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FLORESTAS URBANAS EM NATAL, RN: FLORÍSTICA, CONECTIVIDADE E VIABILIDADE DE UM
JARDIM BOTÂNICO
KATARINE MARIA FREIRE DIESEL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
Parque da Cidade, ZPA 1
ii
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA
ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
FLORESTAS URBANAS EM NATAL, RN: FLORÍSTICA, CONECTIVIDADE E
VIABILIDADE DE UM JARDIM BOTÂNICO
KATARINE MARIA FREIRE DIESEL
Macaíba/RN
Fevereiro de 2018
iii
KATARINE MARIA FREIRE DIESEL
FLORESTAS URBANAS EM NATAL, RN: FLORÍSTICA, CONECTIVIDADE E
VIABILIDADE DE UM JARDIM BOTÂNICO
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Ciências
Florestais da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como parte das exigências
para obtenção do título de Mestre em Ciências
Florestais (Área de Concentração em Ciências
Florestais - Linha de Pesquisa: Biodiversidade,
Conservação e uso dos Recursos Genéticos
Florestais).
Orientador:
Prof. Dr. Leonardo de Melo Versieux
Coorientadora:
Profa. Dra. Adriana Rosa Carvalho
Macaíba/RN
Dezembro de 2018
iv
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola Agrícola de Jundiaí -
EAJ
Diesel, Katarine Maria Freire.
Florestas urbanas em Natal, RN: florística, conectividade e
viabilidade de um jardim botânico / Katarine Maria Freire
Diesel. - 2018.
85f.: il.
Dissertação (Mestrado)Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias -
UAECIA. Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Macaíba,
RN, 2018.
Orientador: Prof. Dr. Leonardo de Melo Versieux.
Coorientador: Profa. Dra. Adriana Rosa Carvalho.
1. Áreas verdes urbanas - Dissertação. 2. Checklist -
Dissertação. 3. Conservação - Dissertação. 4. Disposição a Pagar
Dissertação. 5. Stepping stones - Dissertação. I. Versieux,
Leonardo de Melo. II. Carvalho, Adriana Rosa. III. Título.
RN/UF/BSPRH CDU 630*2
Elaborado por Valéria Maria Lima da Silva - CRB-15/451
v
FLORESTAS URBANAS EM NATAL, RN: FLORÍSTICA, CONECTIVIDADE E
VIABILIDADE DE UM JARDIM BOTÂNICO
KATARINE MARIA FREIRE DIESEL
Dissertação julgada para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais
(Área de Concentração em Ciências Florestais - Linha de Pesquisa: Biodiversidade,
Conservação e uso dos Recursos Genéticos Florestais) e aprovada pela banca
examinadora em 27 de fevereiro de 2018.
Banca Examinadora
________________________________________________
Prof. Dr. Leonardo de Melo Versieux
UAECIA/UFRN
Presidente
________________________________________________
Prof. Dra. Alice de Moraes Calvente Versieux
UAECIA/UFRN
Examinador interno
________________________________________________
Prof. Dra. Fernanda Antunes Carvalho
PPGSE/UFRN
Examinador externo ao programa
________________________________________________
Prof. Dr. Rubens Teixeira de Queiroz
Universidade Federal da Paraíba – UFPB
Examinador externo à instituição
Macaíba/RN
Fevereiro de 2018
vi
DEDICATÓRIA
_____________________________________________________________________
De modo muito especial, à minha mãe, Maria das Dores Freire (in memoriam), dedico
todo o meu caminhar até aqui. A pessoa que me ensinou tudo que sou. Sei que
espiritualmente ela vai estar sempre comigo, me guiando, me protegendo
eternamente. Dedico, também, aos meus sobrinhos, José Miguel e Maria Júlia, que
apresentaram um amor que desconhecia, e as minhas irmãs Lygia e Lydia, pelo afeto
constante.
vii
AGRADECIMENTOS _____________________________________________________________________
Às minhas irmãs, Lygia e Lydia, agradeço pela compreensão, confiança, apoio,
carinho e amor que sempre tiveram por mim. Ao meu pai, John Diesel, que apesar de
tudo, é grande responsável por tudo que sou... AABC. Ao meu cunhado, Bruno, por
está sempre pronto a ajudar, por ser alguém que esteve ao meu lado.
À minha tia Maria da Penha, meus tios Antônio, Manuel, Francisco e Luiz, pela
presença constante, força, apoio, e carinho nos momentos mais importantes da minha
vida. As minhas primas Naira, Samara, Kaliane, Juliana, Lilian, Janaína, Eveline, pelo
carinho e amor por mim. Saibam que vocês são especiais, amo vocês. A todos os
outros primos, que são muitos, saibam que são aqui lembrados e estão em meu
coração. Amo vocês! Também, meus padrinhos Karina e Ciro, por estarem sempre
disponíveis a me ajudar, amo vocês.
Aos amigos que o mestrado me proporcionou: Sarinha, Aécio, Netinho, e
Kyvia... quero vocês para a vida toda. Às amigas Larissa, Deilany, Alany e Glecinha
pelo carinho de sempre, apesar da distância.
A família LABOTs: Mariana, Eduardo, Mayara, Gabriel, Edi, Arthur, Anderson,
Valdeci, Pâmela... ensinando que conhecimento é para ser partilhado. Muito obrigada.
Agradeço, também, ao Alan Roque, pelo apoio e colaboração no Capítulo I.
À minha coorientadora, Professora Adriana Carvalho, agradeço pela partilha de
conhecimentos e confiança. Muito obrigada.
Ao Professor Leonardo de Melo Versieux, pela orientação e compreensão,
pelo exemplo de pessoa, sou muito grata por tudo.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Florestais e ao CENA/USP, na pessoa da Professora Adriana
Martinelli, por oferecer a estrutura para a realização da pesquisa.
À CAPES pelo apoio financeiro.
viii
SUMÁRIO
_____________________________________________________________________ APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 1
RESUMO ...................................................................................................................... 2
ABSTRACT .................................................................................................................. 3
INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................ 4
LITERATURA CITADA ................................................................................................. 7
CAPÍTULO 1: COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E SUGESTÕES PARA A
CONSERVAÇÃO ENTRE RESERVAS URBANAS NA MATA ATLÂNTICA NO
NORDESTE BRASILEIRO ........................................................................................ 10
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 13
Descrição da área de estudo ................................................................................... 13
Coleta de dados ...................................................................................................... 15
Análise dos dados ................................................................................................... 16
RESULTADOS ............................................................................................................ 17
CONCLUSÕES ........................................................................................................... 25
LITERATURA CITADA ................................................................................................ 27
ANEXOS ..................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 2: PERCEPÇÃO AMBIENTAL SOBRE OS FRAGMENTOS FLORESTAIS
URBANOS E VIABILIDADE DE CRIAÇÃO DE UM JARDIM BOTÂNICO EM NATAL
(RN) ............................................................................................................................ 48
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 50
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 52
Descrição da área de estudo ................................................................................... 52
Coleta de dados ...................................................................................................... 52
Análise dos dados ................................................................................................... 54
RESULTADOS ............................................................................................................ 54
Características dos entrevistados ............................................................................ 54
Percepção das áreas verdes urbanas, revelada pela população: ............................ 55
Disposição a pagar (DAP) para a criação de um jardim botânico na cidade de Natal
................................................................................................................................ 57
Entendimento dos servidores públicos municipais e estaduais em torno das ZPAs . 59
Intenção de um jardim botânico em Natal, RN, junto à apresentação de cenários
para os fragmentos urbanos aplicando a metodologia de Exposição de Escolha
Discreta ................................................................................................................... 59
DISCUSSÃO .............................................................................................................. 60
ix
CONCLUSÕES ........................................................................................................... 63
LITERATURA CITADA ................................................................................................ 65
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 68
APÊNDICE 1 .............................................................................................................. 69
x
LISTA DE FIGURAS _____________________________________________________________________
CAPÍTULO 1
Figura 1. Município de Natal, com destaque para localização das Zonas de Proteção
Ambiental 1, 2 e 5 na porção centro-sul do município. ................................................ 15
Figura 2. Famílias botânicas mais representativas no levantamento florístico das ZPAs
1, 2 e 5, na cidade de Natal - RN. ............................................................................... 18
Figura 3. Composição geográfica para as zonas de proteção em estudo, de acordo
com a classificação de Cabrena & Willink (1980). ....................................................... 20
Figura 4. Diagrama de Venn representando o compartilhamento de espécies vegetais
entre as ZPAs em estudo. ........................................................................................... 21
Figura 5. Área proposta para projeto de conexão entre as ZPAs 1, e 5 por corredores
verdes utilizando a malha viária da cidade de Natal - RN. .......................................... 22
CAPÍTULO 2
Figura 1. Importância ambiental dos fragmentos urbanos declarados pelos
entrevistados (grupo 1). .............................................................................................. 56
Figura 2. Percentual de entrevistados (grupo 1) que tinha conhecimento ou não que os
fragmentos amostrados pertenciam às Zonas de Proteção Ambiental. ....................... 56
Figura 3. Percentual de intenção de um jardim botânico em Natal, RN, com sugestão
de local (grupo 1). ....................................................................................................... 57
Figura 4. Porcentagem das escolhas de cenários* propostos para as ZPAs em estudo,
utilizando o método de Exposição de Escolha Discreta (grupo 1). .............................. 57
Figura 6. Porcentagem das escolhas de cenários* propostos para as ZPAs em estudo,
utilizando o método de Exposição de Escolha Discreta (grupo 2). .............................. 60
xi
LISTA DE TABELAS _____________________________________________________________________ CAPÍTULO 1
Tabela 1. Características das Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs) no estudo. Fonte:
ANUÁRIO NATAL (2016). ........................................................................................... 14
Tabela 2. Padrões de distribuição geográfica determinada e fundamentado nos
Domínios e Províncias Biogeográficas de Cabrera & Willink (1980), categorizados no
estudo. ........................................................................................................................ 17
Tabela 3. . Total de famílias, gêneros e espécies de Angiospermas para as Zonas de
Proteção Ambiental 1, 2 e 5 e total de espécies ameaçadas e raras. ......................... 19
Tabela 4. Espécies de Angiospermas com ocorrência nas Zonas de Proteção
Ambiental 1, 2 e 5 - Natal, RN, Brasil. Hábito: arv - árvore; arb - arbusto; her -
herbácea; lia - liana; par - parasita. (*) Espécies na lista de ameaçadas de extinção;
(**) Espécies raras; (+) Espécies ruderais................................................................... 33
CAPÍTULO 2
Tabela 1 – Cenários hipotéticos para as ZPAs 1, 2 e 5, expostos à população e aos
gestores. ..................................................................................................................... 53
Tabela 2. Justificativas para não contribuir para na criação de jardim botânico........... 58
Tabela 3. Valores apontados de Disposição a Pagar (grupo 1), a partir da contribuição
do IPTU. ..................................................................................................................... 58
Tabela 4. As decisões e mudanças relativas ao uso e conservação das Zonas de
Proteção 1, 2 e 5 dos gestores municipais e estaduais (grupo 2). .............................. 59
1
APRESENTAÇÃO _____________________________________________________________________
A presente dissertação foi construída a partir da análise de fragmentos florestais
urbanos em Natal, e da observação de descaso quanto à conservação dos mesmos.
Aqui se buscou lançar luz sobre tais áreas, tanto do ponto de vista florístico até a
percepção que a população tem de tais espaços, concluindo com a sugestão de
possíveis conexões entre os fragmentos e uma proposta para a criação de um jardim
botânico para a cidade. A dissertação encontra-se organizada em dois capítulos na
forma de artigos científicos.
O primeiro capítulo refere-se ao artigo “Composição florística e sugestões para a
conservação entre reservas urbanas na Mata Atlântica no Nordeste brasileiro”,
preparado para submissão à revista “Landscape and urban planning”. O trabalho teve
como objetivo caracterizar a composição vegetal de remanescentes florestais que se
inserem em três Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs) de Natal (RN), elaborando um
catálogo florístico atualizado para os fragmentos e sugerindo medidas de
conservação.
O segundo capítulo, o artigo “Percepção ambiental sobre os fragmentos
florestais urbanos e viabilidade de criação de um jardim botânico em Natal (RN)”,
organizado para ser submetido à revista Rodriguésia - Revista do Jardim Botânico do
Rio de Janeiro – teve como objetivo investigar a percepção e importância dos
fragmentos urbanos florestais que pertencem a três ZPAs do município, juntamente
com uma pesquisa de interesse em se criar um jardim botânico em Natal.
2
RESUMO
_____________________________________________________________________
A relevância das áreas verdes urbanas para a cidade de Natal, junto à observação de
negligência com esses espaços, motivou a presente pesquisa, que está estruturada
em dois capítulos com objetivos principais de (1) apresentar uma listagem florística
atualizada para três Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs) do município e propor a
conexão dessas áreas utilizando corredores verdes, e (2) investigar o entendimento da
população, bem como dos servidores públicos da área ambiental, acerca das áreas
verdes da cidade e as suas avaliações sobre a possibilidade de se ter um jardim
botânico (JB) no município, utilizando a metodologia de Exposição de Escolha Discreta
e a ferramenta de Valoração de Contingente, aplicando o método de Disposição a
Pagar. O levantamento florístico registra um grande número de espécies, equivalentes
a cerca de um terço da flora total do Estado. A proposta de conexão inclui uma área
aproximada de 2.000 ha, compreendendo sete bairros da zona Sul da cidade. A
população concorda com a proteção dos fragmentos florestais urbanos, embora
grande parte desconheça sua proteção formal ou a legislação pertinente, o que em
parte explica o fato de tais áreas serem subutilizadas ou pouco protegidas, na prática.
Cerca de 94% da população entrevistada se mostrou favorável a implantação de um
JB em Natal, sendo o bairro de Ponta Negra o mais citado (21%) para recebe-lo. A
maioria dos entrevistados concordam com as hipóteses de doação direta ou doação
de parte do IPTU para se manter e criar o suposto JB, indicando uma demanda por
áreas verdes conservadas e que possam ser desfrutadas pela comunidade.
Palavras-chave: áreas verdes urbanas; checklist; conservação; Disposição a Pagar;
stepping stones.
3
ABSTRACT
_____________________________________________________________________
The present research was motivated due to the importance of urban green areas for
the city of Natal, where we observe that such spaces are being neglected. This work is
structured in two chapters with the main objectives of (1) to presente an updated
floristic checklist for three Environmental Protection Areas (EPAs) of the city, and to
propose to connect such áreas with green corridors; and (2) to investigate the
understanding of the population, as well as environmental public agents, about the
green areas of the city and how they evaluate the possibility of having a botanical
garden (BG) in the municipality, by the use of the Discrete Choice methodology, and
the Contingent valuation, applying the Willingness to Pay method. The floristic survey
registers a great number of species, equivalent to about a third of the total flora of the
State. A proposal of connection include an approximate area of 2,000 ha, comprising
seven neighborhoods of the South zone of the city. The population agrees with
protection of urban forest fragments, although a large part is unaware of its protection
or relevant legislation, which partly explains why such areas are underutilized or poorly
protected, in practice. About 94% of the population interviewed favor the implantation of
a BG in Natal, and the Ponta Negra neighborhood was the most cited (21%). Most
interviewees agree on hypotheses of direct donation or donation from municipalities
taxes to maintain the creation of a possible BG, indicating a demand for conserved
green areas that can be enjoyed.
Key words: checklist; conservation; Discrete Choice; stepping stones; urban green
spaces; Willingness to Pay.
4
INTRODUÇÃO GERAL
_________________________________________________________________
No processo de expansão das cidades, ordinariamente, os ambientes naturais
são fragmentados, isolados e degradados (HADDAD et al., 2015). Tais
transformações, além de modificarem a paisagem e o fornecimento de serviços
ecossistêmicos ao ambiente, afetam a qualidade de vida da população, inclusive os
índices de violência urbana e indicadores de saúde (NIEMELÄ, 2014; JANSSON,
2012). Consideradas como componente essencial no planejamento das cidades, as
áreas verdes urbanas, apresentam incontáveis benefícios, positivamente afetando o
clima, infiltração e reabastecimento do lençol freático, redução da poluição do ar, de
ruídos, entre outros, que justificam a preservação e manutenção desses espaços para
uma maior integridade ecológica no meio urbano (WOLCH, BYRNE, NEWELL, 2014).
Em Natal, a capital e maior cidade do Estado do RN, ainda há em sua malha
urbana expressivos fragmentos florestais, atingindo 2156 hectares (FUNDAÇÃO SOS
MATA ATLÂNTICA & INPE, 2014), grande parte deles incluídos em Zonas de Proteção
Ambiental (ZPAs), as quais são consideradas áreas protegidas pelo Plano Estratégico
Nacional de Áreas Protegidas – PNAP (Decreto 5758 de 13.04.2006) e estabelecidas
pelo plano diretor do município (Lei Municipal n° 082/2007). As ZPAs são definidas
como áreas nas quais as características do meio físico restringem o uso e ocupação,
visando à proteção, manutenção e recuperação dos aspectos ambientais, ecológicos,
paisagísticos, históricos, arqueológicos, turísticos, culturais, arquitetônicos e científicos
(NATAL, 2007). Apesar de não serem unidades de conservação no senso estrito da Lei
Federal do SNUC (Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000), demandam por um
monitoramento rigoroso, sobretudo por de abrigarem aquíferos subterrâneos que
abastecem a cidade, cuja qualidade é diretamente afetada pela presença de uma
cobertura vegetal bem preservada.
No entanto, mesmo com tamanha importância, o que se observa são situações
de descaso. De forma geral, as áreas verdes em Natal não se encontram efetivamente
conservadas, sendo negligenciadas pelo poder público. Nas ZPAs, por exemplo, são
citados conflitos pela titularidade e posse da terra, modificando o regime de ocupação
de solo (DUARTE, 2011; STF, 2011), queimadas, deposição de lixo e entulho, e
introdução de espécies exóticas. Percebe-se, também, um aparente desconhecimento
da população sobre a importância de tais áreas, no que se refere aos propósitos de
sua criação e importância. Esse descuido com as áreas verdes urbanas se estende à
falta de cuidado em outros espaços livres, como praças, parques e áreas públicas de
lazer. A própria arborização urbana ainda é um assunto ainda pouco estudado e
caracterizado no RN.
5
Estudos que proporcionem o reconhecimento dos ambientes naturais urbanos,
do ponto de vista socioambiental, podem indicar estratégias que atenuem os impactos
negativos do crescimento das cidades e cumprir princípios garantidos na Constituição
Federal, que garante a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações (Art. 225).
Ao se tratar de áreas verdes urbanas, desenvolver modelos que permitam a
conectividade entre essas áreas, são artifícios para conservar a biodiversidade e
incentivar a permeabilidade e regeneração desses ambientes (BATISTA, 2016).
Iniciativas que promovam a utilização da vegetação nativa em espaços livres (ruas,
avenidas, canteiros centrais) auxiliam o fortalecimento desses corredores verdes
urbanos, assim como os jardins domésticos, caso sejam enriquecidos de espécies
nativas, também o podem fazer (TÂNGARI, 2015). Nesse sentido, uma população que
conheça sua flora e os valores da vegetação local, acaba por participar e exigir mais
dos gestores e desenvolver um maior interesse pelas espécies locais, que possam a
ser cultivadas e apreciadas. Entretanto, o uso de espécies nativas em áreas públicas
ou privadas do RN é pequeno (VERSIEUX et al., 2015).
Em países mais desenvolvidos, o urbanismo e paisagismo vêm sendo discutidos
buscando a integração de jardins públicos e privados, projetos de arborização urbana
com espécies nativas locais e paisagismo sustentável para praças e outros espaços
públicos (GODDARD et al., 2010). Alguns inventários feitos em jardins privados vêm
indicando tais áreas como refúgios, locais de nidificação de aves, forrageamento,
sendo um importante abrigo (DAVIES et al., 2009).
Encorajar uma melhor utilização dos espaços livres e áreas verdes em Natal nos
parece essencial, especialmente por meio de instituições dedicadas à conservação da
biodiversidade. Para isso, a educação da população é imprescindível, as informações
básicas como a composição florística local, estão ausentes ou desatualizadas na
pouca literatura disponível. A complexidade dos valores e das concepções que as
comunidades inseridas sobre um determinado ambiente possuem refletem nas
transformações e na conservação do meio e podem ser considerados pontos de apoio
para estratégias de gestão ambiental (BALRAM & DRAGIĆEVIĆ, 2005).
Partindo dessas observações, constata-se que Natal não possui um jardim
botânico (PEREIRA & COSTA, 2010) e que a criação de um poderia afetar muito
positivamente a cidade. Tais instituições fazem o elo entre a teoria e a prática,
envolvendo em pesquisas sobre a documentação e usos da biodiversidade local, além
de contribuir com pesquisas de conservação e preservação da diversidade biológica,
6
da flora em particular, de importância e manutenção dos serviços ecossistêmicos, e
divulgando as espécies em si, passando a ser conhecidas pela população (KRISHNAN
& NOVY, 2016; WILLISON, 2006). Outro ponto importante refere-se ao potencial que
os jardins botânicos possuem no desenvolvimento do turismo sustentável, com
impactos positivos na economia local, em média os jardins botânicos do Rio de
Janeiro e do Recife recebem 600 mil e 113 mil visitantes por ano, respectivamente
(JORNAL DO COMMERCIO, 2015; JBRJ, 2008).
Tendo em vista a carência do estado em instituições que forneçam orientações
ao desenvolvimento científico-educativo sobre plantas para a população, faz-se
necessário sugerir e estudar a viabilidade de criação de um jardim botânico, frente a
existência de fragmentos vegetais urbanos, muitas vezes ameaçados. Conceber um
jardim botânico para a cidade seria uma maneira eficiente de despertar e estimular a
consciência crítica da população em relação à importância das plantas como um todo
e proporcionando a proteção e conservação dos recursos naturais locais e
preservação das paisagens, tão importantes para a indústria do turismo. Neste
trabalho será dado o primeiro passo nesse sentido, ao se avaliar se a população tem
interesse e conhece a importância das áreas verdes e jardins botânicos, além de
buscar sugestões de área para a implementação de um, em Natal.
Nesse cenário, a presente dissertação de mestrado foi estruturada em dois
capítulos que têm como objetivos principais: 1. Caracterizar a composição florística de
remanescentes florestais que se inserem em três Zonas de Proteção Ambiental da
porção sul de Natal, elaborando um catálogo florístico atualizado para os fragmentos;
e propor a conexão dessas áreas utilizando corredores verdes; 2. Conhecer a
percepção dos habitantes sobre as áreas verdes urbanas que pertencem às ZPAs,
tanto pela população de Natal, como gestores de órgãos ambientais do município,
propondo novos cenários para essas áreas, entre eles a criação de um jardim botânico
para a cidade. Com essa organização do macro para o micro, estamos partindo do
cenário da paisagem e suas comunidades de plantas, apresentando novas
prospectivas e por fim propondo uma ligação entre esses blocos através de
corredores.
7
LITERATURA CITADA _____________________________________________________________________
BALRAM, Shivanand; DRAGIĆEVIĆ, Suzana. Attitudes toward urban green spaces:
integrating questionnaire survey and collaborative GIS techniques to improve attitude
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BATISTA, Marcia Nogueira; SCHLEE, Monica Bahia; BARRA, Eduardo; TÂNGARI,
Vera Regina. A Vegetação Nativa no Projeto Paisagístico. Rio Books, 2016.
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BRASIL. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas. Decreto 5.758, de 13 de
abril de 2006, 2006.
DAVIES, Zoe G. et al. A national scale inventory of resource provision for biodiversity
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GODDARD, Mark A.; DOUGILL, Andrew J.; BENTON, Tim G. Scaling up from gardens:
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JBRJ - Jardim Botânico do Rio de Janeiro : 1808-2008 / [Organizado por] Instituto de
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JORNAL DO COMMERCIO, 2015. Jardim Botânico do Recife recebeu cem mil
visitantes em 2014: Área verde, com 10,25 hectares de mata atlântica, fica no Curado
8
e tem a função de preservar espécies da flora e também da fauna nativa. 10 mar.
2015. Disponível em:
<http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/cienciamambiente/noticia/2015/03/10/jar
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PEREIRA, Tânia Sampaio; COSTA, Maria Lúcia M. Os Jardins Botânicos brasileiros:
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WILLISON, Julia. Education for sustainable development: Guidelines for action in
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9
WOLCH, Jennifer R.; BYRNE, Jason; NEWELL, Joshua P. Urban green space, public
health, and environmental justice: The challenge of making cities ‘just green enough’.
Landscape and Urban Planning, v. 125, p. 234-244, 2014.
10
CAPÍTULO 1
_____________________________________________________________________
Composição florística e sugestões para a conservação entre reservas urbanas
de Mata Atlântica em Natal-RN, Nordeste brasileiro
11
Composição florística e sugestões para a conservação entre reservas urbanas
na Mata Atlântica no Nordeste brasileiro
Katarine Maria Freire Diesel1,2*
Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da UFRN/ EAJ/ Macaíba, Brasil¹;
Departamento de Botânica e Zoologia da UFRN/Natal, Brasil².
*autor para correspodência, [email protected]
RESUMO
Considerando a relevância das áreas verdes urbanas para a cidade de Natal e a
importância da continuidade arbórea para a biodiversidade desses locais, o presente
trabalho apresenta uma listagem florística atualizada para três Zonas de Proteção
Ambiental (ZPAs) desse município, e propõe a conexão dessas áreas utilizando
corredores verdes. Um grande número de registros é reportado, 382 espécies em 243
gêneros distribuídas em 77 famílias, equivalentes a cerca de um terço da flora total do
Estado. A proposta conexão transcorre por uma área de aproximadamente 2.000 ha,
compreendendo sete bairros da zona Sul da cidade.
Palavras-chave: áreas verdes urbanas; conservação; stepping stones.
Floristic composition and suggestions for conservation in urban reserves in the
Atlantic Forest in Northeast Brazil
ABSTRACT
The relevance of the urban green areas to the city of Natal and the importance of trees
continuity for the biodiversity of these places justify the present study presents an
updated floristic listing for three Environmental Protection Areas (EPAs) of this
municipality, and proposes the connection of these areas using green corridors. A large
number of records are reported, 382 species in 243 genera distributed in 77 families,
equivalent to about one third of the total flora of the state. The proposed connection
extends an area of approximately 2,000 ha, comprising seven neighborhoods in the
Southern part of the city.
Key words: urban green spaces; conservation; stepping stones.
12
INTRODUÇÃO
A perda de ambientes naturais estimulada pelo processo de urbanização
interfere na diminuição dos serviços ecossistêmicos vitais para uma vida sustentável
dentro das cidades. A permanência de fragmentos florestais urbanos é importante para
a resiliência da paisagem, fornecendo serviços como a estabilização do microclima, a
atenuação do fluxo de águas pluviais, o controle da erosão, a provisão de habitats, a
manutenção das águas subterrâneas, como também benefícios recreativos, de saúde
e estéticos aos cidadãos (JANSSON, 2012). Tais serviços e valores vêm ganhando
cada vez mais importância e destaque em pesquisas, uma vez que estimativas
apontam que 80% da população mundial, até 2030, será urbana (GODDARD et al.,
2010; DEARBORN & KARK, 2010; NILON et al., 2017).
Natal, a capital e maior município do estado do Rio Grande do Norte, no
Nordeste brasileiro, é a 15º cidade no ranking nacional das maiores cidades, com
877.662 habitantes (IBGE, 2017). Apesar de não se enquadrar como uma metrópole,
demanda por atenção na gestão dos seus fragmentos florestais urbanos, bem como
de suas áreas verdes. Construída sobre um grande manancial subterrâneo resultante
da formação estrutural do aquífero Dunas-Barreiras, 65% da população da cidade
dependem de abastecimento oriundo de águas subterrâneas, que são diretamente
afetadas pela cobertura vegetal do solo (CABRAL et al., 2009; RIBEIRO & SABÓIA,
2013).
Entretanto, Natal figura como uma das piores capitais da região Nordeste em
termos de arborização urbana (IBGE, 2010), e percebe-se um descaso generalizado
do poder público e/ou da população com praças, parques, áreas verdes e terrenos
urbanos, que em geral não possuem projeto paisagístico, tampouco recebem
manutenção, tornando-se locais de acúmulo de lixo e entulho (obs. pessoal). Além
disso, observar-se frequentemente o corte e a remoção de árvores ou eliminação de
jardins, que são cobertos por pavimentação ou apenas com grama.
Se por um lado o espaço confinado entre dunas e o mar levou a um crescimento
desordenado e ao desmatamento, o município ainda dispõe de alguns fragmentos de
vegetação natural de tamanhos expressivos na malha urbana, muito relacionado às
dez Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs), resultado da política urbana e ambiental
definida pelo plano diretor da cidade, Lei Municipal n° 082/2007 (NATAL, 2007), sendo
áreas nas quais as características do meio físico restringem o uso e ocupação do solo
urbano, visando à proteção, manutenção e recuperação dos aspectos paisagísticos,
históricos, arqueológicos e científicos.
13
As ZPAs ocupam 36,8% da superfície do município, e apesar de não integrarem
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Lei Federal nº 9.985, de
18 de julho de 2000) – são reputadas como unidades de conservação ambiental e
determinadas áreas protegidas pelo Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas –
PNAP (Decreto 5758 de 13.04.2006), demandando proteção, especialmente
considerando seus papéis na recarga do aquífero subterrâneo.
Mesmo com a criação de leis específicas para as ZPA, não há garantias da
manutenção dos aspectos socioambientais das mesmas, sobretudo pela titularidade
das áreas, já que grande parte são privadas, muitas se tornam vulneráveis a
especulação imobiliária, ou até mesmo mal vistas pela população, que desconhece
seus serviços ambientais e as vêem apenas como local onde são depositados
resíduos ou que podem oferecer riscos à segurança, por não serem monitoradas ou
vigiadas (DUARTE, 2011).
Nesse sentido, tendo em vista a importância das áreas verdes urbanas para
Natal e a importância da continuidade arbórea para a biodiversidade desses locais, o
presente trabalho tem como objetivos: caracterizar a composição vegetal de
remanescentes florestais que se inserem em três ZPAs da cidade, elaborando um
catálogo florístico atualizado para os fragmentos; e sugerir medidas de conservação, a
conexão dessas áreas utilizando corredores verdes, visto que o município de Natal se
situa no hotspot da Mata Atlântica, já reduzida e quase que eliminada no RN
(FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA & INPE, 2014), e também contribuir para o
conhecimento se sua da flora, uma vez que é o estado com menor número de
registros no país (1222 spp.) (BFG, 2015).
MATERIAL E MÉTODOS
Descrição da área de estudo
Foram consideradas três Zonas de Proteção Ambiental que contemplam nove
bairros no município de Natal/RN: ZPA1 (5°50'51.03" S e 35°13'58.06" O), que
corresponde ao campo dunar com cobertura vegetal nativa fixadora, regulamentada
pela Lei Municipal Nº 4.664, de 31 de julho de 1995, a ZPA2 (5°49'1.28" S e
35°11'34.59" O), que compreende o Parque Estadual das Dunas de Natal e área
contígua na Avenida Engenheiro Roberto Freire e Rua Dr. Solon de Miranda Galvão,
regulamentada pela Lei Estadual Nº 7.237, de 22 de novembro de 1977, e a ZPA5
(5°52'32.10" S e 35°11'31.85" O) que se refere ao um ecossistema de dunas fixas e
lagoas (região da Lagoinha), regulamentada pela Lei Municipal Nº 5.665, de 21 de
junho de 2004 (Tabela 1 e Figura 1).
14
As três ZPAs são próximas, a distância entre elas em linha reta não é superior a
3 km (medições de borda a borda). Duas Unidades de Conservação incluem-se dentro
das ZPAs, o Parque Natural Municipal Dom Nivaldo Monte (5°51’4,08” S e
35°13’40,85” W), inserido dentro da ZPA1, compreende uma área de 136,54 ha
(19,41% da área total da ZPA), criado com o objetivo principal de preservar os
mananciais subterrâneos e preservar o ecossistema característico do campo dunar. A
outra UC é o Parque Estadual Dunas do Natal Jornalista Luiz Maria Alves (05º 48' 45"
S e 35º 11' 35" W), a primeira Unidade de Conservação Ambiental implantada no
Estado do RN (Decreto Estadual nº 7.237 de 22/11/1977), destacando o objetivo de
garantir a preservação e conservação dos ecossistemas naturais, que compreende
quase em totalidade a área da ZPA2. A ZPA5 não inclui nenhum parque.
Tabela 1. Características das Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs) no estudo. Fonte: ANUÁRIO NATAL (2016).
ZPAs Área (ha)
Área ZPA/
Superfície do
município (%)
Bairros envolvidos Importância de criação
1 703,39 4,17 Cidade Nova,
Candelária e Pitimbu
Área essencial para recarga do aquífero
subterrâneo, que garante a demanda de
água potável da cidade, além de proteção
da flora e fauna das dunas.
2 1093,98 6,41
Mãe Luíza, Tirol,
Nova Descoberta,
Lagoa Nova, Capim
Macio e Ponta Negra.
Diversidade de flora, fauna e das belezas
naturais, importante unidade de
conservação destinada a fins educativos,
recreativos, culturais e científicos, além de
colaborar para manutenção da qualidade
das águas superficiais.
5 191,06 1,13 Ponta Negra
Complexo de dunas e lagoas, que constitui
uma relevante área de recarga das águas
subterrâneas.
15
Figura 1. Município de Natal, com destaque para localização das Zonas de Proteção Ambiental 1, 2 e 5 na porção centro-sul do município.
Coleta de dados
Os dados florísticos foram obtidos principalmente a partir do levantamento dos
registros já depositados no herbário UFRN e consulta aos bancos de dados de outros
herbários on-line (SpeciesLink, 2017). Foram usadas palavras-chaves com nomes das
ZPAs ou de localidades internas às ZPAs, tradicionalmente visitadas por botânicos,
nas buscas em herbários virtuais: ZPA1: Zona de Proteção Ambiental 1, Parque da
Cidade; ZPA2: Parque das Dunas, Projeto Parque das Dunas; ZPA5: Zona de
Proteção Ambiental 5, ZPA Lagoinha, APA Capim Macio. Ressalta-se que no caso das
coletas de W. São-Matheus para a ZPA5 o coletor referiu-se a área como APA de
Capim Macio, razão pela qual esse foi um termo de busca (W. São-Matheus, com.
pessoal, 2017). A partir desse levantamento prévio, notou-se um pequeno número de
registros para a ZPA5 (apenas 26 spp.). Sendo assim, essa área foi alvo de quatro
coletas aleatórias, nos meses outubro e novembro de 2016, e setembro e novembro
de 2017, seguida de procedimentos de herborização, identificação e inclusão no
herbário da UFRN. Para a ZPA1, foram feitas duas visitas com novas coletas de
material botânico e registros fotográficos na porção sul do Parque da Cidade.
16
A partir deste levantamento, foram consultadas literaturas com intuito de se
comparar as listagens. Apenas nomes de espécies com voucher depositados em
herbários, e confirmados quanto à sua identificação, foram incluídos. Todos os nomes
foram checados quanto à sinonímias, grafia e autoria usando-se a Lista de Espécies
da Flora do Brasil (http://floradobrasil.jbrj.gov.br) para espécies e APG IV (2016) para
famílias, e ao final se obteve uma lista compilada dos dados de campo ou herbário
para as três ZPAs, todas com material testemunho.
Análise dos dados
Como medidas ou sugestão à conservação foi consultada a Portaria n. 6 de 23
de setembro de 2008 do Ministério do Meio Ambiente para se definir táxons
ameaçados de extinção, o Livro Vermelho da Flora do Brasil (MARTINELLI &
MORAES, 2013), e adicionalmente, foi conferida quais espécies são listadas como
raras (GUILIETTI, 2009).
Todas as espécies foram categorizadas em um padrão de distribuição
geográfica, definido e fundamentado nos Domínios e Províncias Biogeográficas
(CABRERA & WILLINK, 1980), em que foram considerados os padrões: Contínuas
(amplas ou restritas), Disjuntos e Restritos (Tabela 2.). O sistema de classificação da
vegetação compreendeu apenas o território brasileiro.
17
Tabela 2. Padrões de distribuição geográfica determinada e fundamentado nos Domínios e Províncias Biogeográficas de Cabrera & Willink (1980), categorizados no estudo.
CONTÍNUAS RESTRITAS DISJUNTAS
Amplas Restritas
Ocorrendo em todos os biomas brasileiros;
Ocorrendo em dois ou três domínios
biogeográficos;
Distribuídas apenas em uma província;
Apresentaram um isolamento evidente em sua distribuição espacial, através de
uma barreira física ou geográfica (no
presente estudo a barreira foi
caracterizada pela vegetação).
As espécies foram classificadas quanto ao hábito (árvore, arbusto/subarbusto,
lianas, ervas), e se são consideradas ruderais, de acordo com a listagem de Lorenzi
(2006). O checklist florístico de cada zona de proteção foi comparado, com auxílio de
ferramentas do Microsoft Excel aplicando a tabela dinâmica, com o propósito de
identificar similaridades entre os conjuntos.
Indicações para combinações de possíveis corredores verde, empregando vias
de acesso, áreas livres públicas e privadas, com qualidade para manter e restaurar a
conectividade dos fragmentos foram analisadas sobre os mapas e por visitas in loco.
RESULTADOS
O conjunto de dados para todas as Zonas de Proteção Ambiental apresentou um
total de 382 espécies em 243 gêneros distribuídas em 77 famílias (Tabela 3) As
famílias mais expressivas estão descritas na Figura 2. O número de espécies
classificadas como herbáceas (43,19%; 165 spp.) foi quase que análogo ao número de
espécies arbóreas/arbustivas (42,67%; 183 spp.).
.
18
Figura 2. Famílias botânicas mais representativas no levantamento florístico das ZPAs 1, 2 e 5,
na cidade de Natal - RN.
Na listagem, a classificação dos padrões de distribuição geográfica, determinado
por Cabrena & Willink (1980), grande maioria das espécies foram categorizadas como
contínuas restritas (73,82%; 282 spp.), seguindo por restritas (12,3%; 47 spp.),
contínuas amplas (11,26%; 43 spp.) e disjuntas (2,62%; 10 spp.) (Figura 3), e quanto a
classificação da composição florística, a Província que mais partilhou táxons foi a
Atlântica (382 spp.), seguido por Caatinga (85,07%; 325 spp.), Cerrado (81,41%; 311
spp.), e Amazônia (47,46%; 182 spp.) (Tabela 4).
Fabaceae 21%
Poaceae 7%
Rubiaceae 6%
Myrtaceae 6%
Euphorbiaceae 3%
Asteraceae 3%
Cyperaceae 3%
Convolvulaceae 3%
Malvaceae 3%
Bignoniaceae 2%
Apocynaceae 2%
Malpighiaceae 2%
Orchidaceae 2%
Polygalaceae 2%
Turneraceae 2%
Outraas (62) 35%
19
Na ZPA1, 264 espécies em 190 gêneros distribuídas em 65 famílias são listadas
(Tabela 3), com maior número nas famílias Fabaceae (19,69%; 52 spp.), Poaceae
(6,06%; 16 spp.), Rubiaceae (5,68%; 15 spp.), e Myrtaceae (4,54; 12 spp.). As
espécies classificadas como ruderais registrou um percentual de 20,07% (53 spp.), e
são listados sete táxons ameaçados de extinção, e três raros. Com relação ao hábito,
não houve predominância entre espécies herbáceas e arbóreas/arbustivas, os valores
são análogos, com 42,80% (113 spp.) e 42,05% (111 spp.), respectivamente. Na
classificação de distribuição geográfica, a maioria das espécies é categorizada como
contínua restrita (73,73%; 192 spp.), seguido por restrita (13,25%; 35 spp.), contínua
ampla (11,36%; 30 spp.) e disjuntas (2,65%; 7 spp.) (Figura 3).
Tabela 3. . Total de famílias, gêneros e espécies de Angiospermas para as Zonas de Proteção Ambiental 1, 2 e 5 e total de espécies ameaçadas e raras.
ZPAs FAMÍLIAS GÊNEROS ESPÉCIES ESPÉCIES
AMEAÇADAS ESPÉCIES
RARAS ESPÉCIES RUDERAIS
1 65 190 264 7 3 53
2 66 197 271 7 2 45
5 34 59 67 1 0 11
VALOR TOTAL 77 243 382 7 3 68
FAMÍLIA ESPÉCIES AMEÇADAS ZPAs
1 2 5
Asteraceae Aspilia procumbens Baker x x
Asteraceae Stilpnopappus cearensis Huber x x x
Bromeliaceae Cryptanthus zonatus (Vis.) Beer x x
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand x x
Cactaceae Melocactus violaceus Pfeiff. x x
Fabaceae Paubrasilia echinata (Lam.) E. Gagnon, H.C. Lima & G.P. Lewis x x
Orchidaceae Cattleya granulosa Lindl. x x
ESPÉCIES RARAS
Acanthaceae Aphelandra nuda Nees x x
Euphorbiaceae Ricinus communis L. x
Fabaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. x x
20
Figura 3. Composição geográfica para as zonas de proteção em estudo, de acordo com a classificação de Cabrena & Willink (1980).
Para a ZPA2 são listadas 268 espécies em 190 gêneros distribuídas em 66
famílias (Tabela 3), sendo que Fabaceae é a mais representativa (20,14%; 54 spp.),
seguida de Poaceae (7,46%; 20 spp.), Myrtaceae (5,22%; 14 spp.), e Rubiaceae
(5,22%; 14 spp.). O percentual de espécies ruderais é de 16,72% (45 spp.), sete
táxons são listados como ameaçados de extinção, e dois como raros. O número de
espécies classificadas como arbóreas/arbustivas (47,39%; 127 spp.) é um pouco
superior ao de herbáceas (40,3%; 108 spp.) e, na classificação da composição
geográfica, sobressaíram-se as espécies categorizadas como contínuas restritas
(74,63%; 200 spp.), seguidas pelas restrita (11,94%; 32 spp.), contínuas amplas
(10,44%; 28 spp.) e disjuntas (2,98%; 8 spp.) (Figura 3).
A ZPA5 lista 67 espécies em 59 gêneros distribuídos em 34 famílias (Tabela 3),
onde mais de um terço são de Fabaceae (34,32%; 23 spp.), as demais famílias
registram de uma a três espécies. Do conjunto, 16,41% (11 spp.) são classificadas
como ruderais, um táxon ameaçado de extinção, e com relação ao hábito, o número
de espécies herbáceas (43,28%; 29 spp.) é um pouco superior às arbóreas/arbustivas
(40,3%; 27 spp.). A maior parte das espécies é categorizada como contínuas restritas
(76,12%; 51 spp.) na classificação de distribuição geográfica, as demais como
contínuas amplas (11,94%; 8 spp.), restritas (8,95%; 6 spp.) e disjuntas (2,98%; 2
spp.) (Figura 3).
Comparando a listagem catalogada para as três zonas de proteção, verifica-se
uma maior semelhança florística entre a ZPA1 e ZPA2, compartilhando 154 táxons,
mais da metade da composição (58,33% na ZPA1; 57,46% na ZPA2). Na lista da
ZPA5, a maior parte é de espécies registradas na também nas ZPA1 (77,61%; 52spp.)
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
ZPA1
ZPA2
ZPA5
TOTAL
ZPA1 ZPA2 ZPA5 TOTAL
contínuas restritas 192 200 51 282
restritas 35 32 6 47
contínuas amplas 30 28 8 43
disjuntas 7 8 2 10
21
e ZPA2 (73,13%; 49 spp.). O total de espécies compartilhadas pode ser visto na
Figura 4. Das 38 espécies que são comuns as três áreas, sete são da família
Fabaceae.
Figura 4. Diagrama de Venn representando o compartilhamento de espécies vegetais entre as ZPAs em estudo.
Foram observadas nas adjacências de todas as ZPAs situações de descaso, por
deposição de resíduos e ocupação do solo (Figura 6A e B). A ZPA2 é a área de maior
extensão legalmente protegida, porém observam-se regiões degradadas e
antropizadas, como o trecho de tabuleiro litorâneo descaracterizado, sob a guarda do
7º Batalhão de Infantaria, ao longo da Avenida Eng. Roberto Freire (Figura 6C, D). Na
ZPA5 não há estrutura ou informação que identifique a área como uma zona de
preservação. Aqui testemunhamos a insegurança do local, onde há assaltos e
incêndios, além de acúmulo de resíduos e degradação do ambiente (Figura 6E, F, G),
principalmente no entorno da lagoa de captação que foi invadida por algumas famílias
e carroceiros que ali depositam resíduos.
A Figura 5 indica a possibilidades de conexões por corredores verdes entre as
áreas de vegetação natural que pertencem às zonas de proteção em estudo e com a
malha viária da cidade, tomando os canteiros centrais de ruas e avenidas, trevos e
rotatórias de vias públicas, bem como praças, jardins públicos e privados,
apresentando oportunidade de ligação dos fragmentos e de um maior contato da
sociedade com espécies nativas da região fora do ambiente protegido.
22
Entre as ZPAs 1 e 2, citamos possíveis conexões entre os bairros de Candelária,
Capim Macio, Lagoa Nova e Nova Descoberta. As ligações entre fragmentos florestais
que pertencem as ZPAs 2 e 5, podem ocupar os bairros de Capim Macio e Ponta
Negra. Um trecho importante encontra-se entre as ruas Historiador Fausto de Souza e
José Mauro de Vasconcelos, onde já há um espaço livre não edificável, como área
verde, que ligaria diretamente as duas ZPAs (Figura 7B). Nas ZPAs 1 e 5, as conexões
podem ocorrer entre os bairros de Capim Macio, Neópolis e Pitimbu.
Desta forma, a proposta de conectar as ZPAs transcorre por uma área de
aproximadamente 2.000 ha (Figura 5), compreendendo sete bairros, Candelária,
Capim Macio, Lagoa Nova, Neópolis, Nova Descoberta, Ponta Negra e Pitimbu, todos
da região administrativa Sul, e funcionando como stepping stones, conectando ZPAs
de maior com as de menores riquezas e proporcionando uma continuidade arbórea
entre os fragmentos.
Figura 5. Área proposta para projeto de conexão entre as ZPAs 1, e 5 por corredores verdes utilizando a malha viária da cidade de Natal - RN.
DISCUSSÃO
A conservação dos remanescentes florestais urbanos que existem nas três ZPAs
aqui analisadas é importante pelo fato de estarem inseridos no bioma Mata Atlântica,
23
bioma florestal que dispõe de um dos mais altos graus de riqueza de espécies e em
taxas de endemismo no planeta (BFG, 2015). Originalmente o município de Natal
possuía 81% do seu território coberto pelo bioma, atualmente a porcentagem está
limitada a 15% (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA & INPE, 2014; BFG, 2015).
Outro ponto importante está em ressaltar que a composição vegetal dessas áreas
corresponde a cerca de um terço da flora registrada para todo o RN (BFG, 2015). A
atualização dos dados florísticos apresentados para as três ZPAs poderá ser uma
importante ferramenta para gestores públicos, uma vez que a riqueza de espécies de
uma dada área é um dos critérios mais utilizados para se monitorar e desenvolver
estratégias de manejo, sobretudo para as ZPAs, tendo em vista a ausência de
informações sobre suas floras.
Para a ZPA1 há um guia de campo recentemente publicado com o levantamento
de 110 espécies de angiospermas nas áreas do Parque da Cidade (MEDEIROS et al.
2016), categorizado como Parque Natural Municipal, uma UC de proteção integral, que
corresponde a 19% da área total da zona de proteção. O presente trabalho acrescenta
154 espécies à listagem de Medeiros (2016), incluindo áreas vizinhas ao Parque da
Cidade, na ZPA1. Outra importância da área é a de ser uma das principais fontes de
recarga do aquífero Barreiras, manancial responsável por 70% da água usada no
abastecimento do município (NATAL, 2008).
Para a ZPA2 há apenas o estudo florístico de Freire (1990), que relata para a
área 264 espécies em 78 famílias no interior do Parque das Dunas, porém,
comparando nossos dados com os do levantamento de Freire (1990), cabe ressaltar
que algumas espécies ali apontadas não estão aqui incluídas, pela ausência de
material-testemunho. Como incluímos em nosso catálogo apenas espécies
confirmadas por vouchers, é de se supor que algumas das espécies listadas por Freire
(1990) não possuem espécimes nas coleções consultadas, ou que os mesmos tenham
se perdido. Informações pessoais do Prof. Adalberto Trindade (com. Pess. 2017)
confirmam que parte do material coletado no Projeto Parque das Dunas, depositada
no herbário UFRN, se perdeu no final da década de 1990. Alguns espécimes foram
recentemente reencontrados (Versieux et al. 2017). Além disso, houve significativas
mudanças taxonômicas (sinonímias) ou alterações nas próprias identificações. Por
exemplo, todo o material identificado como Hohenbergia ramageana (Bromeliaceae)
pela autora é agora identificado como H. ridleyi. Além disso, chama atenção para a
ausência na referida listagem de espécies que são muito comuns dentro do Parque
das Dunas, como o gênero Cryptanthus (Bromeliaceae) não citado anteriormente, mas
uma das espécies mais notáveis crescendo sobre o foliço (Versieux et al. 2013). Vale
ainda ressaltar que para o gênero Chamaecrista (Fabaceae), Freire (1990) cita apenas
24
uma espécie, enquanto Queiroz & Loiola (2009) citam 10, incluindo quatro novas
ocorrências para o estado. Tal observação indica que o esforço amostral de Freire
(1990) não foi exaustivo e / ou que talvez tenha se limitado a alguns trechos dentro do
que hoje conhecemos como ZPA2, apontando para a necessidade da UC Parque das
Dunas ter um programa de incentivo e investimento na pesquisa e documentação da
sua flora. Outra hipótese, seria que transcorrido quase 30 anos da elaboração do
plano de manejo do Parque das Dunas, que serviu de base para a listagem de Freire
(1990), essa comunidade esteja se enriquecendo de espécies. Todavia, os autores do
Plano de Manejo de 1989 já indicavam que possivelmente muitas espécies seriam
acrescidas à lista disponível, de 200 espécies identificadas, a depender de melhores
identificações e de mais coletas de material encontrado apenas sem flores (RIO
GRANDE DO NORTE, 1989).
A ZP5 foi a área com menores números de dados florísticos. Ela não foi alvo de
estudos botânicos no passado e apresentou poucos espécimes nos herbários.
Entretanto, o trabalho em campo aqui desenvolvido acrescentou 53 espécies a uma
lista preliminar de 14 nomes disponíveis no herbário, o que representa um avanço no
conhecimento deste fragmento. O remanescente florestal é dominado por vegetação
arbustiva ou arbórea adensada, com poucos trechos abertos e o acesso a área é
através das encostas de dunas, ficando a vegetação no topo de um morrote. A
relevância da área para armazenamento e captação de água subterrânea com a
manutenção da cobertura vegetal no local é relatada em diversos trabalhos (DE
BRITTO COSTA et al., 2012; DE MELO SILVEIRA et al., 2013; REBOUÇAS, et al.,
2015).
Na composição das espécies, verificou-se um significativo número de espécies
da família Fabaceae, fato previsível, pois além de ser reputada entre as mais
abundantes Eudicotiledôneas no Brasil, (GIULIETTI et al., 2005; ZAPPI, et al., 2015), é
citada em grande número em estudos de áreas costeiras do Nordeste (VICENTE,
2014; SANTOS-FILHO et al., 2015; DE ALMEIDA JR et al., 2016; SERRA et al.,
2016). Além da Fabaceae, Poaceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae e Asteraceae foram
famílias com números significativos na listagem, o que explica o não prevalecimento
de um hábito nas vegetações, pois tais famílias dão amplitude em termos de formas
de vida, desde pequenas ervas até árvores altas.
Mais um resultado esperado está na classificação dos padrões de distribuição
geográfica, determinado por Cabrera & Willink (1980), onde a maioria das espécies é
categorizada como contínuas restritas (espécies que ocorrem em mais de uma
província). Uma vez que, a restinga é a vegatação que compõe as áreas das ZPAs em
estudo, o resultado aponta para o caráter de espécies mais generalistas (RIZZINI,
25
1997). Definidas como vegetação que cobre as planícies arenosas que datam do
Quaternário, principalmente do Holoceno, considerada um ecossistema associado à
Mata Atlântica, tal formação é um mosaico de comunidades de plantas, que vão desde
tipos rastejantes a florestas (ZAMITH & SCARANO, 2006).
Outro ponto importante refere-se à conservação de espécies em vulnerabilidade.
Na listagem atual sete táxons são referidos como ameaçados de extinção e três como
raros. O que faz com que essas áreas se tornem prioritárias para ações e pesquisas
voltadas para a gestão e planejamento da conservação na cidade (IVES et al., 2016).
Vale ressaltar que o número de espécies compartilhadas entre as áreas não foi muito
alto, o que reforça a importância de se conectar os fragmentos naturais que pertencem
às zonas de proteção através de corredores verdes.
Em países mais desenvolvidos, o urbanismo e paisagismo vêm sendo discutidos
buscando a integração de jardins públicos e privados, projetos de arborização urbana
com espécies nativas locais e paisagismo sustentável para praças e outros espaços
públicos (GODDARD et al., 2010), e pela nossa observação, este tipo de preocupação
ainda pouco se manifestou em Natal, onde constatamos a negligência com a
manutenção da vegetação no ambiente urbano. Os dados aqui apresentados podem
se usados para melhor conservar e manter a conectividade das áreas verdes urbanas
de Natal, que são cruciais para a qualidade ambiental da cidade, bem como a
conservação da biodiversidade urbana (WARD et al., 2010; KONG et al., 2010).
CONCLUSÕES
O conjunto de dados apresentados revelou um total de 384 espécies vegetais
nas três ZPAs analisadas, englobando áreas próximas entre si e sete bairros da zona
Sul de Natal, número que representa um terço da flora registrada para todo o RN.
Diante dessa realidade em um bioma altamente fragmentado, o trabalho propõe a
criação de corredores verdes, ligando fragmentos naturais das três áreas analisadas,
em escala de bairros. As constatações de má conservação causando uma
descaracterização das áreas apontam para a necessidade de maior vigilância sobre as
mesmas, além de se ampliar o conhecimento público e científico sobre a importância
desses remanescentes para a cidade, sendo necessários estudos em regiões ainda
pouco amostradas, sob maior pressão antrópica. No caso da UC mais antiga do RN,
Parque das Dunas, concluímos que a listagem até então disponível encontrava-se
profundamente desatualizada. A proposta apresentada de conexão dessas áreas,
utilizando a malha viária da cidade, atuando como stepping stones conectando as três
26
ZPAs, dependerá de ação e conscientização dos moradores e adoção de práticas de
paisagismo sustentável, incluindo ao máximo espécies nativas.
27
LITERATURA CITADA
_____________________________________________________________________
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31
ANEXOS
Figura 6. Registros de situações de negligência com as ZPAs 1, 2 e 5, entre os meses de novembro de
2016 e setembro de 2017 (Fotos: L. Versieux; K. Diesel). Na ZPA1: Corte de madeira (A) e (B) e
C
A B
D
E G
F
32
deposição de entulho em área vizinha ao Parque da Cidade, Natal. Na ZP2: Área descampada
localizada na lateral da Av. Roberto Freire, ocupada pelo 7º Batalhão de Infantaria e profundamente
alterada (C) e (D). ZPA5: Imagem do incêndio que aconteceu em novembro de 2016 (E), e efeitos da
queimada no interior da área após dois dias do incêndio; (G) praça sem manutenção vizinha à zona de
proteção, indicando o potencial de áreas verdes próximas às ZPAs formarem uma conexão.
Figura 7. Registro de praças e áreas livres que abrangem as vias e conexões verdes entre as ZPAs
(Fotos: K. Diesel). (A) Praça com área de lazer no cruzamento entre as ruas Praia de Grossos e Praia
da Penha, bairro de Ponta Negra (5°52'42.86"S, 35°10'57.58"O); (B) Área verde, sem delineamento e
manutenção, entre as ruas Historiador Fausto de Souza e José Mauro de Vasconcelos, bairro de Capim
Macio (5°52'10.36"S, 35°11'15.30"O;); (C) Praça localizada as margens da Av. Governador Tarcisio de
Vasconcelos Maia (5°50'33.63"S, 35°13'10.92"O), detalhe na manutenção vegetação; (D) Canteiro
central da Rua Raimundo Chaves (5°49'51.06"S, 35°13'10.88"O), observando acúmulo de lixo e falta de
capina.
A B
D C
33
Tabela 4. Espécies de Angiospermas com ocorrência nas Zonas de Proteção Ambiental 1, 2 e 5 - Natal, RN, Brasil. Hábito: arv - árvore; arb - arbusto; her - herbácea; lia - liana; par - parasita. (*) Espécies na lista de ameaçadas de extinção; (**) Espécies raras; (+) Espécies ruderais.
Família/ espécie Domínio Biogeo
Província Biogeo
Hábito Voucher ZPAs
1 2 5
Acanthaceae
Aphelandra nuda Nees ** Ama Atl lia Gomes, C.P.C. (UFRN 22343) / Cestaro,
L.A. (UFRN ) x x
Ruellia inundata Kunth Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Projeto PDD 69 (MOSS 2161)
x
Thyrsacanthus ramosissimus Moric.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Para
arb Roque, A.A. (UFRN 21047) / Sousa,
M.B.(UFRN 12225) x x
Amaranthaceae
Alternanthera tenella Colla + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Roque, A.A.(UFRN 21056) x
Alternanthera brasilia (L.) Kuntze. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Sousa, M.B. (UFRN 12203)
x
Anacardiaceae
Anacardium occidentale L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arv Roque, A.A.(UFRN 19124) / Roque, A.A.(UFRN 14801)/ Diesel, K.M.F.
(UFRN) x x x
Schinus terebinthifolius Raddi Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe arv
Roque, A.A.(UFRN 20247) / Trindade, A.(UFRN 1815)
x x
Annonaceae
Xylopia laevigata (Mart.) R.E.Fr. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
arv Jardim, J.G.(UFRN 15873)
x
Apocynaceae
Aspidosperma multiflorum A.DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Projeto PDD (MOSS 2167)
x
Ditassa blanchetii Decne. Ama Ama-Atl lia Sena, V.R.R.(UFRN 4640) / Cestaro,
L.A. (UFRN 4818) x x
Ditassa crassifolia Decne. Ama Atl-Cer lia Roque, A.A.(UFRN 20232) x
Hancornia speciosa Gomes Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Gomes, C.P.C.(UFRN 22314) / Trindade,
A.(UFRN 1195) x x x
Mandevilla moricandiana (A. DC.) Woodson
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
lia Gomes, C.P.C.(UFRN 22313)/ Trindade,
A.(UFRN 1149) x x
Mandevilla scabra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) K. Schum.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia Roque, A.A.(UFRN 21002) x
Matelea ganglinosa (Vell.) Rapini Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Roque, A.A.(UFRN 20633)/Roque,
A.A.(UFRN) x
x
Apodanthaceae
Pilostyles blanchetii (Gardner) R.Br.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer par Roque, A.A.(UFRN 19119) x
Araceae
Anthurium affine Schott Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 12995)/ Cestaro,
L.A. (UFRN 4821) x x
Anthurium pentaphyllum (Aubl.) G.Don
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 20348) / Jardim, J.G.(UFRN 10412)
x x
Philodendron acutatum Schott Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 19098) x
Asteraceae
Acanthospermum hispidum DC. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 21048)/ Trindade, A. (UFRN1080)
x x
Aspilia procumbens Baker * Ama-Chaq
Atl-Caa her Costa, L.P.(UFRN 20257) / Projeto
PDD(MOSS 2208) / Roque, A.A.(UFRN 14793)
x x
Conocliniopsis prasiifolia (DC.) Ama- Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 20630) / Cestaro, x x x
34
R.M.King & H.Rob. Chaq L.A. (UFRN 12483)/ Roque, A.A.(UFRN)
Conyza canadensis (L.) Cronquist +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her Roque, A.A.(UFRN 19099) x
Elephantopus hirtiflorus DC. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Costa, L.P.(UFRN 20260) x
Mikania obovata DC. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Sousa, M.B.(UFRN 12196)
x
Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 19089) x x
Spilanthes urens Jacq. Ama-Chaq
Ama-Atl-Cer-Para
her Roque, A.A.(UFRN 19120) x x
Stilpnopappus cearensis Huber *
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 19087) / Cestaro, L.A. (UFRN 12480) / Projeto PDD(MOSS
2214) x x x
Stilpnopappus trichospiroides Mart. ex DC.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20674) / Sousa,
M.B. (UFRN 12212) x x
Tilesia baccata (L.) Pruski Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her
Loiola, M.I.B.(UFRN ) / Sousa, M.B.(UFRN 12224)
x x
Tridax procumbens L. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her Roque, A.A.(UFRN 20248) x
Bignoniaceae
Anemopaegma laeve DC. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Sena, R.(UFRN ) x
Fridericia chica (Bonpl.) L.G. Lohmann
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Loiola, M.I.B.(UFRN 4502) / Trindade,
A.(UFRN 1177) x x
Fridericia dispar (Bureau ex K. Schum.) L.G. Lohmann
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Roque, A.A.(UFRN 20324) / Jardim,
J.G. (UFRN 10415) x x
Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Pierote, P.(UFRN 21018) / Cestaro, L.A. (UFRN 4861) / Projeto PDD(MOSS
2139) x x
Jacaranda obovata Cham. Ama Atl arb Sena, R.(UFRN 4450) x
Lundia longa (Vell.) DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia
Loiola, M.I.B.(UFRN 4627)/ Roque, A.A.(UFRN)
x
x
Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.f. ex S.Moore
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Cestaro, L.A. (UFRN 4866)
x
Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Roque, A.A.(UFRN 20331) / Colombo, B.R. (UFRN 15599) / Projeto
PDD(MOSS 2146) x x
Boraginaceae
Cordia superba Cham. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arv Roque, A.A.(UFRN 20360) / Projeto
PDD(MOSS 2354) / Trindade, A. (UFRN 1248)
x x x
Euploca polyphylla (Lehm.) J.I.M.Melo & Semir +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Loiola, M.I.B.(UFRN 4427) / Loiola,
M.I.B.(UFRN 7192) / Projeto PDD(MOSS 2143)
x x
Heliotropium elongatum (Lehm.) J.M.Jonst.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Projeto PDD (MOSS 2144)
x
Myriopus salzmannii (DC.) Diane & Hilger
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Cestaro, L.A. (UFRN )
x
Myriopus candidulus (Miers) Feuillet
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
lia Roque, A.A.(UFRN 20656) / Sousa,
M.B.(UFRN 4419) x x
Bromeliaceae
Aechmea patentissima (Mart. ex Schult. & Schult.f.) Baker.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Medeiros, A.S.M.(UFRN 14182)
x
Cryptanthus zonatus (Vis.) Beer *
Ama Atl her Roque, A.A.(UFRN 14270) / Versieux,
L.M. (UFRN 14169) x x
Hohenbergia ridleyi (Baker) Mez Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 15921) / Medeiros,
A.S.M. (UFRN 14181) x x
Tillandsia bulbosa Hook. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Gomes, C.P.C.(UFRN 22339) x
Burseraceae
35
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand *
Ama-Chaq
Atl-Caa arv Bernardo, P.(UFRN 21026) / Cestaro,
L.A. (UFRN) x x
Cactaceae
Cereus jamacaru DC. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 20669) x x
Cereus fernambucensis Lem. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arb Meiado, M.V.(UFRN 18002)
x
Melocactus violaceus Pfeiff. * Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 20347) x x
Pilosocereus catingicola (Gürke) Byles & G.D.Rowley
Ama-Chaq
Atl-Caa arb Roque, A.A.(UFRN 20358)/ Roque,
A.A.(UFRN)/Sousa, M.B.(UFRN 12192 ) x x x
Cannabaceae
Trema micrantha (L.) Blume Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arv Roque, A.A.(UFRN 19091)/ Projeto
PDD(MOSS 2358) / Roque, A.A.(UFRN 14772)
x x
Capparidastrum frondosum (Jacq.) Cornejo & Iltis
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb
Roque, A.A.(UFRN 20655) / São-Mateus, W.M.B.(UFRN 13862)
x x
Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb
Loiola, M.I.B.(UFRN 4457)/ Projeto PDD(MOSS 2109)/ Soares Neto,
R.L. (UFRN 16294) x x
Cynophalla hastata (Jacq.) J. Presl
Ama-Chaq
Atl-Caa arb Gomes, C.P.C.(UFRN 22342)/ Projeto
PDD(MOSS 2110) x x
Caryophyllaceae
Polycarpaea corymbosa (L.) Lam.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Gomes, C.P.C.(UFRN 22332)/ Roque, A.A.(UFRN)
x
x
Celastraceae
Cheiloclinium serratum (Cambess.) A.C.Sm.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Loiola, M.I.B.(UFRN ) x
Maytenus erythroxyla Reissek Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
arb Roque, A.A.(UFRN 19092) / Sousa,
M.B. (UFRN 8547)/ Roque, A.A.(UFRN) x x x
Chrysobalanaceae
Chrysobalanus icaco L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb
Sousa, M.B. (UFRN 12214)/ Roque, A.A.(UFRN)
x x
Hirtella ciliata Mart. & Zucc. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
arb Bernardo, P.(UFRN 21023)/ Trindade, A. UFRN1203/ Costa-Araújo, M.H.(UFRN
22610) x x x
Hirtella racemosa Lam. Ama Ama-Atl arb Pierote, P.(UFRN 21033)/ Roque,
A.A.(UFRN 14794)/ Roque, A.A.(UFRN) x x x
Licania octandra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) Kuntze
Ama Atl arb Sena, R.(UFRN 4478)/ Trindade,
A. (UFRN 1098 ) x x
Cleomaceae
Physostemon tenuifolium Mart. & Zucc.
Ama-Chaq
Atl-Caa her Roque, A.A.(UFRN 19083) x
Combretaceae
Buchenavia tetraphylla (Aubl.) R.A.Howard
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
arv Sena, R.(UFRN ) x
Commelinaceae
Commelina erecta L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 20329)/ Projeto
PDD(MOSS 5942)/ Sousa, M.B. (UFRN 10599)
x x
Convolvulaceae
Daustinia montana (Moric.) Buril & A.R. Simões
Ama Atl lia Roque, A.A.(UFRN 3606)/ Jardim,
J.G. (UFRN 10414) x x
Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult. +
Ama Ama-Atl her Roque, A.A.(UFRN 19123) x
Ipomoea brasilia (Choisy) Meisn. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Roque, A.A.(UFRN 19105)/ Cestaro,
L.A. (UFRN 5070)/ Projeto PDD(MOSS 2136)
x x
Ipomoea hederifolia L. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
lia Cestaro, L.A. (UFRN)/ Mattos, J.C.de
O.(MOSS 4973) x
Ipomoea pes-caprae (L.) R. Br. + Ama Ama-Atl her Projeto PDD(MOSS 2135)/ Sousa,
M.B.(UFRN 12219 ) x
Ipomoea quamoclit L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
lia Mattos, J.C.de O.(MOSS 4971)
x
36
Para-Pampe
Ipomoea rosea Choisy Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe lia Roque, A.A.(UFRN 13969) x
Jacquemontia bahiensis O'Donell
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Gomes, C.P.C.(UFRN 22344) x
Jacquemontia holosericea (Weinm.) O'Donell
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Cestaro, L.A. (UFRN )
x
Jacquemontia pentanthos (Jacq.) G.Don
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Sousa, M.B. (UFRN 12198)
x
Merremia aegyptia (L.) Urb. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia Loiola, M.I.B.(UFRN 4572) x
Cucurbitaceae
Cayaponia tayuya (Vell.) Cogn. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Costa-Lima, J.L. 609
x
Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. & Nakai
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Loiola, M.I.B.(UFRN 7175)
x
Cyperaceae
Bulbostylis conifera (Kunth) C.B.Carke
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 20679)/ Roque,
A.A.(UFRN 14789) x x
Bulbostylis capillaris (L.) C.B.Clarke. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 14791)
x
Bulbostylis junciformis (Kunth) C.B. Clarke
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Loiola, M.I.B.(UFRN )/ Roque, A.A.(UFRN 14790)/ Roque, A.A.(UFRN)
x x x
Cyperus aggregatus (Wild.) Endl. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 19094) x
Cyperus articulatus L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Sayonara(UFRN 8028 )
x
Cyperus crassipes Vahl Ama Atl her Trindade, A. (UFRN 1061) /Projeto
PDD(MOSS 2119) x
Cyperus digitatus Roxb. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Trindade, A. (UFRN 1822 )
x
Cyperus ligularis L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 19077) x
Cyperus meyenianus Kunth Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her
Costa, L.P.(UFRN 20270)/ Jardim, J.G.(UFRN 11354)/ Projeto PDD(MOSS
2120) x x x
Fimbristylis cymosa (Lam.) R.Br. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 19073)/ Trindade, A. (UFRN 1311)
x x
Remirea maritima Aubl. Ama Atl her Trindade, A. (UFRN 1238 )
x
Rhynchospora cephalotes (L.) Vahl
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 20682) x
Dilleniaceae
Curatella americana L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arv Roque, A.A.(UFRN 20357)/ Projeto
PDD(MOSS 2271) x x
Tetracera breyniana Schltdl. Ama Atl arb Costa, L.P.(UFRN 20265)/ Sousa,
M.B.(UFRN 8544 )/ Projeto PDD(MOSS 2272)
x x
Tetracera oblongata DC. Ama Atl arb Loiola, M.I.B.(UFRN 4429) x
Dioscoreaceae
Dioscorea campestris Griseb. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her Costa-Lima, J.L.(UFRN 8265)
x
Dioscorea leptostachya Gardner. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
lia Cestaro, L.A. (UFRN 5139)
x
Ebenaceae
Diospyros inconstans Jacq. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Gomes, C.P.C.(UFRN 22345) x
37
Erythroxylaceae
Erythroxylum passerinum Mart. Ama Atl arb Roque, A.A.(UFRN 20337) x
Erythroxylum rimosum O.E.Schulz
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Loiola, M.I.B.(UFRN ) x
Erythroxylum simonis Plowman Ama Atl arb Roque, A.A.(UFRN 20653) x
Euphorbiaceae
Astraea lobata (L.) Klotzsch + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 21051)/ Projeto
PDD(MOSS 2087) x
Cnidoscolus urens (L.) Arthur + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb
Loiola, M.I.B.(UFRN 4438)/ Projeto PDD(MOSS 2062)
x x
Croton heliotropiifolius Kunth Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Loiola, M.I.B.(UFRN ) x
Croton pedicellatus Kunth Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 19090)/ Projeto
PDD(MOSS 2067) x x
Dalechampia convolvuloides Lam.
Ama Atl lia Roque, A.A.(UFRN 19096) x
Euphorbia heterophylla L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 20998) x
Euphorbia hirta L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Loiola, M.I.B.(UFRN 6816)
x
Euphorbia hyssopifolia L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Pierote, P.(UFRN 21035)/ Sousa,
M.B.(UFRN 12220)/ Projeto PDD(MOSS 2068)
x x
Euphorbia prostrata Aiton + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her
Roque, A.A.(UFRN 20992)/ Loiola, M.I.B.(UFRN 5804)
x x
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 19101)/ Projeto
PDD(MOSS 2063)/ Roque, A.A.(UFRN 14800)
x x
Manihot dichotoma Ule Ama-Chaq
Atl-Caa arv Projeto PDD(MOSS 2064)
x
Phyllanthus niruri L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb Projeto PDD(MOSS 2065)
x
Ricinus communis L. ** Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Costa, L.P.(UFRN 20255) x
Fabaceae
Abarema filamentosa (Benth.) Pittier
Ama-Chaq
Atl-Caa arv Roque, A.A.(UFRN 20333) x
Abrus precatorius L. Ama Ama-Atl lia Pierote, P.(UFRN 21034)/ Projeto
PDD(MOSS 2299) x x
Aeschynomene histrix Poir. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Loiola, M.I.B. 1214/ São-Mateus,
W.M.B.(UFRN 14227) x x
Aeschynomene viscidula Michx. +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20642)/ Loiola,
M.I.B.(UFRN 7174) x x
Andira humilis Mart. ex Benth. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
arb Roque, A.A.(UFRN 19080)/ Projeto
PDD(MOSS 2320)/ Roque, A.A.(UFRN 14771)
x x
Andira nitida Mart. ex Benth. Ama Atl arv Costa, P.L.(UFRN 21027) x
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. **
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arv Roque, A.A.(UFRN 19110)/ Projeto
PDD(MOSS 2342) x x
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Gomes, C.P.C.(UFRN 22329)/Cestaro,
L.A. (UFRN 5045 ) x x
Bauhinia pentandra (Bong.) D.Dietr.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
arv Carvalho, M.C. (UFRN 1039 )
x
Bowdichia virgilioides Kunth Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Roque, A.A.(UFRN 19113)/ Cestaro, L.A. (UFRN 12231)/ Projeto PDD(MOSS
2324) x x
38
Calliandra parvifolia (Hook. & Arn.) Speg.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 19095) /Cestaro,
L.A. (UFRN 5226)/Anderson, J.(UFRN 18954)
x x x
Calopogonium mucunoides Desv.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
lia Roque, A.A.(UFRN 20993)/ São-Mateus,
W.M.B.(UFRN 14232) x
x
Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN)
x
Canavalia rosea (Sw.) DC. Ama-Chaq
Atl-Caa lia Loiola, M.I.B.(UFRN 6813)
x
Cassia bicapsularis (L.) Roxb. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Cestaro, L.A.(UFRN 5036 )
x
Centrosema brasilianum (L.) Benth. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia
Loiola, M.I.B.(UFRN 4440)/ Cestaro, L.A. (UFRN 12230)
x x
Centrosema pascuorum Mart. ex Benth.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Moura, E.O.(UFRN 12579 )/ Trindade, A.
UFRN 973 x x
Centrosema rotundifolium Mart. ex Benth.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
her Loiola, M.I.B.(UFRN 7187)/ São-Mateus,
W.M.B.(UFRN 14220) x x
Chamaecrista calycioides (DC. ex Collad.) Greene
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Sena, V.R.R.(UFRN 4595)/ Loiola,
M.I.B.(UFRN 7164) x x
Chamaecrista diphylla (L.) Greene
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 21043) x
Chamaecrista eitenorum (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & Barneby
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Cardoso, D. (UFRN 16962)
x
Chamaecrista ensiformis (Vell.) H.S. Irwin & Barneby
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 20240)/ Costa-Araújo, M.H.(UFRN 22606)/ Diesel,
K.M.F. (UFRN) x
x
Chamaecrista flexuosa (L.) Greene +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 21045)/ Projeto PDD(MOSS 2308)
x x x
Chamaecrista hispidula (Vahl) H.S. Irwin & Barneby
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 21044)/ Sousa,
M.B. (UFRN 10596)/ Roque, A.A.(UFRN)
x x x
Chamaecrista ramosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Costa, L.P.(UFRN 20254)/ Loiola,
M.I.B.(UFRN 7183)/ Roque, A.A.(UFRN) x x x
Chamaecrista serpens (L.) Greene.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Loiola, M.I.B. (UFRN 7199)
x
Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Cestaro, L.A. (UFRN 5247)
x
Copaifera arenicola (Ducke) J.Costa & L.P.Queiroz
Ama-Chaq
Atl-Caa arv Roque, A.A.(UFRN 20323) x
Copaifera cearensis Huber ex Ducke
Ama-Chaq
Atl-Caa arv Loiola, M.I.B.(UFRN 4485) x
Crotalaria pallida Aiton + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Projeto PDD(MOSS 2325)/ São-Mateus,
W.M.B.(UFRN 14224) x x
Crotalaria retusa L. + Ama Atl her Sousa, M.B.(UFRN 12223)/ São-Mateus,
W.M.B.(UFRN 14225) x x
Desmanthus virgatus (L.) Willd. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
her Loiola, M.I.B.(UFRN 4636)/ Trindade, A. (UFRN 1057)/ Projeto PDD(MOSS
2304) x x
Desmodium barbatum (L.) Benth.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Sena, V.R.R.(UFRN 4618) x
Desmodium glabrum (Mill.) DC. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Projeto PDD(MOSS 2323)
x
Desmodium incanum DC. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 20644) x
Desmodium scorpiurus (Sw.) Desv.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her São-Mateus, W.M.B.(UFRN 14228)
x
Desmodium tortuosum (Sw.) DC. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Loiola, M.I.B.(UFRN 4387)/ São-Mateus, W.M.B.(UFRN 14229)
x x
Dioclea violacea Mart. ex Benth. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
lia Loiola, M.I.B.(UFRN 4435)/ Cestaro,
L.A. (UFRN 5201)/ Projeto PDD(MOSS x x x
39
Para 2344)/ São-Mateus, W.M.B.(UFRN 14233)
Hymenaea courbaril L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Roque, A.A.(UFRN 19109)/ Cestaro, L.A. (UFRN 5026)/Projeto PDD(MOSS
2309) x x
Hymenaea eriogyne Benth. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Jardim, J.G. (UFRN 10786 )
x
Hymenaea rubriflora Ducke Ama Atl arv Roque, A.A.(UFRN 20242)/ Projeto
PDD(MOSS 2315) x x
Indigofera hirsuta L. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 21052) x
Indigofera microcarpa Desv. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20641)/ São-Mateus,
W.M.B.(UFRN 14222) x
x
Inga cylindrica (Vell.) Mart. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Loiola, M.I.B.(UFRN 4496)/ Jardim, J.G.(UFRN 10453 )
x x
Macroptilium atropurpureum (DC.) Urb. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia
Loiola, M.I.B.(UFRN 4385)/ São-Mateus, W.M.B.(UFRN 14231)
x
x
Macroptilium gracile (Poepp. ex Benth.) Urb.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Trindade, A. 174/ São-Mateus,
W.M.B.(UFRN 14230) x x
Macroptilium lathyroides (L.) Urb. +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
her Loiola, M.I.B.(UFRN ) x
Macroptilium panduratum (Mart. ex Benth.) Maréchal & Baudet
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 21055)/ Jardim,
J.G. (UFRN 10783)/ Projeto PDD (MOSS 2331)
x x
Macroptilium gracile (Poepp. ex Benth.) Urb.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Trindade, A.(UFRN 1260 )
x
Mimosa borboremae Harms Ama Atl her Roque, A.A.(UFRN 20668) x
Mimosa caesalpiniifolia Benth. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Sena, R.(UFRN)/ Cestaro, L.A. (UFRN 5249)
x x
Mimosa misera Benth. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 8881) x x x
Mimosa pudica L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Costa, L.P.(UFRN 20259) x
Mimosa sensitiva L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 19102) x
Mimosa somnians Humb. & Bonpl. ex Willd.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Costa, L.P.(UFRN 20272)/ Vidal,
A.A.J.(UFRN 7986)/ Projeto PDD(MOSS 2301)
x x
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Roque, A.A.(UFRN 19122)/ Sousa,
M.B. (UFRN 8570)/ Projeto PDD(MOSS 2305)
x x
Paubrasilia echinata (Lam.) E. Gagnon, H.C. Lima & G.P. Lewis *
Ama Atl arv Loiola, M.I.B.(UFRN 4547)/Cestaro,
L.A. (UFRN 5041) x x
Phanera flexuosa (Moric.) Queiroz
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Loiola, M.I.B.(UFRN 4451) x
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Roque, A.A.(UFRN 20244) x
Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Roque, A.A.(UFRN 19125)/ Projeto
PDD(MOSS 2298) x x
Pterocarpus rohrii Vahl Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arv São-Mateus, W.M.B.(UFRN 12597)/
Projeto PDD(MOSS 2338) x
Pterocarpus violaceus Vogel Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Trindade, A. (UFRN 18958 )
x
Rhynchosia minima (L.) DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia
Roque, A.A.(UFRN 20994)/ São-Mateus, W.M.B.(UFRN 14226)
x
x
Rhynchosia phaseoloides (Sw.) DC.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Trindade, A. (UFRN 971)/ Projeto PDD(MOSS 2341)
x
Rhynchosia minima (L.) DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia Loiola, M.I.B.(UFRN 6812)
x
Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20233)/ Costa-
Araújo, M.H.(UFRN 22609) x
x
Senna obtusifolia (L.) H. S. Irwin & Barneby. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 21049)/ Projeto PDD(MOSS 2319)
x x
40
Senna rizzinii H.S. Irwin & Barneby +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Sena, R.(UFRN 4578) x
Sesbania exasperata Kunth Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb São-Mateus, W.M.B.(UFRN 14223)
x
Stylosanthes gracilis Kunth Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 20241) x
Stylosanthes macrocephala M.B. Ferreira & S. Costa
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her
Projeto PDD(MOSS 2327)/ Roque, A.A.(UFRN)
x x
Stylosanthes scabra Vogel Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Projeto PDD(MOSS 2330)
x
Stylosanthes viscosa (L.) Sw. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Loiola, M.I.B.(UFRN)/ Projeto
PDD(MOSS 2322) x x
Stylosanthes angustifolia Vogel. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Jardim, J.G.(UFRN 17964)
x
Stylosanthes macrocephala Ferreira & Souza Costa.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 14785)
x
Stylosanthes viscosa (L.) Sw. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Sousa, M.B. (UFRN 8572 )
x
Tephrosia noctiflora Bojer Ama Atl her Roque, A.A.(UFRN 19103) x
Vigna halophila (Piper) Maréchal et al.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Cestaro, L.A. (UFRN 12246)
x
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Loiola, M.I.B.(UFRN )/Queiroz,
R.T.(UFRN 3021) x x
Zornia latifolia Sm. Ama Atl her
Roque, A.A.(UFRN 19121)/ Roque, A.A.(UFRN 14780)/ Projeto PDD(MOSS
2343)/ São-Mateus, W.M.B.(UFRN 14219)
x x x
Krameriaceae
Krameria tomentosa A.St.-Hil. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Costa, L.P.(UFRN 20256)/ Cestaro,
L.A.(UFRN 12484)/ Projeto PDD(MOSS 2111)/ Diesel, K.M.F. (UFRN)
x x
Lamiaceae
Hypenia salzmannii (Benth.) Harley
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 14797)
x
Hyptis fruticosa Salzm. ex Benth..
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Jardim, J.G.(UFRN 11352 )
x
Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 20249)/ Cestaro, L.A. (UFRN 5136 )/ Roque, A.A.(UFRN)
x x x
Rhaphiodon echinus Schauer + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Barbosa, G.(MOSS 5005)
x
Vitex rufescens A. Juss. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Loiola, M.I.B.(UFRN 4513)/ Costa-Lima,
J.L.(UFRN 8306) x x
Lauraceae
Cassytha filiformis L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para par Roque, A.A.(UFRN 19071) x x
Lecythidaceae
Lecythis pisonis Cambess. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Roque, A.A.(UFRN 20336) x
Loganiaceae
Strychnos parviflora Spruce ex Benth
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia
Loiola, M.I.B.(UFRN )/ Costa-Araújo, M.H.(UFRN 22546)/ Projeto PDD(MOSS
2346) x x x
Loranthaceae
Psittacanthus dichroos (Mart.) Mart.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
par Costa, L.P.(UFRN 20275)/ Roque,
A.A.(UFRN 14786 ) x x x
Struthanthus flexicaulis (Mart. ex Schult. f.) Mart. +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer par Costa, L.P.(UFRN 20269)/ Projeto
PDD(MOSS 2283) x x
Struthanthus marginatus (Desr.) Blume
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para par Projeto PDD(MOSS 2285)
x
41
Lythraceae
Cuphea flava Spreng. Ama Atl arb
Costa, L.P.(UFRN 20262)/ Roque, A.A.(UFRN 14799 )/ Costa-Araújo, M.H.(UFRN 22547)/ Diesel, K.M.F.
(UFRN)
x x x
Lafoensia pacari A.St.-Hil. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Costa, L.P.(UFRN 20268)/ Jardim,
J.G.(UFRN 11358) x x
Malpighiaceae
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arv Loiola, M.I.B.(UFRN 4469)/ Loiola, M.I.B.
1099 x x
Byrsonima gardneriana A. Juss. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Loiola, M.I.B.(UFRN)/ Sousa,
M.B. (UFRN 12213 )/ Anderson, J.(UFRN 18943)
x x x
Diplopterys pubipetala (A.Juss.) W.R.Anderson & C.C.Davis
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia Cestaro, L.A. (UFRN 15501)
x
Mascagnia sepium (A. Juss.) Griseb.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia Jardim, J.G.(UFRN 11349 )
x
Stigmaphyllon paralias A. Juss. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Costa, L.P.(UFRN 20266)/ Projeto
PDD(MOSS 2073) x x
Stigmaphyllon rotundifolium A. Juss.
Ama Atl lia Jardim, J.G.(UFRN 11347 )
x
Malvaceae
Guazuma ulmifolia Lam. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Macedo, M.(UFRN 3786)/ Projeto PDD(MOSS 2220)
x
Helicteres heptandra L. B. Sm. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Projeto PDD(MOSS 2216)
x
Herissantia tiubae (K. Schum.) Brizicky +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Loiola, M.I.B.(UFRN ) x
Luehea ochrophylla Mart. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Roque, A.A.(UFRN 20361)/ Almeida, M.(UFRN 3784)/ Projeto PDD(MOSS
2355) x x
Melochia pyramidata L. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
her Cestaro, L.A. (UFRN 5284 )
x
Pavonia cancellata (L.) Cav. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Costa, L.P.(UFRN 20264)/ Sousa,
M.B. (UFRN 12201)/ Projeto PDD(MOSS 4406)
x x
Sida cordifolia L. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Gomes, C.P.C.(UFRN 22337) x
Sida linifolia Cav. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 21007)/ Mattos, J.C.de O.(MOSS 5190)
x x
Waltheria albicans Turcz. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Gomes, C.P.C.(UFRN 22319) x
Waltheria indica L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Gomes, C.P.C.(UFRN 22350)/Sousa, M.B. (UFRN 12199)/ Projeto PDD(MOSS
2215)/ Roque, A.A.(UFRN) x x x
Waltheria operculata Rose Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20986) x
Marcgraviaceae
Schwartzia brasiliensis (Choisy) Bedell ex Giraldo-Cañas
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 19088)/ Cestaro,
L.A. (UFRN 5244 ) x x
Menispermaceae
Chondrodendron platyphyllum (A.St.-Hil.) Miers
Ama Atl lia Roque, A.A.(UFRN 20999) x
Molluginaceae
Mollugo verticillata L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 21003)/ Trindade, A. (UFRN 981)/ Projeto PDD(MOSS
2153) x x
Moraceae
Brosimum guianense (Aubl.) Huber
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Loiola, M.I.B.(UFRN)/ Sena, R.(UFRN)/ Projeto PDD(MOSS 2083)
x x
Ficus nymphaeifolia Mill. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Marinho, A.M. (UFRN 3820)/ Projeto PDD(MOSS 2081)
x
Ficus hirsuta Schott Ama Atl arv Cestaro, L.A. (UFRN 5221)
x
42
Myrtaceae
Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arb Roque, A.A.(UFRN 20629)/ Cestaro,
L.A. (UFRN 5051) x x
Campomanesia dichotoma (O.Berg) Mattos
Ama Atl arv Medeiros, A.S.(UFRN 17098)/Sousa,
M.B. (UFRN 94) x x
Eugenia astringens Cambess. Ama Atl arv Sousa, M.B.(UFRN 10595)
x
Eugenia aurata O. Berg Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Loiola, M.I.B.(UFRN 4342) x
Eugenia azeda Sobral Ama Atl arb Roque, A.A.(UFRN 20346) x
Eugenia candolleana DC. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
arb Sena, V.R.R.(UFRN 4510) x
Eugenia excelsa O. Berg. Ama Ama-Atl arb Silva, J.O.N.(UFRN 8125 )
x
Eugenia hirta O.Berg Ama Atl arv Silva, J.O.N. (UFRN 8297)/ Projeto
PDD(MOSS 2098) x
Eugenia ligustrina (Sw.) Willd. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Roque, A.A.(UFRN 20327) x
Eugenia luschnathiana (O. Berg) Klotzsch ex B.D.Jacks.
Ama Atl arv Loiola, M.I.B.(UFRN)/ Costa-Araújo,
M.H.(UFRN 22544) x
x
Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Cestaro, L.A. (UFRN 5059 )
x
Eugenia subterminalis DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Silva, J.O.N. (UFRN 8121 )
x
Myrcia lundiana Kiaersk. Ama Atl arv Silva, J.O.N.(UFRN 8300 )
x
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arv Roque, A.A.(UFRN 20328)/ Cestaro,
L.A. (UFRN 5053) x x
Myrcia multiflora (Lam.) DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Roque, A.A.(UFRN 20339)/ Projeto
PDD(MOSS 2360) x x
Myrcia ramuliflora (Berg) N. Silveira
Ama Atl arb Loiola, M.I.B.(UFRN 4346) x
Myrciaria tenella (DC.) O. Berg Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Roque, A.A.(UFRN 20667)/ Costa-Lima,
J.L. (UFRN 300) x x
Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Cestaro, L.A. (UFRN 5055 )
x
Psidium oligospermum Mart. ex DC.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arv Roque, A.A.(UFRN 20636)/ Jardim,
J.G. (UFRN 10410)/ Projeto PDD(MOSS 2091)
x x
Psidium salutare (Kunth) O. Berg.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Silva, J.O.N. (UFRN 8127 )
x
Nyctaginaceae
Boerhavia diffusa L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 19126) x
Guapira laxa (Netto) Furlan Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Loiola, M.I.B.(UFRN 4486)/ Trindade,
A. (UFRN 1165 ) x x
Guapira obtusata (Jacq.) Little Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Roque, A.A.(UFRN 20325) x
Guapira pernambucensis (Cesar) Lundell
Ama Atl arb Costa, L.P.(UFRN 20253)/ Sousa,
M.B. (UFRN 12257)/ Projeto PDD(MOSS 2258)
x x
Ochnaceae
Ouratea cuspidata (A.St.-Hil.) Engl.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Lima, R.(UFRN 03)
x
Ouratea hexasperma (A.St. -Hil.) Baill.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arv Bernardo, P.(UFRN 21025)/ Lima,
R.(UFRN 3808 )/ Projeto PDD(MOSS 2273)
x x
Ouratea salicifolia (A.St.-Hil. & Tul.) Engl.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb Cestaro, L.A.(UFRN 5381 )
x
Olacaceae
43
Ximenia americana L. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb
Roque, A.A.(UFRN 20326)/ Sousa, M.B.(UFRN 12227)/ Projeto PDD(MOSS
2293) x x x
Opiliaceae
Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook.f.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arv Queiroz, R.T.(UFRN 2608)
x
Orchidaceae
Cattleya granulosa Lindl. * Ama Atl her Costa, L.P.(UFRN 20273)/ Costa, R.A.
UFRN10076 x x
Cyrtopodium holstii L.C. Menezes
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 19118)/ Roque,
A.A.(UFRN) x
x
Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 20341) x
Epidendrum cinnabarinum Salzm. ex Lindl.
Ama Atl her Gomes, C.P.C.(UFRN 22340)/ Jardim,
J.G.(UFRN 15874)/ Projeto PDD(MOSS 2233)
x x
Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Gomes, C.P.C.(UFRN 22330)/ Costa-Lima, J.L.(UFRN 8208)/ Projeto
PDD(MOSS 2234) x x
Vanilla bahiana Hoehne Ama Atl lia Roque, A.A.(UFRN 19117) x
Oxalidaceae
Oxalis divaricata Mart. ex Zucc. +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Gomes, C.P.C.(UFRN 22324)/ Projeto
PDD(MOSS 2291) x x
Passifloraceae
Passiflora foetida L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
lia Roque, A.A.(UFRN 20671)/ Projeto
PDD(MOSS 2270) x x
Passiflora cincinnata Mast. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia
Gomes, C.P.C.(UFRN 22341)/ Projeto PDD(MOSS 2268)
x x
Passiflora galbana Mast. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Roque, A.A.(UFRN 19111) x
Passiflora subrotunda Mast. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Sousa, M.B.(UFRN 8558 )
x
Phyllanthaceae
Phyllanthus orbiculatus Rich. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Loiola, M.I.B.(UFRN 7195 )
x
Microtea paniculata Moq. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 20638)/ Projeto
PDD(MOSS 2113) x x
Piperaceae
Piper tuberculatum Jacq. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb Loiola, M.I.B.(UFRN 2184 )
x
Plantaginaceae
Angelonia campestris Nees & Mart.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Trindade, A.(UFRN 1174)
x
Scoparia dulcis L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 20643) x
Tetraulacium veroniciforme Turcz.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 19128) x
Plumbaginaceae
Plumbago scandens L. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Projeto PDD(MOSS 2288)
x
Poaceae
Acroceras zizanioides (Kunth) Dandy
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Jardim, J.G.(UFRN 11348 )
x
Andropogon bicornis L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 20651)/ Roque,
A.A.(UFRN 14783)/ Roque, A.A.(UFRN) x x x
Aristida setifolia Kunth Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 14782)/ Projeto
PDD(MOSS 2193) x
Axonopus polydactylus (Steud.) Dedecca
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20991)/ Roque,
A.A.(UFRN 14773) x x
44
Cenchrus echinatus L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 19084)/Sousa, M.B.(UFRN 12222)/ Projeto PDD(MOSS
2185) x x
Chloris barbata Sw. + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 11782) x
Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 19072) x
Cynodon dactylon (L.) Pers. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Roque, A.A.(UFRN 20648)/ Trindade, A.
(340) x x
Dactyloctenium aegyptium (L.) Willd. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Projeto PDD(MOSS 2200)
x
Eragrostis tenella (L.) P. Beauv. ex Roem. & Schult.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 20647) x
Gouinia virgata (J. Presl) Scribn. Ama Atl her Loiola, M.I.B.(UFRN 4612)/ Jardim,
J.G.(UFRN 11353) x x
Gymnopogon foliosus (Willd.) Nees
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 14777)/ Projeto
PDD(MOSS 2198) x x
Lasiacis ligulata Hitchc. & Chase Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Loiola, M.I.B.(UFRN 4708)/ Trindade, A. UFRN1312
x x
Megathyrsus maximus (Jacq.) B. K. Simon & S. W. L. Jacobs +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Cestaro, L.A. (UFRN 5397)/ Projeto
PDD(MOSS 2182) x
Melinis repens (Willd.) Zizka + Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her
Roque, A.A.(UFRN 19085)/ Projeto PDD(MOSS 2184)/ Roque, A.A.(UFRN)
x x x
Pappophorum pappiferum (Lam.) Kuntze
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20652) x
Paspalum maritimum Trin. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her
Roque, A.A.(UFRN 20676)/ Sousa, M.B.(UFRN 12221 )
x x
Paspalum scutatum Nees ex Trin.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Trindade, A. (UFRN 1310 )/ Projeto
PDD(MOSS 2195) x
Raddia soderstromii R.P. Oliveira, L.G. Clark & Judz.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20340)/ Jardim,
J.G. (UFRN 10787)/ Projeto PDD(MOSS 2183)
x x
Schizachyrium microstachyum (Desv. ex Ham.) Roseng & Arrill. & Izag.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe her Roque, A.A.(UFRN 14787)
x
Setaria tenax (Rich.) Desv. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 19116) x
Sporobolus vermicularis Moq. Ama Atl her Trindade, A. (UFRN 1455)
x
Sporobolus virginicus (L.) Kunth Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa
her Trindade, A. (UFRN 1263)
x
Steirachne diandra Ekman. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa
her Cestaro, L.A. (UFRN 5393)
x
Streptostachys asperifolia Desv. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 19074)/ Cestaro,
L.A. (UFRN 5394 )/ Projeto PDD(MOSS 2192)
x x
Trachypogon spicatus (L. f.) Kuntze
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Roque, A.A.(UFRN 20675) x
Polygalaceae
Asemeia martiana (A.W.Benn.) J.F.B.Pastore & J.R.Abbott
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 20631)/ Loiola,
M.I.B.(UFRN 7163 )/ Projeto PDD(MOSS 2262)
x x
Asemeia violacea (Aubl.) J.F.B. Pastore & J.R. Abbott
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa
her Roque, A.A.(UFRN 21054) x
Bredemeyera laurifolia (A.St.-Hil. & Moq.) Klotzsch ex A.W.Benn
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb
Loiola, M.I.B.(UFRN )/ Trindade, A. (UFRN 1087)/ Projeto PDD(MOSS
2261) x x
Caamembeca spectabilis (DC.) J.F.B. Pastore
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa
her Loiola, M.I.B.(UFRN 4381) x
Polygala boliviensis A.W. Benn. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Gomes, C.P.C.(UFRN 22323) x
Polygala trichosperma Jacq. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Gomes, C.P.C.(UFRN 22320)/ Trindade,
A. (UFRN 1088)/ Projeto PDD(MOSS 2260)
x x x
Polygonaceae
45
Coccoloba alnifolia Casar. Ama Atl arv Bernardo, P.(UFRN 21022)/ Faria,
B.G.(UFRN 17133)/ Projeto PDD(MOSS 2265)
x x
Coccoloba brasiliensis Nees & Mart.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Cestaro, L.A.(UFRN 5369)/ Projeto
PDD(MOSS 2264) x
Coccoloba laevis Casar. Ama Atl arb Costa, L.P.(UFRN 20267)/ Sousa,
M.B. (UFRN 10593) x x
Coccoloba latifolia Lam. Ama Ama-Atl arv Queiroz, R.T.(UFRN 3063)
x
Coccoloba ramosissima Wedd. Ama Ama-Atl arb Pierote, P.(UFRN 21020)/ Faria,
B.G.(UFRN 17132)/ Diesel, K.M.F. (UFRN)
x x x
Portulacaceae
Portulaca elatior Mart. ex Rohrb. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Loiola, M.I.B.(UFRN 4543) x
Portulaca hirsutissima Cambess. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20238) x
Portulaca mucronata Link Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para
her Roque, A.A.(UFRN 20646) x
Portulaca oleracea L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her Projeto PDD(MOSS 2286)
x
Primulaceae
Jacquinia armillaris Jacq. Ama Atl arb Sousa, M.B.(UFRN 12229 )
x
Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer-Para-
Pampe arb Cestaro, L.A. (UFRN 5220 )
x
Rhamnaceae
Ziziphus joazeiro Mart. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Sousa, M.B. (UFRN 12206)
x
Rubiaceae
Alseis pickelii Pilger & Schmale Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Loiola, M.I.B.(UFRN)/ Trindade, A.
UFRN978 x x
Borreria spinosa (L.) Cham. & Schltdl.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20690)/ Jardim,
J.G.(UFRN 11356)/ Projeto PDD(MOSS 2175)
x x
Borreria verticillata (L.) G. Mey. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Gomes, C.P.C.(UFRN 22318) x
Chiococca alba (L.) Hitchc. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Roque, A.A.(UFRN 20637)/ A. Dantas
258 x x
Chiococca nitida Benth. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arb Jardim, J.G.(UFRN 15872 )
x
Cordiera myrciifolia (Spruce ex K. Schum.) C. Persson & Delprete
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arb Roque, A.A.(UFRN 20658) x
Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arb Lima, R.L.(UFRN 3788 )
x
Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv Jardim, J.G. (UFRN 13369)
x
Diodella apiculata (Willd. ex Roem. & Schult.) Delprete
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Bezerra, A.D.(UFRN 8292) x
Diodella radula (Willd. & Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) Delprete
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Boeira, T.P.(UFRN 17652) x
Guettarda platypoda DC. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Bezerra, A.D.(UFRN 8290)/ Sena,
R.(UFRN 4707)/ Projeto PDD(MOSS 2176)/ Diesel, K.M.F. (UFRN)
x x x
Guettarda angelica Mart. ex Müll.Arg.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Sousa, M.B. (UFRN 12209)
x
Hexasepalum apiculatum (Willd.) Delprete & J.H
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN)
x
Margaritopsis carrascoana (Delprete & E. B. Souza) C.M. Taylor & E. B. Souza
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Roque, A.A.(UFRN 21039)/ Costa-Lima,
J.L.(UFRN 8200) x x
Mitracarpus eichleri K. Schum. Ama Atl her Sousa, M.B. (UFRN 10590)/ Projeto
PDD(MOSS 2179) x
Mitracarpus hirtus (L.) DC. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
her Sena, R.(UFRN )/ Roque, A.A.(UFRN) x
x
46
Para
Mitracarpus polygonifolius (A. St.-Hil.) R.M. Salas & E.B. Souza
Ama Atl her Moura, E.O. (UFRN 12576 )
x
Mitracarpus salzmannianus DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Boeira, T.P.(UFRN 17657) x
Mitracarpus strigosus (Thunb.) P.L.R. Moraes, De Smedt & Hjertson
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Jardim, J.G.(UFRN 11357)
x
Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. +
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Boeira, T.P.(UFRN 17654)/ Sena, V.R.R.
2 x x
Salzmannia nitida DC. Ama Atl arb Gomes, C.P.C.(UFRN 22338) x
Spermacoce multiflora (DC.) Delprete
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Sena, R.(UFRN ) x
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb Costa, A.P.(UFRN 16023) x
Tocoyena sellowiana (Cham. & Schuldt.) K. Schum.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Cestaro, L.A. (UFRN 5295)/ Projeto PDD
(MOSS 2177) x
Salicaceae
Casearia sylvestris Sw. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arv Cestaro, L.A. (UFRN 12600 )/ Projeto
PDD (MOSS 2277) x
Santalaceae
Phoradendron bathyoryctum Eichler
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
par Costa, L.P.(UFRN 20274)/ Roque,
A.A.(UFRN) x
x
Phoradendron quadrangulare (Kunth) Griseb.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
par Sena, R.(UFRN) x
Sapindaceae
Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arv Loiola, M.I.B.(UFRN 4613) x
Allophylus puberulus (Cambess.) Radlk.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb
Roque, A.A.(UFRN 20234)/Sousa, M.B. (UFRN 10592)/ Projeto PDD(MOSS
2228) x x
Cupania oblongifolia Mart. Ama Atl arv Sena, R.(UFRN)/ Trindade, A. (UFRN
1225) x x
Serjania salzmanniana Schltr. Ama Atl lia Loiola, M.I.B.(UFRN 4343)/ Jardim,
J.G. (UFRN 10785)/ Roque, A.A.(UFRN) x x x
Talisia esculenta (Cambess.) Radlk.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arv Trindade, A. (UFRN 1081)/ Projeto
PDD(MOSS 2230) x
Sapotaceae
Manilkara salzmannii (A. DC.) H.J. Lam
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Roque, A.A.(UFRN 20343)/ Alunos Pós-
graduação 2005.1 (UFRN 2193) x x
Pouteria grandiflora (A. DC.) Baehni
Ama Atl arv Roque, A.A.(UFRN 21009)/ Sousa,
M.B. (UFRN 10597)/ Projeto PDD(MOSS 2226)
x x
Pradosia lactescens (Vell.) Radlk.
Ama Atl arv Sena, V.R.R.(UFRN 4499)/ Queiroz,
R.T.(UFRN 2609) x x
Pradosia restingae Terra-Araujo Ama Atl arv Roque, A.A.(UFRN 19100)/ Costa-Araújo, M.H.(UFRN 22543)/ Diesel,
K.M.F. (UFRN) x
x
Schoepfiaceae
Schoepfia brasiliensis A.DC. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arv Trindade, A. (UFRN 1079 )/ Projeto
PDD(MOSS 2294) x
Simaroubaceae
Simaba cedron Planch. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arb Roque, A.A.(UFRN 20990) x
Simaba ferruginea A.St.-Hil. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arv Roque, A.A.(UFRN 20349)/ Trindade,
A. UFRN1198 (UFRN 1198) x x x
Smilacaceae
Smilax campestris Griseb. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
arb Loiola, M.I.B.(UFRN 4465) x
Smilax cissoides Mart. ex Griseb.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer lia Roque, A.A.(UFRN 20634)/ Projeto
PDD(MOSS 2345) x x
47
Solanaceae
Cestrum axillare Vell. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb Moura, E.O.(UFRN 12575 )
x
Schwenckia americana Rooyen ex L.
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para her
Roque, A.A.(UFRN 20645)/ Cestaro, L.A. (UFRN 5304)
x x
Solanum paludosum Moric. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa
arb
Loiola, M.I.B.(UFRN 4546)/Cestaro, L.A. (UFRN 5288)/ Costa-Araújo,
M.H.(UFRN 22620)/ Diesel, K.M.F. (UFRN)
x x x
Solanum paniculatum L. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arb
Gomes, C.P.C.(UFRN 22334)/ Projeto PDD(MOSS 2222)
x x x
Trigoniaceae
Trigonia nivea Cambess. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia
Bezerra, A.D.(UFRN 8293)/ Jardim, J.G.(UFRN 10409)/ Diesel, K.M.F.
(UFRN) x x x
Turneraceae
Piriqueta guianensis N.E. Br. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Roque, A.A.(UFRN 20338)/ Loiola,
M.I.B.(UFRN 2187)/ Roque, A.A.(UFRN) x x x
Piriqueta racemosa (Jacq.) Sweet
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Costa-Lima, J.L.(UFRN 8313)
x
Turnera diffusa Willd. ex Schult. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Trindade, A. (UFRN 927)/ Roque, A.A.
(UFRN 1749) x x
Turnera melochioides A.St.-Hil. & Cambess. +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Costa, L.P.(UFRN 20271)/ Jardim, J.G.
(UFNR 5649) x x
Turnera subulata Sm. + Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Pierote, P.(UFRN 21032)/ Sousa,
M.B.(UFRN 12217)/ Projeto PDD(MOSS 2296)
x
Turnera scabra Millsp. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Loiola, M.I.B.(UFRN 2188)
x
Urticaceae
Cecropia pachystachya Trécul. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para arv
Medeiros, A.W.V.(UFRN 21036)/ Roque, A.A.(UFRN 14796)/ Roque, A.A.(UFRN)
x x x
Verbenaceae
Lantana radula Sw. Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer arb Cestaro, L.A. (UFRN 5263 )
x
Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex P. Wilson
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
arb Roque, A.A.(UFRN 20359)/ Loiola,
M.I.B.(UFRN 7190)/ Roque, A.A.(UFRN) x x x
Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl +
Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para-Pampe
her Sena, R. (UFRN 4341) x
Violaceae
Hybanthus calceolaria (L.) Oken Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
her Roque, A.A.(UFRN 20639) x
Hybanthus communis (A.St.-Hil.) Taub.
Ama-Chaq
Atl-Caa-Cer her Sena, R.(UFRN ) x
Vitaceae
Cissus erosa Rich. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer-
Para lia Loiola, M.I.B.(UFRN 4404) x
Cissus tinctoria Mart. Ama-Chaq
Ama-Atl-Caa-Cer
lia Roque, A.A.(UFRN 21005) x
48
CAPÍTULO 2
_____________________________________________________________________
Percepção ambiental sobre os fragmentos florestais urbanos e viabilidade de
criação de um jardim botânico em Natal (RN)
49
Percepção ambiental sobre os fragmentos florestais urbanos e viabilidade de
criação de um jardim botânico em Natal (RN)
Katarine Maria Freire Diesel1,2*
Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da UFRN/ EAJ/ Macaíba, Brasil¹;
Departamento de Botânica e Zoologia da UFRN/Natal, Brasil²
*autor para correspodência, [email protected].
RESUMO
Este trabalho investigou a percepção e importância dos fragmentos florestais urbanos
que pertencem a três Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs) do município de Natal, RN.
A pesquisa buscou medir o entendimento da população, bem como dos servidores
públicos da área ambiental, acerca das áreas verdes da cidade e as suas avaliações
sobre a possibilidade de se ter jardim botânico (JB) no município. Foi utilizada a
metodologia de Exposição de Escolha Discreta e a ferramenta de Valoração de
Contingente, aplicando o método de Disposição a Pagar, para avaliar o interesse para
a criação de um JB. A população se mostra favorável à proteção dos fragmentos
florestais urbanos, ainda que em grande parte desconheça sua proteção formal ou a
legislação pertinente, o que em parte explica o fato de tais áreas serem subutilizadas
ou pouco protegidas, na prática. Cerca de 94% da população entrevistada se mostrou
favorável a implantação de um JB em Natal, sendo o bairro de Ponta Negra o mais
citado (21%) para recebe-lo. A população concorda com as hipóteses de doação direta
ou doação de parte do IPTU para se manter e criar o suposto JB, indicando uma
demanda por áreas verdes conservadas e que possam ser desfrutadas.
Palavras-chave: áreas verdes urbanas; disposição a pagar; exposição de escolha
discreta.
Environmental perception on urban forest fragments and feasibility of creating a
botanical garden in Natal (RN)
ABSTRACT
This work investigated the perception and importance of the urban forest fragments that belong to three Environmental Protection Zones (ZPAs) of the city of Natal, Rio Grande do Norte State. The research sought to measure the understanding of the population, as well as the public employees of the environmental area, about the green areas of the city and their evaluations about the possibility of having a botanical garden (BG) in the municipality. We used the Discrete Choice Exposure methodology and the Contingent Valuation tool, applying the Disposition to Pay method, to evaluate the interest for the creation of a BG. The population favors the protection of urban forest fragments, although it is largely unaware of its formal protection or relevant legislation, which partly explains the fact that such areas are underutilized or poorly protected in practice. About 94% of the population interviewed favored the implantation of a BG in Natal, and Ponta Negra neighborhood was the most cited (21%) candidate area to receive it. The population agrees with the hypotheses of direct donation or donation from the part of their municipalities taxes to maintain and create the so-called BG, indicating a demand for conserved green areas that could be enjoyed. Keywords: Discrete Choice, urban green spaces; Willingness to Pay.
50
INTRODUÇÃO
Nos ambientes urbanos, as áreas verdes desempenham relevante função na
melhoria da qualidade ambiental, por proporcionar serviços ecológicos e sociais que
influenciam positivamente a vida da população (Carrus et al. 2015). Reconhecer a
vegetação, bem como os ambientes naturais como componentes da infraestrutura das
cidades, através de estudos científicos, indicando alternativas que estimulem a
utilização sustentável desses espaços, torna-se uma conduta necessária para
assegurar a permanência desses locais na malha urbana, uma vez que, a perturbação
e fragmentação dessas áreas frequentemente estão associadas à falta de
planejamento e ao crescimento desordenado (Lundholm & Richardson 2010; Niemelä
2014).
Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, é uma cidade que demanda por
atenção na gestão de seus fragmentos florestais urbanos, especialmente por estarem
diretamente associados à qualidade dos aquíferos subterrâneos que abastecem a
maioria da população. A vegetação natural que se encontra na malha urbana da
cidade é muito atribuída às dez Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs), áreas que
possuem restrições ao uso e ocupação, e que são determinadas pelo plano diretor do
município (Lei Municipal n° 082/2007). Contudo, a criação das leis específicas para
cada ZPA não garante a manutenção dos aspectos socioambientais das mesmas,
sobretudo pela titularidade das áreas, em que grande parte são privadas, resultando
em conflitos judiciais que comprometem seus propósitos de criação (Duarte 2011). De
forma geral, o que percebe é uma negligência do poder público e/ou da população não
só por esses espaços, como também com áreas verdes da capital, sendo comum
testemunhar situações de descaso, como podas agressivas, incêndios, deposição de
resíduos ou ausência de manutenção de jardins e outras áreas verdes. Múltiplas
motivações para proteger os ambientes naturais nas cidades existem, quando tais são
praticadas e desenvolvidas em conjunto com a população, maior é a aceitação das
decisões tomadas pelos gestores. É importante destacar isso, já que diferentes grupos
de pessoas têm culturas e valores diferentes e, logo, diferentes estímulos para
conservar ou não o ambiente urbano (Gunnarsson et al. 2017).
Pesquisas que enfoquem a percepção ambiental são importantes, pois são
instrumentos que permitem a compreensão individual e coletiva dos valores do meio.
Ainda que metade da população mundial esteja vivendo em cidades (Nieuwenhuijsen
et al. 2017), não existe uma compreensão completa de como interagem e se
beneficiam dos espaços naturais, havendo uma necessidade de se produzir pesquisas
51
abrangentes, envolvendo gestores e a sociedade, e buscando resultados de uma
forma coletiva que vise à preservação (Niemelä 2014). As cidades são os lugares onde
a política pública é moldada, e quando há conservação em áreas urbanas com
finalidade de educação, encontra-se uma oportunidade única para ensinar a
importância ambiental desses espaços aos seus habitantes (Dearborn & Kark 2010).
Nesse sentido, os jardins botânicos (JBs) se destacam por promover o ensino
sobre e a conscientização da conservação da diversidade vegetal. Definidos como
instituições que possuem coleções documentadas de plantas vivas para fins de
pesquisa científica, conservação, exibição e educação (BGCI 2017), atualmente, os
JBs estão concentrando-se no aumento do conhecimento e da consciência para a
diversidade e conservação das plantas, bem como a educação ambiental,
aumentando a capacidade de preservação da flora e proporcionando o
desenvolvimento de condutas ambientais para o público visitante (Williams et al. 2015;
Krishnan & Novy 2016; BGCI 2017).
O Rio Grande do Norte não possui JBs cadastrados junto à Rede Brasileira de
Jardins Botânicos (Pereira & Costa 2010), revelando uma carência do estado em
organizações que forneçam orientações de desenvolvimento científico-educativo para
a população. A criação de um JB para a cidade pode ser uma maneira eficiente de
despertar e estimular a consciência crítica da população em relação à importância da
vegetação nativa, das áreas verdes urbanas, proporcionando a participação na
proteção e conservação dos recursos naturais locais.
O objetivo do presente estudo é investigar a percepção e importância dos
fragmentos florestais que pertencem a três Zonas de Proteção Ambiental do município
de Natal, RN, inseridos na malha urbana, juntamente com uma pesquisa de interesse
se se criar um jardim botânico na cidade. Para tanto, dividiu-se este trabalho em
quatro seções: i) percepção da população sobre áreas verdes que pertencem à ZPAs
encravadas na malha urbana de Natal; ii) novas alternativas de uso para os
fragmentos das ZPAs com apresentação de novos cenários, utilizando a metodologia
de Exposição de Escolha Discreta; iii) interesse para a criação de um jardim botânico
em Natal, usando a ferramenta de Valoração de Contigente (VC), aplicando o método
de Disposição à Pagar (DAP); iv) opinião e conhecimento dos servidores públicos
municipais e estaduais a cerca das ZPAs em análise, junto a apresentação de novos
cenários, também usando a metodologia de Exposição de Escolha Discreta.
A pesquisa é direcionada a dois grupos, buscando-se medir tanto o
entendimento da população em geral, quando dos servidores públicos acerca das
áreas verdes da cidade.
52
MATERIAL E MÉTODOS
Descrição da área de estudo
Natal, a capital do Rio Grande do Norte é a cidade de estudo. O município possui uma
área de 167,264 km², é a maior e mais populosa cidade do RN, com 803.739
habitantes, de acordo com o último censo (IBGE 2017). Dentro da cidade, foram
consideradas para a pesquisa as três Zonas de Proteção Ambiental que contemplam
nove bairros da zona Sul do município, a saber:
a) ZPA1 (5°50'51.03" S e 35°13'58.06" O), que corresponde ao campo dunar,
regulamentada pela Lei Municipal Nº 4.664, de 31 de julho de 1995;
b) ZPA2 (5°49'1.28" S e 35°11'34.59" O), que compete ao Parque Estadual das Dunas
de Natal e área contígua na Avenida Engenheiro Roberto Freire e Rua Dr. Solon de
Miranda Galvão, regulamentada pela Lei Estadual Nº 7.237, de 22 de novembro de
1977;
c) ZPA5 (5°52'32.10" S e 35°11'31.85" O) que se refere ao um ecossistema de dunas
fixas e lagoas (região de Lagoinha), regulamentada pela Lei Municipal Nº 5.665, de 21
de junho de 2004.
Coleta de dados
A coleta de informações foi realizada no período de junho a outubro de 2017,
com dois modelos de questionários, para dois grupos de entrevistados (Apêndice 1). O
primeiro modelo foi executado com a população presente em lugares públicos
próximos as ZPAs do estudo (grupo 1). O segundo questionário foi executado com
servidores públicos municipais e estaduais, que ocupam posições de planejamento e
de tomada de decisão para as ZPAs em estudo (grupo 2). Para o grupo 1, o
questionário abordou uma ampla gama de questões, que buscou identificar as
características socioeconômicas (sexo, idade, renda, escolaridade etc.) dos
entrevistados, frequência de visitação às área verdes, opinião do estado de
manutenção, qualidade e a contribuição desses espaços para o meio ambiente,
satisfação com a quantidade de áreas verdes na cidade, além do entendimento sobre
jardins botânicos, e exposição cenários hipotéticos para essas áreas, através da
metodologia de Exposição de Escolha Direta (Tab. 1). O questionário foi aceito pelo
Comitê de Ética da UFRN. Foi utilizado um mapa com imagem de satélite para expor
as áreas aos entrevistados. Aos entrevistados que disseram não saber do que se
tratava um JB, foi apresentado um conceito baseado no BGCI (2017).
53
Tabela 5 – Cenários hipotéticos para as ZPAs 1, 2 e 5, expostos à população e aos gestores.
Cenários ZPA1 ZPA2 ZPA5
1 Não fazer nada, manter do jeito
atual;
Não fazer nada, mantendo o
Parque das Dunas exatamente
como é hoje;
Não fazer
nada, manter
do jeito atual;
2 Criar um parque a mais na
cidade;
Criar no Parque das Dunas um
Jardim Botânico que seja pertinho
do Bosque dos Namorados;
Criar um
parque;
3
Criar um parque com Jardim
Botânico para ampliar a área
de visitação e também destinar
a área à pesquisa;
Criar no Parque das Dunas um
Jardim Botânico em uma área
longe do bosque dos Namorados;
Criar um
Jardim
Botânico.
Questões específicas para quantificar o valor de criação de um jardim botânico
para a cidade foram feitas utilizando o método da Valoração de Contingente (VC), o
qual permite determinar o valor monetário dos recursos naturais a partir das
preferências dos usuários, e a técnica utilizada foi a Disposição a Pagar (DAP) (Da
Motta 1998; Silva 2004). O método de eliciação utilizado, que compreende a forma
com que o entrevistado revela sua DAP, foi o de Lances Livres ou Forma Aberta
(open-ended), o qual informa, de forma espontânea, a quantia financeira disponível à
contribuição.
O mercado hipotético utilizado foi exibido de duas formas distintas. O primeiro
modo de pagamento proposto foi uma contribuição mensal, individual e voluntária,
destinada à uma ONG fictícia, que tem o objetivo de criar um jardim botânico em
Natal. A segunda forma de pagamento, coletiva e obrigatória, foi a destinação de uma
parte do Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU, pago anualmente por cada
entrevistado, para destinar a criação de um JB. O IPTU é um imposto que tem o
objetivo de arrecadar recursos para segurança e bem-estar dos cidadãos, como
também o para o equilíbrio ambiental. Como se trata de um tributo anual, e que varia
de acordo com cada bairro, foi utilizado o valor médio do imposto para os diferentes
bairros onde se inserem as ZPAs, e calculado o equivalente ao valor mensal de
contribuição.
Devido ao alto desvio padrão entre os valores declarados de DAP, os valores
médios da DAP dos entrevistados foram multiplicados por 1/3 da população da zona
Sul (1523.33 hab. (Medeiros 2016), zona que corresponde a área do estudo. O valor
médio de disposição a pagar (DAP) dos entrevistados, foi calculado utilizando a
fórmula abaixo:
54
$𝐷𝐴𝑃 = 𝑀𝐸𝐷 𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 𝐷𝐴𝑃 (1
3 𝑛º ℎ𝑎𝑏. 𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑠𝑢𝑙)
Onde:
$DAP = Valor da DAP
MED = Mediana
Para o grupo 2 (servidores públicos da área ambiental), o modelo de
questionário é composto de perguntas sobre informações do conhecimento e
funcionalidade das ZPAs, como também do poder de tomada de decisões sobre as
áreas verdes urbanas e da opinião sobre a criação de um jardim botânico no
município. Assim como para o grupo 1, foram expostos cenários hipotéticos (Tab. 1)
para as ZPAs, a fim de identificar a preferencia dos servidores entrevistados.
Análise dos dados
Foram aplicadas estatísticas descritivas básicas (médias, desvio, testes), bem
como uma análise qualitativa e da interpretação da riqueza dos dados obtidos.
RESULTADOS
Os resultados obtidos fornecem informações para os gestores e criadores do espaço
urbano sobre a importância das áreas verdes públicas, do desejo de novos usos,
dentre eles a criação de um jardim botânico.
Características dos entrevistados
Grupo 1
Foram entrevistadas 110 pessoas, a maioria do sexo feminino (55,45%; n=61),
residindo no município de Natal (69,09%; n=75), em 20 bairros da cidade, com maior
concentração em Ponta Negra (16,36%; n=18), Neópolis (8,18%; n=9), Capim Macio
(6,36%; n=7) e Planalto (6,36%; n=7). O valor da renda mensal teve média de 3,6
salários mínimos (R$ 3373,2), a média de idade de 33,8 anos, e escolaridade 13,8
anos.
Grupo 2
Foram abordados dez gestores de três instituições, a Secretaria de Turismo de Natal
(SETUR) (n=1), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio
Grande do Norte (IDEMA) (n=4), a e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
55
Urbanismo (SEMURB) (n=5), desses, três trabalham na Unidade de Conservação do
Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte. As formações acadêmicas foram de
Arquitetura (n=2), Biologia (n=4), Ecologia (n=1), Economia e Ciências Contábeis
(n=1), e Turismo (n=1). Os entrevistados foram mulheres e homens (n=5 para cada
gênero), e a função que desempenham nos órgãos variou entre secretário, gestor,
chefia e coordenador.
Percepção das áreas verdes urbanas, revelada pela população:
Do total de entrevistados, apenas 9,09% (n=10) utilizam as áreas verdes como
um local para atividade recreativa, apesar disso, maior parte, 91,81% (n=101), declara
que Natal possui uma boa oferta de áreas verdes, apresentando o Parque das Dunas
(50%; n=55) e o Parque da Cidade (35,45%; n=39) como as principais alternativas. A
porcentagem de quem visita e/ou visitou a espaços verdes na cidade foi de 89,09%
(n=98), e novamente os Parques das Dunas e da Cidade são os locais de maiores
porcentagens, com 59,09% (n=65) e 20% (n=22), respectivamente.
Quanto à manutenção, a maioria declara que os locais são bem cuidados
(62,27%; n=67), e a que possuem uma importância ambiental para a cidade (82,72%;
n=91), destacando a preservação de área verde como o caráter mais significativo
(24,45%; n=28). Outro questionamento foi com relação à relevância ambiental que os
fragmentos possuem na proteção do lençol freático, resguardo e manutenção de
plantas e animais, bem como manutenção da temperatura ambiente, e a grande
maioria respondeu afirmativamente (Fig. 1). Quanto à composição das espécies,
92,72% (n=102), pronunciaram ser nativas.
A respeito do que é uma Zona de Proteção Ambiental, pouco mais da metade
dos entrevistados não sabia (53,63%; n=59), e tampouco se os fragmentos
apresentados pertencem às ZPAs (Fig. 2).
56
Figura 6. Importância ambiental dos fragmentos urbanos declarados pelos entrevistados (grupo 1).
A respeito do que é uma Zona de Proteção Ambiental, pouco mais da metade
dos entrevistados não sabia (53,63%; n=59), e tampouco se os fragmentos
apresentados pertencem às ZPAs (Figura 2).
Figura 7. Percentual de entrevistados (grupo 1) que tinha conhecimento ou não que os fragmentos amostrados pertenciam às Zonas de Proteção Ambiental.
Um jardim botânico em Natal, RN, e cenários para os fragmentos urbanos aplicando a
metodologia de Exposição de Escolha Discreta.
O termo jardim botânico foi apresentado aos entrevistados, que foram
questionados se sabiam do que se tratava. A reposta é positiva para metade dos
entrevistados (50%; n= 55). Dito o conceito aos que desconheciam, foi questionado se
tinham interesse em ter um JB na cidade, e onde seria o local mais apropriado. A
maioria foi favorável, com maior indicação para de local para o bairro de Ponta Negra
(Fig. 3).
67,27%
32,72%
97,27%
2,27%
97,27%
2,27%
Sim
Não
Melhoria da temperatura ambiente Proteção e manutenção de fauna e flora
Proteção do lençol freático
35.45
37.27
81.81
64.54
62.72
18.18
0 20 40 60 80 100
ZPA1
ZPA2
ZPA5
%
Zo
nas d
e P
rote
ção
Am
bie
nta
l
NÃO
SIM
57
Figura 8. Percentual de intenção de um jardim botânico em Natal, RN, com sugestão de local (grupo 1).
Os possíveis cenários para cada zona de proteção foram apresentados aos
entrevistados (Tab. 1), utilizando o método de Exposição de Escolha Discreta. As
escolhas mostram uma preferência para criação de um jardim botânico nas ZPAs 1 e
2, e de um parque na ZPA5 (Fig. 4).
Figura 9. Porcentagem das escolhas de cenários* propostos para as ZPAs em estudo, utilizando o método de Exposição de Escolha Discreta (grupo 1).
* Cenários ZPA1 - Cenário 1: Não fazer nada, manter da forma atual; Cenário 2: Criar mais um parque na cidade; Cenário 3: Criar um parque com Jardim Botânico para ampliar a área de visitação e também destinar a área à pesquisa; - ZPA2: Cenário 1: Não fazer nada, mantendo o Parque das Dunas exatamente como é hoje; Cenário 2: Criar no Parque das Dunas um Jardim Botânico que seja pertinho do Bosque dos Namorados; Cenário 3: Criar no Parque das Dunas um Jardim Botânico em uma área longe do bosque dos Namorados; - ZPA5 são Cenário 1: Não fazer nada, manter na forma atual; Cenário 2: Criar um parque; Cenário 3: Criar um Jardim Botânico.
Disposição a pagar (DAP) para a criação de um jardim botânico na cidade de Natal
No questionamento para disposição a pagar para a criação de um jardim
botânico, o primeiro modelo de pagamento proposto, de contribuição mensal para uma
ONG fictícia, 56,36% (n=62) dos entrevistados se mostraram determinados a
30,91%
20,91%
19,1%
13,64%
6,37%
5,45%
1,81%
0,9%
0,9%
Sim, mas não informou o local
Sim, no bairro de Ponta Negra
Sim, no Parque das Dunas
Sim, no Parque da Cidade
Sim, na em algum lugar da Zona…
Não tem interesse
Sim, no bairro de Capim Macio
Sim, no bairro de Nova Descoberta
Sim, no bairro de Candelária
58
contribuir, com valores que variaram de R$ 1,00 à R$ 50,00, em que R$10,00 foi o
valor mais apontado. De acordo com o cálculo da DAP, o valor médio de contribuição
mensal para a criação do JB é de R$ 7616,65/ mês (US$ 2.335,39/ mês; US$
28.024,68/ ano).
As justificativas dos que não se mostraram dispostos a contribuir podem ser
observadas na Tabela 2, destacando razões econômicas.
Tabela 6. Justificativas para não contribuir para na criação de jardim botânico.
Justificativas para não contribuir com a criação de um jb %
Motivo econômico; 10,91%
Prefere pagamento distinto; 8,18%
Não sabe, precisa pensar; 7,27%
Não é atribuição sua; 5,45%
Não acredita em ONGs; 3,63%
Não frequenta esses ambientes; 0,90%
Outros (instituições e o governo que devem colaborar, não quer
colaborar, etc). 7,27%
Total 43,61%
No segundo método de pagamento, da destinação de uma porcentagem do
IPTU, a maior parte dos entrevistados (96,36%; n=106) disseram estar dispostos a
contribuir. O valor médio do imposto foi de R$ 427,90, e a porcentagem de variou de
1% (R$ 4,27) a 100%. Assim, conforme o cálculo da DAP, o valor médio de
contribuição anual do imposto, para a criação do JB é de R$ 5.431,94/mês (US$
1.665,52/mês; US$ 19.986,24/ano).
Tabela 7. Valores apontados de Disposição a Pagar (grupo 1), a partir da contribuição do IPTU.
Porcentagens apontadas Valor correspondente, de
acordo com valor médio* Percentual indicado
1% R$ 4,27 0.90%
2% R$ 8,55 1.81%
3% R$ 12,83 1.81%
5% R$ 21,39 18.18%
10% R$ 42,79 34.54%
12% R$ 51,34 0.90%
15% R$ 64,18 13.63%
20% R$ 85,58 13.63%
30% R$ 12,37 3.63%
50% R$ 213,95 4.54%
80% R$ 342,32 0.90%
100% R$ 427,90 1.81%
*Valor médio do IPTU: R$ 427,90
59
Entendimento dos servidores públicos municipais e estaduais em torno das ZPAs
Do conjunto de gestores entrevistados, 60% (n=6) possuem algum poder de
tomar decisões (e.g. participam de conselho gestores ou estão lotados em
departamentos ou órgãos que definem o uso da ZPA) que afetem diretamente as
Zonas de Proteção 1, 2 e 5, e 90% (n=9) participam do processo de tomada de
decisões mais técnicas (i.e., coleta de dados, elaboração de planos de manejo). Com
relação ao planejamento para mudanças do estado atual de proteção, uso e lazer das
ZPAs, 60% (n=6) declararam que os planos de manejos das áreas das três ZPAs
encontram-se em processo de revisão, para uma ampliação das medidas de proteção
e pesquisa. Quanto ao poder de decisões e mudanças que são relativas ao uso e
conservação destas áreas, as respostas estão apresentadas na Tabela 4.
Tabela 8. As decisões e mudanças relativas ao uso e conservação das Zonas de Proteção 1, 2 e 5 dos gestores municipais e estaduais (grupo 2).
Decisões e mudanças relativas ao uso e conservação das ZPAs em estudo n
Não. 2 Sim, quando solicitado (a); 2
Sim, na gestão das áreas e membro do conselho gestor; 1 Sim, contribuindo com pesquisas; 2
Sim, na análise de qualquer tipo de intervenção; 2 Sim, na regulamentação/ revisão da legislação. 1
Questionados sobre quais ações indicariam para que as áreas propiciem bem-
estar para a sociedade, os maiores percentuais das respostas estão em buscar uma
aproximação com a população, para uma maior identidade com o local (40%; n=4), e
aumento nas ações de fiscalização, para que se cumpra o que está estabelecido na
legislação (30%; n=3). Quanto ao orçamento das ZPAs, 60% (n=6) não souberam
informar qual instituição que custeia tais áreas, foi citado o Fundo Nacional do Meio
Ambiente (FNMA) (n=1), e Plano Plurianual (PPA) (n=1), e os demais citaram que a
ZPA1 (áreas do Parque da Cidade) e a ZPA2 possuem orçamento próprio, mas ainda
assim, nenhum dos entrevistados conseguiu informar detalhes sobre o valor ou critério
que definiria o orçamento dessas áreas.
Intenção de um jardim botânico em Natal, RN, junto à apresentação de cenários para
os fragmentos urbanos aplicando a metodologia de Exposição de Escolha Discreta
A intenção de criação de um jardim botânico também foi avaliada com os
gestores. Todos os entrevistados se colocaram a favor, citando as ZPAs 1, 2, 5 e 9,
como áreas viáveis.
60
Quanto aos cenários colocados para cada ZPA (Tab. 1), utilizando o método de
Exposição de Escolha Discreta, as preferências ficaram entre criar um parque com JB
para as ZPAs 1 e 2, e criar um parque para ZPA5 (Fig. 5).
Figura 5. Porcentagem das escolhas de cenários* propostos para as ZPAs em estudo, utilizando o método de Exposição de Escolha Discreta (grupo 2).
* Cenários ZPA1 - Cenário 1: Não fazer nada, manter da forma atual; Cenário 2: Criar um parque a mais na cidade; Cenário 3: Criar um parque com Jardim Botânico para ampliar a área de visitação e também destinar a área à pesquisa; - ZPA2: Cenário 1: Não fazer nada, mantendo o Parque das Dunas exatamente como é hoje; Cenário 2: Criar no Parque das Dunas um Jardim Botânico que seja pertinho do Bosque dos Namorados; Cenário 3: Criar no Parque das Dunas um Jardim Botânico em uma área longe do bosque dos Namorados; - ZPA5 são Cenário 1: Não fazer nada, manter da forma atual; Cenário 2: Criar um parque; Cenário 3: Criar um Jardim Botânico.
DISCUSSÃO
É fato que os espaços verdes urbanos oferecem serviços ecossistêmicos
valiosos para os habitantes da cidade, em termos de regulação ambiental, bem-estar e
a qualidade de vida (Buchel & Frantzeskaki 2015). No entanto, nem todos podem ser
diretamente percebidos pelos sentidos humanos, o que faz necessárias as pesquisas
que caracterizem impressões, investiguem escolhas de uso, e avaliem o valor
percebido e a qualidade desses espaços urbanos pela sociedade. O conjunto de
dados aqui apresentados revela alguma dessas impressões e preferências no
ambiente urbano na cidade de Natal, RN, fornecendo informações relevantes tanto
para os gestores, como também para empreendedores do espaço urbano.
Diferente da observação feita aqui, onde a maioria dos entrevistados afirma que
Natal possui uma boa oferta de áreas verdes, menos de 10% dos entrevistados
declara usar tais áreas como um local para atividade recreativa. Tal resultado
contrasta com os de Pietilä et al. (2015), que em uma pesquisa nacional na Finlândia,
perceberam que quando há espaços verdes urbanos, as pessoas tendem a utiliza-los
em diferentes atividades recreativas, principalmente em atividades físicas.
61
A maioria dos entrevistados desconhece que grande parte dos fragmentos
florestais inseridos na cidade pertence às ZPAs. Tal fato demonstra uma falta de
conhecimento sobre as áreas e também a pouca visibilidade que a política ambiental
recebe. De forma geral, podemos afirmar que o planejamento de Natal, passou por um
histórico de omissões na aprovação de normas de proteção, bem como por situações
que a não implementação da legislação efetiva dos direitos urbanos, e de seus
respectivos espaços geraram uma grande incerteza sobre o uso e finalidade dessas
áreas, além disso a atuação administrativa que, muitas vezes, negligencia os
princípios da participação e da gestão democrática da cidade dificulta o entendimento
da importância dessas ZPAs (Duarte 2011). Se tais ZPAs estivessem plenamente
estabelecidas, demarcadas, com usos científicos ou para a população em geral,
certamente seus reconhecimentos por parte dos moradores seria maior.
Mesmo a cidade contendo em sua malha urbana significativos fragmentos
florestais, a estimativa mais recente é que cerca de 82% da vegetação original de
Natal já foi descaracterizada (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE 2014), restando
quase que exclusivamente os fragmentos inseridos nas ZPAs, que mantiveram suas
características e restringem seus usos e ocupação, especialmente considerando seus
papéis na recarga do aquífero subterrâneo (Ribeiro & de Sabóia 2011). A importância
de tais fragmentos para abastecimento do aquífero parece ser bem compreendida pela
população, que relaciona a importância das áreas verdes, com o abastecimento de
água, positivamente. A estimativa dos valores de Disposição a Pagar, que variaram de
R$ 708.348,45/mês para a contribuição por uma ONG fictícia, e de R$ 878.334,72/mês
para a contribuição por IPTU, indicam para o interesse dos cidadãos em terem mais
áreas verdes para desfrute. Ainda que a maior parte dos entrevistados disseram ter
frequentado áreas verdes, tais visitas se concentraram em dois parques, que
apresentam infraestrutura para receber visitantes. Adams et al. (2003), investigando o
valor de DAP da população da cidade de São Paulo pelo valor de existência do
Parque Estadual do Morro do Diabo, utilizando o método de Valoração de Contingente,
encontraram o valor de R$ 7.080.385,00/ano. Obara et al. (2000), também usando a
VC, para estimar a DAP da população na manutenção da Estação Ecológica de Jataí,
encontraram um valor R$ 49.034,70, o que sugere que o correto estabelecimento e
acesso a uma área verde ou UC facilite o reconhecimento, por parte da população,
dos serviços prestados e importância da área em si.
Quando se perguntou sobre a intenção de criação de um JB em Natal, 94% da
população entrevistada se mostrou favorável, sendo o bairro de Ponta Negra o mais
citado (20,91%) para recebe-lo. Em seguida foram indicadas as áreas dos parques
62
das Dunas (19,61%) e da Cidade (13,65%). Apesar disso, a maior parte não definiu o
local (30,91%). Do mesmo modo, quando utilizada a metodologia de Exposição de
Escolha Discreta, a maior parte escolheu cenários de criação de um JB incorporando
áreas protegidas em ZPAs. Tais resultados ressaltam que poder-se-ia ganhar um efeito
de tamponamento da Unidade de Conservação caso o JB fosse instalado em suas
proximidades, e que para grande parte da população, a associação entre um JB e uma
UC não é vista de forma negativa. Ressalta-se que tal resultado pode ter sido de
alguma forma influenciado pela campanha pré-existente (www.avaaz.org de
23/05/2014) elaborada pelo Prof. Leonardo de Melo Versieux (UFRN) pela criação de
um JB em área dentro da ZPA2, vizinha ao Parque das Dunas, em trecho sob a
guarda do 7º. Batalhão de Infantaria do Exército. Quando lançada em forma de petição
on-line, tal proposta rapidamente recebeu milhares de apoiadores. Porém, como a
área então pleiteada encontra-se dentro do plano de manejo do referido parque, como
área de recuperação, a proposta também recebeu críticas e sugestões para que
outras áreas, fora de UCs fossem procuradas.
De forma geral, observa-se no Brasil uma forte associação entre JBs e UCs,
como pode ser exemplificado pelos JB de São Paulo (e o Parque Estadual das Fontes
do Ipiranga), do Rio de Janeiro (e o Parque Nacional da Tijuca), entre outros. Essa
espécie de simbiose, fomenta o conhecimento sobre a flora da própria UC, o que iria
apoiar a sobrevivência das espécies em seu habitat natural e colaborar, também, na
gestão de outras unidades protegidas (Blackmore et al. 2011). Assim, tendo em vista a
percepção da população favorável à implantação de um JB junto às UCs, o ideal, em
nossa visão, seria encontrar uma área disponível que se localizasse entre tais ZPAs,
permitindo não apenas o tamponamento das mesmas, mas, também, uma
conectividade entre elas e desenvolvimento de ações de educação ambiental,
ressaltando a importância das próprias ZPAs. Conceber um JB junto a uma das áreas,
além de fornecer ao estado uma instituição dedicada à conservação da biodiversidade
vegetal e à educação dos cidadãos, daria subsídios para uma utilização mais efetiva
da ZPA dentro de sua função mais abrangente.
Existe uma série de possibilidades abertas para melhorar a infraestrutura das
cidades e incorporar atitudes mais efetivas relacionadas ao meio ambiente, que vão
desde a uma arborização apropriada até a criação de espaços mais efetivos para
conscientizar a população (Elmqvist et al. 2015). Tanto a arborização quanto a
ocupação e plantio de em área verdes públicas podem ser considerados como
problemáticos, em Natal. O que contrasta fortemente com o potencial econômico que
poderia ser melhor explorado, em uma cidade de vocação fortemente turística.
63
Considerando a importância do turismo na economia local, a criação de uma
instituição como um jardim botânico, além de compor mais um destino / atração
turística para cidade, proporcionará a geração de empregos, aquecendo a economia
local, e fomentará o conhecimento sobre a diversidade e conservação da flora de um
dos estados que menos conhece sua biodiversidade (BFG 2015). Os dados aqui
fornecidos indicam que o apoio da sociedade e de entidades públicas ao projeto já
existe.
CONCLUSÕES
Dentro dos resultados encontrados nesta pesquisa ressaltamos que a população
se mostra favorável à proteção dos fragmentos florestais urbanos, ainda que em
grande parte desconheça sua proteção formal ou a legislação pertinente às ZPAs. De
forma geral, os moradores associam a proteção dos fragmentos urbanos à proteção
da área verde, à infiltração das águas e a outros serviços ecossistêmicos. A maior
parte da população já visitou as duas UCs que apresentam infraestrutura para receber
visitantes localizadas no interior de duas das três ZPAs aqui analisadas, entretanto as
áreas verdes não são percebidas como locais principais de atividades lazer. Diferente
do que ocorre em outros países. É aceito pela maior parte da população a criação de
um JB nas proximidades de alguma dessas UCs. Chama a atenção o fato da
população se dispor a pagar pela criação de um JB, seja por destinação de parte da
taxa de IPTU seja em um cenário hipotético de doação. Tal constatação indica que a
população quer ser partícipe no uso dos espaços públicos. Burle Marx (1987) ressalta
que em um jardim botânico é possível arranjar plantas nativas e exóticas, de forma a
permitir a comparação entre elas, observando suas diferentes adaptações, divulgando
seus usos, ensino sistemático e assistemático sobre plantas, realização de exposições
e cursos. Tais finalidades de um JB seriam fundamentais, para se reverter o quadro de
descaso com áreas verdes, praças e jardins observado em Natal. Ainda que mais da
metade da população entrevistada não sabia definir um jardim botânico, após uma
breve explicação, quase a totalidade dos entrevistados se mostrou favorável a um
projeto desta natureza. O engajamento dos moradores de Natal no conhecimento da
flora dos fragmentos ainda existentes permitirá não só maior ganho de qualidade de
vida e ambiental, como também pode vir a ser um caminho para a sustentabilidade e
manutenção, no longo prazo, de um mosaico de áreas verdes. Os dados aqui
apresentados mostram que há espaço e vontade da população e dos representantes
de órgãos públicos em ter um JB na cidade, e uma articulação entre moradores,
64
município, estado, universidades e governo federal pode gerar um sistema híbrido,
produzindo conhecimentos científicos e impactos sociais diretos.
65
LITERATURA CITADA _____________________________________________________________________
ADAMS, Cristina. Valoração econômica do Parque Estyadual Morro do Diabo (SP).
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67
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68
CONSIDERAÇÕES FINAIS
_____________________________________________________________________
A cidade de Natal possui em sua malha urbana fragmentos vegetais com uma
relevante riqueza de espécies, abarcando quase um terço da flora registrada para todo
o estado do RN, com registros de espécies ameaçadas e raras. O trabalho aqui
desenvolvido indica que são necessárias mais ações de pesquisas para o real
conhecimento da biodiversidade desses fragmentos, que se facilmente se tornam
áreas vulneráveis à invasões, deposição de resíduos e outra atividades ilegais.
As ações que intensifiquem a conservação dessas áreas, dentre elas a
proposta de conexão por corredores verdes apresentada deve ser levanda em
consideração por urbanistas e gestores. Mas além de um planejamento urbanístico, é
preciso inserir a sociedade no processo de conscientização da importância desses
espaços. Com isso, fomentar a criação de instituições que forneçam o ensino e a
conscientização sobre a conservação da diversidade vegetal, como são os jardins
botânicos (JBs), torna-se uma conduta extremamente necessária, visto que mais da
metade da população entrevistada desconhecia o que era um JB e seus impactos
positivos ou funções.
Este trabalho revelou que quase que todos os entrevistados se mostraram
simpatizantes quanto à criação de um JB na cidade, com o bairro de Ponta Negra
sendo o local mais citado, e destacamos que esta região se encontra entre as ZPAs 2
e 5. Propor criar um JB no bairro, além de poder contribuir com a função de corredor
verde, pode ser caminho para se reverter o quadro de descaso com áreas verdes,
praças e jardins públicos, frequentemente observados.
Uma área verde pública, situada entre as ruas Historiador Fausto de Souza e
José Mauro de Vasconcelos, possui um espaço livre não edificável, e mostrou-se
como uma possível alternativa de local para instalação do JB, além de permitir que
duas ZPAs se interligassem.
Mesmo sendo propostas, apontar estratégias para a melhoria de uma cidade
em crescimento, como é o caso de Natal, é uma atitude que podem diminuir
dificuldades futuras de ordem ambiental e social. Uma vasta literatura disponível
relaciona o bem estar dos cidadão com a disponibilidade de áreas verdes para
múltiplos usos e a disponibilidade de cidadãos em contribuir financeiramente
demonstra uma demanda por mais áreas verdes que possam ser desfrutadas.
69
APÊNDICE 1
Questionário aplicado ao ao grupo 1.
1. Nome:
______________________________________________________
2. Idade: _____
3. Sexo: ( ) M ( ) F
4. Estado civil: ( ) casado(a) ( ) solteiro; outro: _______________________
5. Escolaridade: nº de anos: ______________ ( ) Analfabeto ( ) Ensino
fundamental Incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino
Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino superior
incompleto ( ) Ensino superior completo
6. Qual sua renda mensal? ( ) 1-3 salários ( ) 3-5 ( ) 5-7 ( ) 7-9 ( )
9-11 outro:___________ Quanto?__________________
7. Mora em qual bairro da cidade?________________________________
8. Há quanto tempo mora lá? _____________________________________
9. Qual é mais ou menos o valor do seu IPTU? _______________________
10. Qual sua atividade recreativa dentro da cidade nos fins de semana e/ou
férias?
_____________________________________________________________
___________
11. Você considera que Natal tem boa oferta de áreas verdes para uso da
população?
( ) sim. Quais? Em Natal: _______________________________________
Fora de Natal:________________________________________________
( ) não. Pq?
12. Já visitou áreas verdes, como parques, reservas ou trilhas?
() sim: Quais? Em Natal:
___________________________________________
Fora de Natal:
__________________________________________________
70
( ) não, por quê? ____________________________________________
13. Dentre as áreas existentes, qual você visitou neste ano?
_____________________________________________________________
____________
14. E no ano passado?_______________________________
15. Você acha que estas áreas são bem cuidadas?
( )sim
( ) não, pq?___________________________________________
16. Você já ouviu falar em Jardim Botânico?
( ) não ( ) sim: onde?
17. Sabe o que é? ( )sim ( )não
18. Poderia me dizer em poucas palavras o que é, por favor? ✓✕
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
Instituições que possuem coleções documentadas de plantas vivas para fins
de pesquisa científica, conservação, exibição e educação.
(BGCI. 2017)
19. Já visitou um JB?
( ) sim, onde? __________________ Quando?_________________
( ) não
20.Gostaria que existisse um JB na cidade de Natal?
( ) sim. Sugestão de onde? _____________________________________
( ) não. Por quê?
_______________________________________________________________
__________
71
21. Saberia me dizer em poucas palavras o que é uma Zona de Proteção
Ambiental (ZPA)?
( ) sim ✓✕: _______________________________________________
( ) não quis dizer
( ) não soube dizer
“São áreas nas quais as características do meio físico, restringem o uso e
ocupação do solo urbano, visando a proteção, manutenção e recuperação
dos aspectos paisagísticos, históricos, arqueológicos e científicos”.
(NATAL, 2007)
22. Você sabia que a área no mapa é uma ZPA?
( ) não ( )sim
24. Você conhece alguma importância ambiental desta área?
( ) não
( ) sim. Poderia citar, por favor?
______________________________________
25. Além disso, você acha que esta ZPA tem alguma importância:
( ) na proteção do lençol freático
( ) como área de proteção e manutenção de plantas e animais
( ) para manter temperatura ambiente melhor na área ao seu redor
26. Já visitou esta ZPA?
( )não. Por que? ____________________________________________
( )sim. Quando?_____________________________________________
27. Dentre os cenários abaixo, qual você acha que permitiria melhor uso e
bem estar para visitar esta ZPA?
72
ZPA 1
( ) CENÁRIO 1 – Não fazer nada, manter do jeito atual.
( ) CENÁRIO 2 – Criar um parque a mais na cidade
( ) CENÁRIO 3 - Criar um parque com Jardim Botânico para ampliar a área
de visitação e também destinar a área a pesquisa
ZPA 2
( ) CENÁRIO 1 – Não fazer nada, mantendo o Parque das Dunas
exatamente como é hoje.
( ) CENÁRIO 2 – Criar no Parque das Dunas um Jardim Botânico que seja
pertinho do Bosque dos Namorados.
( ) CENÁRIO 3 – Criar no Parque das Dunas um Jardim Botânico em uma
área longe do bosque dos Namorados
ZPA 5
( ) CENÁRIO 1 – Não fazer nada, manter do jeito atual.
( ) CENÁRIO 2 – Criar um Jardim Botânico.
( ) CENÁRIO 3 – Criar um parque.
28. Sabendo disso, se existisse uma ONG disposta a adquirir fundos para a
criação de Jardim Botânico na área em questão, você estaria disposto a
contribuir com uma quantia mensalmente?
( ) sim. Que quantia você se disporia a pagar R$____
( ) não. Não estaria disposto a pagar:
( ) por motivo econômico ( ) não se interessa por JBs
( ) não acha que ZPAs sejam ambientes para JB
( ) não acredita em ONGs ( ) não frequenta parques
73
( ) não é atribuição sua ( ) prefere pagamento distinto
( ) não sabe, precisa pensar ( ) não entendeu pergunta
( ) outro motivo_______________________________________
29. E se fosse usada uma porcentagem do seu IPTU atual para a criação do
JB, quanto você acha que deveria ser tirado do IPTU para isto? ____%
Questionário aplicado ao grupo 2
Órgão público que trabalha: _________________________________________
Nome:__________________________________________________________
Formação: ______________________________________________________
Setor:__________________________________________________
1. O Sr./Sra./Vc está diretamente ligado à tomada de decisões relativas à
ZPA 1, 2 ou 5?
( ) sim. De qual(is)?_________________________________________
( ) não.
Seu setor tem alguma jurisprudência sobre estas ZPAs? ( )não
(SIM) Para que ações?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2. O seu cargo, te permite participar de decisões e mudanças relativas ao
uso e conservação destas áreas?
( )não
( )sim. Em que aspectos?____________________________________
3. Existe algum planejamento ou meta para mudar o atual estado de
proteção, uso e lazer da ( )ZPA1 ( )ZPA2 ( ) ZPA5?
74
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
4. Como gestor, que ações seriam necessárias para que tais áreas
propiciem bem-estar ambiental para a sociedade?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
5. Existe algum orçamento anual para as ZPAs?
( ) SIM. De quanto?________________________________________________
Qual o critério para definir o valor?_________________________________
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De onde vem o recurso $?________________________________________
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Em que pode gastar?
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( ) NÃO. Como estas ZPAs se mantem em termos econômicos?
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( ) Não sei. Quem poderia me dar esta informação?
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6. Na sua concepção de gestor, cabe a ideia de criar um jardim botânico
dentro de alguma destas três ZPAs?
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7. Dentre os cenários abaixo, qual você acha que permitiria melhor uso e
bem estar para visitar esta ZPA?
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ZPA 1
( ) CENÁRIO 1 – Não fazer nada, manter do jeito atual.
( ) CENÁRIO 2 – Criar um parque a mais na cidade
( ) CENÁRIO 3 - Criar um parque com Jardim Botânico para ampliar a área de
visitação e também destinar a área a pesquisa
ZPA 2
( ) CENÁRIO 1 – Não fazer nada, mantendo o Parque das Dunas exatamente
como é hoje.
( ) CENÁRIO 2 – Criar no Parque das Dunas um Jardim Botânico que seja
pertinho do Bosque dos Namorados.
( ) CENÁRIO 3 – Criar no Parque das Dunas um Jardim Botânico em uma área
longe do bosque dos Namorados
ZPA 5
( ) CENÁRIO 1 – Não fazer nada, manter do jeito atual.
( ) CENÁRIO 2 – Criar um Jardim Botânico.
( ) CENÁRIO 3 – Criar um parque.