçõe$ de químicos gaú-chos qué confráternizaram em tor-no de um mesmo ideal: o dinqüen-tenário da ABQ Regional.

Como apoteose do'sfestejos serárealizado de 9 a 11de novembrode1987, no Hotel PláZa São Rafael,em Porto Alegre. o 11Seminário-Empresa Nacional é Qulmica Fina- Desenvolvimento Regional. Oevento discutirá a importância es-tratégica dá Química Fina para odesenvolvimento regional, aprovei-tando o ensejo do cinqüentenáriopara credenciar definitivamente aRegionalcomoinstituição voltada'1:tdefesa dos interesses dos químl1cos'gaúchos. il9V

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PRIMEIRO SIMPÓSI'O DO

RJO DE JANEIRO SOBRE -ESPECTROMETRIA DE ABSORÇAO

ATÔMICA COM ATOMIZAÇÃO EM

FORNOS.Rio de Janeiro, Brasil-18 à 23 de setembro de 1988

Pela primeira vez, um simpósiointernãcionaLsobre espectro-metria de absorção atômica

com atomização em fornos estáplanejado para ocorrer na Américado Sul. O simpósio do Rio de Ja-neiro apresentará desenvolvimen-tos recentes, bem como uma revi-são do progresso da técnica, trintaanos após a sua introdução em1958. Os tópicos abrangerão: (1)estudos fundamentais; (2) novosavanços em instrumentação; (3)materiais dos fornos; (4) introduçãode amostras, incluindo análise di-reta de sólidos; (5) desenvolvimen-to de métodos para a análise deamostras reais e (6) novas aplica-çôes. O Simpósio ocorrerá no Au-ditório do Rio Data Centro da Pon-tifícia Universidade Católica do Riode Janeiro (PUC-RIO).A língua ofi-cial será o inglês.

Programa Científico

Conferências plenárias proferi-das pelos mais conceituados cien-tistas da área permitirá a apresen-tação do estado da arte em espec-trometria de absorção atômica comatomização em fornos. Tambémocorrerá a apresentação oral detrabalhos originais. Os resumosdostrabalhos a serem submetidos de-vem ser escritos em inglês, espaço

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duplo em papel branco 21 x 29,7cm (A4), com 2,5 cm de margensem toda a volta, contendo título,afiliações dos autores e texto, nãoexcedendo uma página. Os resu-mos devem ser recebidos até o dia15 de maio de 1988. Os trabalhosoriginais serão publicados no Jour-nal of Analytical Atomic Spectrome-try após apreciação pelos consul-tores da revista.

Conferencistas Convidados

Os conferencistas convidadosincluem os seguintes cientistas:H. Berndt (República Federal daAlemanha)L. Dittrich (República Democráticada Alemanha)H. Falk (República Democrática daAlemanha)W. Frech (Suécia)J.M. Harnly (Estados Unidos)JA Holcombe (Estados Unidos)K.W.Jackson (Estados Unidos)M.T.C. de Loos-Vollebregt (Ho~landa)B.V. L'vov (Rússia)C.J. Rademeyer (África do Sul)R.E. Sturgeon (Canadá)D.L. Styris (Estados Unidos)B. Welz (República Federal da Ale-manha)

Para outras informações e parareceber os futuros anúncios escre-va para:

Prof. Adllson José CurtiusDepto. Química PUC-RIORua Marquês de S. Vicente, 22522.453 - Rio de Janeiro - RJBrasilTelefone: (021) 529-9574Telex: (021) 31048 PUCRBR

Comitê de Organização

J.I. Alvarado D. (Universidad SimónBolivar, Caracas, Venezuela)N. Baccan (UNICAMP, Campinas,Brasil)C. Br'uhn F. (Universidad de Con-cepción, Chile)R.C.Campos (UFRRJ,Riode Janei-ro, Brasil)CA Coutinho (USIMINAS, MinasGerais, Brasil)A.J. Curtius (PUC-RIO, Rio de Ja-neiro, Brasil)F. Krug (USP-CENA, Piracicaba,Brasil)E. Oliveira (USP,S. Paulo, Brasil)A.E. Mendes-Bezerra (UFC,Ceará,Brasil)C.L. Porto da Silveira (PUC-RIO,Riode Janeiro, Brasil)R.E. Sturgeon (National ResearchCouncil. Ottawa, Canadá)T.M. Tavares (UFBa, Salvador,Bahia)B. Welz (Bodenseewerk Perkin-EI-mer, Überlingen, República Fede-ral da Alemanha).

Revista de Qulmica Industrial N~ 665 - ano 1988 - 136

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QuíMlC.A.f1NA E POLíTI'CAS--.",= '

REGIONAIS DE DESENVOLVI.MENTO

~~ERNESTO CLÁUDIO DREHMER

Secretário de Química Fina Ministério de Ciência e Tecnologia

Comem.

O

.

rar 50 anos de exis-tência de uma Associação

, Brasi.leirade Química emnossç País, como hoje comemora-mos aqui o dá Seção do RioGrandedo Sul, é um ato de alta significaçãoe que significa a todos os que, dequalquer forma contribuíram paraeste evento. Fazê-Ioatravésda pro-moção de um Seminário para de-bater um dos candentes problemasque a todos nós preocupa, revelaoelevado nívelvdosdirigentes e pro-,motores deste encontro.

Por estas razõeS,o Ministério daCiência e Tecnologia e, emespe-,cial, a sua Secretaria de QuímicaFina, não só se sentem honradosem participar deste Seminário, co-mo estamos certos de que,'o con-junto das intervenções que aqui sefizeram, muito contribuirão para en-riquecer o nosso campo pe visão eatuação, considerando que o setorda Química Fina vive um atrasohis.tórico em sua implantação econsolidação em nosso País.

Em encontros como este, sen-tam-se, lado alado, representantesdo .poçJerpúblico, das institwiçõesacadêmicas, dos Centros de Pes-quisas, das.CIassesempresariais,eos profissionais da área, que bus-cam somar seus conhecimentos eexperiências"procurando identifi~car os caminhos que nos permitamsair do subdesenvolvimento nestaárea do conhecimento científico etecnQlógico. A QuímicaeFinaenglo-ba uma gama de produtos, cujoconsumo crescente nos arrasta ca-da vez mais a.uma maior depen-dência externa, exaurindo nossasescassas divisas e diminuindo,nos-sa capacidade decisória nestecampo de elevado significadosocial.

A Secretaria de Química Fina,dentro do Ministério de Ciência eTecnologia, deu início a suas ativi-dades com a designação de seuti-tular, o que ocorreu h.ádwassema-nas. Todavia durante seus doisanos de existência, o Ministério deCiêncig e Tecnologia não descuroudos problemas afetos""à QuímicaFina, tendo atuado através de suasagências prqmotoras - FINEP eCNPq, de órgãos como o InstitutoNacional de T,ecnologia e àinstitutoNacional ,de Pesquisas Especiais.

Deve ser destacado que não so-mente o Ministério de Ciência eTecnologia, em termos de GovernoFederal, atua na área de QuímicaFina. Estão envolvidos 'também' oMinistério da Saúde, principalmen~te através da CEMEiCentral de Me-dicamentos, o Ministério da"lndús-triéi'e Comércio, através da STI-Se-cretaria de Tecnologia"lndustrial edo COI-Conselho de Desenvolvi-mentolndustrial, o Ministério daAgricultura através de seusOrgãosde'controle e fiscalização sobrede-fensivos agrícolasre produtos vete-rinários, o Ministério çJaEducaçãoatravés de suas Universidades"~Institutos, entre~oufros. Assim, afofmuJaçãodas políticas governa~mentais, a nível Federal, de 1T)0dogeral, requer acentÕada participa-."ção e entrosamento intermin!sterial,sendo reconhecida também a ne-cessidade de ITLaiôrarticulação ecoordenação para oma ação maiscônjuntaeunificá>:iá".

No amplo e eomplexo campo daQuímica RrIâ, e, partindo do está-gio embrionário em que nosencon-tramos em termos de absorçãoci-entífica e tecnológica, a Secretariaque ora se implanta terá o papel decoordenar o estabelecimento de di-

Revista de QulmicalndustrialN~665 - ano 1988 - 137

retrizes e instrumentos de ação daPqlítica Nacional de Pesqu,isae De-senvolvimento para esta área.

A Secretaria tratará ainda da im-plemeptação e acompanhamentoda execução da referida Política emais, estimulará planos, projetos eestudos para a pesquisa e desen-volvimento em Química Fina,acom-panhando a realização de açõessetoriais e dando ênfase à forma-ção d~ reçursos humanos especia-lizados necessários.

Cpm estes.objetivos, aSecretariade Química Fina pautará sua con-duta pelas seguintes diretrizes,sem prejuízo de outras contribui-ções que surjam dos setores inte-ressados:1C?)Incrementar a destinação derecursos às agências de fomentotecnológico, buscando ampliar oapoio financeiro às atividades depesquisa e desenvolvimento, sejaanível de empresas, Centros de Pes-quisa, Universidades e instituiçõesafins;2C?) Acelerar aJormação de recur-sos humanos em Ciência e Tec-nologia voltada para a Química Fi-na, de forma a satisfazer às neces-didades mais imediatas;3C?) Apoiar o estabelecimento demecanismos que visem facilitar orcrutamento e o aproveita,[11entodecientistas e técnicos estrangeirosno País;4C?)'Lutarpelaintroduçãodeincen-tivos fiscais e tarifários para a aqui-sição de equipamentos e materiaisnecessários à pesquisa e desen-volvimento na área de QuímicaFina;5C?) Incentivar a concretização deprojetos de cooperação científica etecnológica na área de QuímicaFina, entre o Brasil e outros países

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ou organismqs internacienais;6<?) Estimular'e proteger' to.da~equalquer iniCiativa qüe'vise @)de-senvolvimento autônomo de tecno-,log~as; na área âeFQuífi)1içà,Fi~a IiIOPaís.

~

Durante a realizaçãodeste Semi-nário, constatamos que várias dasintervenções manifestadas coinci-dem com preocupações do Gover-no Federal.

Entre estas anotamos:a) Estimular" a integração vertical

da',ptodÚção n,acionaln~sta área,ot)jetivandom'9.iõreficiên'Ciae auto-nomia tec~nàlógiêae'emr:rresárial;b) "Caril' base,ino mo"àelo aãotadopa:ra:á implantaçãoe dê'senvOlvi-ni"e'nto da ihdústria petroqüíniicaemcnbssê{País, apoiar acriação'deem'preSá çapacitada a prestarapoiÓ#empresariá.1 e técni~'õ a pro-jefos oe 0uímica Fina;cr 'Priorizã'rb desenvolvimento detecnologias deinteresse'>estraté~i-co ao país nos empreendimentoscônjúntoscom instituições estran-geiras;d) Apoiar' aarnpliação da prodlJ-'ção de~medicam'entos"'paraas po-pUlações de' baixa renda.

. 'Referimdo-nIDs,agora, mais e~~pecifiêim1ente ao tema que no,séProP..€)sJoi,d~sejamos colocar~algu:cmas Pr~!J1issasq!J~,em nosso en-t~n~~~,podem justificar a idéia de,um deserr~Qlvimento da Quír;niçaFina,a,níveis regiom:iig.

A amplitude do território brasilei,.ro, com suas variadas 'condiçõessócio-econômicas ensejam a exis-tência de ""ocações regiônai$'parao "desenvolvimento da QuímicaFina.

A natureza desta área requerumavançado conheci,mentÔCientífico,e}eçnolqgico, aliado a 'éxi~tênç}adê especialistas 'e mão dê ol;>ra,qualifiçad.a, a facilidade de oi)ten-ção oe matérias-prima~,a condi-çõ~s' fávoráveis para.uma,integrà-ção \l,edicala, porfim"ma.s não me-nos [mpor(ànte, "a existência demercado poteriéial para produtosintermediários e finais.

A Região Sul atende, em boaparte,.a algumas destas cOQpições,especialmente nõque Jange a re-

1,0

cursosOJ~umanosi~~isp~~sáveJs atÇ?dasas" etapas dQ"lon,~b'procéssoqwe caracteriza aiQuímica Fina.

Ne~ta g~rspectiva, ig1aginamosque a regi9nali:z,~çê-q.J:~'ps~a dar-seatravés âaimpfantaç~b~cjerolos deDesenvolvfmentàs âé Qufmic'à"Fi-na. Para tanto, além das pré-condi-ções anteriormente citadas, é defundarnêntãlimport~neiá o empe-nho dos Governos,Estaduais, atra-vés de suas Secretarias de Estadodiretamente envolvidas,.bem comodoempr~sariadq.loq.alll'~' qa$ insti-tutçp§$univer$it~~as~t;e te_~nQlógi-ca's,qesta área. '.'

Estes Polôs de'DesehvolvimeAtopara a~QuírriicaFiRasão"pensadoscomo núcleos irradiadores de tec~nologia' paraoaquelas especialida~des mais ajJ:JstaGlp.s"acada~regiãà.

..1:-concf~tizaç~o dos mesmosd~f'.!se-ia atrav~g éIg.cqnjuga"çápdbs esfórços do empresariado;dasinstituições univêrsit~rias.~ depes-quisas, ~ dos podere~,,~~blicàSre-gionais oú locais, alavarícadas'pe~Ias agêocias prômotora~' <!a~reafederal.'- -"

V~ncidas as fases. de estudo evtabili.,gade geral,seg4ir~.s,f:J-iaa ilJs,.talação de PlantasPjloto Multiero-PQSilQ-capa{:es de d~senvolverprqce.ssq~de interessedas er:npre-sas,sucedepdo~se a$ analises deviabiljd~d~téçoicaeecgónômica decada"projeto espedficq.,

"ÀsreferidàsPlantasMulilpropó~sito teriam ainda o"papelde asse~guraLa sustenta~ãofecilológicadoS'.projetos implementados. ,~

Tais' PoloS' de Desenvolvimentopoderp ser sob a forrriâ'de'Distritos'Industriais, oO'air'\da,de/forma dis-persa dentrd'das froDteíras~dé'úma" . .' <.- ~ A .mesmareglao geo-economlca.

p " " . "

çrl] ir;Jiciativa!3'qeS,.ta natureza, nointuito defomentár ~a fqrr;naçãodeDjstrito~ J.ndustriai$,. hi!,"di!)posiçãopqraófer'eçer, em condições favo-recidas, áreas para implantaçãodestas jndústrias, já providf:is,p.einfraestrutura ampla, inclusive utili-dades, facili~ades de tratamentode efluent~s, e,outros fatores esti-muladores. -

Caberá aos órgãos, a'níveLFede-ral,.apoiar e,harmonizar o planeja-

rrilelf,ltw."o~.diversQs. Pq,los Regio-~ai~. iptD,sq'andpla cor;npl~mentarie-dadle'le"'sl!1a'viàbilização!1'

S.~o pqç...d~rTJ..ai~qonh~"çida~ asvoé9ç~efGla>l~~.9lãoS~1 dO~E3rasil~,dispen'$~hdo~nq,$ %~0~cJtá,~la~.M~a$não será demais enfatizar, a impor-tância geográfica, no momento emque se toma consciência da impor-tância da integração Latino-ameri-cana, em especial a aproxir:nBçê,o'econômica com nossos irmãos ar-gentinos.

EntendefDOs qU,e um papel rele-vanteàS~cretari.a.deQuími'ca. Fina}será o d~ ~stirnul~reparticipar "de.-

plan~jamehtosq,U'~evi~em reduzir'as disparidadesregiõ'nai$, as quais.,," -,;,~'tendem a agravar-se 'se. deixadasao livre jogo de mercad~.

Aw,magnitudedo~'problemas so-ciais eliOnosso País, onde 80 mi-Ihões,€je brasileiro.s não têrrnaçessoa rnediGalJ1ento~a não ser. comaajuda gso}.!er,namental,exigie denossa parte mais do qUe urna,to-mada deposição. um ingente es-forço Goletivq,envIDlvendo,.s~mpreqUe po&síy~l,o.oosso'empresaria-do., para extirpar, a médio pr8?o;e$ta chaga social.

Tendo-nos cabido a. incumbên-cia defazerm'Os o último pronun-ciamento deste encontro e'colocar,.,mos o enfoque com, que preten~demÓs orientar nosso trabalho .naSebretaria de Química Fina, queo"'rase.inicia,desejamos~enfatizaraimportância que atribuimos aospronunciamentos e debates havi-dos nesteencóntfo.que muito enri-qoeceram nossa 'Visão sobre estaprOblemática. É verdade que pre-dominbuo~levantâmentode proble~mas'e as dificúldaâesqué'seapre-sentam 'para as respectivas solu-ções. Talvez seja mais confortávelo enfoqoe destes,problemas quan-do parte do ângulo de empresas~consolidadas em âmbito nacional.einternacional as quais vêemna Quí-mica Fina óma nova área de inves-

- timento, Do lado governamental,entretanto, em que pese as dificul-dades e.desacertos existentes, éimperioso buscarmos uma saídanão só para aViabilização dos em-preendimentos do setor privado,mas também para melhoraro aten~

Revista de QUímica IndustriàI:N'!665..,...ano 1988 ,""",,138

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diniEmto, 'nó que tange't<sauàe'pú-blica, àos80 milhões de brasileiroscarentes quê' estão'forao/idaS" aAáli~ses mercadológicas.

Parece-nos uma utopia, requerer-se que um f?aL~como o !lOSso,~comas imensas dificuldades sociaise.

e,econômica~, de tedos cqnhecidas,

e faoní"'iumacãrãcterístic~a cúltufâlde reduzieJo planejamento de longo

prazo (até.. porque poderia ser deescassa' cõFlfiabilidade),' ou '5e]a',que nestas cOlldições, tenhamoscomo premissa básica um plano deIOl'1go"ralcanceque ofereça garan-tias contrã 0$ tiscôS inerentes à

propriáatividade emp~esarial.'Ao ferminarmos este~ pronuncia-

mentO'; qu'erêmos manifestar-nossoenfenbimentb de que estes primei-ros contatos não se encerrarãoaqui, '..epermaneceremos abertosao diálogo em qualquer obitraopor-tunidade.

~

aufMICA FI'NA E'" '" , '1;. ,;>

DESINVOL VIME'NTO N'ACtONAL

E' 'sta' âpreserítáção visa incen-tiVa'r'éf diseussão sobre à si-tlJa~ão'e;ã~possibilidàdesGie

expaAsão"dáQuímicaFina (Gllf)'nbBrasilê S'ôbre1J'ôsfêfeitosdecórren-tes em'relação\àQ desenvol'Vimentbeconômico e social.

Pretend~r ainda, estimular óde-bate sobre o paJ!jeldoEstadbfdasempresas estatais e privadas na-cionais edas transnaciofla,is naoCClpaçãoidestesUbsetor.

~i

L,O'SEIOR,QldfMleO (SQyg G)"P'QSICIONAMENTO DOS19BSETGJADA QUfMICAFlNN(QF) ~

1.1 ~. Delimitaçao ao SQ" f

"

o SQ' pode ser4ratado deformaâbràngente,'cómo cOristitUif::lôpe-Ias atividádes êoncernentes' atransformações moléculã'rês;0UdáfQrma restrita,dímo o COAjUntOdêatividades destihaêJãs~à prodÜlçãõde produtos químicos.".i

..

1~2 ~ Situaçãode SOmaIndústriadeTra.nsformação

.A;»PQsiçãbdo ,ser dentro dâs in-dústrias de transformaçãoe suacOAtrrDuiçãoao 'PIB'constam doQlJiàdfóf

~LJRT PO~jTZE;RDiretor, GETECe Ind. Quim: Taubaté.. , ,~ "

.>{

'-0

~

~

Avaliaçoes mais"recentes%(relati-vas a dados de 1984) estfmafn nogênero "Química" a produção decerca de US$ 15 bilhões, com ex-

~. "'.portaçãoae. cerca. qe,t(jOfc:,e.parti~'cipação de 5% no PIB. No período1980 a 1984, o quadro ae comércioextefiôr no setor situou-se como AOQuadro 2. ~

'cJ

êm partiq,ularE!,especialmente, pa-ra't:Jma"avaliaçãode níveistecnoló-gicos, é aconselhável dividiro SOem subsetores de razoável homo-geneidade. A fim de se~uil'"mode-los adotádos para finalidades aná-logas, usaremos a cíassificação doMinistérioda Indústriae do Comér-cio no trabalho "APolíticaIndustrial

1.3 - Subsetores do SQ

Para uma apreciação do estágiode desenvolvimento do SOe da QF~,

Revista déQUll11icitndostrial N'!665 -ano 1'988- 1'39

e suas Diretrizes Setoriais", publi-cado pela Portaria n<?012,de05.02.87 do Ministro de Estado da

Indústria e do Comércio.

11

QU;(DRO 1 SITUAÇAQ DO SQ NA ECONOMIA (1980r"

SQ " Valor'da Produção Valor da Transformação %do

% da Inct de Transformação % da Ind. de ;rransformaçãoo PIB

Definição restrita 19,3Ó 14,70 4,40".. -

Oefinição abrangente [>J,20 59,40 17,70&

QUADRO 2 50 - COMERCIO EXTERIOR U.S. BILHOES

ANO'" IPORIAÇÃO EXPOf,JIAÇÃO SALDO

1980 3,1 0,6 (2,5)1981 2,1 0,9 (1,2)1982 1,2 0,9 (0,3)1983 1,5 1,2 (0,3)1984 1,6 1,5 (0,1)

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A Câmara Setorial de Química,qye p~rticipou deste trabalho, con-siderou como importantes os sub-setores de Química Básica, Quírni-

ca Fina, Fertilizantes e Papel e Ce-lulose.

1.4 - Situação dosSubsetores

No"Quadro 3, procuramqs a vi-sualização esq!-lemática da situa-ção destes subsetores:

Verifica-se ser a QF carente deatenção edeapoio a fim de,colocá-1'í'~'" ."Ia em Rosiç~o mai~ prõximaa dosoutros súbsetores 'de químic~,

1.5 - Caracterização da QF

- elevado conteúdo tecnológicodos produtos -

- complexidade dos processosprodutivos- dinamismo na substituição dos,produtos- investil]ento fixo afto por uni,dade de capacidade produtiva- mercado reduzido em compa-ração com o dos básicos

O fáturamento anual, a nível deconsumiaor final, é, no Brasil, daordem àe 4.000 milhões de dólarese õ "valor internaâo aà importação

de matérias-primas, intermediáriose prop4tos finais ~ equivfllente acerca de 1.400 milÃóes de â61aresam.iqis

A importância dos produtos deQFse evidenpia através da consi-deração de alguns dos principaiscampos de aplicação (Quadro 4).

A complexidade tecnológica exi--geque, paraa viabilização técnico-econômica, haja elevados rendi-mentos nas transforamaçõese nasoperações de separação e purifi-cação.

Considerando-se uma média decinco etapas dos processos produ-tivos, verifica-s'"ea quedá rápida dorendimento globgil em função dosrendimentos,das"etapasi'hdividuais,-~

(Qua9ro 5).- .

12

Cada etapa pode ser esquemati-camente representada como na Fi-gura 1.

"'AG)Fse apoia em conhecimentocientíficos e tecnológicos de váriosoutros campos, tais como biotec-nologia, informática, bens-de-capi-taletc. Por conseguinte, o seuavanço tecnológico endógenomantém _estreita, re~ação com oavaoço.de tqjs cqnhecimentos nopaís e ograu~de dependência tec-nológica é função, entre outros, daoferta interna de tais conhecimen-tos científicos e tecnológicos.

2. SITUAÇAODA QFNOCOMI2LEXOQUIMICO

Superadas as indefinições depolíticas industriais referentes, res-pectivamente, ao petróleo e à pe-t[oquímica, testemunhoup paísde-senvolvimento importantes concel'-nentes à industrialização daquelessetores. A petroquímica instalou-semediante importação de tecnolo-gias mode'mas e ofertqu uma ex-tensa gama de matérias-primassob forma de produtos básicos epreçursore,s, o que possibilitou aocupação de importantes setoresdo mercado por produtos fabrica-cjos no Brasil, a partir de matérias-primas também aqui produzidas.Permanecem/' no entanto, lacunaspreocupantes no Complexo Quími-co instalado no Brasil, causadorasde debilidade do~mesmoe incidin-do exatamente sobre os segmen-tos de maior demanqa tecnológicamoderna.

Emvários dos campos de aplic&i-;,ção dos produtos de Química F;ina,

Revista de Qulmica Industrial NI!665- ano 1988 - 140

QUAPRO 3 SQ- SITUAÇÃO DE SUBSETORES

EXPORTAÇÃO INTEGRAÇÃO NIVEl ABSORÇÃOg

SITUAÇÃOSUBSETOR ATENDIMENTO DA AUTONOMIA ATIVIDADEDEMANDA,INTERNA VERTICAL TECNOlÓGICO TECNOlÓGICA P&D GERAL

Química ásica 3 3 3- 2 2 2 2 2,1Química Fina 1 1 1 1 1 2 2 1,3Fertilizantes 3 1 2 2 2 3 1 2,0Papel e 3 3 3 3 3 3 2 2,9Celulose

" "

.

Q.F. - APLICAÇÃO dÉ PRODUfosQIi!IADRO4"- -,."

CAMPOS DE APLICAÇÃO PRQDUT0SDE QUíMIGAçINA. ..

Agricultura" . FitossanitáriosInaústria Farmacêutica . Insumos Farmacêuticos tõ

Indústria Alimentícia . Gorantes, enzimas, vitaminas, preservativos, etc.Indústria Química . Catalisadores químicos e biológicos, IntermediáriosIndústria Têxtil . Gorantes, polímeos, agentes de acabamento, etc-Retino de Petróleo . Gatalisadores, aditivosExploraçâo de Petróleo . Aditivos ., ,.

QUADRO 5 Q.F. - RENDIMENTOPRODUTIVO(% teórico)

Rendimento de RendimentoGlobalcada Etapa

90 5980 3370 1760 8

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PROCESSO PRODUTIVO,QuíMICO

OP1=RAÇÕES"EPROCESSOS UNITÁRIOS

FIGURA 1

DIAGRAMA

INSUMOS

J,t.(~

PREPARAÇÃO

PROCESSO QUíMICODE

TRANSFORMAÇÃO

-

W

SEPARAÇÃOB E"PURIFICAÇÃO

Produtos". Secundários

~Produto Principal

~

a demanda é atendidá através daiI:ittp0rtaçãode .produtos finais-oude intermediáriosavançados des-tes, semá'vinéulaçãodos mesmos,através de prOcêssoprodutivoins-talado no país, às matérias-primasaqui disponíveis.Em virtude doscónhecimentostecnológitos;mer-cadológicos e gerenciaisdas êm"-presas'transnacionais e,da dispo-nibilidadede produtosintermediá'-riosque as subsidiáriasbrasileirasdas mesmas detêm juntoàs suasmatrizes e;empresas associadas,houve á' ocupação dos mercadosbrasileiros,de forma predominan-te, na maioriados campos de apli-cação, pelas empresas transna~cionais.

I'

'f

Para uma apreciação adequadadas possibilidades de ocupaçãodas.lagunas apontadas, há conve-riiênciÇida consideração da::;ten-dências do ambiente externo que

2,1 - Pano de FundoInternacional

dissolução, mistura, filtração,desiot")ização,moagem, etc.

Resumidamente, pode-se carac-terizar o pano de fundo internacio-nal, influenciador da situação bra-sileira, através dos tópicos do Qua-dro 6.

Uma conseqüência fundamentalda situação, retratada nO quadroanteriormente mencionado, con,-cerne à decisão de grande númerode importantes empresas multina-cionais dá reduzir ou mesmo anulara~sua presença em produtos bási-cos, reconhecendo estarem estessujeitos a uma competitividadeexagerada, a baixa lucratividade efacilidade de entrada de novosconcorrentes. Não são dotados denaturalproteçãó oferecidas pelo di-namismo tecnológico e pela neces-sidade profunda de conhecimen-tos mercadológicos característicosdos produtos mais nobres, de ele-va~? conteúdo tecnológic~ e a~-qumdos, pelos seus usuários, emfunção do respectivo desempenhoem aplicações específicas.

transformações com ou semcatalisadores (inomânicos,orgânicos, biocatalizadores-microorQanismos ou enzimas)

destilação, cristalização.centrifúgação. eváporação.secagem, ultrafiltração,osmose reversa, etc,

2.2 - Dificuldades EspecíficasBrasileiras

podem afetar ou mesmo cQndicio-nar desen\lõlvimentos internosdaQF.

Partindo-se da aceitação da ne-cessidade da ocupação das lacu-nas do Complexo Químico,de con-

QUADRO 6 --! PAN()9E FUNDO DA REESTRUTURAÇÃOINDUSfRlAL

1. Aceleração do avanço tecnológico e da inovação (RevoluçãoTecnológica).através déênfase em P&D,

2. Crescente conteúdo tecnológico em produtos e proçessos (microeletrônica. biotecno-logia. novos materiais) e acirramento de competitividáde em setores tradicionais,

3, Desvinculação de tendências de preços de produtos primários e de manufaturados,

4, Redução de vantagens com~arativas baseadas erl')~custo de mão-de-obra (vantagenspelo aumento, de produtividade através de investimento fixo).

5. Cooperação eníre firmas japonesas. européias e americanas (tríade JEA),

6, Países industriqlizados, visando ao mercado de alta renda per capita de 600 milhõesdaOCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos).

7, Protecionismo na OCDE e pressões para liberalização por parte dos países em desenvol-vimento. especialmente os recentemente industrializados),

8. Exigências crescentes de preservação ambiental

9, Crescente seletividade em investimentos em P&D. com influência de análises tecnoló-gicas prospectivas.

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- ~--.

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teúdo techoI6§'i'co elevado, surge aquestão seguihte:--"-quem deve preencher tais es-paços vazios"!aíihclüídosos"atuaise"0squêi surg!jr;ã'ifmediahteuso denÓvas,'tee~010giasi'tais como bio-tgG'fuoIGg~'ãs"rrnGdethas,novas'catá"I.ises,novos materiais e, deulT\'mo-

go ~er81, apJj,caç,~0,geLnform.áJicaa prgçl~§sos9urmicos e"à"p..esquisaqí,.Jímiêa? '

N0j?rasiI1~ra resposta !erá queCCfJ~slderaLoS(jpartiqig~nte,s,usuais.er:t)pf;e§~§J,priM?idp§;tgtalr;neRtema~cipnais,y,asso§:iações.entre er,plpre-sa.§.@acionéitise .estrangeiféil-s,comcOr;)trole aciol';1ário,e .decisQrJo ,na-(;io,~al'e ~rnp.çesi:!sde controle [fornão resi~el'l.tesf'O setor estatal do-mina a,proCll!çãev,dOSP!odÚtos"pe-troqpí,rnjç9sbásicos, e partiq,ipa,atriivés da.l?etroquisa" da"maioriadis,:proj~tos,de jjrodutos petroquí;;l1;1i~;"E>;~da~s du,ps ger.ações se-gujotes. ,ê,s empresas totalmentenacion~Üs~ocupam alguflla~ redu;r;Údas, á.rea"sde Q~ e são, tipican;len-t~,~de,poJte peqYeno em~pip, das",provida~,de capaçitfl9~8.AnanÇ.eirapara ocupar ampla 'parcela das la-cunas existentes no Complexo Quí-mico.

São Roucas as empresas'resuE~tantes de associação de empresasnacioljlaise estramQei!;as,.seja;comcontrole"do acionista "nacional ounão; atuamtesnosegrmento ern.cau~sa. Nos campos de aplicação demaior importância daQF; predomi"~..nam claramente as'flrmas transna-c.ionais em..função de atua,;çõese,de cónhecimentos, conforrIÍeante-riormente assinalado. Assim,consi-derando-se que a presençá estatalse encontra presente em 'produtos,Pásicos e de :1~ e 2~.gerqção depetroquímicos e que há, presente-mente,/(:JlT\atendência de concen-tração da ação estatal nas áreasem que a reduçãp de gargalos. decapacidade, em segmentos bási-cos e de 'infraestrutura, se faz es-sencial ao desenvol'Jimentoeconô-mico",esocial, restringe-se aanáliseàs empresas nacionais, às associa-ções destas com empresas de con-trole estrangeiro e a estas últimas~

Em primeiro lugar, sl:JFgea inda-gação: por que as empresas trans-nacionais, atuantes no Brasil em

14

intermediáriosavançados"eprodu- .,tos finaisde químicaifinanão efe~tuama vinculaçãoG0mas matérias-primas existentes? Éobvio que ofariam se tal atuaç""ã,p E2§!!.YeS"S&",compatibilizada com Os seus inte-resses estratégicos, com 'a remu-meraçãõ máxima e contínua dosseus acionistas e de acordo com osiinteresses pessóais dos dirigentes:~m outraS>palâVr'as,a internaciona-lização da produção só interessarácaso atenda a uma ou mais daseondições decisórias citadas, den-tro aos cond1cionanfes institucio-I)ais, legais e mercadológicos doBrasil.

Considerada a CÔrf1plê~didadeprocessual exigidá' na maioria doscasos, há difictJlâadede compa-tibilização de custos de 'prôduçãoaceitáveis com a dimensão domer-cada internobrasileiro,cuja poten-cialiGlade"teérica,'baseada em as-pectos demográficos, não se coa-duna com a dimensão real do mer-êado em virtude.dabaixa réndaperçapita de parte qôn~ideçável\daJDopulação.Assim"djante cjàópçãqôe atendimento do mercado 6rasi-leiro pela importação dê produtospara oS'quais há ampla capacida-9E2,produtiva nas I]a~izg§~qy ~rq-presas associadas oUde"proàuçãoIpca[;v~rtiçalrneflt(3'integrada. pre-valecerá, via, de reg~a a.~primeiraopção, a não ser que condiçõesbrasileiras tornem imprescindívela

,. produção local. .,,-, Por outro lado, é~limitatroo risco

de transnaciónais de perderem omercado brasileiro,para empresasnacionais, pois estas, de um modo'geral, para assegurar o 'abasteci-mé'ntode matérias-primas a preçoscqmpe~tivos, teriam que verticali-zar as respectivas produções vin-culando-se às maférias"primas na-cionais, pois~"nãopoderiam arris-car-se erp investir na base de im-portação de intermediários, cujaprodução e venda~é~internacionàl-mente, em gránde pàrte, controla-da pelas empresas transnacionais,a não ser através de~acordos comestas últimas. Contudo, perguntar-se-á se a' verticalização é impres-cindível à empresa, nacional e ad-mitida a necessidade de ocupaçãodas lacunas apontadas, haverá for~

çosamente preços mais elevadospara os"produtos.finais, errNunçãQdO$custos fixos elevados pela im~posição de inv~stimentos fixos ai";tOê'por unidade de produto pr.odu,fzida, exacerbados pela reduzida'dirmensão do mercado interno rea.l,para tais produtos.

4 possibilidade qe ampliação domerca!tfo através de exportação,esJ1>ecialmente para outros países'latira-americanos, encontra ol1stá-culos na falta de complementa~ida-de entre os países em causá Osrecentes acordos com a Argentina'enGerram alguma8,,possibilidadesde'éooperação quê começam a seravaliadas. .2.3 -liontes de,Tecno/ogias,

l.cJmdos tópicos de grande im-portância diz respeitoà obtençãodas tecnOlógias de que carecerrnas. .. ..

empresas nacionais para ocupa-rem as: lacunas citadas. Para tanto,deverno.sdeter-nos.na anál.ise su-cinta 'das pri-ncipai~fontesde tec-nolagias. O quadro 7 apresenta,resumidâmenle, algumas das pos-síveis origens de tecoologias.

~ busca de oportu,nidades deaquisição ,de tecnólogias no exte-rior te[1 revelado, em grande nú-mero de casos, s~ja a au§ência"deofertas, s~ja a oferta de tecnplogiasobsoletas e Aão competitivas. Aconseqüência tem sido anecessi-dade de desenvq,lvimentoendóge-no, o que, nos casos até agmapre.valentes, t.emsido realizadoatravésde pesquisae desenvolvi-mento (P&D).de tipoimitativoi. comrllodjficação.e aaaptação' de p,[o-c~ssos",Ptaticaaos 'em0ut(oS paí-ses~ Este tipo de .esforço tem tidoum êxito razoável, como atesta aentrada de várias empresas nacio-nais na produção, por exemplo, deum ..certo número deinsumos far-macêuticos.

Cumpre observar, contudo, queeste relativo êxito incide em produ-tos que, via de regra, já se encon-travam na etapa de avançada ma-turidade no respectivo CiCIode vi(ja

e,'portanto, sujeitos a competiçaoacirrada, lucratlvidade reduZida esubstituição por produtos situados

Revista de Qulmicá Industrial N'!665 - ano 1988"- 142

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QUADRÇ> 7

na empresa'"

P&Do;

cO!f)tr.ataç~o'"

~'.

g

Fontesde

Tecnologias~,

, simples"

Compra

vincúlada

noiníGrÔ'da ~(:JPíade maturidade ou'em fase dédeserwolvimento. NocáSÓQ'rásileirQ, acresce a circuns-tãncia ;que, ,em vários campos deaplicaçãd' de produtos de QF, osprõdutós finais têm a respectivacomerciálização dominada porsl:JIDsidiáriãsbrasileiras<de;empre~sas' rmultinaci<1:>nais..lgesta,forma;' o~risco inerente à implemegtaçãoin-dastrialdos resultados do esforçode P&D,~seexacerba~consideçavel-mente.

A inovação tecnôlÕgica, censi-d€?r.\?-dacomqoriginal a nível infer-r1q.çional,é ainda rara noHrasWé'afrqgili9agé.ao esforçp naciona,[emp~squisa básica, aplicadaeem de-$envolvirm~nto, nãoJ;)ermJte otimis-rijo qu~mtó,.às pér"spectivas"ge re-duçãp dohiato tecnológico qÜ~.r)ossepará dos paísesinçJustrialmentemaisdesenvolvidos.

POFSUq.vez; a comprasimples,sem quafquervículooutroque nãoo forneçimenteda tecnologiae orespectivo pagamento, está se tm-nando cada vez menos freqüentenes casos de elevado conteúdotecnológico e de posição inicialnoci€lo .de vida do produto. Nestescasos, as opções remanescenteslimitam-se aO esforço 'próprio de

A"'",.,J;

, ~ instituições noBrasil e/ouexterior

.

[.

.

"::::~.

d

.

.::::. de pesquisa

~

"indivíduos

[

. consu!t~res'. inde,rendentes

empregadosespecializados

(associaçãocontratação de insumoscOmpromissosde comercialização

'-

....

pesquisa e desenvolvirmente,rnui-tas vezes refmçada atravé,sde con-tratações, ouaeormpra com algu,.ma fmma de vinct.ilação. TantocacOi1tratação, principalmente cominstituições e indivíduosno exterím,quanto a compra vinculada, sofremo impacto complicador e, principal-mente, postergador de ent~vesburocráticos de vários tipos e quesó recentemente ~começam a s~rencarados por atgumas entidadesgovernarr;J,entais,çomo,.p~ exem-plo, olNPI, 1ge qualquer maneir?,pàra queiiumacompra de;tecnolo-gia resulteernreal transferênpiq.deteç:nologia, é impre$cindívelque oadqqi,rentee?}erça atividades denatureza análóga às qe P&D,con-forme hoje- internacionalmenteaceito:'iEpara que a compra se \tia-bilize é necessário que o detentmda teçno!ogiaJulgue preferívelven-,dê-Ia a internacionalizar a ,produ-ção através de inve,stimento"pró-prio e exclusivo. .-

'Conclui-se daí ~que,,$e a naçãojulgar importante a presença deempresas sob controle nacional.ocupando parcelas significativasde QF, há necessidade de estraté-gias que, sem discriminarcontra asempresas transnacior"}ais, permi-tam que a empresa nacional dinâ-

Revista de'Química Industrial,.N~665s- ano 1988.:- 143

1

mica.e berQ adrrÜnistrada~fort?leçaa sua 19'€>sição~tq.11110concernenteàsatividades~paraií\)ovação endó"gena, quanto para a aqoisiçãodoêtecnologias.e~ógenasem:~ condi~~ções4ayoráveis. Como.já,assinala:-do~não háf'fôndarmefltalmente"di-fereflça 'entre\os reql!J:isiltos?pàraql5.lea empresa trilhe ql!lalquerumdestes dG5iscaminhos, ou mesmoadote 'um óu ou1iro~conforme ascón~eniênd~s e possibilidades jul~gadasocaso~a"caso,

Que a empresa nacional deva terum",'pàfDelprioritá~io, sem ser exclu-sivo, Jla ocupação de espaços éreconhecido pela' maioria das pró-prias ;ellilpresas sob controle acio,"nário estr,anQ'eiro, conforme do~cumento da' ASIQWIM,entidadeque congregaas principaisempre-sas nacionais e transnacionais doSQ. Neste contexto,..torna-se"evi-dente que um dos 'principais obje"-tivos reside em assegurar~se umcrescimento razoável das ativida-des de pesquisa e desenvolvimen-to no país, especialmente das rela-J~ioli1adascom os desenvolvimen-tos tec;nológicos em subsetmes deelevado conteúdo tecnológico, co-mo o da QF, tópiéo que é o temacentral do item seguinte.

"

3. SITUAÇÁO:DO ESFORÇO DE~ DESENVOLVIMENTO CIENTfFICO

E TECNOLÓG/CO'"

Para situar convenientemente oesfOrço necessário às 'atividadesde P&D em QF, é útiluma análisemais"ampla, como a que segue:

3.1 - GaStos Gerais

o orçamento na União em Ciên-cia e\\Tecnologia(C e T) para 1987prevê a aplicação de 18 bilhões deC~$, sjgni!icahdo /1,3,07%do orça-mento geral da União e cerca de0,2% do PIS. Considerando-seque, se de um lado há contribui-çõ~s de alguns Estados para C e T,por outro lado o orçamento daUnião para C e T incluiitens que, arigor, não poderiam se coadunarcom' o contexto visado, conclOi-seque a participação governamentalnão ultrapassa cerca de 0,3%doPIS.

15

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Os gastos do setor produtivo dequímica não estão adequadamentecomputados; avaliações feitas háalguns anos atribuem ao SQ umdesembolso para P&D da ordemde 0,3% do respectivó faturamento.O subsetor básico, nosegmento depetroquímica",provavelmente se si-tua em torno' de gastos de 1% dareceita bruta e algumas empresasnacionais, atuantes em especiali-dadesquímicas e em QFchegam adedicar 4,5% de suas vendas emP&D.

Em 1986, no EUA, o SQaplicou4,5% do faturamento em P&D e,para 1989 prevê-se um acréscimode 9,4% a este gasto, chegarndoamais de 10 bilhões de US$. Aindanos E.UA, o total gasto em~P&D,em 1984, igual a US$ 98 bilhões,teve as fontes:indicadas no Qua-dro 8: Na Alemanha, o Governocontribui com"cerca de 20% paraos'clesembolsosde P&D nas ativi-dades econômicas e estas contri-buem com os restantes 80%.

ternas danosas, tanto para as Uni-versidades, no concernente ao seuobjetivo fundamental - formaçãode recursos humanos através deensino e pesquisa básica - quantopara o setor produtivo, que n,ão'{êatingidos, de modo geral, os seusobjetivos em tempo hábil.

A situação brasileira, em pesqui-sa básica química, é insatisfatória,conforme cOmprovamlevantamen-tos sobre publicação de trabalhos,que situam" o país em -31C?lugar.Depreende-se que o desvio daatenção da UniversidaC:lepara ou-tras tarefas poderá gerar um vácuono manancial de conhecimentosnecessários ao embasamento dapesquisa aplicada e do desenvolvi-mento. A responsabilidade por es-tes trabalhos cabe, primordialmen-te, à atividade econômica, suple-mentada, no caso brasileiro, porcentros de pesquisa que consti-tuam elos de ligação entre Univer-sidade e setor produtivo.

3.3 ~ Papel dos Agentes noBrasil

Ng Brasil, tem havido um esforçopara engajar a Universidade empesquisa aplicada er,emdesenvol-vimento tecnológico. Os resultadosnão correspondem ao esforço dis-pendido e o engajamento de algu-mas unidades universitáriasemtaisatividades têm gerado tensões in-

3.4 - P&D em QF

As atiVidades de P&D~em.QF ge

que o país Qecessita para ocuparespaços vazios atUalmenteexisten-tes e acompa.nhar inovações das

qoais surgirão novas lacunas noComplexo Químico, podem serclassificadas conforme o Quadro 9.

Classificação: 3 - satisfatória 2 - razoável

16

1 - insatisfatório

O Brasil encontra-se atualmE3nte,de maneira predominante, realizan-do atividades de caráter imitativo,conforme o item 01 do Quadro 9 etem tido sucesso razoável tanto naconfiguração de esquêmas institu-cionais para este fim, quanto naexecução de atividades pertinen~tes'de P&D e na respectiva imple-mentação industrial, especialmen-te no campo de insumosfarmacêu-ticos tradicionais. Este relativo su-cesso está intimamentevinculado àexclusão de patentes no campo emcausa pelo Código de PropriedadeIndustrial e à ordenação da implan-tação industrial de projetos aindana área de insumos farmacêuticos,proporcionada pela Portaria Inter-ministerial nC?04. Outros campos da

QF'não têm apresentado progressosemelhante, havendo receio defrustração de esforços de P&Dpelaocupação de determinado espaço,antes de concluido um trabalho deP&D, por quem possa receber tec-nologia pronta exógena, inclusive,sem passar pelo crivo do INPI.

São totalmente insuficientes asatividades concernentes aos itens3, 4 e 5, devendo notar-se que onotório enfraquecimento das Uni-versidades, local por excelência dapesquisa básica, teve como conse-qüência a atual carência extremade tecursos humanos competentese capacitados à condução razoa-velmente autônoma de trabalhosde P&D. No concernente aos traba-lhos destinados à inovação tecno-lógicae que, necessariamente, en-volvem a atuação da empresa, sejapública ou privada, faltam incenti-vos de natureza fiscal, comuns nosoutros países, bem como aportesde recursos governamentais a taisatividades, tal como OCOrremnospaíses desenvolvidos, nos quaistais aportes pareceriam menos es-senciais que numasituação como abrasileira. É notória a preocupanteinferioridade das aplicações brasi-leiras em P&D, mesmo quandocomparadas com as de país igual-mente de industrialização recentecomo a Coréia do Sul. Assim, rea.-listicamente, é preciso reconhecer-se que, conforme já assinalado,são reduzidas as probabilida.desde avanços significativos no de~

Revista de Química Industrial N'! 665 - ano1988- 144

QUADRO 8 FONTES DE RECtlRSOS PARA P&D NOS E.U.A. (8)

ORIGEM %

Indústria 51Governo Federal 46Universidades 2Organizações sem fins lucrativos 1

"

QUADRO 9 - NECÊSSIDADES DE P&D em QF' SITUAÇAO',e

01. P&D imitativos de produtos e processos existentes 3.,02. Pb orientada e P aplicada e O de inovações em processos para produtos

existentes. 2

03. Pb orientada, Paplicada e O para novos pródutos através de técnicasprocessuais existentes. 1

04. Pb orientada, P aplicada e O para novos produtos através de novas técni-cas processuais. 1

05. Pb cÇJmoelemento essencial à formação de recursos humanos e à dispo-nibilidade de um manancial de conhecimentos essenciais às demais ativi-dades de P&D. 1

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>

senvolvimentocientífico e tecnoló-gico da QF,e que, portanto, deveráser redyzida a contribuição brasi-le(rél!3rrl iQoyaçõés tecnológicasneste gampo. Ainda dentro dE;Jstaavaliaçáod!3 perspectivas, seriaaconselhável que a P apliç'1idae oÓ em Qr:(e nas técnicasdeimppr-tânc.ia como contribuintE;)spossí-veis às)ngvações em Qf (biotec-nologia, informática etc.) houvessec'9!lCentração de esforços em al-gumas áreas E;)specíficas nasquais, seja pçr aspectos dê Qeman-da potenc.ial, pela existência de"ilhas de competência", ou por ou~tros motivos as possibilidades de-sucesso sejam maigres.

Ainda neste contexto, é impor-tante at~nt~rpara aspreocupaçõeidas empr!3sas multinacionais"emrelação ao ambiente político, so-cial, econômico e comercial.,Jiran-do conclusões e buscândo estra-tégias que, na medida do possível,procurem harmoniza! interessesnacionais e comportamento dosage~tes, entre os quais as empre-sas 'multinacionais ocupam posi-ção importante. Inúmeras'têmsido as iniciativas por parte dasmais variadas entidades, governa-mentais e privaqas, no sentido de'modificação. da atual situação,.po-rém o insucesso destes esforços éuma constante, atribuível, em gran-de parte, à baixa prioridade atri-buída, no Brasil, ao desenvolvi-mE;)ntocientífico e tecnológico. Há,portanto, urgente necessidade deuma"mudança profunda no trata-mentodo tema no Brasil e o seg-mento ..daQF, pela diversidade deatividades de P&D que permite eexige, seria, oQviamente,um cam-po,experimental de escol.

~

4. PQLttlCA INDUSTRIALE DçDESENVOLVIMENTOCIENTIFICOE TECN0LÓG/CO ...

Não há, no Brasil, uma políticaindustrial global formalizada; naprática vários setores são dotadosde políticas formais. ou informais,envolvendo varia.dosgraus de con-trole governamental. Há objetivosge,néricos, tais como promover acOli1solidaçãode empre,"saprivapanacional, reduzir a dependência

tecnológicél, aumentar a competi-tividade a nível internQ'e, especial-mente, a nível internacional, dirigiro desenvolvimepto econômico nosentido de reduzir disparidades re-gionais e sociais, etc. A citada "Po-lítica Industrial e Diretrizes Seto-riais" constitui documento aprova-do no âmbito do MIC e sua aplica~ção destinou-se à coleta de críticase sugestões sobre as propostas alícontidas.

Não é,portanto, expressão depolítica industrial do Governo Bra-sileiro, mas não deixa de ser umaindicação de tendências e, sob es-te aspecto, serve de apoio ao pla-nejamento individualde empresas.No concernente ao SQ, há em al-guns subsetores.situações que, defato, espelham políticas pragmá-ticas. Assim, o setor petroquímicobásico, usuário de matérias-primaspetroquímicas básicas, dependede alocações dE;)insumos pelo

~NPI.

".. o qu'ãl,P

.

or swa'Vez; co

.

ndicio-

na °fseus pronunciamentos à pré-via aprovação dos respectivos pro-jetgs'f9êlo CDI.

~a QF, o'segmento fa~maG.êuticoe a fabricação de aditivos,'para vá-rios fins, estão sujeitos ao que es-tabelece à Portaria Intermil;1isterialn94 de 03.10,84, istoé,.condicionaa autorização de fabricação pelaSecretaria Nacional de VigilânciaSanitária à apreciação prévia derespectivo projeto industrial peloCDI. Ainda no segmentQ de insu-mos farmacêuticos, o poder decompra do Estado, atrav~sda Cen-tral de Medicamentos, tem-seconstituído em fator importante de

incentivo à implantação de produ-ção respectiva e, ai'Qda,ao aesen-volvimento tecnológlco endógenocorrespondente.

De um modo geral,:Ja.ltammeca-nismos que assegure1;no entrosa-mento harmonioso erltre as váriasentidades govername~tais atuan-tes em relação à atividade econô-mica no país. Contudo, 'çumpre as-sinalar ter havido, nos últimosanos,melhoria sensível na difu"Sãode in~" ':\1formações, faltando, ainda, oacompanhamento coordenaClodasimplementações das decisões to-madas, inclusive aquelas Qriundasda participação de repres~ritantesdas várias entidades em ca.cusa.

Dà mesma forma, a polítidacien-,tífica e tecnológica ainda não con-seguiu a adoção de mecanismosque permitem o.estabelecimento eo acompanhamento de eventosve-rificáveis e, através desta pratica,assegurem as correções del rotasugeridas através da prática Qontí~

)

nua de "feed-back". Este par.eceser o aspecto mais precário e, ao '

mesmo tempo, se constitui errít.im-portante barreira ao objetivo gover-namentaJ bá,sico de r,emoção.ideóbices áb Glesenvolvimentotecl\)o-lógico e à inovação.

4.1 - Óbices e ações para"incentivar a ocupação de lacunasde QF no Complexo Químico;

Qs Quadros 10e 11apresentam,~. s"

para discussão, alguns aspectqsmerecedores de atenção

~

ÓBICES AO FORTALECIMENTO DA QF

ÓBICE

QUADRO 10

"FATOR'

Modelo dependente de desenvolvimentoHistórico'"

Desconhecimento do papel da tecnologia no desenvolvimentoeconômico e social .

~

Cultural-

Estrutural Complexidade e alto risco do processo inovatório dinamismo eocupação no mercado.

c-

Institucional Debilidade do planejamento estr,atégico e.fragmentação do processodecisório.

Político Descontinuidade~de políticas industriais setoriais explícitas.

Revist~~~ Qulmica Industrial"N'! 665 - ano 1988 -14517

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QUADRO ,11 "

INSTRUMENTO DE AÇÃÇJ

8ontrole de importaçãode Tecnologiã'

CpRRETIVAS

TIPO DE AÇÃO

Maior Flexibilidade na políticaeagilidade no poder gecisório.

.brganiêidadtInstitucional::'

Màior coordenação entre MCT, 811, INPI, MINIFAZ (CACEX;CPA), CIP; etc. ,-

Instrumehtos Fiscais In~'8qtivos Fiscais à atividade de P&D e às inovaçõesdecorrentes.

Instrumêr\tos Financeiros IAgiliz~ÇãOno processo deci~órlo nas agências e adequada do-tação de recursos às mesmas. '., '"

"InstrumehtosMercadológjcos

~

Maior utilização do poder de compra estatal no incentivo às ino.vaçpes realizadas no país.

'"Política Industrial Enunciaç~o, iniplementação e continuidade de políticas indus,

tri~is setofiqjs' explícitas.

,...e.

4.2 -Conclusão Geral

A conclusão fundamenfal resideem compreender-se que as açoescôrretivas implicam no estabeleci-mentode políticas industriais e deGeT, tarefas concentradas no MIC.~no MCT,mas atingindo inúmetosoutros, selores. Em geral; faltamm'ecanismos coordenadores deimplenientações específicas depolítica traçada, incorporando àdefiniçãode'bbjetivos a escolhadosinsfrumeqtd's ne,cessárias eprocedimentos' dê avaliação quepermitam o acompanhamento e asnecessárias correções de rotas.Esta tarefa levará, necêssariamen~te, ~auma atividade, de coordena-ção anipla, incluidas aí entidadesgovernamentais de vários ministé-rios, tarefa das mais delicadas edifíceis.

QUíMICA fUxJA E'"

DESENVOl VIMENro NACIONAl!

>;

1;

~.,' enho traze?a este semihário~ ',,' 'nãó úmacompétênciaquími:.ii " ca,.certamênte inferioraque-

'~s que os meus companheirosçfquiexpuseram, mas umaexperi-~I]cia Que a prática nos ensinou~êntro da RHGIDIAeaqwilo<quenóssentimos como dificuldade neste~aís para desenvolver a QufmicaFina. O governo objetiva incentivar'9 crescimento deste setor, via re-J;~rase procedimentos admiF'listra-~tivos sofisticados, viá' subsídios eifinanciamento de investimentos fí-sicos em pesquisa, via proteçãoaos produtos nacionais, etc... Maseurecebofreqüerítemente, ê comuma freqüência crescente nestesúltimos tempes. ofertasRParacom-pra de empresas de QuímicaFina,

18

PAOLO GUGLlELMO BELLOTIVice-Presidente, Rhodia-

aqui no Brasil. Na maioria dos ca-sos, são'~êmpresas médias e pe-qÜênas decapital'brasileiro, que selançaram em algumas' produções,talvez iludidas, porque o campo lhepareceu f4cildevido atutela do es-t~dQj:,e qüe hoje foram s!Jperadasrapidamente pela evolução tecno-lógica e pelas"regras, ou falta deregrã'S, gô gôverno nesse çampo.

Vejoas publicações especializa-das em análise de balanço de em-presas"!e constato que, apesar deser considerado um setor estraté-gico, a rentabilidade das firmasque atuam no campo da QuímicaFina é baixa" e várias delas apre-sentam resultados negativos, mes-mo após vários anos de fUAciona-mento.A gr08so modo, os nossos

dados indicam que 80% em valor e60% em volume dos produtos deQuímica Fina são destinados a fár-macas, defensivOs agrícolas, ali-mentação animal ê alimentaçãohu-mana e, como o Ungerfalou ontem,'isso varia de país para país, con-form'éo estágio de desenvolvimen"to dó país. Nestes setores .defár-macas, defensivos agrícolas e ali-mentação humana,a rentabilidadeé mantidápelo governo; a~t!Ji noBrasil, em níveis totalmente insufi-cientes e insatisfatórios.

Também verifica-se q~e~homun-do, Aão são as grandes~ffiultinacio-nais que dominam este mercado.Pelos nossos dàâos; 50% dasin-dústrias de Químiê:a F=iné1-sãointe-gradas à jusante, quer dizer,a in-

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dústria farmacêutica fabrica seusfármacos, o mesmo ocorrendo coma veterinária, a agroquímica, etc...,30% são indústrias independentese 20%, essas sim, estão nas mãosdos grandes grupos químicos inter-nacionais, que estão cada vez maisinvestindo nesta área. Emvistades-tes fatos eu me pergunto: porquenão se incentivam aqui no Brasilpólos industriais integrados? Por-que se favorecem pequenos pro-jetos, investimentos aqui acolá, quecertamente terão vida curta por fal-ta de capacidade financeira ou tec-nológica? e porque também ,nãosão dadas às indústrias farmacêu-ticas, mesmo de capital nacional,condições para se integrarem ver-ticalmente?

Como já disse, nós já estamospresentes e, de forma importante.Ocupamos a 3~ ou 4~ posição nomercado farmacêutico, agroquími-co, veterinário, no Brasil. Temosuma política de valorização ao for-necedor nacional, mas vários dosnossos fornecedores nacionais deQuímica Fina deixaram ou deixamde produzir insumos por falta derentabilidade. Então, porque que ogoverno tira com uma mão o queele dá com a outra?

Diante destes fatos eu me per-gunto se a política 'adotadavai real-mente permitir atingir o objetivo fi-nal, que é o de desenvolver, nessepaís, uma indústria de QuímicaFinasólida'e qonsistente. Eu acho quenão, mas não deve ser uma tarefaimpossível. Elaé perfeitamenteviá-vel, em um país da importância ecom a população jovem como essepaís tem, atingir um estágio de de-senvolvimento satisfatório em Quí-mica' Fina. Mas isso depende deuma política de longo prazo, e nãode uma política oportunista. Depen-de também de se conseguir domi-nar alguns -fatores chaves para odesenvolvimento desta.indústria.Listei alguns fatores-chave paraque se possa desenvolver essa in-dústria.

a primeiro, é que nós devemosdesenvolver uma indústria compe-titivll' A competitividade é funda-mental por três razões: primeiraporque em Química' Fina existemprodutos alternativos; segunda

porque o mercado nacional temuma dimensão insuficiente e temum poder aquisitivo baixo e, tercei-ra porque sempre será preciso im-portar.

A independência é uma ilusão esempre será preciso, para contra-balançar, exportar. Nesse fluxo in-ternacional de importação e expor-tação, como Dr. Kurt já disse, osprodutos de Química Fina- sobre-tudo os mais importantes - estãose banalizando no mundo. A capa-cidade dos reatores está crescen-do de forma impressionante e pre-cisamos ter custos competitivos,não baseados única e exclusiva-mente na mão-de-obra barata. Acompetitividade se obtém deixan-do a livre iniciativa privada agir.

a segundo fator chave, que o Dr.Kurt muito bem assinalou,é dispor-mos de uma mão-de-obra qualifi-cada e de uma competência cientí-fica. Acho que mão-de-obra qualifi-cada nós temos. a Brasil já de-monstrou, em diversos ramos, quetem uma mão-de-obra qualificada.A competência científica é insufi-ciente. A Química Finaé muito maisvalor acrescido do que matériasprimas. A Química Finaé umacons-tante renovação, é uma constantebusca de otimização, é uma cons-tante il1ovação, é uma constantecriação de produtos, processos ede aplicações novas.

Vamos ter dificuldades crescen-tes de obter tecnologias,:"mesmoporque as novas são desenvolvi-das em função de um custo demão-de-obra alta. Isso significaque os novos processos, são de-senvolvidos a partir de robotização,de informatização, coisas que nósnão temos,ainda aqui no país.

É preciso, então, desenvolver ta-lentos. Nós temos uma base uni-versitária. Acho que, se impulsio-nada, ela pode perfeitamente de-senvolver esses talentos. Para issoé preciso ter um intercâmbio inter-nacional, outro fator de intemacio-nalização da atividade Química Fi-na. Sozinhos acho que nós nãovamos atingir essa competência ci-entífica. Se é necessário formar es-ses talentos, o mais importante de-pois, é conservá-Ios, é mantê-Ios

Revista de QL\imica Industrial N'! 665 - ano 1988 - 147

atualizados. Para isso é preciso terum ambiente motivador.

Algumas semanas atrás, umamigo inglês, me disse que a índiamandou, nos últimos quatro anos,mais do que 450 pesquisadorespara se especializarem na Europa,Japão e Estados Unidos. Desses450, somente 32 voltaram. Isso éaltamen~egrave.

Acho que nós devemos saqetque no ano 2000, mais de 50% dosprodutos agroquímicos ou farma-cêuticos ctehoje não serão mais fa-bricados. Eles serão totalmentesubstituídos por novas moléculas,novos produtos, portanto. Aí voutocar em um assunto delicado. Nãobasta simplesmente copiar tecno-logia, é preciso, como o Dr. Kurtdisse, desenvolvê-Ia. Significa re-conhecer o irtVentore o pesquisa-dor. Para tanto é preciso reconhe-cer uma propriedade industrial,uma patente. a Brasil é um doscinco países do mundo que nãotem legislação específica de paten-tes em termos de medicamentos,saúde humana, animal e agroquí-micos. Pelo menos, acho que umalegislação deveria haVer,como elaé aplicada, são outros quinhentoscruzados!

a terceiro.fator chave a ser leva-do em consideração face às carac-terísticas do país e seu estágio dedesenvolvimento seriam o desen-volvimento de pólos integrados,mas integrados não com matériaprima, e sim à jusante. Essa inte-gração a jusante deveria ser favo-reCida, prioritariamente, porque is-so dá uma lJIaiorsolidez à indústriade Química Fina. Conhecer seumercado, conhecer seus clientes,prestar um serviço aos clientes,permitem aumentar'a vida do pro-duto numa atividade que é r;nuitovolúvel, porque nós somos vo-lúveis.

A indústria de Química Fina elanão se planeja, ou se programa co-mo a indústria petroquímica. NaRHaDIA temos as duas. É impres-sionant~ a diferença de mentalida-de, de cultu,ra, de valore,sque de-vem existir entre estes dois setores.a petroquímico Qão desenvolveQuímica Fina, cbmo maior respeitoque eu ti:mho/pélos petroquímicos.

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Mà's para desenvolver estes pó~los integrados, é preciso asseguraruma rentabilidade correta a essesinvestimentos, e aqui talJ1bémacho, que é importante o livre esta-belecimehtode preços,para a Quí-mica Fina. Em noventa e tantos porcento do mercado daQuímica Fioa,é o fator econômico o determinanteda escolha do prody,to. Deixemosasregras do mercado agir.

o quarto. fator chave, que temnos preocupado bastante nestesúltimos tempos, é o custo dos in-vestimentos. à Químic,aFina deveintroduzir produtos de alta qualida-de, de alta pureza, dentro de espe-cificações rígidas. Normalmente,talvez mais especialmente aqui nopaís, ,em unidadesmulti-propósitoque 'não podem correr riscos decontaminação e que exigem fre-

qüentemente tratamentos sofistica-dos para.os efluentes.

o Dr. Kurt falou de "regras bemclaras. Acho que o país precisadefinir qual $ a posição dele emrelação ao capital estrangeiro. Sedes'eja, se não deseja, e uma vez,de,finfdaa posiç,ão,ter uma práticaicôrrespondente a isto. Em.QuímicaFin~ deve-se 'ter um

..a .9°lítica de

longo prazo. Quem eptraem Quími-ca FinaLdeve saber que entra paraficar e precisa ter um investimentoconstallte em pesquisa e desenvolcvim~nto. .Esse investim~nto ~xige,cqmo eu disse, recQnhegimento,da propriedade industrial e é muitodifícil" hoje obter, ouatrair,~certos

.capitais nacionais para esses in-vestimentos quando o mercado fi-nanceiro oferece muitomaior renta-bilidade do que uma atividade in-

dustrial e com muito menos riscos.É difícil promover casamento quan-do antes do casamento um já pen-saem amante, por isso que eu nãocitei joint-ventures.

Em .resumo, eu penso que de-senvolver a Química Finano país,émuito mais do que produzir algunsprodutos e muito mais do que re-duzir importações. Química Fina édesenvolver competência científi-ca, é motivar os "nossos jovens aaqui permanecer (eu acho que nóscomeçamos a ter, por parte dos jo-vens, algumas perguntas no senti-do de se valea pena ficar - pelomenos são os que os meus filhosque estudam Químicae.os colegasdeles se fazem). É estimular a ino-vação, a pesquisa, é integrar o flu-xo científico e comercial mundial. Éisso que penso e coloco miFihasidéias .emdebate.

QUfM~CA FINA E

DESENVOLVIMEN,TO NACIONAL

S. .em pretender, por dispensá-

.~."y~l, re?efinir os I!mit~sda quí-- TTlICafina, permito-medesta-

car .ê,lgumasdas suas característi-cas . que possibilitarão,no' cursodesta exposição, identificar os vín-curos mais significativos"existe"ntesentre a sua expansão e o processode desenvolvimento econômicoô'rásileiro.

Algumas dessas características,com€>a dimensãorelativamentere-'"duzida dos mercados, o sentidopreponderantemente técnicos dasvendas" a elevada dependência deinsumos intermediários e a muitobaixa difusão das tecnologias utiÍi-zadas, criam condições propícias àqrganização cartelizada, que se

20

FERNANDO BASTOS CRUZ

Diretor,SILlNOR .,..

observa mundialmente no setor.Esse tipo particular de organizaçãodosroercados te./mpermitido o es-tabelecimento de preços elevados,nas faixas características 'dos sectores. d~ vanguarda, tecnológica,das'inovações.

Cabe aqâi eselarecerque faltariapropósito a qualquer tentativa deenquadJámento ético dessa cons-tatação; não,há certo e não há er-rado, o que deve ser coosiderádo éa aceitação, ou não, pelos mer-cados.

Chegando mais perto do enfo-que que nos interessa na presenteexposição, pode-se reconhecerum nítido paralelismo entre a estru-tura da"oferta e da demanda cons-

tatável na química fina e aquela queresultou dá política de valorizaçãodo café, estabelécida pelo Gover-no brasileiro no primeiro quarteldeste século. Em ambos os casosos preços foram propostos pelosprodutores e aceitos pelos merca-dos, através da limitação da ofertaem mercados pouco elásticos.

Tanto para o café quanto paraosmedicamentos pOde-se dizer,que,nas faixas praticadas, a variaçãodos preços produzem alteraçãesrelativamente reduzidas nos con-sumos.

Para permitir uma valoração dasdiferenças que apontarmos,entre aquímica fina e a química"de base,apresentamos os Quadros 1 e 2.

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Revista cie Qulmlca Industrial NI!665- ano 1988- 149

--

Vista do seu interior,a química finaganha força pelo valor global dasua produção e p~la essencialida-de do consumo de seus produtos.

Em 1987, pode-se esperar que aindústria mundial de química finaalcance, por sua produção, o valorglobal de US$ 130 bilhõesestiman-do-se que o setor se expanda coma taxa anual média de 5%até o finaldo século. Desse total, mais de80% serão produzidos nos paísesdesenvolvidos do hemisfério norte,onde também está concentradaboa parte do consumo dos 'produ-tos da química fina. .

o domínio tecnológico e a tradi-

ção comercial, concedem às na-ções da Europa Ocidental posiçãopreponderante no setor, estimar1-do-se que países como a França, a-

o Alemanhae o ReinoL.!nidoexpor-tem até 45% da produção de'espe-cialidades da química fina. No Bra-sil, em termos de ordem de gran-deza, os produtos da química fina

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21

-QUADRO I-COMPARAÇAO ENTRE QUIMIÇA FINA E QUIMICADE BASE

QUíMICA FINA QUíMICA DE BASE

dimensão dos mercados reduzida elevadavalor unitário dos produtos elevado baixoprodução orientada para consumidor mercadocapacidade das unidades produtoras baixa elevadainvestimento por unidade produtora baixo elevadoinvestimento por unidade produzida elevado baixoaquisição de tecnologia por compra Inviável prática correnteaquisição de tecnologia por associação difícil fácilembasamento da tecnologia conhecimento know how .

científico equipamentoorganização dos mercados cartelizada abertaorganização da produção ramificada linearnecessidade de insumosintermediários elevada baixadisponibilidade de matérias-primas controlada livre

p/produtores

QUADRO 2

QUíMICA QUíMICAFINA DE BASE

dimensão relativa dos mercados x 5xlucro líquido/vendas (%) 6,0 a 8,0 1,5 a 2,0faturamento anual/investimento 3,0 1,5depreciação/valor das vendas (%) 1,5 6gastos com pesquisa/valor das vendas (%) 3,0 a 5,0 0,5 a 1,0

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já ocupam um mercado com ven-das anuais de US$ 4 bilhões, valorque pode ser constatado por.seucompertamento entre os anos de1982 e 1985 (Quadroc8). Em rela-ção a esses valores, é importantesalDer, para a análise que estamosfazendo, que o setor da químicafina foi responsável, em 1982, pelarnetade da importação total de pro-dutos químicos pelo país.QuantoàessericiâNdade do consumo dos

recursos pude~sem ser desIO"ca-dos para a produção de bens finaisde consumo ou de produção, quecaracterizam os níveis de qualida-de de vida desfrutados pelas po-pulações consumidoras e definemo valor do produto interno das eco.nomias industrializadas. Até mes-mo os gastos com a expansão dasRroduções locais de petróleo pu-deram ser adiados, como o foramno Brasil.

produtE>s da química fina, bastaque se cjiga que °, Brasil, com osétimo maior mercado de medica-mentos no mundo, ainda apresentaum consumo per capita apenasigual a 40% do observado na Ar-gentina.

Acredito que o até aqui expostoseja suficiente para suportar asconclusões que pretendeI]J9s.al-

cançar com a presente exposi~ã~,passemos agora àoutra metad~ d~"questão: o desenvolvimentonacio~nal. O Brasil, como todas as demaisecoRlorniasmodernas ou em via demodejrflização, foi beneficiado..sub>~tancial e prolongadamentepelos b~aixosníveisde custo do pe-tróléo, entre 1958 e 1974.,A partirdaquele primeiro ano, ém segui-mentó."à. rêabertura do canal deSuez,lDiloqwoeaqopelos.egJpciosdurante o conflito entre árabes eisraelitas, o petróleo sófreu espeta-cúlar qoeda no merc~do int~ma.cional, eqwilibranGte"'sena faixa dosUS$,2,()@/BQLatéã ocorrência doprimeiro choque do petróleo,; em1973. '

A depreciação da petróleo nomercado internacional, durante osdezesseis anos,desse período,dis-,pensou pesados investimentos (Iaárea dos suprimefltos energéticQSnos países ricos e nos emergentes,.como o Brasil, e permitiu que esses

22

Na ocasião em que ocorreu oprimeiro choque do petróleo, o con-sumo mundial de energia apresen-tava a seguinte qistribuição:

Essa distribuição foi obtida me--diante a exportação, para os paísesdesenvolvidos, de 57% da produ-ção de petróleo dos países em de-senvolvimento que, responsáveispor 37% da produçãoA1wndialires-pondiam por apenas 16% do con-sumo. Essa distribuição 'era 'e é oreflexo imediato das desi€lualda-deséxistentes entre ricos e pobres,como pode ser observado na Fi-gura 1.

O primeiro choque do petróleo,ocorrido nos últimos meses de1973, foi provocado pela elevaçãorepentina dos preços internacio-nais do petróleo (400%) desvin-culada de qualquer variação decustos. Verificou-se naquele mo-mento uma súbita modificação novalor de troca de um produ~o.pri-mário, o petróleo, em relação a

, todos os demais produtos presen-tes no comércio internacional. Co-mo seria de esperar, os mais atin-gidos foram os países ricos, espe-cialmente os países europeus que

QUADRO4

=

CONSUMO q5 '

I

.. POPULAçÃOI

CONSUMOPERCAPITAENERGI~ (TEP) .(103 H~BITANTES) (TEP/HAB/ANO)

'1--!,',paí$es desenvolvidos'. . "., palses emdésenvolvimente

4.833,8

91'5,2

TEP = tonela,daéquiv~lente de petróleo

R!;:NDAPER CAPIM US$/ANO5.00

2.001

1.000

500

200

100

50

0,02 0,05 0,1 0,2 0,5

CONSUMO DE ENERGIA ~ TONELADA EQUIVALENTE DE CARVÃO "PE;RCAPJT A" PQ.E! ANO

1.078.660 4,48

.2.781.280 0,33

Unidos

1,0 10 202 5

'Révista de Quimica' Industrial N<!665- ano1988- 150

..

QUADRO3"

PARTICIPAÇÃO PARTICIPAÇÃOMÉDIA IMPORTAÇÃO82

1982 1983 1984 1985 % %"fármacos 2,013 1.473 1.450 1.438 44 76defensivos 740 540 714 "654 19 64aditjves 1.300 1.300 1.280 1.500 37 59Total 4.053 3.413 3.444 3.592 100

>-

) Suécia 8 Estado. .Canadá. . Alemanha OcidentalFrança. Holanda. Japão. ReinoUnido- .Itália8

" IsraelArgentina

I . . RússiaUruguai. Espanha . VenezuelaBrasil. . Chile. África do Sul

". Portugal. 8 México

. Peru

. Argélia.paragUai.BoliviaNigéria.

india. .

j .Etiópia I I I I

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" ,

não dispunham de produção signi-ficativa de petróleo. Seis anosapós, em 1979, ocorreu o segundochoque do petróleo. Como na vezanterior, os preços internacionaisdo petróleo sofreram uma súbitaelevação (300%)sem ligação, maisuma vez, com comportamento doscustos de produção. No cenáriointernacional, entretanto,observou-se uma rápida recuperação dospaíses desenvolvidos obtida porduas rotas distintas: a redução dadependência do suprimento exter~no de petróleo e a elevação dovalor de troca dos produtos expor-tados.

O veto r principal da primeiratransformação foi o aumento da efi-ciência energética das economias,tanto pela adaptação dos proces-sos produtivos, quanto pela modifi-cação dos hábitos de consumodassuas populações. No segundo pro-cesso, o intercruzamento internodos interesses empresariais con-duziu à recuperação das perdassofridas com a elevação dos pre-ços do petróleo, através de ummecanismo semelhante, em tudo,ao acionado pelos países exporta-dores daquele insumo energético,a elevação do valor de troca dosprodutos exportados. Enquanto is-to, nas economias emergentes, co-mo a brasileira, verifica-se um pe-noso e ingente esforço de monta-gem de infra-estruturas associadasà utilização de putras fontes ener-géticas, à substituição de meiosdetransporte e à expansão da produ-

ção própria de petróleo. Como to-das essas mudanças requeriamtempo e como, simultaneamenteàssuas implementações, tornara-senecessário pagar mais pelo petró-leo importado, esses países tive-ram que recorrer ao crédito externopara evitar o colapso dos proces-sos de desenvolvimento econô-mico.

Paralelamente, como resultadoda elevação dos preços do petró-leo, ocorria uma acumulação de re-cursos nos países árabes em nívelsuperior à capacidade de absor-ção de suas economias, que al-guns estimam haver chegado aUS$ 400 bilhões em 1982. Essesexcedentes financeiros fluiram na-turalmente para os sistemas ban-cários dos países desenvolvidos eencontraram, imediatamente, co-mo tomadores, os países em de-senvolvimento que não dispunhamde produção suficiente de petróleo.Esse procedimento permitiu aospaíses em desenvolvimento mantertaxas anuais internas de expansãodo PIB na média de 5,8% durantetodo o período 1973-1980,masca-locou-os na rota do desastre eco-nômico com a elevação dos jurosinternacionais verificada em 1981-1982, quando as taxas reais da or-dem de 4% ao ano, observadas noperíodo 1978-1980, elevaram-separa até 13% em 1983.

A posição de alguns países emdesenvolvimento, como o Brasil,passou desde aquele momento aapresentar inquietadores indícios

de instabilidade econômica, resul-tante das acumulações de pres-sões negativas, tais como:- Elevaçãodosdispêndiosemdi-visas com a impnrtação do pe-tróleo;- Elevação dos investimentos in-ternos nas infra-estruturas energé-tica e de transporte;- Elevaçãodosdispêndiosemdi-visas com a importação de produ-tos industrializados resultante davalori~ação relativa dos produtosexportados pelos países desenvol-vidos;- Elevação dos pagamentos aoexterior como serviço da dívida ex-ternaresultante da elevação dasta-xas internacionais de juros.

Para quantificar essas pressões,basta que se diga, emvalores apro-xi(nados, que a economia brasileiraIsofreu uma perda de 2% do seuPIBI

com a elevação dos preços do pe-tróleo importado, de 4% com de-terioração das relações de troca ede 2% com a elevação da taxa realde juros, compondo uma perda to-tal estimada de 8% do PIB.

Sintetizando, pode ser dito queas modificações conjunturais ocor-ridas na economia mundial impuse-ram ao Brasil a perda de 8% do seuPIB, transferidos para o exterioratrav_ésda elevação do custo dosserviços e da deterioração dos pre-ços relativos de sÚasexportações.O significado dramático dessa per-da é revelado por seu efeito ime-diato na redução, a quase a meta-de, da nossa capacidade de inves-

Pesquisando, buscando novasalternativas e valendo-se daquímica fina para síntese eformulação de,produtos dequalidade, estam os presentesonde a pujança da agropecuáriabrasileira se encontra.Somos uma empresa brasileira,pertencente ao produtor, queentende da terra e do que émelhor-para ela.

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Química Finaa Serviço da

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Revista de Qufmlca Industrial N'! 665 - ano 1988 -"- 151.

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tir, quando todos nós sabemos quea única solução exequível para osgraves problemas da economiabrasileira é o seu crescimento eque esse crescimento está indisso-luvelmente ligado ao volume dosinvestimentos realizados. Reduzi- .da a acumulação de poupança,assume importância fundamental aseleti\(idade da sua aplicação, maisdo que nunca será necessário ori-

oentar os investimentos no sentidoda maior eficiência.

Voltando a falar das pressõesexternas responsáveis pelas modi-ficações da conjuntura econômicamundial, aqui apontadas, torna-senecessário reverter o processo.Neste momento, tendo em vista otema que nos foi oferecido, cabeapontar como poderá a químicafina contribuir na superação dosobstáculos opostos ao desenvolvi-mento nacional.

A resposta é imediata e simples:através da elevada eficiência eco-nômica característica dos investi-mentos em química fina. O elevadoretorno econômico permitido pelasinversões na química fina pode serexplicado por algumas das carac-terísticas apontadas no início destaexposição, reapresentadas, a se-guir, com novo enfoque."\

- Valor Agregado

Em 1985, no Brasil, o valor globaldas vendas de produtos da quími-ca fina (US$ 3,6 bilhões) foi equi-valente a 80% do valor de toda aproduçãO da petroquímica (US$...4,4 bilhões).

Essa equivalência decorreu doelevado .)Ialorpor unidade de mas-sa alcançado pelos produtos daquímica fina, conseqüente da agre-gação de custos extra-fábrica, queresultam na elevação dos preçosrelativos finais dos produtos.

Em seu número de setembro, arevista Exameinformaque dois pro-dutos, a cimetidina e o piroxcan,tiveram os seus preços de comer-cialização reduzidos, no mercadonacional, de US$ 2.000 para US$...300 e de US$ 12.000 para US$800,após ter-se iniciado a produçãolocal.

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- Suporte do Mercado Interno

Em termos mundiais, o Brasil éhoje o sétimo maior consumidor deprodutos farmacêuticos e o quartomercado de defensivos agrícolas.

Esses números revelam, entre-tanto, apenas uma parte da verda-de porque, considerando o consu-mo per capita, o Brasil passa do 7f:?para o 18<?lugar no consumo deprodutos farmacêuticos e compa-rado pelo uso por hectare cultiva-do, ,O nosso consumo de defensi-vos agrícolas ainda é inferior a umdécimo do japonês.

A expansão do setor da químicafina no Brasil, além de dispor de umextenso campo na substituição deimportações da ordem de US$ 1bilhão por ano, encontrará suporteno crescimento do mercado internopara alcançar nível de competiçãointernacional.

Nas exportações os custos extrafábrica tendem a se transformaremganhos líquidos, invertendo o me-canismo da degradação dos valo-res de troca.

- Compatibilidade Econômicados Investrmentos

Na química fina, o relativamentemenor investimento requerido para

gerar uma unidade de receita e .para a construção de uma unidadefabril, bem como a maior geraçãode lucro em função do v~loCdasvendas, permitem uma mais fácildesconcentração dos investimen-tos e um menor tempo para a suamaturação. ~

Todas essas ponderações levama apontar a química fina como uminstrumento eficaz na ruptura des-se círculo de giz que mantém anossa economia prisioneira da pe-núria. É necessário que neguemosesse preconceito tardio da domina-ção colonialista que nos aconselhaa fazer apenas o que fazemos bem,que nos recomenda uma integra-ção com o resto do mundo atravésdaquilo que podemos fazer maisbarato e da obtenção por troca, porimportação, dos bens que incorpo-ram aquilo que, com alguma ironia,pode ser chamado de mais-valiatecnológica. Aceitar esse conselhoserá aceitar a perpetuação do tri-buto pago aos mais ricos através

. do jogo das relações de troca. Con-cluindo, afirmo que a química finapoderá ser uma forma inteligíveldedizer que não quermos fazer ape-nas o que fazemos bem mas, priori-tariamente, que queremos fazer oque nos fará bem.

,

TRANSiÇÃOPROF. GUY PANNETIER

Faleceu em Paris, no dia 29 dejunho último, com a idade de 71anos, o ProfessorGUYPANNETIER,da Universidade Pierre et MarieCurie.

A partir de fins da década desessenta, o Professor PANNETIERajudou em muito as pesquisas emcatálise heterogênea no Brasil. As-sim, após receber um aluno dedoutorado brasileiro em seus labo-ratórios no período 1968-1970,elevisitou o Brasil e enviou um de seuspesquisadores ao Instituto Militarde Engenharia, o qual no períodode 1974-1976 ajudou na introdução

do ensino em catálise, a nível depós-graduação, nesta Instituição.Posteriormente, recebeu em seuslaboratórios em Paris mais de 4alunos de doutorado brasileiros,além de ter à'uxiliado em muito oInstituto de Pesquisas~Espaciaisnaárea de catalisadores destinados aemprego na micro-propulção desatélites artificiais.

Grande admirador de nossoPaís, o Professor PANNETIERsem-pre colaborou com ele de formadesinteressada e extremamentesolícita, razão pela qual seu faleci-mento desperta um profundo senti-mento de perda nos inúmerosami-gos que aqui deixou.

Revista de Qulmica Industrial N'!665 - ano 1988- 152.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUfMICADeclarada de UtUldade Pública pelo Decreto N.' 33.254 de 8 de julho de 1153

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PROPOSTA PARA SÓCIO INDIVIDUAL N.o ............

MATRíCULA N.o....................

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SEÇÃO REqIONAL

~ PROPOSTO~.

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Filiação .................. .. h.'

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Nacionalidade Estado civil ........

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Ano de formatura.... . ...........................

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Posição que ocupa ................

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Endereço para correspondência ............. Tel...............................

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( Assinatura)

Sócio: ....................

Sócio:"""'" """"""""""""""""""" ...,

Para ser preenchida na Secretariada Seção Regional

Parecer da Comissão de Admissão

da Seção Regional

Rece bida em.. ..." .........

Aprovada em """"" o'

Recusada em m ..-....

Enviada à Secretaria Geral emo.....---..........--- Aprovada em Sessão Ordinária da Seção

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"A Importância cj.oDesenvolvimeríto de Capacitação Tecnológica no Setor Industrial" Brasileiro"

Carmen LuciaBranquinho

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. "Novos Métodos de Hidr61iseda Sacarose"F. Ferreira L.MK Nakamura, L.M.C. Paiva, AM.L. Esteves e V. de Souza

"Fármacos por Computador"

"Peneiras Moleculares(Zeólitas)"

Reportagem sobre o 3C!Congresso de Química da América do Norte cobrindo asseguintessessões:

"O Futuro da Indústria Química"

"Novas Fontes de Óleos Vegetais Comestíveis""H,pm°i!lromaticidade em Moléculas Neutras"

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IV Encontro Nacional de Química Analítica:Mesa-Redonda sobre "Prestação de Serviços de

Química Analítica por Universidades Brasileiras",F.R. de Aquino Neto, J. N. Cardoso, AC.B. Silva, a. Manso, M. Tubino

/

"Transformação de Óleos Vegetais de Alta Acidez em Ésteres Etílicos na PresençadeCatalisadores Ácidos para Fins Combustíveis",

R. C. A Lago, R. R. Szpiz, L. Hartman

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