Fisiologia Del Habla y La Fonoarticulacion Douglas

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L capítulo 33 íntroducáo A fonoarticulacáo é um processo complexo, o qual envolve várias áreas ligadas ao SNC; a parte mo~ora (neuromuscular), as estruturas periféricas; além do inter-relacionamento respectivo. Pode ser definida como a emissño da voz e o mecanismo de forma- 9ao das palavras. Se for comparada a diferenca existente entre os animais e o homem, poder-se-ia certamente afirmar que a funcáo fonatória passa a ser urna característica quase específica do ser humano. Existiria urna comunicacáo presente nos animais, porém esta comunicacáo nao contém classes lexicais ou semánticas e gramaticais. Sua comunicacáo é ba- seada de acordo com suas necessidades primordiais com um nível de complexidade variável conforme a escala zoológica - alimentacáo, sobrevivéncia, peri- go, acasalamento etc. - portanto, diferenciada do ser humano. Comportamento da comunlcaeáo A palavra "comunicacáo", do latim communicare = tornar comum, representa o básico para se tornar co- mum, entáo deve existir um emissor que utiliza um sistema de sinais com informacáo através de um ca- nal de informacáo, bem como um receptor que possui o papel de captar a mensagem, tornando-a "comum" a transrnissáo. Esta mensagem, para ser entendida ou tornar-se comum, deve ser codificada; esta codificacáo para os seres humanos denomina-se linguagem, que representa um modelo de caráter de tempo-espaco. O processo pode ser codificado atra- vés de um modelo matemático, criando-se com isso os princípios da teoría da informacáo. Fisiologia da Fala e da Fonoarticulacáo c. R. Douglas Medida da lnformacáo Como toda teoria matemática, ela deve ser apoia- da em códigos com sinais fundamentais; um conjun- to coerente destes sinais é denominado de alfabe- to, cuja cornbinacáo dentro de determinadas regras gera o léxico (palavras). As palavras agrupadas com um significado - definindo urna configuracáo - gera a semántica, que é regida pela sintaxe, na cria- vao de textos decodificáveis e retransmitidos. I A LlNGUAGEM VERBAL I A linguagem verbal exige urna intensa atividade neura!. Se se imagina o processo desde a estrutura- vao das idéias a serem transmitidas até a sua transfor- macáo em um conjunto de sons, que, emitidos, cons- tituido as palavras verbalizadas por um sistema que envolve músculos, ossos e sistemas, como o res- piratório, estomatognático e posturais, além do que as palavras sáo colocadas de tal forma, que sua sinta- xe seja correta para poder haver urna decodificacáo por parte de outro ser inteligente. Ademais, pouco se sabe sobre os princípios que regem a codificacáo de informacóes no sistema nervoso. Esta Iinguagem pode aparecer de várias formas, por exemplo: Sinais naturais, visuais, auditivo s, táteis - mas o homem pode representar estas sensacóes, ga- rantindo ao interlocutor urna decodificacáo, através de formas verbais como: - falando; - escrevendo, imitando a fala com sinais escritos ou gráficos; ou - lendo, imitando os sons das palavras.

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Capito 33 del Texto FISIOLOGIA APLICADA A FONOAUDIOLOGIA - 2ª Edición; por CARLOS ROBERTO DOUGLAS. Editado por GUANABARA KOOGAN

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Lcapítulo 33

íntroducáo

A fonoarticulacáo é um processo complexo, o qualenvolve várias áreas ligadas ao SNC; a parte mo~ora(neuromuscular), as estruturas periféricas; além dointer-relacionamento respectivo. Pode ser definidacomo a emissño da voz e o mecanismo de forma-9ao das palavras. Se for comparada a diferencaexistente entre os animais e o homem, poder-se-iacertamente afirmar que a funcáo fonatória passa a serurna característica quase específica do ser humano.

Existiria urna comunicacáo presente nos animais,porém esta comunicacáo nao contém classes lexicaisou semánticas e gramaticais. Sua comunicacáo é ba-seada de acordo com suas necessidades primordiaiscom um nível de complexidade variável conforme aescala zoológica - alimentacáo, sobrevivéncia, peri-go, acasalamento etc. - portanto, diferenciada do serhumano.

Comportamento da comunlcaeáo

A palavra "comunicacáo", do latim communicare =tornar comum, representa o básico para se tornar co-mum, entáo deve existir um emissor que utiliza umsistema de sinais com informacáo através de um ca-nal de informacáo, bem como um receptor quepossui o papel de captar a mensagem, tornando-a"comum" a transrnissáo. Esta mensagem, para serentendida ou tornar-se comum, deve ser codificada;esta codificacáo para os seres humanos denomina-selinguagem, que representa um modelo de caráter detempo-espaco. O processo pode ser codificado atra-vés de um modelo matemático, criando-se com issoos princípios da teoría da informacáo.

Fisiologia da Falae da Fonoarticulacáo

c. R. Douglas

Medida da lnformacáo

Como toda teoria matemática, ela deve ser apoia-da em códigos com sinais fundamentais; um conjun-to coerente destes sinais é denominado de alfabe-to, cuja cornbinacáo dentro de determinadas regrasgera o léxico (palavras). As palavras agrupadas comum significado - definindo urna configuracáo -gera a semántica, que é regida pela sintaxe, na cria-vao de textos decodificáveis e retransmitidos.

I A LlNGUAGEM VERBAL I

A linguagem verbal exige urna intensa atividadeneura!. Se se imagina o processo desde a estrutura-vao das idéias a serem transmitidas até a sua transfor-macáo em um conjunto de sons, que, emitidos, cons-tituido as palavras verbalizadas por um sistemaque envolve músculos, ossos e sistemas, como o res-piratório, estomatognático e posturais, além do que aspalavras sáo colocadas de tal forma, que sua sinta-xe seja correta para poder haver urna decodificacáopor parte de outro ser inteligente. Ademais, pouco sesabe sobre os princípios que regem a codificacáo deinformacóes no sistema nervoso. Esta Iinguagempode aparecer de várias formas, por exemplo:

Sinais naturais, visuais, auditivo s, táteis -mas o homem pode representar estas sensacóes, ga-rantindo ao interlocutor urna decodificacáo, atravésde formas verbais como:

- falando;- escrevendo, imitando a fala com sinais escritos

ou gráficos; ou- lendo, imitando os sons das palavras.

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seu desenvolvimento máximo, por exemplo, nos sur-dos-mudos, que podem se comunicar quase táo bemquanto aqueles que utilizam a fala. Provavelmente,deve ter surgido alguma espécie intermediária, já ex-tinta, porque seria inadmissível supor que o desenvol-vimento de urna estrutura táo complexa tenha evoluí-do abruptamente de alguma espécie, mas determinan-do urna nova espécie. Para refletir, urna das condicóesespeciais para gerar os sons ao nívellaríngeo, exige daposicáo ereta; se o homem tivesse conservado a pos-tura quadrúpede, nao haveria sido possível desenvol-ver o fenómeno da vocalizacáo. Ou seja, na filogenia,primeiro foi estabelecido o equilíbrio e, logo, a fala.

Fisiologia Aplicada a Fonoaudiologia

Esta complexa, porém extremamente fina, com-binacáo, entre o mecánico e o empírico da idealizacáológica, aparentemente distingue o homem dos ani-mais. Éstes apresentam, como foi dito anteriormen-te, urna comunicacáo voltada somente a defesa indi-vidual e coletiva, além da reproducáo e alimentacáo,simplesmente mecanizando um código genético.Agora, quanto aos primatas e, recentemente, aos gol-finhos e baleias, o processo se toma mais difícil de dis-tingui-los, de algumas atribuicóes ditas humanas, naosó a mímica, como sons complexos e, até, no caso dofamoso Washos, um chimpanzé que aprendeu cercade 150 sinais, chegando a criar frases para fugir deobjecóes, com clara nocáo de singular e plural, eviden-ciando urna capacidad e de conceituar. Com base nis-so, deve-se tomar um cuidado especial, quando seanalisa o homem e deixa-se de olhar o mundo porvolta; é claro que o sistema fonoarticulador no homematingiu urna escala táo elaborada, que, provavelmen-te, determinou urna nova espécie, aprendendo e apri-morando seu uso, tornando-se a fonoarticulacáo dossons táo intrinsecamente ligada ao homem.

Aprendizado da linguagem verbal

o aprendizado da linguagem verbal requer osmeios comuns a todo aprendizado, comportamentoinato, condicionamento pavloviano, condicionamen-to operante e aprendizado imitativo.

O choro, por exemplo, representaria um tipo pri-mordial de cornunicacáo, um comportamento inato,emitido imediatamente após o nascimento e que, aolongo dos anos de vida, vai sendo aperfeicoado comomeio de cornunicacáo mais sofisticado em situacóessociais limítrofes; da mesma forma, o sorriso.

A crianca está pronta em termos neurológicospara aprender a reproduzir os son s de forma ade-quada a partir dos 3 anos de idade; nesta idade, asconexóes nervosas se tornam viáveis.

O ser humano tem o potencial hodológico paradesenvolver o sistema da fala; porém, para aprender,necessita de urna interacáo com outro sistema ner-voso mais evoluído para nortear seu aprendizado;nestas circunstancias, a interacáo com os outros sen-tidos receptivos é fundamental, como visño, tato epressáo, e, principalmente, audicáo.

No caso da fala, criancas criadas em ambientesem que sáo pouco estimuladas, ao crescerem, apre-sentaráo dificuldades em vocalizar as palavras.

Filo e ontogenia da linguagem

Provavelmente, deve ter evoluído da mímica, quepossui gestos e forma um potente alfabeto, atingindo

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I CARACTERíSTICAS FíSICAS DO SOM I

Para a abordagem, mais adiante, das funcóes decada estrutura, alguns conceitos de física ondulató-ria aplicados ao aparelho fonador sáo importantes deanalisar previamente.

Amplitude ou intensidade (sonoridade)

É um para metro físico diretamente ligado a fun-v3.0 subglótica da coluna aérea, porque depende daquantidade de energia contida na corrente aérea pro-duzida pelos pulmóes (energía cinética); no entan-to, depende também do nível de tensáo das pregasvocais e de sua adueño. Acusticarnente, depende damaior ou menor amplitude da vibracño, ou seja, dadistancia entre a referencia e o ventre da onda, queé similar, a distancia quanto ao vale. A sensacáo psi-cofísica relacionada a intensidade, ou seja, como ohomern julga um som, considerando-o mais forte oumais fraco, recebe o nome de sonoridade (loudness).

A intensidad e é expressa em escala de decibéis,acreditando-se que o número de decibéis correlacio-na-se ao de loudness.

Freqüéncla ou altura

Este parámetro relaciona-se com a vibracáo daspregas vocais, ou seja, quantas ondas foram ge-radas em um período de tempo. Por definicáo, a fre-qüéncia de vibracáo das pregas vocais é a freqüén-cia da fonte glótica (fg), A freqüéncia fundamen-tal da voz (fg) está relacionada com a L" harmónica(fl) e a freqüéncia da onda complexa (fo) da seguinteforma, segundo '1'osi;

f9 = fo = f1

Assim, existe urna relacáo íntima entre o cha-mado som fundamental e seus harrnónicos. Mais

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Fisiologia da Fala e da Fonoarticulacáo

adiante, ver-se-á como as pregas vocais trabalhamestas grandezas.

A sensacáo psicofísica relacionada a altura, ouseja, como é julgado um som, considera-o mais gra-ve ou mais agudo, dependen do basicamente da fre-qüéncia fundamental desse som (havendo tambéma influencia da ressonáncia e da intensidade). Quan-to a grandeza física do tom, sua unidade é o hertz, esempre esta medida é expressa em urna escala detempo (Hz).

Hessonáncla

Consiste na modificacño do som pelo reforceda intensidad e desons de determinadas freqüén-cias do espectro sonoro e no amortecimento de ou-tras. Do sistema de ressonáncia vocal, consta urnasérie de estruturas do aparelho fonador (pulmñes, la-ringe, faringe, cavidades bucal e nasal, e seios para-nasais) conhecidas, de conjunto, como caixas deressonáncia,

A ressonáncia pode ser vista como característicaestética de urna voz, podendo ser classificada numaemissáo, como oral, nasal ou laringofaríngea.

Qualidade vocal (timbre)

É um termo usado para designar o conjunto decaracterísticas que identificam urna voz humana.Relaciona-se com os harmónicos compostos deurna onda sonora.

I NEUROFISIOLOGIA DA LlNGUAGEM I

Pela sua complexidade, o controle neural daernissáo da voz envolve diversas áreas. Dentre es-tas, o córtex cerebral é fundamental. A linguagemé controlada pelo córtex cerebral, já que lesóes am-plas do córtex determinam sérias alteracóes da lin-guagem.

Papel do córtex de aseoclacáo

Na fala, todo o córtex cerebral participa, mas se-ria papel do córtex de associacáo estabelecer asidéias, pensamentos e conteúdos da fala, bem comoda decisáo da mesma fala e das características geraisdessa fala. Contudo, a execucáo da fala exige o pa-pel de outras estruturas cerebrais; entre elas, outrastres áreas corticais, denominadas especificamente deáreas da fala, como sáo as áreas de Broca, de Wer-nicke e de Penfield.

Regiao frontal da linguagem,área de Broca ou área primária

Corresponde as áreas 44 e 45 de Brodman liga-das a expressáo da linguagem. Quando lesada, a com-preensáo da linguagem fica intacta, mas há grave di-ficuldade de expressáo motora; quando esta é soli-citada, há, praticamente, incapacidade de falar es-pontaneamente. Isso constitui a afasia motora. Aexecucáo da fala é realizada pela respiracáo, larin-ge e pelos músculos faciais e mastigatórios (muscu-latura estomatognática), controlados pela área mo-tora pré-central (Fig. 33-1). A área de Broca fica abai-xo e adiante da área motora, e sua funcáo é coorde-nar a acáo motora da fala, mas a execucáo é contro-lada diretamente pela área motora pré-central, demodo que as partes mais inferiores desta última es-táo ligadas a funcáo da garganta e, para cima, emordem sucessiva: a língua, mandíbula, lábios e, final-mente, vocalizacáo. Assim, enquanto o controle davoz é pré-central e dos dois hemisférios, a área deBroca refere-se somente a hemisfério categóricodominante, isto é, o hemisfério esquerdo (por isso,é dominante quanto a linguagem). Se acontecer urnalesáo da área frontal esquerda de Broca na infancia,o hemisfério direito pode passar a assumir a domi-nancia e desenvolver a capacidade de integrar a ex-pressáo da linguagem, porém este poder de compen-sacáo do outro hemisfério do cérebro somente podeocorrer antes dos 10 anos de idade. Após essa idade,o cérebro perde a capacidade de adaptacáo da lin-guagem, talvez pela maior diferenciacáo do hemis-fério direito na orientacño espacial e coordenacáo docorpo no espa~o. Acredita-se que a capacidade defalar vá-se desenvolvendo lentamente, na infancia,e seja devida a forrnacáo de múltiplas sinapses queestruturam modelos neuronais na área de Broca.Apresenta-se algo semelhante no processo de apren-dizado de urna segunda língua no adulto. Eviden-temente que, por estes fatos, a crianca poderia apren-der várias línguas com muita facilidade.

Regiao temporalde Wernicke ou secundária

Refere-se a urna regiáo amplamente localizada nolobo temporal abaixo do sulco longitudinal (Sylvius).Quando esta estrutura é lesada, apresenta-se pertur-bacáo na compreensáo da linguagem, o que se de-nomina afasia sensorial. Tambérn se apresenta de-senvolvida no hemisfério esquerdo, hemisfério cate-górico ou dominante quanto a linguagem. Esta árearepresenta urna área de associacáo auditiva e visual,

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tores, podendo ser executados quando houver es ti-mulacáo cortical adequada, como seria o caso da fala,em que o córtex determina um certo propósito es-pecífico da fala, mas que exige, para sua realizacáo,a existencia de um programa motor adequado paraos propósitos ou objetivos desse programa pretendi-do de fala. Ora, dentro das estruturas motoras basais,o corpo estriado parece ser preponderante porque ossinais corticais chegam a ele, e daí partem impulsosque integraráo todo o programa motor preexistenteentre os núcleos da base, núcleo rubro e cerebelo.

Fisiologia Aplicada a Fonoaudiologia

Áreaterciária ----::::::::--.c:::::.~~<

Áreas motorasda voz

Fig. 33-1 - Esquema das áreas corticais cerebrais rela-cionadas com a linguagem.

que se estende também ao lobo parietal, especialmen-te ao giro angular e supramarginal (Fíg. 33-1).

Regiao terciária de Penfield

Descrita por Penfield, localiza-se no lobo frontal, naparte mais alta e parcialmente interna, no sulco inter-hemisférico (superfície media!). Esta área desernpe-nharia um papel similar ao de outras áreas descritas e,talvez, estaria ligada aos fenómenos associados a fala,como contar, ler, escrever, estabelecendo urna seqüén-cia motora específica.

Estas áreas estáo ligadas entre si, através do fas-cículo longitudinal superior (arcuato).

Aliás, foi demonstrada que, em seres humanosconscientes, o fluxo sangüíneo cerebral aumenta de-finidamente na área de Broca quando o indivíduoconversa, e no giro temporal superior durante aleitura, o que indica a seletividade da circulacáo ce-rebral, segundo a atividade que estiver sendo reali-zada pelo cérebro.

Papel do corpo estriado ou estriato

Após a excitacáo do córtex motor corresponden-te a regiáo orofacial, esta determina definida excita-~ao dos núcleos da base, que já tem estabelecidaprévias seqüéncias sinápticas entre diversos núcle-os de neurónios, próprios do mecanismo de apren-dizado, condicáo sine qua non para a fala, dado que oindivíduo será incapaz de falar se nao tiver aprendi-do previamente a mecánica da fala. Ora, toda me-canica motora é estabelecida por inter-relaciona-mentos entre o córtex cerebral, os núcleos da base,o núcleo rubro e o cerebelo, de modo que se esta-belecem circuitos - muitos de reverberacáo - en-tre eles, que sáo armazenados como programas mo-

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Papel da tormacáo reticular

Na efetuacáo da fala, a integracáo neural na for-macáo reticular parece ser fundamental, dado que,a partir de excitacóes promovidas basicamente apartir do corpo estriado excitando-se tres níveis di-ferentes e seqüentes da forrnacáo reticular que per-mitem a realizacáo integral da fala. Os níveis nervo-sos em referencia sáo: adaptacáo respiratória; emis-sáo do som elementar ou fonacño na laringe e nosistema estomatognático a articulacáo da voz.

Excitac;ao do centro respiratório

Os denominados grupos dorsal e ventral localiza-dos no núcleo do trato solitário da formacáo reticularbulbar sáo fundamentais na localizacáo da respiracáopulmonar. O primeiro, determinando o fenómeno ins-piratório, e o segundo, facilitando a extensáo suficien-te da inspiracáo ou permitindo a expiracáo ativa, se foro caso, ou controlando a duracáo do processo expira-tório, fundamental para a fala. Na fala, ambos parecemimportantes. Pela acáo do corpo estriado, excita-se pri-meiro, ao parecer, o núcleo de Botzinger, modifican-do-se o programa rítmico, agora apropriado para a fala,mas logo após intervém no grupo dorsal, determinan-

If

E

,-, -, -,,,,,

"'~'"""

.................•......

","<D

<D Resplra~áo normal<ID Inspira~áo intensa@ Expira~áo prolongada

Tempo

Fig. 33-2 - Modiñcacáo espirométrica durante a fala.

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Fisiologia da Pala e da Fonoarticulaciio

do inspiracáo que se torna profunda (intensa) pela pros-secucáo funcional do grupo dorsal. Determina-se as-sim uma inspiracáo profunda seguida de urna expira-c;aolonga, mantida no tempo (Fig. 33-2).

Esta modificacáo da ventilacáo pulmonar seriaprimordial na excecucáo da fala, porque cria umgrande fluxo expiratório (mais de 1.000 mi) que seprolonga no tempo, mantendo um fluxo aéreo im-portante e mantido que passa pela laringe, condicáoestrita para a funcáo fonática.

Excitac;ao do núcleo motor dovago (X par)

o corpo estriado excita, logo após, o núcleomotor do nervo vago (X par), localizado tambémna forrnacáo reticular bulbar. O vago excitado, atra-vés do nervo recorrente (ou laríngeo inferior) elaríngeo superior, estimula os músculos intralarín-geos, determinando respostas contráteis, que, de al-guma maneira, modificam a funcáo das pregas vo-cais, alterando principalmente sua tensáo, pelo queestas estruturas passam a vibrar a passagem do flu-xo aéreo expiratório. O grau de tensño determina-da nas pregas vocais pode ser variável, dependen-do fundamentalmente da acáo do nervo recorren-te sobre a laringe.

Excitac;ao do núcleo mesencefálico

Este núcleo está localizado na forrnacáo reticu-lar mesencefálica e controla muito efetivamente aexcitabilidade do núcleo motor do trigémio (V par),via de regra através do núcleo supratrigerninal, si-tuado já na formacáo reticular pontina. O nervo tri-gérnio é crítico na articulacáo da voz pela sua acáosobre a mandíbula e os músculos supra-hióideos.Contudo, a partir do núcleo supratrigeminal (da for-macáo reticular pontina), há controle também dosmúsculos motores do VII par ou facial, sendo parti-cularmente importantes na fala o bucinador e orbi-cular dos lábios; XII par ou hipoglosso, controladorda musculatura da língua, também primordial na ar-ticulacáo da voz, o IX par ou glossofaringeo, quecontrola parte da língua e o palato mole, enquanto oXI par ou acessório que age sobre os músculos cer-vicais permitiria a postura de extensáo da cabeca, ne-cessária para a fala adequada.

Papel do hipotálamo

Sabe-se que toda fala inclui determinadas carac-terísticas afetivas, ou seja, ao falar, o indivíduo en-

volve-se num conteúdo emocional, porque nao falado mesmo jeito quando está alegre, contente, ouquando está triste, preocupado ou furioso. Estas ca-racterísticas emóticas da fala sáo controladas princi-palmente pelo hipotálamo, que controla bastantea funcáo dos núcleos da base, principalmente o cor-po estriado.

A interferencia hipotalámica se efetua conspi-cuamente no controle da respiracáo, mas também naarticulacáo da voz e tal vez, em menor grau, na me-canica laríngea da fonacáo. Vide Fig. 33-3 acerca daintervencáo do hipotálamo nos centros neurais asso-ciados a fala.

FISIOLOGIA MECÁNICADA FONOARTICULACAo

Características gerais da tonoarticulacáo

A voz pode ser descrita sumariamente pela pro-ducáo de um som pela laringe (fonacño) e pelassuas modificacóes ulteriores por ressonáncia do arnos vários espacos localizados entre a laringe e os lá-bios, bem como outros processos (ar'ticulacáo).Ambos os fenómenos sáo controlados pelo sistemanervoso central e podem gerar uma considerávelvariedade de son s; porém, é praticamente impossí-vel estabelecer o grau de participacáo das diferen-tes estruturas da articulacáo da voz na modificacáodo som iniciado pela fonacáo laríngea.

O tono das fundamentais pode variar no homemde 90 Hz (voz baixa masculina) a 300 Hz (voz agudafeminina) durante a fala habitual.

Obviamente, o tórax também tem um papel nafonoarticulacáo; pela maior ou menor ressonánciaque pode produzir; além do mais, pode-se observarque, durante a ernissáo da voz, o ritmo regular dainspiracáo e expiracáo está modificado. A inspiracáoocorre muito rapidamente ao final das frases, ouentre as pausas produzidas. A expiracáo apresen-ta-se prolongada e dura entre pausa e pausa. Poroutra parte, através da respiracáo, pode-se controlara profundidade da voz; ao se aumentar a pressáodo ar expirado, aumenta-se a profundidade da vozou como ocorre especificamente no canto.

Mecanica da fonac;ao

Este assunto é tratado mais apropriadamente noCap. 34.

Ora, lembrando os fatos fundamentais, a laringeestá formada por cartilagens (onze no total) ligadas en-tre si por músculos intrínsecos que se classificam

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Fisiologia Aplicada ti Fonoaudiologia

Corpoestriado

N. mesencefálico ---'r--\l~'C:-1

N. supra-seminal

N. motor do vago

,..--Centro respiratório

Articula~aoda voz

V VIILaringe

Vago Fona~ao

-"""?'..--~.Expira~ao modificada

Fig. 33-3 - Esquema acerca das inter-relacóes neurais que realizam a etetuacáo da fala, através dos núcleos dabase - principalmente corpo estriado - que vai promover primeiro G) acáo sobre o centro respiratório bulbar, logosobre ® corresponde ao núcleo motor do vago que permite a producáo da tonacáo: finalmente, ® determinante daarticulacáo da voz pelo sistema estomatognático.

em tres grupos, segundo sua acáo sobre as bordas li-vres das cordas vocais (Fig. 33-4). Estes músculos sáo:

1)Músculo tensor das cordas vocais (múscu-lo cricotireóideo);

2)Músculo dilatador da glote (cricoaritenóideoposterior);

3) Músculos constritores da glote (cricoari-tenóideo lateral, tireoaritenóideo inferior, tireoa-ritenóideo superior e ariaritenóideo).

Exceto o último, todos os músculos sáo pares. Sáoinervados pelo nervo Iaríngeo inferior ou recor-rente, ramo do nervo vago, com excecáodo múscu-lo cricotireóideo (tensor das cordas vocais) que éinervado pelo ramo motor do nervo laríngeo supe-rior, também ramo do vago. Maiores detalhes noCap. 34.

Internamente, a laringe apresenta duas pregasbilaterais de direcáo antera-posterior: a corda vo-cal e a banda ventricular ou corda falsa. A cordavocal é contida dentro do ligamento tireoaritenóideo

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Cartilagemtlreólde

Glote

Cartilagemcrlcólde

Músculocricoaritenóideo

lateral(constrltor)

Músculotireoaritenóideo

~ (constritor)

, ~ Cartllagemaritenóide

Músculocricoaritenóideo

posterior(dilatador)

Músculoaritenóldeotransverso(constritor)

Fig. 33·4 - seccao transversal da laringe, onde se evi-denciam as cartilagens e músculos do órqáo da tona-cáo.

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Fisiologia da Fala e da Fonoarticulaiiio

inferior, estando nela inserido o músculo tireoari-tenóideo inferior. Quando se observa a glote pelolaringoscópio, pode-se avaliar que sua forma e di-mensóes sáo variáveis de acordo com a fase respira-tória: na inspiracáo, as cordas vocais se afastam, en-quanto se aproximam, levemente, na expiracáo, Nafonacáo, as cordas se aproximam, ficando paralelase tensas, fechando a glote. A glote tem urna carac-terística básica durante a respiracáo, já que as mu-dancas que se apresentam na fonacáo estáo super-postas a posicáo básica respiratória e, em grandeparte, dependem dela. Ao mesmo tempo em que ascordas vocais se adaptam na ernissáo da voz, há umposicionamento (aprendido) da mandíbula, faringee língua, de modo a haver urna sincronizacáo moto-ra bucal e laríngea com a respiracáo, o que determi-na a fonacáo eficiente que, de fato, constituiria urnaadaptacáo geral da respiracáo.

Pode-se estudar a funcáo das cordas vocais atra-vés do registro eletrolaringográfico, colocando-sedois eletrodos na superfície cutánea a cada lado dalaringe; de acordo com as modificacóes da irnpedán-cia do instrumento, registram-se as aproximacóes eseparacñes das cordas vocais.

Reflexos laríngeos adaptativos

Obviamente, os movimentos das cordas vocaisexigem alta precisáo, de modo que o sistema de con-trole por feedback deve ser muito estrito. Um cantorcapaz de produzir 2.000 graus de tom deve modifi-car o comprimento de suas cordas entre 1 e 1,5 mmpara cada variacáo de tomo Isso ocorre por reflexosadaptativos.

A parte aferente do reflexo inicia-se, quer emmecanorreceptores mucosos (a menor parte),quer em terrninacóes nervosas corpusculares exis-tentes nas articulacóes ou juntas da mesma larin-ge, estes últimos receptores se adaptam velozmen-te, o que é importante na velocidad e de ajuste dosfenómenos laríngeos. '1'ambérn há receptores fu-sais no músculo, mas bem primitivos, nos mesmosmúsculos laríngeos. O controle da tensáo muscularé controlado por um grande número de terminacóesnervosas em espiral dos músculos laríngeos.

Papel das falsas cordas

As bandas ventriculares ou falsas cordas tém, apa-rentemente, como funcáo, manter lubrificadas ascordas vocais, isso porque contérn um alto númerode glándulas mucosas, cuja secrecáo aumenta como maior exercício da voz. Acredita-se também que

estas bandas ventriculares controlariam a vibra-93.0 das verdadeiras cordas vocais na ernissáo denotas de tom excessivamente alto.

Controle extralaríngeo da fonacáo

Se a funcáo laríngea, básica e adaptativa, depen-de da tensáo e posicáo das cordas vocais, por urnaparte, e pela pressáo do ar expirado, por outra, poder-se-ia controlar a emissáo da voz controlando-se estesdois fatores primários. Nao obstante, a boca e a farin-ge representam estruturas importantes nesta regula-cáo, Assim, por exemplo, segundo a concepcáo deHusson, a linguagem oral nao deveria ser considera-da como urna simples funcáo de mecánica estomatog-nático-laríngea, mas como urna conduta de naturezaverbal que tem um sentido dirigido de natureza me-cánica, visando a um determinado objetivo. Esta con-duta verbal seria de natureza motora complexa quepode incluir múltiplas modalidades de funcionamen-to, mas que, resumidamente, seriam as seguintes:

1) Condutas fonatórias: agindo sobre a varia-bilidade de intensidad e, freqüéncia ou timbre dossons emitidos pela laringe;

2) Condutas articulatórias: agindo sobre a va-riabilidade de fatores que determinam a articulacáodo som (ver mais adiante);

3) Condutas lingüísticas: referem-se aos fato-res que atuam no estilo da linguagem, isto é, na es-colha particular das palavras, na seqüéncia das fra-ses, no sotaque; enfim, no conjunto de elementosque determinam o significado e a característica "pes-soal" da voz.

Estes tres elementos constituintes da condueñoverbal, ou da expressáo oral da linguagem - que sáode natureza motora - de acordo com Jenkine, en-globam dois sistemas neuromusculares diferentes:

1) Um bloco neuromuscular pneumo-tráqueo-Iaríngeo- faringeano;

2) Um bloco neuromuscular bucolabial.

Como estabelecido previamente, ambos sáo con-trolados pelo SNC. Os efetores sáo principalmentemúsculos esqueléticos, já que as glándulas exócri-nas e a musculatura lisa térn urna importáncia secun-dária, assim os músculos esqueléticos recebem im-pulsos nervosos das áreas corticais motoras (giro pré-central) ou das áreas corticais de associacáo, passan-do pelo estriato até chegar aos núcleos da formacáoreticular. Contudo, a área somatossensorial ou pós-central do córtex seria também importante, ligando-

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Reflexo cócleo-recorrencial

Fisiologia Aplicada ti Fonoaudiologia

se aos núcleos motores dos nervos cranianos; teriaespecial importancia a prega curva na regia o parietal.

No controle da fonacáo, além dos sinais de ori-gem cortical ou cerebelar, apresentam-se reflexosperiféricos que controlam certas características davoz. Estes reflexos sáo:

Reflexo trlqémlc-recorrencial.Área de Maurau

o sistema de ondas sonoras emitidas pela larin-ge provoca impacto na mucosa da cavidade bucal, es-pecialmente da área mais anterior do palato duro.Nesta regiáo, existem receptores sensíveis a vibra-c;:aoprovocada pela onda sonora, em particular porharrnónicas de 2.500 cps que, pelo seu especial com-primento de onda, determinam a excitacáo destesreceptores palatinos. Esta área, senslvel a este com-primento de onda, denomina-se área de Maurau.Pela via trigeminal, os impulsos chegam até a forma-c;:aoreticular, em que as fibras fazern sinapse com onúcleo sensorial principal do trigérnio que, por suavez, se as socia por colateral ao núcleo motor do vago.O vago, através do nervo laríngeo recorrente, deter-mina na musculatura vocal um aumento do tom, sen-do o principal fator que mantém este estado tónicovocal. Ora, as harrnónicas de 2.500 cps dependem di-retamente deste tono muscular vocal, pelo que sepode deduzir que a rnanutencáo destas harrnónicasdepende do controle do reflexo trigémio-recorren-cial, agindo através de umfeedback positivo de ma-nutencáo do tono das cordas vocais (Fig. 33-5).

Núcleo motordo vago ----z...

Viasensitiva

VagoNúcleo

sensorialprincipal

Nervorecorrente

Palato duro

Área de Maurau

)))))-,Onda sonoraLaringe

Fig. 33-5 - Hepresentacáo esquemática do reflexotriqémio-recorrencial.

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Contudo, também o ouvido interno pode ser ex-citado pelas ondas sonoras que o próprio indivíduoemite na producáo de sua voz. Esta excitacáo leva aum ligeiro aumento da amplitude e a manutencáoda freqüéncia das oscilacóes das cordas vocais. Oreflexo se produz em alta velocidade, porém se man-tém durante todo o período de ernissáo da voz. Estereflexo controla, por conseguinte, a própria voz, mo-dificando a tensáo da musculatura laríngea atravésdo nervo recorren te, ramo do vago.

Reflexo retículo-recorrencial

. Quando a formacáo reticular é ativada, por impul-sos provenientes da área de Maurau ou do ouvido(cóclea), aumenta também o tono do esfíncter glóri-co. Assim, por exemplo, quando se eleva o hióide poracáo da forrnacáo reticular ou por efeito cortical, podeaumentar o tono muscular que leve a excitacáo donúcleo motor do nervo vago no bulbo que, por viado nervo recorrente, estimula a musculatura da cor-da vocal, aumentando seu tono.

I FISIOLOGIA DA ARTICULACAO DA VOZ I

A articulacáo da voz se refere as funcóes asso-ciadas do sistema faríngeo-bucolabial, que determi-na modificacóes do som fundamental produzido ini-cialmente nas cordas vocais. Quando as ondas sono-ras entram no canal faríngeo-bucal, ocorrem varia-cóes do tono e da intensidade produzidas pela COB-

tracáo fásica dos músculos faríngeo-bucolabiais oumusculatura estomatognática, em geral.

Impedancia faríngeo-bucal

Quando se fala de impedancia, refere-se a resis-tencia oposta a urna pressáo para determinar urnavariacáo de fluxo quando esta pressáo é modificada,ou seja, por definicáo, a impedancia em mecánicarefere-se a relacáo entre a forca exercida sobre umcorpo e a velocidade resultante que se consegue im-primir a este corpo.

Em que na boca seria:

P1= __ 1_0_

qmdI = impedancia;PíO = pressáo intra-oral aplicada;qmd = fluxo médio da distensáo das estruturas orais.

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Fisiologia da Fala e da Fonoarticulacáo

Representaria assim urna resistencia a passagemdo fluxo aéreo através da boca.

Trata-se, neste caso, de urna impedancia acústi-ca que depende de vários fatores, entre outros das carac-terísticas das paredes anfractuosas do canal faríngeo-bucal, dos turbilhóes produzidos no fluxo de ar, das di-ferentes posturas dos órgáos moles bucais e farín-geos, do aporte de harmónicas de alta freqüéncia ca-pazes de criar zonas de ressonáncia etc. Entáo, a im-pedancia significaria para a laringe urna resistencia que,se nao for vencida pela pressáo do fluxo de ar expulso,fará com que a emissáo sonora pelas cordas vocais dei-xe de ocorrer; por isso, a impedancia faríngeo-bucal se-ria capaz de introduzir modificacóes no comportamen-to glótico, tais como o reflexo trigémio-recorrencial.Aliás, a impedancia faríngeo-bucal, quando produz dis-tensáo da glote, o faz como mecanismo protetor das cor-das vocais, cuja natureza exata é ainda pouco conhecida.

As chamadas técnicas vocais estáo baseadas nasvariacóes da impedancia, de maneira a aumentá-Ia,como, por exemplo, produzindo um alongamento dafaringe por descenso da laringe, como o que aumen-taria o comprimento total do canal faríngeo-bucal. Aimpedancia, por conseguinte, representa um fator mo-dificador da qualidade da voz e um mecanismo prote-tor e controlador da funcáo laríngea. Assim, por exem-plo, quando a impedancia for baixa, a voz apresenta-se insignificante, apagada; quando for alta, a voz ésombria, cavernosa. A voz habitual depende da regu-lacáo adequada e dirigida da impedancia.

Ora, a funcáo estomatognática, fundamental nafala, se efetua por meio de variacóes da impedancia.

A boca como ressonador

Urna funcáo importante na articulacáo da voz é acapacidad e da boca de agir como caixa de ressonán-cia, como se pode evidenciar na emissáo das vogais.Quando se emitem diferentes vogais, é porque hávariacóes na pressáo e no tono do som ao nível dasestruturas bucais. Contudo, além das modificacóesbucais, a ernissáo das vogais depende inicialmenteda laringe, sem obrigatoriedade de ulteriores modi-ficacóes do res sonador bucal.

Teoria da dupla resscnáncia

Através de metodologias diferentes, tem sido de-monstrado que as vogais consistem em sons que tém urnanota fundamental (a "formadora") que varia de urna paraoutra vogal, e que depende da característica de cada vozem particular; além disso, a vogal possui duas harmóni-cas principais que podem ser de intensidade diferente

TABELA 33-1

Freqüénclas características das vogais (Hz)

Vogal Baixa Altaemitida freqüéncla freqüéncla

U (aberta) 400 800

U (fechada) 475 1.000

OU 500 850

O 700 1.150

A 825 1.200

E (aberta) 550 1.900

E (fechada) 500 2.100

El 550 2.100

I 375 2.400

até chegar a 40 (teoria da dupla ressonáncia); a freqüén-cia das vogais é variável (Tabela 33-1).

A dupla ressonáncia poderia ser avaliada atravésde trés métodos:

a) Análise subjetiva dos sons da voz, confirmadapor Paget, mostrando a existencia de dois picos nostonos de cada vogal (dupla ressonáncia);

b) Registros fotográficos das ondas da voz;e) Modelos de cámaras ressonantes em série que

abrangem urna ampla faixa de tonos, de modo que, quan-do ligados a urna fonte produtora da nota fundamental,pode se obter um som semelhante a vogal (Tabela 33-1).

Esta dupla ressonáncia seria determinada na mes-ma articulacáo da voz.

Os ressonadores orais

No aparelho faríngeo-bucal ou supra-glótico, apa-rece de fato urna série de espacos que podem com-portar-se como cámaras de ressonáncia. Os prin-cipais seriam os seguintes e resumidos no Boxe 33-1:

Boxe 33-1Camaras orais de ressonancla

Vestíbulo laríngeo/supraglóticasEspaco epiglóticoEspaco retrofaríngeoEspaco linguopalatino posteriorEspaco linguopalatino anteriorEspacos vestibulares

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Rela~ao tonacáo/artlculecéo

Fisiologia Aplicada a Fonoaudiologia

Mas, considerando-as no contexto articulador,seriam estas cama ras ou compartimentos:

a) Na mesma laringe, o vestíbulo entre as ver-dadeiras e falsas cordas;

b) Cámara entre a laringe e a base da língua,envolvendo a epligote;

e) Espaco entre a parede faríngea, o palato molee a úvula;

d) Compartimento formado entre o dorso da Iín-gua e a superfície posterior do palato duro;

e) Cámara entre o dorso da língua e a superfícieanterior do palato duro;

f) Espaco vestibular entre os dentes e os lábios.

Aceita-se, em geral, que o tono inferior (me-nor freqüéncia) de urna vogal seja produzido pelascama ras faríngeas de ressonáncia, enquanto aque-le tono mais alto (maior freqüéncia) seria produzi-do pelas ressonáncias originadas nas cámaras bu-cais.

Poslcáo dos ressonadores orais

Na emissño de vogais, o fluxo de ar passa inin-terruptamente, via de regra, sem maior interferen-cia da impedancia, que pode variar por interposi-cáo da língua, lábios e estruturas faríngeas, ademaisdas bochechas e dentes. Além disso, as modificacóessáo muito rápidas e variáveis, tornando seu estudomuito difícil. Registros oscilográficos da voz mostramque a onda padráo típica para cada som nao é pro-duzida instantaneamente. Pelo menos, aproximada-mente 1/4 da duracáo total do som seria preenchidopor sons intermediários atípicos. Em parte, já noinício da fala, os órgáos da fonoarticulacáo ado-tam urna posicáo correta, mas, parcialmente ao final,tomam urna posicáo já preparatória para o próximosom. Por exemplo, quando se produz o som "ah",parece que as posicóes das estruturas orais seriam in-significantes quanto as suas modificacóes, mas a ca-racterística inicial seria o estreitamento entre aepiglote e a parede faríngea, seguida por urna arn-pla abertura da boca, que tende a acentuar todosos sobretonos, sem ser seletiva. Nas vogais 1 e E, afaringe abre-se e amplia-se, a língua dobra-se aomeio e se encosta firmemente contra o palato duro,adotando sua forma. Na vogal U, os lábios térn umpapel fundamental, assim como as bochechas. Os di-tongos sáo combinacóes de duas vogais seguidas ra-pidamente, de maneira que o movimento executa-do pelas estruturas orais depende da passagem deurna vogal para a seguinte.

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A importancia relativa da fonacáo e da articulacáo,ao formar os sons da fala, embora nao é conhecida comexatidáo. Tern-se estabelecido que o sussurro con-siste somente em fenómeno articular, sern a partici-pacáo das cordas vocais, pelo que é deduzido que afonacáo nao seria essencial na génese dos sons, masrepresentaria um importante mecanismo de amplia-vao, conferindo inflexáo e qualidade emocional avoz; porém, isso se aplica somente as línguas quepodem ser sussurradas, como sáo as línguas ociden-tais em geral: portugués, ingles, espanhol ou francés,excluindo-se outras línguas diferentes como o chinésou os dialetos africanos. Nestas últimas, a inflexño éfundamental, e a fonacáo se torna fator essencial, naopodendo haver sussurro diferente da fala. Nao obs-tante, trabalhos mais recentes permitem suspeitar deque, de fato, a fonacáo seja importante também nosussurro, já que, durante sua producáo, há captacáode potenciais elétricos nos músculos laríngeos e, soblaringoscopia, observam-se modificacóes da forma daglote. Para apoiar estas observacóes, a título de exem-plo podem-se considerar as consoantes D e '1', que di-ferem entre si, somente pelo fato de que a primeiranao é acompanhada de fonacáo, enquanto a última oé. Ora, se a fonacáo nao interferisse no sussurro, essasduas consoantes se confundiriam, mas, na realidade,isso nao acontece, pela prévia fonacáo. Pode-se en-táo concluir que há participacáo das cordas vocais ain-da no sussurro, embora com papel possivelmente me-nor, nao sendo táo fundamental na compreensáo daverbalizacáo, como tem sido postulado.

Emissao de consoantes

As consoantes sáo produzidas por interrupcáo dapassagem do ar através da faringe e boca, seja pela lín-gua, dentes ou lábios, provocada basicamente pelomesmo mecanismo da impedancia. Usando o modelode Paget, quando se interrompe temporariamente o flu-xo através de pipas em série, podem-se produzir son sbastante semelhantes as consoantes; por exemplo, se omodelo reproduzir "ah", mas for tampado com a palmada máo e logo após rapidamente aberto pela rernocáoda máo, haverá emissáo de "pah" ou "bah". As conso-antes, assim como as vogais, ocorrem por impedancia eressonáncia das cámaras faríngeo-bucais, e seus sonstambém poderiam ser analisados em dois tonos princi-pais. Os sons nasais M, N, NH sáo mais complexos, com-postos por tres principais, sendo o terceiro produzidoquando a boca está obstruída e o som é orientado paraas cavidades nasais (sons nasais). Algumas consoantescomo P, B, T e D diferem das vogais pelo fato de que

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Fisiologia da Fala e da Fonoarticulacáo

as estruturas orais tém que se movimentar enquanto elasestáo sendo pronunciadas, havendo assim um cerro graude velocidade de mudanca do tono, que é precisamen-te o que ajuda a diferenciar estas consoantes. É tambémevidente que as ressonáncias para as consoantes va-riam de acordo com a vogal a elas associada, possivel-mente, pela posicáo adequada e oportuna procurada pe-la língua, para associar a vogal com a consoante. Nos pa- .latogramas, tém sido estudadas as posicóes da línguaem relacáo ao palato duro, durante a pronunciacáo dasconsoantes. Anthony usou nos palatogramas a distribui-cyaode um corante aplicado previamente no palato duro.Estes palatogramas sáo usados assim na avaliacáo dasmudancas da relacáo língua-palato depois da instalacáode próteses, por exemplo. Podem-se também avaliar aspressóes de aplicacáo da língua contra o palato. Es-tas pressóes variam entre 35 e 160 g X cm ? durante afala e entre 140 e 320 g X cm -2 durante a degluticáo.

As consoantes diferem umas das outras pela impe-dancia produzida, dependendo do fato de serem ou naoacompanhadas de fonacáo. Quando sáo acompanhadasde fonacáo, chamam-se consoantes vocalizadas;quando nao o sáo, chamam-se consosantes nao-voca-lizadas. Assirn, as principais diferencas entre S e Z, P eB, por um lado, ou F e V, por outro, residem no fato deque as cordas vocais estáo silenciosas em S, P e F, masparticiparn da ernissáo de Z, B e V. Nao obstante, duran-te o sussurro das chamadas consoantes vocalizadas (Z,Be V), ocorrem mudancas nas falsas cordas (bandas ven-triculares), com o que muda a ressonáncia produzida pe-la cámara interposta entre as cordas verdadeiras e falsas.

Características detreqüéncla das consoantes

Como se pode observar na Tabela 33-11, na ge-nese das consoantes há variacóes importantes das

freqüéncias que, além disso, fazem variar a caixa deressonáncia onde sáo produzidas. É preciso desta-car que a ressonáncia bucal resultaria fundamentalpara a ernissáo de todas as consoantes.

Classifica{:ao das consoantes

As consoantes podem ser classificadas de vários mo-dos, como pode ser avaliado nos Boxes 33-11 e 33-111.

Boxe 33-11Classifica~8o das consoantes, de

acordo com as estruturas que causamimpedancia ou lnterrupeáo do fluxo de ar

bilabiais, como B, P e M;labiodentais, como F e V;linguodentais, como D e T;linguopalatais, como G e K.

Boxe 33-11IClassificaQ80 das consoantes, de

acordo com suas características sonoras

- Nasal, como em N, M ou NH, que requerem obs-trucáo da boca com passagem nasal aberta;Lateral, como em L; o ar é toreado a lateral izar-sena boca;Enrolada, como em R;Plosiva, como em P, B, T, D, G e K, que requeremuma completa parada do fluxo de aro Sendo cha-madas também de consoantes de detencño;Fricada ou fricativa, como em F e V, que preci-sam só de uma parada parcial;

- Africada ou africativa, como em CH e J, que, em-bora abrangendo uma parada parcial do fluxo dear, também precisam de liberacáo rápida de aro

TABELA 33-11- Características de freqüéncla das consoantes (Hz)

Som Ressonancia Ressonáncia Ressonancialaríngea nasal bucal

L 250-400 600 2.000-3.000

N 200-250 600 1.400-2.000

NH 200-250 600 2.300-2.600

M 250-300 600 900-1.700

R 500-700 1.000-1.600 1.800-2.400

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Evolu~ao ontoqénlca dafonoartlculacáo. Vocaliza~ao

Fisiologia Aplicada ti Fonoaudiologia

Papel das estruturas moles

As consoantes labiais sáo produzidas fechando-se os lábios e, logo após, reabrindo-os abruptamen-te. Nas consoantes labiodentais, o lábio inferior en-contra o incisivo superior e é rapidamente remo-vido. As consoantes linguodentais sáo produzidaspor rernocáo da ponta da língua dos incisivos ou dopalato duro, imediatamente posterior aos dentes. Asconsoantes sibilantes, como S, X ou Z, dependemda passagem do ar expirado através de um espac;omuito estreito, entre a ponta da língua e a parte an-terior do palato duro, com fonacáo, no caso de Z, ou,sem fonacáo, no caso de S, CH e ]. Requerem amaior parte da superfície da língua em con tato como palato duro, mas permitindo um espac;o mais lar-go do que no caso de S ou Z e, logo após, rápida re-tirada da língua do palato. O enrolado R é devido arápida vibracáo da ponta da língua. L é produzi-do por desvio do ar expirado do centro da boca paraambos os lados. M é som labial, enquanto N seriasom mais dental, mas com desvio aos condutos na-sais, havendo ressonáncia nasal durante sua produ-cáo. Aliás, merece destacar o papel do palato mole.Na producáo da maior parte das consoantes (me-nos M, N e NH), o palato mole fecha a passagemda orofaringe para a nasofaringe, por movimentosde ascensáo do palato mole, que volta a descerquando cessa a pronúncia destas consoantes. Estemovimento parece ser fundamental; acompanha-sede discreta, mas constante, elevacáo da faringe.A elevacáo do palato mole pode atingir total ou par-cialmente a parede faríngea, especialmente comvogais mantidas.

Controle reflexo da artlculaeáo da voz

Existe um controle reflexo dos movimentos dafaringe, e especialmente da boca, durante a verba-lizacáo. Este controle da articulacáo inicia-se na có-clea, como também em receptores da língua, sen-do aparentemente estes últimos os mais importan-tes, como se pode avaliar na anestesia da superfícieda língua, no bloqueio da transmissáo nervosa origi-nada na língua, e ao impedir a acáo do ouvido pelautilizacáo de ruído intenso em ambos os ouvidos. Sáoos reflexos cócleo-oral e glosso-oral.

A parte anterior da língua é a responsável porarticulacóes complexas, como as de S e CH, porqueestruturas dessa regiáo térn mais receptores do tato,órgáos tendíneos e receptores fusais, do que na par-te posterior da língua, responsável por movimentos. .mais grossetros.

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A primeira manifestacáo sonora do homem é ogrito do récem-nascido devido a simples reacáo fren-te a entrada de ar nos pulmóes.

Logo após, aparece a balbuciacáo que represen-ta uma expressáo de júbilo e caracteriza-se pelo apa-recimento de consoantes, diversamente do grito, emque só há vogais. Neste período, tanto o grito comoo balbucio sáo exteriorizacáo de expressóes emocio-nais independentes das acústicas. Constituem a de-nominada vocalizacño,

Inicia-se entáo a associacáo acústica de sonsemitidos, ou seja, associacáo sensorial-motora entreo som emitido e o som ouvido, o que permite o de-senvolvimento da linguagem, como a imitacáo foné-tica do que é escutado, isto é, repeticáo dos estímu-los auditivos (fala, música, ruidos); é o que se deno-mina período de eco.

Quando aparece a compreensáo, e sua ligacáo aexpressáo verbal, nasce, de fato, a linguagem, ou seja,com 12-18 meses de idade. A fala inicial constitui-sede palavras isoladas; no processo evolutivo, aparecemas ligacóes, formando frases com sentido. Já, a partirdo sétimo ano de vida, a capacidade infantil para a lin-guagem é similar a do adulto. A partir do que foi ex-pesto, pode-se salientar a importancia da audicño noprocesso de aprendizagem e formacáo da linguagem.

Altera~oes fundamentais da linguagem

Além das afasias motora e sensorial, devem-se considerar:

AlexiaÉ a incapacidad e para ler, que pode, ou nao, ser

acompanhada de afasia (motora ou sensorial). Iso-ladamente, pode manifestar-se devido a alteracóesdo lobo occipital do hemisfério categórico.

DislexiaÉ uma alexia incompleta; o indivíduo afetado nao

pode ler além de algumas poucas palavras, entenden-do bem; contudo, com maior quantidade, faz confu-sáo, Trata-se transtornos das vias de projecáo anteri-or após a excitacáo dos lobos ocipital e parietal,

Altera~oes da evolucáo da linguagem

Durante o desenvolvimento da linguagem, podemapresentar-se distúrbios por causas muito va-riáveis, como retardo mental, surdez congénita total ou

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Pisiologia da Pala e da Fonoarticulacáo

parcial, lesóes cerebrais, alteracóes na maturacáo neural,perturbacóes congénitas dos órgáos da fonacáo, fatoresemocionais ou, o que é muito freqüente, falta de estí-mulo auditivo ou emocional, fatores que levam a urnaevolucáo rápida e eficiente da linguagem, como falhaque acontece em grupos humanos pouco desenvolvidos,ou em indivíduos isolados de outros seres humanos.

Ronquidao

Trata-se de urna acáo involuntária que se produzno sono de ondas lentas (SOL, náo-Rli.M nas fases IIIou IV), e cessa imediatamente com o despertar ou pas-sagem a fase REM. A ronquidáo é causada pela vibra-cáo - usualmente durante a inspiracáo - da borda

1. A linguagem constitui o principal meca-nismo de comunicacáo entre seres humanos.' 1'odoo córtex cerebral determina a funcáo de expressáolingüística; porém, tres áreas parecem essenciaisna expressáo verbal: primária de Broca (frontal),secundária de Wernicke (temporal) e terciária dePenfield (frontal superior).

2. Através do córtex motor pré-central -correspondente ao controle da motricidade oro-facial- inicia-se a fala, atuando como gatilho doprograma motor verbal iniciado pelos núcleosbasais - preponderadamente o corpo estriado- cerebelo e núcleo rubro. Há interferencia dohipotálamo conferindo o tono afetivo da ver-balizacáo.

SINOPSE

fina do palato mole e dos pilares posteriores da amíg-dala. Pode-se acompanhar de vibracóes dos lábios e dasjanelas do nariz. Robin determinou que, na maioria daspessoas que roncam, há urna obstrucáo do canal nasal,que leva a um aumento de resistencia nasal a res-piracáo, com ligeira depressáo da ventilacáo pulmonar,queda de pOz e aumento de pCOz, estimulando a ven-tilacáo pulmonar e determinando maior fluxo de are vibracáo do palato mole, porém baixa freqüén-cia respiratória. A obstrucáo nasal pode ser produzi-da por aumento de tamanho das adenóides e eventual-mente, tonsilas, além de rinite vasomotora, deslocamen-to do septo nasal ou outros defeitos nasais. '1'odavia, adepressáo fisiológica respiratória do sono náo-Rlí Mseria um fator importante na determinacáo do ronco.

3. O corpo estriado controla tres níveis mo-tores da fala: 1) Centro respiratório (grupos dorsale ventral) da forrnacáo reticular bulbar, determi-nando inspiracáo profunda e expiracáo prolonga-da; 2) Núcleo motor do vago, que, através donervo recorren te, modifica a funcáo laríngea oufonacáo; 3) Núcleos mesencefálico e supra-trigeminal da forrnacáo reticular mesencefálica-pon tina, controlando a musculatura estorna-tognática: articulacáo da voz.

4. Há controle da fonacáo por reflexos origina-dos na laringe (músculos e articulacóes) e na boca(reflexos trigémio-recorrencial, cócleo-recorrenci-al). Reflexos originados no mesmo sistema estorna-tognático modulam a articulacáo da voz.

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