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DESEMBAR UE O REVISTA N.º 27 · PUBLICAÇÃO PERIÓDICA · JUNHO 2017 Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros

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Fuzileiros

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Publicação Periódica daAssociação de Fuzileiros

Revista n.º 27 • Junho 2017

PropriedadeAssociação de Fuzileiros

Rua Miguel Pais, n.º 25, 1.º Esq.2830-356 Barreiro

Tel.: 212 060 079 • Telem.: 927 979 461email: [email protected]

www.associacaofuzileiros.pt

Edição e RedacçãoDirecção da Associação de Fuzileiros

DirectorJosé Ruivo

Directores AdjuntosLeão Seabra e Benjamim Correia

Editor PrincipalBenjamim Correia

ColaboraçõesDelegações da AFZ, CM, JR, LS, BC, Ribeiro

Ramos, Miranda Neto, José Horta, Paulo Gomes da Silva e Adelino Couto

Fotografia: Ribeiro, Afonso Brandão, Mário Manso, António Fernandes e MLS

Capa (Arranjo): Manuel Lema Santos

Coordenação eprodução gráfica

Manuel Lema [email protected]

Impressão e acabamentoGMT Gráficos, Lda.

Rua João de Deus, n.º 5-C2700-486 Amadora

Tel.: 217 613 030 • Telem.: 919 284 062email: [email protected]

Tiragem2.000 exemplares

Depósito legal n.º 376343/14ISSN 2183-2889

Não reconhecemos qualquer nova forma de ortografia da língua portuguesa mas, no respeito por diferente opção, manteremos os textos de terceiros aqui publicados que

configurem outra forma de escrita.

índice ficha técnica

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Editorial Tempo de Paz, Soldados da Paz 3

Protocolos Protocolos 4

Notícias Assembleia Geral Ordinária da Associação de Fuzileiros 5

Conferência no Museu de Marinha 7

40.º Aniversário da Associação de Fuzileiros 7 Dia do Combatente 2017 – Funchal 8 – Batalha 8

Dia Nacional dos Cadetes de Portugal 9

Homenagem CMG Maxfredo Ventura da Costa Campos 10

Crónicas 18.º CFORN – Memórias de uma viagem de instrução 18

Corpo de Fuzileiros Tomada de Posse do Novo 2.º Comandante do Corpo de Fuzileiros 23

Apoio às Estações Salva Vidas do Instituto de Socorros a Náufragos 23

Aprontamento da Força de Fuzileiros N.º 1 – Fase I 24

Força de Fuzileiros N.º 3 – Participação no Exercício Real Thaw 17 25

O CF celebrou o Dia da Árvore 26

Força de Fuzileiros N.º 3 – Treino de Manutenção de Padrões de Prontidão Operacionais 27

Contos & Narrativas Cinco Comboios no Cacheu (I) – “O Boca de Sapo” caiu à água 28

Pensamentos & Reflexões O Novo Aeroporto 29

Borrifos salgados duma surriada inesperada… 31

Cadetes do Mar Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros 32

Delegações Delegação do Algarve 35

Delegação do Douro Litoral 37

Delegação de Juromenha/Elvas 38

Delegação da Polícia Marítima 39

Poesia Amigo de Farda 39

Grupo de Motociclistas AFZ Grupo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros 40

Divisões Divisão do Mar e das Actividades Lúdicas e Desportivas 42

Noite de Fados Noite de Fados na Associação de Fuzileiros 44

Convívios 1.º CFORN FZ 86/87 – 30.º Aniversário 45

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 12 – Guiné 1967/69 46

9.º CFORN FZ – 50.º Aniversário 46 Escola de Fevereiro de 91 47

Escola FZ de 1988 – 29.º Aniversário 48

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9 – Moçambique 1967/69 49

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 10 – Angola 1969/71 50

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 10 – Guiné 1967/69 50

Obituário 51

Diversos 51

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editorial

3O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

JJá muitos se confrontaram com a questão: para que serve um fuzileiro em tempo de paz? E, ainda mais, para que pode servir um antigo fuzileiro no mundo em que vivemos?

Os membros que constituem a nossa Associação são, na sua grande maioria, os antigos fuzileiros e os elementos ativos do Corpo de Fuzileiros. Os militares podem ter tido uma longa carreira ou apenas uma breve passagem pelas fileiras, no cumprimento dos seus deveres de cidadania, mas todos têm algo em comum, que os liga e é independente do tempo de serviço, da patente ou do talento – que são os valores. Nos tempos, de acalmia beligerante (aparente) que vivemos, é essencial potenciar estes valores e canalizar esforços para congregar novos sócios vindos da sociedade civil, quer tenham sido fuzileiros quer outros que se revejam no seu espírito. Os fuzileiros no ativo podem ter tendência a decrescer, com as reduções de efetivos, mas o potencial que existe no universo dos antigos fuzileiros é ainda grande. Em paz, os fuzileiros fazem falta e há muitas razões para se unirem e colaborarem com a sociedade civil e se mobilizarem para voluntariamente se envolverem em ações de cidadania, em todo o lado onde possam fazer a diferença pela formação, pelos valores e pelo espírito de missão que granjearam ao longo da sua passagem pelos Fuzileiros. Todos podem e devem ser Soldados da Paz.Soldado da Paz é um termo que hoje em dia é muito abrangente. Não nos podemos esquecer, por exemplo, dos soldados da paz nas Nações Unidas, os Capacetes Azuis e do seu papel de manter a paz e segurança internacional e, também e não menos importantes, as organizações não-governamentais de apoio médico, sanitário, humanitário que felizmente proliferaram pelo Mundo e que são verdadeiros soldados pela nobreza das suas missões e arrojo das suas ações.Ser Soldado da Paz está ao alcance de cada um de nós, à escala mais ambiciosa de uma grande organização ou mais modestamente como voluntário empenhado ao nível local, em iniciativas que promovam a cidadania, que cativem a juventude. Os fuzileiros foram e são, de entre outras forças militares, os que deram o seu contributo em causas cívicas, em calamidades públicas e em situações de defesa de pessoas em risco, agindo em várias frentes e em várias épocas - por exemplo no resgate de vítimas de Entre-os Rios, desastres ecológicos como o derrame de crude em Vila Nova Milfontes ou a praga dos jacintos de água no Guadiana. De lembrar também as missões humanitárias conjuntas com as Nações Unidas, as operações de resgate de civis nacionais e internacionais (são exemplo disso as ações em Timor, no Congo ou na Guiné Bissau).Os deveres de cidadania, tanto como as ações em contexto de guerra, fazem parte da missão dos fuzileiros.Em tempos de paz, o papel do fuzileiro é ser um soldado da paz. Aqueles que não estão no ativo, podem colaborar cada qual à medida das suas possibilidades para esse sentido civilizacional de defesa dos direitos humanos, da cultura e da sociedade em geral.As parcerias com a sociedade civil são um veículo importante para atingir estes objetivos (porque a Associação de Fuzileiros isoladamente tem um alcance sempre limitado à sua dimensão), parcerias com instituições da sociedade civil, sejam elas associações de caráter social, cultural, de apoio à juventude e ao desporto. Nos locais onde se encontra a Sede ou as Delegações, os seus sócios podem e devem, em parceria, desenvolver ações de cidadania sempre que a “matriz genética” dos fuzos possa fazer a diferença.Se nós fuzileiros nos sentimos especiais e diferentes, unidos em valores comuns, temos o dever de passar para a Sociedade esses valores, o dever de servir tanto na guerra como na paz, tanto quando estamos no ativo como retirados de funções operacionais. A cidadania é uma tarefa de todos e os fuzileiros muito podem contribuir para um mundo melhor, para uma sociedade mais justa e mais solidária.

José Ruivo

Presidente da Direcção

Tempo de Paz, Soldados da PazJosé Ruivo

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protocolos

4 O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

PROTOCOLOS SUBSCRITOS PELA AFZ(Com vantagens para os Sócios)

V & T, Versátil e Transversal, Lda 25% Reparações, Formatações e Reinstalações 10% Consumíveis e Equipamentos Informáticos e outros

Farmácia da Recosta Desconto 10%, excepto em produtos em campanha, Produtos da Diabetes,Leites Infantis e Medicamentos com valor superior a 50 €

VilaMoura Alconru, S.A.e DFZA

Protocolo de Cooperação entre a VILAMOURA ALCONRU, S. A. ea Delegação da Associação de Fuzileiros do Algarve

Clube de Campismo do Barreiro (CCB) Instalações do Parque de Campismo dos Picheleiros: 20% desconto sobre tabela em vigor

ORTOPAULOS – Centro de Ortopedia, Lda. Descontos até 20% (Serviços e Equipamento)

Instituto Médico Dentário do Barreiro (IMDB) Descontos (10%, 20%, 30%) sobre a tabela de preços em vigor e anexa ao protocolo

Sociedade de Tiro do Porto Protocolo para a utilização da Carreira de Tiro do Complexo Desportivo de Rates (CTCDR)

Clube Pinhal da Foz (CPF) Apartamentos Turísticos (Época Baixa -25%, Época Média -20%, Época Alta -15% e -10%)

High School Academy Uma propina mensal 15% e 100% no valor da inscriçãoDuas ou mais propinas mensais 20% e 100% no valor da inscrição

KéroCuidados Presta Serviços a idosos e Famílias

Open Smile Clínica Médica – Presta Serviços Médicos, inclui Méd. Dentista

Associação Recreativa e Desportiva Bons Amigos (ARDBA) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Grupo Desportivo e Recreativo Unidos da Recosta (GDRUR) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Editora Náutica Nacional, Lda. (ENN) Editora de Capitais privados – Edita a Revista de Marinha e também livros

Manuel J. Monteiro & C.ª, Lda.(MJM)

Especializada na Comercialização de Electrodomésticos, representa as Marcas: Junex, Vaillant, Gorenje, Dito Sama, Gisowatt e Stiebel Eltron

Funerária Central Vila Chã - 30% desconto em todos os serviços

Associação Nacional de Agentes de Segurança Privada (ANASP) Formação e Credenciação

Casa de Repouso São João de Deus Acolhimento em regime interno, possui dois estabelecimentos:Lagoa da Palha - Pinhal Novo e Cabeço Verde - Barreiro

Casa de Repouso Quinta da Relva Acolhimento de idosos, lar e cuidados continuados

MH Wellness Club – Motricidade Humana Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Santo André - Barreiro

Kangaroo Health Clube Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Quimiparque - Barreiro

GAMMA Grupo de Amigos do Museu de Marinha

Universidade Lusófona COFAC – Cooperativa de Formação e Animação Cultural – Lisboa e Porto10% desconto nas propinas

Universidade Lusófona ISES – Instituto Superior de Segurança - Conferências

Funerária São Marçal Desconto 20%, Canha - Montijo

Para mais pormenores, deve ser consultado o site da AFZ, o Secretariado Nacional (Tel.: 212 060 079 – Telm.: 927 979 461) ou as nossas Delegações

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notícias

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Em 25 de Março de 2017, na Sede da Associação de Fuzileiros (AFZ) sita na Rua Miguel Paes no Barreiro, reuniu-se a Assembleia Geral (AG) desta Associação, em função da convocatória efectuada pelo seu Presidente o Senhor Contra Almirante José Luís Fer-reira Leiria Pinto.

O início da Assembleia estava marcado para as 15 horas mas, por à hora marcada não se encontrarem presentes mais de metade dos sócios no pleno uso do seu direito de voto, a sessão só se iniciou pelas 15h35.

Na Ordem de Trabalhos (OT) figuravam os seguintes assuntos:

1. Apresentação e eventual aprovação do Relatório de Actividades e Contas do exercício de 2016 e do Orçamento para 2017.

2. Apresentação e eventual aprovação, ao abrigo do Estatuto (Art.º 5.º) de propos-ta para Sócio Honorário, do Ex.º Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Luís Fourneaux Macieira Fragoso.

Ao iniciar a sessão o Presidente da Mesa convidou todos os presentes a efectuarem um minuto de silêncio em memória dos sócios falecidos, informando a Assembleia do recente falecimento de uma Médica Naval a Dr.ª Clara Pinto que era estimada por muitos dos sócios da nossa AFZ. Após este momento deu a palavra ao Presiden-te da Direcção (PD) para este efectuar a apresentação do Relatório de Actividades de 2016.

O Comandante José António Ruivo come-çou por se referir ao excelente trabalho e dedicação dos elementos do Secretariado nacional, o Sargento Mário Gonçalves e a Sr.ª D. Ana os quais estão permanentemente disponíveis para receber qualquer dos sócios e prestar todo o tipo de informação.

Referiu o reconhecimento de que a Associação tem sido alvo por parte das mais diversas Entidades, Organismos e Instituições.

Informou também que o Conselho de Veteranos (CV) se tem reunido e enviado à Direcção algumas ideias e sugestões e que hoje iria uma delas ser presente à AG para apreciação e votação.

Quando se referiu ao Quadro Social, informou que o mesmo tem vindo a evoluir positivamente com o aumento do número de Sócios, acrescentando que tem estado a ser feito um trabalho de muito mérito e eficácia pelas Delegações, no aumento do Quadro Social.

Informou que a AFZ celebrou mais três protocolos com diversas Instituições no Algarve, tendo um deles a ver com a cedência de um amplo espaço para a instalação de mais um “Pólo” da Delegação do Algarve, este em Vila Moura.

Informou também que houve visitas de Altas Entidades à AFZ como foi o caso da recente visita do Vice-Almirante DGAM Sousa Pereira.

Quanto à revista “O Desembarque” afirmou ser importante que continue a ser feita, apesar do muito trabalho e custos que acar-reta e, continuando, referiu que a Divisão do Mar e das Activida-des Lúdicas e Desportivas (DMALD) tem estado bastante activa e os atletas que compõem a equipa de tiro têm conseguido muito bons resultados nas provas onde têm participado.

A rubrica dos “Contadores de Histórias” terminou mas as sessões de Fado vão continuar.

No que toca a Delegações, conseguiu-se a constituição da De-legação da Polícia Marítima e há projectos para alargar o seu número antevendo-se, como locais prováveis para o seu apareci-mento, a Beira Alta e Trás-os-Montes.

Assembleia Geral Ordinária da Associação de Fuzileiros

25 de Março de 2017

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Ainda sob o tema das Delegações, referiu que as existentes têm estado a funcionar muito bem embora tenha de haver mais cuidado com a execução dos respectivos Orçamentos, visando conseguir os indis-pensáveis equilíbrios financeiros.

O projecto dos Cadetes do Mar-Fuzileiros foi um tema seguidamente abordado pelo Presidente da Direcção e neste âmbito a AFZ continuará a apoiar o Projecto. Estará para breve a mudança de responsáveis de forma a aliviar o Sargento Mor Talhadas e o Sargento Afonso Brandão das responsa-bilidades que têm vindo a assumir.

O Núcleo de Motociclistas tem estado muito activo e tem vindo a participar em muitas actividades da AFZ.

Após as informações prestadas, o Presi-dente da Direcção colocou-se à disposição dos presentes para esclarecimentos. Foi então a vez do Comandante Preto questio-nar a demora em receber antecipadamen-te o Relatório de Actividades que estava a

ser apresentado e discutido e do Coman-dante Brazão que quis saber a razão de ter havido uma reunião na sede do PCP em Lisboa onde participou um representante da AFZ. Estas questões foram prontamen-te esclarecidas pelo CMG Ruivo. Interveio posteriormente o Sócio Miguel Martinho fazendo algumas propostas para activida-des de natureza cultural.

O Presidente da Mesa da AG decidiu que se entrasse na apresentação das contas do exercício de 2016 e o Presidente da Direcção fez essa apresentação; referiu que há cerca de trinta mil euros de quotas em atraso de difícil ou mesmo impossível cobrança e concluiu que este assunto terá que ter uma solução em data próxima. Se-guiu-se a leitura do parecer do Conselho Fiscal que foi muito laudatório do exercí-cio havido em 2016. Indo para a votação o exercício do Orçamento foi aprovado por maioria registando-se uma abstenção do Sócio João Costa. Na apresentação do Or-çamento para 2017, o mesmo foi aprova-do por unanimidade e aclamação.

De seguida foi pedida autorização ao Pre-sidente da Mesa para a leitura de uma proposta de Louvor com vista a atribuição da qualidade de Sócio Honorário, ao Ex.º CEMA Almirante Macieira Fragoso. Posta à votação, esta proposta foi aprovada por unanimidade.

Houve também a apresentação de uma proposta subscrita por 19 Sócios para que o Dr. Rodrigues Morais, Sócio Aderente, seja elevado à categoria de Sócio Honorá-rio. Na apresentação desta proposta inter-vieram os sócios Mário Manso e CMG Ho-rácio Gata Metello de Nápoles. Ambos os oradores foram muito claros na enumera-ção dos enormes méritos do Dr. Rodrigues Morais pelo trabalho imenso, continuado e persistente no levantamento do historial e do equipamento usado pelos Fuzileiros desde a sua criação em 1961 e ainda do historial de inúmeros navios. Todo este trabalho tem vindo a público através do seu Blogue “Barco à Vista”.

A proposta foi aprovada por unanimidade e aclamação.

No que respeita a propostas, foi ainda lida uma do CV a qual propõe que a alínea b) do nº 2 do Art.º 14 dos Estatutos da AFZ, no que respeita à composição do Con-selho de Veteranos, em termos dos seus membros permanentes, passe ter a se-guinte redacção: “Os antigos Presidentes da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e os sócios que, por se terem distinguido em combate, foram agraciados, a título individual, com a Ordem Militar da Torre e Espada do Valor Lealdade e Mérito ou com a Medalha Militar de Valor Militar com Palma”.

Esta proposta foi também aprovada por unanimidade e aclamação.

Antes de terminar a sessão foi ouvido o 2TEN FZE Raposo que disse da sua insa-tisfação por verificar que na Sala Museu do Fuzileiro faz falta uma referência aos antigos Comandantes dos DFE e a todos os Fuzileiros que foram condecorados por feitos valorosos em combate.

A este respeito o SMOR Leonel Rodrigues disse que tinha sido feita uma listagem de todos os militares fuzileiros que haviam sido condecorados e dos Oficiais que fo-ram Comandantes de Destacamentos.

O Presidente da Direcção referiu que será oportunamente comunicado à Escola de Fuzileiros esta referência do 2TEN Rapo-so e bem assim a informação do Sargento Mor Leonel Rodrigues

Após esta derradeira intervenção, o Presi-dente da mesa da AG deu por encerrada a sessão congratulando-se pela forma ele-vada como o acto decorreu, não deixando de relevar o significativo número de sócios presentes o que diz bem do carinho que dedicam à sua Associação de Fuzileiros.

A Direcção

(Artigo elaborado com base na Acta desta AG)

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No âmbito das “Conversas Informais” no Museu de Marinha, promovidas pelo Grupo de Amigos do Museu de Marinha (GAMMA), o Presidente da Associação de Fuzileiros, CMG FZ

Ref José António Ruivo, proferiu uma conferência subordinada ao tema “A Associação de Fuzileiros”.

Nesta conferência, o senhor Presidente teve oportunidade de dissertar sobre o historial da nossa Associação, seus objectivos gerais, suas actividades tão diversificadas e sobre o quadro social da Instituição que tem dado nota de crescimento a nível nacio-nal com a criação de novas “Delegações” e adesão contínua de novos sócios e, além fronteiras, com o surgimento de sócios de outras nacionalidades.

Habitualmente, as “Conversas Informais” decorrem no Museu de Marinha, ao 3.º sábado de cada mês, pelas 11 horas.

A Direcção

Foi há já quarenta anos que a nossa Associação de Fuzileiros foi criada. A Direcção julgou por bem assinalar

a efeméride com uma cerimónia simples mas de grande significado, realizada junto ao monumento ao Fuzileiro no Barrreiro.

A cerimónia constou da colocação de uma croa de flores e da execução dos toques da ordenança por um “terno de clarins” da Fanfarrra do Corpo de Fuzileiros.

Para que tudo decorresse dentro da nor-malidade, foi solicitado à PSP do Barreiro o reforço de segurança, junto à rotunda onde se situa o monumento e nas vias que lhe dão acesso.

Estiveram presentes os membros dos ac-tuais órgãos sociais da AFZ, inclusivé o presidente da Assembleia Geral, antigos presidentes da Direcção, sócios mais anti-gos e representates da edilidade.

Uma nota especial para a presença dos membros do Conselho de Veteranos por quem todos nutrimos grande admiração e estima e que muito têm apoiado a Direc-ção ao longo do seu mandato.

A Direcção

Conferência no Museu de Marinha

18 de Março de 2017

40.º Aniversário da Associação de Fuzileiros

29 de Março de 2017

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No passado dia 8 de Abril de 2017 realizou-se uma cerimónia militar, alusiva ao dia do Combatente e ainda

ao Centenário da Batalha de La Lys, orga-nizada pela Liga dos Combatentes do Nú-cleo do Funchal, com a presença de várias entidades militares e civis, contando entre outras com a presença do Comandante da região Militar da Madeira, o Major-General Rui Clero e o Comandante da Policia Marí-tima Local do Funchal, o capitão-de-mar--e-guerra Nuno de Sousa Pereira e, em representação do Presidente da Câmara

do Funchal, a Vice-Presidente, Dr.ª Idalina Perestrelo, fazendo-se a Liga dos Com-batentes representar pelo seu Presidente da Direção o Tenente Coronel Bernardino Laureano. Foram prestadas as Honras militares aos mortos em combate, por uma guarda de Honra formada por elementos da Marinha de Guerra e do Exército.

Estive Presente nesta cerimónia a con-vite do Presidente da Liga, na qualidade de Deputado Municipal do Funchal, Sócio Efectivo da Liga dos Combatentes e ainda, e principalmente, como Sócio da Associa-ção de Fuzileiros.

Américo Silva Dias

Sócio n.º 1777

No passado dia 9 de Abril, no Mosteiro da Batalha, tiveram lugar as cerimó-nias evocativas do Dia do Combaten-

te: o 99º. Aniversário da Batalha de La Lys e a 81.ª Romagem ao Túmulo do Soldado Desconhecido, cerimónias que, como ha-bitualmente, decorreram sob a égide da Liga dos Combatentes e que já vêm sendo assinaladas há mais de oitenta anos.

As cerimónias iniciaram-se com a concen-tração dos convidados junto ao Mosteiro, tendo sido presididas pelo Ministro da De-fesa Nacional, Prof. Dr. Azeredo Lopes.

De seguida, teve lugar a habitual celebra-ção Eucarística, presidida pelo Bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Ma-nuel Linda.

A cerimónia militar contou com a parti-cipação da Banda da Força Aérea, o Es-tandarte Nacional e um Batalhão a Três Companhias, dos três Ramos das Forças Armadas.

Na Sala do Capítulo, e no seguimento da cerimónia militar, teve lugar a homenagem ao Soldado Desconhecido com a deposição de flores no respectivo túmulo, acto em que a Associação de Fuzileiros, na pessoa do seu Presidente da Direcção, José Ruivo, também participou.

Terminadas as cerimónias, seguiu-se o tradicional almoço de confraternização no Regimento de Artilharia 4, em Leiria.

A Direcção

Dia do Combatente 2017

Funchal8 de Abril de 2017

Batalha9 de Abril de 2017

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A Escola Naval foi a Unidade que este ano recebeu o Dia Nacional dos Cadetes de Portugal. Trata-se de

um dia festivo anual em que se juntam os jovens cadetes, os seus pais e outros familiares e amigos bem como os profes-sores e formadores de todas as Unidades de Cadetes do nosso país.

Assim, ao fim da manhã do dia 29 de Abril os Cadetes do Mar e os Cadetes do Exérci-to (a Força Aérea ainda não aderiu ao Pro-jecto), vindos de Escolas de várias cidades do país formaram, aprumados, na parada da Escola Naval.

Convirá dizer que os jovens Cadetes das Escolas em Portugal “integram um movi-mento mundial de jovens que aprendem a ter orgulho na sua História e por isso va-lorizam as causas e os sucessos da sua

Pátria. Assim estes jovens empenham-se em divulgar e promover na comunidade, a Cultura de Defesa de Portugal e o Dever da Memória para com aqueles que construi-ram Portugal antes de nós”.

Este compromisso dos jovens Cadetes é designado por Projecto de Cidadania – Construir a Vontade Colectiva de Defen-der Portugal.

Além da cerimónia, que decorreu na para-da da Escola Naval e que terminou com a execução do Hino Nacional pela Banda da Armada também entoado pelos Cadetes e convidados presentes, o evento incluiu um almoço de partilha e confraternização e, da parte da tarde, apresentações de trabalhos temáticos feitas pelos Cadetes em mais de uma dezena de salas em si-multâneo.

Nestas apresentações os jovens aborda-ram temas actuais que estudaram e trou-xeram a debate, sobre os caminhos da defesa solidária do nosso Portugal.

Os Cadetes e seus familiares e os mem-bros das associações parceiras que sus-tentam o projecto dos Cadetes em Por-tugal, onde a Associação de Fuzileiros se inclui, tiveram ainda a oportunidade de visitar as instalações da Escola Naval.

Em simultâneo, os “Reservistas de Por-tugal” reuniram com as Chefias Militares presentes, naquele que foi o seu Primeiro Congresso e que se destinou a organizarem a expansão dos Cadetes do Mar e do Exér-cito a mais Escolas, nas localidades com organismos militares ali sediados e à as-sinatura de protocolos com entidades que possam apoiar estes projectos, nomea- damente com a Direcção Geral de Autori-dade Marítima Nacional.

A Direcção

Dia Nacional dos Cadetes de Portugal

29 de Abril de 2017

Nota: Texto elaborado tendo por base o folheto de divulgação da autoria das entidades promotoras.

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homenagem

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CMG Maxfredo Ventura da Costa Campos

Memória e Homenagem ao Homem, ao Militar e ao Fuzileiro

Foi com todo o gosto e honra que, na qualidade de sócio-aderente da Asso-ciação de Fuzileiros, aceitei o convi-

te da Comissão de Redacção da Revista “O Desembarque” para redigir um texto biográfico sobre este Oficial da Armada Portuguesa por quem nutria uma especial consideração e amizade.

A par de diversos camaradas seus da Brio-sa, estava sempre pronto para me ajudar com os seus conhecimentos, acervo e memórias nos assuntos com que volta-e--meia o questionava, não podendo esque-cer o indisfarçável entusiasmo e empenho com que sempre o fazia, mesmo quando desconhecia o assunto em apreço, volun-tariamente, desdobrava-se em contactos com camaradas ou Unidades da Marinha a fim de satisfazer a minha curiosidade...

Teve ainda a particularidade de ter sido uma das minhas principais fontes no to-cante aos primórdios dos Fuzileiros e res-pectivos meios de transporte inicialmente existentes na Escola de Fuzileiros abri-lhantando, para meu espanto e satisfação, sempre que possível, a sua memória com documentos e fotos do seu acervo.

Exemplificando, brindou-me (a título de empréstimo temporário) com várias fotos, documentos e até catálogos publicitários antigos de empresas de meios militares que guardara, que para mim foram como uns verdadeiros tesouros, utilizando-os na compilação de diversos artigos para o meu “blogue” dedicado à Marinha Portuguesa.

Cumpre-me desde já agradecer a pronta ajuda na elaboração deste texto, compila-ção de dados e fotos ao seguinte “Grupo--tarefa”: ao filho do Comandante Maxfre-do que curiosamente tem o mesmo nome do seu Pai; Almirante Brito e Abreu; Almi-rante Serra Rodeia; General Conceição e Silva e restantes camaradas do Curso Gil Eanes da Escola Naval; Comandante Alves Salgado; Comandante Benjamim Correia; Comandante Ramalho da Silva; Coman-dante Ribeiro Zilhão; Comandante Seme-do de Matos; SMOR FZE Egas Soares, FZC Guilherme Antunes e restantes camaradas do DFE n.º 1 e ao FZE Mário Manso.

Maxfredo Ventura da Costa Campos era na-tural da Ajuda – Lisboa, nasce a 12 Julho

de 1931, efectua a Instrução Primária entre 1938 e 1941 e o Liceu entre 1942 e 1949. Em 1950 frequenta o Exame de Admissão à Faculdade de Ciências de Lisboa e a Ins-trução Universitária entre 1950 e 1951, ser-vindo estes como “Preparatórios Militares” para concorrer como voluntário para a Ma-rinha de Guerra Portuguesa.Ingressa na Armada em 06 de Novembro de 1951 com o número mecanográfico 144351 e termina o Curso de Marinha na Escola Naval em 31 de Julho de 1954. Este curso teve por Patrono o Navegador do Século XV Gil Eanes e foi constituído por 28 Cadetes, onde cimenta amizades fruto da camara-dagem embebida no “Espírito do Botão de Âncora” tão própria nos Cursos da Escola Naval, que perdurou para toda a sua vida.A título de exemplo, o seu antigo cama-rada de curso General Piloto-Aviador Con-ceição e Silva, que transitara para a FAP aquando da criação deste Ramo das FA’s e que foi, inclusive, CEMFA, redigiu os prefácios de dois dos livros publicados por este seu camarada.É promovido a Guarda-marinha em 01 de Outubro de 1954 e a 01 de Agosto de 1955 é promovido a Segundo-tenente destacando a 15 desse mesmo mês para a guarnição do Aviso Colonial de 1.ª classe F470 NRP “Afonso de Albuquerque” que se encontrava atribuído ao Comando Naval de Goa.

Em Goa recebe o Comando da Lancha Sal-va-Vidas L5 “Espiga” da classe “Canopus”,

CMG Maxfredo Ventura da Costa Campos(foto cedida pelo filho)

Com o seu irmão, Sigfredo, fardados de Marinheiro(foto cedida pelo filho)

Cte. Maxfredo, Cadete da Escola Naval(fotos cedidas pela EN/Cte. Alves Salgado e pelo General Conceição e Silva)

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entre 08 de Dezembro de 1955 e 16 de Janeiro de 1956.Tratava-se de uma antiga lancha de ma-deira de fabrico britânico de 1942 empre-gue na recuperação de pilotos-aviadores abatidos no Canal da Mancha na 2.ª Guer-ra Mundial que, após ser incorporada na

Armada Portuguesa, era mais utilizada para patrulha em águas costeiras de Goa entre 1948 e 1957.

Tinha a curiosidade de dispor de três mo-tores a diesel, três veios e três hélices, desenvolvendo 12 nós. O casco era de madeira com o costado cruzado, isto é: era construído com as tábuas dispostas em duas camadas sobrepostas em dia-gonal, conferindo-lhe grande resistência apesar da sua relativa pequena dimensão (21,6x4,65x1,8 metros) e deslocamento (52 toneladas), sendo a sua guarnição de seis militares.

Em 22 de Agosto de 1958 especializou-se em Oficial de Armas Submarinas sendo no ano seguinte, em 01 de Agosto de 1959, promovido a Primeiro-tenente.

Entre 03 de Fevereiro de 1959 e 23 de Novembro de 1960 faz parte da guarnição do Aviso Colonial de 2.ª classe F475 NRP “Gonçalo Velho”, como Oficial Chefe do Serviço de Electrotécnia e Armas Subma-rinas, navegando por Cabo Verde, Guiné--Bissau, Índia, Paquistão, Filipinas, Ma-cau, Hong-Kong, Timor-Leste e Austrália

Desempenha por diversas vezes o Coman-do da respectiva Força de Desembarque na Índia, Timor-Leste, Cabo Verde e Gui-né, constituída por 30 militares equipados com pistola-metralhadora FBP, espingar-da de ferrolho Mauser, capacete de aço, equipamento “Mills” e polainitos.

De realçar que entre 1951 e 1961, desde Cadete até Primeiro-tenente, frequentou pequenos estágios e “Embarques de fim--de-semana” ou fez parte da guarnição de diversas classes de navios da Armada, desde Contratorpedeiros, Fragatas, Avi-sos, Navio-Escola, Navio-Balizador, Pa-trulhas, Draga-Minas e Lanchas: “Sagres” (antiga), “Gonçalves Zarco”, “Santa Cruz”, “Dão”, “Afonso de Albuquerque”, “Barto-lomeu Dias”, “Lima”, “Espiga”, “Madeira”, “Espadilha”, “Diogo Cão”. “S. Nicolau”,

“Corte Real”, “Vouga”, “Lajes”, “S. Maria”, “Rosário”, “Tejo”, “S. Tomé”, “Maio”, “Santiago”, Almirante Schultz”, “Gracio-sa” e “Pico”.

Em 1961, por iniciativa própria, efectuou um Curso de Mergulhador com escafan-dro autónomo no CPAS - Centro Portu-guês de Actividades Subaquáticas e no mesmo ano, a partir de 06 de Março até 25 de Julho, lecciona como Professor da Cadeira de Infantaria na Escola Naval onde concebe a 1.ª Pista de Combate / Obstácu-los da Marinha com o intuito de melhorar o adestramento dos futuros Oficiais que, atendendo a sua dificuldade, dimensão e necessária destreza física era designada popularmente pelos Cadetes por “Maxlân-dia” ou “Aldeia dos macacos”, situando--se onde actualmente fica o Internato.

Esta pista teve a curiosidade de ter sido construída por recurso à consulta a publi-cações do Ministério de Guerra do Brasil, facultadas pelo seu irmão, então Tenente Sigfredo Ventura da Costa Campos, que em 1956 no Brasil frequentara um Curso de Paraquedismo (Sigfredo terminou a car-reira militar como Coronel, foi o fundador e 1.º Comandante do Centro de Instrução do Batalhão de Grupos Especiais Pára-Que-distas no Dondo em Moçambique, tendo sido um dos militares PQ’s mais condeco-rados, faleceu a 11 de Maio de 2008).

Já notório pelo seu sentido militar, disci-plina e gosto pela Infantaria de Combate, em finais de Julho de 1961 é-lhe delegado pelo Almirante Sub-CEMA Reboredo e Silva

Cte. Maxfredo Cadete a bordo do antigo NE “Sagres”

Lancha Salva-Vidas L5 “Espiga”(desenho manuscrito de Luís Filipe Silva)

Cte. Maxfredo na Ponte Alta do Aviso”, em cima e com camaradas num Jipe Willy’s do Exército Português na Índia”,

em baixo (fotos cedidas pelo General Conceição e Silva)

Cte. Maxfredo e restantes camaradas Cadetes do Curso “Gil Eanes” da EN a bordo do antigo NE “Sagres” (foto cedida General Conceição e Silva)

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a missão de encontrar um local para a implantação de uma futura Escola de Fu-zileiros, assumindo “a posteriori” o cargo de Comandante da 3.ª Companhia (Curso de Fuzileiro Especial) do Batalhão de Ins-trução.

A Escola de Fuzileiros seria criada pela Portaria n.º 18 509 de 03 de Junho de 1961, nas Instalações Navais de Vale do Zebro e subordinada ao G2EA, tratando-se da Unidade responsável pela instrução e formação técnico-militar, física, moral e cultural de Fuzileiros Navais e Fuzileiros Especiais.

É pois este seu feito meritório já sobeja-mente conhecido no seio dos Fuzileiros, o seu maior e incontestável contributo para com a História dos Fuzileiros – a escolha do local e edificação da Escola de Fuzi-leiros nas Instalações Navais de Vale de Zebro!

Com 30 anos de idade e já com 6 anos como Primeiro-tenente candidata-se, na qualidade de Oficial-aluno, à Especializa-ção em Fuzileiro Especial, frequentando a 2.ª fase do 1.º Curso de Fuzileiro Especial (com a duração de 15 semanas) que se iniciou nas instalações do Corpo de Mari-nheiros da Armada (depois G2EA e actual ETNA).

Este curso foi dividido em duas fases: a primeira iniciada a 05 de Junho de 1961 e a segunda a 14 de Agosto do mesmo ano, sendo de salientar que foi frequentado por Oficiais Subalternos da classe de Marinha (três Primeiros-tenentes e dois Segundos--tenentes) e um Oficial Subalterno da classe de Administração Naval (Segundo--tenente), assim como na primeira fase por 36 Praças e na segunda fase por 42 Praças.

Assumindo o cargo, com o carisma e es-pírito empreendedor que o caracterizava, de Comandante do Curso de Fuzileiro Es-pecial, tratou de se documentar e estudar livros e manuais, nacionais e estrangeiros, que versavam sobre doutrina e experiên-cias de outros países, alguns deles facul-tados pelo seu camarada, então Tenente Pascoal Rodrigues que frequentara, junta-mente com mais três 1.º Marinheiros da classe de Monitores, em Agosto de 1960 o curso de “ROYAL MARINES COMMANDO” no Reino Unido:

– Manuais de contra-guerrilha e guerra psicológica, de contra-subversão e contra-guerrilha;

– Operações anfíbias dos Fuzileiros Norte-americanos (2ª Guerra Mundial e Coreia), manuais sobre tácticas in-glesas de contra-guerrilha (Malásia), trazidos da formação em Inglaterra;

– Conceito de contra-penetração fran-cês (Indochina e Argélia);

– Manual de Campo de Treinamento Fí-sico Militar do Ministério da Guerra do Brasil de 1958;

– Manuais do Exército de Guerra Sub-versiva (“Operações contra Bandos ar-mados e Guerrilha, Acção Psicológica, Apoio às Autoridades Civis e Adminis-tração e Logística”);

– Regulamento para a Instrução de Sa-padores de Armas;

– Livro “Guerra Revolucionária” do Te-nente-coronel Hermes de Oliveira.

Conhecido por ser muito exigente com os seus instruendos, aposta numa formação que consistia em aulas teóricas e práticas entendidas como necessárias à prepara-ção física, consciência psicológica e força anímica, sempre norteadas por valores morais e ético-profissional: o espírito de Fuzileiro, a camaradagem e o cumprimen-to da missão ao serviço da Nação.

Sendo por isso recordado por muitos Fu-zileiros da geração entre 1961 e 1964, quando no Batalhão de Instrução, por ter como “imagem de marca” o uso de óculos de sol e estar quase sempre acompanha-do do seu pastor alemão de pelagem preta de nome “Taifun”.

Participou activamente, a par de instruen-dos e instrutores, na montagem da mítica “Pista de Lodo”, “Slides”, “Salto para o desconhecido”, “Rede de Abordagem”, “Labirinto Subterrâneo” e “Pista de Com-bate”.

À noite tinha o cuidado quase diário de preparar as aulas e matérias a serem mi-nistradas pelos grupos de instrutores do Batalhão de Instrução no dia seguinte.

Igualmente, com o apoio da sua esposa que tratava de manuscrever, teve a dili-gência de redigir diversos manuais di-dácticos que foram duplicados na Editora Escolar da Escola de Fuzileiros e empre-gues durante vários anos, encontrando-se actualmente alguns exemplares originais numa vitrina da Sala-Museu dos Fuzilei-ros:

– “Curso de Fuzileiro Especial”;

– “Manual do Fuzileiro”;

– “Curso de Fuzileiros Especiais – Infan-taria de Combate”;

– “Curso de Fuzileiros Especiais – Ope-rações Anfíbias”.

Foi também o mentor de práticas de de-sembarque (que mais tarde caíram em desuso), no que concerne à 1.ª linha do Grupo de Assalto. Mais concretamente: no

Cte. Maxfredo na Passagem de Ano no Club Lusitano em Hong Kong(foto cedida pelo filho)

Cadetes da EN em exercícios físicos ape-trechados de espingarda de ferrolho Mauser, polainitos e capacete de aço na Maxlândia(foto cedida pelo filho)

Vitrina na Sala-Museu dos Fuzileiros(foto do FZE Mário Manso)

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momento de abicagem dos botes pneumá-ticos, os Fuzileiros tinham que rolar sobre a borda do bote no momento de impacto na praia e ficar em posição de combate por forma a oferecer protecção ao restante pessoal que se seguia no desembarque.

Exercícios que aproveitavam a geografia natural do terreno como a “Marcha de 50 km”,“Progressões Nocturnas” na Serra da Arrábida, “Natação Nocturna” e “Pas-sagem Interior” na Pedra da Anicha do Portinha da Arrábida e a “Nomadização”, prova em que os instruendos eram larga-dos desprovidos de qualquer suprimento ou meio técnico que lhes possibilitassem a orientação, foram de sua autoria.

É na Escola de Fuzileiros que, entre 1961 e 1964, na qualidade de Director de Ins-trução que realiza testes a fardamento, armas ligeiras e de apoio, diversos tipos de equipamento e vários meios militares (aéreos, anfíbios e terrestres) nomeada-mente proposto por empresas de material militar ou por si sugeridos ao Comando da Escola, meios estes que demonstraram as suas capacidades sob sua orientação téc-nica. A título de exemplo:

– Granadas de mão ofensivas, defensi-vas e de armadilhas;

– Botes pneumáticos da marca ZODIAC fabricados na África do Sul;

– Botes pneumáticos da marca AERA-ZUR de fabrico francês;

– Espingardas automáticas ARMALITE AR-10 de fabrico holandês;

– Lança-chamas MARAÑOZA de fabrico espanhol;

- LGF INSTALAZA 58-B “BAZOOKA” de 88,9mm de fabrico espanhol;

– Morteiros médios ECIA 81mm de fabri-co espanhol;

– Viatura ligeira Todo-o-Terreno WILLY’s de fabrico Norte-americano;

– Triciclo FN HERSTAL AS24 da empresa belga FN;

– Viatura ligeira Todo-o-Terreno STEYR PUCH AP 700 HAFLINGER;

– Viaturas blindadas anfíbias de lagartas LVT-4 de fabrico Norte-americano;

– Viatura Todo-o-Terreno Stalwart e Sa-racen da Alvis, de fabrico britânico;

– Girocóptero BENSEN B-8M de fabrico Norte-americano (Bensen Aircraft Cor-poration).

Teve o discernimento de reunir no famo-so modelo de bote pneumático “ZEBRO”, fabricado inicialmente pela empresa por-tuguesa de artigos de praia REPIMPA, as melhores características dos modelos es-trangeiros supracitados (casco do ZODIAC e painel de popa do AERAZUR) e, idealizar uma pequena embarcação designada por “bote aero-deslizante”, que foi utilizado na Pista de Lodo da Escola de Fuzileiros, ainda que inspirada nas embarcações “swamp airboat” empregues a nível civil em zonas pantanosas em diversos países, com o desiderato de permitir aos instruto-res Fuzileiros deslizar neste local de treino para prestar rápido socorro a instruendos

Cte. Maxfredo e o Girocóptero Bensen(foto cedida pelo filho)

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exaustos ou atolados no lodo, onde o uso botes pneumáticos com motores fora de bordo e hélice submersa seria impraticá-vel.

É o inventor, juntamente com o então Te-nente Pascoal Rodrigues, das afamadas “Botas de Fuzileiro” fabricadas na Cordo-aria Nacional da Armada, em detrimento das botas de lona do Exército inicialmente utilizadas, peça esta de fardamento que, juntamente com a Boina de Fuzileiro, são as maiores referências desta Unidade de Forças Especiais.

Para defesa pessoal dos Oficiais que des-tacavam para África, determina o fabrico nas Oficinas da Escola de Fuzileiros de “lapiseira-pistola” baseada num mode-lo artesanal argelino, que disparava uma munição de calibre .22.

Solicita ao EMA a frequência de cursos no Exército completados com o desiderato de melhorar a instrução na Escola de Fuzilei-ros. Obtendo deferimento fez, no CIOE em Lamego, um Estágio em Guerra Subversi-va entre 27-10-63 e 24-11-63 e o Curso de Minas e Armadilhas de Escola Práctica de Engenharia do Exército entre 23-05-64 e 29-06-64 passando, posteriormente, a ministrar na Escola de Fuzileiros, ainda que por pouco tempo, os seus conheci-mentos na instrução de técnicas de inacti-vação de minas e armadilhas.

A 02 de Outubro de 1964 é certificado com a habilitação de condução de viatu-ras anfíbias blindada de lagartas - LVT-4 (Certificado Modelo 3F), então existentes na Escola de Fuzileiros, pese embora já as manobrasse anteriormente, sendo dos poucos militares habilitados.

Com o intuito de obter experiência real de combate, solicita ao CEMA para realizar uma Comissão no Ultramar numa Unidade de Fuzileiros, sendo-lhe confiado o Co-mando do Destacamento de Fuzileiros Es-peciais n.º 1, que foi a primeira Unidade de Fuzileiros a destacar para uma Comissão de Serviço no TO de Moçambique (21-10-64 a 25-12-66).

Desta Comissão importa realçar que:

– A Unidade parte de Lisboa a 21-10-64 a bordo do Navio-mercante “Quan-za” da CNN e desembarcou em Porto Amélia - Moçambique em 20-11-64.

– Toda a Unidade era constituída por FZE’s: 03 Oficiais, 06 Sargentos (um era Enfermeiro), 14 Marinheiros e 54 Grumetes.

– A totalidade dos Sargentos do DFE n.º 1 eram oriundos de outras classes da Armada, tendo ingressado na classe de Fuzileiro mediante a frequência do curso de conversão para Fuzileiro, sendo que alguns deles já contavam

com uma Comissão em África numa Unidade de Fuzileiros.

– Realizou 103 operações (cerca de 20 com a duração média de uma semana) que totalizaram 311 dias em missão, sendo que 67 foram lideradas pelo próprio Comandante da Unidade.

– Teve duas baixas mortais em combate e sete feridos que foram evacuados para a Metrópole (Portugal). Ocorre-ram ainda 02 rendições individuais.

– Entre o diverso material de guerra apreendido e guerrilheiros mortos e capturados à FRELIMO, salienta-se o facto de um que foi encontrado ferido, tendo sido tratado, ser de nacionalida-de argelina.

– Após o ataque da FRELIMO à LFP NRP P580 “Castor” em 04-01-65, marcan-do o início da guerra no Niassa, a par de Companhias do Exército, um grupo de combate do DFE n.º 1 e pelotões da Companhia de Fuzileiros n.º 2 são destacados para Metangula.

– Em Abril de 1965, quando os então: Comandante Militar em Moçambique

– General Carrasco e Comandante Naval em Moçambique – Almirante Cardoso de Oliveira, visitaram o Lago Niassa e locais onde estavam instala-das tropas, embarcados na LFP NRP P580 “Castor” comandada pelo então Primeiro-tenente Sérgio Ribeiro Zi-lhão (também Comandante de Defesa Marítima dos Portos do Lago Niassa), a segurança e protecção em terra foi efectuada por um grupo de Fuzileiros comandado pelo próprio Cte. do DFE n.º 1.

– Em 01 de Junho de 1965 no Distrito de Cabo Delgado, durante uma missão de reconhecimento às povoações de Ulo e Marere (perto de Mocimboa da Praia), ocorre o “Baptismo de Fogo” da Unidade, designada depois de “Operação Litoral”, infligido ao inimigo

Bote aero-deslizante na Pista do Lodo”.(imagem do Blogue Barco à Vista)

Guarnição do DFE n.º 1(foto cedida pelo filho)

Cte. Maxfredo e os Sargentos do DFE n.º 1(foto cedida pelo filho)

Elementos do DFE n.º 1 a interrogar guerrilheiro da FRELIMO, de nacionalidade argelina (foto cedida pelo filho)

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algumas baixas numa emboscada nocturna. Não obstante, tem também aqui a sua primeira e única baixa mor-tal humana em combate. Devido ao ferimento sofrido, o Segundo-sargento FZE Alexandre da Silva Martins, Chefe da Secção Delta, acabou por falecer.

– A Unidade adoptou uma criança en-contrada no mato perto do Planalto dos Macondes. Aparentando ter cerca de 4 anos, foi posteriormente regis-tada em Metangula recebendo como nome completo – José Manuel Au-gusto Cardoso. Finda a comissão, a criança veio para a Metrópole com a Unidade onde foi apoiado tendo ,inclu-sivamente, cumprido o Serviço Militar Obrigatório. Entretanto, faleceu num acidente rodoviário.

– O DFE n.º 1, quando destacado em Metangula, juntamente com pessoal da CF n.º 6 (sob comando do então Primeiro-tenente FZE Santos Patrício) construiu a Pista de Aviação em terra batida com capacidade para receber inclusivé meios pesados da FAP - os Nord-Altas, o que permitiu passar a existir um meio alternativo de deslo-cação de contingentes militares, eva-cuações sanitárias e abastecimentos com maior regularidade.

– Ainda em Metangula são os protago-nistas de uma reportagem da RTP in-titulada “A Marinha em Moçambique”, que se encontra presentemente dispo-nível no youtube.

– Durante a “Operação Jacaré Filho” em Setembro de 1965, efectuada com o apoio da LFP P580 NRP “Castor”, duas LDP’s e uma Companhia do Exército, detectaram um acampamento da FRELIMO, tendo a particularidade de nele ter sido encontrado um “Manual do Guerrilheiro” que doutrinava mé-todos de combater especificamente as FA’s portuguesas. Estava redigido em português pelo chamado “Grupo de Argel”, motivo pela qual a operação recebera em Outubro do mesmo ano cobertura jornalística no Diário de No-tícias.

– Enquanto a Unidade esteve aquartela-do no Cobué (10-1965 a 03-1966), lo-calidade junto ao Lago Niassa, cultivou “machambas” (campos agrícolas), instalou luz e água canalizada, melho-rou os alojamentos, construiu um for-no para pão e montou construções de defesa próxima, onde já se encontra uma Unidade do Exército (Companhia de Caçadores 612) desprovido de tal.

– Em virtude da profusão de minas A/C e A/P colocadas nas zonas de activi-dade da FRELIMO, foram utilizados Cães de Guerra pelos Fuzileiros em Moçambique, adquiridos à África do Sul e empregues essencialmente por pessoal especializado em “pisteiro de combate”.

O objectivo era recorrer às várias capaci-dades daqueles animais como o olfacto, o ouvido, a melhor visão nocturna, maior mobilidade e velocidade, colaborando de modo profícuo na detecção de minas, ar-madilhas e emboscadas.

Deste modo, o DFE n.º 1 recebeu três cães de guerra, tendo um cão de nome “Lad” morrido numa operação ao ter accionado uma mina reforçada com uma granada de mão defensiva, resultando ferimentos em 03 Marinheiro FZE’s e no próprio cão. O animal, ferido de morte e arrastando-se nas patas dianteiras, foi morrer junto do Marinheiro FZE seu tratador, o que espe-lha que a mútua relação ultrapassava o mero binómio homem/cão!

– É rendido pelo DFE n.º 8 em finais de Novembro de 1966 e zarpa de Porto Amélia - Moçambique de regresso a Portugal a 01 de Dezembro de 1966 a bordo do Paquete “Império” da CNN e desembarca em Lisboa a 25 do mes-mo mês (Dia de Natal).

Durante a compilação de dados para estes parágrafos dedicados ao DFE n.º 1, consi-derei comovente o facto de o falecimen-to do animal figurar no Relatório Final da Unidade, elaborado pelo seu Comandante como “Baixa” na guarnição, ombreando no relatório em apreço com a única baixa mortal humana referida, um 2.º Sargento FZE.

Após regressar de Moçambique o Coman-dante Maxfredo chefiou a 2.ª Repartição de Fuzileiros do GN2EA (09-01-67 a 02-01-68), entre Março e Novembro de 1967 efectua o Curso Geral Naval de Guerra e é promovido a Capitão-tenente a 30 de Se-tembro de 1967. No ano seguinte assume a função de Capitão do Porto e Comandan-te de Defesa Marítima da Nazaré de até 1970. Nesse período ainda frequenta um Estágio em Itália subordinado à “Seguran-ça nas Praias” em 1969.

Embarca para Angola em 21 de Setembro de 1970, onde é nomeado para exercer o cargo de Comandante das Forças de Marinha no Leste de Angola, recebendo o Comando Operacional de dois DFE’s (um no Chilombo - Zambeze, outro no Luatai - Lungué-Bungo), uma CFZ em Vila Nova da Armada - Cuito e um Pelotão Reforçado de FZ’s no Cuando – Rivungo, tendo ter-minado a comissão em 26 de Setembro de 1972.

Em Dezembro de 1970, a título particular, frequenta o curso de Aluno-Piloto na Es-cola de Pilotagem do Aero-clube do Luso – Angola e, a partir de Janeiro de 1971 lecciona aulas de Educação Física no Li-ceu “Marcelo Caetano” da mesma cidade.

O José Cardoso em criança (foto cedida pelo filho)

General Carrasco, Cte. Sérgio Zilhão, Cte. Maxfredo e Fuzileiros (foto cedida pelo Cte. Sérgio Ribeiro Zilhão)

Cte. Maxfredo junto de um Nord-Atlas da FAP em Metangula (foto cedida pelo filho)

General Carrasco, Almirante Oliveira, Cte. Sérgio Zilhão, Cte. Maxfredo e Oficial do Exército

(foto cedida pelo Cte. Sérgio Ribeiro Zilhão)

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No Leste de Angola tenta apetrechar com botes-aerodeslizantes as suas Unidades Fuzileiros de forma a terem um melhor e mais rápido desempenho em patrulhas, operações e evacuações nos terrenos ala-gados, principalmente na época das chu-vas – “Chanas” (Cazombo, Rios Rovuma, Zaire e Zambeze), não obtendo no entanto a aprovação do Comando da ZML – Zona Militar de Leste.

Como Comandante dispôs para comuni-cações directas com o Comando Naval de Angola e uso operacional com as Unidades subordinadas, o famoso camião a diesel BEDFORD RL-Type3 de 4 toneladas, equi-pado para servir de posto fixo/móvel de Comando, Controlo e Comunicações, cujo indicativo radiotelegráfico era “MIMOSA” (AP-09-31), viatura que chegou em finais de 1967 ao Lungué-Bungo, encontrando--se o DFE n.º 11 destacado na localidade. Em 1968 o camião foi deslocado para a região do Luso, aquando da criação do Comando das Forças de Marinha do Leste de Angola.

Regressado de novo à Metrópole, desem-penha a função de Comandante Interino da Fragata F482 NRP “Roberto Ivens”, en-tre 27 de Setembro de 1972 e 09 de Abril de 1973, inclusive quando o navio se en-contrava em fabricos no Arsenal do Alfeite.

Foi Capitão do Porto e Comandante de De-fesa Marítima de Peniche de 09 de Abril de 1973 a 15 de Maio de 1974, quando é convocado para desempenhar as funções de Capitão de Bandeira (entre Agosto e Setembro) do Navio-mercante “Bragan-ça”, fretado à CNN como Transporte de Tropas, que regressa da Guiné-Bissau com material e pessoal militar.

A partir de 09 de Julho de 1974 é saneado das FA’s e transferido para o Quadro da Reserva da Armada. Opta por frequentar o Curso da Escola Náutica em 1975, coman-dando depois um Navio de Transportes Químicos entre 1978 e 1980, cuja tripu-lação escolheu entre Oficiais, Sargentos e

Praças da Armada na situação de Reserva.Ainda durante a sua passagem pela Ma-rinha Mercante frequentou um Curso de Controlo de Avarias e Combate a Incêndios em 1980.

Em 15 de Outubro de 1984 foi reintegrado no Serviço Activo, sendo promovido a Capi-tão-de-fragata em 1986 a contar de 02 de Setembro de 1974. Ainda no mesmo ano foi promovido a Capitão-de-mar-e-guerra a contar de 10 de Novembro de 1977.

Entre Novembro de 1984 e Novembro de 1988 encontra-se destacado na Autorida-de Marítima Nacional, onde lhe é confiado o cargo de Director Técnico do Serviço de Salvamento do ISN e onde reformula a “Segurança nas Praias”.

Exerce a função de Adjunto do Presidente da CVP - Cruz Vermelha Portuguesa entre 1988 e 1993, onde reconstitui os Estatu-tos e o Regulamento Interno; redige o Ma-nual de Socorrismo Aquático e ainda fre-quenta um Curso de Socorrismo Aquático em Espanha em 1989 e um Estágio em Roma - Itália sobre Prevenção e Combate à Toxicodependência em 1990.

Ministrou vários Cursos de Socorrismo Aquático, foi Director de Instrução de dois cruzeiros no NTM UAM 201 “Creoula” da Marinha Portuguesa, no caso de institui-ções tuteladas pela CVP e exerceu o car-go de Administrador da Clínica Médica da CVP em Cascais.

É o criador do Ramo Marítimo da CVP com sede no Prior Velho e responsável pelo seu apetrechamento a nível de infra--estruturas e meios. Foi o 1.º Comandante da Unidade designada por “Cruz Vermelha do Mar”, destinada a prestar socorro nas águas interiores, assistência a banhistas em praias fluviais, actividades desporti-vas em albufeiras e barragens e apoio às populações em períodos de cheias, sendo constituída por 04 hovercrafts e 03 botes pneumáticos semi-rígidos e botes aero--deslizantes de seu desenho, cujo hélice

era de madeira e o motor Rotax como o das aeronaves ultra-leves.

Em Maio de 1987 frequenta o Curso de Aperfeiçoamento em Controlo Naval de Navegação, no Centro de Instrução de Controlo Naval e Defesa da Navegação.

A 12 de Julho de 1987 ocorre a passa-gem à situação de Reserva, ficando na efectividade do serviço, situação também designada por “Reserva Activa”. Nesta condição frequenta um Estágio em Roma - Itália sobre Prevenção e Combate à Toxi-codependência em 1990.

Entre Abril e Maio de 1990 realiza um Curso de Comodoro de Comboios e NCSO (NATO), comandando depois entre Portu-gal e Itália comboios navais formados por mais de duas dezenas de Navios-mercan-tes de pavilhão estrangeiro.

A 31 de Dezembro de 1993 deixa de estar na efectividade de serviço e a 12 de Julho de 1996 passa à situação de Reforma por limite de idade, cessando a sua longa e preenchida carreira militar.

Já na situação de Reforma, exerceu fun-ções no Centro Português de Actividades Subaquáticas como Presidente da Admi-nistração, Director e Professor ministran-do cursos de náutica de recreio e exames finais de “Patrão de Costa” e “Patrão de Alto-Mar” durante cruzeiros à vela a Espa-nha e Gibraltar.

De realçar que, já igualmente na Reforma, editou, a título particular, 4 livros em for-mato A5:

– “Para que conste! - A Força da Opi-nião”;

– “Salazar …. Precisa-se para um Por-tugal … à Deriva”;

– “A Marinha de Guerra Portuguesa os seus Fuzileiros e a Politica Nacional”;

– “Fuzileiros em África - Comissão em Moçambique 1964-1966”.

Estava a concluir um 5.º livro que, se-gundo o seu filho, versaria sobre “Forças

Cão de Guerra junto do seu tratador, juntamente com a guarnição do DFE n.º 1 em parada (foto cedida pelo filho)

Cte. Maxfredo, já CTEN no Leste de Angola(foto cedida pelo filho)

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homenagem

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LouvoresDo seu processo pessoal constam 10 louvores individuais. O primeiro foi-lhe concedido como Segundo-tenente em 1965 e o último já como Capitão-de-mar-e-guerra em 1974:

– 02 concedidos por Oficial Superior;

– 07 concedidos por Oficial General;

– 01 concedido por Governador de Província.

Antigos elementos do DFE n.º 1 no funeral do seu Cte. (foto cedida pelo FZE Mário Manso)

Guarda de Honra formada por uma Secção Reforçada de Fuzileiros

Distinções Honoríficas e Condecorações:Foi agraciado com diversas Distinções Honoríficas/Con-decorações:

– Medalha de Prata de Serviços Distintos com Palma 1967;

– Medalha Militar de Mérito Militar 3.ª Classe 1964;

– Medalha Comemorativa das Comissões Especiais de Serviço - Legenda Índia 1955 e 1956, 1959 e 1960;

– Medalha Comemorativa das Campanhas das Forças Armadas - Legenda Moçambique 1964 a 1966;

– Medalha Comemorativa das Campanhas das Forças Armadas - Legenda Angola 1970 a 1972;

– Medalha Naval de Prata Comemorativa do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique 1960;

– Medalha de Socorros a Náufragos, Coragem, Abnegação e Humanidade 1960;

– Medalha de Socorros a Náufragos, Filantropia e Caridade do ISN 1970;

– Distintivo Especial da Ordem de Torre e Espada 1987.

Especiais do Mundo” quando, inesperadamente, vítima de um in-sólito acidente de viação, faleceu a 24 de Outubro de 2014.

Esteve presente no seu funeral uma Guarda de Honra constituída por uma Secção Reforçada de Fuzileiros que executou as salvas da Ordenança, familiares, muitos amigos e camaradas de armas desde militares do Comando do Corpo de Fuzileiros, Fuzileiros veteranos do Ultramar e elementos da guarnição do seu DFE n.º 1.

Destaque para o facto de que alguns dos elementos do DFE n.º 1, por iniciativa do SMOR FZE Egas Soares e com a devida autoriza-ção da família, prestaram uma última homenagem ao seu antigo Comandante proferindo o “Grito do Fuzileiro” e carregando a urna da capela à viatura funerária.

Rodrigues MoraisSócio aderente n.º 2082

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O 18.º Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval (CFORN) iniciou a sua actividade na Escola Naval, em

18 de Fevereiro de 1971, sendo na es-teira do que vinha acontecendo em anos anteriores, o primeiro de dois cursos de formação anuais. Foi frequentado por 57 cadetes, dos quais vinte e três da classe de Marinha, vinte e cinco da classe de Fu-zileiros e nove da classe de Técnicos Es-pecialistas. Jurou bandeira em inícios de Setembro e teve a sua conclusão a 13 de Outubro desse mesmo ano, sendo Coman-dante da Escola Naval o Contra-Almirante Pedro Fragoso de Matos e Director de Ins-trução o Capitão de Mar-e-Guerra Eugénio Eduardo da Silva Gameiro.

Sinalizando os quarenta e seis anos desde que, ainda jovens - uns poucos, de forma voluntária e a grossa maioria por impe-rativo legal - o destino nos cruzou e fez fermentar a vontade inquebrantável que, ano após ano, nos vem impulsionando para jornadas de reencontro e de abraço fraterno, trago à memória os vinte e seis dias bem longínquos, passados entre o

mar e a terra, que para além do cumpri-mento de objectivos de instrução náutica e militar, nos ajudaram a melhor entender o relevante papel da Marinha no contexto das forças armadas portuguesas.

Éramos jovens cadetes que, a partir dali, já oficiais, se separaram para o desempe-nho das mais variadas missões em África, Continente e Ilhas, como comandantes, imediatos, oficiais de guarnição, integran-do companhias e destacamentos de fuzi-leiros ou unidades e serviços em terra e com isso ajudando, a seu jeito, a escrever páginas incontornáveis do relevante papel da Reserva Naval na história da Marinha de Guerra Portuguesa.

A nossa viagem de instrução foi feita a bordo do NRP ANTÓNIO ENES (F 471), cor-veta da classe João Coutinho que entrou ao serviço da Marinha a 18 de Junho de 1971, assim baptizada em homenagem a António José Enes (1848 -1901), jornalis-ta, escritor e antigo comissário régio em Moçambique, que exerceu ainda funções de Ministro da Marinha e Ultramar.

Desenhada pelo Contra-Almirante Rogério de Oliveira e vocacionada para servir nas águas ultramarinas, foi construída pela Empresa Nacional Bazán de Construccio-nes Navalles Militares em Cartagena, sen-do que depois de um período de provas de mar, fez a sua entrada em Lisboa em 12 de Julho desse ano.

Rezam as crónicas que no dia 10 de Março de 1987 a António Enes preparava-se para entrar no Porto da Horta, depois de uma viagem agitada, desde o porto da Praia da Vitória na ilha Terceira, quando uma vio-lenta explosão foi sentida em toda a cida-de, ficando na história como o dia em que ocorreu o maior acidente da Marinha de Guerra Portuguesa, com seis vítimas mor-tais e onze feridos.

Em Agosto de 2013 foi anunciado que Es-tado iria gastar 8,1 milhões de euros na reparação desta corveta, na altura com 42 anos de relevantes serviços. A intervenção era justificada para manter a sua ativida-de militar e as valências inerentes às suas capacidades, de modo a prolongar a sua vida operacional.

18.º CFORN

Memórias de uma viagem de instrução13 de Setembro a 8 de Outubro de 1971

Adelino Couto

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crónicas

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Torna-se ainda digno de registo o desempenho de inúmeras cam-panhas em Moçambique, Angola, Guiné e Cabo Verde e após a guerra colonial foi progressivamente incumbida de missões de busca e salvamento, vigilância e fiscalização das águas territo-riais e ZEE.

Os cadetes de qualquer CFORN relembrarão ad aeternum as suas viagens de instrução e, por arrastamento, o navio onde as fizeram. Mas a António Enes tocou-nos de forma singela pois, acabadinha de construir, fez connosco a sua PRIMEIRA VIAGEM. Reinava entre nós um misto de curiosidade e preocupação com o navio. Pelo facto de ser novinho em folha, ainda não testado em viagens longas, feito em Espanha, havendo até quem desconfias-se da fraca qualidade das soldaduras.

Era seu comandante o então capitão-tenente Pedro Moreira Rato, que, em 18 de Junho de 1971, conforme reza o termo de abertu-ra do DIÁRIO NÁUTICO, “deu comissão ao guarda-marinha José Joaquim Conde Baguinho (ex- Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada) para numerar e rubricar todas as folhas do livro”. Passa-das mais de quatro décadas e meia, invoco este documento para trazer à tona velhas recordações, umas boas, outras nem tanto, e também episódios, alguns pitorescos, da nossa primeira grande experiência marítima, que nos marcou indelevelmente de forma a tê-la ainda bem presente nos dias de hoje.

13 SET 16H06 – A António Enes larga do cais 2 da Base Naval de Lisboa (BNL) rumo a Ponta Delgada, ilha de S. Miguel, nos Açores

Como valentes “lobos do mar”, alguns de nós, ainda poucos, mal entrados nas águas salgadas do Atlântico, com a Ponte Salazar ainda no horizonte à ré, já tinham sido atacados pelo vírus do enjoo, prenunciando que a “carga ao mar” seria uma questão de horas. Como bem sinalizou o amigo Lima, em cenário de tempo-ral desfeito, não terão sido poucos a usarem o colete salva-vidas como travesseiro, nos alojamentos à proa, contíguos ao paiol da amarra, quando o ferro de estibordo, mal engolido, batia na chapa do costado.

Por sua vez, o Braga fez-me lembrar que ao jantar, primeira refei-ção a bordo, foi servido bacalhau cozido com grão-de-bico, com a ingénua explicação de que a mesma contribuiria para aguentar me-lhor o malfadado enjoo. Mas se tal prenúncio não se concretizou, já o mesmo se não poderá dizer dos efeitos colaterais da digestão do dito grão-de-bico que provocaram estrondosas rajadas intestinais, levando alguns a temer os primeiros rombos no casco do navio, enquanto outros clamavam a requisição imediata do serviço de li-mitação de avarias com sério receio de afundamento. O ambiente para o primeiro dia de viagem não estava nada mau…

15 SET 10H35 – Atracada por BB ao molhe Salazar em Ponta Delgada

Quiçá por ser o primeiro, reinava uma expectativa generalizada neste poiso inicial em terra e, particularmente, no que me tocava. Sabíamos que Ponta Delgada era uma cidade histórica, de mais de cinco séculos, situada a sul da ilha de S. Miguel, conhecida pela sua beleza natural, nomeadamente as lagoas das Sete Cida-des, Fogo e Furnas. E pouco mais.

Quando nos foi permitido sair do navio para o primeiro passeio pela cidade e ilha, absolutamente desconhecidas para a grossa maioria de nós, deu-se um episódio engraçado, que hoje recordo com ternura. Tinha à minha espera a então minha namorada e hoje minha mulher, companheira duma vida, sempre presente já lá vão mais de quatro dezenas e meia de anos. Só o amigo Lucas sabia e para amenizar o seu desconsolo, a minha namorada, a meu pedido, fez-se acompanhar duma sua prima. Retenho bem fresco na memória, os olhares curiosos e meio incrédulos, acom-panhados de dichotes de alguns cadetes, nomeadamente os mais

próximos de mim, sobre o surgimento inopinado das meninas no cais de desembarque. Os quatro tivemos oportunidade de percor-rer alguns dos locais idílicos da ilha de S. Miguel, ficando desde logo na retina a lagoa das Furnas e as fumarolas, bem como o miradouro do Pico do Ferro, onde, já ao anoitecer, nos cruzamos com coelhos bravos, estáticos no meio da estrada esguia, abso-lutamente encandeados pelas luzes dos faróis do carro. Estava longe de prever que aqueles locais e paisagens, absolutamente divinais, matizados por uma miríade de colorações de verde e azul, iriam fazer parte integrante da minha vida…

Cada qual procurou conhecer a cidade e a ilha da melhor forma, sabendo que o retorno a estas paragens, para muitos, seria de probabilidade escassa. Ficou um agradecimento comum à Mãe Natureza, pela prodigalidade da beleza tão generosamente es-palhada naquele maravilhoso naco de terra situado no meio do Atlântico.

18 SET 12H00 – Largou de Ponta Delgada rumo a Cabo Verde

Este troço da nossa viagem decorreu com uma boa dose de tran-quilidade. Com a aproximação à ilha de S. Vicente, uma das ilhas da antiga colónia portuguesa, o mar ia-se apresentando calmo, proporcionando uma navegação mais despreocupada, aproveita-da pelos cadetes, que não estavam de serviço, para passar al-gum tempo de convívio na ré do navio, sentados nas lonas de cobertura das armas e máquinas. Belas recordações de grupos de golfinhos que, em maravilhoso bailado, iam acompanhando o curso da corveta. E também de tubarões, espécie actualmente ameaçada devido à pesca desenfreada que vem colocando em risco o equilíbrio ambiental nos mares de Cabo Verde.

Mas estranha e espectacular era a visão de peixes voadores a cruzarem o navio às dezenas, muitos deles caindo desamparados no convés e carecendo de ajuda imediata para sobreviverem.

Dr. Pedro Mota

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crónicas

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Este cenário dava azo a episódios engraçados, como um prota-gonizado pelo nortenho e sempre bem humorado Braga que ao ver um camarada muito espantado com o surgimento destas in-sólitas “criaturas”, lhe explicou que eram peixes voadores, mas com a particularidade de não terem penas, porque quando saltam do mar, face à velocidade que imprimem, ficam completamente depenados. E comem-se? Claro, adianta o Braga, são cozinha-dos como se fosse um “pica-no-chão” (deliciosa receita minhota de arroz de frango, também conhecido como arroz de cabidela), sendo que a ementa a bordo lhe chama “pica-na-água”, verda-deiro pitéu que certamente terás ocasião de degustar por estes dias. Uns, incluindo o interlocutor, pareciam convencidos, outros iam aguentando a gargalhada, mas não demorou muito para que farta risota eclodisse, bem sonora, sinónimo da boa disposição e camaradagem que ajudavam a esquecer o enjoo, antevendo os belos dias que iriam ser vividos muito em breve.

21 SET 13H54 – Atracada por EB ao molhe n.º 3 em Porto Gran-de, ilha de S. Vicente, Cabo Verde

De águas profundas, o Porto Grande, escala transatlântica para navios de múltiplas nacionalidades, abriu-nos as portas da bonita e histórica cidade do Mindelo, a segunda maior de Cabo Verde, situada na ilha de S. Vicente, uma das seis ilhas do barlavento cabo-verdiano e terra de Cesária Évora, conhecida como a “diva dos pés descalços” e intérprete inigualável do tema sodade.

A minha primeira impressão foi a de que estava em presença dum povo nobre, humilde e afável, dotado duma simpatia contagiante que se expressava num simples sorriso nos lábios. Pressentia-se a pobreza, bem disfarçada pelo calor humano e hospitalidade das suas gentes, daí que seja obrigatório falar na morabeza, a arte de bem receber desta forma tão genuína.

Guardo gratas recordações da cidade e dos três dias que lá pas-sei. Das tardes estivais na Praia da Matiota e dos mergulhos ines-quecíveis nas águas cálidas do Atlântico, bem juntinho ao areal, porque soava que os “amigos” tubarões tinham por costume rondar aquelas zonas. Dos dias consecutivos a comer lagosta, simples ou com maionese, a cinquenta escudos o quilo, uma verdadeira iguaria, atenta a sua inacessibilidade para os nossos bolsos em território continental. E também do excelente bacalhau confecionado no restaurante contíguo à praia, cujo dono, dizia-se, era da família do Bana, outro famoso intérprete da bela música cabo-verdiana.

Recordo ainda os momentos de jovialidade vividos na Praça Nova, local de encontro dos mindelenses, onde à noitinha nos juntáva-mos em convívio, aproveitando para ouvir, em tom dolente, boni-tas mornas e coladeiras, cantadas junto ao coreto em cenário úni-co das noites africanas. E também a visita ao mercado municipal, com instalações precárias, onde centenas de moscas rondavam o pescado e a fruta, situação a que não era alheia a escassez de recursos hídricos, não totalmente compensada pelo processo de dessalinização da água do mar e de alguma água doce que vinha em barcaças da vizinha ilha de Santo Antão.

Mas não posso deixar de referenciar a pitoresca figura do polícia sinaleiro (os famosos cabeças de giz, como eram conhecidos na gíria), figura popular e turística, hoje praticamente extinta face às novas tecnologias introduzidas pelos semáforos. Envergando fardamento impecável, com capacete colonial branco, luvas tam-bém brancas e apito na mão, do alto da sua peanha, pintada com riscas brancas e vermelhas, ia orientando de forma primorosa o escasso trânsito. Posicionado estrategicamente num cruzamento, com ar muito profissional e aprumado parecia transbordar de ale-gria quando lobrigava uma viatura a aproximar-se da sua área de trabalho para, numa espécie de dança, executar gestos impecá-veis de auxílio aos condutores. É com alguma mágoa que assisti-

mos ao quase desaparecimento desta nobre profissão, deserdada pelos instrumentos modernos que, contudo, não a substituem na integralidade: falta-lhes o calor humano e a coordenação criterio-sa do trânsito. O que não é pouco!

24 SET 21H57 – Largou de Porto Grande rumo a Las Palmas, Gran Canaria

Durante a navegação, uma das tarefas que cabia aos cadetes consistia no serviço de vigia na ponte, a bombordo ou estibordo, de forma ininterrupta. Para o efeito eram-nos distribuídos óculos ray ban, bem como binóculos que deviam ser usados para dar conta de quaisquer sinais que pudessem interferir com as condi-ções de boa navegabilidade.

A este respeito, o camarada Braga contou-me um episódio, de que se saiu bem, ciente do dever cumprido. Estava ele, ledo e quedo, de serviço de vigia na ponte, em plena noite luarenta, típi-ca de África, com mar chão e viagem tranquila. Eis senão quando, de forma algo inesperada, foi interpelado pelo oficial responsável pela navegação sobre se não teria dado conta de algo anormal, uma vez que estavam a aparecer no radar uns ecos que lhe pare-ciam estranhos. Respondendo que nada descortinara e chamado à atenção pelo não uso dos binóculos, o nosso Braguinha procu-rou descansar o preocupado oficial, com o testemunho de que iria concentrar toda a sua atenção na observação à vista desarmada, pedindo-lhe alguns minutos para o efeito. Com os cotovelos fi-xados na amurada e mãos a apoiar a cara, olhos e ouvidos em prontidão máxima, o “nosso herói” fez-se à vigia e momentos depois volta a ser questionado pelo dito oficial. Consegui, Senhor Tenente: ou são barcos de pesca que aí andam a umas milhas, ou é terra. Este, ainda mais preocupado e quiçá, baralhado, resol-veu acordar o Comandante Moreira Rato que, face aos ecos cada vez mais intensos, decidiu fazer pontos de navegação através das estrelas. Concluindo, correntes laterais tinham desviado a rota do navio que navegava já a poucas milhas da costa da Gran Canaria, donde provinham os estranhos ecos.

Mais uma prova que os instrumentos tecnológicos precisam sem-pre da ajuda humana, que os comanda e complementa.

27 SET 08H35 – Atracada por EB ao molhe Generalíssimo Fran-co em Las Palmas, Gran Canaria

Las Palmas, situada no nordeste da ilha, já na altura era uma ci-dade cosmopolita. Servida por um porto franco, com regime fiscal próprio de importância vital para a economia local, viu fortalecer as relações comerciais com o exterior, através da atracagem de numerosos barcos e navios, verdadeiras sementes do turismo, principal fonte de riqueza da actualidade.

Junto ao porto pululavam lojas com os mais variados artigos e bugigangas. A actividade comercial era dominada por gente de

Em Las Palmas

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origem indiana, com especial propensão para o negócio. Aborda-vam-nos com insistência, acenando e chamando sucessivamente “patrício”, quase nos puxando loja adentro. Ali vendia-se de tudo! Compras maravilhosas para magras bolsas, desde jeans, reló-gios, bebidas alcoólicas, máquinas fotográficas, calçado, perfu-mes a electrodomésticos. Belos “recuerdos” para a família e na-moradas. O negócio fervilhava, mas era preciso ter muito cuidado com os preços, que normalmente desciam para metade ou mais do pedido. E também com a qualidade dos produtos, muitos deles de origem e qualidade duvidosas. Isso não invalidou que alguns incautos tivessem apanhado grandes “barretes”, nomeadamente quando tocou a perfumaria, relojoaria e afins.

Recordo gratamente a recepção dada a bordo em honra das au-toridades locais, com a presença do cônsul português, em buffet volante muito bem servido, onde pontificava a sempre aprecia-da lagosta, acabadinha de trazer de Cabo Verde. Recepção que foi retribuída, igualmente em magnífico repasto no restaurante El Bodegón, com exibição dum grupo folclórico canarino em que participaram activamente também alguns cadetes.

Em matéria gastronómica há ainda algo digno de ser contado. Na véspera da partida rumo ao Funchal, quatro cadetes (suponho que o Nascimento, Carvalho e Artur), acompanhados do Lima que me narrou esta “estória”, resolveram queimar os “tustos” que ainda sobejavam, numa “bodega” da cidade.

À medida do curto orçamento, encomendaram “cañas” e “tapas” que saborearam a preceito, fruto de generoso apetite tão caracte-rístico da marinhagem. Como sempre acontece nestas situações chegou “la cuenta”, com uma particularidade nunca por eles vis-ta. Dela constava, em letra bem legível, uma frase lapidar: “La propina es una ofensa”. Facilmente se imagina o efeito exclamativo que esta ex-pressão provocou naquelas cabecinhas para quem a gorjeta era um extra funda-mental do parco salário de quem servia às mesas, não só para “folga” da caixa do patronato, mas também para estimu-lar de algum modo o bom serviço. Cum-prido o doloroso pagamento, dirigiram-se para a saída e só então repararam numa bandeja prateada, encimada por um le-treiro que dizia: “Ponga aqui su ofensa”. Estava desfeito o mistério!

30 SET 08H28 – Largou de Las Palmas rumo ao Funchal

Terminada a faina da largada em direc-ção à ilha da Madeira fez-se tempo de avaliar os “proventos da incursão canari-nha”, depositados com o devido cuidado

nos respectivos cacifos. Enquanto uns apregoavam autênticas pechinchas após duro regateio, outros exibiam verdadeiras “pé-rolas” adquiridas ao preço da uva mijona. Como foi o caso conta-do pelo Lima acerca da façanha extraordinária do nosso Calheiros (um grande abraço de saudade, irmão) que, no seu estilo pecu-liar, se gabava de ter arrematado um genuíno “Chivas Regal” por tuta e meia, mais coisa menos coisa, cerca de metade do preço do que custaria em Lisboa. Porém, a euforia foi dolorosamen-te efémera, quando alguém mais calejado nestas andanças, lhe chamou a atenção para o rótulo, onde em letras estrategicamente mais pequenas, constava “Hecho en España”.

Há ainda memória, embora minguada, de uns exercícios ao largo das Desertas, com lançamento de umas “cargas de profundida-de”, que passava pela regulação da profundeza do rebentamento, havendo cargas que, após o lançamento, demoravam mais ou menos tempo de rebentamento e, consequentemente, originavam “cachões” de água de dimensões diferentes. A informação era notória e propositadamente parca, porventura por extravasar o âmbito de acção dos “instruendos”.

01 OUT 08H16 – Atracada por EB ao cais do Funchal, ilha da Madeira

Com a ilha à vista já há algum tempo, aportamos ao Funchal ain-da bem cedo, na expectativa de ali passarmos uns dias agradá-veis. A cidade, na altura já cosmopolita e com forte propensão turística, vista do Atlântico apresentava-se como um gigantesco “presépio”, inserida num belo anfiteatro natural, circundado por grandiosas montanhas.

Tal como havia acontecido com Ponta Delgada e a ilha de S. Mi-guel, a ideia que genericamente norteava a “malta” era a de visi-tar o maior número possível de locais, a fim de ficarmos com uma visão global da cidade e seus arredores.

Retenho a magnífica vista que do Monte, situado bem acima do nível do mar, se alcançava sobre o Funchal e a sua baía. A visita obrigatória à Sé Catedral. A ingestão da primeira poncha, de ou-tras, em Câmara de Lobos, típica vila piscatória. A ida inadiável ao miradouro do Cabo Girão que, do seu alto, oferecia uma vista vertiginosa sobre o mar, Câmara de Lobos e o Funchal ao longe.

A degustação das tradicionais espetadas num restaurante junto ao miradouro do Pico dos Barcelos, penduradas em espetos de ferro (e também de pau de louro), delas escorrendo para o prato, estrategicamente colocado, saboroso suco da carne temperada e da manteiga barrada no momento, em parceria com o bolo do caco, num verdadeiro manjar dos deuses.

Em Las Palmas

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crónicas

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Há ainda lugar no baú das memórias para aspectos da vida noc-turna da cidade, com breves incursões em diferentes bares, dan-do azo a simpáticas cenas que a alvura dos uniformes potenciava.

04 OUT 10H02 – Largou do Funchal rumo a Portimão

Pouco mais de um dia de viagem nos separava do regresso à continentalidade. Os corpos já iam dando sinais claros de can-saço, derivados não só da faina diária a bordo, como também dos muitos dias de viagem. Não foram poucos os que, em muitas ocasiões ao longo do périplo, não ousavam descer à zona dos alojamentos, porque a isso se opunham repetidas sensações de enjoamento, responsáveis pela retirada do apetite mesmo aos “roedores” mais representativos.

05 OUT 15H13 – Fundeada no porto interior de Portimão

Vindos do Atlântico, servimo-nos do estuário do rio Arade para fundearmos no porto interior de Portimão que, à altura, não tinha as condições que hoje possui, daí que as ligações a terra se te-nham feito por bote.

Numa das duas noites que passamos nesta localidade algarvia, um grupo de resistentes “marinheiros” (julgo que além da minha pessoa, estavam o Braga, Lucas, Sanina e o saudoso Piteira) re-solveu fazer uma incursão nocturna na discoteca do Hotel Júpiter, situado na Praia da Rocha, com a Fortaleza de Santa Catarina ali por perto.

O primeiro contacto com o porteiro (nessa altura ainda não se falava muito em seguranças) não correu lá muito bem, uma vez que estava renitente em deixar-nos entrar, com o “reles” argu-mento do fraco consumo e provável conflitualidade. Quanto à es-cassez do consumo, embora sem condescender, não nego que teria razão: estávamos no final da viagem e os bolsos estavam praticamente limpos. Já quanto à conflitualidade, nada de confu-sões: filhos de boas famílias, não admitíamos qualquer espécie de desconfiança sobre a integridade cá do pessoal.

Venceu a racionalidade da nossa veia argumentativa e ainda bem, pois o que a seguir sucedeu perdura bem gravado no cérebro de cada um. Com efeito, decorrido pouco tempo após termos en-trado na discoteca, um alemão, acompanhado de uma senho-ra, começou a entabular conversa connosco, uma vez que tinha sido antigo oficial de marinha, convidando-nos para a sua mesa e mandando vir champanhe. O casal era extremamente simpático e, com curiosidade, procurou saber pormenores sobre a nossa viagem de instrução. A dado momento, decidiram retirar-se para o quarto, uma vez que estavam alojados no hotel, não sem que antes o “nosso marinheiro alemão” tenha ordenado ao empre-gado de mesa que nos fosse servido o que entendêssemos. Um abraço com votos de felicidades selou a nossa despedida.

Comedidos e responsáveis, a “nossa conta” cifrou-se numa meia dúzia de garrafas de champanhe, bebidas à honra e saúde de quem tão agradavelmente nos recebeu.

Escusado será dizer, não fossemos nós “homens do mar” que, à saída, o porteiro ouviu umas belas “bocas” sobre a descon-fiança manifestada aquando da entrada, sendo-lhe dito, em tom bem audível, que a “nossa mesa” foi a que mais consumiu. Meio incrédulo, fez mea culpa e com uma saudação à Marinha lá foi dizendo: apareçam mais vezes…

Porém, a noitada não terminaria sem uma outra cena hilariante. À espera que o bote nos transportasse para bordo, eis que o Braga, permanentemente atacado pelo bicho-carpinteiro e sempre im-previsível, resolveu dar uma valente “cachaçada” no Piteirinha, fazendo com que o seu boné “voasse” para o rio, valendo a acção dos homens do bote que, ao nosso ruidoso chamamento, o reco-lheram sem grande dificuldade.

07 OUT 22H40 – Largou de Portimão rumo a Lisboa

Estávamos a uma noite da chegada ao derradeiro destino. Noite mal dormida, já a pensar no futuro.

As últimas milhas foram galgadas num misto de sensações estra-nhas. Por um lado, acabávamos de viver uma experiência única, por isso irrepetível e nunca mais olvidada. Experiência que além de mais maduros, nos tornou mais solidários e coesos, sentimen-tos que ainda perduram, corporizados nos inúmeros Encontros que vamos mantendo ao longo dos tempos.

Mas…o que viria depois?

08 OUT 09H12 – Atracada por BB ao cais 2 da BNL no Alfeite

A chegada a Lisboa deu-se num clima de alegria contida. Os rostos, embora cansados, deixavam transparecer a felicidade do retorno. Era um tempo soalheiro, embora curto, do regresso a casa, da visita à família. Mas era também um tempo encoberto por nuvens de preocupação e incerteza, representado nos suces-sivos abraços de despedida, uns de despedida breve, outros nem tanto...

Quarenta anos após a viagem de instrução, estes episódios baila-ram de novo nas nossas memórias quando revisitamos a António Enes no Alfeite em Junho de 2011.

À nossa espera, essas pequenas grandes histórias como que re-pousavam ali, em cada canto percorrido e, numa espécie de pas-se de mágica, ressuscitaram num ápice das entranhas do navio para nosso gáudio.

Adelino CoutoSóc. Orig. n.º 2382

Cadetes a bordo

Ao largo da Madeira

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corpo de fuzileiros

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 27 de abril de 2017 tomou posse do cargo de 2.º Comandan-te o CMG FZ Joaquim José Assis

Pacheco dos Santos, substituindo o CMG FZ Carlos Teixeira Moreira.

A cerimónia decorreu no Salão Nobre do Corpo de Fuzileiros (Polo Alfeite), sendo presidida pelo Comandante do Corpo de Fu-zileiros (CCF), Comodoro Nobre de Sousa. Assistiram à cerimónia deputações das di-versas Unidades, Forças e Departamentos do Corpo de Fuzileiros.

Na sua alocução o novo 2.º Comandante, diringindo-se ao Comandante do Corpo de Fuzileiros, sublinhou sentir-se honrado por assumir tão importante cargo na estrutura do CF e manifestou a sua total lealdade institucional e pessoal e integral dedica-ção ao cargo em que acabava de ser em-possado.

Dirigindo-se aos Comandantes das Unida-des de Fuzileiros e aos Chefes de Departa-mento e no âmbito das novas atribuições do cargo, decorrentes do processo de re-

estruturação e das orientações do CCF, de implementador das diretivas superiores e coordenador de actividades, incentivou--os à firmeza na cooperação, colaboração, camaradagem e espiríto de corpo com respeito pela ordem, disciplina, aprumo, prontidão, profissionalismo, garbo, vonta-de de bem servir e sentido de missão.

O Comandante do Corpo de Fuzileiros, na sua alocução, agradeceu o apoio do CMG FZ Carlos Teixeira Moreira, no desempe-nho do cargo, manifestou a confiança nas capacidades do CMG FZ Joaquim José Assis Pacheco dos Santos para o desem-penho do cargo de 2.º Comandante e rei-terou as suas três orientações basilares do seu mandato:

– Consolidar a reestruturação do CF com as pessoas;

– Dar a conhecer os Fuzileiros, as suas capacidades e desempenhos;

– Promover uma efetiva integração dos Fuzileiros na Esquadra.

No final, os comandantes cessante e em-possado, foram cumprimentados por to-dos os presentes, seguindo-se um almoço com os Comandantes das Unidades de Fuzileiros, Chefes dos Departamentos do CF e os sargentos-mor do CF.

Corpo de Fuzileiros

Tomada de Posse do Novo 2.º Comandante do Corpo de Fuzileiros

Após solicitação da Autoridade Marítima Nacional, pela pos-sibilidade de condições meteorológicas adversas, a Força de Fuzileiros N.º 2 (FFZ2) e a Unidade de Meios de De-

sembarque participaram no reforço das estações salva vidas do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) em Sines, Figueira da Foz e Viana do Castelo com seis militares.

Como aprontamento para a missão os militares tiveram uma pe-quena formação durante uma semana, onde abordaram diversas áreas específicas no âmbito de salvamento e segurança, capa-citando-os para uma resposta mais rápida e eficaz nas estações salva-vidas.

O dia-a-dia foi feito consoante o estado do mar e de acordo com o chefe de cada estação. Sempre que as condições de mar per-mitiam, foi possível realizar navegações para melhor conhecer as áreas circundantes, o que aumentou o empenho e motiva-ção dos militares. Quando a barra estava fechada haviam outras

atividades a realizar, tais como, verificar a profundidade dos rios e dos canais a fim de garantir a segurança das embarcações com maior calado e realização de ações de manutenção às embarcações.

Foram também efetuados trei-nos de Homem ao Mar e mano-bras de atracação.

Todos os Fuzileiros garantiram, durante todo o período de em-penhamento, de 13 de janei-ro até 31 de março de 2017, uma prontidão de 25 minutos, à exceção de períodos em que o mar estava mais agitado, o que acarretava uma prontidão imediata para a tarefa.

Apoio às Estações Salva Vidas do Instituto de Socorros a Náufragos

Realização de ações de manutenção da embarcação

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corpo de fuzileiros

24 O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Perante um novo paradigma de planeamento das operações, o Corpo de Fuzileiros alinhou, recentemente, com as diretivas emanadas nos documentos enformadores e estruturantes

da Defesa Nacional e das Forças Armadas, iniciando assim, um processo de mudança sem precedentes e do qual resultam as denominadas Forças de Fuzileiros ou FFZ.

Desde 16 de dezembro do ano transacto, que decorre o processo de certificação da Força de Fuzileiros N.º 1 (FFZ1), formalizando a primeira fase de um ciclo operacional de três anos.

Evoluindo do escalão secção (oito elementos) ao escalão força (até 212 elementos), consolidando a integração de valências (ma-nobra, assalto anfíbio, apoio de combate e apoio de serviços em combate), a fase de certificação, permite aprontar uma FFZ de forma continuada e sequencial; e segundo o conceito de empre-go “full spectrum”, ou seja, para todo o espetro das operações militares.

Entre os dias 30 de janeiro e 3 de fevereiro, decorreu, na área de treino de Pinheiro da Cruz (EPPC), o primeiro de quatro períodos afetos ao processo de certificação da FFZ1, que culminará com a realização do exercício de integração na esquadra “CONTEX--PHIBEX17”, em Junho.

Visando aferir o nível das secções de atiradores, em tácticas, téc-nicas e procedimentos (TTP) padrão da manobra, através da con-dução de tarefas com grau de complexidade variável; contribuiu para uniformização de procedimentos entre forças, identificando

Aprontamento da Força de Fuzileiros N.º 1

Fase I

pontos fortes e vulnerabilidades daquele que se afirma como es-calão mais baixo de emprego desta nova tipologia de força – a secção de atiradores.

As áreas de avaliação a que a FFZ1 foi sujeita durante a realização deste exercício, tipo seriado, foram as seguintes:

• Tiro de combate com armamento orgânico ligeiro (espingarda automática G3 e pistola Whalter P38);

• Tiro de combate com armamento orgânico de apoio (Metra-lhadora MG3 e Canhão Sem Recuo Carl Gustaf);

• Combate Nocturno;

• Marcação de landing zone;

• Comunicações táticas;

• Socorrismo em combate (TCCC – Tactical Combat Casualty Care);

• Formaturas e evoluções;

• Operações ofensivas – movimento para o contacto;

• Desembarque e reembarque em costa aberta.

Está previsto a FFZ1 ser atribuída à Aliança Atlântica, para empe-nhamento no âmbito das suas Enhanced NATO Response Forces (ENRF), durante o ano 2018.

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corpo de fuzileiros

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O “Real Thaw 17” (RT17) é um exercício da Força Aérea Por-tuguesa (FAP) que decorreu na área do Continente, entre o período de 5 a 17 de março. Para além da FAP, diversas

aeronaves de diferentes países também estiveram presentes, bem como algumas unidades do Exército e da Marinha Portuguesa, destacando-se o NRP Bartolomeu Dias, o NRP Berrio, a Força de Fuzileiros N.º 3 (FFZ3) e o Destacamento de Ações Especiais (DAE).

O exercício foi organizado em duas fases distintas com forças no terreno, tendo a primeira decorrido na região de Seia, de 8 a 10 de março, na qual a Marinha participou com a FFZ3 e com o DAE.

Esta fase foi essencialmente orientada para operações terrestres com aeronaves.

A 2.ª fase decorreu na região de Sines e Beja, de 13 a 16 de mar-ço, na qual a FFZ3 integrou uma organização operacional com as unidades navais acima identificadas para a condução de um raid anfíbio na região de Sines.

A condução e o controlo do exercício foi efetuado a partir da Base Aérea de Beja (BA11) onde esteve presente, nas duas fases, um Oficial do Batalhão de Fuzileiros N.º 2 (BF2), integrando o respeti-vo staff, em apoio à FFZ3.

Na 1.ª fase esteve integrada uma equipa de Tactical Air Control Party (TACP) na FFZ3 para apoiar as comunicações com as ae-ronaves.

Foi ainda planeada uma ação de Transporte Aéreo Tático para projeção de viaturas táticas ligeiras, que não se concretizou por motivos de gestão de meios aéreos.

Com a equipa TACP foram ainda realizadas séries noturnas de patrulha de combate com o apoio de aeronaves para a recolha de Intelligence, Surveillance and Reconnaissance (ISR) e apoio aéreo próximo.

No final desta fase, foi possível transportar duas viaturas anticarro a bordo de um C-130 belga até à BA11.

A 2.ª fase do exercício foi orientada para a realização de um raid anfíbio, com uma estrutura operacional bem definida, na qual contemplava um Commander Amphibious Task force (CATF) e um Commander Landing Force (CLF).

Força de Fuzileiros N.º 3Participação no Exercício Real Thaw 17

Embarque administrativo para Desembarque Tático.

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A FFZ3, constituída por 40 militares, inte-grou uma vaga de botes de assalto e uma equipa de TACP embarcados a bordo do NRP Berrio.

Além da FFZ3, participou ainda uma força opositora/cenário na área do objetivo em terra de modo a dar um maior realismo à ação no objetivo.

Em apoio à realização do raid anfíbio participou um P3-C, para recolha de informações, enviando-as para bordo a partir de equipa TACP.

Este exercício foi uma exce-lente oportunidade de treino com aeronaves e com equi-pas de TACP integradas na força, sendo que dois deles de nacionalidade dinamar-quesa, o que possibilitou uma troca profícua de ex-periências com elementos internacionais, um dos requi-

sitos usados pelas forças internacionais para operar em teatros de operações mais complexos.

O CF celebrou o Dia da Árvore

A 16 de fevereiro de 2017 foi dado mais um passo na sustentabi-lidade ambiental e da preservação da biodiversidade através da plantação de umas dezenas de Pinheiros Mansos (Pinus

Pinea) e Oliveiras (Olea Europea) na Escola de Fuzileiros e no Pólo do Alfeite do Corpo de Fuzileiros. As oliveiras vieram diretamente do Pereiro, região da Guarda, oferecidas pelo SMOR FZ RES Fran-cisco Pereira.

No dia 21, Dia da Árvore na Escola de Fuzileiros, alunos da Esco-la Básica de Coina participaram numa ação de requalificação da floresta da Unidade.

LOJA MATOSINHOSTel.: 224 969 620

LOJA VIANA DO CASTELOTel.: 258 811 201

[email protected]

ORTOPEDIA MONTEIROFabrico de Próteses e Ortóteses

Unipessoal, Lta.

LOJA DAS PAIVASTel.: 211 818 829

LOJA DO MONTIJOTel.: 212 312 290

LOJA DA AMADORATel.: 214 345 576

[email protected]

Colaboração do Comandante da FFZ3

Ernesto António de Jesus AlvesCTEN FZ

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corpo de fuzileiros

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O treino de manutenção de padrões de prontidão operacionais constitui-se como um treino de qualificações nas

temáticas do tiro de combate, condução de operações ribeirinhas, montagem e operacionalização de um roadblock, check -point e control point, costa aberta e um ataque deliberado ao escalão de força, de modo a garantir a continuidade do treino e a melhorar a proficiência da força atribuí-da ao Conjunto Modular de Forças (CMF). Como base temporária de treino a Força fi-cou sediada nas instalações de Troia, face à proximidade das áreas de treino abor-dadas nas temáticas acima referidas, mas também pelo objetivo de cultivar o espírito de corpo com uma vivência em instala-ções, destacadas da unidade de origem.

As várias fases do treino decorreram de 16 de janeiro a 3 de fevereiro de 2017, sendo que a 1.ª fase foi de planeamento e prepa-ração, a 2.ª fase a condução do treino, que decorreu entre 23 e 27 de janeiro, com o envolvimento da força no terreno, nomea-damente nas instalações e imediações do Ponto de Apoio Naval de Troia, no estuário do rio Sado e no Campo de Tiro de Pinhei-ro da Cruz (CTPC) e, por último, a 3.ª fase orientada para a regeneração do material, elaboração de relatórios e recolha de li-ções identificadas e análise da avaliação do treino.

O treino foi preparado tendo por base o conceito de emprego da Força de Fuzilei-ros N.º 3 (FFZ3), assente nas orientações do produto operacional determinado no seguimento do Encargo Operacional Per-manente que os Fuzileiros, a Marinha e as Forças Armadas carecem de dar res-posta no âmbito do CMF. Desta forma a FFZ3 orientou a atividade operacional da seguinte forma:

— Nos dias 23, 24 e 27 de janeiro o trei-no foi direcionado para o escalão de Pelotão da força, treinando os proce-dimentos de montagem e operaciona-lização de um roadblock, checkpoint e control point, patrulhas com botes no

âmbito das Operações Ribeirinhas e tiro de combate;

— No dia 25 de janeiro, o treino foi di-recionado para o nível de força, con-sistindo na condução de um ataque deliberado, envolvendo neste ataque dois dos três Pelotões da força, tendo sido um deles de manobra e outro de apoio de combate, novidade da re-estruturação do Corpo de Fuzileiros quanto à estrutura das Forças de Fu-zileiros. Paralelamente a este treino, realizaram-se treinos complemen-tares de operacionalização de um roadblock, checkpoint e control point por outro Pelotão da força, na estrada militar de acesso às Instalações Mi-litares de Troia e treino de patrulhas ribeirinhas. Estes treinos foram assis-tidos por S.ª Ex.ª, o Comandante do Corpo de Fuzileiros acompanhado por uma comitiva do Corpo de Fuzileiros, uma promotora de um programa te-levisivo e pelo gabinete de Relações Públicas da Marinha, tendo sido fil-mado e divulgado pelas redes sociais da Marinha.

Esta tipologia de tarefas foi realizada no âmbito da participação da Marinha Por-tuguesa nas missões da Bósnia-Herzego-

vina em 1999/2000, em Timor-Leste de 2000 a 2004 e por último na missão no Afeganistão, no controle do North Gate de acesso ao Aeroporto Internacional de Ca-bul (2012 a 2014).

O treino de patrulhas ribeirinhas consistiu no patrulhamento de uma via comunica-ção fluvial, onde se pretende garantir a li-berdade de movimentos dentro. Para isso torna-se necessário o emprego dos botes de assalto adotando os procedimentos adequados, de forma a prevenir qualquer ameaça que possa surgir, tanto prove-niente de terra como no rio ou no estuário.

O treino de tiro de combate consistiu na realização de várias pistas de tiro onde os objetivos de treino assentaram na melho-ria da técnica individual do combatente, aumento da eficácia do tiro e reação ao contacto. No final, foi realizado um ata-que ao escalão de Pelotão a uma posição, permitindo assim, por em prática todas as técnicas, táticas e procedimentos ante-riormente treinados, bem como o coman-do e controle na articulação dos diferentes grupos da Força.

Este tipo de treinos, realizados com perio-cidade mensal, são uma excelente opor-tunidade para melhorar a proficiência da Força, contribuindo para o desiderato da elevada prontidão, credibilizando a coe-rência do produto operacional dos Fuzi-leiros, tanto no âmbito da capacidade de emprego, prontidão e sustentabilidade, permitindo realçar a resposta ao lema “FUZOS: PRONTOS!”.

Colaboração:

2TEN FZ Conceição BatistaChefe do núcleo do PCR da FFZ3

CTEN FZ Jesus AlvesComandante da FFZ3

Força de Fuzileiros N.º 3Treino de Manutenção de

Padrões de Prontidão Operacionais

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contos&narrativas

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Nota introdutóriaO Cacheu era o Cacheu. Claro que se po-dia dizer o mesmo de qualquer um dos outros rios da Guiné, o Gêba era o Gêba, o majestoso rio de Bissau, a capital admi-nistrativa, o Tombali era o Tombali, o Co-bade era o Cobade, o Cumbijã era o Cum-bijã, o Cacine…, mas o Cacheu era um rio diferente, talvez porque se navegasse por ele um dia inteiro, uma porrada de horas a fio desde Vila Cacheu a Farim, até onde era navegável – rezam as crónicas e as memórias que navios do calado do Alfredo da Silva, do Rita Maria, que transportou a CF11 para Bissau porque o S. Gabriel se negou, o faziam antes da Guerra Colonial ter rebentado.O Cacheu… Ah, o Cacheu tinha de tudo, largueza na foz e estreiteza na aproxima-ção a Farim, tinha correntes fortes, a su-bir e a descer, tinha afluentes com algu-ma expressão, o Cabói e o Rio Grande de S. Domingos, de saborosas ostras no tem-po delas, o ardiloso Armada pelo qual se acedia a Bissún, tinha mata, autêntico muro verdejante a rebentar da própria água na maré cheia e que deixava o in-trincado de raízes a descoberto na maré baixa, a anunciar bolanhas do lado de lá, tinha clareiras, a de Barro, a de Maca, a do Tancroal, que nos acendiam os alertas ao cruzá-las, tinha Jolméte e a Passagem de S. Vicente, tinha Ganturé, a nossa Base de Fuzileiros, tinha o Sambuiá, de fortes combates, tinha Binta, e tinha Farim, com o rio a espraiar-se numa imensa baía, cha-memos-lhe assim e passe a redundância.O Cacheu… bem, no Cacheu.

1 – O “Boca de Sapo” caíu à águaO primeiro comboio era o comboio de ini-ciação, o do PTO para o oficial acabado de chegar. Acompanhava o oficial da Compa-nhia de Fuzileiros que entraria, a seguir, em Período de Serviço Interno.Os comboios do Cacheu iniciavam-se to-dos em Vila Cacheu, onde as LDM e os batelões aguardavam o oficial, ido de Bis-sau, na véspera, no cumprimento estrito do ORDMOVE, a meia tarde, na avionete da Marinha, o azulão Rally, normalmente pilotado pelo Pombo. Ao longo do percurso o oficial nubente ia colocando questões e o oficial comandante do comboio dando as indicações que achava pertinentes. Fazia--se em duas etapas, até Ganturé onde se

pernoitava e confraternizava com os ca-maradas da Base, retomando-se a mar-cha ao acordar do sol na manhã seguinte. O primeiro comboio serviu, entre outras coisas, para uma jantarada de estalo, – penso que já fazia parte do protocolo –, em casa do Madeireiro mais importante do bur-go, – nem sei se havia outro –, cujo nome já não recordo e que era pai da Geninha. Acho mesmo que a Geninha é que era a razão do convite e o motivo para a sua aceitação – também não sei se havia convite formal ou se o convidado é que se formalizava, pinga-amor a toda a hora mas, pelo que constava, de parcos proveitos… Fosse como fosse, a reboque ou não, o nosso oficial iniciante papou foi uma lauta refei-ção, bem regada, goladas do tinto de mar-ca sorvidas ao ritmo das risadas da bone-ca Geninha, estrategicamente sentada ao lado do oficial comandante, e das muitas adjectivações de sua mãe, por sinal bem avantajada de carnes. A criadagem, essa, luzida no traje de alvura contrastante, fa-zia côro esmerando-se para impressionar os convivas marinheiros. A Geninha… A Geninha, coitada, garina à volta dos 20 anos, carinha agradável, bem torneadinha de formas, vivia aprisionada em Farim. Os anos via-os passar sem que algum alferes, furriel que fosse, se embei-çasse, a subisse para o seu cavalo e por bolanhas e clareiras a conduzisse à Terra Prometida. Prometida seria, mas de pro-messas sempre incumpridas…Pois bem, a Geninha tinha um irmão mais velho. Que não sabendo o que fazer ao dinheiro, digo eu, resolveu investi-lo num Boca de Sapo, carro famoso daquela épo-ca. Claro que estava, no seu Dia D, de cor-po feito na Ponte Cais de Bissau à espera do bólide com que havia de remelar o olho de inveja aos comerciantes amigos e ini-migos, coração estremecendo, não fosse o carrinho, nas manobras de o poisar em ter-ra firme, cair à água do Geba, sabe-se lá.Não caíu. E foi com o coração em alvoroço que se sentou ao volante, mexeu e reme-xeu naqueles botõezinhos que acendiam e apagavam luzes, e faziam clic, na manete das mudanças, olhou pelos retrovisores em poses de afinação, carregou no travão de pé e calcou a embraiagem, a cabeça dizendo ora que sim ora que não, sorriso aprovador nos olhos e nos lábios de quem diz “é meu!”…

A viagem para Farim não terá sido, em 71, uma aventura por aí além, que o per-curso já estava asfaltado em boa parte do seu trajecto. Com aceleradelas conspícu-as e cada vez mais afoitas à medida que os kms ficavam para trás e a confiança crescia quanto ao domínio da viatura, en-carnada Ferrari, para se ver bem, foram sendo ultrapassadas Nhacra, Mansôa e Mansabá, com paragens morosas para umas bebidas com amigos que com uma palmada nos ombros, de assentimento, digo eu, acrescentavam “eeh páááá!, mas um carro destes em Farim…”.Chegou ao fim do dia à passagem guar-dada por uma unidade de Paraquedistas. Desceu do carro, aproximou-se da mar-gem, espreitou o casario do outro lado, deitou uma vista de olhos à rampa que o “Boca de Sapo” tinha de descer para a barcaça que o haveria de conduzir ao ou-tro lado do rio, mirou o relógio e decidiu que o melhor era proceder à complicada manobra só no dia seguinte. Dormiu no carro à sombra da protecção dos militares.Acordou cedo e veio sentar-se à beira da água à espera do barqueiro. Que nem tar-dou muito, que quando havia trabalhos o homem nem sossegava enquanto não vol-tava ao sossego de todos os dias.Preparadas as coisas, com a barcaça na melhor posição, depois de muitos “mais para aqui mais para ali”, eis que o “Boca de Sapo”, reluzindo ao sol da manhã, mas cheio de cuidados, iniciou as manobras para subir, ou descer, para a embarcação. Por uma razão, ou por muitas, que nin-guém ainda, acho eu, conseguiu explicar, o carrinho ao entrar na rampa começou a deslizar, a deslizar, e, descontrolado, pim-ba, mergulhou de corpo inteiro nas águas cálidas do Cacheu.O dono não morreu mas ia morrendo. Dois dias depois, o tempo de chegar uma grua com potência para o retirar da água, o Ci-troen voltou a ver a luz o dia. E teve de ser desmontado peça por peça, trabalhos de muitas horas e dias até poder voltar a fa-zer gáudio das suas competências. O filho do madeireiro, esse, acescentava sempre “sim, é novo, mas…”

Marinheiro E*

*O Marinheiro “E” é o Sócio Originário n.º 1542, Oficial FZ RN que integrou os efectivos da CFZ 11 e que cumpriu uma comissão de serviço na Guiné nos anos 1971/1972.

Cinco Comboios no Cacheu (I)“O Boca de Sapo”

caiu à águaElísio Carmona

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pensamentos&reflexões

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Segundo notícias que têm vindo a pú-blico, a Base Aérea do Montijo (BA6), irá reforçar o aeroporto de Lisboa,

acrescentadas que sejam as modificações consideradas necessárias, no sentido de serem ampliadas as capacidades de esco-amento do tráfego aéreo, à dimensão das próximas décadas. Trata-se da intenção de aproveitar o que já existe para que as-sim se evitem despesas incomportáveis, levando-se em conta a situação económi-ca do país confrontada com a necessidade de um novo aeroporto que sirva adequa-damente a Capital, e cuja construção nes-te momento se encontra claramente fora do alcance nacional.

Até aqui, tudo parece lógico, viável e com-preensível, se for levado em conta apenas o peso da funcionalidade operacional da solução encontrada, e do interesse eco-nómico associado, acrescendo ainda uma componente expedita que permite para já, reduzir custos de forma drástica, como é do interesse imediato do país.

Não obstante, por outro lado, há também outros aspetos que se não devem esquecer, por não estar apenas em questão uma solu-ção temporária para as actuais limitações do aeroporto de Lisboa, mas também o condicionamento da operacionalidade da BA6, de uma forma publicamente silenciosa que pode levar quem esteja menos informado, à conclusão de que a Base Aérea do Montijo é uma unidade dispensável, não se lhe reconhecendo injustamente o papel vital que tem desempenhado para o país, assim como o inquestionável mérito das cinco esquadras activas, quatro da Força Aérea e uma da Marinha, que ali se encontram baseadas, e de outros meios abrangidos.

Fala-se muito, e bem, na importância da nossa Zona Económi-ca Exclusiva, para mais em processo de alargamento, que é o mesmo que falar dos nossos recursos no mar, e da necessidade inquestionável de os controlar e proteger, na certeza de que mais

tarde ou mais cedo o que não dominarmos será ocupado ou, no mínimo, utilizado por outros. Para isso, a Marinha e a Força Aérea têm antes de mais que lutar com a exiguidade de meios dos quais dispõem para as variadas missões de patrulha e de protecção que neste âmbito lhes estão atribuídas, levando em conta a im-portância do domínio e controle das nossas Águas Territoriais, da nossa vasta Zona Económica Exclusiva e ainda da nossa vastís-sima área de responsabilidade SAR (Search and Rescue – Busca e Salvamento).

No que diz respeito à Base Aérea do Montijo, repare-se na breve descrição seguinte, que é o mínimo daquilo que a propósito se poderia dizer.

A partir da BA6 opera a esquadra 502 de aviões de transporte e patrulha “Casa” C295 que asseguram efetivamente a patrulha aérea de grande parte da nossa extensíssima área marítima, par-ticipando ainda inúmeras vezes em missões SAR, algumas delas conjuntamente com helicópteros.

O Novo Aeroporto

António Carlos Ribeiro Ramos

C-295

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pensamentos&reflexões

30 O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Também a partir da BA6 opera a esquadra 501 de aviões “Hércu-les” C130, com capacidade para transporte de tropas e de carga (projecção de força), sendo estes aviões igualmente utilizados, como tem acontecido com frequência, em valiosas missões hu-manitárias tanto a nível nacional como internacional e de ajuda tanto sobre a terra, como sobre o mar.

A BA6 acolhe ainda a esquadra 504 de aviões “Falcon” 50, que para além do transporte de altas individualidades, podem ainda ser utilizados para socorro médico, transportando doentes ou fe-ridos, equipamento médico específico e urgente e inclusivamente órgãos ou sangue.

Ainda a partir da BA6 opera a esquadra 751 de helicópteros de transporte e de reconhecimento EH-101 “Merlin”, que já atingiu as 3500 vidas salvas em operações SAR, muitas delas de altíssi-mo risco, e que constitui uma indesmentível referência para todos

aqueles cuja segurança ultima possa vir a depender dela, que tem por nobre lema “Para que outros vivam”.

É ainda na BA6 que está baseada em terra a Esquadrilha de Wes-tland Lynx da Marinha, os helicópteros orgânicos das fragatas das classes “Vasco da Gama” e “Bartolomeu Dias”, cujo notável profissionalismo das suas guarnições e pessoal técnico são evi-dentes, falam por si, e têm sido honrosamente demonstrados em inúmeras missões tanto no país como no estrangeiro.

Refira-se ainda que anteriormente operou também a partir da Base aérea do Montijo a esquadra 601 de aviões , aeronaves de patrulha marítima e SAR, detecção, localização e seguimento de submarinos e meios de superfície, integrando os respectivos meios de ataque.

Funciona ainda na BA6, entre outros serviços, o relevante Cen-tro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea (CTSFA), onde se ministra instrução de sobrevivência em ambientes de natureza Nuclear, Radiológica, Biológica ou Química (NRBQ).

É certo que também têm vindo ocasionalmente a público, notícias que falam de missões prestigiosas que envolveram meios base-ados na BA6. Mas agora, no momento de falar do “novo aeropor-to”, é simultaneamente preciso fazer justiça ao valor referencial do serviço que a BA6 no seu todo prestou e presta ao país, e tranquilizar minimamente quanto à continuidade operacional dos meios e serviços até agora ali baseados, para que não se pense que a ser concretizada a solução noticiada, se trata apenas de aproveitar infraestruturas já existentes e pretensamente disponí-veis, quando na verdade se trata de empreender um esforço para a restruturação profunda de toda a dinâmica operacional envolvi-da, que não pode ser interrompida, e que também não pode pas-sar publicamente despercebida para que se lhe não desmereça o mérito.

António Carlos Ribeiro Ramos

Sóc. Efect. n.º 1053EH -101 “Merlin”

P3P “Orion”

Lynx

Falcon 50

C 130

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pensamentos&reflexões

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Os anos passam cada vez mais depressa, silenciosos, e de forma bem diferenciada de há um bom par de anos atrás quando me sentia mais jovem, buliçoso e atrevido.

O espaço das memórias, que vão sendo guardadas no “Paiol do Passado”, vai crescendo de forma desumana, desprezando-me. Quando reparamos todas elas se foram acomodando, ora ao lado umas das outras, ora empurrando simplesmente e de for-ma grosseira, as que já lá estavam, ajeitando-se sem nenhuma consideração por nós, responsáveis e fiéis depositários, de tais memórias, até ao fim das nossas vidas!

Há dias tive a ousadia de escrever umas linhas sobre uma me-mória que me aflorou durante uma cerimónia fúnebre, acto triste em que participei, e me deixa sempre mais pequeno apesar de me esforçar (!) para manter e aparentar o que julgo ser a minha verdadeira dimensão…

Reconheço, hoje, com alguma mágoa, que nem sempre me en-xerguei devidamente.

Quando do meu último escrito “Pensamento atrevido e inespe- rado”, ousei enviar para alguns camaradas meus, a maioria do meu curso da EN, e alguns amigos que me têm acompanhado e recebi várias ressonâncias, verdadeiros testemunhos de amizade.

A minha “ousadia escrita” caíra bem!

Foi por um destes testemunhos, que interiorizei o efeito que me-mórias de terceiros podem acender a luz no “Paiol das Memórias”

de cada um, iluminando prateleiras menos visíveis ou em locais mais esconsos, despertando-os do seu dia-a-dia para uma rea-lidade, que julgavam ultrapassada, como se borrifos salgados de uma surriada inesperada lhes tivessem batido no rosto e, com re-gozijo, se associam à família a que nunca deixaram de pertencer.

Só, ou em ameno convívio, afloram recordações que nos acal-mam e fazem, quantas vezes, encher o peito de ar renovando forças que pareciam estar relegadas para outro plano.

Quem não se lembra de um toque de alvorada, ou de silêncio, de ouvir o Hino Nacional associando desde logo à cerimónia do içar da Bandeira e aquela adriça, ao subir, vai trazendo para defron-te dos nossos olhos tantos “Içar da Bandeira” com que fomos contemplados ao longo da nossa vida profissional. Cenas que se repetem e nem nos damos conta!

Porque será que reparam em nós e na nossa maneira de ser e de estar, quando juntos, no trivial do dia-a-dia ou em momentos de convívio, sempre especiais quando partilhamos memórias das nossas vidas que, tão saborosamente e em respeito, vamos apre-ciando. Momento particular e pessoal, que vamos desfrutando no nosso íntimo, qual murmúrio de vagas alcançando-nos docemente.

CMG Oliveira Costa

Sóc. Efect. n.º 2423

Borrifos salgados duma surriada inesperada…

José Manuel Oliveira Costa

DIA DO FUZILEIRO

8 de Julho de 2017

O Dia do Fuzileiro comemora-se este ano no dia 8 de Julho.

O Corpo de Fuzileiros e a Associação Nacional de Fuzileiros convidam todos os fuzileiros, sócios da AFZ e respectivas familias a estarem presentes nestas cerimónias que conjuntamente organizam.

A festa começa pelas 08h30 e decorre durante todo o dia com um programa recheado de motivos de interesse e que será amplamente divulgado por todos os meios disponíveis.

Faz a tua inscrição através dos seguintes contactos:

Escola de Fuzileiros: Email: [email protected] Telef.: 211 938 542 (Sec. Protocolo EF)

AFZ/ Secretariado: Email: [email protected] Telef.: 212 060 079/927 979 461

Contamos com todos!

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cadetes do mar

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Realizou-se no passado dia 14 de Janeiro, e conforme previs-to no Calendário de Actividades da UCMF, a visita de estudo ao Museu de Marinha.

Os Cadetes tiveram assim a oportunidade de estudar a história de dois Heróis da Marinha, contemporâneos, através de documenta-ção que lhes foi disponibilizada e que constava de monografias e revistas militares existentes na Biblioteca do Museu. Aprofunda-ram e debateram também o tema relacionado com o Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz. Estes estudos serão apresentados e certificados no final do curso no Dia do Ca-dete de Portugal.

Pela tarde, os Cadetes e os seus Formadores fizeram uma vi-sita guiada ao Forte do Bom Sucesso que é administrado pela Liga dos Combatentes e onde visitaram a exposição permanente “O Combatente Português” e ainda os três espaços com exposi-ções de equipamento dos três ramos das Forças Armadas.

No exterior tiveram a oportunidade de conhecer com mais profun-didade o significado do Monumento ao Combatente que é ladeado pela parede do Forte na qual se encontram as lápides onde se homenageiam os que morreram por Portugal.

As inscrições feitas nestas lápides foram baseadas em listas ofi-ciais, por ano e por ordem alfabética.

Encontra-se também incrustada nesta parede, a Capela do Com-batente, que no seu interior tem um túmulo que simboliza todos aqueles que tombaram pela Pátria.

Deste modo, os Cadetes enriqueceram os seus conhecimentos acerca do nosso património histórico-militar.

No final da visita, reuniram-se com os seus Formadores numa sala do Museu de Marinha, para colocar dúvidas sobre o que lhes foi dado ver e que ali puderam ser esclarecidas.

Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros

4.ª Actividade14 de Janeiro de 2017

No dia 11 de Fevereiro de 2017, decorreu na Escola de Fuzi-leiros a 5.ª Actividade dos Cadetes do Mar “Fuzileiros” refe-rente ao ano 2016/2017.

Depois de se apresentarem ao Oficial de Dia e distribuído o aloja-mento, os alunos dirigiram-se para o Serviço de Educação Física, onde decorreu uma aula de defesa pessoal e outra de natação.

No que se refere à defesa pessoal, os Cadetes começaram por efectuar o aquecimento (condição física geral e mobilidade arti-cular), passando depois à técnica de Defesa Pessoal com pegas

cruzadas, em cima, baixo e pegas de controlo/imobilização. De seguida, avançaram para a técnica Middle KicK sofrendo contra--ataque com queda. Finalmente terminaram com técnicas do Jiu--jitsu, Baiana e Single Leg. O relaxamento muscular/articular e os alongamentos terminarem a aula

Na actividade de natação, os Cadetes começaram por realizar exer-cícios de revisão nomeadamente a nível do controlo respiratório. Posteriormente foram realizados alguns exercícios nas técnicas de “crawl” e “bruços” que visavam principalmente o aperfeiçoamento

5.ª Actividade11 de Fevereiro de 2017

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cadetes do mar

33O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

e consolidação dos gestos técnicos e respectiva sincronização com o controlo respiratório. Realizaram ainda natação uniformi-zados com fato de exercício visando a adaptação aos constran-gimentos e dificuldades devidas ao fato de exercício durante as técnicas de nado.

No final da aula, no contexto do auto-salvamento e natação de so-brevivência, os Cadetes aprenderam a fazer uma boia improvisada utilizando as calças do fato de exercício.

Nas actividades da tarde, os Cadetes dirigiram-se para o Hangar da Unidade de Meios de Desembarque onde tiveram a oportuni-dade de conhecer a embarcação mais utilizada pelos Fuzileiros, o Bote Zebro III. Tomaram assim conhecimento das características e forma de utilização do bote e aprenderam como o montar e desmontar.

Os Cadetes Graduados seguiram então para a sala onde lhes foi ministrada pelos Cadetes Especializados, uma aula, sobre a Ban-deira Nacional e seu uso e onde foram abordados temas como: o significado das cores, os símbolos da Bandeira, os locais onde a deve ser hasteada diariamente, o protocolo com ela relacionado e como deve ser dobrada e transportada.

Na última aula da tarde, foi abordado o tema da Educação para a Cidadania, relacionado com o Conceito Estratégico de Defesa Nacional e, no final do dia, os alunos foram transportados, como habitualmente, à Estação Fluvial do Barreiro.

A VOSSA ASSOCIAÇÃO VIVE DAS VOSSAS QUOTASPrezados Camaradas:

Pela estima que temos por todos os Sócios, Fuzileiros ou não, aqui estamos de novo, a dizer-vos quanto é importante, a Vossa participação.

Todos somos herdeiros de um património de que nos orgulhamos. Mas, para que tenhamos condições de levar em frente a tarefa a que nos propusemos, é determinante podermos contar com a quotização de todos nós, desta grande Família que, à volta da sua Associação, se vai juntando.

Temos a consciência de que o atraso no pagamento de quotas pode ter várias leituras, quiçá “razões” diversas, algumas das quais evidentemente ponderosas. Porém, para todas elas haverá uma solução desde que, em conjunto, nos dispusermos a resolver o problema.

Esperamos pela vontade e disponibilidade desta família de Fuzileiros, no sentido de ultrapassarmos esta dificuldade já que as portas da Associação e a dos membros da sua Direcção estão permanentemente franqueadas.

Pensamos que uma das razões, de menor importância, porque alguns sócios têm as suas quotas em atraso será por puro esquecimento. Para obstar a que o quantitativo das quotas se acumule aconselhamos e incentivamos a que optem pelo débito, em conta bancária, de 6 em 6 ou de 12 em 12 meses.

Já pensaram que o valor de um ano de quotas representa apenas cerca de quatro cafés por mês? Por razões de custos – e desta vez será em definitivo – vamos suspender o envio da revista “O Desembarque”, que custa muito dinheiro à Associação, para os camaradas sócios com quotas em atraso por período superior a um ano.

Solicitamos a todos os Sócios que preencham o impresso para autorização de pagamentos das quotas por débito bancário, sistema que é muito mais cómodo e evita o pagamento de quotas acumuladas.

NIB da AFZ0035 0676 0000 8115 8306 9 (CGD)

Informem-se junto do Secretariado Nacional (tel.: 212 060 079, telem.: 927 979 461, email: [email protected]) Consideramos ser este um acto de justiça, uma vez que os que assiduamente pagam não devem suportar as despesas dos que não pagam.Cordiais e amigas saudações associativas.

A Direcção Nacional

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cadetes do mar

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No sábado 11 de Março de 2017, decorreu na Escola de Fu-zileiros a 6.ª Actividade dos Cadetes do Mar “Fuzileiros” re-ferente ao ano 2016/2017. Para este dia encontravam-se

calendarizadas as seguintes áreas de Formação: Cerimonial Naval – Ordem Unida, Cadete Armado com EspadaAptidão Física – Pista de Lodo sem obstáculos e NataçãoComportamento Cívico/Comunidade Naval

Feita a devida apresentação ao Oficial de Dia e após as forma-lidades habituais, os cadetes dirigiram-se para o Serviço de Ar-mamento onde lhes foram distribuídas as espadas para treino. Seguiu-se a formação de Ordem Unida com uma revisão inicial da matéria de “Cadete armado de espada”, formação depois com-plementada com o treino das restantes posições e movimentos com espada embainhada e desembainhada, complementados com as diversas marchas militares.

Sob a responsabilidade do Serviço de Educação Física, seguiu-se o contacto com a Pista de Lodo, apenas com a travessia de toda a pista, mas sem a execução de qualquer um dos obstáculos.

No início desta formação, os Cadetes do Mar receberam ins-truções sobre os procedimentos a observar e comportamentos a adoptar na pista de lodo. Depois, já equipados com o fato de exercício e as botas de lona, iniciaram a travessia; o reduzido caudal dificultou a execução da mesma. No entanto, os cadetes mantiveram-se unidos e apoiaram-se mutuamente, demonstran-do um grande espírito de corpo, entreajuda e camaradagem.

De seguida, dirigiram-se para a Piscina onde efectuaram Nata-ção com os seguintes objectivos de treino: resistência aeróbica,

aperfeiçoamento das técnicas de “crawl”, “bruços” e natação de salvamento.

A parte final da aula foi dedicada ao salvamento aquático tendo--lhes sido transmitidos, ainda que de forma sucinta, alguns con-ceitos relacionados com o tema: condições de mar, tipos de náu-frago e meios de salvamento, cuidados a ter na abordagem ao náufrago especialmente a náufragos em pânico, técnicas de nado do nadador salvador e algumas técnicas de reboque de náufragos.

Por fim, e com o intuito de consciencializar os cadetes para as di-ficuldades inerentes ao salvamento de um náufrago inconsciente, foi realizado um exercício em que cada um deles teria que salvar um outro sem utilizar meios de salvamento. Neste exercício, o ca-dete a desempenhar funções de nadador-salvador teria que saltar para a água, nadar até junto do náufrago sem perder o contacto visual com este e executar a técnica de reboque de um náufrago inconsciente.

Na área do Comportamento Cívico/Comunidade Naval, foram abordados temas relacionados com o Conceito de Estratégia da Defesa Nacional: Ameaças/Interesses e Aliados/Direito Interna-cional para a Paz/ Defesa de Portugal. Foi também referenciado pelos Cadetes o tema sobre os Povos de cultura Ocidental e o valor que os mesmos dão à Paz. E por fim, foram revistos os tra-balhos individuais que serão apresentados para certificação no Dia do Cadete de Portugal.

No final do dia, os Cadetes devolveram à Secção de Fardamento o uniforme verde que lhes havia sido distribuído no início do ano sendo depois transportados à Estação Fluvial do Barreiro.

José TalhadasSóc. Orig. n.º 95Comte UCMF / Mestre da UCMF

6.ª Actividade11 de Março de 2017

Afonso BrandãoSóc. Orig. n.º 1277

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No passado dia 4 de Março de 2017 comemorou-se o 6.º Aniversário da DFZA tendo as festividades decorrido

este ano em Vilamoura. A recepção aos convidados foi no novo pólo da DFZA desta vila e contou com a presença das seguintes entidades: Presidente da Câmara Munici-pal de Loulé, Comandante da Zona Maríti-ma do Sul, Representante do Comandante do Corpo de Fuzileiros, Capitão do Porto de Olhão, Presidente da Associação de Fuzi-leiros, Presidente da Delegação de Juro-menha/Elvas, Presidente da Delegação do Douro Litoral, Presidente do Clube Escola Amizade, Presidente do Grupo de Fuzilei-ros Motociclistas da AFZ, Representante do Clube Naval de Portimão, Associação de Ex-Combatentes do Concelho de Vila do Bispo, Senhor Contra-almirante Cortes Picciochi; Senhor Comandante Lhano Pre-to e mais 120 ilustres camaradas, familia-res e amigos que privaram num excelente convívio que durou o dia todo.

Depois da recepção, os convidados dirigi-ram-se ao Museu do Cerro da Vila – Ruínas Romanas de Vilamoura – onde tiveram a oportunidade de acompanhar uma visita guiada, cortesia do “VilamouraWorld” na pessoa do sr. Eng. Jorge Moedas. Seguiu-se depois para o tradicional almo-ço que decorreu no restaurante “O Mu-seu”, onde se passou o resto da tarde num

ambiente de camaradagem e amizade. O evento foi ainda superiormente abrilhan-tado pelo Grupo Etnográfico de Quelfes - Dança dos Velhos - que animaram a casa com musica, cultura e boa disposição. O almoço terminou com os tradicionais discursos e o cortar do bolo.

No final da tarde, “os mais resistentes” regressaram à sede em Vilamoura para uma visita guiada às novas instalações e para uma degustação de digestivos que se prolongou pela noite fora.

Realizou-se no passado dia 5 de Fevereiro de 2017 o 5.º Pas-seio BTT Fuzos no Concelho de Lagoa e que contou com a presença de 20 elementos para pedalar e 40 para almoçar.

Delegação do Algarve

6.º Aniversário da DFZA

5.º Passeio BTT Fuzos

PROTOCOLOS subscritos pela DFZA

50% desconto (entradas no parque) para sócios e familiares de 1.º grau

15% sobre tarifa balcão (Hotel) para sócios e familiares de 1.º grau

Ginásio do SulOlhão

Passe mensal free acessos: 25%/mês para sócios e familiares de 1.º grau

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delegações

36 O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Realizou-se no passado dia 09 Abril 2017 a homenagem aos militares fa-lecidos ao serviço de Portugal e aos

ex-militares do concelho de Vila do Bispo que teve lugar no Cemitério de Sagres.

Após um enquadramento cultural do even-to, usaram da palavra o presidente da As-sociação de Ex-Combatentes do Concelho de Vila do Bispo, Bernardino Martins, o presidente da Junta de Freguesia de Sa-gres, Luís Paixão e o presidente da Câ-mara Municipal de Vila do Bispo, Adelino Soares que enalteceu a obra e o legado dos soldados na construção de Portugal.

Um membro da DFZA representou esta Delegação.

Realizou-se entre os dias 28 Abril e 01 Maio 2017 o VIII Hercules Séries – com referência à Legião Estrangeira

Francesa.

O evento contou com a participação nacio-nal e internacional de várias equipas com-postas por antigos elementos de forças especiais e teve o apoio na organização de vários elementos da DFZA que colabora-ram no seu desenvolvimento.

Homenagem aos Combatentes – Vila do Bispo

VIII Hercules Séries – Legião Estrangeira

Realizou-se nos dias 21, 22 e 23 de Abril 2017 o Campeo-nato de Mundo UIM F1 – Motonáutica em Portimão – que contou com o apoio e colaboração da DFZA com um grupo

constituído por 9 elementos em articulação com o Clube Naval de Portimão.

Realizaram-se em Portimão, no passado dia 25 Abril 2017, as cerimónias alusivas à data e que contou com a presença de dois elementos da DFZA.

Realizou-se no passado dia 25 Abril 2017 um almo-ço inesperado de várias gerações de filhos da escola (1962-2002) em Martin Longo, concelho de Alcoutim –

concelho com menor taxa populacional do País. O evento foi organizado pelo nosso filho da escola Frederico Semedo (Co-mandante do posto da GNR de Martin Longo e membro da Di-reção DFZA) e contou com a presença do Presidente da Junta de Freguesia de Martin Longo (antigo marujo) e de elementos do Grupo de Motociclistas Fuzileiros da AFZ e membros da Direção da DFZA.

UIM F1 - Campeonato do Mundo - Portimão

Comemorações do 25 Abril Câmara Municipal

de Portimão

Almoço Convívio Martin Longo

Paulo DominguesPresidente da DFZA

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No passado dia 16 de Dezembro uma representação da nossa Delegação, encabeçada pelo seu Presidente, es-

teve presente na cerimónia de Juramento de Bandeira na Escola de Fuzileiros.

Quisemos estar presentes neste acto tão simbólico para testemunhar a mística que continua a sentir-se na nossa casa mãe.

Estiveram presentes, além do Presidente, Henrique Mendes, os Secretários, Aires Pinto e Rogério Silva.

Queremos agradecer à Direcção da As-sociação o convite que nos fez chegar e que muito nos honrou. É sempre salutar voltar àquela Escola e pisar aquele chão, para nós quase sagrado, onde se respiram valores patrióticos e se revivem os tempos passados de tanto suor e lágrimas para que com isso pudéssemos chegar ao fim e dizermos…Venci, sou FUZILEIRO.

Juramento de Bandeira na EF

Delegação do Douro Litoral

A Delegação do Douro Litoral esteve presente, no passa-do dia 4 de Março, em mais

um aniversário da Delegação Fu-zileiros do Algarve e na apresen-tação ao público das instalações do novo Pólo da sede, este em Vila Moura.

Assim, no Sábado de manhã ru-mamos a Vila Moura para mais uma festa em família “Fuzileiro”.

VI Aniversário da Delegação do AlgarveA festa de Aniversário correu muito bem e quero deixar aqui os parabéns pela excelente organização e uma palavra de apreço e um agradecimento a todos, em especial ao Presidente da Direcção da De-legação, Paulo Domingues e ao seu Vice--Presidente António Pereira.

A nossa Delegação esteve representada pelo seu Presidente Henrique Mendes que, como se impunha, transportou o guião da DFZDL para se juntar ao das restantes De-legações durante a festa.

Quero deixar aqui também uma palavra de agradecimento aos nossos amigos José Gaião (sócio da AFZ) e esposa Leonor Carvalho pelo seu empenho e dedicação a esta nossa família FUZILEIRO...bem hajam amigos do coração.

Sócio da AFZParticipa, colabora e mantém

as tuas quotas em dia.

Henrique MendesPresidente da DFZDL

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delegações

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Homenagem aos Combatentes

A Delegação de Fuzileiros de Juro-menha/Elvas esteve presente nas comimorações da Batalha de La Lys

e do Dia do Combatente, que foram as-sinaladas no dia 10 de Abril em Elvas e Vila Boim.

Estiveram a representar a nossa Delega-ção os camaradas Paulo Infante e o Joa-quim Barbado.

Delegação de Juromenha/Elvas

RECOMENDAÇÕES/INFORMAÇÕES/PEDIDOS da Direcção

Sócio da AFZ, actualiza os teus contactos e mantém-te informadoA Direcção Nacional elegeu como objectivo prioritário a comunicação contínua com os seus associados. Para que a comunicação seja efectiva e o mais rápida possível, o Secretariado deverá dispor dos contactos necessários privilegiando, sempre que possível e adequado, a comunicação via email.Assim, solicita-se a todos que actualizem os seus dados pessoais, principalmente no que se refere aos contactos (endereço email, morada, números telefónicos, etc.).Só assim poderemos manter os nossos associados informados, em tempo real, de tudo o que de interesse a Direcção tem para divulgar e creiam que é muito.

Documentos de despesa com saúdeA Associação de Fuzileiros, através do seu Secretariado Nacional, disponibiliza aos seus associados o serviço de recepção e encaminhamento, para os serviços competentes, dos documentos de despesas com saúde.

No dia 10 de Abril, realizou-se uma reunião na cidade de Olivença entre a associação Base Aérea de Talavera – Ve-teranos – BAT, o Ayuntamiento de Higuera de Vargas e a

Delegação da Associação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas.

Por parte da Associação de Veteranos da BAT estiveram presen-tes o seu presidente, Ignacio TINOCO Aceituno, Juan Antonio Co-nejo Blazquez, vice-presidente e o tesoureiro Francisco Carrasco Vazquez. Por parte do Ayuntamiento de Higuera de Vargas es-teve presente o Alcalde, Sr. José Torvisco Soriano e a vereadora Sr.ª Mayte Cadenas García.

Pela nossa delegação estiveram o presidente Licínio Morgado e Jorge Clérigo, Paulo Infante e Joaquim Barbados, membros da Direcção.

Nesta reunião ficou decidido que a DFZJE irá participar na Roma-ria em honra da Nossa Senhora do Loreto e na respectiva procis-são.

Estará também presente na grande feira que se realiza durante aquelas festividades.

Reunião com Autoridades Espanholas de Olivença

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Depois de o Guião da Delegação da Asso-ciação de Fuzileiros da Polícia Marítima (DFZPM) ter sido entregue ao seu Presiden-

te, Bruno Talhadas, em cerimónia que teve lugar nas Instalações da sede Nacional da Associação, foi agora a vez de os representantes desta De-legação apresentarem, no dia 9 de Fevereiro de 2017, o seu Guião, que agora os identifica e re-presenta, ao Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional.

A cerimónia, plena de significado, decorreu no Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional em clima de gran-de cordialidade.

Delegação da Polícia Marítima

Cerimónia de Entrega do Guião

poesia

Amigo de Farda...Sabemos que para a usaresTiveste um único objectivoServires a nossa Nação, Honrares a tua PátriaDares a vida pelos “teus irmãos”...

Amigo de Farda...Os teus valores estão intactos Pois, não o fazes para agradar a ninguémE sim, de coração, de alma e de devoção...Assim sentes a tua vida enriquecida,Valorizada e bem sucedida...

Amigo de Farda...Não tentas ser o Senhor do TempoMas fazes os possíveis e impossíveisPara dedicares a tua vida e construíresUm legado de esperança e alegriaPara os filhos desta Nação...

Amigo de Farda...Nunca te perguntas se vais conseguirApenas tentas e fazes para a tua Missão CumprirNão ousas sequer ou pensas em desistirPois se o fizesse te sentias sem rumo, sem leme,Sem objectivos, sem o teu dever cumprido...

Amigo de Farda...Anjo de Lealdade e AmorTe admiro pois não sentes vaidadeNem ambição para seres reconhecidoApenas queres deitar-te no teu leitoCom o sentimento de dever conseguidoUm bem Haja para ti, que tanto nos dásSem nada pedires ou esperares... A

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tos)

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grupodemotociclistasafz

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O Grupo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros (GMFZ) esteve muito activo neste período continuando a “queimar pneu” sempre com o objectivo de conviver com outros grupos de motociclistas, apreciar as belezas naturais do nosso lindo país sem descurar a gastronomia e promover a divulgação da Associação de Fuzileiros. Aqui vão os registos de alguns desses roteiros.

A Direcção

Grupo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros

8 de Janeiro

28 de Janeiro

No dia 8 de Janeiro, os Motociclistas da Associação de Fuzi-leiros reuniram-se para mais um almoço convívio em Cas-cais/Sintra.

O ponto de encontro foi em Oeiras seguindo depois pela Margi-nal, onde foram presentados com a magnífica vista da Baía de Cascais, cenário perfeito para uma foto de grupo.

O almoço foi em Sintra e seguindo depois para o Club Motard CCD Oeiras onde se propiciou a confraternização com outros motociclistas.

O dia acabou num jantar nos Rui dos Pregos num ambiente de amizade e companheirismo entre todos os presentes.

No dia 28 de Janeiro, a convite da DFZJE, Motociclistas Fu-zileiros do GMFZ rumaram ao convívo da Matança do Porco em Juromenha.

Depois do lauto almoço e para digerir as “bifanas” foi o passeio pedestre até ao Castelo que, como se sabe, foi conquistado em 1167 pelo nosso D. Afonso Henriques (1112-1185).

De regresso, visitaram as instalações da Delegação da Associa-ção de Fuzileiros de Juromenha-Elvas onde foram muito bem recebidos, tendo participarado num contagiante convívio, anima-do por uma divertida dupla de acordeonistas que actuaram pela tarde fora.

Reportagem fotográfica e textos de Margarida Vieira Louro

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grupodemotociclistasafz

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9 de Abril

4 de Março

19 de Fevereiro

No dia 9 de Abril, os Motociclistas Fuzileiros do GMFZ e amigos reuni-ram-se para um almoço convívio em

Peniche.

A primeira paragem para o pequeno-al-moço foi no Mercado Municipal de Torres Vedras,

fazendo-se à estrada rumo ao Baleal numa breve visita pela ilha, visto que o destino era o Cabo Carvoeiro.

Seguiram para o Grupo Motard de Peni-che, onde fizeram uma pausa para des-contrair antes do almoço no restaurante A Sardinha, junto ao Forte de Peniche.

A finalizar, realizaram uma visita ao Forte de Peniche onde puderam apreciar, além do ponto de vista histórico do espaço, a magnífica vista.

No dia 4 de Março 2017, os Motociclistas Fuzileiros do GMFZ fizeram-se represen-

tar no aniversário da Delegação do Algarve no intuito de confrater-nizar com os camaradas e famí-lias presentes no evento.

Depois de reunidos nas Insta-lações da DFZA em Vila Moura, seguiu-se uma visita guiada ao Museu Arqueológico do Cerro da Vila, antiga Vila romana, acompanhada de excelente explicação de alguns dos objec-tos romanos encontrados e recuperados neste espaço.

Após o almoço, assistiu-se à animação de um magnífico gru-po etnográfico, discursos e homenagens.

A representar o GMFZ, estiveram André Alvim e Gonçalo Cambalhota que fez um discurso emocionado. No final do dia, foi tempo para uma foto de grupo com os novos ele-mentos.

No dia 19 de Fevereiro, os Mo-tociclistas Fuzileiros do GMFZ visitaram a praia de Santa Cruz

para mais um almoço convívio.

A Praia da Formosa foi o local es-colhido para o arranque com o ex-celente bolo da madeira e a Poncha

trazida pelo Henrique Paulos. Foi o local ideal para as fotos de grupo onde os coletes com os panos foram alvo de sessão fotográfica.

O almoço foi na Taberna 6 ponto 9, propriedade do camarada Luís Caridade, e onde se comemorou o aniversário da Ale-xandra Amaral, membro do Grupo, num ambiente de alegria e amizade.

Não faltou o fado cantado pela amiga Paula Agrela e o bolo de aniversário com o símbolo dos Fuzileiros motociclistas.

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divisões

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A Secção de Desporto da Associação de Fuzileiros realizou no passado dia 14 de Abril, em conjunto com o

Clube de Campismo do Barreiro, a já tra-dicional Caminhada da Sexta-Feira Santa, que é um dos mais antigos e tradicionais eventos de pedestrianismo realizados na Serra da Arrábida!

Neste dia, vários grupos organizados vin-dos de vários pontos do país, sobem a encosta norte da Serra da Arrábida até à conhecida Praia do Portinho!

Este ano, o nosso grupo com cerca de 60 participantes partiu do Parque de Cam-pismo de Picheleiros.

De forma descontraída, por entre trilhos e vistas únicas da nossa serra, efectuou uma caminhada agradável de sete quilómetros

até ao outro lado da Serra, caminhada que teve a duração de quatro horas.

De regresso ao Parque de Campismo uma saborosa feijoada de choco esperava os caminheiros.

Foi o recuperar de forças e a continuação deste agradável convívio que terminou com a certeza de que no próximo ano mui-tos estarão de volta para repetir a aventu-ra! E lá estaremos…

Inserido no quadro desportivo das comemorações oficiais do Dia da Marinha 2017 (20-21 de Maio), realizou-se nos dias 13 e 14 de Maio, no Centro de Educação Física da Armada, mais um Torneio de Tiro do Dia da Marinha!

Este evento desportivo, fazendo também parte do calendário oficial de provas da Federação Portuguesa de Tiro, é o resultado de uma organização conjunta da Asso-ciação de Fuzileiros, do Clube Náutico de Oficiais e Cadetes da Armada e do Clube de Praças da Armada a quem este ano coube a coordenação do grupo de trabalho!

Com a participação de vários clubes nacionais, o evento realizou-se nas modali-dades de Pistola de Percussão Central (Homens ) e Pistola Standard (Senhoras e Júniores).

Participaram mais de duas dezenas de atletas e, entre eles, a Atleta Olímpica Joana Castelão.

Num agradável ambiente desportivo, ficou certamente a vontade de muitos regres-sarem no próximo ano…

Divisão do Mare das Actividades Lúdicas e Desportivas

Caminhada da Sexta-Feira Santa – Serra da Arrábida

Torneio de Tiro do Dia da Marinha 2017

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divisões

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Classificações

PPCHomens

1.º Classificado: António Santos (Equipa de Tiro do Exército)

2.º Classificado: José Pego (Clube de Atiradores do Pessoal da PSP)

3.º Classificado: Francisco Algarvio ( Clu-be de Praças da Armada )

Equipas

1.ª Classificada: Clube de Atiradores do Pessoal da PSP

2.ª Classificada: Clube de Praças da Armada

PStdJúniores

1.º Classificado: Óscar Coelho

Senhoras

1.ª Classificada: Joana Castelão (Clube de Atiradores do Pessoal da PSP)

2.ª Classificada: Lígia Trepado (Clube de Atiradores do Pessoal da PSP)

3.ª Classificada: Ana Batista (Associação de Antigos Alunos do Colégio Militar).

Espada PereiraSóc. Orig. n.º 445Chefe de Divisão do MALD

Revista “O Desembarque”

Caros Sócios, Camaradas, Amigos e Colaboradores Permanentes,

Antes de mais cumpre agradecer a pronta resposta que vem sendo dada pelos nossos colaboradores mais efectivos e a de todos quantos, embora menos regularmete, nos enviam textos para publicação.

Só assim se torna possível manter a edição de “O Desembarque” com a regularidade e qualidade que pretendemos.

Mais uma vez recomendamos que os textos devem ser remetidos via correio electrónico, em documento “Word” e as fotografias (se possível legendadas) deverão possuir qualidade gráfica e enviadas como anexos e não já integradas nos textos.

Os artigos (cartas ao Director, notícias, crónicas, lendas e narrativas, opinião, cultura e memória, pequenas histórias, poesia, etc., etc.) serão publicados se a Direcção da AFZ e a Redacção de “O Desembarque” considerarem que têm qualidade e estiverem de acordo com a sua linha editorial, sem prejuízo de os textos poderem ser revistos, adaptados e reduzidos se os respectivos autores, expressamente, a tal se não opuserem, quando da remessa dos seus artigos.

No caso de, na Redacção da revista, se juntar um número de trabalhos que ultrapasse a dimensão de “O Desembarque” (em princípio, 52 páginas) publicar-se-ão os artigos pela ordem de entrada ou dos registos dos acontecimentos, se a qualidade for considerada equivalente, designadamente, no caso de relatos de convívios ou encontros de que disponhamos de textos e fotos, nas condições de qualidade já definidas.

Quanto às Delegações, torna-se imprescindível a sua colaboração atempada, enviando fotos (com qualidade gráfica) dos eventos da sua responsabilidade, acompanhadas de um texto simples e sintético mas que permita aos responsáveis pela edição/publicação da Revista perceberem, minimamente, o evento, ou seja: identificação das Entidades e outros convidados presentes; estimativa total de presenças; impacto do evento na Região/Delegação/AFZ; entre outros aspectos que entendam, por bem, deverem ser tornados públicos.

Contamos com todos!

A Direcção da AFZ e Redacção de “O Desembarque”

UMA ASSOCIAÇÃO VIVA E PARTICIPADAEstimados sócios,Como já vem sendo prática na nossa Asssociação, as Reuniões da Direcção são abertas aos sócios sendo, para o efeito, amplamente publicitadas.A Direcção agradece todos os contributos que, de viva voz ou por qualquer outra via, os sócios nos queiram fazer chegar.Os interessados devem, sempre que possível, inscrever-se préviamente no secretariado.

A Direcção da AFZ

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noite de fados

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Passou o tempo depressa…Oito de abril é chegado…Na Associação de FuzileirosHouve uma noite de fados!

Começou com o jantarComposto de bacalhau ”Espiritual” a preceitoQue não estava nada mau!

Com batatinhas a murro”Também ele à “Lagareiro”Estava bem apresentadoE em sabor era o primeiro!

Depois de termos comidoE o jantar acabadoEntão sim, isso é que foi…Lá se começou o fado!

Começou com guitarradasPelos artistas presentesNa viola e na guitarraPara alegrarem a gente!

O Magalhães na guitarra;Marcelino na viola;E eles tocam tão bemQue o coração nos consola!

A Dª Cláudia EstrelaCantou os primeiros fados;Alentejana “de gema”Que os cantou bem cantados!

Houve o aniversárioDo Senhor José Queridinho;Fês oitenta e cinco anos…Recebeu muito carinho!

E os três fados seguinteCantou-os Nelson Abreu…Cantados magistralmenteCom um estilo muito seu!

Seguiram-se mais três fadosCantados com muita “garra”Com uma voz formidávelE que pertencia à Sara!

A dizer umas piadasE a apresentar tambémO amigo Zé ParreiraQue o fês muito bem!

E o fado continuou- Para fazer a noite boa-Três fados foram cantadosPelo grande Pedro Lisboa!

Foi depois o Zé ParreiraQue dois fados nos cantou;Com o seu jeito engraçadoQue a todos nos encantou!

Chaga então o caldo verdePara nos aconchegar;O caldo verde comidoContinuou o cantar!

Cantou o João SobralQue é muito bem afinadoCom voz forte e muita garraTrês fados do nosso agrado!

Com seu jeito de fadistaCantou a Cláudia de novo,Com a boina de FuzileiroEla encantou todo o povo!

E para continuarCantou o Pedro LisboaQue é um grande fadistaE tem uma voz bem boa!

E mais uma vez, a SaraCom sua voz nos brindouCom jeito um pouco gingãoUm belo fado cantou!

E o amigo Mário Manso – Que é um fotografo a preceito–Fotografou o eventoPara isso tem muito jeito!

A noite já ia altaE bem adiantada a hora;Por esta vez acabou-sePois temos que ir embora!

Fiquei bastante contente-Pois de fado muito gosto-Agradeço a quem cantou…Eu ouvi com todo o gosto!

Noite de Fados na Associação de Fuzileiros

8 de Abril de 2017

No dia 08 de Abril, no Salão Polivalente da Associação de Fu-zileiros, realizou-se mais uma concorrida e participada Noite de Fados.

A reportagem do evento é, desta vez, tecida em versos da autoria da nossa já bem conhecida colaboradora Cesarina Brandão que é, para quem ainda o não saiba, irmã do nosso estimado sócio e formador dos Cadetes do Mar, Afonso Brandão.

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convívios

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No passado dia 9 de Outubro reuniu--se o 1.º CFORN FZ de 86/87 para celebrar o 30.º aniversário da sua

incorporação na Armada.

Com efeito, foi em 6 de Outubro de 1986 que 26 jovens, oriundos de todo o país, fo-ram incorporados na Escola de Fuzileiros para iniciar uma etapa das suas vidas que não esqueceriam.

As comemorações começaram com a reunião de todos os camaradas na nossa Escola de Fuzileiros.

Foi um cadinho de abraços e emoções as vividas nesses momentos de reencontro com os “irmãos” que já não víamos há quase 28 anos, como é o caso do camara-da Tinoco que veio propositadamente dos E.U.A para esta confraternização.

O dia continuou com a recepção feita pelo Comandante Pinto Conde que nos acolheu com muita amabilidade e simpatia, tradu-zidas nas palavras que então nos dirigiu.

Para memória futura procedeu-se ao des-cerrar de uma placa comemorativa da data em questão, no mural junto ao monu-mento ao Fuzileiro.

Para matar saudades, visitámos de seguida o Museu do Fuzileiro e as instalações que noutros tempos também foram nossas.

Seguiu-se o almoço no restaurante da nossa Associação de Fuzileiros que se es-tendeu pela tarde fora, envolto em conver-sas sem fim.

A todos os que contribuíram para a rea- lização do evento um muito obrigado,

principalmente aos camaradas Marracho e Sizudo. Sem a sua persistência não teria sido possível reunir tão elevado número de camaradas.

FUZILEIRO UMA VEZFUZILEIRO PARA SEMPRE!

Jorge Clérigo

1.º CFORN FZ 86/87

30.º Aniversário9 de Outubro de 2016

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convívios

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Foi no dia 5 de Dezembro de 2016 que o Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 12 se reuniu na localidade de Lan-

deira, a cerca de 5 Kilómetros de Águas de Moura.

Merece referência especial o número de pesssoas presentes neste convivio – oiten-ta e cinco –, porque evidencia o espírito que continua a prevalecer na Unidade.

Este ano, comemoraram-se o 49.º aniver--sário da formação e o 39.º almoço/con-vívio realizado. Tal como nos anteriores,

este encontro serviu para reviver um pe-daço do passado e matar de saudades.

Em 2017 comemoraremos o cinquentená-rio (meio século) e que ninguém falte por-que 50 Anos só se fazem uma vez...

Em nome do Destacamento e em meu nome saudamos a Associação de Fuzilei-ros com a nossa velha máxima:

Fuzileiro uma vez,Fuzileiro para sempre! Presente!

Manuel Ramos (o “Porto”)

Em resposta à convocação previa-mente recebida, os Fuzileiros do 9.º CFORN (1966) reuniram-se no

passado dia 10 de Dezembro.

Do Curso de 16, esbeltos e garbosos ca-detes, marcaram presença no Clube Mili-tar Naval em Lisboa, 11 jovens idosos, es-beltos e garbosos quanto possìvel. A idade não perdoa! Mas o vigor da camaradagem,

que é apanágio dos Fuzileiros, esteve lá. Absolutamente.

Dos ausentes há a lamentar, com pesar, a falta permanente por “baixa ao efectivo” do nosso camarada e amigo Guimarães; de dois “desaparecidos em combate” mas já resgatados com vida; e de mais dois com “baixa à enfermaria. Alguns já não se viam há mais de 40 anos. Alguns

vieram de longe – Viana do Castelo, Porto etc., mas fizeram ponto de honra em par-ticipar num convívio que, essencialmente, serviu para rever amigos, avivar memórias e, acima de tudo, sentir a alegria de estar-mos novamente juntos.

Foi gratificante! Foi bonito!

A vontade de voltar a reunir, em data a de-terminar, era evidente. Oxalá seja possível

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 12Guiné 1967/69

5 de Dezembro de 2016

9.º CFORN FZ 50.º Aniversário

10 de Dezembro de 2016

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convívios

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Da esquerda para a direita: Quintino Varandas, Fernando Costa Matos,

Carlos Correia de Matos, Tomás Taveira da Costa, Manuel Cantarino de Carvalho, Raul Mata Reis,

Pedro Teixeira da Cruz, António J. Carreiro e Silva, Tomé Bahia de Sousa, José Luís Abrantes e Jorge M. Araújo.

e que possamos comparecer com saúde e a jovialidade que foi bem patente neste encontro.

Assim, caros Camaradas e amigos, até lá fiquem bem e não se esqueçam que:“Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre”.

Fernando Costa Matos

Escola de Fevereiro de 91

18 de Fevereiro de 2017

Foi com muito orgulho que realizamos mais um aniversário desta feita o 26º da Escola de 91 em 18 de Fevereiro

de 2017.

Na cidade de Olhão, cerca de 30 fuzileiros e respectivas famílias aderiram ao almoço/convívio vindos desde Barcelos, Mirandela, Lisboa e arredores e do Algarve. A grande distância a percorrer por muitos dos parti-cipantes, obrigou que as primeiras movi-mentações fossem realizadas na véspera.

Poucas horas depois, já na madrugada de sábado na região de Lisboa, registaram--se mais movimentações, umas de ataque rápido e direto ao destino lideradas pelo sempre presente instrutor Luís Costa e outras a efetuaram paragem na região de Sesimbra para partirem em coluna militar sob o comando do veterano Mário Manso.

A meio da manhã as restantes equipas da região Sul, movimentaram-se também para a cidade de Olhão, onde, já com a

presença de todos foi possível formar uma grande unidade de Fuzileiros e familiares.

Os primeiros disparos foram ouvidos no Clube Naval que rapidamente ficou sem o stock de (minis)ções, seguindo-se uma visita às instalações da Capitania do Porto de Olhão onde foi alinhada uma irrepreen-sível formatura e se ouviu o Hino Nacional.

A batalha principal travou-se no Restau-rante Ria Formosa onde o armamento

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convívios

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disponibilizado a esta força de Elite esteve sempre adequado, sem restrições e para todos os gostos.

Era visível um enorme “granel” sempre muito organizado, atributo dos Fuzileiros, com constantes movimentações de cadei-ras proporcionando o convívio entre todos.

Conversas à volta dos episódios marcan-tes da instrução e o “grito do Fuzileiro” (que de vez em quando lá saía, sempre bem audível para espanto de uns quantos estranhos à batalha, que por sorte ou azar escolheram esse dia para ir ao mesmo restaurante) também não faltaram.

A ingestão de “armamento pesado” con-cluiu a batalha, mas não se ficou por aqui porque rapidamente a força tomou de as-salto todo o passeio ribeirinho junto à ma-rina, e não passou despercebido a quem tinha aproveitado o solarengo sábado de Fevereiro para passear naquele lugar e por um grupo teatral que nesse fim-de-sema-na levava à cena uma peça nessa cidade.

Assim, Marina Mota, Carlos Cunha e com-panhia rapidamente se juntaram à força de elite, proporcionando uma grande e saudável convivência entre todos e os te-mas cómicos preencheram este inespera-do convívio.

Registe-se o respeito manifestado por aquele grupo pelas instituições militares e principalmente pelos veteranos deste país. Tudo isto obrigou o grupo de elite a prolongar a estadia por terras algarvias.

Antes das primeiras despedidas, sob a lide-rança do sempre Sr. Instrutor, realizaram--se as já tradicionais atividades físicas, que atestam e confirmam a prontidão e a eleva-da capacidade física que ainda reina nesta juventude mais experiente.

Terminadas as hostilidades, as primeiras equipas deixaram a cidade de Olhão fican-do alguns, mais resistentes, pelos bares à mistura com os locais, espalhando e rece-bendo boa disposição até à hora de saída.

O regresso, apesar do malagueiro que al-guns sentiram, correu bem.

Foi assim o convívio da Escola de Fuzi-leiros Fevereiro de 1991. Para o ano está agendado para o Porto, porque Fuzileiro uma vez, fuzileiro para sempre!

Paulo Marta e Luis Arada

Escola FZ de 198829.º Aniversário

25 de Fevereiro de 2017

Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sem-pre… é uma expressão que encerra muito do que os Fuzileiros, dos atu-

ais e dos que passaram mas que as cir-cunstâncias da vida ditaram outros rumos, têm em comum que é este sentimento de pertença a um grupo cuja irmandade é enorme.

Por tudo isto, não queremos apagar da memória os nossos camaradas e as vi-vências que partilhámos nos já longínquos anos de 1988 e 1989; reporta-nos a todos para o mesmo espírito, a mesma expe-riência de vida, enquanto oportunidade de formação integral (o chamado “fazer HOMENS”), onde se destaca o espírito de superação de dificuldades, de camarada-

gem, de abnegação, coragem, respeito, sofrimento, cooperação..., ou seja, Ho-mens com a determinação de combatente e com a sensibilidade do “camarada”.

No dia 25 de Fevereiro de 2017 encon-trámo-nos em Barcarena, na Fábrica da Pólvora, para mais um convívio anual dos filhos da escola, denominado “Fuzos 88”.

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convívios

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Este encontro tem várias particularidades; destaco, desde logo, o facto de se realizar ininterruptamente desde 1990, sempre na mesma data, último sábado de fevereiro, e de se alternarem os locais de encontro, entre o Sul e o Norte, tentando ir ao encon-tro de cada vez mais camaradas.

Coincidência ou não, em cada ano, e des-de 1990, tem surgido sempre, nos encon-tros um camarada que nunca tinha estado em qualquer dos encontros anteriores.

Voltar a encontramo-nos em cada ano, conseguindo reunir cerca de 100 pessoas, como foi o caso deste ano, é sinal de que esta marca de camaradagem fica “grava-da” de forma indelével em quem passa por esta ESCOLA DE FUZILEIROS e que o sangue, suor e lágrimas, derramados em conjunto, selam relações que não sendo de sempre, serão para sempre. “É obrigação de cada um de nós não esquecermos a ca-maradagem e alimentá-la junto de todos”.

Voltaremos à ESCOLA DE FUZILEIROS em

2018, ano em que comemoramos 30 anos da nossa incorporação, sempre reunidos neste “espírito”.

Assim, fica já a promessa de encontro marcado para o dia 24 de fevereiro de 2018, onde esperamos ser recebidos com o “carinho” a que já nos habituámos ao longo destes anos de comemoração, na-quela que consideramos ser a nossa casa.

José Rebola1TEN STFZ

O DFE 9 – Moçambique 1967/69 comemorou este ano o 48.º aniversário do dia da sua chegada a Lisboa após a comissão de ser-

viço.

Foi ocasião para mais um reencontro e recorda-ção dos bons e dos maus momentos, das alegrias e tristezas. O convívio teve lugar no restaurante “Churrascão 2 – Rodizio de Famões”.

Antes do almoço foi celebrada uma missa em me-mória de todos os camaradas falecidos, na Igreja de Santa Marta de Casal de Cambra.

A Associação de Fuzileiros foi convidada a estar presente e fez-se representar pelos amigos e ca-maradas José Parreira e Mário Manso que trans-portaram o Guião da Associação.

A filha de um camada já falecido esteve presente, juntamente com a mãe e irmã, e quis expressar por escrito o sentimento que lhe vai na alma neste texto que emociona. Alguém pode responder à pergunta deixada no final pela Natércia Garrido?

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9Moçambique 1967/69

2 de Abril de 2017

Reencontro do Destacamento N.º 9 com comissão de serviço em 67-69 Mocambique

Fez 48 anos no dia 2 de Abril que chegou a Lisboa, vindo de Mo-çambique, o Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9, 67/69 que teve como Comte. o 1.º Ten. Santarém da Cruz.

48 anos depois, o sentimento de irmandade com que chegaram a Lisboa em 69, que os guiou e protegeu durante a comissão, foi o mesmo que os juntou num almoço de confraternização em Famões.

Continuam a não se tratar pelo nome próprio, que percebi que muitas vezes desconheçem, mas pela alcunha, tagarelando entre si um chamamento próprio que só os Irmãos percebem. Por de-trás de cada alcunha existe certamente uma história.

Nesta história, a minha história foi a de com a minha mãe e minha irmã, marcarmos presença em nome do meu Pai, o Fuzo 1037/65, o Carcaça.

E que motivo move estas três mulheres a participar num encontro de Homens? Porque era o que o meu Pai faria impreterivelmente com muito orgulho se cá estivesse, é esse mesmo orgulho que nos fez cá estar.

Lembro-me de, em criança, na escola, brigarmos sobre quem ti-nha o Pai mais forte, claro que era o meu porque o meu é Fuzileiro Especial.

Hoje não tenho dúvidas de que sempre estive correta, o meu Pai foi sempre o mais forte da sala porque um Fuzileiro Especial per-tence a uma classe de Homens raros, para quem Honra é um lema e não uma palavra. Homens que lutam e sofrem por um bem maior para muitos desconhecido, a Pátria (relembrando que a Pá-tria não é S. Bento), “A Pátria Honrai que a Pátria Vos Contempla”.

Homens que não usam o facebook para ser “amigos” mas que 48 anos depois se voltam a juntar por um sentimento de Amizade que vai muito além dela. Para um Fuzileiro, um destacamento não é só um grupo de colegas e, com o meu Pai, aprendi que é uma família, um grupo de Irmãos em que nenhum fica para trás.

Os Fuzileiros são de facto um excelente resultado de uma grande escola, escola que teve uma grande influência na educação que recebi e da qual me orgulho enormemente. Porque um Fuzileiro nunca morre e um Pai também não, este orgulho duplo viverá comigo para sempre.

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convívios

O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

A convite do Senhor Mário Manso irei fazer-me sócia da Associa-ção de Fuzileiros, ficando ligada a esta outra família do meu Pai.

Gostava, no entanto ,de deixar a nota de que só com o vosso bolo me apercebi do tempo que demorava uma comissão, dois anos, dois anos! Sabendo que o meu Pai fez três, o que deve rondar

os seis anos, não percebo como não ficaram todos “loucos”, a acrescentar o facto de ter feito a primeira aos 20 anos. Incrível…

Por fim um pedido meu, porque é que o meu Pai tinha a alcunha de “Carcaça”?

Natércia Garrido

O DFE 9 – Moçambique 1967/69 comemorou este ano o 48.º aniversário do dia da sua che-gada a Lisboa após a comissão de serviço.

Foi ocasião para mais um reencontro e o local do encontro para o almoço/convívio teve lugar no res-taurante da Associação de Fuzileiros, no Barreiro.

Como muito bem referia referia o Daniel Rodrigues na convocatória “trocamos aquele abraço e o sor-riso que só nós sabemos o quanto vale talvez por pertencermos a esta digna família de fuzileiros”.

48 anos depois, a imagem de cada um de nós não será a mesma de outrora, mas, a AMIZADE, essa, permanece e acompanhar-nos-á para SEMPRE.

Este Destacamento que foi comandado pelo 1TEN Carlos Pecorelli, oficial de grandes qualidades humanas e mili-

tares.

Teve como oficial Imediato o 2TEN Bessa Pacheco que, ao que consta, foi o oficial que comandou a operação de recolha dos cadáveres dos militares do Exército, desa-parecidos no desastre da jangada de CHE--CHE (Corubal) que se voltou na travessia aquando da evacuação do aquartelamento de Madina do Boé, morrendo 47 militares.

A referência a esta operação, dentre tan-tas outras, serve apenas para sublinhar a importância deste DFE que, no passado dia 6 de Maio se reuniu, mais uma vez, em confraternização num almoço que teve lugar num restaurante em Vendas Novas.

Compareceram 23 elementos deste Desta-camento, que se fizeram acompanhar dos seus familiares, totalizando 54 pessoas.

O convívio decorreu em ambiente de sã camaradagem e amizade como é apaná-gio desta grande família.

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 10Angola 1969/71

29 de Abril de 2017

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 10Guiné 1967/69

6 de Maio de 2017

Manuel Francisco ConceiçãoSócio n.º 1027

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obituário

51O DESEMBARQUE • n.º 27 • Junho de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Aqui se presta homenagem aos que nos deixaram

diversos

Donativos à AFNome do sócio N.º Donativo

João M. Lopes Leal 1943 10,00 €

Bento Dias Gonçalves 1683 10,00 €

Manuel Francisco VenturaAssinatura Anual O Desembarque”

2337 10,00 €

José Francisco da CostaAssinatura Anual

“O Desembarque”1706 10,00 €

A Associação Nacional de Fuzileiros e a Revista “O Desembarque” apresentam sentidas condolências às Suas Famílias, publicando-se as respectivas fotografias que correspondem às que encontrámos nos nossos ficheiros.

Estes nossos Camaradas e Amigos permanecerão para sempre entre nós!

Feleciano Dias VieiraSócio n.º 1751

1.º GR FZ 528/66.... a 29/10/2016

Joaquim F. Lopes MartinsSócio n.º 2296Cabo FZ 85369

27/03/1952 a 19/02/2017

Edgar Gualter da Silva BatistaSócio n.º 308

Cabo FZE 862716/05/1941 a 28/02/2017

Horácio FernandesSócio n.º 2499MAR FZ 909/67

01/11/1943 a .../12/2016

Manuel F. Carreira “Angolano”Sócio n.º 2332

MAR FZE 88046228/04/1945 a 14/04/2017

Novos SóciosNome do sócio N.º

Joaquim Henrique Pereira Antunes 2535

Jorge Manuel Marques da Silva 2536

José Luís Silva Zuzarte 2537

Rui Manuel da Silva Garrido Dos Santos 2538

Luís Teixeira Ferreira Gil 2539

José Teixeira Pinto 2540

David José Duarte Franco de Oliveira 2541

José Ferro 2542

Domingos Nascimento Mendes 2543

Novos SóciosNome do sócio N.º

Rui Manuel Círio Jesus 2544

Paulo Jorge Quina Fanqueiro 2545

Célia Maria Crisóstomo de Simas 2546

Marco Paulo Henriques Lourenço 2547

Franklim José do Espirito Santo Galante 2548

António José Oliveira Cunha Lopes 2549

Amadeu Belarmino Pestana Carretas 2550

Victor Manuel Gomes Maciel 2551

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