FOLHA INTERATIVO 2o. BIMESTRE 2009

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EDITORIAL FOLHA INTERATIVO Será que as duas Alemanhas ainda estão separadas? Será que o Muro de Berlim caiu mesmo? Descubra no filme Adeus Lênin!, uma comédia pra lá de original. E mais: Tênis All Star no século XVII? Com Sofia Coppola na direção, tudo é possível. É a produção Maria Antonieta que chocou público e crítica. (Leia mais na página 07) CIÊNCIA A gripe suína discutida e explicada em suas origens, formas de transmissão e periculosidade, afinal, focinho de porco não é tomada!. (Leia mais na página 03) O jornal Folha Interativo se consolida da melhor maneira possível: excelente receptividade dos alunos, pais de alunos e comunidade em geral. A primeira edição apresentou-se estruturalmente para o público, mostrando que os mantenedores, direção, coordenação e editores do Jornal pretendiam um periódico maduro, com muitas informações, atualidades, dicas de livros e cinema e muita diversão. (Leia mais na página 02) CINEMANIA Internet: dicas de sites que vão fazer você viajar e trazer na bagagem informações sobre cultura jovem, mangás, jogos, livros, cinema e muito mais. São as nossas dicas de sites. (Leia mais na página 03) SITES LEGAIS 50 ANOS DE REVOLUÇÃO CUBANA. ENTENDA O QUE FOI A MAIOR REVOLUÇÃO SOCIALISTA DA HISTÓRIA DA AMÉRICA, SUAS MOTIVAÇÕES, INTENÇÕES, ERROS E ACERTOS. “Vale salientar também que nesses cinquenta anos, o governo cubano desenvolveu um sistema educacional muito inteligente, democrático e justo, além da criação de uma nova forma de ver e entender medicina: a prevenção, oriunda da falta de tecnologias de controle e tratamento de doenças.” (Leia mais na página 13) ENTREVISTA: O professor Helvio Tamoio fala sobre acesso à arte, teatro, sua ligação com a gestão de Gilberto Gil e apresenta seu livro “O nó da cana também dá garapa” (Leia mais na página 04) “Conviver, administrativamente, com um cara que já respeitava pela musicalidade foi instigante” ESPAÇO VESTIBULAR Nosso cérebro tem espaço para tudo aquilo de que precisamos memorizar? Existem exercícios para melhorar a memória? E para ampliá-la? Descubra no Espaço Vestibular desta edição. (Leia mais na página 06) É NÓIS NA FOTO A seção é “Nóis na foto” está ótima com várias fotos da X Interaginca e de projetos pedágocios realizados nesse primeiro semestre. Confira. (Leia mais na página 08) CRÔNICA: O USO DA QUÍMICA NA SOLUÇÃO DE CRIMES. “Quando ocorre um tiro, além do projétil disparado, há uma expansão gasosa proveniente da detonação do composto contendo pólvora da cápsula que abriga tal projétil.” (Leia mais na página 07) São Carlos, Junho de 2009 – ano 1 – número 2 - distribuição gratuita - www.interativo.com.br

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Editorial Folha intErativo

Será que as duas Alemanhas ainda estão separadas? Será que o Muro de Berlim caiu mesmo? Descubra no filme Adeus Lênin!, uma comédia pra lá de original. E mais: Tênis All Star no século XVII? Com Sofia Coppola na direção, tudo é possível. É a produção Maria Antonieta que chocou público e crítica.

(Leia mais na página 07)

CiênCia A gripe suína discutida e

explicada em suas origens, formas de transmissão e periculosidade, afinal, focinho de porco não é tomada!.(Leia mais na página 03)

O jornal Folha Interativo se consolida da melhor maneira possível: excelente receptividade dos alunos, pais de alunos e comunidade em geral. A primeira edição apresentou-se estruturalmente para o público, mostrando que os mantenedores, direção, coordenação e editores do Jornal pretendiam um periódico maduro, com muitas informações, atualidades, dicas de livros e cinema e muita diversão. (Leia mais na página 02)

CinEmania

Internet: dicas de sites que vão fazer você viajar e trazer na bagagem informações sobre cultura jovem, mangás, jogos, livros, cinema e muito mais. São as nossas dicas de sites. (Leia mais na página 03)

SitES lEgaiS

50 anoS dE rEvolução Cubana. EntEnda o quE Foi a maior rEvolução SoCialiSta da hiStória da amériCa, SuaS

motivaçõES, intEnçõES, ErroS E aCErtoS.

“Vale salientar também que nesses cinquenta anos, o governo cubano desenvolveu um sistema educacional muito inteligente, democrático e justo, além da criação de uma nova forma de ver e entender medicina: a prevenção, oriunda da falta de tecnologias de controle e tratamento de doenças.”

(Leia mais na página 13)

EntrEviSta: O professor Helvio Tamoio fala sobre acesso

à arte, teatro, sua ligação com a gestão de Gilberto Gil e apresenta seu livro “O nó da cana também dá garapa”

(Leia mais na página 04)

“Conviver, administrativamente, com um cara que já respeitava pela musicalidade foi instigante”

ESpaço vEStibular

Nosso cérebro tem espaço para tudo aquilo de que precisamos memorizar? Existem exercícios para melhorar a memória? E para ampliá-la? Descubra no Espaço Vestibular desta edição.

(Leia mais na página 06)

é nóiS na FotoA seção é “Nóis na foto” está ótima com

várias fotos da X Interaginca e de projetos pedágocios realizados nesse primeiro semestre. Confira. (Leia mais na página 08)

CrôniCa: o uSo da químiCa na Solução

dE CrimES.“Quando ocorre um tiro, além do projétil

disparado, há uma expansão gasosa proveniente da detonação do composto contendo pólvora da cápsula que abriga tal projétil.”

(Leia mais na página 07)

São Carlos, Junho de 2009 – ano 1 – número 2 - distribuição gratuita - www.interativo.com.br

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EDITORIALFolha intErativo

Folha InterativoMantenedores:Pedro Marcelo Batista (Sebá)Luis Antonio Pereira dos Santos (Anta)Pedro Walter Pinto Ferraz (Bacia)Diretora:Cleide Darezzo Martins de FrançaCoordenadora PedagógicaVânia Eliza GeraldoEditorGlauco Keller Villas BoasColaboradores desta ediçãoProfa. Caroline Bortolozzo DuciProf. Mário PontieriProf. Marcelo H. Maestrelli (Morrinho)Prof. Denise GattiAna Cássia MaturanoReginaldo Nanni

Contato: www.interativo.com.brInterativo: Unidade 1 – Rua Major José Inácio, 1661Interativo: Unidade 2 – Rua Episcopal, 1660 Tel. 33075005 - Tel. 33721019

índiCE:1. Editorial – Pág. 22. Crônica: Pelos Ramos Secos de Graciliano - Pág. 23. Ciência – Focinho de porco não é tomada – Pág. 34. Sites Legais – Pág. 35. Entrevista: Professor Helvio Tamoio – Pág. 46. Charges – Pág. 57. Espaço Vestibular – Pág. 68. Cinemania – Pág. 79. É nóis na foto – Pág.810 Desafio – Pág. 1011. Login – Pág. 1112. Crônica: O uso da química na solução de crimes – Pág.1213. Especial: 50 anos de revolução cubana – Pág. 1314.Opinião: O novo ENEM – Pág. 15

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O jornal Folha Interativo se consolida da melhor maneira possível, excelente receptividade dos alunos, pais de alunos e comunidade em geral. A primeira edição apresentou-se estruturalmente para o público, mostrando que os mantenedores, direção, coordenação e editores do Jornal pretendiam um periódico maduro, com muitas informações, atualidades, dicas de livros e cinema e muita diversão.

A segunda edição segue na mesma linha, apresentando discussões, opiniões dos professores e enfoques diversos sobre alguns contextos históricos.

Os destaques são vários, dentre eles podemos citar um breve histórico da Revolução Cubana que completa, em 2009, sessenta anos. As figuras principais de Che Guevara e Fidel Castro são retratadas de forma simples e idealista e os problemas oriundos do sistema político e do embargo econômico são apresentados de maneira imparcial. Destaca-se também a entrevista com o professor e diretor teatral Helvio Tamoio que, após alguns anos se enveredando pelo Brasil na tentativa de difundir a cultura popular através das artes, volta a São Carlos para uma missão que considera pessoal: criar um espaço de acesso à cultura e às artes na região.

Dentre as crônicas desta edição, o professor Reginaldo Nanni mais uma vez nos brinda com um passeio pelas ciências, desta vez a história da química forense, usada na solução de crimes: Elementar, meu caro Watson!

As dicas de cinema também são destaque: uma comédia alemã – Adeus, Lênin! e a história de Maria Antonieta vista por dentro dos palácios reais anos antes da Revolução Francesa.

E para os vestibulandos, duas matérias especiais: O espaço vestibular desta edição traz dicas de como melhorar o rendimento cerebral e memorizar mais e melhor os nomes, fórmulas e fazer correlações. Além disso, um artigo que enfoca uma dúvida iminente na vida do vestibulando, o novo ENEM.

E depois desta breve apresentação da edição 2 do Jornal, é só aproveitá-la. Mas, não esqueça também de ver as fotos dos nossos eventos, a crônica da professora Caroline Bortolozzo Duci, descobrir a paixão do professor Mário Pontieri por Graciliano Ramos, aproveitar as dicas de sites, solucionar os desafios propostos e se divertir com as charges desta edição. Boa Leitura!

pEloS ramoS SECoS dE graCiliano

Por Mário Afonso Pontieri

Foi durante minha adolescência que este velho ranzinza e de costumes metódicos apresentou-se. Fez-me sentir o nordestino que nunca fui. Fez-me sentir sede quando me banhava em águas fartas. Graciliano faz das palavras um mundo habitável.

A primeira sensação que experimentei na literatura foi ingênua, inocente. Tristeza pela morte de uma cachorrinha valente e muito esperta. Sequer sabia o que significava “hidrofobia”. O que eu não sabia também é que essa era a chave que me levaria para o encantado (e encantador) mundo da literatura. Graciliano é um convite a conhecermos um nordeste seco e ardido, um nordeste que dói na ferida de Fabianos que somos, de Paulo Honórios que buscamos ser, de Baleias que jamais seremos.

Em São Bernardo, o autor dá a suma para toda sua obra, na voz da conflituosa mente daquele que sai do chão seco para a alma seca: “(...) a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste”. É esta alma seca de Paulo Honório que traduz as letras secas de um escritor que trabalha com economia de palavras e expressões, retratando uma imagem real de um ser humano que vive em condições extremas, com escassez de tudo, de todos.

E assim, atormentado como um Luisinho preso à imagem angustiante de Julião Tavares, fui-me tornando um descomposto leitor deste incógnito alagoano, acompanhando suas insônias, rememorando suas infâncias e superando cada viagem que me encarcerava às memórias daquele que me sentia sem o ser e, quando dei-me em contas, já era íntimo de Seu Tomás da Bolandeira, com quem muito aprendi sobre humildade e simplicidade.

Certo é que, sem procurar atos (ou autos) rebeldes, tornei-me um apreciador afoito de uma arte que, até então, desconhecia por completo. Foi através de caminhos secos, de vidas que não eram vivas, ou de vivas a uma vida que não era minha, que cheguei às mais diversas veredas literárias, e conheci um Brasil que me era passado como fastidioso, conheci um mundo que podia me fazer sonhar, viver, viajar, sem sequer tirar os pés de meu úmido quarto, sem se afastar de minha lacrimejante alma.

o autor é licenciado e bacharel em Letras e professor do Colégio Interativo

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CiênCiaFoCinho dE porCo não é tomada!

* Por Caroline Bortolozzo Duci (Profª. Carol – Biologia)

A frase acima quer dizer que nem tudo é o que parece ser! A tão comentada e assustadora gripe suína não é um monstro como está sendo divulgado nos meios de comunicação. Os noticiários nos apavoram, informando mortes causadas pelo vírus da gripe suína, como se o porquinho fosse o maior culpado de toda essa história!

Gripe do frango, do porco, do macaco, do homem... É tudo gripe!Virose se tornou uma palavra genérica e muito fashion para nos referirmos

às infecções. Toda vez que sintomas da gripe como moleza, dores no corpo, febre e nariz escorrendo aparecem, corremos para a unidade de emergência dos hospitais, ficamos horas na fila de espera e quando o médico nos examina diz que é uma virose, simplesmente uma virose.

“Virose? Como assim, virose?”.Pois é, virose é o conjunto de sintomas que os organismos apresentam devido

à infecção causada por vírus.Vírus é um parasita intracelular obrigatório, ou seja, é uma estrutura que

depende de uma célula hospedeira para realizar seu ciclo reprodutivo. No interior dos vírus está presente uma molécula muito importante para a caracterização destes, trata-se do material genético viral.

Como os vírus são parasitas, eles se tornam especialistas nas células em que se reproduzem, assim existem os vírus que causam infecções no sistema digestório, na pele, no globo ocular, no fígado, nas vias respiratórias.

Os vírus pertencentes ao Gênero Ifluenzavirus são os causadores de infecções das vias respiratórias, um exemplo clássico é a gripe!

O vírus comum da gripe humana é o H1N1, esse vírus também é o causador da gripe suína. A letra H, de H1N1, é a inicial de hemoglutinina, uma proteína localizada na superfície externa do vírus e que ele utiliza para se fixar nas células humanas. A letra N, de H1N1, é a inicial de neuraminidase, uma proteína que quebra os açúcares da célula hospedeira para liberar novos vírus.

Vários subtipos de vírus já foram encontrados nas aves e nos porcos, como o H5N1, H1N2, H3N1 e o H3N2. Esses vírus são transmitidos do homem para esses animais e não o contrário como se imagina.

O grande problema da gripe suína, como era também o da gripe aviária, não são os sintomas causados por esses vírus, mas sim, segundo as autoridades de saúde, o maior risco da transformação do atual surto em uma epidemia mundial - uma pandemia. Outro grande problema não está na infecção de seres humanos por porcos, mas na transmissão entre humanos, quando o vírus sofre mutações e pode se tornar mais agressivo.

A capacidade dos vírus em sofrer mutações é muito grande, o que torna

a possível pandemia mais perigosa ainda. Se os vírus forem transmitidos de homem para homem e, além disso, sofrerem mutações constantes é possível o surgimento de supervírus, altamente específicos para as células humanas.

Essa preocupação, na comunidade científica, tem fundamento, pois já existe um supervírus altamente específico e que nos dá muita dor de cabeça: o vírus HIV, ou vírus causador da AIDS.

Assim como para a AIDS, não há vacina disponível para o vírus causador da gripe suína, como ele é um vírus novo, a quase totalidade da população ainda não possui imunidade natural contra ele, o que aumenta o seu poder de infecção e a possibilidade de causar complicações sérias.

Não há muito o que fazer para evitar o contágio, pois o vírus da gripe suína é transmitido da mesma forma que o da gripe humana: através da saliva e do contato próximo, como um simples aperto de mãos.

Por isso, não devemos nos preocupar com os sintomas causados pelo vírus e sim com a sua transmissão!

• Países com causas de gripe suína: México (local do primeiro caso constatado da gripe suína), Estados Unidos, Canadá, Espanha, Reino Unido, Nova Zelândia e China, entre outros.*

• Aos viajantes que se destinam aos países afetados, aconselha-se:- Em relação ao uso de máscaras cirúrgicas descartáveis, durante a

permanência nos países afetados seguir rigorosamente as recomendações das autoridades sanitárias locais.

- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.

- Evitar locais com aglomeração de pessoas. - Evitar o contato direto com pessoas doentes. - Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal. - Evitar tocar olhos, nariz ou boca. - Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois

de tossir ou espirrar.• Aos viajantes procedentes de áreas afetadas, caso apresentem febre alta de

maneira repentina (> 38ºC) e tosse acompanhada ou não de dores de cabeça, musculares, nas articulações e dificuldade respiratória, em um período de até 10 dias após saírem de área afetada pela influenza A (H1N1), devem:

- Procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima.- Informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

* Segundo informações do site do Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde, Gabinete Permanente de Emergências de Saúde Pública.

Consulta:Livro: Microbiologia – autor: Trabulsi, L.R.

Site: www.diariodasaude.com.br

lEia E aSSSinE o mElhor16 - 3373-7373

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SitES lEgaiSContinua usando a internet apenas para conversar? Orkut, My Space, MSN e Skype. Vamos pesquisar e aprender. Abaixo, mais dicas de sites

bacanas, divertidos e inteligentes para você navegar e aprender. Aproveite!

http://www.mixjogos.com.br http://www.puxando.com.br http://www.humordomo.comhttp://www.amigosdolivro.com.br http://letras10.com.br http://www.webcine.com.brhttp://memoriaviva.digi.com.br http://photos.uol.com.br/ http://www.animeblade.com.brhttp://www.naboa.com

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o proFESSor hElvio tamoio Fala SobrE aCESSo à artE, tEatro, Sua ligação Com a gEStão dE gilbErto gil E aprESEnta SEu livro “o nó da

Cana também da garapa”Helvio Mori de Jesus é Tamoio por opção,

mas é arte de coração. O papo começa gostoso, com café passado na hora. Aos 48 anos de idade, o professor de história e filosofia volta a São Carlos, cidade que também o viu crescer e lança livro contando a história da Usina mais famosa da região, de quem herdou até o nome e onde trabalhou em tudo quanto é tipo de função. Já foi dirigente de cultura de Rincão, esteve na Casa de Cultura e Secretaria de Cultura de Araraquara, ministrou aulas em escolas do ensino básico e médio da região e, mais recentemente, passou seis anos na

coordenação regional e nacional da FUNARTE [órgão do governo federal que trata de assuntos como teatro, dança e cultura em geral], migrando por Rio, São Paulo e, principalmente, os interiores dos Estados brasileiros na tentativa de tornar o acesso à arte menos ruidoso e difícil.

Quem conversa com Helvio assiste a constantes aulas de história, mas uma história mais próxima e verdadeira do que a dos livros. Apaixonado por cultura popular e arte regional, já aos quatorze anos de idade, fez-se orador de um grupo de trabalhadores na Usina Tamoio, onde então vivia. Leitor assíduo, diretor teatral e agora autor de livros, Helvio é casado com Julia e tem dois filhos, Rudá e Tuila, a quem transmite seus fazimentos. Apresentador do programa Paracatuzum, na rádio UFSCar, fala abertamente sobre arte, acesso à cultura e envio de verbas para desenvolvimento artístico e vê a região como um local ideal para a realização de seu mais novo projeto, um espaço para desenvolvimento do pensamento humanista, através do fazimento da arte

Você nasceu na usina Tamoio?Fui parido em Araraquara, morava em Tamoio, registrado em Ibaté,

minha mãe era de Américo Brasiliense e meu pai de São Carlos. Mais regional impossível. Morei em Tamoio até a greve de 1981, onde trabalhei desde os 14 anos.

Como surgiu a ideia de adotar o nome Tamoio?Quando comecei a escrever em jornais precisava ter um nome para

assinar os artigos e veio a ideia de colocar Tamoio. Tinha um pouco a coisa de identificar-me para um público que nos via e chamava-nos de pé de cana. Resolvi assumir o jequismo nos textos e Tamoio era o ideal para isso. Mais adiante, descobri que Tamoio em tupy significa: o mais velho, o mais experiente. O que dá um bom cozimento com as constantes nas molecagens da criação.

Qual sua intenção ao escrever o livro? Ele era dissertação de mestrado, certo?

Comecei a escrevê-lo durante a crise das greves que começaram em 23 de dezembro de 1981. Ali todos falavam de um comunitarismo que, a bem da verdade, não existia. Era simbólico. A usina tinha uma história, os donos dela condecorações e para nós trabalhadores nada. Então, resolvi montar um grupo de jovens para levantar um pouco a nossa história. Mais tarde, em 1990, no curso de Ciências Sociais, fiz os primeiros canteiros através de uma monografia sobre a formação da usina e em 2000 uma tese, que não pode ser defendida na Unicamp, sobre a implantação da

agroindústria canavieira no interior paulista. Isso deu um volume de ideias e perturbações em páginas, muito material fotográfico e uma insatisfação muito grande. Num café na rua encontrei um sujeito cheio de energias editorais e resolvi chamá-lo para a produção de um trem com uma cara mais ilustrativa. Deu este livro.

Fale sobre a famosa greve na usina no início dos anos 80.Começou com uns cinco moleques indignados com os atrasos nos

pagamentos e explodiu num interminável movimento dos trabalhadores rurais do interior paulista. Como não tínhamos clareza do momento histórico em que estávamos inseridos perdemos a oportunidade de estabelecer a primeira gestão cooperativa de trabalhadores em uma usina que já tinha sido a maior da latina América. Foi um momento de muitas dificuldades, mas proporcionou um fortalecimento muito significativo nas nossas existências. Quem teve a oportunidade de vivenciar não ficou na mesma.

Como foi, no livro, falar sobre aqueles que você tanto contestou?No livro foi muito fácil, pois tive a liberdade de atazanar muitos mitos e

fábulas. A ideia inicial era de provocação e parece que consegui. Sempre, desde guri, fui tachado como um sujeito insatisfeito com as condições existenciais estabelecidas. E, poder enfrentar os senhores feudais do mesmo tamanho, através da imaginação, foi muito inspirador. Durante o movimento grevista na usina tive a oportunidade de ler muita coisa e entre elas duas obras fantásticas. No meio de marxismos e outros “ismos” militantes, uma bibliotecária, a Lélia minha mestra, me impôs Cem anos de solidão e uns contos de Jorge Luis Borges. Num deles assisti, pela primeira vez, a luta mais importante de todos os tempos: uma espécie de Don Quixote e seus moinhos. Isso mesmo, o meu primeiro filme li num livro.

Você esteve por seis anos trabalhando na direção da FUNARTE. De que forma você acha que isso contribuiu para a formação do Helvio autor de livros? Fale sobre esse período lá.

A Funarte, como outros cantos em minhas passagens foi muito instigante. Assim como a Casa da Cultura e a Delegacia Regional da Cultura em Araraquara se constituíam em deusas imaculadas protetoras de todas as boas sortes nas criações artísticas, a Funarte era uma enorme aparição. A grande contribuição, deixada pela gestão de Gil, foi chamar à realidade tudo aquilo que se apresentava como tentativas de política cultural. Não existiam secretarias de Estado, os recursos eram distribuídos atrás das cortinas e as negociações uma espécie de balcão do armazém do seu Mané lá de Tamoio. Ou seja, faltava tudo e o pouco que tinha já ia para a sacola certa. Aliás, tenho lido umas notas de que parece que as almas assombradas estão de volta. Enfim, conviver, administrativamente, com um cara que já respeitava pela musicalidade foi instigante. Ao redor do Gil circulavam as mais criativas cabeças. Não dá para sair o mesmo. No entanto, a arcaica e triunfante política coronelista prevaleceu e os passos largos dados voltaram a ser pisados por miudezas e insossas turnês turísticas. Fico imaginando as municipalidades então. Socorro!

Quem leu “O nó da Cana?” ficou com gostinho de quero mais. Você pretende continuá-lo?

Já está rolando a montagem de um espetáculo musical sobre o tema com um sujeito eclético e mirabolante, a formação de um memorial, uma proposta de filmagem e a rearticulação de algumas falecidas investidas de ex-moradores, dois professores do ensino médio adotaram para discutir a região. Ou seja, a ideia explicita na apresentação do livro esta sendo cumprida e, melhor, por outras iniciativas e interpretações históricas que poderão apontar um rumo diferente sobre o contexto da formação e desenvolvimento desta nossa região. Os adversários, na realidade, não foram só o patronato, também esta “gente careta e covarde” que se

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alimenta de enobrecimentos biográficos por alguns trocados.

Quais os seus projetos pessoais e profissionais para 2009?A formação de um centro de estudos humanísticos e técnicos para

aqueles que, ainda, insistem no fazer artístico como eixo da existência. Pela falta de grana, temos apontado alguns anos para a efetivação dos primeiros alicerces. Queremos dialogar com as mais diferentes variantes da produção artística e não ter a limitação de ser eterno. Como professor do ensino médio durante treze anos, apreendi com a molecada que a caminhada, na maioria das vezes, é mais significante do que o atingimento.

De que forma você vê a cena artístico/teatral no Brasil? E em São Carlos?

Numa eterna e repetitiva trama sisifica. Aquela coisa de rolar a pedra até o cume e descer desembestado em busca da mesma pedra. Não temos estacas estruturais para mantermos a pedra no alto. Raimundo Faoro dizia que começamos pelo fim. Tivemos a universidade antes da escola; o rei antes dos súditos e, digo, o espetáculo antes da pesquisa. Em São Carlos, que não é diferente das demais regiões do Estado, a necessidade tosca de ter a colheita antes da semeadura lenta e criativa prevalece como norma. A maior crítica que recebo como aprovisionador é de que minhas coisas demoram. E nisto sinto certo elogio, tendo em vista que tudo está pronto. Dominado e assim por diante.

O espaço é seu. O Jornal Folha Interativo quer ouvir você abordar qualquer outro tópico que você considere importante mencionar.

Como o Jornal Interativo é, primordialmente, voltado para o público jovem, faz bem lembrar que a grande novidade se materializou na ideia do novo império de que podemos! E podemos mesmo! Fico louco e faço cara de mal quando tentam impingir a faceta de que somos frutos de uma árvore eterna, imutável e que temos que cumprir um determinado destino. Ao contrário de Nelson Rodrigues, entendo a juventude como um momento ebulitivo da existência humana, onde a fertilidade se apresenta na sua plenitude. O melhor momento para tirar a bunda da cadeira e sair em busca dos sonhos, que a velha ordem insiste em nos dizer que não existem. Ou seja, juventude é sintonia fina de transformação. Portanto, não fique esperando o tiozinho aqui dizer o que deve ser feito. Vá à luta, rapa...

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Folha Interativo - ANO I

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ESpaço vEStibular

Vestibulando vive se preocupando com a memória. É lembrar isso, aquilo, nome de molécula, bactéria, fórmula matemática, lista de verbos irregulares que parece que não vai ter espaço suficiente no cérebro. Agora, é possível deixar o cérebro em forma e, digamos, aumentar o espaço e a forma de armazenamento fazendo alguns

exercícios simples que vão ajudar na memorização, no armazenamento e na criatividade. Confira.

Quais são os melhores exercícios para deixar o cérebro em forma?

O cérebro progride com novidades, portanto os melhores exercícios para deixá-lo saudável e em forma são os que nos fazem pensar de maneiras novas e prazerosas. Não importa quanto um exercício seja bom; caso se torne chato e rotineiro, provavelmente não o faremos com a frequência recomendada. Quantos de nós têm aparelhos de ginástica acumulando poeira em casa? Se você pretende praticar exercícios mentais e passatempos de forma regular, escolha os que forem estimulantes e divertidos. Os melhores exercícios para a boa forma e a saúde do cérebro incluem os seguintes critérios:

1. Forçam você a pensar enquanto os pratica

• montar aeromodelos• responder a perguntas de programas de televisão• criar receitas• fazer palavras cruzadas ou montar quebra-cabeças

2. Desafiam você a fazer coisas rotineiras de um modo diferente

• escolher um novo caminho na volta do trabalho para casa• escovar os dentes com a outra mão• comer com pauzinhos

3. Incluem níveis progressivos de um novo aprendizado

• aprender um nova língua• adotar um novo passatempo• aprender a usar programas diferentes de computador• aprender ou reaprender a tocar um instrumento musical.

4. Exigem novos modos de pensar

• criar um poema rimado• construir uma escultura de areia• pintar um quadro• escrever suas memórias• ler um novo gênero de livro (por exemplo, biografias em vez de

ficção)

5. Envolvem desafio cinestésico

• tênis, pingue-pongue, atividades na piscina• andar de bicicleta• criar arte com pintura, poesia ou marcenaria• dança de salão

6. São socialmente interativos

• jogar baralho• participar de debates• realizar trabalhos voluntários• frequentar aulas numa faculdade da comunidade• assistir a uma peça teatral ou uma palestra com amigos

7. Incluem exercícios aeróbicos, que bombeiam sangue e importantes nutrientes para o cérebro

• andar rápido (praticar jogging)• caminhar ou correr numa esteira• nadar • praticar spinnning ou ginástica aeróbica• fazer polichinelos

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CINEMANIA

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adEuS lêninNa segunda edição do Jornal Folha Interativo, as dicas de cinema

estão sensacionais. Uma comédia alemã e uma produção que valeu Oscar.

Adeus Lênin!Alemanha, 2003Dir. Wolfgang Becker112 minutos

Berlim, Alemanha Oriental, 1990. Esse é o cenário para uma das melhores produções do cinema alemão moderno.

Filho de mãe socialista convicta, Alex, vivido pelo bom Daniel Brühl, se vê em uma situação inusitada: não contar a própria mãe, recém-saída de um coma de seis meses, que o muro de Berlim caiu e que o socialismo entrou em derrocada na antiga Alemanha Oriental.

Para evitar que a mãe entre em choque e que seu estado de saúde piore, Alex vai tentar recriar, pelo menos para a mãe, a Alemanha marxista de Lênin.

Divertida e inteligente, essa comédia dramática toca pela originalidade do roteiro e pelas boas cenas que suscitam o revés do socialismo em favor do capitalismo selvagem.

maria antoniEta Maria AntonietaEUA, 2006Dir. Sofia Coppola112 minutos.A realeza francesa tratada com deboche e bom humor poucos anos

antes da Revolução. Os excessos, a solidão e a vida fútil da última rainha da França.Esse drama estadunidense de 2006 traz de volta a boa parceria da

diretora Sofia Coppola e da atriz kirsten Dunst que já havia dado certo em Virgens Suicidas. A propósito, kirsten arrasa no papel da Maria Antonieta e o figurino do filme valeu indicação para o Oscar. Os contrastes entre a pobreza da população e os luxos e exageros da realeza são tratados com leveza de forma que o espectador não tome partido de um lado ou de outro.

A cena inusitada e genial se dá na aparição discreta, mas marcante de um par de tênis All Star no guarda-roupas da rainha guilhotinada em 1793. Público e crítica ficaram desconcertados.

www.video21.com.brQue a Vídeo 21 é a melhor vídeo locadora da região, contando com um acervo diferenciado que inclui cinema asiático, europeu e títulos especiais, além de todos os lançamentos de Hollywood, você já sabe. Agora, a novidade é que para comemorar o ano da França no Brasil, a Vídeo 21 apresenta uma promoção especial no mês de junho: MAIS DE 500 TÍTULOS DO CINEMA FRANCÊS POR APENAS R$ 2,50 a locação.Que tal conhecer um pouco mais do cinema, história e cultura da França através de bons filmes. Vídeo 21 – para quem gosta de cinema!

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é nóiS na FotoFolha Interativo - ANO I

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intEraginCa – CompEtição E SolidariEdadE no Colégio intErativo!Por Marcelo Henrique Maestrelli – Prof. Morrinho

Primeiro semestre do ano letivo: é tempo de competição no Colégio Interativo! Pelo décimo ano consecutivo, realizou-se mais uma edição da tradicional gincana do colégio! Cada vez maior e mais disputada, a Interaginca se caracteriza não apenas pela disputa esportiva entre as equipes. Mais do que isso, motiva a posição solidária e o trabalho em equipe.

Contamos nesta edição com três equipes participantes – Fantaloucos, Activia e Red Blue – que a partir do dia 18 de maio disputaram, durante uma semana, provas esportivas e culturais nas dependências do próprio colégio e no ginásio Milton Olaio Filho.

As provas esportivas envolveram disputas entre os alunos do ensino fundamental e médio nas modalidades de futsal, handebol, tênis de mesa e voleibol para os garotos e as garotas. Além disso, a tradicional queimada fez parte da competição. Na parte cultural tivemos as disputas de perguntas e respostas do “Torta na Cara”, o “Soletrando”, e o desafio cultural, no qual os alunos do ensino médio realizaram provas específicas de química, física e matemática e os do ensino fundamental de ciências, português e matemática.

A sexta-feira da gincana foi o dia mais aguardado e decisivo da competição. Neste dia, as equipes realizaram as entregas das cestas básicas, fazendo com que o evento também apresentasse seu engajamento social. Nos últimos anos, as equipes vêm arrecadando uma quantidade cada vez maior de alimentos para doação às entidades assistenciais de São Carlos. Este esforço obteve reconhecimento nacional, quando o Colégio Interativo conquistou, graças ao espírito de equipe e de solidariedade de seus alunos, o selo “Escola Solidária” oferecido pelo Instituto Faça Parte, uma ONG associada à UNESCO que premia as instituições escolares que aliam o ensino às ações solidárias.

Coube ao último dia da Interaginca a realização da gincana tradicional. Provas como a dança das cadeiras, corridas com bexigas, coreografias, paródias musicais e apresentações teatrais mexeram com todos os alunos, o que os motivou a desenvolverem sua criatividade e aptidões artísticas. Durante a tarde do sábado, os professores, funcionários e alunos se divertiram com as mais diversas provas da gincana até o anúncio do grande vencedor.

No final, a equipe que sagrou-se campeã foi a Fantaloucos, seguida pela Activia e Red Blue. Vencedores todos foram, principalmente no que diz respeito ao ganho cultural e social. Pudemos mais uma vez manter nosso legado de integrar os alunos entre si e os mesmos com a comunidade através de suas atividades solidárias.Nós, do Colégio Interativo, agradecemos aos pais, colaboradores e principalmente aos alunos pelo apoio e empenho na preparação para este grande evento e ficamos na torcida para que as próximas edições da Interaginca sejam ainda melhores, com a mesma garra e determinação de todos os participantes. Muito obrigado!

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A palavra Mandala vem da origem hindu e quer dizer “Circulo Mágico”. A Mandala é constituída por desenhos geométricos, basicamente, círculos, quadrados e retângulos que se entrelaçam e constroem imagens simbólicas. Normalmente, sua estrutura é circular e sua principal característica é possuir muitos detalhes, simetria e ser bem colorida.

O simbolismo das cores e seu poder vibratório criam uma força que

define grande parte da atuação vibracional da mandala. A mandala representa uma célula, um disco solar ou lunar, um túnel,

existem relatos e registros de mandalas já nos primórdios da evolução humana, pois há desenhos de mandalas nas cavernas pré-históricas, ainda que bastante simplificados.

Este trabalho tem como objetivo desenvolver a criatividade, utilizar de técnicas de espacialidade e a construção de um produto final artístico.

Professora Denise GattiProfessora de Artes

Projeto Mandala Projeto Sólidos Geométrico

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Os anos passam, as turmas modificam-se, mas o empenho e criatividade dos alunos continuam em alta.

Este foi o resultado do trabalho em grupo, feito pelos alunos do 6º ano, sobre sólidos geométricos, na aula de matemática.

Cada grupo apresentou seu projeto e os demais alunos fizeram perguntas sobre o trabalho.

Os alunos fizeram maquetes e cartazes. Ficou bem legal. Parabéns alunos !!!

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Folha Interativo - ANO I

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dESaFio

Fisioterapia convencional através de massagemLaser e ultra-som para recuperação de lesões

Avaliação e preparação físicaPersonal Trainer

RPGMassagem

EstéticaTreinamento para futebol (fundamentos de passe,

movimentação e condicionamento)

“Seu corpo é seu maior patrimônio, por isso cuidamos bem dele!”

Daniel M. FrancoFisioterapeuta proprietário da Mult Fisio.

Mult FisioRua Bernardino de Campos, 851 -

Vila Prado.Tel. 33724508 / 97627273

Você conhece a Mult Fisio?

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2. Não clique em links de e-mails suspeitos. Caso queira ir ao site, colque o endereço diretamente no browser referido no e-mail e navegue a partir daí.

3. Em caso de dúvida, contate a entidade para confirmar a veracidade do e-mail, mas nunca use os contatos indicados no e-mail.

4. Certifique-se que o site é seguro, fazendo duplo clique sobre o cadeado no canto inferior direito do browser ou pelo endereço (URL), que deve começar por “https://” e não por “http://”.

5. Desconfie de e-mails impessoais que se dizem de uma entidade com a qual mantém relações, seja um site de e-commerce ou uma instituição financeira. Normalmente os e-mails destas entidades dirigem-se ao cliente pelo nome, como “Exmo. Sr. José Silva” e não por “Caro cliente”. O objetivo dos e-mails fraudulentos é precisamente obter informação pessoal sobre si.

6. Certifique-se que o seu browser está atualizado e se possui software Microsoft, como o Internet Explorer. Poderá efetuar a atualização em http://www.microsoft.com/security/.

7. Consulte os extratos das suas contas bancárias regularmente. Se encontrar algum movimento estranho contate imediatamente o seu Banco. O Anti-Phishing Working Group cuida de um site com muita informação sobre estas práticas fraudulentas. Neste site pode consultar as formas de phishing reportadas publicamente.

Cuidado Com a pESCaria. quEm nunCa rECEbEu um Email aSSim...

O Phishing é uma das

principais preocupações em nível da segurança informática hoje.

Essa prática se baseia no envio de um e-mail fraudulento com o objetivo de obter códigos de acesso e dados financeiros.

Nos últimos tempos, têm surgido cada vez mais formas apuradas de phishing sendo que as situações mais recentes envolviam o envio de um e-mail que ao invés de conter links que direcionam para um formulário onde é requerida informação

confidencial, os links direcionam para páginas que contêm programas maliciosos, que se auto instalam no seu computador.

Estes programas pertencem muitas vezes à classe dos key loggers e podem registar a sequência de teclas pressionadas, atividades realizadas com o mouse ou imagens da tela. Estes programas, depois de recolhida a informação, enviam-na pela Internet para um site controlado pelo autor da fraude, que pode fazer uso dessa informação.

A forma de protecão contra estes ataques segue as regras comuns a uma utilização segura da Internet, que são:

1. Nunca envie informação pessoal que lhe seja solicitada por e-mail tal como: n.º do cartão de crédito, username, password, nomes.

login

Folha Interativo - ANO I

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CrôniCa: o uSo da químiCa na Solução dE CrimES.

“Quando ocorre um tiro, além do projétil disparado, há uma expansão gasosa proveniente da detonação do composto contendo pólvora da cápsula que abriga tal projétil.”

* Por Reginaldo Nanni

ElEmEntar, mEu Caro WatSon!Nossa sociedade, por vezes, se depara com

situações de pura perplexidade quando, por exemplo, tomamos conhecimento ou mesmo presenciamos crimes praticados contra pessoas. Diferente da violência do mundo animal, que é exercida frequentemente contra uma outra espécie, e não entre indivíduos da mesma filiação, aquela não é nada comparada à do homem. O comportamento animal não é gratuito, tem um sentido e uma lógica em termos de evolução e sobrevivência. Já a do homem é consciente, reconhecida por quem a exerce. Pior: muitas vezes gratuita, sem fim utilitário. Assim foi o caso da jovem Isabela Nardoni, morta e, ao que tudo indica, atirada do 6º andar do Edifício London, na Grande São Paulo, crime este que comoveu o país e que cujos supostos autores, até o momento, estão ainda pendentes de solução e julgamento definitivos. Mas o que isso têm a ver com a Química? Tudo. A disseminação da violência e do crime organizado tem sido uma das maiores preocupações da sociedade nos dias de hoje e, a elucidação dos casos através de pesquisas de vestígios em cenas de crime é de responsabilidade da polícia científica, através de seus agentes denominados peritos criminais. E foi justamente o que vimos na TV, no caso da jovem Isabela. Dia após dia, um enorme contingente de técnicos e peritos criminais utilizando-se de uma infinidade de aparatos científicos e tecnológicos, buscando evidências na cena do crime que pudessem elucidar tanto os autores do crime, como a maneira que se deu a tragédia. Foi de causar inveja aos personagens da famosa série de TV americana, CSI – Investigação Criminal, liderados pelo perito-chefe Gil Grissom, que aborda o trabalho da polícia científica e que está em exibição no Brasil.

Daí a importância desempenhada pela Química na identificação de traços de resíduos de tiros, explosões, incêndios, impressões digitais, fibras, solos, substâncias químicas, peças e instrumentos utilizados na prática de crimes, etc, que são fundamentais para a conclusão e julgamento dos processos judiciais que apuram tais delitos. O ramo da Química encarregada da investigação e análise especializadas no intuito de atender às necessidades e interesses do judiciário para que se chegue a um julgamento justo e correto de cada caso, denomina-se Química Forense. Por isso, torna-se cada vez mais importante a utilização de metodologias eficientes para a identificação de suspeitos em ocorrências criminais. Todos os vestígios encontrados numa determinada cena de crime são levantados pelos peritos criminais e, após a coleta desses vestígios os mesmos são encaminhados ao laboratório forense para a análise qualitativa e quantitativa dos mesmos. Assim, a Química tem desempenhado um importante papel nos trabalhos forenses, especialmente nos ramos da química analítica caracterizada por reações químicas empregadas nas análises de tais vestígios, como a de disparos de arma de fogo, identificação de sangue, constatação de substâncias entorpecentes etc, e também na análise físico-química como impressões digitais, explosões, caracterização de solos, fibras etc. Só para se ter uma ideia, a polícia científica de São Paulo contabiliza cerca de 10 mil perícias por mês em crimes praticados contra a pessoa, só na capital. Não é preciso ser nenhum especialista para constatar que um dos principais

agravantes que sustenta a estatística apresentada pela polícia é o uso descontrolado de armas de fogo. Num evento em que armas de fogo estejam envolvidas, o fundamental é associar o suspeito autor do disparo à arma utilizada. Quando ocorre um tiro, além do projétil disparado, há uma expansão gasosa proveniente da detonação do composto contendo pólvora da cápsula que abriga tal projétil. Esses gases formados por monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO ), vapor d’água e outros, também carregam consigo diversos resíduos sólidos, tais como os elementos antimônio (Sb), bário (Ba) e chumbo (Pb), nitritos e nitratos e que acabam atingindo mãos, braços, cabelos e roupas do atirador, aderindo principalmente à superfície da pele. A análise química desses vestígios, especialmente a presença de chumbo é feita através da coleta de uma amostra das mãos do suspeito, aplicando uma fita adesiva (esparadrapo) sobre a mesma, denominado exame residuográfico. Em seguida, esta fita adesiva é borrifada com uma solução de um reagente químico, o rodizonato de sódio, que, na concentração utilizada é de cor amarelada. Em presença de chumbo, a coloração do produto (rodizonato de sódio + chumbo) muda para um vermelho intenso, permitindo assim estabelecer o vínculo entre o atirador e a arma empregada. É um teste simples e prático. Porém, a cada ano surgem diferentes técnicas instrumentais cada vez mais sofisticadas e amplamente utilizadas pela química forense na identificação e caracterização de cenas de crimes. Ainda que tais técnicas utilizadas sejam consagradas, uma evolução permanente dessas metodologias se faz necessária para se obter resultados cada vez mais eficientes, rápidos e confiáveis para atender à intensa demanda da rotina da polícia científica. Não é mais possível imaginarmos a Química Forense auxiliando as investigações criminais com metodologias utilizadas no tempo do famoso personagem inglês, o detetive Sherlock Holmes e seu fiel auxiliar, Sir. Watson, afinal, deslizes como amostras contaminadas, erros de interpretação e até omissão de dados podem incriminar um inocente ou inocentar um criminoso.

Reginaldo NanniLicenciado em Ciências Exatas – Hab. em Química e Física

Universidade de São Paulo – USP São Carlos([email protected])

ESpECialpodEr SEm pudor

a artE do EnFrEntamEntoTancredo Neves sustentou nos anos 80, em palestra a

estudantes, que às vezes o enfrentamento é necessário. Contou que era vereador em São João Del Rey, e atacado por um adversário, escreveu uma furiosa carta de três páginas para o adversário.

-Qual foi a reação dele?, perguntou um rapaz.-Ah, não mandei. No dia seguinte reduzi para uma

página.- E como ele reagiu?- Não mandei a carta. Achei melhor transformá-la em

bilhete.- Ele ficou irritado?- Não mandei o bilhete. Optei por um telegrama.- E como ele reagiu ao telegrama? – os garotos já se impacientavam.- Pensei bem e vi que aquilo era bobagem. E joguei-o no lixo.

(Texto extraído do Jornal Folha de São Paul de 20 de janeiro de 2009)

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ESpECial:50 anoS dE rEvolução Cubana. EntEnda o quE Foi a maior rEvolução SoCialiSta da hiStória

da amériCa, SuaS motivaçõES, intEnçõES, ErroS E aCErtoS.

“Vale salientar também que nesses cinquenta anos, o governo cubano desenvolveu um sistema educacional muito inteligente, democrático e justo, além da criação de uma nova forma de ver e entender medicina: a prevenção, oriunda da falta de tecnologias de controle e tratamento de doenças.”

Fidel Castro e Che Guevara: ainda jovens revolucionários

História: Revolução Cubana – 50 anos

Com o fim da Segunda Guerral Mundial (1939-1945), iniciou-se a Guerra Fria, responsável pela divisão do mundo em dois grandes blocos. O Bloco Ocidental, liderado pelos Estados Unidos, a verdadeira superpotência do mundo capitalista, e o Bloco Oriental, socialista, sob a hegemonia da União Soviética. Todas as principais ocorrências internacionais passaram, então, a refletir o choque ideológico que opunha os dois blocos. A América Latina, fiel à "solidariedade continental" e sob a influência direta dos Estados Unidos da América, surgiu com um importante espaço na geopolítica da guerra de blocos. Afinal, a Doutrina Monroe já preconizava, no século XIX, que a América era para os "americanos", nem a intervenção militar norte-americana deveria ser descartada para mantê-la assim: unida e livre de qualquer influência soviética.

Antes que se encerrasse a década de 1950, entretanto, os Estados Unidos viam quebrar essa unidade. A ilha de Cuba, a pouco mais de 130 quilômetros da costa da Flórida, conhecia a primeira vitória do socialismo em solo americano.

Fulgêncio Baptista: ditador deposto pelo movimento revolucionário cubano

A revolução CubanaCuba foi a última colônia americana a libertar-se do domínio

metropolitano. Parte do domínio espanhol, sua independência foi obtida após a guerra hispano-americana (1898), com a ajuda militar norte-americana. O envolvimento dos Estados Unidos no conflito com a Espanha foi a única alternativa encontrada pelos norte-americanos, há

muito tempo interessados na produção açucareira e nas minas cubanas. Antes da guerra contra a Espanha, os Estados Unidos chegaram a propor a compra da ilha de Cuba, o que foi recusado pelos espanhóis.

Após a libertação da ilha, os norte-americanos governaram por três anos a nova República das Antilhas. Em 1902, a Emenda Platt, inserida na Constituição cubana, assegurava aos Estados Unidos o direito de intervir militarmente no país para garantir sua independência. Em 1903, o governo cubano arrendou aos Estados Unidos a base militar de Guantánamo. A partir daí, não foram poucas as intervenções de fuzileiros americanos para garantir a ordem em território cubano. Durante as primeiras décadas do século XX, a participação direta dos Estados Unidos na vida econômica de Cuba, com investimentos na modernização da produção açucareira, por exemplo, desnacionalizou a economia cubana, tornando a ilha uma moderna feitoria agroindustrial. Com os problemas nacionais, decorrentes da dependência externa, a miséria no campo e a insatisfação social, cresceu o sentimento anti-imperialista e nacionalista, reprimido duramente pelo governo controlado pelos Estados Unidos.

Outdoor exposto em Havana durante a visita do Papa João Paulo II

Entre as classes sociais, as disparidades eram gritantes. De um lado, uma pequena elite permanecia encastelada e servindo aos interessas do capitalismo norte-americano - que somente entre 1946 e 1958 investiram 80 milhões de dólares na ilha.

As camadas pobres apresentavam-se como o grupo mais próximo da defesa de um sentimento de nacionalismo, pois a emergência dessa camada deu-se com a penetração de capitais estrangeiros que transformaram os camponeses em trabalhadores assalariados rurais - fato que destoa do restante da história latino-americana, onde esse tipo social surgiu posteriormente ao advento dos Estados nacionais.

Enquanto os trabalhadores rurais da América Latina passavam pelas mãos dos caudilhos, os trabalhadores cubanos conheciam diretamente o poder do capital monopolista norte-americano - que na década de 1950 controlava 40% da produção açucareira. Fato importante a ser destacado com relação a Cuba é que a maioria dos trabalhadores eram rurais e não urbano-industriais, pois a industrialização não foi priorizada pelos investidores estrangeiros.

Os efeitos do imperialismo recaíam sobre esse numeroso grupo, que sofria desde o desemprego até a exploração brutal da força de trabalho, mas que sustentava uma posição política contrária à situação pela qual estava passando.

A classe média encontrava-se dividida entre os apoiadores da elite e os intelectuais sensíveis aos protestos. Comportava-se como um grupo extremamente heterogêneo e desarticulado internamente, sem oferecer um projeto político para Cuba.

Em 1925, subiu ao poder o ditador Gerardo Machado, que, não resistindo aos efeitos da crise de 1929, foi derrubado em 1933 por um movimento popular liderado por Ramón Grau de San Martin.

Em 1934, surge na política cubana a figura de Fulgêncio Batista, um sargento do Exército, que marcará a história cubana por ter se tornado

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várias vezes "presidente" do país. O período de governo de Fulgênio Batista estendeu-se de 1934 até 1959. Somente foi interrompido entre 1944 e 1952, quando o Partido dos Autênticos elegeu Ramón Grau de San Martin e seguido a esse, em 1948, foi eleito Pio Socarrás, deposto pelo próprio Fulgênio Batista.

A partir desse período, a tendência foi de aprofundamento da dominação norte-americana sobre Cuba, que é descrita como sendo esse momento o "bordel" dos Estados Unidos.

Pobreza: pelo governo ou pelo embargo?

O ano de 1953 marca-se de importância para Cuba, pois o movimento estudantil passa a promover manifestações contra o governo de Fulgênio Batista.

Cuba estava, então, sob o auge do poder dos Estados Unidos, era um lugar com cassinos e bordéis frequentados pela máfia e pelos fuzileiros dos EUA. Contudo, antes da revolução cubana, grande parte da população vivia em extrema pobreza, pessoas morriam de doenças para as quais já havia cura, milhares eram analfabetos e estavam desempregados.

Em 26 de julho desse ano, Fidel Castro - um advogado e membro do Partido Ortodoxo - liderou um ataque ao quartel de Moncada. Frustada a tentativa, os rebeldes foram para a prisão e, em maio de 1955, depois de anistiados, foram para o exílio no México.

Fora de Cuba, Fidel e Raul Castro e o médico argentino Ernesto "Che" Guevara organizaram o movimento 26 de julho, com o claro objetivo de voltar a Cuba a derrubar a ditadura de Batista.

O desembarque dos revolucionários do iate Granma estava sendo esperado pelas tropas de Fulgênio Batista e marcou-se por uma sangrenta luta que levou à morte a maior parte dos integrantes do movimento.

Fidel, Raul e "Che" conseguiram chegar à Sierra Maestra, de onde passaram a organizar os camponeses para a luta armada. Ao mesmo tempo, os rebeldes buscavam o apoio de setores da burguesia contrários à ditadura de Fulgêncio Batista e que acreditavam em um projeto nacionalista para Cuba, dentro do respeito à propriedade privada. Era assinado, então, o Manifesto de Sierra Maestra, que no ano seguinte, 1958, foi ampliado pela formação da Frente Cívico-Revolucionária Democrática, no qual a burguesia cubana concordava com a luta armada para depor Fulgêncio Batista.

Em outubro de 1958 teve início a "Marcha sobre Havana". Em 1959, os revolucionários conseguiram tomar o poder na ilha e Batista se exilou em São Domingos. A partir deste exílio, Cuba se torna um país comunista comandado por Fidel Castro.

Com a fuga do ditador, montou-se o Governo Provisório, tendo à frente o presidente Manuel Urrutia e o primeiro-ministro Miró Cardona, que no início era apenas reformista.

Fidel Castro discursa para população cubana logo após a revolução

Em seguida, são nacionalizadas empresas norte-americanas de petróleo e transporte, reformuladas as políticas de educação e saúde pública, suprimidos os latifúndios e realizada a reforma agrária.

A tensão entre a burguesia e as camadas populares se ampliam na medida em que essas consideravam as reformas precárias em relação às suas necessidades. Logo, o primeiro-ministro Miró Cardon é substituído por Fidel Castro, o que levou à preponderância dos anseios populares.

As medidas reformistas foram suficientes para provocar o descontentamento norte-americano, que foi impondo uma série de medidas restritivas - como por exemplo o boicote ao açúcar e a tentativa de invasão ao território cubano em apoio aos anticastristas, no malogrado desembarque à Baía dos Porcos.

As pressões norte-americanas, em meio à Guerra Fria, culminaram com a expulsão de Cuba da OEA, em 1962. Desse episódio, a URSS aproveita-se para enfraquecer as posições dos Estados Unidos e prometem instalar uma base de mísseis em Cuba, gerando um dos episódios mais tensos da Guerra Fria, quando navios americanos impedem a frota russa de chegar à ilha, em outubro de 1962.

Em troca de pretensa paz mundial, Estados Unidos e URSS assinam um acordo em que a URSS se compromete a não instalar bases de mísseis em Cuba e os Estados Unidos a não tentar invadir novamente a ilha.

A partir de então, Cuba passa a vivenciar a primeira experiência socialista da América Latina. Em 1963, foi criado o Partido Unificado da Revolução Socialista que, em 1965, foi substituído pelo Partido Comunista Cubano.

Sofrendo com o embargo, e principalmente após o fim da guerra fria e a derrocada socialista da URSS, sua maior mantenedora, Cuba passa a sentir de forma mais clara a necessidade da abertura política e econômica, contudo, no final dos anos noventa, com a ascensão de Hugo Chávez a presidência da Venezuela e posteriormente de Evo Morales, à presidência da Bolívia, a ilha de Fidel, como Cuba ficara conhecida, vê ressurgir algumas ideologias esquerdistas através de suporte financeiro destas nações cujos presidentes possuem vieses políticos esquerdistas. Destaca-se, contudo, que o embargo político à Cuba já não é hoje tão restritivo como fora nas décadas de 60 e 70 e que o turismo já é uma nova fonte de renda para o governo cubano.

Vale salientar também que nesses cinquenta anos, o governo cubano desenvolveu um sistema educacional muito inteligente, democrático e justo, além da criação de uma nova forma de ver e entender medicina: a prevenção, oriunda da falta de tecnologias de controle e tratamento de doenças. O esporte, outro ponto de desenvolvimento da ilha, também foi marcante para a aceitabilidade de um governo ditatorial de esquerda por parte de nações democráticas e fez Cuba estar entre os primeiros colocados no quadro de medalhas de muitos jogos pan-americanos e Olimpíadas.

Destaque-se, entretanto, que Cuba atingiu tal nível de desenvolvimento em detrimento da liberdade individual de muitas pessoas e que o governo

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Castrista tem se caracterizado historicamente como um regime ditatorial, ainda que esquerdista.Em 2008, envelhecido e cansado, Fidel Castro oficializa a passagem do poder maior de Cuba para seu irmão Raul Castro e uma provável abertura

econômica e eventual aproximação com os EUA, agora governados pelo Democrata Barack Hussein Obama, é esperada. Entretanto, especialistas acreditam que uma abertura política da Ilha ainda está longe de acontecer.

Saiba mais: http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/revolucao-cubana/http://www.algosobre.com.br/historia/revolucao-cubana.htmlhttp://www.culturabrasil.pro.br/revolucaocubana.htmhttp://www.infoescola.com/historia/revolucao-cubana/http://www.grupoescolar.com/materia/a_revolucao_cubana_-_1959.htmlhttp://ocaminhocubano.blogspot.com/

Sugestão de Leitura:A Ilha, de Fernando Morais.

opinião: mESmo Com novo EnEm, vaga Continuará Com aluno dE partiCular

Estamos nos deparando com um movimento que parecia quase impossível: mudar a atual forma de selecionar os estudantes para o ingresso nas universidades. A proposta do ministro da Educação, Fernando Haddad, é que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) substitua os vestibulares nas 55 universidades federais do país.

Para tanto, haveria uma reformulação do exame que constaria de 180 questões de múltipla escolha divididas da seguinte forma: linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza. E uma redação. A prova seria aplicada em dois dias. Até aí, muito parecida com o vestibular. Inclusive, a nota do Enem já é um dos critérios de seleção em algumas universidades.

A grande crítica que se faz aos vestibulares é que ele privilegia o conteúdo em detrimento do raciocínio. Com isso, criaram-se escolas cujo único objetivo é o de colocar os alunos nas faculdades mais concorridas (públicas). Já o Enem, prioriza as habilidades de raciocínio e a interpretação de texto.

Quem já passou por um curso preparatório para o vestibular, deve se lembrar daquelas musiquinhas para memorizar fórmulas matemáticas. A memorização é algo importante em provas assim.

O novo modelo propõe que as duas coisas sejam valorizadas na prova: o conhecimento e as habilidades de pensamento. Não consigo vislumbrar outra forma de se avaliar um aluno que não seja essa.

Com isso, espera-se que as escolas comecem a se transformar, trabalhando não só os conteúdos exigidos bem como a capacidade de pensar dos estudantes. É incrível, mas já ouvi várias pessoas dizerem ter aprendido a pensar depois de ingressarem num curso superior (após um mínimo de 11 anos nos bancos escolares).

A outra crítica que se faz aos vestibulares é de ser elitizado: estão dentro das melhores faculdades, na sua maioria pública, alunos que fizeram colégios caros e que poderiam pagar uma faculdade. Sobram poucas vagas para aqueles que realmente necessitam de um ensino gratuito.

Segundo dados do Enem 2007 em São Paulo, entre as 20 melhores escolas classificadas havia uma estadual e uma federal. Todas as outras eram da rede particular.

Novo conceito de ensino

Um dos objetivos desta mudança é, segundo o ministro Haddad, o de criar um novo conceito de ensino no país, deixando de favorecer os estudantes com poder aquisitivo maior. Ponto para a mudança.

No entanto, são as escolas particulares que têm maiores condições de acompanhar essa transformação. Elas vão correr atrás para continuarem colocando seus alunos dentro das faculdades. Agora com a vantagem para os alunos de desenvolverem seu pensar. O que não é tarefa fácil. Passar conteúdos é mais simples. Ou seja, tudo continuará como antes no acesso as faculdades.

Há uma necessidade fundamental e anterior à mudança no vestibular: a reformulação das escolas públicas de nível médio e fundamental. Inclusive para que os alunos provenientes delas possam competir em pé de igualdade por uma vaga nos bons cursos superiores. Sem isso, qualquer forma de selecionar vai parecer injusta.

Porém, não é na seleção que está a injustiça (não tem jeito, tem mais aspirantes que vagas nas universidades). A luta por um lugar ao sol sempre vai existir, assim como é na natureza (como é difícil a vida dos animais selvagens). Injustas são as condições de luta oferecidas de maneira desigual. A igualdade de condições está longe de existir no ingresso às faculdades.

Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga

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SErá quE voCê lEmbra