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% o 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA DA AMAZÔNIA - INPA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM flIBLIOIECA DO ISPA W M.IAÍ, Ã<) l)V I I KIII II) VDI. DO SOl O I .M 1)11 r.ui.Mi. sisiKM \s i)i: \ so i)\ i i,uk\ im ÁKi.X ni.X Vk/I.VN V VM\/.ÓM\t I NIkM. JUAN DANIEL VILLACIS FAJARDO ey <^5 n O n O n r- r> C~/ r' ORIENTADORA: Dra. SÔNIA SENA ALFAIA CO-ORIENTADORA: Dra. KATELL UGUEN Dissertação de Mestrado, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais do convênio INPA / UFAM, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração em Agricultura no Trópico Úmido. Manaus, 2005 r

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA DA AMAZÔNIA - INPAUNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

flIBLIOIECA DO ISPA

W M.IAÍ, Ã<) l)V I I KIII II) VDI. DO SOl O I .M1)11 r.ui.Mi. sisiKM \s i)i: \ so i)\ i i,uk\ im

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ORIENTADORA: Dra. SÔNIA SENA ALFAIA

CO-ORIENTADORA: Dra. KATELL UGUEN

Dissertação de Mestrado, apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Biologia

Tropical e Recursos Naturais do convênio

INPA / UFAM, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre em

Ciências Biológicas, área de concentração

em Agricultura no Trópico Úmido.

Manaus, 2005

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Juan Daniel Villacis Fajardo

Avaliação da fertilidade do solo em diferentes sistemas de uso da terra em área devárzea na Amazônia Central.61p. ilust.

Dissertação de Mestrado

1. Solos - Características Quimicas 2. Várzea - Amazônia Central 3. Fertilidade4. Nutriente 5. Usos do solo 6. Analise Quimica

I. Titulo

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Sinopse:

As amostragens de solo de várzea foram estudadas em cinco municípios daAmazônia Central, nos sistemas de várzea da calha Solimões/Amazonas: (1) florestas,(3) capoeira, (3) sítios, (10) roças, (2) pastagem. Destes, 9 se encontravam sob solosde várzea baixa, onde ocorrem deposições anuais de sedimentos, e 10, sob solos devárzea alta, onde deposições de sedimentos ocorrem somente quando a enchenteatinge níveis mais elevados. Nesta tese, descrevem-se as principais característicasquímicas dos solos de várzea dos rios Solimões - Amazonas e os possíveis efeitos dainundação e dos diferentes tipos de uso do solo sobre o teor de nutrientes nas várzeas.

Key wcrds: Fertility soil, Foodplains, Nutrient, Land-use, Landscape Unity,Chemistry Analysis

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DEDICATÓRIA

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À minha esposa Claudia

0 meu filho Thiago

pela amizade, carinho

e amor.

À minha mãe, com todo

amor e admiração. In

memóriam do meu pai

César, que teria orgulho

de ter assistido a cada

momento especial da minha

vida.

f ,

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agradecimento

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A Deus

Minha gratidão à Di® Sônia Sena Alfaia, por ter me orientado nessa importante etapaprofissional, pela paciência e inestimável ajuda mostrada a meu trabalho.%

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® À Dr° Katell Uguen, Co-orientadora do trabalho de tese, pela inestimável ajuda nesta® etapa profissional.

® Ao Dr. Luiz Augusto Gomes de Sousa, pelo seu grande apoio na última etapa da redaçãodeste trabalho.

® Ao Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos Amazônico / NERUA-INPA, pelo apoio0 logístico, financeiro; sua estimável equipe de pesquisadores Dr. Hiroshi Noda e^ Dra.Sandra Noda.

Aos funcionários do Laboratório Temático de Solo e Plantas, Edivaldo, Orlando e Tânia,0 aos bolsistas Thiago e Jonas, pela amizade e inestimável apoio.0

0 À Coordenação do curso de Pós Graduação em Agricutoa no Trópico Úmido doInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. - Dra. Joana D'arc.

Aos professores da Universidade Federal do Amazonas, do Instituto Nacional dePesquisas da Amazônia e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, pelaorientação ao longo da pos-graduação.

Às comunidades dos cinco municípios amostrados, que permitiram fazer uso da suasáreas de trabalho pela inestimável ajuda.

A meus caros colegas André, Edinaldo, Janaina, e Pejman, da turma Agricultura noTrópico Úmido do INPA (2003-2005), pela abnegação e fortaleza de continuar omestrado.

Aos queridos amigos, Gina, Silvia, e Jomber, Jorge, Carlos, Teresa pela amizade e quenesses dois anos, nos ajudaram a matar a saudade da terrinha.

Á Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM.

III

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® RESUMO^ O estudo foi realizado em solos de várzea alta e baixa do rio Solimões/Amazonas,

m nos municípios de Careiro da Várzea, Manacapuru, Silves, Iranduba e Itacoatiara. Em cada

município foram identificados e selecionados diferentes sistemas de uso terra onde foram

coletadas amostras de solo nas camadas de 0-10, 10-20 e 20-40 cm de profundidade. Na

^ várzea alta, amostrou-se uma área de floresta, pastagem e capoeira, três sítios e quatro roças.

m Na várzea baixa, amostrou-se uma pastagem, duas capoeiras e seis roças. Os objetivos foram

avaliar a distribuição de atributos químicos nas camadas do solo e comparar os diferentes

sistemas de uso da terra na várzea alta e baixa. As determinações efetuadas foram: Ca, Mg,

K, P, C, N, pH, Al, Cu, Mn, Zn e Fe. Adotou-se o delineamento inteiramente casualisado,

0 em arranjo fatorial do tipo 10x3 (várzea alta) e 9 x 3 (várzea baixa), correspondente aos

sistemas de uso da terra e profundidade do perfil, com 30 e 27 tratamentos, respectivamente

^ e nas 3 repetições. As comparações entre médias foram segundo Tukey. Na várzea alta, a

distribuição de atributos químicos no perfil (K, P, Mg, pH, Al, Fe, Mn, C, N, Zn, Cu), nas(0^ camadas 0-10, 10-20 e 20-40 cm, apresentam pouca variação, exceto para o cálcio, que se

encontrava em maior concentração na camada superficial do solo. Na várzea baixa, os ciclos

0 anuais de inundação foram relacionados significativamente com a distribuição de nutrientes

^ no perfil, e. Ca, Mg, K, Cu e Zn aumentaram com a profundidade, ocorrendo também uma0 3+

elevação da acidez do solo e do Al . Para o C, N e P, entretanto, verificou-se um padrão

^ inverso, e estes são mais disponíveis na superfície do solo. Demonstrou-se que o Fe e Mn

0 distribuem-se irregularmente no perfil. Na várzea alta, macro e micronutrientes apresentam-

se em altas concentrações, destacando-se a floresta como um sistema que preserva os níveis

de C, N, Mg, Cu, Zn, Mn e Fe. Entre as roças e os sítios, há variações significativas nos

^ teores de nutrientes. A floresta mantém níveis elevados de fertilidade, com acidez elevada e

r-, presença de Al . Na várzea baixa, há também alta fertilidade, incluindo Ca, Mg, P, K, Cu,

^ Zn, Fe e Mn, mas na maioria dos sistemas, observou-se diferenças na disponibilidade de

nutrientes entre roças e entre capoeiras. Na maior parte dos sistemas de uso da terra

amostrados, os níveis de C e N foram baixos, confirmEindo que o N é um dos principais

o, fatores limitante para a produção agrícola em área de várzea na Amazônia. Para a soma de

bases de solos da várzea alta e baixa, verificou-se que o Ca teve predominância sobre os

outros cátions macronutrientes, e entre os micronutrientes o Fe foi o elemento mais

abundante.

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m^ ABSTRACT

S The study was made in high and low floodplain soils of the river Solimões/Amazonas, in the

municipal districts of Careiro da Várzea, Manacapuru, Silves, Iranduba, and Itacoatiara. In

each site were identified and selected different land use systems where samples in the layers

0-10, 10-20 and 20-40 cm deep were collected. In the high floodplains, one primary forest,

^ pasture and secondary forest areas; and three farm and four vegetable garden areas were

^ sampled . In the low floodplains, one pasture, two secondary forest and six vegetable garden

areas were also sampled. The objectives were to evaluate the distribution of chemical

attributes in the soil profile and to compare the different systems of land use both in the highd^ and low floodplains. The determinations made were: Ca, Mg, K, P, C, N, pH, Al, Cu, Mn,^ Zn, and Fe. The entirely casualized delineation was adopted, in a factorial arrangement of the

^ type 10 X 3 (high floodplains) and 9 x 3 (low floodplains), corresponding to the land use

^ systems and profile depth, with 30 and 27 treatments, respectively, and in the 3 repetitions.^ The comparisons among averages were made according to Tukey. In the high floodplains, the

^ distribution of chemical attributes in the profile (K, P, Mg, pH, Al, Fe, Mn, C, N, Zn, Cu), inthe layers 0-10, 10-20 and 20-40 cm, presents little variation, except for the calcium, which

had a higher concentration in the superficial layer of the soil. In the low floodplains, the

annual flood cycles were significantly related to the distribution of nutrients within the

profile, and. Ca, Mg, K, Cu, and Zn increased with the depth, and also occurring an elevation

on the acidity of the soil and on the Ap"" content. For C, N and P, however, a reverse pattem^ was found, and these are more available on the soil surface. It was shown that Fe and Mn are

irregularly distributed in the profile. In the high floodplains, macro and micronutrients appear

in high concentrations, and the forest stands out as a system that preserves the leveis of C, N,

O Mg, Cu, Zn, Mn and Fe. There are significant variations between vegetable garden and farmareas regarding nutrient contents. The forest maintains high leveis of fertility, with highacidity and presence of aP"^. In the low floodplains, there is also high fertility, including Ca,Mg, P, K, Cu, Zn, Fe, and Mn, but in most systems, differences in the nutrient availabilityamong different vegetable gardens and among different secondary forests. In the greatest partof land use systems, the leveis of C and N were low, confirming that N is one of the mainlimiting factors for agricultural production the a floodplain area in Amazônia. For the sum ofbases of soils of the high and low floodplains, it was verified that the Ca had predominance

over the other macronutrient cations, and among the micronutrients Fe was the most

abundant element.

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SUMARIO

RESUMO V

ABSTRACT vi

LISTA DE FIGURAS vii

LISTA DE TABELAS viíi

1. INTRODUÇÃO 9

Objetivo Geral ^Objetivos específicos II

2. REVISÃO DA LITERATURA 12Noções da hidrologia da bacia amazônica brasileira 12

í» 14^ Caracterização dos solos de várzea

Algumas características fisicas e químicas da fertilidade do solo da várzea 1618'9 Sistemas de uso da terra na várzea

Capacidade Produtiva das Várzeas# 3. MATERIAL E MÉTODOS 19# 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 25^ 4.1. Efeito da profundidade do solo nas características da fertilidade natural

25em área de várzea alta da calha dos rios Solimões/Amazonas

® 4.2. Efeito da profundidade do solo nas características da fertilidade natural^ ~ 27

em áreas de várzea baixa da calha dos rios «SoZ/mõe^/Amazonas

^ 4.3, Avaliação das características da fertilidade natural em diferentes

sistemas de uso da terra nas áreas de várzea alta da calha dos rios Solimôes

® /Amazonas 29

^ 4 4 Avaliação das características da fertilidade natural em diferentes'

sistemas de uso da terra nas áreas de várzea baixa da calha dos rios^ 38

Solimões/Amazoms

f) 4.5.Avaliação das características da fertilidade natural em diferentes sistemasr.

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de uso da terra por município amostrado

5. CONCLUSÕES 53

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 547. ANEXO 60

VI

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Z LISTA DE FIGURAS9

#Figura 1 Representação da bacia hidrográfica dos rios Solimões/Amazonas e seus

® principais rios tributários na Amazônia Central 129 Figura 2 Imagem em satélite, da calha principal dos rios Solimões/Amazonas,^ demonstrando a localização dos cinco municípios visitados para amostragem de^ sistemas de uso da terra, em áreas de várzea alta e baixa, na Amazônia Central.. 19

Figura 3 Teores de cálcio, magnésio, potássio e fósforo, em solos sedimentares sob® diferentes sistemas de uso da terra, nas áreas de várzea alta da calha dos rios® Solimões/Amazonas, Amazônica Central 30

Figura 4 Teores de nitrogênio, carbono, alumínio e valores de pH, em solossedimentares sob diferentes sistemas de uso da terra, nas áreas de várzea alta dacalha dos rios Solimões/Amazonas, Amazônica Central 33

Figura 5 Teores de zinco, cobre, manganês e ferro em solos sedimentares sobdiferentes sistemas de uso da terra, nas áreas de várzea alta da calha dos riosSolimões/Amazonas, Amazônica Central 35

^ Figura 6 Participação média do cálcio, magnésio e potássio na soma de bases, e^ relações entre micronutrientes, nos solos da várzea alta, na calha dos rios

Solimões/Amazonas, Amazônia Central

® Figura 7 Teores de cálcio, magnésio, potássio e fósforo em solos sedimentares sobdiferentes sistemas de uso da terra, nas áreas de várzea baixa da calha dos rios

0 Solimões/Amazonas, Amazônica CentralA Figura 8 Teores de nitrogênio, carbono, alumínio trocável e valores de pH, em solos

sedimentares sob diferentes sistemas de uso da terra, nas áreas de várzea baixa^ da calha dos rios Solimões/Amazonas, Amazônica Central 42^ Figura 9 Teores de zinco, cobre, manganês e ferro, em solos sedimentares sob

diferentes sistemas de uso da terra, nas áreas de várzea baixa da calha dos riosSolimões/Amazonas, Amazônica Central 44

' Figura 10 Participação média do cálcio, magnésio e potássio na soma de bases, e^ relações entre micronutrientes, nos solos da várzea baixa, na calha dos rios

Solimões/Amazonas, Amazônia Central 47n

^ LISTA DE FOTOSr?

Foto 1 Aspecto da roça 3, implantada um mês após a derruba e queima de umacapoeira de oito anos (ao fimdo), no município de Silves (Região do Médio

C' Amazonas)

Foto 2 Aspecto da capoeira de oito anos, amostrada no mimicípio de Silves (Região51

do Médio Amazonas)

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9 LISTA DE TABELAS

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9Tabela 1. Descrição suscinta das áreas selecionadas para amostragem de solo em

áreas de várzea alta e baixa, localizadas em cinco municípios/localidades, na

9 calha dos rios Amazonas/Solimões, Amazônia Central 21

® Tabela 2. Informações botânicas e taxonômicas das espécies encontradas em

diferentes sistemas de uso do solo nas áreas de várzea alta e baixa, localizadas

em cinco municípios e localidades, na calha dos rios Amazonas/Solimões,

Amazônia Central 22

# Tabela 3. Avaliação de atributos químicos nas camadas superficiais do solo de

^ várzea alta, coletado em diferentes sistemas de usos, na região do Baixo^ . 1 26

Solimões e Médio Amazonas, Amazôma Central

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Tabela 4. Avaliação de atributos químicos nas camadas superficiais do solo de

^ várzea baixa, coletado em diferentes sistemas de usos, na região do Baixo

^ Solimões e Médio Amazonas, Amazônia Central 27

^ Tabela 5. Valores médios de pH em água e concentrações de Al, Ca, Mg, K, C, N,

' P Zn, Cu, Mn e Fe, em diferentes sistemas de uso da terra em áreas de várzeas,^ T • 0-1

situadas nos municípios de Manacapuru, Itacoatiara e Silves

O Tabela 6. Informação sobre a análise de variância (ANOVA) dos elementos

químicos do solo de várzea alta na região do Baixo Solimões e Médio

^ Amazonas, Amazônia Central 56Tabela 7. Informação sobre a análise de variância (ANOVA) dos elementos

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químicos do solo de várzea baixa na região do Baixo Solimões e MédioO Amazonas, Amazônia Central

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99 1. INTRODUÇÃO

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9as várzeas. O termo "terra firme" designa terras não inimdadas pelos rios, compostas por

# solos minerais não submetidos a processos hidromórficos. Para os ecossistemas das

"várzeas", as áreas estão sujeitas a inundações periódicas, ocasionadas pelos rios de águas

brancas, na época das cheias (Sioli, 1951).

Geologicamente, as várzeas podem ser divididas em duas; as formadas no

0 Pleistoceno, (cerca de 18.000 anos) e as formadas no Holoceno (cerca de 5.000 anos).

Ambas são formadas pelas flutuações do nível do mar e dos rios, devido às glaciações

nestes períodos. Os ecossistemas de várzea na Bacia Amazônica representam uma área de

aproximadamente 200.000 km^ (Junk, 1983; Furch, 2000). As várzeas Holocênicas são

9

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Na planície amazônica encontram-se as duas principais unidades da paisagem, que

são consideradas ecossistemas específicos com suas próprias peculiaridades: a terra firme e

©

©

©0 mais jovens e possuem os solos mais férteis de toda a Amazônia, dada à deposição© periódica de sedimentos resultante das inundações anuais, formando regularmente uma

^ camada nova de sedimentos proveniente dos Andes (Irion, 1984).©^ Do ponto de vista pedológico, os solos da várzea apresentam pouco ou nenhum©'^ desenvolvimento do perfil do solo e representam as ordens dos Neossolos Flúvicos,r -1

© Gleissolos, Organossolos e Vertissolos, podendo ser eutróficos ou distróficos dependendo

O de sua localização topográfica, e da qualidade das águas e dos sedimentos que os inundam

^ (Vitória et al, 1989; EMBRAPA, 1999). Os solos sedimentares, como os que ocorrem nop ambiente da várzea, de modo geral são constantemente renovados e podem variar bastante

na concentração de nutrientes nos horizontes superficiais, dependendo desses fatores

citados. Entretanto, faltam pesquisas na região sobre a distribuição dos nutrientes essenciais

nas camadas superficiais do solo, existindo necessidade de novas pesquisas nesta área de

ç estudo. Quanto à vegetação das matas da varzea, o estudo mais consistente já realizado foi

^ 9

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9^ O trabalho de Ayres (1993), no médio rio SolimÕes, que inventariou as matas de várzeas

^ altas e baixas na região do Mamirauá.

9 Nos últimos 25 anos, a ocupação das várzeas da Amazônia, tem se intensificado,

^ especialmente com plantios de ciclo curto (feijão, arroz, milho, melancia, etc.), fibras9_ (malva, juta) e hortaliças (couve, maxixe, etc), além das atividades mais tradicionais de

^ pesca, pecuária, finticultura e extração de madeira (Vieira, 1992). A pecuária bovina e

bubalina têm sido questionadas principalmente em fimção dos impactos no ecossistema. As

9 várzeas são consideradas por alguns autores como ecossistemas mais adequados na

Amazônia para a criação desses animais, devido às boas qualidades forrageiras das

herbáceas nativas (Serrão & Falesi, 1977). Mais recentemente, Noda et ai. (2000) e Ohly

^ (2000) apresentaram resultados controversos sobre a criação bubalina nas várzeas,

# enfatizando os possíveis impactos que os bubalinos causariam nestes ecossistemas, que

9 vêm a demandar estudos detalhados nas diferentes áreas de pecuária da várzea.

Na Amazôma, a maioria dos estudos sobre o impacto da agricultura na qualidade do9^ solo foram feitos principalmente para as áreas de terra firme. Atualmente pouco se conhece

9 a respeito do impacto dos sistemas de uso da terra sobre a qualidade do solo em áreas de

9

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^ da Várzea", onde vários especialistas estudaram e avaliaram o manejo e utilização da

várzea para a agricultura e pecuária sob o ponto de vista técnico, econômico, social e

ecológico. Nas várzeas, as enchentes periódicas e o manejo dos solos pelos agricultores

9

9

9

varzea.

Esse estudo foi realizado no contexto do projeto de extensão Provárzea/PNUD,

intitulado "Agricultura e Pecuária: Diagnóstico e Proposta para a Melhoria do Uso do Solo

podem influenciar a disponibilidade dos principais nutrientes do solo.

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H Objetivo Geral

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Avaliar a disponibilidade de nutrientes no solo, em diferentes sistemas de uso da

terra situados em áreas de várzea alta e baixa, em cinco municípios da calha dos rios

Solimões/Amazonas na Amazônia Central.

Objetivos específicos

1. Verificar a variação do pH, alumínio e de nutrientes, nas camadas superficiais do

solo em áreas de várzea alta e baixa, submetidas a diferentes sistemas de uso da

terra.

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# 2. Caracterizar o efeito de diferentes sistemas de uso da terra sobre a fertilidade

^ química do solo, avaliada pelo pH, alumínio e de nutrientes, em áreas de várzea alta^ e baixa.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Noções da hidrologia da bacia amazônica brasileira

No Brasil, após a formação do rio Solimões na região de Tabatinga, nos limite da

fronteira com a Colômbia e o Peru, até alcançar o município de Manaus (1.628 km) e o

município de Silves (1.988 km), a qualidade e a quantidade dos materiais em suspensão

variam entre os rios tributários, o que resulta em diferenças marcantes na fertilidade do

solo, da água e da sua produtividade natural (Junk, 2000). No Estado do Amazonas, o canal

principal do rio Solimões/Amazonas recebe sete de seus principais tributários (Figura 1).

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Figura 1 Representação da bacia hidrográfica dos rios Solimões/Amazonas e seusprincipais rios tributários na Amazônia Central.

Os rios Içá e Japurá nascem nos Andes e apresentam níveis elevados de sedimentos

e nutrientes. Os rios Jutaí, Juruá e Purus drenam níveis intermediários de sedimentos e

12

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#Caracterização dos solos de várzea

• Os levantamentos geológicos e pedológicos pioneiros, desenvolvidos em áreas de

® várzeas amazônicas pelo Projeto RADAM, nos anos 1960 e 1970, são até o momento as

^ referências principais para a caracterização e a classificação dos solos de várzea. Os solosH são representados principalmente por Gleissolos e Neossolos Flúvicos (RADAM, 1975),H segundo o sistema Brasileiro de classificação de solos (EMBRAPA, 1999).

# Os Neossolos Flúvicos são solos minerais pouco desenvolvidos, não hidromórficos,

originados de sedimentos aluviais recentes, constituídos por camadas estratificadas sem

relação pedogenética entre si. Estes solos não apresentam nos primeiros 60 cm um

horizonte Glei, que é uma condição indicadora de intensa redução de ferro, durante o

® desenvolvimento do solo, mas também de condições redutoras devido à estagnação da

^ água. Isto é evidenciado pelas cores básicas que se aproximam do neutro (amarelo ou

^ cinza), com presença de mosqueados. As características físicas, químicas e morfológicas,nestes solos, variam bastante a curta distância, tanto horizontal como verticalmente, em

fimção dos tipos de sedimentos transportados e depositados nas camadas dos novos solos^ (EMBRAPA, 1999).

^ Os Gleissolos são solos minerais pouco desenvolvidos, hidromórficos, com

horizonte Glei, iniciando a menos de 60 cm de profimdidade, que apresentam horizonte

superficial típico dos solos minerais, podendo ser eutróficos ou distróficos, mas tambémálicos, devido à diversidade de materiais litólicos de origem, que lhes conferem

^ características mineralógicas e químicas bastante variáveis (Rodrigues & Oliveira, 1996;Prado, 2001).

Os solos eutróficos apresentam boa disponibilidade de nutrientes, com saturação por

bases superior a 50%, e às vezes, alto teor de matéria orgânica, o que contribui para umaalta CTC. Os solos distróficos, por outro lado, apresentam saturação por bases inferior a50%. Para os solos considerados álicos, observa-se outro parâmetro químico do solo, ovolume de saturação de alumínio, que deve ser maior que 50%. São solos mal drenados,com forte gleização, sendo o silte a fi-ação granulométrica dominante. Porém, a fraçãoargila é, quase sempre, superior à de areia nas camadas superficiais o que determina umfator de impedimento à drenagem (Tomé Jr., 1997).

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^ Na camada superficial dos Gleissolos, as cores variam de mais clara a mais esciura,% dependendo do acúmulo de material orgânico, associado à má drenagem. Nos solos Glei

m nas várzeas baixas, o fenômeno de acúmulo de material orgânico pode ser observado

® algumas vezes. Nestes horizontes orgânicos pode ocorrer um aquecimento do solo, devido aH processos fermentativos relacionados com a ciclagem da matéria orgânica. Devido a esteHi fato, segundo os agricultores, após a derrubada de uma floresta ou de uma capoeira, não é

(®) possível usar a área no primeiro ano, pois esta pode se tomar imprópria para o cultivo, já

® que as mudas ou as sementes não conseguem sobreviver devido ao aquecimento do solo

® (Alfaia eí a/., 2004).

^ Algumas características físicas e químicas da fertilidade do solo da várzea

Para a avaliação da fertilidade do solo da várzea, não só a disponibilidade dos

® nutrientes essenciais deve ser considerada, mas também as características biológicas e^ físico-químicas, tanto da água como de seus sedimentos (Lopes, 1986). As variações dos

^ níveis das águas determinam o aspecto físico-químico do ecossistema, assim como a

(ffe dinâmica de sua biota, favorecendo o aparecimento de plantas invasoras, de pragas e

^ doenças, e das mudanças na química do solo decorrentes das inundações, como no caso doA

manganês e ferro que têm suas solubilidades na água aumentadas em condições redutoras

^ (Freire & Novais, 1980; Sioli, 1984).Na ilha do Careiro, no Estado do Amazonas, Alfaia & Falcão (1993) observaram

^ uma maior concentração de nutrientes em solos de várzea baixa do que em solos de várzea

alta, o que pode ser explicado pela deposição periódica de sedimentos na várzea baixa, uma

vez que novas deposições em várzea alta só ocorrem nos anos em que a inundação atinge as

cotas de terreno mais elevadas.

(T-. Contrariamente, estudos realizados por Victoria et al (1989) não apontaram• 3"F

^' diferenças significativas entre as concentrações de cátions trocáveis, pH e Al dos solos de

^ várzea baixa do rio Amazonas e de seus principais tributários dentro do Estado doAmazonas, durante a época seca, início das cheias e na descida das águas. Os autores

<f • também observaram que os teores de nutrientes no rio Amazonas foram geralmente mais

altos que nos seus tributários e que a concentração de cátions ao longo do rio Amazonas

decresceu rio abaixo.

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H Os teores de nutrientes no solo de um cultivo após corte e queima da vegetação devárzea foi comparado com o de uma floresta na ilha de Abaetetuba, no Pará (Zarim et al.,

® 1998). Durante o período estudado, verificou-se que as concentrações de carbono orgânico,

nitrogênio total, fósforo, potássio, cálcio e magnésio disponíveis foram mais afetados pela

variabilidade temporal (efeito da inundação), que por efeito do cultivo. Zarim et ai. (1998)

^ observam que esses resultados são contrastantes com os verificados em terra firme, onde os

fÜ nutrientes do solo decrescem nos solos cultivados. As propriedades físicas do solo impostas

® pela inundação e decorrentes de processos de erosão fluvial, são mais limitantes para o

desenvolvimento da agricultura de áreas de várzea que as variações na disponibilidade de

^ nutrientes para as plantas.

^ Sistemas de uso da terra na várzea

^ As variações do nível das águas causadas pela subida e descida do rio e o tempo em

que o solo fica descoberto determinam o tipo de uso e as práticas de manejo da várzea,

onde vários ambientes na várzea alta e baixa são explorados (Rodrigues & Oliveira, 1996;

0 Noda et ai, 2000). Como em outras regiões tropicais úmidas, a agricultura familiar

^ praticada na várzea dos rios Solimões e Amazonas representa um sistema de produção

complexo, onde cada unidade familiar maneja diferentes componentes, seja para

extrativismo animal e vegetal, cultivo ou criação (Noda et al, 2000). Segundo um estudo

fS realizado no município do Carreiro da Várzea (Guillaumet et al, 1993), a dependência do^ ciclo fluviométrico determina que: (1) As partes mais elevadas, ou seja, as cristas das

margens ou várzea alta, que estão ao abrigo das enchentes médias e, às vezes, das cheias

excepcionais (de curta duração), abrigam as vegetações permanentes, as habitações e as

culturas perenes. (2) Zonas situadas entre os 25 e 27 m de altitude, onde as terras

r- permanecem emersas durante 11 meses, são propicias para receber as roças (mandioca,pepino, feijão). (3) A zona inferior aos 25 m de altitude, onde as terras permanecem

^ emersas durante 8 a 10 meses, é geralmente reservada às pastagens, que são inacessíveisdurante a cheia.

A floresta equatorial perenifólia da várzea é constituída por árvores adaptadas a

condições de excesso de água, encontrando-se pelo menos 220 especies distribuídas em

menor ou maior abundância em diferentes tipos de habitats (Ayres, 1993). Estas matas

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•^ apresentam fitofisionomia de floresta densa, com cobertura uniforme e com algumas

% árvores emergentes no dossel (Queiroz, 1995), onde se destacam as espécies arbóreas

® clímax.

A manutenção de áreas de capoeira ou pousio em várzea é uma das técnicas

tradicionais de manejo, que visa à recuperação da fertilidade do solo, afetada com o uso

^ agrícola intenso (Noda et ai, 2000). Estas áreas de vegetação secundária são cobertas

principalmente por espécies herbáceas, arbustivas e lianescentes, predominando gramíneas

e leguminosas nativas ou espécies cosmopolitas tropicais, que apresentam características de

espécies pioneiras de crescimento rápido (Costa & Moura-Carvalho, 1982).

Os sistemas agroflorestais (sitio, pomar caseiro, terreiro ou quintal) são de

(H ocorrência bastante significativa, muitos deles instalados há mais de 50 anos, cujo

^ componente arbóreo é representado principalmente por espécies fiutíferas. Compreende

^ áreas que geralmente não ultrapassam a 1,0 ha e que a maioria dos pequenos agricultores^ estabelecem próximo à sua casa, preferencialmente em áreas mais altas que não sofrem

0 alagações freqüentes (Lima, 1986). Entre as espécies frutíferas e espécies arbóreas

0 dominantes destacam-se o abiu (Pouteria caimitó), côco {Cocos nucifera), ingá cipó {Inga

^ edulis), jenipapo {Genipa americana), manga {Mangifera indica) e taperebá {Spondias

luted).

Nos sistemas de produção existentes nas áreas exploradas da várzea alta e baixa da

calha dos rios Solimões/Amazonas, podem-se encontrar roças ou plantios cultivados com

espécies anuais, como por exemplo, arroz {Orizae sativa), milho {Zea mays), soja {Glycine

max), amendoim {Arachis hypogaea), feijão caupí {Vigna unguiculata), mandioca emacaxeira {Manihot sculenta), plantadas em monocultivos ou consorciadas com espécies

semi-perenes, tais como banana {Musa sp.), maracujá {Passiflora edulis), mamão {Carica

papaya), cana de açúcar {Saccarum officinalis), entre outras. O roçado é um sistema após1^"*

^ tumba e queima de uma capoeira para implantação de uma roça (Noda et ai, 2000).

Nos sistemas de uso sob pastagem de várzea encontram-se herbáceas nativas com

f- alto potencial de produção de forragem de bom valor nutritivo, em extensões que, na épocaseca do ano, representam um papel fundamental no desenvolvimento da pecuária regional

^ (Costa & Carvalho, 1982). Entre as espécies herbáceas nativas dominantes na várzear-

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destacam-se canarana (Echnocloa polystachyd), muri {Paspalum fasciculatum) e capim

quicuio {Pennisetum clandestinum).

H Capacidade Produtiva das Várzeas

^ Muitos estudos indicam uma alta potencialidade agrícola dos solos da várzea

® amazônica (Vitória et ai, 1989; Cravo & Smith, 1991; Alfaia & Falcão, 1993; Rodrigues &

Oliveira, 1996), onde seria possível o desenvolvimento de uma agricultura intensiva com

baixa ou sem aplicação de fertilizantes. No entanto, áreas de várzeas altas do rio Solimões,

quando cultivadas com milho e arroz por anos consecutivos em pelo menos dois anos sem

# inundação, apresentam deficiências de nitrogênio e queda de produtividade (Cravo et al,

2002). Melgar et al (1992) observaram respostas positivas na produção do consórcio milho

e arroz quando praticou a adubação nitrogenada. Estes sugerem que na composição das

espécies a serem consorciadas na várzea, as leguminosas podem ser incluídas em sistemas

^ de produção sustentáveis para fornecimento de nitrogênio.

^ A alta produtividade dos solos de várzea da Amazônia pode ser comprovada pelo

^ alto rendimento obtido para determinadas culturas (Rodrigues & Oliveira, 1996): arroz1 1

^ irrigado 4,0 a 7,01 ha'^ cana-de-açúcar 72 a 1071 ha', milho 4,5 a 6,8 t ha", juta 2,3 a 3,01

ha'', feijão 1,3 a 2,11 ha'' e mandioca 25 t ha"'.Dentre as variedades selecionadas para a várzea, destacam-se para o milho a BR

5102 e BR 5110, com produção média de grãos de 4,5 t ha'' (Xavier & Sá Sobrinho, 1983),

^ e para o arroz, a variedade BR-1, com produtividade acima de 4,5 t ha'' e grãos deexcelente qualidade (Galvão & Martins, 1988; Barreto et al, 1998).

Os estudos desenvolvidos com feijão-caupi têm, entre outras finalidades, o objetivo

de produzir grãos para substituir o feijão comum que, nas condições de várzeas úmidas,apresenta problemas sérios devido à doença denominada "mela" (Nogueira, 1981). Emcondições de várzea do rio Amazonas, o feijão-caupi apresenta uma produção acima de 1,0t ha''de grãos (Barreto et al, 1998). Possivelmente, o bom rendimento dessa leguminosaem solos de várzea se deve a teores elevados de fósforo e cálcio que, em níveis não

satisfatórios, limitam sua produção (Smith & Cravo, 1992), mas também à eficiência de^ processos fixadores de nitrogênio, característicos da propriedade simbiótica das

leguminosas quando associadas aos rízóbios.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi realizado entre os meses de outubro e novembro de 2003, no Estado

do Amazonas, em cinco municípios localizados nas microregiões do baixo rio Solimões

(Manacapuru, Iranduba e Careiro da Várzea) e do médio rio Amazonas (Itacoatiara e

Silves) em áreas de várzea alta e baixa da Amazônia Central. A região visitada está

localizada entre as coordenadas 3°00' a 3°15'S; 59°30' a 60°00'W, compreendendo a área

territorial dos municípios (Figura 2).

Figura 2 Imagem em satélite, da calha principal dos rios Solimões/Amazonas,demonstrando a localização dos cinco municípios visitados para amostragem

de sistemas de uso do solo, em áreas de várzea alta e baixa, na Amazônia

Central.

Nos municípios estudados, foi feita inicialmente uma separação entre os ambientes de

várzea alta e baixa para verificação dos diferentes tipos de uso do solo praticados pel^

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#H comunidades que ocupam áreas ribeirinhas. A várzea alta foi definida segundo o conceito

• estabelecido por Cravo (2002), como as áreas de terreno em cotas mais elevadas,

® localizadas mais distante das margens dos rios, menos sujeitas às variações anuais de

® inundação, que podem alcançar uma espessura de 1-2 m. Nestes locais, a alagação do solo^ ocorre durante 2 a 4 meses por ano. As várzeas baixas, por outro lado, estão localizada emHi áreas mais próximas ou adjacente à calha do rio, em terrenos baixos sujeitos à inundação

m por até 5 m de água durante 4-6 meses.

^ Ás coletas foram feitas durante o período seco. Após a definição das áreas a serem

estudadas, foram amostradas cinco formas de uso da terra da várzea alta, sendo

selecionados dez locais entre os diferentes municípios visitados: uma área de floresta

H natural em clímax (Floresta-1), uma capoeira (Capoeira-1), três sítios (Sítio-1, Sítio-2 e

# Sítio-3), quatro roças (Roça-1, Roça-2, Roça-3 e Roça-4) e uma pastagem para o gado

(Pastagem-1), cuja descrição sucinta está apresentada na Tabela 1. Doravante, cada local

será tratado por essa designação aqui estabelecida.

Dos dez locais amostrados na várzea alta, cinco deles estavam no município de

(S Itacoatiara, na localidade do Paraná de Serpa. Uma área de várzea alta foi coletada nos

^ municípios de Silves (na Costa do Rebojão) e Careiro da Várzea (Costa do Careiro), e, em

Manacapuru, três locais foram também amostrados na localidade da Costa do Marrecão.

Para as observações na várzea baixa, nove locais foram selecionados quanto ao uso

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da terra, abrangendo duas capoeiras (Capoeira-1, Capoeira-2), seis roças (Roça-1, Roça-2,

Roça-3, Roça-4, Roça-5 e Roça-6), e uma pastagem (Pastagem-1). Doravante, essa

designação dos tipos de uso do solo será adotada para caracterizar os diferentes locais da

várzea baixa. Obedecendo-se a localidade já mencionada para cada mumcípio, quatro áreas

foram prospectadas em Silves, três em Itacoatiara, e, uma área nos mimicípios de

Manacapuru e de Iranduba (Tabela 1).

espécies mencionadas na descrição sucinta dos locais selecionados para este

estudo estão listadas na Tabela 2. Como pode ser verificado, um grupo variado de plantas

são cultivadas para produção de alimentos (fi*utos, tubérculos, hortaliças, etc.), para um

r - produto econômico (malva, seringa, capim, etc.), mas também espécies nativas pioneiras ouremanescentes das matas originais também estão presentes na forma de uso do solo

^ (munguba, tachi, caxinguba).

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Tabela 1 Descrição suscinta das áreas selecionadas para amostragem de solo em áreas de

várzea alta e baixa, localizados em cinco municípios/localidades, na calha dos rios

Amazonas/Solimões, Amazônia Central.

USO DATERRA

município,LOCALIDADE

DESCRIÇÃO SUSCINTA DA AREAAMOSTRADA

Floresta-1 Manacapuru, Costa doMarrecão

Capoeira-1 Manacapuru, Costa doMarrecão

Sítio-1 Careiro da Várzea,Costa do Careiro

Sítio-2 Itacoatiara, Paraná deSerpa

Sítio-3 Silves, Costa deRebojão

Roça-1 Itacoatiara, Paraná deSerpa

Roça-2 Itacoatiara, Paraná deSerpa

Roça-3 Itacoatiara, Paraná deSerpa

Roça-4 Manacapuru, Costa doMarrecão

Pastagem -1 Itacoatiara, Paraná deSerpa

Capoeira-1 Silves, Costa doRebojão

Capoeira-2 Itacoatiara, Paraná deSerpa

Roça-1 Iranduba, Ilha daPaciência

Roça-2 Silves, Costa doRebojão

Roça-3 Itacoatiara, Paraná deSerpa

Roça-4 Silves, Costa doRebojão

Roça-5 Manacapuru, Costa doMarrecão

Roça-6 Silves, Costa doRebojão

Pastagem-1 Itacoatiara, Paraná deSerpa

Várzea altaMata virgem, com cerca de 30 m de altura, clímax, semperturbações.Capoeira de 15 anos, anteriormente cultivada com roçado demandioca. Árvores de 15 m.Sistemas agroflorestais, com 50 anos, cultivado com cacau ecupuaçu.Sistemas agroflorestais, com 50 anos com cacau, açaí ecupuaçu, com predominância de seringa.Sistema agroflorestais, com 50 anos, com manga, fhita pão,açaí, cupuaçu, com predominância de cacau.Cultivo anual, dominância de mandioca, com três meses.

Cultivo anual, com monocultivo de milho, com dois meses.

Cultivo anual, consórcio de mandioca e milho, com doismeses.

Cultivo anual, consórcio de milho e macaxeira, com trêsmeses.

Pastagem para gado, com capim brachiária, com 7 anos deimplantação.

Várzea baixaCapoeira de 8 anos, com a presença de espécies pioneirascomo embaúba, caxinguba e tachizeiro.Capoeira com 15 anos, com predominância de tachizeiro ealtura mediana, com cerca de 15 m.Cultivo anual, monocultivo de malva, para produção de fibra.

Cultivo anual, monocultivo de feijão caupi, em áreatipicamente de "praia"Cultivo anual, com a hortaliça couve. Adubada com estercobovino.Cultivo anual, consórcio de milho e melancia, com três meses.

Cultivo anual, monocultivo de macaxeira, com 4 meses.

Cultivo anual, monocultivo de milho, na fase deestabelecimento, com um mês de implantação.Pastagem para gado, com capim canarana, com 13 anos deimplantação.

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Tabela 2 Informações botânicas e taxonômicas das espécies encontradas em diferentes

sistemas de uso do solo nas áreas de várzea alta e baixa, localizados em cinco

municípios e localidades, na calha dos rios Amazonas/Solimões, Amazônia

Central.

NOME CIENTÍFICOfamília

NOME POPULAR BOTÂNICA

Açaí Euterpe oleracea Mart. Arecaceae

Cacau Theobroma cacao L. Sterculiaceae

Capim brachiária Brachiaria decumbens Stapf. Poaceae

Canarana Echinochloa polystachya Kunth. Poaceae

Caxinguba Ficus maxima P. Miller Moraceae

Couve Brassica oleracea L. Cruciferae

Cupuaçu Theobroma grandifíorum (Willd. ex Sterculiaceae

Spreng) Schum.Bmbaúba Cecropia sciadophylla Mart. Cecropiaceae

Feijão caupi Vigna unguiculata (L.) Walp. Leg. Papillionoideae

Fruta pão Artocarpus altilis (Parkins.) Fosb. Moraceae

Malva Urena lobata L. Malvaceae

Mandioca, Manhiot esculenta Crantz. Euphorbiaceae

macaxeira

Manga Mangifera indica L. Anacardiaceae

Melancia Citrulus vulgaris Schrad. Curcubitaceae

Munguba Pseudobombax munguba Mart. Bombacaceae

Milho Zea mays L Poaceae

Seringa Hevea brasiliensis (Willd.ex.Juss.) Arg. Euphorbiaceae

Tachi Triplaris surinamensis Cham. Polygonaceae

Em cada sistema de uso da terra, foi demarcada uma área de aproximadamente 45 x

30 m, dividida em três sub-parcelas. Nas áreas com dimensões menores (principalmente no

caso das roças), o total kda área considerada como parcela foi dividida do mesmo modocorrespondendo às repetições.

As amostragens de solo foram efetuadas com o auxílio de um trado Holandês de

diâmetro 3", nas profundidades de 0-10,10-20 e 20-40 cm. Para as profundidades de 0-10 e

10-20 cm foram coletadas em cada parcela seis amostras simples de solo, que foram

homogeneizadas para formar uma única amostra composta. Para a profundidade de 20-40cm, a amostra composta foi constituída por apenas três amostras simples por parcela.

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#0 As amostras de solo foram acondicionadas em sacos plásticos e transportadas para a

• casa de vegetação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de

Pesquisas em Ciências Agronômicas - INPA/CPCA, em Manaus, AM, onde foram secas ao

ar e homogeneizadas. Posteriormente, o solo foi peneirado em malha de 2 mm, param^ obtenção de terra fina seca ao ar (TFSA).^ As análises do solo foram conduzidas no Laboratório Temático de Solos e Plantas

9 do INPA, no Campus do V-8 em Manaus, AM, no primeiro semestre de 2004. As seguintes

® características químicas foram determinadas: pH em água, carbono orgânico, e nitrogêniototal, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, alumínio, cobre, zinco, manganês e ferro.

O pH, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e o alumínio foram determinados segundo

9 métodos descritos pela EMBRAPA (1997). O pH do solo foi determinado em água na

9 proporção soloisolução de 1:2,5. Para o cálcio, magnésio e alumínio a solução extratora foi

KCf IN. Para o potássio, fósforo, zinco, cobre, manganês e ferro, empregou-se o extrator

Melich I (H2SO4 0,05M + HCf 0,0125M) na proporção de 5 g em 50 mí e os elementos

9 químicos citados foram determinados por espectrofotômetro de absorção atômica, exceto o

9 fósforo, o qual foi determinado, utilizando na diluição o molibdato de amônio e ácido

9 ascórbico, por espectrofotometria no comprimento de onda de 660 nm.

Cada amostra de solo com solução extratora foi colocada em um agitador por 5

minutos (250 rpm). Após agitar, deixou-se decantar por um tempo entre 14-17horas.

Transcorrido o tempo de decantação, o extrato foi pipetado com fins de diluição. Para os

íons cálcio, magnésio e alumínio, a diluição foi de até 100 vezes (0,2 ml da solução

extraída com KCf IN, e 19,8 ml de Lantânio). Com o potássio, fósforo e os

^ micronutrientes, a diluição foi de até 20 vezes (0,5 ml da solução extraída com H2SO4^ 0,05M + HCl 0,0125M e 9,5 ml de água destilada). As diluições foram preparadas de

acordo com o material de solo coletado para cada sistema de uso da terra.

O carbono orgânico e o nitrogênio total foram determinados por um Auto-

Analizador CHN (Cario Brba), por combustão seca, com solo peneirado em malha de 100

|xm foram pesadas com o auxilio de capsulas. Para todas as determinações dos atributos

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r- químicos do solo, considerados nesta pesquisa, foram efetuadas 3 repetições.Para interpretação dos resultados, foram consideradas separadamente as

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determinações químicas para os diferentes usos do solo bem como para as profundidades de

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# 0-10, 10-20 e 20-40 cm, nos ambientes da várzea alta e baixa e, para ambas, adotou-se o

® delineamento inteiramente casualisado, com um arranjo fatorial que variou para os

® ambientes da várzea alta e baixa.® Na várzea alta, considerou-se a combinação de 10 tipos de uso da terra, com 39H profundidades, em arranjo fatorial 10 x 3, composto por 30 tratamentos e tres repetições9 (Parcelas principais: uso da terra; parcelas secundárias: profundidade do solo). Na várzea9 baixa, considerou-se a combinação de 9 tipos de uso da terra, com 3 profundidades, em

arranjo fatorial 9x3, composto por 27 tratamentos e três repetições.Por razões estatísticas, os dados em porcentagem (carbono e nitrogênio) foram

transformados para arcoseno da V x + 0,01 (Centeno, 1990), para efeito de análise. Dados

do alumínio, ausente em alguns horizontes do solo, foram transformados para V x + 0,01.Para as comparações entre médias adotou-se o teste de Tukey, no nível de 1% deprobabilidade (P<0,01). Para a estatística dos dados o programa utilizado foi o Estat

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

(|p A calha dos rios Solimões/Amazonas tem um potencial histórico na região, de ser

# uma área importante da Amazônia para produção de alimentos, devido à alta fertilidade

natural dos solos sedimentares que ocorrem nas margens destes rios. Esta região da

Amazônia permanece pouco ocupada atualmente, predominando a mata natural das várzeas

0 com suas variações relacionadas com a altitude do terreno e duração do período de^ alagamento anual, e assim, matas mais jovens e mais ricas em espécies pioneiras são

verificadas mais próximas da margem dos rios, e são caracterizadas como de "várzea

baixa". Por outro lado em áreas menos sujeitas à inundação, nas cotas mais elevadas dos

terrenos, ocorrem matas mais maduras, com presença de espécies de clímax, com pouca

0 alteração, chamadas de "várzeas altas" (Ayres, 1993).

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^ 4.1. F/eito da profundidade do solo nas características da fertilidade natural em áreas de

^ várzea alta da calha dos rios Solimões/Amazonas na Amazônia Central0

0

0 Os solos da várzea são caracterizados pela deposição sazonal de sedimentos no

0 perfil, e foi verificado que nas áreas de várzea alta submetida a diferentes sistemas de uso

^ da terra nos cinco municípios visitados apresentaram pouca variação na distribuição dosnutrientes nas camadas do solo, verificada até 40 cm de profimdidade (Tabela 3).

Foi verificado que o pH do solo variou pouco em profimdidade constatando-se uma

0 acidez fraca, entre pH 5,0-6,0, que foi relacionada com uma atividade mediana do alumínio

trocável presente nestes solos. Embora não tenha variado em profundidade, os teores de

^ alumínio presentes nestes solos foram considerados medianos segundo a interpretaçãor, estabelecida por Cocbrane et aí. (1985). Os cátions trocáveis cálcio, magnésio e potássio

apresentam-se em elevada concentração nos solos da varzea alta.

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Tabela 3 Avaliação dos atributos químicos nas camadas superficiais do solo de várzeaalta, coletado em diferentes sistemas de usos, na região do Baixo Solimões, e MédioAmazonas, na Amazônia Central. *

Profundidade do solo (cm);m)

# Elementos químicos 0-10 10-20

® 5,80 a 5,78 a• Ca^(cmolckg"^) 10,98 a 10,18 ab

Mg^ (cmolc kg"') 3,26 a 3,45 aK"^ (cmolc kg'^) 0,47 a 0,46 aP(mgkg'') 111a 95 a

w 0,09 a 0,07 a

# C(%) 1,12 a 0,70 a% Zn^^ímgkg-') 9,28 a 8,85 aA Mn"*^ (mg kg"^) 156 a 152 a^ Cu"^"^ (mg kg'*) 5,11a 5,14 a® Fe"^(mgkg'*) 865 a 870 a® Al"*^ (cmolç kg'*) 0,51 a 0,63 a

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var. (%) Teste F

5,76 a 3,7 0,14 ns

9,54 b 16,4 5,46 **

3,13 a 31,7 0,74 ns

0,44 a 18,8 0,72 ns

96 a 30,1 2,58 ns

0,06 a 22,6 0,58 ns

0,55 a 18,2 2,31 ns

8,57 a 16,9 1,72 ns

150 a 21,6 0,25 ns

5,10 a 15,6 0,18 ns

901 a 24,4 0.24 ns

0,56 a 43,2 0,41 ns

** Médias seguidas de mesma letra nas linhas não diferem entre si no nível de 1% de0 probabilidade (P<0,01); ns - não significativo.

Os níveis de fósforo presentes em todos os horizontes da várzea alta foram muito

elevados, com valores incomparavelmente maiores que os observados em outros locais daAmazônia, como os encontrados nos solos da "terra firme", exceto nas terras pretas de

índio. O mesmo se pode dizer para os micronutrientes, já que cobre, zinco, ferro emanganês deposita-se em grande quantidade nestes solos. Entretanto, foi verificado que nosolo da várzea alta, estes nutrientes variam muito pouco entre as camadas do solo e somentepara o cálcio as deposições nas camadas do solo foram significativas (Tabela 3) de modo

0

0

r--

que nas camadas superficiais de 0-10 cm há mais cálcio que nas camadas de 20-40 cm,confirmando, de certo modo, que o cálcio tem pouca mobilidade no perfil do solo(Marschner et al., 1990), embora este conceito dependa também do tipo de solo e conteúdode argila presentes. Deve-se considerar, adicionalmente, que os solos sedimentares têm umapedogênese incipiente, o que significa que são solos ainda em processo de formação.

Embora tenha sido observados uma diminuição dos teores de nitrogênio e carbono

r- com o aumento da profimdidade do solo, os valores verificados para estes doiscomponentes da fertilidade foram considerados de medianos a baixos, segundo o conceitode Cochrane et al. (1985) para solos tropicais.

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26

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A A estabilidade da distribuição de nutrientes nas camadas superficiais do solo da

• várzea alta tem implicações práticas, sendo desnecessário efetuar amostragens em

profundidades nestes solos, e uma única amostragem do horizonte superficial do solo pode

fornecer informações suficientes para interpretar seus níveis de fertilidade, exceto para o

cálcio.

^ 4.2. Efeito da profundidade do solo nas características da fertilidade natural em áreas de

• várzea baixa da calha dos rios Solimões/Amazona na Amazônia Central

5 Contrariamente aos solos da várzea alta, na várzea baixa os ciclos anuais de^ inimdação resultam em variações altamente significativas na distribuição de nutrientes nas% camadas superficiais do solo (Tabela 4), e para todos os parâmetros analisados nesta

m pesquisa, houve diferenças significativas (P<0,01) entre as camadas prospectadas. Para o

pH, foi observada uma tendência de acidificação com o aumento da profundidade do perfil,

de modo que na superfície do solo a acidez é moderada, passando para elevada no horizonte

^ 20-40 cm. Por outro lado, a distribuição do alumínio trocável nas camadas superficiais do

m solo é bastante variada, constatando-se níveis medianos em todo o perfil, porém a atividade

do alumínio é maior na condição mais ácida verificada no horizonte 20-40 cm (Tabela 4).

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Tabela 4 Avaliação de atributos químicos nas camadas superficiais do solo de várzeabaixa, coletado em diferentes sistemas de usos, na região do Baixo Solimões, e

™ Médio Amazonas, na Amazônia Central.^ Prnfiindirlade dn solo rcill^ Coef. de

0 Elementos químicos

-EipH® Ca"*^ (cmolc kg"^)^5 Mg"^ (cmolc kg"')ÍP; K"*" (cmolc kg'^)

P (mg kg'^)N (%)C (%)Zn'"'(mgkg^)Mn'^(mgkg^)Cu"*^ (mg kg"')

0-10 10-20 20-40 var. (%) Teste F

5,73 a 5,43 b 5,09 c 3.7 67,3**

9,08 b 9,07 b 10,0 a 12,8 5,2**

2,61 c 2,87 b 3,86 a 10,1 120,0**

0,35 b 0,35 b 0.43 a 13,6 19,3**

98 a 77 b 47 c 11,7 227,8**

0,12 a 0,07 b 0,06 c 8,4 77,9**

1,33 a 0,68 b 0,56 c 10,3 82,0**

7,65 b 6,90 b 11,20 a 27,2 25,9**

185 a 122 b 195 a 19,8 38,3**

4.80 b 4.30 b 7.15 a 16,4 79,6**

Fe"^ (mg kg'')Al"^ (cmolc kg"')

867 a 574 b 986 a 24.2 31.8**

1,31b 0.86 c 1,44 a 21,7 27,4**

probabilidade (P<0,01); ns - não significativo.r

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#^ Para o cálcio, magnésio e potássio, foi verificado na várzea baixa um incremento^ significativo (P<0,01), da concentração destes elementos com a profimdidade do solo, de(() modo que nas camadas superficiais (0-10 cm), há menos teores destes cátions trocáveis que

^ nas camadas mais profimdas do solo (20-40 cm).•

® Para o fósforo constatou-se um comportamento inverso, e este elemento foi

® encontrado em níveis mais elevados nas camadas mais superficiais do solo, diminuindo^ com a profimdidade da amostragem.

0 Quanto à disponibilidade de micronutrientes nos solos da várzea baixa, foi

# observado que o ferro e o manganês podem apresentar distribuição irregular entre as

m camadas, de modo que na camada intermediária de 10-20 cm os valores encontrados são

diferentes significativamente (P<0,01) mais baixos que nas camadas superiores (0-10 cm)

ou nas camadas mais profimdas (20-40 cm). Contrariamente, Furch (2000), verificarem que

^ os teores de Mn encontrados nas várzeas da ilha da Marchantaria diminuíram nas camadas

^ mais profimdas.

O cobre e o zinco apresentaram comportamento similar ao dos macronutrientes

cálcio, magnésio e potássio, aumentando suas concentrações nos horizontes mais profimdos

do solo.

# Para os teores de carbono e nitrogênio nos solos da várzea baixa, foram verificadas

^ diferenças significativas (P<0,01) nas camadas do solo, havendo maior disponibilidade

destes elementos nos horizontes superficiais do solo. Este padrão é esperado, já que a

entrada de carbono e nitrogênio no sistema solo é pela deposição regular da matéria

orgânica, de modo que se espera sempre uma maior concentração de C e N na superfície,diminuindo com a profimdidade (Teixeira & Bastos, 1989).

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9 4.3. Avaliação das características da fertilidade natural em diferentes sistemas de uso da

® terra nas áreas de várzea alta da calha dos rios Solimões/Amazonas.

A Desconsiderando-se a amostragem parcial que foi praticada nos diferentes sistemas

# de uso da terra na várzea alta, cuja amostragem somente considerou uma única unidade

® para os ambientes da floresta, capoeira e pastagem, os dados obtidos para estes sistemas de

uso da terra podem ser úteis para basear novas pesquisas ou estabelecer indicadores iniciais

dos niveis de fertilidade do solo. Por outro lado, a amostragem de três sítios, nos

municípios do Careiro, Itacoatiara e Silves, bem como as amostragens praticadas em quatro

roças, três delas em Itacoatiara e uma em Manacapuru, também podem ser comparadas

® nesta pesquisa para avaliações das variações da fertilidade relacionadas com uso do solo.

A Figura 3 apresenta as determinações efetuadas em diferentes sistemas de uso do

solo na várzea alta para os macronutrientes cálcio, magnésio, potássio e fósforo. Como

constatado para todos os solos estudados, não foram verificados níveis de deficiência destes

® macronutrientes, e todos os valores são elevados, demonstrando a alta fertilidade natural

dos solos da várzea alta, porém sendo constatadas diferenças no nível dos elementos,

relacionadas com o tipo de uso do solo em cada localidade.

Para o cálcio, os teores mais elevados no solo foram verificados no sistema de

^ Roça-2, cultivada com milho, que foi superior significativamente (P<0,01) a todos os^ demais sistemas prospectados (Figura 3), onde também foram constatados os valores mais

elevados de magnésio no solo. Os sistemas de pastagem, floresta e capoeira não

apresentaram diferenças nos teores de cálcio no solo, embora na capoeira tenha sidom identificada uma média mais baixa deste elemento. Os dados demonstraram que ocorrem

^ diferenças significativas nos níveis de cálcio no solo entre roças e entre sítios, de modo queos menores valores foram verificados na Roça 1 e Sítio-3.

Os valores de magnésio no solo da várzea alta são elevados na floresta, onde a

rí maior média foi verificada (Figura 3), sendo encontradas diferenças significativas nos^ níveis de magnésio no solo entre os sistemas de roça e sítios, e embora este elemento tenha

se apresentado com valores elevados na pastagem, verificou-se que na capoeira há menorr-.

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Teste F 17,69"

Cbef.Va-. 16,49%

R:ça-2

Roresta-1

F^tagsml

. Rça-S

C^pcera-I

Teste F36.02 "

Cb^.Va-. 18,80%

Roresta-1

Srtio2

Roça<3£

° Capoeira-1

■f Ftoça-1(O

^ Roça-2

Pastagem-1

Sítio-3

Roça-4

Cálcio (Cmolckg"^)5 10 1:

^10,9bc

m 10,4 ba

|9,4bcde

9,0 bode

Rstássio (Cmolc kg*^)02 0.4 0,6 0,8 1

0.84 a

H 0.63 b

0,52 bc

B 0.46c

M 0.44 Cd

M043cde

B 0,41 cde

|0,32def

0,30 ef

TestePS^O**Cdef.\^.31.71% Nffegnésio (OrdcKg')

Rcresta-1

TesteF9.60"I Qüef. ver. 30,14%

Ormra-1

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w F&stsgeml

Fósforo (mg kg'^)150 200

§ 153,5a

144,2 ab

Ftça-2

Flcresta-1

H114,5 abe

ü 104,0 bcd

] 100,0 bode

|98,6bcde

,97,7 bode

a 73,9 cde

|64,4de

Figura 3 Teores de cálcio, magnésio, potássio e fósforo, em solos sedimentares sob diferentessistemas de uso da terra, nas áreas de várzea alta da calha dos rios Solimões/Amazonas,Amazônia Central

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A disponibilidade de magnésio quando os sistemas de uso do solo são comparados. Os teores de

# magnésio variaram muito entre as roças no mesmo local, e em Itacoatiara, na Roça-2 foi

® encontrado o dobro de magnésio do que a roça-1, esta ultima cultivada com mandioca. Entre

os sítios, os valores de magnésio no solo também variam e no sítio-2, com seringal, havia

significativamente mais magnésio que no sítio-3 com cacau.

Embora o sítio-1 tenha sido encontrado com teores menores de magnésio,

# comparado aos outros sítios, neste local cultivado com cacau no município de Careiro da

Várzea foram verificados os maiores valores de potássio, superiores significativamente

(P<0,01) a todos os demais sistemas avaliados. Possivelmente o manejo do sítio pode ter

uma implicação na manutenção dos níveis de potássio no solo, já que uma prática comum

nas áreas de plantio de cacau e cupuaçu, é depositar restos culturais como a casca dos

m fiiitos, rica em potássio no próprio sistema de produção (Souza & Cravo, 1996). Recorde-se

que esse nutriente é um dos mais móveis no solo, logo, se não houver adição orgânica ou

mineral os teores tendem a diminuir rapidamente, embora os teores de mica - mineral rico

^ em potássio - dos solos da várzea sejam muito elevados. A floresta da várzea alta se

m evidencia como um sistema que preserva os níveis de potássio no solo, e os valores

® encontrados nas matas são significativamente superiores ao da capoeira, pastagem e várias# roças e ao sitio-3.

Observou-se que, nos sistemas estudados da várzea alta, os maiores níveis de

# fósforo foram encontrados na capoeira, mas também nos sítios 1 e 3, revelando uma

^ variabilidade entre sítios, já que o sítio-2 de seringal, em Itacoatiara, revelou a menor média

de fósforo entre os tipos de uso do solo investigados (Figura 3). Deve-se considerar, que

nas várzeas, mesmo os menores valores de fósforo no solo são bastante elevados

comparados aos outros ecossistemas na Amazônia, excetuando-se as terras pretas de

^ índio(Falcão & Silva, 2004). Nas quatro roças estudadas não foram verificadas para avárzea alta diferenças significativas nos teores de fósforo no solo, entretanto, pode-se dizer

que no grupo de sistemas de uso do solo estudados, este elemento apresentou-se em menorconcentração na floresta da várzea alta. Em relação à "terra firme", os teores de fósforo dossolos da várzea são muito superiores (EMBRAPA, 1984). Por exemplo, em Latossolo

Amarelo em áreas de florestas, o fósforo tem valores entorno de 1 a 2 mg kg"' (Lima,2001). A relativa alta concentração de fósforo nos solos da várzea, pode ser determinada

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em parte, pela deposição de sedimentos ricos em fósforo, onde a maior concentração de

# carga total de fósforo encontra-se na forma particulada (Corrêa & Bastos, 1982).® Em sete dos dez locais amostrados verificou-se que o nível de carbono no solo da

várzea alta é considerado baixo, segundo a interpretação da análise do solo proposta por

Cochrane et ai, (1985), que considera valores menores que 0,87 de carbono nos solos

% tropicais como baixo (Figura 4). Somente em três sistemas os níveis de carbono no solo

® apresentaram-se como medianos, e a maior média foi verificada na floresta, o que foiassociado com a deposição de liteira sob a copa das árvores da mata da várzea alta. Nas

roças 1 e 2, de Itacoatiara com mandioca e milho os valores de carbono no solo também

foram considerados medianos.

® Em nenhum dos locais foram verificados níveis elevados de carbono no solo, o que

® significa que não foram prospectados solos orgânicos. Em relação à terra firme, os teores de

carbono dos solos da várzea foram similares aos observados por Alfaia (1988). Em

latossolos e podzólicos, em áreas de florestas, Furch (2000 ) encontrou valores de carbono

^ na faixa de 0,82 a 2,19%.

m No sistema de floresta natural da várzea alta também foram encontrados os maiores

valores de nitrogênio no solo (Figura 4), entretanto, constata-se para todos os sistemas

estudados nestas áreas que os valores de nitrogênio no solo, diferente das bases trocáveis,

não são considerados elevados (Alfaia et ai, 2004). Segundo Noda et al (2000), a

# manut""':^" de áreas de capoeira ou pousio em várzea é uma das técnicas tradicionais demanejo, que visa à recuperação da fertilidade do solo, afetada com o uso agrícola intenso.Por outro lado, para Alfaia et al (2004), o pousio nas áreas de várzea seria uma práticarealizada principalmente para o fornecimento de N, considerando que este é o principalnutriente limitante da produção agrícola nessas áreas.

^ Foi verificado que em apenas dois dos sistemas estudados (floresta e capoeira) os

níveis de alumínio trocável no solo estavam elevados, com valores superiores a 1,5 cmolc

kg"', conforme proposto por Cochrane et al (1985). No sítio-2, um seringal de 50 anos emItacoatiara, os níveis de alumínio no solo foram classificados como intermediários, e, em(oijas as roças, os teores de alumínio foram baixos, o que inclui também a pastagem

estudada (Figura 4). É possível que nas roças, as práticas culturais adotadas que inclui aqueima da biomassa previamente ao plantio, pode aumentar a disponibilidade de compostos

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0,96^3

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5S10,81 abcd

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I|0,79bcd

0,70 od

i0,43d

TesleF1Éi78**

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Ffcresta-I

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30.13ab

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i 0,00c

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i 0,05c

0,03c

Teste F4,65*'

Cb^. Ver. 22,64%

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0,05 0,1

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TffiteF38,84**

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6 6,5

ÜEI 6.14 bCxpoera-I

6,03 b

w F^Btageml 35,89bc

5,64 od

mMÊmimiài 5.62 od

i^gg«ffl8i 5,53 d

5,17 e

l5,12e

Figura 4 Teores de nitrogênio, carbono, alumínio e valores de pH, em solos sedimentaressob diferentes sistemas de uso da terra, nas áreas de várzea alta da calha dos nosSolimões/Amazonas, Amazônia Central

33

BiBLiOTECd DO m

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que neutralizam o alumínio, o que também inclui pequenas elevações nos níveis de pH dosolo. Nas pastagens, alguns trabalhos têm sugerido (Desjardins et ai, 1994), que o altoconteúdo de carbono e estmturas orgânicas complexam temporariamente o alumínio dosolo. Nos sítios, mais uma vez, os níveis de alumínio foram medianos ou baixos.

Teores elevados de alumínio trocável são associados a baixos valores de pH

€> (Camargo & Furlani, 1989). Por outro lado, quanto mais baixo o pH maior é a dissolução® dos minerais que contêm alumínio, liberando-os na solução do solo. Os sítios de absorção

dos minerais de argila estarão preenchidos com uma quantidade proporcionalmente maiorde íons hidrogênio, levando á dissolução de óxidos e minerais de alumimo, aumentando asua concentração em solução e na fração trocável (Malavolta, 1976; Van Raij, 1983).

# A acidez dos solos da várzea alta pode ser classificada, em sua grande maioria,como mediana, e somente no sítio-2, um seringal de 50 anos visitado em Itacoatiara, e nafloresta, os níveis de acidez foram considerados elevados (Figura 4). No trabalhodesenvolvido por Alfaia & Falcão (1993) em solos da várzea na ilha do Careiro, noAmazonas, os valores de pH nos sítios foram similares aos das roças encontradas na mesmaregião.

Os teores de micronutrientes nos solos da várzea alta também podem seraproveitados como indicadores da fertilidade (superiores a 1,5 mg kg') dos mesmos.Assim, foi verificado que valores bastante elevados de zinco nestes solos, conforme ocritério proposto por Cochrane et al (1985), são suficientes para a produção vegetal.Mesmo considerando que os teores de zinco são satisfatórios em todos os sistemas de usoda terra esmdados na várzea alta, os dados demonstraram variações significativas (P<0,01)na disponibilidade deste elemento nos sistemas esmdados, e os maiores teores de zincoforam encontrados nos solos da floresta e dos sítios 1 e 2, havendo diferenças significativasentre sítios e roças (Figura 5). Os teores de zinco nas várzeas são bem superiores aos teoresencontrados em solos ácidos na "terra firme". Próximo de Manaus, por exemplo, num

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^ IIossôlo Amarelo, o teor de zinco médio foi de 1,48 mg kg' (Laurance eí al, 1999); nesse^ tipo de solo, segundo Sanchez eí al, (1982), os teores de Zn variam de 1,5 a 3,5 mg.kg .^ Para os valores de cobre no solo, Cochrane et al, (1985), considera níveis maiores

que 0,15 mg kg ' como suficientes para a produção vegetal nos trópicos, o que significa queos teores deste elemento nos solos da várzea são bem superiores a este limite (Figura 5).

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Teste F13,1(r

Ctó.va-. 16,96% Znoo(mgkg"^)

Ronesía-I 11,3a

] 11.2a

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w Pealajani

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T©teF197r

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Fbsta-1

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10,7 a

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|8,3b

a»«H«i 7,8 bc

7,5 bc

^S7,5bc

i5,9c

Teste F36.42^

Cbef. var. 15,59% Cobre (mg ta*')

« Ffetagsml

IVbnga^(rTpkg^)

100 13D 2X1

146 bod

- «Cl 146bcd

105ccfe

I Teste F 16,14"I Cbef. Var. 24,44%

Hcresta-1

Fero (rrgkg^)

1030 bc

Fbstagsm-1

Sítio-1 ■:iU;ru.v-, 773afe

Capceira-1 EH!HHE^511e

Figura 5 Teores de zinco, cobre, manganês e ferro em solos sedimentares sob diferentessistemas de uso da terra, nas áreas de várzea alta da calha dos riosSolimões/Amazonas, Amazônia Central

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t)

^ Embora haja muito cobre no solo para o crescimento vegetal, há diferenças

# significativas entre os sistemas e, a floresta preserva os maiores teores deste elemento, em

níveis significativamente superiores (P<0,01) que os demais sistemas de uso do solo

estudados. A constatação de que há teores significativamente maiores de cobre na floresta

amostrada, comparada aos outros sistemas, sugere que novas pesquisas precisam ser

^ realizadas nas florestas da várzea alta para verificar a variabilidade destas informações.

9 Confirmando a tendência observada para zinco e cobre nos solos da várzea alta, os

® níveis de manganês nestes solos também se apresentaram com valores bastante elevados,

superiores a 35 mg kg'^ considerados por Cochrane et al. (1985), como suficientes para o

desenvolvimento de plantas tropicais. Mesmo sendo níveis altos, no sítio-1 (com cupuaçu e

cacau), na área de mata, no sítio-2 (seringal) e na roça-2 (milho), os teores de Mn no solo

^ foram superiores a outras roças e sítios amostrados nesta pesquisa (Figura 5). Desse modo

pode-se considerar que os teores de manganês no solo variam entre sítios e entre as roças

estudadas. Foi observado que os teores de manganês na capoeira e pastagem situaram-se

em níveis intermediários nos diferentes sistemas de uso da terra estudados.

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m

m

#

m

# Os teores de manganês nos solos da várzea altas estão situados muito acima do teor

m

m

m

considerado adequado para a maioria das culturas (Malavolta & Klieman, 1985), e são bem

superiores aos teores encontrados em área de terra firme (Silva, 1996). Próximo a Manaus,

em um Latossolo Vermelho Amarelo, os teores médios de manganês foram de 1,80 mg kg'^

(ü em áreas de floresta (Laurance et al., 1999).

#/ Por fim, os níveis de ferro encontrados nos solos da várzea alta foram extremamente

elevados. Os menores teores de ferro encontrados na capoeira-1, foram 6,4 vezes maiores

que o valor de 80 mg kg'^ proposto por Cochrane et al. (1985), para interpretar adisponibilidade de ferro no solo (Figura 5). Sob esse prisma, nos sistemas de uso do solo de

^ floresta e de sítios, onde foram encontrados os maiores valores de ferro, estes foram 17,3 e

16,0 vezes, respectivamente maiores que o limite estabelecido para interpretar a

disponibilidade deste elemento.

Os dados demonstram que a disponibilidade de micronutrientes nos solos da várzea

^ alta é bem superior aos limites estabelecidos por tabelas convencionais de interpretação da

1^'

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0)

fertilidade do solo. Os maiores teores de micronutrientes encontrados em áreas sob

cobertura de floresta, sugerem que os sistemas de produção de maneira geral neste

36

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ambiente, sejam os sítios, roças, capoeira ou pastagem, de algum modo extraem esses

elementos do solo pela remoção da produção (extração por cultivos), ao passo que a

floresta os preserva. Considera-se também, que as práticas agrícolas de maneira geral,

como a queima da vegetação, favorecem processos de erosão e perda de nutrientes, por

remover temporariamente a cobertura vegetal do solo. No ambiente da várzea, perdas

significativas de solo também são identificadas com as inundações regulares dos rios, que

resultam em desbarrancamento e modificação da geomorfologia a nível local, com

conseqüente alteração das margens mais sujeitas a ação das águas.

Num estudo feito no Lago do Arroz, no município do Careiro da Várzea, as

menores concentrações de ferro ocorreram quando o lago estava em seu maior nível de

inundação, e as maiores concentrações quando o nível da água estava baixo (Lopes, 1986).

Isso pode, possivelmente, explicar os teores elevados de ferro encontrados.

Na Figura 6, encontra-se representada a participação média de cálcio magnésio e

potássio na soma de bases do solo, onde verifica-se que o cálcio é o elemento

predominante, com 72% de contribuição para a soma de bases, o que está próximo das

proporções citadas nos trabalhos de Malavolta (1976) e Tomé Jr. (1997).

Fbtássio

4% Magnésio

24%

Cobre

1% Manganês

X 15%

Figura 6 Participação média do cálcio, magnésio e potássio na soma de bases, e relaçõesentre micronutrientes, nos solos da várzea alta, na calha dos riosSolimões/Amazonas, Amazônia Central.

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•0 Entre os micronutrientes, o ferro é os elementos mais abundantes, estimando-se

# proporcionalmente em relação aos outros micronutrientes, os seus teores no solo em 83 %.

® Foi também observado que dentre os macronutrientes catiônicos, o magnésio é o segundo

® elemento mais importante, o mesmo podendo ser verificado para o manganês entre os#^ micronutrientes.

^ 4.4. Avaliação das características da fertilidade natural em diferentes sistemas de uso da

® terra nas áreas de várzea baixa da calha dos rios Solimões/Amazonas,ID

m^ Nove sistemas de uso da terra foram prospectados para a várzea baixa, sendo seis

# áreas de cultivos caracterizadas como roças, duas áreas de capoeira e uma área de

pastagem. Todos as determinações efetuadas para os teores de cálcio na várzea baixa

situaram-se acima dos índices convencionais de fertilidade do solo (Figura 7) e no sistema

de Roça-4, onde a exploração era praticada com o consórcio de milho e melancia, onde os

# menores valores de cálcio foram observados, existia o dobro do limite estabelecido por

Cochrane et ai (1985) como suficientes para o cálcio (Figura 7). Entretanto foram

verificadas diferenças significativas entre os sistemas estudados (P<0,01), de modo que nas

Roças-5 e 2 os níveis de cálcio foram superiores aos da roça-4, identificando diferenças nos

teores de cálcio no solo das roças. Os teores de cálcio encontrados na roça-5 foram

^ significativamente superiores (P<0,01) que os presentes na pastagem e nas duas capoeirasestudadas.

A disponibilidade de magnésio nos solos da várzea baixa também os credencia

como de alta fertilidade natural, pois todos os valores são superiores aos propostos por

0b Cochrane et ai, (1985), para estabelecer os limites de suficiência para este elemento.m Entretanto, flutuações no ciclo de inundação, qualidade e quantidade dos sedimentos

adicionados ao solo, permitem estabelecer diferenças entre os sistemas de uso aqui

investigados. Concordando com os valores observados para o cálcio, na roça-5, localizada^ em Manacapuru e ocupada com macaxeira cultivada por 4 meses em área preservada como^ capoeira por alguns anos e em seguida submetida a corte e queimada recente da cobertura^ vegetal, aumentou os maiores teores de magnésio no solo, superiores significativamente às

#

m

m

m

m

m

m

m

m

^ 38

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TesteFSlíCr

0:]d=.\a-.12S1%CâdoíQrdcl^')

(f) C&xara-1

Teste F29,18"

Cbef. var. 13,61%FbtássioíCmoIckg )

TesteF51,5r

ODsf. vsr. 10,08%

IVfegTésioíQTdckg")

Roça5

Roça-1

Roça-2

Ftefa^m-1 ^ -

■ r !Bii3.7b

-"H3.5b

o FcçaA 33 b

ê. Ccpoara-1 ^maita^iwsgsagas^ggi 28 cRDÇa6

Csçoãra-2 m

R3ça3 gae^igi';^2,1d

Teste F 85,21**

Còef.var. 11,70%Rsforo (mg kg")

11104,5 ab

RDça-2

Cspoeira-1

i 49,8 d

42,7 d

Fifiura 7 Teores de cálcio, magnésio, potássio e fósforo em solos sedimentares sobdiferentes sistemas de uso da terra, nas áreas de várzea baixa da calha dos nosSolimões/Amazonas, Amazônia Central

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A áreas de capoeira e pastagem aqui investigadas (Figura 7). Os dados também demonstram

# uma variação significativa do magnésio entre os sistemas de roças estudados.

® O potássio presente em solos da várzea baixa apresentou-se em níveis elevados ou

® medianos conforme o critério de interpretação da análise do solo proposto por Cochrane et^ ai, (1985), que estabeleceu o limite de 0,30 cmolc kg , para separar as classes mediana e^ alta para este elemento. Por este critério de interpretação, nas roças 3 e 6, ocupadas com a

# produção de couve e milho, respectivamente, os teores de potássio presentes no solo

® foram considerados somente como medianos, sendo elevados nos outros sistemas de uso

do solo aqui observados (Figura 7). Os dados demonstraram que nas capoeiras os teores

de potássio foram considerados altos quando os sistemas de uso do solo são comparados,

H possivelmente demonstrando o potencial restaurador das capoeiras no manejo do solo da

# várzea baixa sob o prisma da disponibilidade do potássio no solo. Por outro lado, uma

capoeira na várzea baixa provavelmente já sofreu várias enchentes o que se relaciona

com novas deposições de sedimentos, o que também contribui para a manutenção do

#

m

m

#H potássio nestes solos. Entretanto, Victoria et al. (1989), estudando solos da várzea

# próximos a Manaus, na calha dos rios Solimões e Amazonas, registraram uma variação

^ na disponibilidade deste elemento ao longo dos rios, o que significa que a disponibilidadeÜ'

de potássio deve ser considerado nas análises de solo da várzea.

^ Os teores de fósforo nos solos da várzea são elevados, comparados a outros

ecossistemas da Amazônia, o que permite uma expressão plena do desenvolvimento

^ vegetal, já que esse elemento, juntamente com o nitrogênio, é um dos mais limitantes na

região tropical. Entretanto, os dados demonstraram que há diferenças significativas nos

níveis de fósforo entre os sistemas de uso dos solos aqui estudados, de modo que há

bastante variação deste elemento químico entre roças, mas também entre capoeiras (Figura

m

m

0?

0

0^ 7). Assim, na capoeira-2, prospectada no município de Itacoatiara, com árvores de 15 m e

15 anos de idade os maiores valores de fósforo foram constatados, ao passo que, na

capoeira-1, coletada em Silves, com a presença de espécies pioneiras com 8 anos de idade

os menores valores de fósforo foram determinados. Entre as roças, as diferenças nos teores

de fósforo também foram significativas, variando com o local e o tipo de sistema de

produção encontrado. Os resultados para a Capoeira-1 concordam com o trabalho Corrêa &

#.

0

0

0

0

0

0

40

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•0 Bastos, (1982), que em um estudo em várzea baixa, no município de Barreirinha,

9 verificaram o teor mínimo do fósforo nas capoeiras.

® As determinações de carbono para solos da várzea baixa da calha dos rios

® Solimões/Amazonas demonstraram que na maioria dos sistemas visitados os teores de#^ carbono são baixos, e somente medianos no sistema de pastagem, Roça-1 e Capoeira-2,^ demonstrando que os níveis de matéria orgânica no solo podem variar entre os sistemas. Se

9 os níveis de carbono (e matéria orgânica) no sistema de produção dos cultivos temporários

® é baixo, como indicado na Figura 8 onde cinco dos sistemas de roça tem baixos níveis de

carbono, isso parece indicar que técnicas agronômicas precisam ser adotadas para permitir

um maior aporte de matéria orgânica aos sistemas,

m Os teores de carbono encontrados em solos da várzea nesta pesquisa foram

® inferiores aos encontrados em outros solos originários de sedimentos terciários do grupo

barreiras. Somente na pastagem, os teores são próximos aos das capoeiras e florestas

(Teixeira & Bastos, 1989; Martins & Rangel, 1990). Num estudo na Ilha de Abaetetuba, no

#

m

#

0 Pará, as variações entre os teores de carbono, nitrogênio e fósforo, foram atribuídos mais ao

9 efeito das inundações do que ao efeito do cultivo (Zarin et al, 1998). O presente estudo

® mostra que na região estudada, o efeito do uso da terra, em adicional ao regime deimmdação, sobre a disponibilidade de nutrientes no solo, é importante.

Deve-se considerar que o nitrogênio entra no solo junto com a matéria orgânica

(P) (Marschner et a/., 1990), portanto baixos níveis de carbono no solo significam também

9 baixos níveis de nitrogênio, e dos sistemas amostrados o solo sob pastagem foi o que

apresentou a maior média deste elemento no solo (Figura 8).

Além da ciclagem de nitrogênio através de gramíneas, o solo de várzea pode ter

adição de nitrogênio pela fixação de nitrogênio atmosférico nas leguminosas que habitam

9 as várzeas da Amazônia (Salati et a/., 1983). Em todas as unidades de produção familiar9

9

9^

9

m

m

m

9

9

9

9

amostradas foi observado que os agricultores não fazem uso das leguminosas, e não tem o

conhecimento do benefício dessas espécies como fomecedoras de nitrogênio para as

plantas. Nesse sentido, é importante fazer um levantamento da ocorrência nessas áreas de

componentes dos sistemas de produção em área de várzea.

9 espécies de leguminosas com potencial fixador de nitrogênio para serem utilizadas comom

9.

9

9

9

9

9:

9

9

9

41

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TesteF4ei72*

Cb^. va*. 1(133%C&ixno(®/d

2 (^nara-l

Teste F61,16"

Còef. var. 21,74%/^umínio(Cmolckg"^)

TffiteF%45"

Ctef.va-.et42%j

Fàsts^ml

Ntrogêriof/cJ

0,05 0,1 0,15 QZ

C^pcelra-1

% R^çae" «

O Cípoara-2

|O.Oebc

ii{ií^railO,07bc

« R:jça4 ̂

Cbeí. var. 3,71%

Si 0.06 od

H0.05de

■ 0.05de

10,01-6

C^poeira-1

« F^tagem-1

|2,35ab

R)ça-6 10,11 d

(;:apoeira-2 ^0,10 d

RDça-6 I

Ftoça-3 I

Fbstagemi 1

■g C^ra-2 io R3ça-5 1

w R:ça4 i

R)ça-2 E

Cfepoara-1

B5,83ab

5,73 bc

jfiaaawãi 5.54 bod

M5.44cde

H 5,34 de

5,20 ef

BB 4.97 fq

|4.71g

Figura 8 Teores de nitrogênio, carbono, alumínio trocável e valores de pH, em solossedimentares sob diferentes sistemas de uso da tera, nas áreas de várzea baixa dacalha dos rios Solimões/Amazonas, Amazônia Central.

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Os dados sugerem que consórcios do tipo milho x feijão ou o uso de leguminosas

9 herbáceas anuais, nativas ou cultivadas, nestas áreas, parecem ser uma opção desejável para

aumentar as concentrações de carbono e nitrogênio nos solos da várzea baixa. Estes

resultados reforçam a hipótese de que os teores de nitrogênio são um dos principais fatores

limitantes para a produção primária na várzea, tanto na fase terrestre como na fase aquática

# (Junk & Piedade, 1997). Em áreas de terra firme, a concentração do nitrogênio é maior. Por

9 exemplo, em latossolo amarelo em áreas de florestas (Manaus-Boa Vista), o teor de

nitrogênio variou entre 0,10 a 0,21 (Teixeira & Bastos, 1989).

As observações feitas sobre a fertilidade dos solos da várzea baixa, mostraram que

H em alguns sistemas o alumínio pode apresentar-se no solo em níveis de toxidez, como foi

9 observado na capoeira-1, roça-2 (coletada em Silves com feijão) e na roça-5 (Manacapuru,

com macaxeira). O alumínio também estava em alguns sistemas em concentrações

medianas, como na Roça-1 e 4 e no sistema de pastagem (Figura 8), indicando que é

#

m

m

m

m

9'

m

^ importante monitorar a concentração de alumínio dos solos da várzea baixa porque este

# elemento varia bastante em sua atividade nas roças e capoeiras. Os valores excessivos de

9 alumínio no solo da várzea baixa se assemelharam aos encontrados na maioria dos solos da

terra firme. Em latossolos e podzólicos. Alfaia (1988), observou que o alumínio nos solos

variou entre 2,4 e 1,10 cmolckg"' nas camadas superficiais.

(H) Aparentemente o pH do solo da várzea baixa é mais ácido do que o da várzea alta,

9 porque neste ambiente foram identificados pelo menos dois sistemas com acidez do solo

9 elevada como a Capoeira-1 (Silves, 8 anos) e a Roça-1 (Iranduba, malva), onde o pH do01^ solo foi inferior a 5,0, relacionando-se inversamente com os níveis de alumínio que foram0

elevados e medianos, respectivamente nestes dois sistemas (Figura 8). Estes valores de

0 acidez se assemelham aos encontrados na maioria dos solos de terra firme, e em Latossolos

Amarelos da Amazônia Central o pH varia entre 4,0 e 4,5 (Ferreira et al., 2001), valores

estes muito próximos aos solos mais ácidos da várzea baixa. Foi verificado que a acidez do

solo varia entre as roças e em algumas delas, como a Roça-6 (Silves, cultivada com milho),

0 os níveis de acidez do solo são fracos, ou considerada baixa acidez por Cochrane et al.

^ (1985). Ferreira (1993), sugere que a respiração anaeróbia poderia estar contribuindo para o

0

0

0

0'

0

0

0

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0

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43

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Teste F7,42**

Cb^. var. 27,24%Znco (mg kg

mwi£ à»t I «a

C&poeira-2

7,7 bc

TesfeF5,73**

Qoef. vsr. 19,84%

R^1 ̂

R]Çch6 S

Cãpoara-1 H

Rça^ ■

o C&po0ra-2 B

S RDça-2D

l\/fenganês (mg kg'^)

O 100 150 200 250

Ml91ab

g] 178abc

gI169bc

160 bc

Teste F 15^82"

Cbef. var. 24,16%Ferro (nngl^"'')

Cfepoara-I ywa.cgHfe<awr.<«.t^.n

Rx;a-2

■§ FbÇa4 w

1107i

|850bc

il839bc

Rça-õ I

R]ça4 I

Fbstggmrl i

iswi' ."1156 bc

BS1144 bc

o Fbça-5

m F&sta^l

Qsçcár&2

R3ça-5

R:ça6

R]ça^

Figura 9 Teores de zinco, cobre, manganês e ferro, em solos sedimentares sob diferentessistemas de uso da terra, nas áreas de várzea baixa da calha dos riosSolimões/Amazonas, Amazônia Central.

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dos rios.

aumento

m

m

m

m

m

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#

#

m

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m

#

m

0^

m.

m

m

da acidez dos solos das várzeas, principalmente naqueles próximos as margens

• Os teores de micronutrientes zinco, cobre, ferro e manganês também foram

investigados na várzea baixa e estes elementos se apresentaram em alta concentração nestessolos, bem acima dos teores encontrados nos solos de terra firme da Amazônia.

O zinco, nos sistemas de uso da terra da várzea baixa, como já descrito, apresentou-

se em níveis elevados, existindo, entretanto diferenças significativas (P<0,01), nos teores^ deste elemento nos diferentes sistemas amostrados (Figura 9). Como pode ser verificado, os* teores de zinco no solo pode variar bastante entre os sistemas de roça, de modo que na

Roça-1 foram encontrado o nível mais elevado, e na roça-6 os teores mais baixos.Nas capoeiras os níveis deste elemento se mantêm medianos dentro do conjunto geral dos

# sistemas.

# Os níveis de cobre do solo da várzea baixa revelam a alta fertilidade relacionada a

esse elemento essencial para as plantas, contudo, mais uma vez os resultados apresentadosdemonstram que os teores deste micronutriente podem variar entre os sistemas de roça, mastambém nas capoeiras (Figura 9). Foi observado que assim como para o alumínio e ofósforo, os extremos de cobre no solo estavam presentes nas duas capoeiras pesquisadas, e

• assim, nos sistemas da capoeira-1 (Silves, 8 anos) havia significativamente mais cobre quena Capoeira-2 (Itacoatiara, 15 anos). Os teores de Cu encontrados nas várzeas no estudo,foram superiores aos encontradas em solos da Ilha do Careiro em sistemas agroflorestais(Alfaia & Falcão, 1993). Os autores observaram maiores teores de Cu na várzea baixa doque na várzea alta, e relacionaram isso à deposição de sedimentos nas várzeas baixas.

Os teores de manganês no solo da várzea baixa, assim como nos da várzea alta,foram considerados como muito elevados bem acima dos limites estabelecidosconvencionalmente como suficientes para o desenvolvimento das plantas. Mais uma vez,como verificado para todos os atributos químicos do solo investigados nesta pesquisa,houve diferenças significativas para o manganês entre os sistemas de uso do solo visitados(Figura 9). Os maiores teores de manganês foram constatados na Roça-1, e, na posiçãomais extrema foi verificado que na pastagem os níveis deste elemento foram os menores,quando comparamos os sistemas estudados. Observa-se que na pastagem havia também os

45

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0 maiores teores de carbono, o que pressupõe uma relação inversa entre estes dois

# componentes da fertilidade do solo.

« Finalmente, os níveis de ferro no solo da várzea baixa podem ser considerados

como extremamente elevados, variando significativamente entre os sistemas de roça e

capoeira aqui investigados (Figura 9). Os dados demonstraram que na roça-3, cultivada

^ com couve, em Itacoatiara, havia 7,2 vezes mais ferro que limite considerado suficiente

c para o desenvolvimento vegetal por Cochrane et al. (1985), e na Capoeira-1, os valores de

® ferro no solo foram 16,6 vezes mais elevados do que estes limites.

Os compostos de manganês e ferro, quando envolvidos em reações de oxido

redução, caracterizadas pelos ciclos de inundação e secagem dos rios, têm sua solubilidade

H na água aumentada em condições redutoras, dependendo da natureza do solo, podendo até

# mesmo alcançar níveis de toxidez para o ferro. No entanto, não se conhece toxicidade deste

® elemento em condições de inundação (Freire & Novais, 1980; Sanchez et al., 1982).^ Concordando com os dados obtidos para a várzea alta, a participação média de^ cálcio, magnésio e potássio na soma de bases do solo praticamente não variou entre os

# sistemas e o Ca, Mg e K, apresentaram-se nas várzeas baixas com 73%, 24% e 3%,

^ respectivamente, de participação (Figura 10). Outros trabalhos têm demonstrado que o Ca,A

Mg e K não são limitantes nos solos de várzea (Furch & Junk, 1997; Oliveira et al, 2000;

Cravo et al, 2002). Esses valores de Ca e Mg são superiores aos encontrados em solos

# muito férteis de São Paulo como os Nitossolos (Terra Roxa Estruturada), que tem teores de

^ Ca e Mg de 3,0 a 5,0 cmolc kg"\ Porém, os valores de K nos solos de várzea amostradosapresentaram-se inferiores aos observados nos solos de Terra Roxa Estruturada (Gargantini

etal, 1971).

m

m

m

#

m

m

m

m

m

#

^ o mesmo resultado pode ser aplicado para a proporção da soma dos

micronutrientes, onde o ferro presente nos solos da várzea alta comparada a várzea baixa

variou em sua concentração de 83% (Figura 6) a 81% (Figura 10), para os outros elementos

# pequenas variações foram identificadas, e o cobre, por exemplo, passou de valores menor

^ que 1 na várzea alta para 1% na várzea baixa.

m

m

o

0

0

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Fbtássio

3% N^giésio

24%

Figura 10 Participação média do cálcio, magnésio e potássio na soma de bases, e relaçõesentre micronutrientes, nos solos da várzea baixa, na calha dos riosSolimões/Amazonas, Amazônia Central.

Preservando-se a biodiversidade natural da vegetação que ocorre nestas áreas, o

grau elevado da fertilidade do solo indica que em pouco tempo pode haver uma exploraçãomais intensa desses recursos. Atualmente os sistemas de uso da terra na calha dos rios

Solimões/Amazonas, consideram essas diferenças entre a várzea alta e baixa, na medida em

que reservam para a várzea alta sistemas perenes como os sítios, ou as pastagens comcapins introduzidos (capim brachiária), além do manejo da agricultura pelo revezamentodas áreas agrícolas no sistema de corte e queima da vegetação, e exploração seguido dopousio ou formação de capoeiras naturais.

Nas várzeas baixas, o uso do solo é caracterizado pela exploração temporária,

relacionada com o plantio e manejo de cultivos anuais. As pastagens exploradas nestes

locais são caracterizadas pela presença de espécies espontâneas como o capim canarana ou

capim membeca (Paspalum repens), além de leguminosas nativas. Nestes locais, adescontinuidade do cultivo em certas áreas, está relacionada com a formação de capoeiras

de diferentes idades, mas que também os sistemas de uso do solo.

Algumas das atividades de exploração das várzeas incluem os dois ambientes, e

nestes locais foi verificado que na época seca a bovinocultura é praticada nas várzeas

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^ baixas onde as pastagens naturais são verificadas ou o sistema de "marombas" é praticado,

0 ao passo que na estação chuvosa, o gado é deslocado para os pastos permanentes da várzea

® alta. Nestes locais, as roças também são manejadas com maior intensidade conforme os

ciclos de enchimento e vazante dos rios.

A pesquisa científica praticada nestas áreas ainda é incipiente e exploratória, e serão

^ necessários muitos estudos para obter uma informação clara da dinâmica de nutrientes

# nestas áreas de solo fértil da Amazônia.

^ 4. 5. Avaliação das características da fertilidade natural do solo em diferentes sistemas

^ de uso da terra por município amostradom

® A avaliação da fertilidade natural do solo foi efetuada nos diversos sistemas de uso#

da terra em uma mesma localidade considerando a média das três profundidades, de O a 40

cm. Nesta abordagem, foram avaliados os municípios onde foram amostrados sistemas de

uso da terra igual ou acima de quatro. Em três dos municípios, Manacapuru, Itacoatiara e

Silves os valores de pH variaram respectivamente de 5,86 a 4,80; 5,01 a 6,28 e 5,46 a 6,01

(Tabela 6). Foi verificado que, de maneira geral, os valores de pH foram maiores nas roças

do que nas florestas e capoeiras, sugerindo que o principal fator para elevação do pH nestes

sistemas de uso do solo é devido ao processo de queima da vegetação através da ação das

cinzas.

Os teores de Al trocável variaram de 0,05 a 2,71 cmoU kg'^ em Manacapuru, de 0,03

a 2,19 cmolc kg'' em Itacoatiara e de 0,05 a 1,07 cmolc kg"' em Silves. Nos três municípios

as concentrações de alumínio foram significativamente mais elevadas nas áreas de florestas

e capoeira, mostrando que nos outros sistemas de uso da terra, a derruba queima da

vegetação diminui a concentração de alumínio no solo, conforme tem sido observado em

solos de outros locais da Amazônia (Sanchez et al, 1983; Smyth & Bastos, 1984).

Conforme discutido nos itens anteriores, os cátions básicos trocáveis cálcio e

magnésio, foram encontrados em maiores quantidades ao longo da calha. O Ca^ variou de8,0 a 17,04 cmolc kg'' em Manacapuru, de 7,01 a 9,54 cmolc kg"' em Itacoatiara e de 8,92 a

0,. 10,55 cmolc kg"' em Silves. Os dados demonstraram que, dentro de uma mesma localidade,

^ a variação da concentração desse nutriente nos diferentes sistemas de uso da terra foi

pequena. Por outro lado, os teores de magnésio trocável variaram de 2,42 a 5,70 cmolc kg

0

0

48

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# em Manacapuni, de 1,82 a 3,55 cmolc kg'^ em Itacoatiara e de 1,66 a 3,75 cmolc kg em^ Silves. De maneira em geral os valores observados em áreas de florestas e capoeiras foram

® mais elevados do que nos outros sistemas amostrados.

^ Os teores de potássio variaram de 0,45 a 0,69 cmolc kg em Manacapuru, de 0,18

• a 0,60 em Itacoatiara e de 0,18 a 0,35 cmolc kg'^ em Silves. As concentrações observadas® nos sítios se situaram dentro dos valores considerados médios e foram significativamente

menores do que as concentrações de potássio nos outros sistemas de uso da terra, onde os

valores foram altos (Cochrane et ai., 1985).

® A abordagem comparativa dos municípios permitiu a observação de uma variaçãonos teores de magnésio e potássio ao longo da calha, entre Manacapuru e Silves, cujas

concentrações decresceram acentuadamente. Entretanto, observando-se a disponibilidadeH (je cálcio no solo, essa variação foi menos acentuada. Estes dados concordam com um

® estudo realizado nos solos de várzea baixa do canal principal dos rios Solimões/Amazonas

e seus principais tributários, a partir da região do Alto Solimões (Amazonas) até a região deÓbidos (Pará), onde os autores demonstraram que a concentração de cátions ao longo dacalha decresceu rio abaixo (Vitória et ai, 1989). Possivelmente, as razões prováveis para

essa redução na concentração de nutrientes ao longo da calha incluem: (1) Uma diluiçãoH águas provenientes dos Andes com a mistura destas com as águas de regiões com

formações geológicas pobres em nutrientes; (2) O intemperismo dos sedimentos catiônicosao longo do transporte pelo rio; e, (3) A captura e absorção dos nutrientes pela vegetação

# natural das áreas de várzea (Zarin, 1999).

Na maioria dos solos analisados os teores de fósforo foram considerados como de

medianos a elevados e variaram entre 16,63 e 122,78 mg kg' em Manac^uru, de 30,6 a# 136,7 mg kg' em Itacoatiara e de 43,3 a 127 mg kg' em Silves. Foi observado que# geralmente os teores de fósforo foram maiores nas roças e significativamente menores nas

áreas de florestas e capoeira.

*

#

#

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m

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m

m

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m

49

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Tabela 5 - Valores médios de pH em água e concentrações de Al, Ca, Mg, K, C, N, P. Zn, Cu, Mn e Fe, em diferentes sistemas de uso da tetra em

Unidade de

Paisagem

Uso da

TerrapH

Al Ca Mg K C N

Manacapuru

V. Alta Floresta 4,90 b 2,71 a 12,89 b 5,70 a 055 ab 0,99 a 0,14 a

V. Alta Capoeira 4,80 b 2,10 a 13,11 b 5,28 a 0,69 a 0,82 a 0,10 b

V. Alta Roça 1 5,86 a 0,05 c 17,04 a 3,85 ab 0,45 b 0,43 b 0,06 c

V. Baixa Roça 2 5,62 a 0,14 b 8,00 c 2,42 b 0,55 ab 0,36 b 0,04 c

Média- 5,30 1,25 12,76 4,31 0,56 0,65 0,09

CV (%) 4,02 39,53 17,21 35,44 19,66 42,98 27,84

Itacoatiara

V. Baixa Capoeira 5,01 d 2,19 a 9,47 a 3,55 a 0,23 de 0,91 a 0,07 a

V. Alta Sítio 5,91 bc 0,19 b 7,01 b 1,82 d 0,18 e 0,52 b 0,03 c

V. Alta Roça 1 6,28 a 0,07 b 8,62 a 2,31 c 0,60 a 0,96 a 0,06 ab

V. Alta Roça 2 6,08 ab 0,10 b 8,73 a 2,62 bc 0,50 bc 0,96 a 0,06 b

V. Alta Roça 3 5,96 abe 0,12 b 9,54 a 2,74 b 0,56 ab 0,85 a 0,07 ab

V. Baixa Roça 4 5,72 c 0,03 b 8,44 a 2,49 bc 0,45 c 0,73 ab 0,06 bc

V. Alta Pastagem 1 5,82 bc 0,07 b 8,51 a 2,59 bc 0,28 d 0,70 ab 0,04 bc

Média 5,90 0,08 8,81 2,61 0,45 0,81 Média

CV (%) 3,83 38,67 9,58 9,93 14,48 24,53 25,87

Zn Cu

mg kg"^

Mn Fe

11,35 b 7,14 b 163,2 b 1428,7 ab

11,94 b 9,96 a 254,3 a 1583,7 a

14,18 a 6,78 b 223,6 a 1117,1 b

11,01b 6,68 b 238,5 a 1237,3 ab

12,12 7,64 219,9 1341,7

10,85 14,59 19,44 22,11

7,90 a 5,26 a 123,4 cd 827 a

4,98 b 2,53 d 94,1 e 447,2 b

7,90 a 3,41 c 132,8 bcd 668,3 a

8,22 a 3,25 cd 116,2 de 690,9 a

7,88 a 3,82 bc 155,5 a 838,4 a

7,94 a 4,28 b 147,4 ab 425,2 b

7,25 a 3,71 bc 144,6 abe 777,0 a

5,81 0,25 9,38 2,23

12,75 14,01 11,78 22,56

16,63 c

52,20 b

120,65 a

122,78 a

78,08

14,89

30,6 b

136.7 a

117.8 a

109.2 a

110,5 a

116.3 a

100.4 a

34,05

Silves

590,0 b105,1 c5,44 b 4,63 a43,3 e0,96 a0,84 a0,26 b3,75 a10,55 a

9,29 ab

10,0 ab

8,92 b

9,29 ab

9,3810,56

1,07 a

0,09 bc

0,49 b

0,05 c

0,35 bc

0,2572,54

5,46 bCapoeira

Sitio

Roça 1

Roça 2

Roça 3

V. Baixa 425,2 c103,8 c5,91 ab111,9b0,73 a2,10 c6,01 aV. Alta 522,6 bc160,6 b6,51 a 4,26 a0,73 a0,29 b2,62 b5,57 bV. Baixa 807,5 a3,53 b 213,1 a6,30 a127,0 a0,54 b0,23 bc1,66 d6,11 aV. Baixa 469,1 c3,34 b 85,3 c6,22 a85,3 c0,09 a0.80 a0,35 a2.55 b5,56 bV. Baixa

Media

CV (%)

ns - não significativode 1% de probabilidade {P<0,01);entre si no nívelcolunas não diferemseguidas da mesma letra nasMédias

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Foto 1. Aspecto da roça (3), implantada um mês após a derruba e queima deuma capoeira de oito anos (ao flmdo)^ no município de Silves (Região doMédio Amazonas).

Foto 2. Aspecto da capoeira de oito anos, amostrada no município de Silves(Região do Médio Amazonas).

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^ No município de Silves, a roça 3 (Foto 1) foi implantada logo após a derruba equeima de uma parte da capoeira de 8 anos (Foto 2) cuja amostragem foi também efetuada

• nesse município. Os resultados da Tabela 5 mostraram que a concentração de fósforo

aumentou de 43,3 mg kg'^ na capoeira para 85,3 mg kg"^ na roça 3. Esse aumento

significativo está relacionado com a adição das cinzas ricas nesse nutriente, provenientes da

queima da vegetação, o que também pode ser observado para o potássio.

Nos três municípios aqui avaliados, os teores de carbono variaram de baixos a

medianos, segundo os critérios de Cochrane et al, (1985). Nestas áreas, os teores de

carbono situaram-se entre 0,43 a 0,99 %, 0,52 a 0,96 % e 0,54 e 0,84 %, respectivamente.

t

0 para Manacapuru, Itacoatiara e Silves. Foi evidenciado que há um efeito acentuado do uso

% da terra sobre os teores de carbono presentes no solo, cujos valores obtidos foram mais

elevados nas áreas de florestas e capoeiras, situação em que o sistema solo x planta

apresenta-se em processo de recuperação.

Assim como foi observado para o carbono o nitrogênio também apresentou baixos

# teores na maioria das áreas amostradas, variando de 0,04 a 0,14 % em Manacapuru, 0,03 a

® 0,07 % em Itacoatiara e 0,04 a 0,96 % em Silves. Considerando que nesse ecossistema, os

principais nutrientes do solo estão presentes em quantidades adequadas, conforme

salientado anteriormente, o nitrogênio parece ser o principal nutriente limitante da produção

*

% nessas áreas (Cravo et ai, 2002; Alfaia et ai, 2004).# Os teores de micronutrientes analisados de maneira em geral variaram pouco nos

^ diferentes sistemas de uso da terra analisados e situaram-se muito acima do nívelconsiderado alto. Assim como observado para os cátions básicos, também a concentração

dos micronutrientes analisados decresceu ao longo da calha, entre os municípios de

Manacapuru a Silves.

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# 5. CONCLUSÕES

1. Nos solos de várzea alta, a distribuição de atributos químicos (K, P, Mg, pH, Al,

Fe, Mn, C, N, Zn, Cu), considerando-se as camadas de 0-10,10-20 e 20-40 cm, apresentam

pouca variação, exceto para o cálcio, que se encontra em maior concentração na camada

^ superficial do solo.

% 2. Nos solos da várzea baixa, os ciclos anuais de inundação foram relacionados com

® a distribuição de nutrientes nas camadas, e, os cátions básicos Ca, Mg, K, Cu e Znaumentam com a profundidade das camadas, ocorrendo também uma elevação da acidez do

solo e dos níveis de Al^"^. Para o C, N e P, entretanto, verificou-se um padrão inverso, e

^ estes são mais disponíveis nas camadas superficiais do solo. Foi também demonstrado que

♦ Fe e Mn distribuem-se irregularmente nas camadas do solo.® 3. Na várzea alta, os macro e micronutrientes apresentam-se em altas concentrações

nos solos, destacando-se a floresta como um sistema que preserva os níveis de C, N, Mg,

Cu, Zn, Mn e Fe. Entre as roças e os sítios, há variações significativas nos teores de

# nutrientes. Embora a floresta mantenha níveis elevados de fertilidade, neste ambiente

® também pode ser verificado acidez elevada e valores tóxicos de Al^"^.® 4. Na várzea baixa, há também níveis elevados de nutrientes, incluindo Ca, Mg, P,(d0 K, Cu, Zn, Fe e Mn, entretanto, para a maioria dos sistemas, houve diferenças na

concentração destes elementos entre as roças e entre as capoeiras. Na maior parte dos

• sistemas de uso da terra estudados, os níveis de C e N no solo foram baixos confirmando

que o N é um dos principais nutrientes limitantes para a produção agrícola em área devárzea na Amazônia.

5. Na soma das bases de solos da várzea alta e baixa, verificou-se que o Ca teve

• predominância sobre os outros cátions macronutrientes, e entre os micronutrientes o Fe foi® o elemento mais abundante.

* 6. Nos ecossistemas de várzea alta e baixa estudados, as concentrações dos cátions0 básicos (Ca, Mg e K) e dos micronutrientes (Cu, Zn, Mn e Fe), presentes nas camadas de• solo ao longo da calha Manacapuru/Silves, decresceu rio abaixo, demonstrando que quanto• mais as localidades se distanciam da nascente do rio, reduzem-se os teores disponíveis no

^ solo para estes nutnentes.

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• 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS#

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8. ANEXOS

Tabela 6 - Informação sobre a análise de variância (ANOVA) dos elementos químicos do solode várzea alta na região do Baixo SolimÕes e Médio Amazonas, Amazônia Central.

Elementos Químicos/fatores G.L. s.o. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 453,322 50,369 17,693 **

Ca Fator B (Profundidade) 2 31,092 15,546 5,461

Fator AxB 18 662,450 36,803 12,927 **

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 79,734 8,859 8,201 **

Mg Fator B (Profundidade) 2 1,609 0,804 0,744 NS

Fator AxB 18 77,839 4,324 4,003 **

Elementos Químicos/fatores G.L. S.Q. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 2,437 0,271 36,017 **

K Fator B (Profundidade) 2 0,011 0,005 0,722 NS

Fator AxB 18 2,597 0,144 19,194

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 8,283 0,920 16,781 *>K

AI Fator B (Profundidade) 2 0,044 0,022 0,407 NS

Fator AxB 18 13,976 0,776 14,157 **

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 16,068 1,785 38,849

pH Fator B (Profundidade) 2 0,013 0,006 0,137 NS

Fator AxB 18 14,397 0,799 17,404

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 80376,04 8930,67 9,695 )|t4c

P Fator B (Profundidade) 2 4757,08 2378,54 2,582 NS

Fator AxB 18 73755,58 4097,53 4,448 **

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 61,589 6,843 8,432 **

C Fator B (Profundidade) 2 3,742 1,871 2,305 NS

Fator AxB 18 42,680 2,371 2,921 **

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 5,385 0,598 4,651

N Fator B (Profundidade) 2 0,151 0,075 0,585 NS

Fator AxB 18 4,474 0,248 1,932 *

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 268,063 29,784 13,059 Kiiti

Zn Fator B (Profundidade) 2 7,837 3,918 1,718 NS

Fator AxB 18 501,589 27,866 12,218 **

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 206,364 22,929 36,421 «lie

Cu Fator B (Profundidade) 2 0,230 0,115 0,182 NS

Fator AxB 18 264,180 14,676 23,312 i|c4i

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. O.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 193927,37 21547,48 19,715 **

Mn Fator B (Profundidade) 2 552,85 276,42 0,253 NS

Fator AxB 18 135284,28 7515,79 6,876 *»

Elementos Químicos/fatores G.L. S.O. Q.M. F

Fator A (Uso da terra) 9 6703121,91 744791,32 16,143

Fe Fator B (Profundidade) 2 21898,20 10949,10 0,237 NS

Fator AxB 18 6053251,08 336291,72 7,289

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Tabela -7. Informação sobre a análise de variância (ANOVA) dos elementos químicos do solode várzea baixa na região do Baixo Solimões e Médio Amazonas, Amazônia Central.

Elementos Químicos/fatores GL so OM F

Fator A (Uso da terra) 8 71,651 8,956 6,193 **

Ca Fator B (Profundidade) 2 15,128 7,564 5,231 **

Fator AxB 16 72,980 4,561 3,154 **

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso do solo) 8 40,711 5,089 51,533 **

Mg Fator B (Profundidade) 2 23,706 11,853 120,029 itit

Fator AxB 16 39,705 2,481 25,129 it*

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 0,614 0,076 29,185 **

K Fator B (Profundidade) 2 0,102 0,051 19,346 **

Fator AxB 16 2,252 0,141 53,529

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 18,123 2,265 61,156

Al Fator B (Profundidade) 2 2,031 1,015 27,422

Fator AxB 16 12,725 0,795 21,471

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 12,907 1,613 39,790 **

pH Fator B (Profundidade) 2 5,455 2,727 67,273 •k*

Fator AxB 16 2,934 0,183 4,524 kit

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 51511,84 6438,98 85,214 **

P Fator B (Profundidade) 2 34427,52 17213,76 227,809

Fator AxB 16 66283,63 4142,72 54,825 **

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 102,474 12,809 46,719 **

C Fator B (Profundidade) 2 44,963 22,481 81,997 kk

Fator AxB 16 66,446 4,152 15,146 kk

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 9,134 1,142 56,446 kk

N Fator B (Profundidade) 2 3,154 1,577 77,987 kk

Fator AxB 16 3,341 0,208 10,322 kk

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 325,046 40,631 7,425 kk

Zn Fator B (Profundidade) 2 284,465 142,232 25,993 kk

Fator AxB 16 451.910 28,244 5,162 kk

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 122,744 15,343 19,488 kk

Cu Fator B (Profundidade) 2 125,452 62,726 79,674 kk

Fator AxB 16 147.139 9,196 11,681 kk

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 50740,45 6342,55 5,728 kk

Mn Fator B (Profundidade) 2 84809,38 42404,69 38,302 kk

Fator AxB 16 224771,36 14048,21 12,689 kk

Elementos Químicos/fatores GL SO OM F

Fator A (Uso da terra) 8 4845012,29 605626,53 15,823 kk

Fe Fator B (Profundidade) 2 2441427,46 1220713,73 31,895 kk

Fator AxB 16 6191520,63 386970,03 10,110kk

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