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Flora polinica da Reserva do Parque Estadual das Fontesdo Ipiranga (Sao Paulo, Brasil)

Familia: 33-Polygonaceae

Angela Maria da Silva Correa ,,2, Maria Amelia Vitorino da Cruz-BalTos l e Fernando Leite Cardoso'

Rcccbldo: 24.02.2006; accito: 20.04.2006

ABSTRACT - (Pollinic nora of "Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga" (Sao Paulo, Brazil). Family:33-Polygonaceae). Pollen grains of five species and two genera of Cocc%ba P. Browne and Po/ygonulII 1. (Cocc%balVarmingii Meisn., Po/ygonulII hydropiperoides Michx., P lIIeisnerianUIIl Cham. & Schltd!., P persicaria 1. and P punclalumElliott.), occurring in the "Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga", were stlldied. Descriptions and illustrationsare presented for all species.Key words: Cocc%ba, pollen grains, Polygonaceae, Po/ygonulII

RESUMO - (Flora Polinica da Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (Sao Paulo, Brasil). Familia: 33-Polygonaceae).Neste trabalho foram estudados os graos de polen de cinco especies de Polygonaceae pertencentes aos generos Cocco/aboP. Browne e Po/ygonum 1. (Cocc%ba lVarlllingii Meisn., Po/ygonul71 hydropiperoides Michx., P meisnerianulII Cham. &Schltd!., P persicaria 1. e P punclalulII Elliott.), ocorrentes na Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. Saoapresentadas descri<;:oes e ilustra<;:oes para todas especies estudadas.Palavras-chave: Cocc%ba, graos de polen, Polygonaceae, Po/ygonu/1/

Introdu<;ao

o presente trabalho faz parte do projeto elaboradopOI' Melhem e/ al. (1984), que visa realizar 0

levantamento morfopolinico das familias que ocorremna Reserva do Parque Estadua1 das Fontes do Ipiranga(PEFI), com 0 objetivo de complemental' os estudostaxonomicos realizados na mesma area, segundoplanejamento apresentado pOI' Melhem et al. (1981 a)e finalizado em Nakajima e/ al. (2001). 0 fOlTnatoatual da Flora polinica do PEFI segue Cruz-BalTos &Souza (2005).

Segundo Garcia et al. (2001), a familiaPolygonaceae esta representada na Reserva pelosgeneros Cocc%ba P. Browne e Polygonulil L.compreendendo cinco especies: CoccolobalVarmingii Meisn., Polygonuill hydropiperoidesMichx., P. meisnerial1l1J1l Cham. & Schltd!.,P persicaria 1. e P. puncta/um Elliott.

Segundo os dados disponfveis na literatura(Erdtman 1952, Visset 1975, Barth et al. 1976,

owicke & Skvarla 1979, Melhem et al. 1981 b, 2003,Roubik & Moreno 1991, Hedberg 1997, Hong 1992,

1995, 1999, Hong et al. 1998, Quiroz et al. 1998, Yange/ al. 2001), a familia Polygonaceae apresenta graosde polen com ambito circular a triangular; suboblatos,oblato-esferoidais, prolato-esferoidais, subprolatos aesferoidais; 3-colporados, 3-sincolporados, 3-4-colpo­rados, 6-8-co'!pados, pantocolpados a pantoporados;exina reticu!ada, microrreticulada, perfurada,foveolada, estriado-reticu1ada, estriado-perfurada,rugulado-pcrfurada, estriada, rugulada, velTugada aespiculada.

Material e metodos

Os bot6es Dorais utilizados no presente estudoforam coletados de material herborizado, depositadono Herbario Cientifico do Estado "Maria EneydaP. Kauffmann Fidalgo" (SP).

Os graos de polen foram preparados segundo 0

metodo de acetol ise (Erdtman 1969). As ilustra<;:oesdos graos dc polen acetolisados foram obtidas cmmicroscopia optica digitalmente, utilizando-sefotomicroscopio Olympus BX 50 acoplado a umacamara de video e microcomputador (PC) e 0

I. Instiluto de Botanica, Caixa Postal 4005, 0 I 061-970 Sao Paulo, SP, Brasil2. Autor para correspondencia: angelamsc2000@yahoo.com.br

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programa Image-Pro Plus versao 3 para Windows.os graos de polen das especies de Polygonul/l foram

medidos os diameh"os 1 (DI) e 2 (DII) e os diametrosdos lumens, alem das dimensoes convencionais.

As laminas com 0 material polinico encontram­se depositadas na palinoteca da Seyao deDicotiled6neas do Instituto de Botanica.

Resultados e Discussao

Coccoloba P. Browne

1. Coccoloba warl1lillgii Meisn.Figuras 1-5

F01111a: prolato-esferoidal, ambito circular.Aberturas: 3-colporados, c01pos com margem,

endoabertura lalongada recoberta por sexina.Exina: reticulada a microrreticulada, sexina

ligeiramente mais cspcssa que a nexina.Medidas (p.m): P = 39,2 ± 0,6; E = 35,7 ± 0,8;

diam. equatorial em vista polar = 37,8 ± 0,4; colpocompr. ca. 29,2, largo ca. 5,0, margem ca. 1,6,endoabertura compr. ca. 4,8, largo ca. 5,5; exina ca.3,4, sexina ca. 1,6 e nexina ca. 1,4.

Observayao: os especimens da Reserva E.SAlves 4 (SP), M. Kuhlmann s.n. (SP50748), Se.Mazzoni- Viveiros 52 (SP), citados por Garcia et al.(2001), nao foram estudados por falta de materialpolinico.

Material estudado: 27-XI-1931, Fe. Hoehne s.n.(SP303318).

PolygollU11l L.

Graos de polen esferoidais; pantoporados, porosde contomo iITegular, de dificil visualizayao, localizadosdentro dos lumens dos reticulos; sexina reticulada,heterorreticulada, reticulos grandes, mais ou menospoligonais, muros simples a duplicolumelados, comgranulo dentro dos lumens.

1. POlygOIlUI1l hydropiperoides Michx.Figuras 6-10

Medidas (p.m): M. Kirizawa 513: DI = 47,8 ±0,8, DII = 49,2 ± 0,9; poro diam. ca. 4,6, diam. doslumens 4,3-8,7; exina ca. 6,4, sexina ca. 3,5 e nexinaca. 2,8.

M. Kirizawa 514: DI = 45,9, DII = 45,3.T Sendulsky 620: DI = 43,9, DII = 44,3.Observayocs: os especimens da Reserva

T Sendulsky 618B (SP) e B. Skvortzov 214 (SP),

citados por Garcia et al. (2001), nao foram estudadospor nao conterem material polinico. P hydropiperoidesfoi estudada pal inologicamente por Roubik & Moreno(1991) que descreveram os graos de polen da especiecomo possuindo 20 poros, exina heterolTeticulada ecom tamanho variando entre 44 e 47 p.m, e por Quirozet al. (1998), como pantoporados, exina reticulada, comverrugas e gemas dentro dos lumens e medindo40-(44)-47 p.m. Os especimens aqui analisadospossuem morfologia poliniea semelhante, havendodivergeneia somente quanta ao tamanho dos graos depolen do espeeimen M. KirizalVa 513, que saoligeiramente maiores.

Materiais estudados: 14-XI-1979, M. KirizalVa 513(SP), 14-XI-1979, M. Kirizawa 514 (SP), 14-III-1967,T Sendulsky 620 (SP).

2. Polygollul1l J1leiSlleriallllJ1l Cham. & Schltd!.Figuras11-15

Medidas (p.m): DI = 48,4 ± 0,9, DII = 48,3 ± 0,7;poro diam. ea. 4,0; diam. dos lumens = 4,3-7,9; exina6,7, sexina ea. 3,5 e nexina ca. 3,2.

Observayoes: 0 espeeimen da ReservaB. Skvortzov 237 (SP), eitado por Garcia et al. (2001),nao foi estudado por escassez de material polinico.Melhem et al. ( 1981 b), ao estudarem a espeeie, obser­varam a presenya de dois tamanhos diferente de graosde polen: menores (faixa de variayao = 36,3-49,2 p.m) emaiores (faixa de variayao = 50,3-63,8 p.m). 0 presenteestudo nao foi observada essa variayao.

Material estudado: 29-1-1964, B. Slevortzov 213 (SP).

3. POlygOlllll1l persicaria L.Figuras 16-21

Medidas (p.m): DI = 51,9 ± 0,8, DII = 52,7 ± 0,6;para diam. ca. 3,5; diam. dos lumens = 5,4-11,5; exina5,8, sex ina ea. 3,1 e nexina ca. 2,7.

Observayoes: os espeeimens da ReservaW Hoehne 6204 (SP), W Mantovani 27 (SP),T Sendulsky 618A (SP), eitados por Garcia et al.(2001), nao puderam ser estudados por possuiremapenas frutos.

Material estudado: 28-1-1965, G EUen 5793 (SP).

4. POlygOll1l11l plillclatul1l ElliottFiguras 22-27

Medidas (p.m): J.S Silva 249: DI = 51,9 ± 0,6,DB = 52,0 ± 0,6; poro diam. ea.5,2; diam. dos

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Figuras 1- I5. Fotomicrografias dos graos de p61en dos generos Coccoloba P. Browne e Polygonum L. Figuras 1-5. Coccoloba warmingiiMeisn. 1. Contorno e corte 6ptico em vista polar. 2. Vista equatorial evidenciando 0 c61poro e suas margens. 3-4. Analise de L.O. nosnfveis de focalizac;:ao alto e baixo, respectivamente. 5. Corte 6ptico pela exina. Figuras 6-10. Polygonum hydropiperoides Michx.6. Contorno e corte 6ptico por um grao de p6len. 7. Vista geral, superffcie, evidenciando um poro (seta). 8-10. Analise de L.O. em tresnfveis de focaIizac;:ao, alto, medio e baixo, respectivamente. Figuras 11- I5. Polygonum meisnerianum Cham. & SchltdI. II. Contorno ecorte 6ptico por um grao de p6len. 12. Vista geral, superffcie, evidenciando um poro (seta). 13-/5. Analise de L.O. em tres nfveis defocaIizac;:ao, alto, medio e baixo, respectivamente. Escalas nas figuras I, 2, 6, 7, I I, 12 = 10 ±m; demais figuras =5 ±m.

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lumens = 7,7-12,9; exina 5,7, sexina ca.3,1 e nexinaca. 2,6.

T. Sendulsky 619: DI = 55,9, DII = 55,6.Observa<;6es: Barth et at. (1976), ao observarem

os graos de polen de P. punctatum, mencionam apenasa presen<;a de lumens com diametros de ate 10,3 ±m;este valor encontra-se dentro da faixa de variac;ao doespecime l.S. Silva 249 aqui medido. Roubik &Moreno (1991 ), ao estudarem a especie, encontraram

graos de polen medindo entre 51 e 58 ±m, 20-poradose exina reticulada com 2-5 baculos dentro dos lumens.No presente estudo os diametros dos graos de polende P punctatum encontram-se dentro da faixa devariac;ao apresentada por esses autores; entretanto,quanto ao numero de poros, neste trabalho nao foipossivel conta-Ios, tendo em vista que os mesmosencontram-se localizados dentro de lumens dificultandodessa forma sua visuaiiza<;ao. Quiroz et al. (1998),

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Figuras 16-27. Fotomicrografias dos graos de polen do genera Polygonum L. Figuras 16-21. Polygonum persicaria L. 16. Contorno ecorte optico por urn grao de polen. 17-19. Analise de L.O. em tres nfveis de focaliza~ao, alto, medio e baixo, respectivamente. 20. Vistageral evidenciando a superffcie do grao de polen. 21. Corte optico pela exina. Figuras 22-27. Polygonum punctatum Elliott. 22. Contornoe corte optico por urn grao de polen. 23. Vista geral evidenciando urn poro (seta). 24. Corte optico pela exina. 25-27. Analise de L.O. emtres nfveis de focaliza~ao, alto, medio e baixo, respectivamente. Escalas nas figuras 16,20,22,23 = 10 ±m; demais figuras = 5 ±m.

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ao estudarem em microsc6pio de luz e microsc6pioeletronico de varredura os graos de p6len da especie,descreveram como tendo diametros entre 48-(53)­56 !J..m, exina reticulada e com gemas dentro doslumens, corroborando, dessa f0l111a, com os resultadosaqui apresentados. Nao foi possivel elaborar umachave polinica para as especies de Polygonum aquiestudadas, devido agrande semelhanya morfo16gicaentre seus graos de p6len.

Materiais estudados: 14-III-1967, T Sendulsky 619(SP); 18-II-1974, 1.5. Silva 249 (SP).

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