Fontes de Informação em Ciencia e Tecnologia

Histórico e Introdução

Renato M.E. Sabbatini, PhDUNICAMP

Conteúdo da Aula

A publicação e seu papel no sistema moderno de C&T

Tipos de fontes de informação em C&TO surgimento e a evolução histórica

das publicaçõesNovas tecnologias de informação e as

transformações das publicações em C&T

O Papel das Publicações na Ciência

Todo o corpo acumulado de conhecimento da ciência é publicado e só tem validade quando publicado;

A publicação assegura a originalidade, o escrutínio público, a reproducibilidade dos dados e experimentos, e a disseminação para o público-alvo;

A base do sistema é a publicação original de pesquisa, arbitrada pelos pares, e de circulação ampla;

Existem diversos sistemas paralelos de divulgação oral e escrita (resumos, anais de congressos, pré-manuscritos, etc.);

O grande volume de informação publicada gerou a necessidade de índices, catálogos e resenhas.

Fontes para o Divulgador

Periódicos científicos, bases de dados bibliográficas

CongressosEntrevistas individuais e coletivasVisitas a instituições e laboratóriosAgências de notícias científicasPress releasesConstrução de fontes (Internet, fax, correio,

telefone)

Tipos de Fontes de Informação em C&T Fontes Primárias

Periódicos de publicação original Relatórios de pesquisa Pré-manuscritos Anais de congressos

Fontes Secundárias Revisões bibliográficas científicas Livros especializados Coletâneas e repositórios Notas e comentários

Fontes Terciárias Índices bibliográficos Artigos de popularização Agências de notícias

Novas Tecnologias

Livros e revistas em meios digitais removíveis: disquete, CD-ROM, videodiscos

Livros e revistas on-line: Internet, WWWBases eletrônicas de dadosRepositórios eletrônicos de artigosAgências de notícias on-lineSistemas interativos on-line

Marcos das Publicações em Ciência

2000 AC: invenção da escrita1465 DC: invenção da imprensa de

tipos móveis1665 DC: primeiro periódico científico1985 DC: publicações eletrônicas (CD-

ROM, redes globais de computadores)1993 DC: Surgimento da WWW,

primeira publicação puramente on-line

Fatores Favoráveis na Renascença Tardia

Um sentido de novidade e progresso Grandes explorações, descoberta do Novo Mundo e das

vias marítimas para a África e Ásia Urbanização crescente e novos Estados Avanços na Medicina, Arquitetura, Agricultura e nas

profissões artísticas e artesanais Novas tecnologias: rodas d’água, moinhos, mineração,

bombeamento, metalurgia, destilação, construção naval, cartografia e navegação, etc.

Invenção da imprensa de tipos móveisDisseminação massiva e barata do conhecimento

Interesse no naturalismo na ciência e artes

Mudanças Científicas na Renascença Tardia

Quebra dos paradigmas vigentes Aristotelismo, sistema de Ptolomeu, geração espontânea em Biologia, queda na influência escolástica da Igreja sobre as ciências…

Progressos na MatemáticaÁlgebra, logaritmos, geometria analítica, cálculo diferencial...

Novos instrumentos científicosTelescópio, microscópio, barômetro, termômetro, relógio de pêndulo, máquinas elétricas, bomba de vácuo...

Surgimento do método experimentalMudanças no papel das universidades

Renascença Tardia: Surgimento de Grandes Cientistas e Descobertas

Leonardo da Vinci (1452-1519)

Nicholas Copernicus (1473-1543)

André Vesalius (1514-1567)

William Gilbert (1540-1603)

Tycho Brache (1546-1601) Francis Bacon (1561-1627) Galileo Galilei (1564-1642)

Johann Kepler (1571-1630) William Harvey (1578-1657) René Descartes (1596-1650) Evangelista Torricelli (1608-

1647) Blaise Pascal (1623-1662) Robert Boyle (1627-1691) Robert Hooke (1635-1703) Isaac Newton (1642-1727) Edmond Halley (1656-1742)

Renascença Tardia: A Organização Social da Ciência

Até essa época, as formas principais de disseminação de idéias e resultados eram os livros e cartas trocadas entre cientistas. Poucos podiam comprar, a divulgação era lenta, ineficiente e restrita.

O fenomenal aumento no fluxo de informação, oriundo das explorações e das novas descobertas científicas (tornadas possíveis por novos instrumentos e pelo método científico) exige disseminação mais rápida, ampla e eficiente

Necessidade de discussão entre pares, e de confirmação independente e crítica das descobertas

Explosão no conhecimento gerou a necessidade de especialização

A Socialização da Ciência

Surgimento das academias científicas 1560: Academia Secretorum Naturae (Nápoles) 1608: Accademia dei Lincei (Roma) 1652: Collegium Naturae Curiosorum (Schweinfurt) 1657: Accademia del Cimento (Florença) 1662: Royal Academy (Londres) 1665: Accademia degli Investiganti (Nápoles) 1666: Académie des Sciences (Paris) 1700: Akademie der Wissenschaften zu Berlin

Locais para apresentação pública e discussão de descobertas e idéias. Sociedades científicas.

O Surgimento dos Periódicos

Necessidade das academias publicar relatórios de suas atividades e de seus membros

Enfeixamento e distribuição periódica de cartas e comunicações de descobertas pelos seus membros (Letters): 1665: Journal des Savants (Paris) 1665: Philosophical Transactions (Londres) 1667: Memóires Academie des Sciences (Paris) 1667: Saggi (Accademia del Cimento, Florença)

Utilização de novas tecnologias (imprensa, gravuras em metal, correios)

A Evolução dos Periódicos

Apenas na primeira metade do século XIX é que os periódicos científicos começaram a aumentar em número, graças ao surgimento de editores comerciais e à invenção do linotipo

Em 1900 existiam cerca de 100 revistas científicas, em 1995, cerca de 100.000 revistas científicas

Na segunda metade do século XIX surgiram as primeiras revistas de divulgação científica, como a Scientific American (1865).

O Futuro das Publicações Científicas

Muitas das publicações em papel desaparecerão, substituídas por versões eletrônicas

A divulgação será centralizada a partir de bases on-line

O artigo será a unidade de divulgação científicaO processo de arbitragem sofrerá profundas

modificaçõesOs artigos assumirão novas formas, possíveis

apenas através da interatividade eletrônica