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Com ampla experiência em patrimônio cultural, a arquiteta e urbanista Cristina Lodi assumiu a superintendência regional do Iphan, após cinco anos de administração de Carlos Fernando Andrade. Além das aspirações da nova gestão, a matéria traz detalhes sobre a mostra que marcará a reabertura da sala de exposições do Instituto. Projeto Juventudeartes mapeia circuitos culturais Ernesto Neto, um dos principais artistas plásticos contemporâneos brasileiros, abre as portas de seu ateliê, no Centro do Rio, para uma conversa sobre arte, política e brasilidade. Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 31 ANO V RIO DE JANEIRO | JANEIRO – FEVEREIRO DE 2012 Sob nova direção, Iphan fará exposição sobre edifício Docas de Santos páginas 8 e 9 Jovens do Morro da Providência lançaram mapa da cultura local. 29 pontos de educação, paisagem, música, festas e história foram identificados. Vanguardista, festeiro, orgânico e agregador página 5 Página 10 página 14 Fotógrafo que registrou momentos essenciais da história brasileira, como a passeata dos 100 mil, oferece ao leitor imagens em homenagem à festa multicultural: uma escola de samba, captada de 1974, e o carnaval de rua na Cinelândia de hoje. página 4 O carnaval pelas lentes de Evandro Teixeira nossa rua O aumento da área de atuação do Polo Nova Rua Larga, oficializado em janeiro, levou a mudança de nome para Polo Região Portuária. O presidente da Fecomércio e o diretor do programa Polos do Rio explicam a importância dos polos para a região. página 12 Polo Nova Rua Larga amplia sua abrangência cidade Lielzo Azambuja página 3 Um fim de tarde com sabor ibérico gastronomia cultura Publius Vergilius Ratão Diniz Bloco Escravos da Mauá canta a história dos bairros portuários cariocas folha da rua larga

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Folha da Rua Larga é um periódico bimestral distribuído gratuitamente no Centro do Rio e Zona Portuária.

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folha da rua larga

Com ampla experiência em patrimônio cultural, a arquiteta e urbanista Cristina Lodi assumiu a superintendência regional do Iphan, após cinco anos de administração de Carlos Fernando Andrade. Além das aspirações da nova gestão, a matéria traz detalhes sobre a mostra que marcará a reabertura da sala de exposições do Instituto.

Projeto Juventudeartes mapeia circuitos culturaisErnesto Neto, um dos principais artistas plásticos contemporâneos brasileiros, abre as portas de seu ateliê, no Centro do Rio, para uma conversa sobre arte, política e brasilidade.

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 31 ANO VRIO DE JANEIRO | JANEIRO – FEVEREIRO DE 2012

Sob nova direção, Iphan fará exposição sobre edifício Docas de Santos

páginas 8 e 9

Jovens do Morro da Providência lançaram mapa da cultura local. 29 pontos de educação, paisagem, música, festas e história foram identificados.

Vanguardista, festeiro, orgânico e agregador

página 5 Página 10

página 14

Fotógrafo que registrou momentos essenciais da história brasileira, como a passeata dos 100 mil, oferece ao leitor imagens em homenagem à festa multicultural: uma escola de samba, captada de 1974, e o carnaval de rua na Cinelândia de hoje.

página 4

O carnaval pelas lentes de Evandro Teixeira

nossa rua

O aumento da área de atuação do Polo Nova Rua Larga, oficializado em janeiro, levou a mudança de nome para Polo Região Portuária. O presidente da Fecomércio e o diretor do programa Polos do Rio explicam a importância dos polos para a região.

página 12

Polo Nova Rua Larga amplia sua abrangência

cidade

Lielzo Azambuja

página 3

Um fim de tarde com sabor ibérico

gastronomia

cultura

Publius Vergilius

Ratão Diniz

Bloco Escravos da Mauá canta a históriados bairros portuários cariocas

folha da rua larga

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janeiro – fevereiro de 2012

nossa rua

As mudanças no trânsito estão gerando caos urbano?

José Ribamar Ferreira, taxista

“As alterações no trânsito não estão causan-do problemas porque estão bem sinalizadas. Uma das mudanças muito boas foi o fim do estacionamento em ruas estreitas. Isso atra-palhava muito a circulação. É bonito ver essa transformação.”

Silvia Knupp,funcionária pública federal

“A mudança de itinerário de via pública é uma questão de costume. Uma amiga achou a mudança de ponto de ônibus uma maravilha já que passou a saltar mais perto do trabalho. A obra é um mal necessário e o brasileiro tem que aprender a ter paciência.”

“A Av. Presidente Antônio Carlos está en-garrafando o tempo todo. Houve pouca mu-dança de itinerário na linha em que trabalho, mas conheço quem trabalhe em linha que foi totalmente mudada. Com as obras, o congestionamento aumentou muito.”

David Pinto,motorista de ônibus

Sacha Leite

Sacha Leite

Sacha Leite

folha da rua larga

espaço dos leitores

2folha da rua larga

Redação do jornalRua São Bento, 9 - 1º andar - Centro

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A Folha da Rua Larga recebe opiniões sobre todos os temas. Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusações insultuosas ou desacompanhadas de docu-mentação. Devido às limitações de espaço, será feita uma seleção das cartas e, quando não forem concisas, serão publicados os trechos mais relevantes. As cartas devem ser enviadas para a Rua São Bento, 9 sala 101 CEP: 20090-010, pelo fax (21) 2233-3690 ou através do endereço eletrônico [email protected].

Conselho Editorial - André Figueiredo, Carlos Pousa,

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Margutti, Mozart Vitor Serra

Direção Executiva - Fernando Portella

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Colaboradores - Ana Carolina Portella, Ana Paula

Linhares, André Barros, André Calazans, Danielle Silveira,

Fernando Portella, Lielzo Azambuja, Nilton Ramalho,

Renato Amado, Teresa Speridião e Thiago Rosa

Projeto gráfico - Henrique Pontual e Adriana Lins

Diagramação - Suzy Terra

Revisão Tipográfica - Raquel Terra

Produção Gráfica - Paulo Batista dos Santos

Impressão - Maví Artes Gráficas Ltda.

www.maviartesgraficas.com.br

Contato comercial - Teresa Speridião

Tiragem desta edição: 6.000 exemplares

Anúncios - [email protected]

O abandono desse prédio na Rua Teófilo Otoni é visí-vel, com plantas crescendo na fachada que resta.

Abandono de ruas vizinhas

A rua detrás do Colégio Pedro II - Centro tem estado completamente abandonada. Não podemos ter uma Ma-rechal Floriano arrumada e uma Leandro Martins aban-donada, com muito lixo depositado indevidamente, além da iluminação deficitária e sensação de falta de seguran-ça. Alguém precisa tomar uma providência.

José Feliciano Costa

Pedras portuguesas

Há oito anos, reclamo com as autoridades responsáveis quanto às pedras portuguesas que formam as calçadas da Avenida Marechal Floriano. Apesar de ser uma tradição urbanística da cidade, não combina com a falta de ma-nutenção observada, complicando a vida, sobretudo, das mulheres de salto alto.

Luciana Andrade

Prudência nas novas instalações

No dia 6 de janeiro, uma mulher entrou na Casa do Café Capital apavorada, pois acabara de levar um cho-que, aparentemente, causado por um semáforo sem isola-mento instalado em dezembro de 2011.

Deonir dos Santos

Calçada que cede

Na Avenida Marechal Floriano, lado ímpar, há um vazamento que faz com que a calçada ceda sempre que chove. Arrumam e cai de novo, há três anos. É preciso investigar outra forma de combater o problema. Cobrir de areia não é a solução.

Francisco de Oliveira

(foto enviada por leitor)

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janeiro – fevereiro de 2012 folha da rua larga

nossa rua

danielle [email protected]

Escravos da Mauá agita o carnaval do Centro do Rio

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Publius Vergilius

Há quase 20 anos, da ale-gria e samba no pé de mo-radores, amigos, frequen-tadores e funcionários de diversas empresas sediadas na Praça Mauá, nascia o bloco de carnaval Escravos da Mauá. O Largo de São Francisco da Prainha é o ponto de encontro dos fo-liões desde a fundação do grupo, em 1993. A partir do Largo, o bloco percorre as ruas do bairro da Saúde, nas proximidades da Praça Mauá, Pedra do Sal e Mor-ro da Conceição.

Os sambas contam a his-tória do Centro. Berço dos primeiros ranchos, que de-ram origem às atuais esco-las de samba e do carnaval de rua do Rio, a região já foi local de moradia, traba-lho e lugar de encontro de grandes nomes do samba.

Foliões lotaram o bairro em 2011 e prometem o mesmo este ano

Uma das fundadoras do Escravos da Mauá, Tereza Guilhon, conta o que há de tão especial nessa parte do Centro: “A história dos bairros portuários cario-cas é a história do próprio Rio de Janeiro, embora a maioria dos cariocas não a conheça. Além de toda a questão da cultura negra, há a história da Rádio Na-cional, nos tempos de ouro do rádio, a fabulosa Praça Mauá e histórias como a da Revolta da Chibata no Porto, cujo líder, João Cân-dido, foi lindamente home-nageado por João Bosco e Aldir Blanc como o ‘Mes-tre-sala dos Mares’. Isso sem falar da arquitetura do início do século XX, que ainda se pode ver de perto no Morro da Conceição e no Mosteiro de São Bento.

Temos também a Pedra do Sal, que é um lugar místi-co para a cultura negra e para os amantes do samba e do choro. Ali, reuniam-se Donga, João da Baiana, Pi-xinguinha e Heitor dos Pra-

zeres. Precisa dizer mais?”O bloco honra a tradi-

ção da região até no nome. A homenagem remonta à época do Império, quando o bairro portuário da Saú-de, mais especificamente

a Rua Camerino, abrigava o antigo mercado negreiro da cidade. Mesmo após a abolição da escravatura, o local foi escolhido como residência desses ex-es-cravos e das colônias de

Bloco azul e amarelo conta a história da região através do samba

negros baianos que vieram para o Rio em busca de tra-balho no Porto.

Hoje, além dos morado-res e trabalhadores locais, os ensaios do azul e ama-relo têm sido procurados por um grande número de jovens de todas as idades, provenientes de todos os bairros da cidade. Segun-do a organização, já está tudo definido para o carna-val de 2012. Diversamen-te da maioria dos blocos, o Escravos da Mauá fez um concurso de camiseta e convidou compositores para criar o samba Um Rio Azul e Amarelo, que vai embalar o bloco este ano.

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Cliques Rua Larga boca no trombone

fernando portella

[email protected]

Desfile da Estação Primeira de Mangueira, 1974

Carnaval de rua, Cinelândia, 2011

4folha da rua larga

nossa rua

Evandro Teixeira

janeiro – fevereiro de 2012

Evandro Teixeira

Encarnaval

Uma lantejoula prateada desce de uma janela de um prédio a perder de vista. Lá embaixo, na Rua Larga, mochilas, bolsas e sacolas caminham para trabalhar. Ela vai descendo, cintilante, passando por janelas fechadas, condicionadas, pingando go-tas geladas nos ternos engravatados e nos crachás. É quinta-feira, 7 horas da manhã, depois do Carnaval. A lantejoula vem descendo, descendo...

Renato Grillo, professor sério, conhecedor profun-do de Mecânica Quântica, pós-graduado, doutorado, respeitado... Depois de virar a noite corrigindo pro-vas, veste a sua fantasia de “coelhinho da Playboy”. Careca, barrigona de chope, é um machista nato (sua mulher foi quem fez a sua fantasia e ele a ordenou que ficasse em casa). Longas orelhas, pompom cor--de-rosa na bunda, lá vai o Grillo – havaianas e ba-tom, careta ainda, garrafa de cachaça debaixo do braço, 65 anos, 20 de magistério – para a concentra-ção do bloco Escravos da Mauá.

No Sambódromo, o samba comeu rasgado de bois e vacas; abre-alas e vias surpreendentemente core-ografadas e bruxas; arquibancadas por ricos e ou-tras bancadas por pobres, todas coloridas – um arco--íris de flechas e flashes. Mulatas perfeitas de corpo e alma; passistas taxistas; porta-bandeiras de todos os países; mestres-salas de copa e cozinha; baianas marias rodopiando, cacarejando; carros alegóricos, cartolas tolos e atolados; repórteres e políticos po-lidos, loucos para soltar a franga; baterias no com-passo, jogo do bicho, bichanas, seios de fora, alegria geral.

Renato bebe todas, enche a cara, esquece de quem tem que ser para a sociedade e passa a “ser sendo”, sem Freud para julgar, sem amigos para criticar. Abraça e beija uma velha cândida, toma um gole, chama-a de princesa, deixa-se perder no batuque achado do samba. Dantescamente, brinca no céu in-fernal do purgatório. Lá vai a “coelha gorda cor-de--rosa”, sem preconceitos, sem criticar nada. Viva o país do carnaval!

Em todos os bairros blocos, multidões suadas, ou-vintes do grito do Ipiranga, pessoas retumbantes sem raça, credo e religião. Bares lotados, mulheres lindas nas margens plácidas, copos na mão, olhares de raios fúlgidos, ninguém do contra, muito pelo contrário – salve a tradicional contradição! Independência ou Sorte!

No dia seguinte, quinta-feira depois das cinzas, Dr. Renato (apagou ontem na Rua Larga) acorda esparramado na porta do Banco do Brasil. Fantasia descosturada, imundo, suado, abraçado na garrafa vazia, gênio fugidio, careta (onde estou?). Multidão chegando para trabalhar, centenas de pessoas cru-zando a cena, rindo, apontando... Ele levanta res-sacado, se vê no reflexo da vitrine, põe a mão no bolso, carteira roubada, está há quinze quarteirões de casa. A lantejoula prateada pousa na sua testa, no terceiro olho e brilha forte com o sol. Lá vai o folião autêntico da verdade latente, óculos escuros para esconder o que todos estão vendo. Olha a vida pelo ângulo do belo inconveniente, sendo visto como aquele que entrou na festa errada e é, injustamente, o contrário.

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folha da rua larga

entrevista

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Ana Paula Linhares

Ana Paula Linhares

O Centro pela ótica orgânica de Ernesto NetoArtista visual abre as portas de seu ateliê para uma conversa sobre sua experiência de 20 anos no Centro do Rio

janeiro – fevereiro de 2012

Segundo Ernesto Neto, o brasileiro deve buscar suas raízes culturais negras e indígenas

O habitat natural do artista, em meio a materiais remanescentes de suas instalações

sacha [email protected]

Você já pensou em fazer alguma intervenção artís-tica na região?

Nunca pensei. Acho que a arte de rua tende a ser um pouco pérolas aos por-cos. As pessoas tendem a não valorizar. Agora, qual-quer prédio que me des-sem por aqui, faria uma intervenção de proporções imensas.

Um país onde o profes-sor ganha R$ 700 e 36% dos brasileiros é analfabe-to funcional me faz con-cordar com um cartaz que li outro dia: “Rio de Janei-ro: 2ª maior arrecadação do Brasil. 2º pior ensino do Brasil. Dinheiro não é solução”.

Há algum lugar na re-gião que você goste de frequentar?

O Duas Frentes aqui na Leandro Martins. É o úni-co boteco que conheço que não tem propaganda. Ain-da sobre o que falávamos: acho que devíamos estu-dar mais cultura africana e indígena, e não ficar só estudando Europa. O índio não entrou na sociedade. Ficar achando que a gente é ocidental é a maior bes-teira. Ficar tentando ser europeu ou ser aceito por eles não faz sentido. So-mos brasileiros.

Ocidente é americano e europeu. O que forma o ocidente é separar, classi-ficar, separar e classificar. Não há mistura. O branco é branco, o amarelo é ama-relo. O ocidente é contra a mistura. Para mim, onde termina a figura começa o fundo, o que o Sérgio Bu-arque de Holanda chamou de homem cordial.

A porta de madeira maci-ça nº 70 passa despercebida a quem caminha pela Rua Leandro Martins. O que pouca gente sabe é que essa aparência simplória escon-de o local de trabalho de um dos artistas visuais mais im-portantes do Brasil: Ernesto Neto.

Há 20 anos na região e, inicialmente, usado como residência do artista, o ateliê de três andares abriga quilos de tecidos e linhas, matéria--prima principal de grande parte de suas instalações, além de diversos outros materiais. Ele recebeu a re-portagem da Folha da Rua Larga e conversou sobre a sua experiência de vida no Centro, passando por as-pectos políticos e artísticos nacionais recentes.

De que forma o problema de escoamento das águas da chuva virou arte?

Em meados da década de

90, fizemos um barco de pa-pel de 1 m por 70 cm. Co-locamos o barco para “na-vegar” na enchente que se formou aqui na rua e filma-mos em H8. Foi divertido ver o barquinho navegando. Era dia e havia uns gatos. E havia uma senhora que alimentava os gatos, muito assustadora. Captamos todo esse momento único.

Seu ateliê é de frente para os fundos do Colégio Pedro II - Centro. Vocês têm par-cerias?

Já aluguei a quadra de-les várias vezes para cortar tecido durante a noite ou aos sábados e domingos. O pessoal é tranquilo, mas, por enquanto, a parceria se restringe a utilização desse espaço para trabalhos mo-numentais.

E o trabalho com a Gentil Carioca?

Marcio Botner é meu sócio na Gentil. Inicial-mente, o projeto era uma ideia dele. Parece que umas pessoas queriam me en-contrar. E a Gentil nasceu assim sem saber bem o que era mesmo. Não trazemos muita gente de fora. O abre--alas, por exemplo, foi o se-guinte: mandavam muitos portfólios para a gente. Um dia decidimos expor. Hoje se tornou uma tradição e todo ano novos artistas nos enviam material.

Você já participou de al-guma atividade no Morro da Conceição?

Não, fui lá ver exposi-ções, intervenções na rua e na Pedra do Sal. Fui convi-dado pelo Rafael Cardoso para representar a Gentil Carioca em um circuito de eventos por lá.

Qual é a sua avaliação da Rua Leandro Martins?

Tem muito prédio aban-donado. Eu morava aqui. Quando tive filho e ele completou um ano, decidi me mudar. Existe uma certa decadência por aqui, é um pouco insalubre.

Está acompanhando o processo de revitalização na região?

Acho importante lembrar que não basta fazer obra e gerar equipamentos. O mais importante são os progra-mas. Por exemplo: o Museu Nacional de Belas Artes. As pessoas não vão lá, nem sa-bem que existe e é o “cara” mais importante do Brasil.

Fale um pouco sobre o projeto com os skatistas.

Sou um eremita. O Guta Ferraz me indicou o Arquei-ro, que fez um jacaré genial de contas. Ele veio aqui

aprender comigo e ficou. Daí apareceram Cupim, Pa-lito, Colchete, Kleverson... São 30 skatistas no total.

E como se dá esse pro-cesso de estabelecimento de parcerias?

É uma escolha mútua. Somos todos amadores. Na minha geração, conheci poucos que fizeram Belas Artes. Os que fizeram não falam bem do curso e das instalações. O Parque Lage tem uma dificuldade estru-tural. É uma espécie de feu-do. É tudo mal estruturado. Melhorou onde pudemos mexer: na parte administra-tiva. O pessoal do “Capa-

cete” (residência de artis-tas em Santa Teresa), junto com o Daniel Steegmann, está organizando a Univer-sidade de Verão.

Como foi ilustrar o clássico de Lima Barreto Triste fim de Policarpo Quaresma?

Fala muito do Brasil hoje, achei o livro super atual. Quando comecei a ler, achei que não fosse gostar, porque o Policarpo é muito careta. Depois que ele começou a escrever em Tupi, comecei a gostar dele. Optei por fa-zer desenho digital usando a bandeira do Brasil e iconezi-nhos representando as diver-sas passagens do livro.

Ilustrar esse livro me lembra o que falei sobre o MNBA. Aquele museu re-presenta a desvalorização da arte brasileira. Falta amor. Somos todos filhos bastar-dos. Retiraram amor do lema da bandeira nacional, restou apenas ordem e progresso. Isso precisa mudar.

O cenário do Centro te ins-pira?

Profundamente. As pesso-as que moram na Zona Sul não têm noção do que acon-tece aqui. “Altos” camelôs. Acho interessante a criativi-dade deles. E é legal também estar do lado do Saara. Adoro o Saara.

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renato [email protected]

6folha da rua larga

Se concentrar mais, não saiNem com greve da polícia acaba a folia

sacha [email protected]

opinião

Nilton Ramalho

janeiro – fevereiro de 2012

Alguns dias depois dos três prédios caírem no Cen-tro do Rio, tombou outro, de forma semelhante, em São Paulo. Parece até que o desastre em São Bernardo do Campo aconteceu para dizer que não é exclusivi-dade do Rio, que esse tipo de falta de nexo urbano acontece mesmo e não há explicação.

Mas vamos a um as-sunto mais festivo: dizem que este é o grande ano do carnaval de rua carioca. Já ouvi muitos avisarem que não irão viajar para apro-veitar a pululante oferta de blocos. No texto ao lado, o escritor Renato Amado discorre sobre a tentativa da prefeitura de subtrair 30 blocos da Zona Sul para evitar congestionamentos e caos urbano. Mas a ver-dade é que, para esvaziar essa folia, nem com greve da polícia.

Nesta época, até os mais recatados se permitem li-berar suas delícias, delícias de Michel Teló. Será que devemos comemorar o fato de grandes blocos como da Preta, Cru e Monobloco migrarem para o Centro, como ressalta o artigo de opinião ao lado? Apesar da preocupação com a conser-vação de todas as riquezas históricas e arquitetônicas da Cinelândia, Praça XV e demais pontos do Centro, considero essa uma boa notícia.

Trata-se de uma opor-tunidade ímpar para que pessoas de todos os cantos da cidade, de todos os rin-cões do mundo se mistu-rem com o que há de mais representativo na cultura carioca fora dos dias de semana. Será o momento de se conectar com outra energia importante presen-te no Centro e Zona Portu-ária, esmagada pela rotina exaustiva do dia a dia dos executivos.

Em meio ao calor e a sensação térmica de 47ºC,

o Rio de Janeiro está co-berto de obras e concreto. Mas é carnaval e não me diga mais quem é você. Ao andarmos pelo Largo de São Francisco da Prainha afora, lembramos que aqui passaram sambas imortais, que eram sangrados pelos nossos pés e aqui sam-baram nossos ancestrais. Conectados com as nossas raízes e genética misturada, percebemos que há muita história ainda por descobrir.

A Pedra do Sal bilha so-berana aos pés do Morro da Conceição, que abençoa a cidade com a sua arte. A simplicidade luminosa de suas ruelas, fachadas, artis-tas e anciãos resplandece. A pedra que tudo testemu-nhou, cada estalo de chico-te, cada artefato de tortura para calar e disciplinar o negro, que hoje ainda bus-ca retomar as rédeas de seu destino.

Esse mesmo negro-mula-to remexeu na Pedra do Sal e criou, na companhia dos amigos, de forma coletiva e democrática – nessa épo-ca não era moda o direito autoral – o samba carioca. Pelo Telefone, de Donga e João da Baiana, foi a pri-meira canção do estilo re-gistrada no Rio de Janeiro. Composta na Pedra do Sal. Mas antes dessa, certamen-te, existiram outras sem a preocupação de um registro formal.

Em toda essa maravilha de cenário, uma notícia que destaco desta edição pré-carnavalesca é o mapa cultural produzido na Pro-vidência. Pela primeira vez, a cultura local foi mapea-da. A partir de agora quem quiser visitar a comunidade pacificada pode acessar o site do projeto Intercâmbios Juventudearte e conferir o guia produzido pelos jo-vens moradores da comu-nidade.

Uma particularidade do nosso carnaval é termos blocos espalhados por diversos bairros e ruas. Muitas delas, estreitas. No entanto, essa tradição, que remonta às primeiras décadas do século passa-do, não é condizente com a sociedade de massa do século XXI. Com o apri-moramento dos meios de comunicação e a pulsante indústria do turismo, qual-quer novo bloco de media-no sucesso atrai algumas milhares de pessoas. E os já consagrados vão à casa das centenas de milhares, quando não chegam ao milhão. Os novos tempos trouxeram novos núme-ros, mas as ruas seguem tão estreitas quanto antes.

Duas questões soam fundamentais para reduzir o apinhamento de pesso-as no carnaval de rua: um melhor aproveitamento do espaço urbano e a criação de novos blocos. No pri-meiro ponto, eu e a prefei-

tura parecemos concordar. Já, quanto ao segundo, as visões são diametralmente opostas.

De acordo com a lista liberada pelo governo mu-nicipal, este ano, a Zona Sul terá 30 blocos a me-nos do que em 2011. Mas os foliões não abrirão mão tão facilmente da folia. Na ausência de um determi-nado bloco, a maioria dos festeiros simplesmente pulará em outro endereço, de preferência o mais pró-ximo possível. Com isso, haverá uma maior aglo-meração de pessoas.

A prefeitura não deve ir contra a festa, fundamen-tal para que o carioca se realize como tal e para a economia da cidade. Afi-nal, só no carnaval passa-do, segundo dados da pró-pria Riotur, o milhão de turistas que passaram por aqui derramaram, além de incontáveis latas de cerve-ja, nada menos do que 740 milhões de dólares.

A extinção de três de-zenas de blocos apenas fará com que os foliões se acumulem ainda mais nos blocos mais conhecidos, que já estão, há tempos, insuportáveis. Ressalte-se que a prefeitura não ape-nas barrou blocos já exis-tentes na Zona Sul, como proibiu novos na região, o que prejudicará a oxigena-ção do nosso carnaval.

Se a redução do núme-ro de foliões não parece viável nem desejável e as aglomerações estão cada vez mais caóticas, qual seria a solução?

Uma antiga lei de mer-cado nos dá a resposta: concorrência. Mais blocos e com coincidência no ho-rário de desfile dos princi-pais. Isso, claro, somado a um melhor aproveitamen-to do espaço urbano. Ob-viamente, não devemos fazer como Salvador e reduzir o nosso carnaval a dois circuitos, mas que tal a criação de circuitos em

espaços subaproveitados? Felizmente, já haverá

um esboço de movimen-to nesse sentido. O Bloco Cru, que já não cabe na Rua Henrique de Novaes, está de mudança para a Praça Quinze. O Sargento Pimenta se concentrará no Aterro do Flamengo e o Bloco da Preta irá para a Avenida Rio Branco. São, sem dúvida, bons sinais.

Espero queimar minha língua, mas reafirmo que a estratégia do município de reduzir o número de blo-cos na Zona Sul, provavel-mente, fará com que o tiro saia pela culatra e, neste ano, se verá concentração recorde de pessoas, com todas as consequências ne-fastas que se pode esperar disso. Na quarta-feira de cinzas, a resposta.

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A OPERAÇÃO URBANA PORTO MARAVILHA MUDARÁ O SISTEMA VIÁRIO DA REGIÃO PORTUÁRIA PARA MELHOR. DUAS NOVAS GRANDES AVENIDAS VÃO AUMENTAR EM MAIS DE 50% A CAPACIDADE QUE HOJE A PERIMETRAL E A RODRIGUES ALVES OFERECEM. AO TODO, SERÃO 70 KM DE VIAS REURBANIZADAS. O VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS (VLT) UNIRÁ O CENTRO DA CIDADE COM MAIS DE 40 ESTAÇÕES INTEGRADAS AO METRÔ, À RODOVIÁRIA , ÀS BARCAS, À CENTRAL DO BRASIL E AO AEROPORTO.

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Page 8: Folha da Rua Larga 31

cultura

Iphan ganha nova liderança no RioAlém de preservação do patrimônio, superintendente buscará capacitação no setor

8folha da rua larga

Sacha Leite

janeiro – fevereiro de 2012

Comece o seu dia com um delicioso café da manhã a kilo, na medida certa! Servimos café, chocolate, sucos, salgados, pães e guloseimas para deixar a sua vida mais gostosa.

Trabalhamos com o Café Orfeu, um dos mais puros grãos do Brasil.

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Aprecie também o nosso almoço.Gastronomia internacional com um toque caseiro.

Responsável pelo dossiê que elevou o Rio de Janei-ro a Patrimônio Histórico da Humanidade, Cristina Lodi assumiu em dezem-bro a superintendência regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Ar-tístico Nacional (Iphan). Em sua gestão, a arqui-teta pretende aumentar a interação do Iphan com o processo de requalificação urbana no Centro.

Segundo Cristina, o acompanhamento das obras da prefeitura para resguardo da arqueologia será mantido e priorizado. Ela explicou que não há mais espaço para armaze-nagem de todo o material que vem sendo encon-trado: “Estamos fazendo obras emergenciais na Praça da República, nº 22. Em seguida, iniciaremos a reforma no prédio, que irá receber esses vestígios”, esclarece.

A superintendente vem trilhando longa trajetória na área de patrimônio, in-clusive como coordenado-ra do projeto Monumenta, do Ministério da Cultura, responsável pela revitali-zação da Praça Tiradentes, reinaugurada ano passado.

Cristina diz que pre-tende priorizar as obras de revitalização do Palá-cio Gustavo Capanema e do Centro de Referência da Memória Ferroviária (antigo Museu do Trem), além de promover ações para a elevação das cida-

A arquiteta e urbanista Cristina Lodi é a nova superintendente do Iphan Rio

des de Paraty, na categoria Sítio Misto, e Rio de Ja-neiro, na categoria Paisa-gem Cultural, a Patrimô-nio da Humanidade, pela Unesco.

Ainda a respeito de suas primeiras ações no novo cargo, Cristina comentou que pretende suprir a ca-rência que, segundo ela, existe na área de conserva-ção. A arquiteta explicou que há pouquíssimos cur-sos de restauro e por isso pretende preencher essa lacuna através do próprio Iphan: “Uma empresa nos procurou e mencionou que

há pouca gente capacitada na área de restauração. Va-mos fazer a qualificação nos moldes que fizemos com o projeto Monumen-ta, na Praça Tiradentes.”

O curso será destinado não somente aos funcioná-rios das empresas de res-tauro, como também aos demais interessados: “Em geral, existe uma diver-sidade muito grande en-tre os alunos, que vão de pedreiros a estudantes de belas artes”, conta Cristi-na. Ainda não há data para o início das aulas, no en-tanto, já foi definido que

“jardins históricos” será o tema a ser explorado ao longo do primeiro módulo.

Sala de exposições a ser reaberta contará a histó-ria do prédio do Iphan

Ocupando o número 46 da Avenida Rio Branco, o prédio centenário do Iphan tem a reinauguração de sua sala de exposições previs-ta para início de abril. O objeto da primeira mostra será o próprio prédio, em estilo eclético, construído em 1908, para abrigar a Companhia Docas de San-

tos, cujo ramo de atuação – no momento em que se comemorava 100 anos da abertura dos portos – ins-pirou sua concepção artís-tica, com base em motivos náuticos.

Através de 14 painéis com textos e imagens do-cumentais, a exposição narra não somente aspec-tos arquitetônicos do ca-sarão como também revela a época do erguimento do edifício, trazendo capítulos pouco conhecidos do gran-de público, como a quanti-dade de prédios derrubados pelo governo Pereira Pas-sos, em 1904, para a cons-trução da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco.

Também para contex-tualizar, a exposição traz ima-gens e in-formações a respeito de perso-n a l i d a d e s fundamen-tais para a reestrutura-ção da ci-dade, como o próprio prefeito Pe-reira Pas-sos, além de André G u s t a v o Paulo de Frontin, chefe da Comis-são Construtora da Aveni-da Central, Lauro Muller, encarregado pelas obras de melhoramentos do porto da

cidade, e Francisco de Pau-la Rodrigues Alves, um dos responsáveis pela grande mudança ocorrida na então capital federal, nomeando pessoas que atuaram dire-tamente na remodelação do Rio de Janeiro.

Mármore, aço e orna-mentos utilizados foram

trazidos da Europa

Outros personagens tra-zidos à tona para ajudar a redesenhar a história do prédio são os industriais Eduardo Guinle e Cândido Gaffrée, diretores da Cia Docas de Santos, convi-dados pelo então presiden-te Rodrigues Alves para ocupar o edifício de mes-

mo nome, s e g u n d o dados da mostra, o primeiro a ser erguido na então A v e n i d a Central. O local esco-lhido para a constru-ção foi o p r i m e i r o trecho da a v e n i d a , uma área próxima ao porto, onde se insta-

lariam as companhias de importação e exportação.

Antônio Jannuzzi e Francisco de Paula Ra-mos de Azevedo, dirigen-

“Fiquei muito feliz pelo

Iphan ser aqui no Centro, mas vejo

que ainda há muitos prédios precisando de

restauro.”

Page 9: Folha da Rua Larga 31

9

Divulgação/Iphan Rio

Divulgação/Iphan Rio

folha da rua larga

culturajaneiro – fevereiro de 2012

sacha [email protected]

Construção da Avenida Central, em 1904, atual Avenida Rio Branco

Fachada do Edifício Docas de Santos, atual prédio do Iphan Rio, inaugurado em 28 de janeiro de 1908

tes da Antônio Jannuzzi & Irmãos, também rece-bem menção especial, já que formaram a principal empreiteira da avenida. Além do edifício Docas de Santos, construíram cerca de vinte prédios em estilo francês na mesma via, incluindo seu pró-prio escritório.

A exposição revela as cartas escritas por Ga-ffrée e Guinle ao enge-nheiro chefe da Comis-são de Construção da Avenida Central, Paulo

de Frontin. Esses docu-mentos testemunham a quantidade de materiais utilizados, que aporta-vam em embarcações vindas de Nova Iorque, Paris, Marselha, Ham-burgo, Antuérpia e outras cidades.

De acordo com as in-formações levantadas, apenas para o primeiro pavimento, foram utili-zadas 129 caixas de már-more lavrado vindo da Itália. Da Antuérpia, 454 vigas de aço para os três

últimos andares, e, de Hamburgo, 180 volumes contendo material para escadas e claraboias. Com a exposição, o Iphan promete um passeio pelo tempo, exibindo detalhes arquitetônicos e orna-mentais dessa importante construção.

Page 10: Folha da Rua Larga 31

sacha [email protected]

social

10folha da rua largaaneiro – fevereiro de 2012

Jovens constroem mapa da Cultura na ProvidênciaMoradores são incentivados a recuperar e divulgar o patrimônio local

Ratão Diniz Ratão Diniz

Participantes do projeto Juventudeartes documentam os pontos culturais da Providência

A partir de agora, já é possível descobrir com fa-cilidade o que há de inte-ressante para se conhecer no Morro da Providência. Dia 29 de janeiro, foi lan-çado na comunidade um panorama detalhado das atividades culturais lo-cais. A iniciativa faz parte do projeto Intercâmbios Juventudearte, coordena-do pelo Centro de Estu-dos de Políticas Públicas (CEPP), que, nessa fase, buscou integrar jovens de três comunidades pacifi-cadas cariocas – dentre elas a Providência – aos lugares onde vivem. A identificação e partici-pação desse público na produção cultural local é o principal objetivo do projeto.

O guia apresenta pontos

culturais e opções de cir-cuitos que podem ser per-corridos de acordo com o interesse do visitante. Aspectos históricos e cul-turais foram recuperados pelos próprios jovens, bem como o levantamento de informações sobre cada uma das referências.

São cerca de 30 pontos culturais identificados, incluindo artistas locais, pontos históricos e de encontro, projetos edu-cacionais, culturais ou esportivos empreendidos por moradores, trilhas ecológicas e locais apro-priados para a fruição da paisagem do Rio.

O trabalho mostra o olhar de um grupo espe-cífico de jovens sobre sua comunidade. Eles também foram os responsáveis pelo planejamento e orga-nização do evento de lan-çamento da publicação. “Foi muito significativo ver, ao final do projeto, como os jovens se apro-priaram do resultado ex-

1. Praça Américo Brum

2. Festa de São Jorge

3. Projeto Escrevendo o Futuro

4. Casa Amarela

5. Maurício Hora

6. Favelarte

7. Mirante da Obra

8. Igreja Nossa Senhora da Penha

9. Eron César dos Santos

10. Centro Cultural de Capoeira Ventre Livre

11. Mirante da Bica

12. Bar Mirante

13. Márcio Meneses (Marcinho)

14. Capela das Almas

15. Marta Alexandre dos Santos

16. Bar do 70

17. Quadra da Vila

18. Eduardo Cardoso (Cachorrão)

19. Escola de Samba Vizinha Faladeira

20. Assoc. de Moradores do Morro da Providência

21. Alex Lima (Petróleo)

22. Sparta

23. Santa Rosa Boxe Club

24. Adauto Santos

25. Nélio de Oliveira (Seu Nélio)

26. Escola de Percussão da Providência

27. Mª das Dores Alves Rodrigues (Dodô da Portela)

28. Museu da Dona Dodô

29. Jorge Alexandre (Quinzinho)

Confira os pontos mapeados na comunidade:presso no mapa cultural e começaram a vislumbrar ações a serem empreendi-das a partir dele”, avalia Ângela Nogueira, do Cen-tro de Estudos de Políticas Públicas, uma das coorde-nadoras do projeto.

De acordo com Fernan-da Mayrink, gerente de Atendimento às Comuni-dades da Light, empresa patrocinadora do projeto junto à Secretaria de Es-tado de Cultura do Rio, o sucesso dessas ações depende do protagonismo dos atores sociais envol-vidos: “Ao investir em projetos como o Inter-câmbio Juventudeartes, a Light busca integrar esses territórios pacificados, disseminar ativos cultu-rais e artísticos, resgatar o histórico das comunida-des e desenvolver a lide-rança nos jovens partici-pantes”.

Fonte: Mapa Caminhos da Cultura no Morro da Providência, projeto Intercâmbios Juventudearte

Jovem da região registra sua visão da comunidade

Page 11: Folha da Rua Larga 31

Divulgação

11janeiro – fevereiro de 2012

nei [email protected]

11folha da rua larga

Um passeio pela história do vinhoCuriosidades para degustação nos bons bares e enotecas do Centro

boa vida

Há pouco mais de 5 mil anos o vinho acompanha o homem no seu dia a dia. Foram encontrados fósseis com resíduos de vinho na região do Cáucaso, que da-tam dessa época. Outros re-gistros mostram o cultivo, o consumo e a utilização do vinho para embalsamar mú-mias no Egito antigo, suas propriedades antioxidantes e digestivas, consagrando a bebida como elixir da juven-tude.

Na Idade Moderna, os vi-nhos branco e rosé, melhor produzidos nas regiões frias e temperadas, eram apre-ciados por todos e indispen-sáveis nos jantares nobres

europeus, acompanhando minipratos com vinhos dis-tintos, variando em mais de 15 tipos diferentes, que pro-porcionava aos convidados uma evolução cadenciada, perfeitamente combinada entre vinho e comida, cha-mada harmonização.

Nos dias de hoje, devido à industrialização de quase tudo, foi-nos imposto os fast food. Curiosamente, como somos um país embrionário no consumo de vinho, nos-sos hábitos não condizem com o nosso clima. Consu-mimos quase 80% de vinho tinto e pouco mais de 20% de brancos e espumantes.

O vinho, de uma forma

geral, é considerado alimen-to em quase todo o mundo, somente o Brasil e outros cinco ou seis países o enca-ram como bebida alcoólica. Além do álcool, o vinho possui outras substâncias que nos provocam sensação de calor, o tinto um pouco mais. Ademais, a tempera-tura sugerida para os tintos é, em média, entre 15º e 18º graus, bem mais alta que os rosés e brancos, que são me-lhores apreciados entre 13º e 9º graus respectivamente.

Quer por preconceito, quer por tradição dos nos-sos ancestrais, os rosés e os brancos ocupam um espaço muito pequeno no consu-

Algumas sugestões de uvas são interessantes, por exemplo: Chardonnay, con-siderada por muitos críticos a melhor uva branca, matéria--prima para os mais caros Bourgonhas franceses, que vão até R$ 2 mil a unidade, dependendo da safra. Planta-das em quase todas as regi-ões vinícolas do mundo, ela se destaca em países como Brasil, Chile, Argentina e EUA, entre outros. No entan-to, há também outras opções como a Alvarinho Sauvignon Blanc, mais cítrico e acídulo, tendo maior frescor. A Ries-ling, a Gewurtraminer e a Torrontez, mais aromáticos,

Saiba como escolher e harmonizar vinhos brancos e rosés

1. É preciso analisar o produtor e a região2. Os melhores ficam estabelecidos em regiões mais temperadas, frias ou chuvosas3. Notícias sobre produtores idôneos são divulgadas na internet e revistas especializadas 4. Brancos e rosés, na sua maioria, são melhores degustados jovens5. Posição horizontal, temperatura constante e abrigo da luz favorecem a conservação 6. Taças apropriadas contribuem para uma boa apreciação do vinho7. Na Itália, o rosé é chamado de chiareto ou rosato, respeitando a língua nativa8. Brancos leves combinam com carnes brancas grelhadas e molhos pouco condimentados9. Brancos encorpados acompanham bem pratos mais gordurosos10. Rosés combinam bem com massas, risotos e carnes brancas grelhadas

a Trebiano e Malvasia, mais leves.

E os rosés? Os franceses são os mais famosos e mais caros, feitos com uvas como Grenache, Cynsaut, Pinot Noir, etc. Encontramos ex-celentes opções na Espanha, Portugal, Brasil, Chile e Ar-gentina. Na França, o Rosé D’Anjour, do Valle do Loi-re, e, na Espanha, o Rioja ou Muga rosado são ótimas escolhas. Na Argentina, há o Malbec da Vinícola Alta Vista. No Chile, um vinho que me chamou atenção pela cor, a Una Hectarea, um rosé com tom lilás, diferente da maioria que exibe a tonalida-

mo carioca. Sendo estas as melhores opções para nosso prazer tropical, como identi-ficar um bom vinho rosé ou branco? Quais são as melho-res uvas? Com o que combi-nar? Como guardar e como servir? Como encontrar uma opção dentre tantas?

de salmão. Já os brasileiros, em suas variedades, mostram que as melhores opções são os espumantes rosés como Casa Valduga, Don Guerino e Casa Perini.

Como temos calor na maior parte do ano, encon-traremos mais ocasiões para degustar brancos e rosés do mundo inteiro. Mas, ainda assim, a melhor harmoniza-ção é uma boa companhia, que, apreciada, dispensa todo o resto, exceto um BOM VINHO!

Page 12: Folha da Rua Larga 31

cidade

Polo Nova Rua Larga amplia limites e ganha novo nomeCriação do Polo Região Portuária foi oficializada pela prefeitura em janeiro

12folha da rua largajaneiro – fevereiro de 2012

da redaçã[email protected]

Após pouco mais de três anos de implantação e diante do aporte de in-vestimentos na região portuária, o Polo Nova Rua Larga teve seus li-mites ampliados e foi renomeado Polo Região Portuária. O decreto foi publicado dia 26 de ja-neiro, no Diário Oficial do Município, pelo pre-feito Eduardo Paes. A ex-pansão dos limites da or-ganização se arquiteta em meio às novidades e an-damento do projeto Porto Maravilha, que promete ampliar os espaços de la-zer, moradia e comércio na região portuária.

De acordo com o di-

retor do programa Polos do Rio, da Secretaria de Desenvolvimento Econô-mico Solidário da prefei-tura, José Augusto Costa e Silva, a iniciativa busca fortalecer o processo par-ticipativo do novo Polo para atrair lideranças co-merciais e empresariais de núcleos da região dos bairros da Gamboa, Saú-de e Santo Cristo.

“Os polos empresa-riais contribuem para a melhoria na qualidade dos serviços prestados e no atendimento ao clien-te. Além de impactar no desenvolvimento local, nas questões socioam-bientais, no respeito, na

valorização do espaço urbano, gera redução de custos ao comércio pelo ganho de escala”, defen-de José Augusto.

O decreto fixa nova delimitação a partir do lado direito da Avenida Presidente Vargas (senti-do Zona Norte), esquina da Rua Visconde de Ita-boraí até a Praça Gene-ral Pedra e Avenida 31 de Março, passando pelo Viaduto São Pedro até a Praça Santo Cristo, Rua Professor Pereira Reis, Avenida Rodrigues Alves (a partir do número 20) até a Avenida Rio Bran-co, e ruas Dom Gerardo e Primeiro de Março, re-

tornando à Rua Visconde de Itaboraí.

O interesse pelo cres-cimento do espaço do Polo veio dos comercian-tes e empresários locais. “Nosso objetivo é unir forças de forma legítima para reivindicar direitos e a atenção do poder pú-blico, além de promover nosso potencial histórico e nossa agenda de even-tos e atividades cultu-rais”, explica o presiden-te do antigo Polo Nova Rua Larga, Milton San Róman. Ele esclarece que ainda está no comando da agremiação, mas que, em breve, haverá eleições para nova presidência.

De acordo com o pre-sidente da Fecomércio, Orlando Diniz, a criação de polos como esse gera inúmeros benefícios à cidade, não apenas por devolver aos habitantes uma região renovada, mas por injetar recursos na economia com o au-mento da arrecadação. “Para se ter uma ideia do potencial da área, o Insti-tuto Pereira Passos prevê um aumento de R$ 200 milhões na arrecadação. Este valor virá da instala-ção de empresas de gran-de porte e da elevação das atividades portuárias e de turismo. Isso sem falar da reurbanização

de uma área com imenso potencial urbanístico”, aponta.

Ainda segundo Diniz, o crescimento popula-cional previsto para os próximos anos na área, somado à instalação de grandes empresas que também prometem bus-car espaços na região nos próximos anos e a cons-trução de mais píeres no Porto, vai tornar o Polo um importante órgão de apoio aos comerciantes e empresários locais.

Page 13: Folha da Rua Larga 31

folha da rua larga

13cidadejaneiro – fevereiro de 2012

morro da conceição

da redaçã[email protected]

teresa speridiã[email protected]

Obra inspirada no mangue ocupa o Morro da Conceição Sacha Leite

Para acesso à Praça Mauá, o motorista que vem da Zona Sul deve percorrer a Rua Visconde de Inhaúma

Ampliação da rede de drenagem

Desde o dia 7 de janeiro, a Rua Camerino está inter-ditada entre a Rua Barão de São Félix e a Rua Sacadura Cabral. O motivo está nas obras de extensão da rede de drenagem. Segundo o secretário municipal de Obras, Alex Pinto, a in-tervenção irá melhorar a capacidade de escoamen-to em dias de chuva, evi-tando os alagamentos que há tempos transtornam os frequentadores e mora-dores da região. A prefei-tura informa que só terão acesso às vias interditadas moradores, funcionários, comerciantes, clientes e pacientes do Hospital dos Servidores.

De acordo com Alex, as saídas de água na Baía de Guanabara aumentarão de duas para oito e as galerias de 80 cm de diâmetro serão trocadas por novas, onze vezes maiores. O secretá-rio conta que as enchentes ocorrem na região porque o antigo sistema de dre-nagem, instalado há 100 anos, não dá vazão para o grande volume de água de chuva recebido pelos morros da região: “Para o verão de 2013, a expecta-tiva é não ter problemas de alagamento na região, pois,

além da nova rede de dre-nagem da Camerino, tere-mos a galeria da Rua Barão de São Félix, que já está em obras”.

Pelo menos 17 linhas de ônibus tiveram itinerários alterados e as linhas que contavam com pontos no trecho interditado da Rua Camerino passarão a ter pontos na Avenida Mare-chal Floriano, antiga Rua Larga. Os motoristas de-vem estar atentos às inver-sões de sentido sinalizadas por faixas.

Mãos invertidas

Com a interdição do tre-cho da Rua Camerino, a Rua do Acre passa a ter a mão invertida, com trân-sito no sentido da Praça Mauá para a Avenida Ma-rechal Floriano, em dire-ção à Central do Brasil. A própria Camerino também inverte de mão entre Se-nador Pompeu e Barão de São Félix, e entre Senador Pompeu e Marechal Floria-no há mão dupla.

A Marechal Floriano passa a ter mão única no sentido Central do Brasil, entre a Rua do Acre e a Avenida Passos. Já a Rua Sacadura Cabral apresen-ta mão dupla entre a Rua Sousa e Silva e a Avenida Barão de Tefé.

Esquema especial de trânsito

Segundo o diretor de Operações da CET-Rio, Joaquim Diniz, a prefeitu-ra e a Concessionária Porto Novo montaram um esque-ma especial de trânsito, com 55 operadores e agen-tes de tráfego para orientar os motoristas. De acordo com ele, uma opção para o motorista que vem pela Avenida Rodrigues Alves e quer chegar à Avenida Pas-sos é entrar na Rua Sousa e Silva, seguir a Avenida Venezuela, ao chegar na Praça Mauá, virar na Rua do Acre, que terá o sentido invertido, acessar a Ave-nida Marechal Floriano e chegar ao destino.

A escolha por implemen-tar as obras no período de férias escolares, segundo Diniz, esteve relacionada ao afastamento de trans-tornos no trânsito no perí-odo de adaptação das mu-danças. Ele diz ainda que, desde 28 de dezembro, a prefeitura vem distribuin-do folhetos sobre as mu-danças para moradores e comerciantes da região.

Túnel Binário

Desde o dia 21 de janei-ro, trecho da Rua Primei-ro de Março entre as ruas

Visconde de Inhaúma e Dom Gerardo está interdi-tado para a construção da rampa de acesso ao Túnel Binário, que dá continuida-de às obras do Porto Ma-ravilha. O motorista que está na Zona Sul e deseja acessar a Rua São Bento, por exemplo, deve entrar na Visconde de Inhaúma, dobrar à direita na Avenida Rio Branco, que está com trecho em mão dupla, e do-brar à direita na Dom Ge-rardo, que ganhou sentido duplo e se tornou rua sem saída.

Segundo a prefeitura, a construção da Avenida do Binário, paralela à Avenida Rodrigues Alves, permitirá a demolição do Elevado da Perimetral, a partir de 2013. O Túnel Binário terá 1,1 km de extensão e 24 metros de profundidade. A via irá da Rua Primeiro de Março até a Avenida Fran-cisco Bicalho. Cada senti-do terá três faixas. Ao todo serão 3,5 km de extensão. Para outras informações a respeito de obras e indica-ção de rotas alternativas, acesse o site: www.porto-maravilha.com.br.

Embrionária-escultura em madeira, de Osvaldo Gaia

Divulgação

Osvaldo Luiz Gaia é uma joia rara que Belém do Pará nos mandou. Ele é artista plástico e mora no Morro da Conceição. Seu ateliê-residência, instalado no número 34 da Ladeira João Homem, vem sendo construído ao mesmo tem-po em que ele consegue uma produção artística bas-tante satisfatória. Ele conta que começou a desenhar e pintar em cerâmica ainda muito cedo. Aos 15 anos, já pintava telas. Sua projeção artística começou lá mes-mo em Belém, onde parti-cipou de várias exposições, inclusive internacionais.

Em 1987, Osvaldo par-ticipou do Salão de Artes da Aeronáutica, na Ilha do Governador, inclusive foi nessa ocasião que co-nheceu o Rio de Janeiro. Somente em 2003 veio definitivamente para o Rio. Trabalhou como designer no Museu Aeroespacial da Aeronáutica. Entre traba-lhos, cursos, exposições e muita determinação, foi se firmando numa carreira sólida. Hoje, ele realmente possui um currículo invejá-vel: além de ter sido aceito em várias galerias do Rio,

participou pessoalmente da Bienal de Florença e ex-posições em embaixadas do Brasil, França, Japão, Portugal, Alemanha e até Líbano, onde permaneceu por 30 dias.

Gaia fala com modéstia de sua obra e revela a pai-xão pelas raízes da “terri-nha” que sempre foi sua fonte de inspiração. De fato, basta conhecer sua obra para identificar um autêntico ribeirinho, em-bora numa versão bastante contemporânea. Há uma

série intitulada Arqueo-logia do Mangue, que é absolutamente fascinante. Para explicar melhor, tomo as palavras do professor, doutor e crítico de arte da faculdade de Artes da Uni-versidade Federal do Pará (UFPA), Luizan Pinheiro: “Gaia arma em suas peças o acontecimento físico--temporal que o mangue produz. As matérias do mangue são geradoras de infinitas mutabilidades e sonoridades. Ao se entrar no mangue, deve-se ficar atento às cores, sons, for-mas que ali se produzem pela lama, galhos, folhas, cipó e a fauna em geral.”

Uma energia o percorre dentro do mangue, geran-do os mais estranhos acon-tecimentos; poderíamos aqui pensar na dimensão artística da própria nature-za. Assim Gaia nos leva – através dos percursos inós-pitos em sua Arqueologia do Mangue – a reviver, rememorar, mais funda-mentalmente, a pensar o lugar de nossa vivência no mundo.

Reinventar o tempo da matéria é retomar o lu-gar da beleza da natureza

gestual que cabe não só ao artista, mas a todo ha-bitante do planeta. Talvez, nesse tempo de destruição que nos assola, Gaia esteja mesmo nos fazendo pensar na possibilidade de rein-venção do mundo, da vida e de nós mesmos. Eu não disse no início do texto que Gaia é um presente que Belém do Pará nos deu?

Obras de infraestrutura afetam trânsitoAmpliação de sistema de drenagem e construção de túnel geram interdições

Page 14: Folha da Rua Larga 31

gastronomia

receitas carolCantinho hispânico no Centro do Rio

danielle [email protected]

ana carolina [email protected]

Confira outras receitas da Carol no blog nacozinhacomcarol.

blogspot.com

14folha da rua larga

Ambiente em estilo espanhol, com pendente de luzes e muita madeira

janeiro – fevereiro de 2012

Sopa de beterraba

Modo de preparo:

Ingredientes:

Há quase 40 anos, Fim de Tarde serve receitas típicas da Espanha

Desde 1973, o Fim de Tarde é um pedacinho da Espanha no Centro do Rio de Janeiro. Localizado na Rua Miguel Couto, o res-taurante é bastante elegan-te e intimista, e, talvez por isso, tenha se tornado um dos pontos de encontro de executivos da área.

Como a maioria das casas de origem espanho-la, a decoração usa muita madeira e pendentes de luzes. Nas paredes, podem ser vistas fotos de cidades como Madri, mas as prin-cipais influências culturais se mostram no cardápio e no sotaque do proprietário da casa, Seu Alonso.

Para renovar a tradição, a família Alonso, que co-manda o Fim de Tarde nes-tes quase 40 anos, volta às suas origens em terras his-pânicas todos os anos, em busca de inspiração para novos pratos. Entretanto, o menu reserva ainda um espaço para homenagear o Brasil. Pratos típicos de diversas regiões do país, como Picadinho carioca, Carne seca desfiada com nhoque, Virado paulista e Bobó de camarão, são op-ções para quem não quer arriscar.

Já para quem deseja honrar a especialidade da casa, alternativas delicio-sas não faltam. Segundo Marcos Alonso, os pratos mais conhecidos pelos brasileiros são Tortilla de bacalhau, Paella a La Ma-rinera e Cordeiro ao forno com batatas coradas e pi-mentões fritos. Para não ter erro, escolha entre os mais pedidos: Paleta de cordeiro, Pulpo à feira, parrilladas ou paellas.

Tantos anos de expe-riência fez com que a fa-mília Alonso apostasse no maior diferencial do res-taurante: o atendimento. Prova disso são os clien-tes que acompanham a casa desde a inauguração.

Marcos Alonso conta o se-gredo para se manter uma relação tão próxima com o cliente: “Nós estamos presentes no dia a dia da casa, acompanhamos os pedidos, o atendimento às mesas, e tudo com muita atenção e dedicação. Aqui fazemos muitos amigos.

Não abrir mão da tradição, não significa que o restaurante está parado no tempo. Recentemente, o Fim de Tarde lançou um cardápio especial para de-pois do expediente. Entre

os destaques estão Azeito-nas espanholas recheadas com amêndoas, Manjubi-nhas marinadas em azei-te, vinagre e sal, Jámon Serrano e Anéis de lulas empanadas, que prome-tem deixar qualquer happy hour ainda mais feliz!

Outro destaque fica por conta da adega. Com mais de 100 rótulos nacionais e internacionais, a carta é recheada de vinhos espa-nhóis. E para animar ainda mais a noite carioca, a car-ta de vinho do Fim de Tar-

de tem desconto de 20% das 17h às 21h.

O sucesso do Fim de Tarde e o talento da fa-mília Alonso vão render frutos. O restaurante está passando por um processo de estruturação para cres-cer em 2013. O delicioso sabor espanhol vai se es-palhar pelo Rio de Janeiro e ganhar o coração de mais cariocas.

Divulgação

Num tabuleiro coloque uma folha de papel lamina-do. Arrume as beterrabas, feche o papel como se fos-se um pacote e aperte bem as laterais para não vazar o líquido. Coloque o alho e regue tudo com o balsâmico, azeite e polvilhe orégano, sal e pimenta. Feche bem o en-velope e coloque para assar no forno a 180°C por 1 hora.

Retire do forno, abra o en-velope e derrame no liquidi-ficador. Junte metade do cal-

Parece que o verão che-gou mesmo, um pouco atrasado, mas veio com toda sua força. E nes-sa época de folia, o bom mesmo é passar horas na rua, de bloco em bloco, de sol a sol. Por isso, não custa nada lembrar as ve-lhas recomendações: be-ber muita água, usar filtro solar e se alimentar bem. E, na volta, recuperar as energias!

Recomendo uma sopa fria, rica em nutrientes, que nos ajuda a repor tudo o que gastamos sem sobrecarregar nosso que-rido organismo. Diferen-te e linda, com sua cor púrpura, a sopa de beter-raba é perfeita. Ela dura uns três dias na geladeira e até um mês congelada. Um carnaval cheio de alegrias para os nossos leitores! Bon appetit!

• 500 g de beterraba• Sal e pimenta do reino a gosto• 2 dentes de alho• ½ colher de chá de orégano• 1/3 xícara de vinagre

do de legumes e bata até a consistência de creme. Se estiver muito grossa colo-que mais caldo.

Sirva fria com um fio de iogurte e decore com cebo-linha fresca picadinha.

balsâmico• ½ xícara de azeite• 3 xícaras de caldo de legumes• 1 xícara de iogurte natural• Cebolinha para decorar

Divulgação

Divulgação

ACP

Page 15: Folha da Rua Larga 31

janeiro – fevereiro de 2012 folha da rua larga

lazer

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Poesia Pintada

Paulo Pacheco – Floresta – serigrafia

Aldemir Martins – Gato Colorido – serigrafia

Daro – Bem Me Quer – litografia

Tudo aqui ao lado,eu não sei por que,treva tão estranhatal realidade.

Vivo preocupado,querendo saber,se o escuro ganhaou se a luz invade.

andré calazans [email protected]

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Flores 2

O gato

Aqui ao lado

Gato na casa do artista,entrou sem ser convidado.Tinha problema de vista,se guiava pelo olfato.Espalhou montes de tintamas achou o peixe assado.Numa tela na oficinaacabou pintando um quadro.Escreveram na revista:pós qualquer no abstrato.E finalmente o artistadespontou do anonimato.O gato virou conviva,leva vida de nababo.

Flores são mães quando mais belas,enquanto sãs.

Flores são moças livres das celas,e não são poucas.

E a flor menina,a vida zela –logo germina.

(21) 3283 4583 / 9715 8502

www.riosdehistoria.com

Aprecie o Rio sem moderação

Page 16: Folha da Rua Larga 31

Quarteto de cordasReconhecido como o melhor conjunto de câmara

do Brasil, o Quarteto Radamés Gnattali será a terceira atração da série Eternos Modernos, com dois concertos programados para o dia 13 de março, no Centro Cultu-ral Banco do Brasil, 12h30 e 19h. Imperdível para os amantes da música instrumental.

dicas da cidade Harmonia Enlouquece lança novo álbum

16folha da rua larga

lazer

da redaçã[email protected]

janeiro – fevereiro de 2012

Banda de pacientes do Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro já está no 3º CDSacha Leite

Divulgação

Vocalista e compositor da banda, Hamilton emplaca sucessos

da redaçã[email protected]

Harmonia Enlouquece, grupo musical que, há 10 anos, mostra uma maneira inovadora de lidar com os transtornos mentais, lançou seu terceiro CD: Mudança Superativa. As 14 faixas au-torais revelam a força cria-tiva do grupo, que se tornou conhecido nacionalmente por meio de canções como Sufoco da Vida e Garota. O disco anterior, lançado há sete anos, foi produzi-do com recursos recebidos pelo prêmio Arte sem Bar-reiras, organizado pela Fu-narte.

O grupo, formado por pacientes do CPRJ, prati-ca música como principal meio de superação de pro-blemas encarados por mui-tos como crônicos. Além dos três álbuns no portfólio, o Harmonia Enlouquece fez parte da trilha sonora da telenovela Caminho das

Índias, exibida há três anos pela Rede Globo. Depois de assistir a uma apresentação, a autora Glória Perez con-vidou o grupo para partici-par de alguns capítulos da trama.

“Glória nos conheceu no Projeto Loucos por Música. Um dos personagens da no-

vela, vivido pelo ator Bruno Gagliasso, era esquizofrêni-co. O ator fez sua prepara-ção para o papel no CPRJ e acabou ficando bem pró-ximo do Hamilton, o voca-lista do grupo. Segundo Ga-gliasso, o Hamilton foi sua inspiração para o papel”, orgulha-se Dr. Francisco

Sayão, diretor do CPRJ e violonista do grupo.

Em uma década de espe-táculos, o Harmonia con-quistou a simpatia de mui-tos outros nomes de peso, que acabaram se tornan-do apoiadores do projeto, como Gilberto Gil, Pauli-nho Moska, Maria Bethâ-nia, Turíbio Santos, Sandra de Sá, Ana Carolina e Pedro Luís.

Quando foi criado, o pro-jeto do psicólogo e musi-coterapeuta Sidnei Dantas tinha como objetivo melho-rar a qualidade de vida dos pacientes, que, muitas ve-zes, se sentiam excluídos da sociedade. Mais de 50 deles já participaram do projeto musical.

Mercadinho fiel à regiãoO comércio local que resiste às interdições cau-

sadas pelas obras do Porto precisa ser valorizado! O Mercadinho Pai D’Égua, na Rua Sacadura Ca-bral, 95, continua entregando em domicílio. Su-cos, frios e pães quentinhos de produção própria, a qualquer horário, pelos telefones: (21) 2263-4778 ou 2283-2705.