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Jorge Mendes Página 1 ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA FRANCISCO SIMÕES Apontamentos de FÍSICO-QUÍMICA - Módulo 3 1ºAno Curso Vocacional de Empregado Comercial 1. Movimento 1 – Relatividade do movimento Ao observar um grupo de ciclistas que passa na estrada é habitual termos o seguinte pen- samento: "Os ciclistas estão em movimento". Do ponto de vista da Física, este pensamento está incompleto! Para concluirmos se um corpo se encontra em repouso (parado) ou em movimento, devemos sempre comparar a posição desse corpo com um objecto ou ponto de referência. É correcto afirmar que: "Os ciclistas estão em movimento em relação ao solo;" "Os ciclistas estão em movimento em relação ao planeta Terra;" "Os ciclistas estão em movimento em relação às árvores que encontram no caminho." Em relação ao solo, ao planeta Terra ou às árvores, os ciclistas encontram-se em movi- mento, pois em relação a estes a sua posição muda ao longo do tempo. Também se pode afirmar que: "Cada ciclista está em repouso (parado) em relação à sua bicicleta." Em relação à própria bicicleta, a posição do ciclista não está a mudar, já que ele se en- contra sentado na bicicleta. Portanto em relação à bicicleta o ciclista ocupa sempre a mesma posição, logo está em repouso. Conclusão Um corpo está em repouso em relação a determinado objecto ou ponto de referência se a sua posição não se alterar em relação a esse objecto ou ponto de referência. Um corpo está em movimento em relação a determinado objecto ou ponto de referência se a sua posição se alterar em relação a esse objecto ou ponto de referência. O mesmo corpo pode estar em movimento em relação a um determinado objecto ou ponto de referência, e ao mesmo tempo estar em repouso em relação a outro objecto ou ponto de referência.

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    ESCOLA BSICA E SECUNDRIA FRANCISCO SIMES

    Apontamentos de FSICO-QUMICA - Mdulo 3 1Ano

    Curso Vocacional de Empregado Comercial

    1. Movimento

    1 Relatividade do movimento Ao observar um grupo de ciclistas que passa na estrada habitual termos o seguinte pen-samento: "Os ciclistas esto em movimento".

    Do ponto de vista da Fsica, este pensamento est incompleto! Para concluirmos se um corpo se encontra em repouso (parado) ou em movimento, devemos sempre comparar a posio desse corpo com um objecto ou ponto de referncia.

    correcto afirmar que:

    "Os ciclistas esto em movimento em relao ao solo;" "Os ciclistas esto em movimento em relao ao planeta Terra;" "Os ciclistas esto em movimento em relao s rvores que encontram no caminho." Em relao ao solo, ao planeta Terra ou s rvores, os ciclistas encontram-se em movi-mento, pois em relao a estes a sua posio muda ao longo do tempo.

    Tambm se pode afirmar que:

    "Cada ciclista est em repouso (parado) em relao sua bicicleta." Em relao prpria bicicleta, a posio do ciclista no est a mudar, j que ele se en-contra sentado na bicicleta. Portanto em relao bicicleta o ciclista ocupa sempre a mesma posio, logo est em repouso.

    Concluso

    Um corpo est em repouso em relao a determinado objecto ou ponto de referncia se a sua posio no se alterar em relao a esse objecto ou ponto de referncia. Um corpo est em movimento em relao a determinado objecto ou ponto de referncia se a sua posio se alterar em relao a esse objecto ou ponto de referncia. O mesmo corpo pode estar em movimento em relao a um determinado objecto ou ponto de referncia, e ao mesmo tempo estar em repouso em relao a outro objecto ou ponto de referncia.

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    2 Grficos posio - tempo

    No estudo do movimento de um corpo, muito importante relacionar o tempo com a posio ocupada por esse corpo. Assim, e para facilitar a compreenso do movimento do corpo, habitual representar-se graficamente a posio que o corpo ocupa em funo do tempo. Considera o exemplo abaixo, onde um automvel percorre 300 me-tros ao longo de uma estrada rectilnea. Utilizando um cronmetro, so determinados os instantes de tempo em que o automvel passa nas posies indicadas na figura.

    Sabemos que o automvel passa por exemplo na posio 100 metros ao fim de 2 segundos de movimento. Sabemos ainda que ao fim de 6 segundos de movimento o automvel se encontra na posio 300 metros. Vamos organizar os dados recolhi-dos no exemplo anterior para facilitar a construo do grfico da posio do corpo em funo do tempo.

    Tempo (s) Posio (m)

    0 0

    2 100

    4 200

    6 300

    Agora s construir o grfico da posio do corpo em funo do tempo. Comea por representar o referencial, identifica a origem - o ponto (0;0) - legenda cada um dos eixos e indica as respectivas unidades. Coloca um ttulo no grfico e cons-tri uma escala adequada a cada eixo ( habitual utilizar-se o eixo horizontal para o tempo):

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    Grfico de Posio em funo do Tempo

    Agora, com base nos dados da tabela comea por identificar no grfico o primeiro ponto, que neste caso o (0;0) - no instante de tempo 0 segun-dos, o automvel ocupa a posio 0 metros.

    Podes marcar agora o ponto seguinte (2;100) - no instante de tempo 2 se-gundos, o automvel ocupa a posio 100 metros.

    O prximo ponto a marcar no nosso referencial o ponto (4;200) - no ins-tante de tempo 4 segundos, o auto-mvel ocupa a posio 200 metros.

    Resta marcar apenas o ponto (6;300) - no instante de tempo 6 segundos, o automvel ocupa a posio 300 me-tros.

    Para terminar, une os pontos marca-dos anteriormente:

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    3 - Velocidade habitual, no nosso dia-a-dia, utilizarmos expresses do tipo "Aquele carro move-se a uma velocidade de 50 Km/h". Do ponto de vista da Fsica, mais correcto dizer "Aquele carro move-se com uma rapidez de 50 Km/h". Se dissermos "A velocidade 50 Km/h", esta afirmao est muito incompleta, uma vez que a velocidade uma grandeza vectorial e como tal no basta indicar o seu valor. tambm necessrio indicar a direco e o sentido do movimento do corpo. A Velocidade de um corpo ento uma grandeza vectorial, que nos informa sobre a direco do movimento, o sentido do movimento e a rapidez do movimento do corpo, em determinado instante de tempo.

    3.1.Representao do vector Velocidade de um corpo

    Repara no exemplo seguinte, onde se representa o vector velocidade de um corpo em movimento, ao longo de uma trajectria rectilnea; se o movimento ocorrer ao longo de uma trajectria curvilnea:

    O vector velocidade de um corpo em determinado ponto, tem sempre a direco da linha tangente trajectria nesse ponto. O seu sentido o do movimento. Se tiveres dvidas quanto direco do vector velocidade em determinado ponto, imagina que, a partir desse ponto, o corpo segue sempre em frente, sem efectuar curvas. A direco em que o corpo segue ser a direco do vector velocidade. No te esqueas tambm que os vectores devem ser representados escala, pelo que deves inclu-la sempre que necessrio (Nos exemplos acima, para simplificar a compreenso, no esto includas as escalas dos vectores).

    3.2. Comparao da Velocidade de diferentes corpos

    Podemos dizer que dois corpos tm a mesma rapidez, se circularem ambos, por exemplo, a 20 Km / h. Contudo, s podemos dizer que estes dois corpos tm a

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    mesma velocidade se tambm a direco e o sentido do movimento forem iguais. Resumindo, s quando os vectores velocidade dos dois corpos so iguais que estes apresentam a mesma velocidade. Observa os seguintes exemplos:

    Os dois automveis apresentam a mesma velocidade, uma vez que se deslocam na mesma direco, no mes-mo sentido e mesma rapidez. Assim, os vectores velocidade de ambos tm a mesma direco, o mesmo sentido e a mesma intensidade (o mesmo tamanho).

    Os dois automveis no apresentam a mesma veloci-dade, uma vez que se deslocam na mesma direco, e no mesmo sentido, mas com diferente rapidez. Assim, os vectores velocidade de ambos tm a mesma direco e sentido, mas apresentam diferente intensi-dade (diferente tamanho), logo os automveis apresen-tam velocidades diferentes.

    Os dois automveis no apresentam a mesma veloci-dade, uma vez que se deslocam na mesma direco, e com a mesma rapidez, mas o sentido do movimento oposto. Assim, os vectores velocidade de ambos tm a mesma direco e a mesma intensidade (o mesmo tamanho), mas apresentam diferente sentido, logo os automveis apresentam velocidades diferentes.

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    Os dois automveis no apresentam a mesma veloci-dade, uma vez que no se deslocam na mesma direc-o, mesmo apesar de se moverem com a mesma rapi-dez. Assim, os vectores velocidade de ambos apresentam a mesma intensidade (o mesmo tamanho), mas no apre-sentam a mesma direco, logo os automveis apresen-tam velocidades diferentes.

    Grficos de Velocidade em funo do Tempo

    possvel ainda, com base nos dados do exemplo anterior, representar grafica-mente a velocidade do corpo em funo do tempo.

    Obtm-se assim uma linha recta hori-zontal, que nos indica que a velocidade do corpo se mantm sempre constante ao longo do tempo, neste caso 20 m/s.

    Posio em funo do Tempo

    O grfico obtido no uma recta, indi-cando que para inter-valos de tempo iguais, o corpo per-corre distncias dife-rentes. Conclui-se que a velocidade no constante.

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    Velocidade em fun-o do Tempo

    O grfico obtido uma linha recta que reflecte sempre o mesmo aumento da velocidade do corpo a cada segundo que passa. A acelerao por isso constante.

    Acelerao em fun-o do Tempo

    O grfico uma recta horizontal, o que in-dica que a acelera-o do corpo cons-tante ao longo do tempo.

    Posio em funo do Tempo

    O grfico obtido no uma recta, indicando que para intervalos de tempo iguais, o corpo percorre distncias diferentes. Conclui-se que a velocidade no constante.

    Velocidade em fun-o do Tempo

    O grfico obtido uma linha recta que reflecte sempre o mesmo aumento da velocidade do corpo a cada segundo que pas-sa. A acelerao por isso constante.

    Acelerao em fun-o do Tempo

    O grfico uma recta horizontal, o que indi-ca que a acelerao do corpo constan-te ao longo do tempo.

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    4 Acelerao mdia de um corpo Uma onda sonora um movimento ondulatrio que se transmite atravs de materiais slidos, lquidos e gasosos. A onda sonora forma-se devido vibrao das partculas, que provocam alteraes da presso entre elas. Pode dizer-se que uma onda de presso. As partculas vibram na mesma direo de propagao da onda sonora. A Acelerao Mdia de um corpo uma grandeza que reflecte a variao de velo-cidade do corpo por intervalo de tempo e pode ser calculada atravs da expres-so:

    A unidade de Sistema Internacional para a acelerao mdia o metro por segun-do ao quadrado (m/s2). Clculo da Acelerao Mdia de um Corpo: Exemplo 1

    Observa o exemplo seguinte:

    Neste exemplo, o automvel parte do repouso e ganha progressivamente veloci-dade. Est por isso sujeito a uma acelerao, que responsvel pela variao da sua velocidade. Sabemos ento que, neste caso, o automvel parte do repouso

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    (velocidade igual a 0 m/s), e atinge uma velocidade de 30 m/s ao fim de 5 segun-dos. Determinar a acelerao mdia , neste caso, descobrir qual o aumento m-dio de velocidade deste corpo em cada segundo de movimento. Em primeiro lugar devemos calcular a variao de velocidade (V) do corpo. Nes-te caso:

    Variao da Velocidade (V)

    Em segundo lugar calcula-se a acelerao mdia (am) do corpo com base na varia-o de velocidade (V) sofrida e no tempo (t):

    Acelerao Mdia (am)

    Conclui-se ento que a cada segundo que passa o valor da velocidade do carro aumenta, em mdia, 6 m/s. Clculo da Acelerao Mdia de um Corpo: Exemplo 2

    Observa agora outro exemplo. Desta vez o automvel trava ao longo do percurso e

    por isso perde velocidade medida que o tempo passa.

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    Neste caso tambm possvel calcular a acelerao mdia do automvel: Em primeiro lugar, tal como no exemplo anterior, devemos calcular a variao de velocidade (V) do corpo. Neste caso: Variao da Velocidade (V)

    Em segundo lugar calcula-se a acelerao mdia (am) do corpo com base na varia-o de velocidade (V) sofrida e no tempo (t): Acelerao Mdia (am)

    Conclui-se ento que a cada segundo que passa o valor da velocidade do auto-mvel diminui em mdia 4 m/s.

    2. Foras

    Uma Fora toda a aco capaz de:

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    Alterar o estado de repouso de um corpo. Se um corpo estiver em repouso e so-bre ele atuar uma fora, este pode entrar em movimento.

    Alterar o estado de movimento de um corpo. Se um corpo j estiver em movi-mento e sobre ele actuar uma for-a, o valor da sua velocidade pode aumentar ou diminuir.

    Causar deformao nos corpos. Quando os materiais de que so feitos os corpos no resistem aco da for-a, sofrem uma deformao.

    2.1 Medir o valor de uma fora

    Para medir o valor de uma fora deve ser utilizado um Dinammetro. Os Dinam-metros podem ser analgicos ou Digitais e indicam o valor da Fora na sua unidade caracterstica, o Newton (N).

    Dinammetro Analgico

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    Dinammetro Digital

    2.2 Representao de uma fora

    As Foras so grandezas vectoriais, e por isso representam-se por meio de vecto-res. So exemplos de vectores Fora os seguintes:

    Analisemos com ateno a seguinte figura, onde se representa um rapaz que exer-ce uma fora de 3 Newton na trela de um co.

    O vector Fora representado a vermelho corresponde fora exercida pelo rapaz sobre o co. Este vector apresenta as seguintes caractersticas:

    O vector fora neste caso tem:

    Ponto de Aplicao: Ponto A;

    Direco: Horizontal;

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    Sentido: Esquerda para Direita;

    Intensidade: 3N.

    2.3 Tipos de foras

    Distinguem-se habitualmente dois tipos de Foras:

    Foras de contacto

    A Fora exercida por uma grua quando

    levanta uma carga.

    A Fora exercida pelo ciclista nos pedais

    da bicicleta.

    As Foras de Contacto ocorrem quando o agente que exerce a fora entra em contacto com o objecto sobre o qual est a exercer a fora.

    Foras Distncia

    A Fora Gravttica exercida pelo Planeta

    Terra.

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    A Fora exercida por um man em objec-

    tos de Ferro.

    As Foras Distncia ocorrem quando o agente que exerce a fora no entra em contacto com o objecto sobre o qual est a exercer a fora.

    a. Fora gravtica

    Sabemos que o Planeta Terra consegue atrair o nosso corpo para o seu centro, "puxando-nos" continuamente. Essa Fora que a Terra exerce sobre o nosso corpo uma fora distncia e designa-se por Fora Gravtica. Na prtica, a Terra confere Peso aos corpos, pelo que Peso e Fora Gravtica so a mesma coisa. A Fora Gravtica resulta da atraco entre as massas de dois cor-pos. Qualquer corpo, por muito pequena que seja a sua massa, atrai para si todas as outras massas que se encontram sua volta, ainda que por vezes essa atraco no seja perceptvel. A matria que constitui o teu corpo e a matria que constitui o monitor do teu computador esto a atrair-se mutuamente mas, como as massas de ambos tm valores baixos - quando comparadas com as massas de estrelas e planetas -, esse efeito no perceptvel. A matria que constitui o teu corpo e a matria que constitui o planeta Terra se esto a atrair mutuamente, e neste caso a atraco bastante perceptvel, pois se saltares sentes o teu corpo a ser "puxado" para o solo. Isto acontece porque a massa do Planeta Terra bastante elevada (cerca de 5,97 x 1024 Kg).

    2.3.1.Diferena entre Peso e Massa

    Nas conversas do dia-a-dia, habitual misturarmos estes dois conceitos e utiliz-los de forma errada. Peso e Massa so conceitos diferentes, que devemos saber distinguir.

    Massa de um corpo

    - A Massa uma caracterstica do corpo e depende da quantidade de matria que constitui esse corpo;

    - Um determinado corpo apresenta sempre a mesma massa em qualquer local do planeta e em qualquer planeta, pois a quantidade de matria a mesma;

    - A Massa uma grandeza escalar;

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    - Para determinar a massa de um corpo utiliza-se uma balana;

    - A unidade de Sistema Internacional para a Massa o Quilograma (Kg).

    Peso de um corpo

    O Peso de um corpo varia consoante o planeta onde o corpo se encontra (o Peso do corpo na Terra superior ao Peso do mesmo corpo na Lua);

    O Peso de um corpo varia consoante o local do planeta onde o corpo se encontra (quanto mais prximos do centro do planeta, maior o nosso Peso);

    - O Peso uma grandeza vectorial;

    - Para determinar o Peso de um corpo utiliza-se um dinammetro;

    - A unidade de Sistema Internacional para o Peso, tal como para as restantes for-as, o Newton (N).

    2.3.2. Determinar o Peso ou Fora Gravtica exercida num corpo

    Para determinar o Peso de um corpo, basta suspender o corpo num dinammetro que este indica imediatamente qual a Fora com que a Terra est a "puxar" o cor-po. Outra forma de o fazer, recorrer relao matemtica que existe entre o Peso de um corpo, a massa deste e a acelerao da gravidade do planeta em que o corpo se encontra:

    Peso = massa do corpo x acelerao da gravidade ou

    P = m x g

    Sendo: P - Peso do corpo

    m - massa do corpo g - acelerao da gravidade

    Se conhecermos a massa do corpo e a acelerao da gravidade do planeta onde este se encontra, calculamos facilmente o Peso do corpo.

    2.3.3. Acelerao da Gravidade dos principais astros do Sistema Solar

    Na tabela seguinte encontras a acelerao da gravidade mdia para os principais corpos celestes do Sistema Solar. Experimenta calcular o teu Peso em cada um destes corpos celestes, com base na expresso matemtica apresentada anterior-mente.

    Corpo Celeste Acelerao da gravidade - g

    (m/s2)

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    Sol 273,42

    Mercrio 3,78

    Vnus 8,60

    Terra 9,81

    Marte 3,72

    Jpiter 24,8

    Saturno 10,5

    rano 8,5

    Neptuno 10,8

    Pluto 5,88

    Lua 1,67

    Exerccio Resolvido

    Considera o corpo da figura seguinte, que tem de massa 50 Kg.

    a)Representa no corpo o vector Peso ou Fora gravtica. b)Calcula o Peso do corpo se este se encontrar no planeta Terra. c)Calcula o Peso do corpo se este se encontrar na Lua. d)Compara os resultados obtidos nas alneas b) e c). Resoluo

    a)O vector Peso tem sempre direco vertical, e aponta sempre para o centro da Terra, portanto representa-se da seguinte forma.

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    b)Na Terra, a acelerao da gravidade tem o valor mdio de 9,8 m/s2. Ento:

    P = m x g P = 50 x 9,8

    P = 490N

    c)Na Lua, a acelerao da gravidade tem o valor mdio de 1,57 m/s2. Ento:

    P = m x g P = 50 x 1,57

    P = 78,5N

    d)Apesar de a massa do corpo ser sempre a mesma, o Peso do corpo na Lua mais baixo do que na Terra.

    b. Fora de atrito

    Os corpos apresentam rugosidades na sua superfcie, o que dificulta o movimento dos mesmos quando se deslocam um sobre os outros. Mesmo quando as suas super-fcies parecem perfeitamente lisas, a nvel microscpico possvel observar algu-mas rugosidades. Originam-se assim Foras de Atrito que ocorrem entre as super-fcies de contacto entre os corpos. No exemplo seguinte, o rapaz procura arrastar uma caixa ao longo de uma superfcie de madeira.

    Quer a caixa quer a superfcie apresentam rugosidades, o que dificulta o movi-mento. As Foras de Atrito surgem assim na superfcie de contacto entre estes

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    dois corpos, e ocorrem sempre que um dos corpos se move ou tenta entrar em movimento. Estas foras tentam impedir o movimento do corpo, opondo-se a este.

    2.4.1. De que dependem as Foras de Atrito ?

    Os dois factores de que dependem as Foras de Atrito so: Natureza das superfcies em Contacto (rugosidade das superfcies)

    As superfcies geladas tm menos rugosidades, tornando-se mais fcil mover um ob-jecto sobre estas, pois as Foras de atrito entre as superfcies de contacto so redu-zidas.

    As superfcies de madeira tm mais rugosidades, tornando-se mais difcil mover um objecto sobre estas, pois as Foras de atrito entre as superfcies de contacto so ele-vadas. Quanto mais rugosas forem as superfcies de contacto entre os corpos, maior a fora de atrito e maior a oposio ao movimento. Peso do corpo que se move (apenas vlido em superfcies horizontais)

    Quando a Massa do corpo baixa, o seu Peso tambm baixo, e as foras de atrito so reduzidas.

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    Quando a Massa do corpo alta, o seu Peso tambm alto, e as foras de atrito so elevadas. Quanto maior for o Peso do corpo que se move, maior a fora de atrito entre as superfcies de contacto e maior a oposio ao movimento

    2.4.2. Atrito til e Atrito Prejudicial

    Consoante a situao em que ocorrem, as Foras de Atrito podem ser teis ou pre-judicais:

    Atrito til : O atrito que ocorre entre os nossos ps (ou sapatos) e o solo til, pois se este no existisse no seria possvel andar ou correr sem escorregar.

    O atrito entre os pneus e a estrada til, pois caso no existisse no conseguiramos colocar o carro em movi-mento e tambm no o conseguiramos parar.

    Atrito Prejudicial : O atrito que ocorre entre as peas de um motor prejudicial, uma vez que leva ao desgaste das mesmas. Utiliza-se lubrificante para diminuir o atrito en-tre as peas.

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    O atrito que ocorre entre um automvel e o ar, a cha-mada Resistncia do ar, prejudicial pois procura im-pedir o automvel de se mover, diminuindo constante-mente a sua velocidade.

    c. Resultante de foras

    Quando vrias foras actuam num corpo ao mesmo tempo, a melhor forma de es-tudar o comportamento do corpo quando sujeito a essas foras determinar a Resultante das Foras (ou Fora Resultante) que nele actuam. No exemplo seguinte, um rapaz tenta "puxar" um co exercendo sobre este uma fora (1), de intensidade 100 N. O co recusa mover-se exercendo uma fora (2) no sentido oposto, de intensidade 75 N.

    Se observarmos o co, verificamos que sobre ele actuam as foras 1 e 2. possvel ento simplificar este sistema de foras calculando a resultante das foras que actuam no co. Para determinar a Resultante das Foras que actuam no co, po-demos proceder ao clculo vectorial ou ao clculo analtico da Resultante de For-as.

    2.5.1. Clculo Vectorial da Resultante de Foras

    Tendo em conta a situao anteriormente apresentada, vamos proceder ao clcu-lo vectorial da Resultante de Foras.

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    Comea por representar um dos vectores:

    Na ponta da seta do primeiro vector, representa o segundo vector:

    O vector Fora Resultante ter um ponto de aplicao no incio do primeiro vec-tor, e termina na ponta da seta do segundo vector:

    O vector Fora Resultante ser ento:

    2.5.2. Clculo Analtico da Resultante de Foras

    Tendo em conta a situao anteriormente apresentada, vamos proceder ao clcu-lo analtico da Resultante de Foras.

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    Para determinar analiticamente a Resultante de Foras, necessrio em primeiro lugar estabelecer um sistema de eixos que nos indique quais os sentidos conside-rados como positivos:

    Assim, conclui-se que a Fora1 actua no sentido do eixo x, logo considera-se posi-tiva, enquanto a Fora 2 actua no sentido contrrio ao do eixo do x, logo conside-ra-se negativa. A Fora Resultante ser ento calculada da seguinte forma:

    Fr = +F1 - F2 Fr = +100 - 75

    Fr = 25N

    Concluso

    Para a situao anteriormente apresentada, e de acordo com os clculos efectua-dos, podemos concluir que:

    as Foras 1 e 2 podem ser substitudas pela Fora Resultante, que o comporta-mento do corpo ser o mesmo;

    o corpo ir mover-se da esquerda para a direita, de acordo com a Fora Resultan-te;

    A Fora Resultante tem o valor de 25 N.

    d. Foras fundamentais da Natureza

    As quatro interaces fundamentais na Natureza s quais se deve a estrutura do universo so:

    interaco gravitacional: manifesta-se entre todas as partculas com massa e sempre atractiva.

    Interaco electromagntica: manifesta-se entre partculas com carga elctrica e pode ser atractiva ou repulsiva.

    Interaco nuclear forte: manifesta-se entre os quarks, responsvel pela coeso do ncleo atmico, ou seja, mantm unidos os protes e os neutres nucleares.

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    Interaco nuclear fraca: manifesta-se entre os quarks, responsvel pelo decaimento radioactivo de certos ncleos, em que o neutro passa a um proto ou vice- versa com emisso de radiao beta e neutrinos.

    2.6.1. Interao gravitacional

    As foras atractivas que se verificam entre dois corpos tm intensidade directamente proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distncia existente entre os seus centros de massa.

    2g

    GMmF

    d

    Fg intensidade da fora gravtica G constante de gravitao universal M e m- massa dos corpos que interactuam d- distancia existente entre os centros de massa dos corpos A direco da fora a linha que une os seus centros de massa e o sentido dirigido para o centro de massa do corpo que exerce a fora.

    e. Leis de Newton

    Sir Isaac Newton, um cientista ingls que viveu entre 1643 e 1727, publicou, em 1687, uma importante obra chamada Philosophiae Naturalis Principia Mathemati-ca. Nesta obra foram enunciadas aquelas que mais tarde viriam a ser conhecidas como as 3 Leis de Newton.

    Sir Isaac Newton (1643 - 1727) As trs Leis de Newton so:

    1. Lei - Lei da Inrcia

    2. Lei - Lei Fundamental da Dinmica

    3. Lei - Lei da Aco Reaco

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    2.7.1. 1 Lei Lei da Inrcia

    Inrcia a resistncia que um corpo oferece alterao do seu estado de repouso ou de movimento. Quanto maior for a massa do corpo, maior a sua inrcia, ou seja, maior a resistncia que este oferece alterao do seu estado. De acordo com esta lei:

    Um corpo que se encontre em repouso, continuar em repouso se a resultante das foras que nele actuam for nula;

    Um corpo em movimento, continuar a mover-se em linha recta e sempre mes-ma velocidade (M.R.U.), se a resultante das foras que nele actuam for nula;

    Para que haja alterao da velocidade do corpo, necessrio que se exera sobre este uma fora.

    Ser mais fcil colocar em movimento um carro ou um camio?

    Uma vez que o carro tem menor massa, tem tambm menor inrcia, e por isso ser mais fcil alterar o seu estado de repouso.

    Uma vez que o camio tem maior massa, tem tambm maior inrcia, e por isso ser mais difcil alterar o seu estado de repouso.

    Um corpo, considerado como partcula material, permanece em repouso ou com mo-vimento rectilneo e uniforme se sobre ele no actuar qualquer fora ou se actuar um sistema de foras cuja resultante nula.

    0

    0 .

    rF

    v ou v const

    2.7.2. 2 Lei Lei Fundamental da Dinmica

    De acordo com esta lei, sempre que se aplica uma fora num corpo, esta pode provocar no corpo uma mudana de velocidade - uma acelerao. Assim, poss-vel relacionar a fora exercida em determinado corpo, com a acelerao sofrida por este, atravs da expresso:

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    Fora = massa do corpo x acelerao ou

    F = m x a

    Sendo: F - Fora

    m - massa do corpo a acelerao

    Quando dois corpos interactuam, a s foras que actuam durante a interaco provo-cam efeitos que podem ser:

    Deformao

    Alterao do seu estado de movimento ou de repouso. A alterao do estado de movimento verifica-se quando a velocidade com que o cor-po se movimenta varia. AS alteraes na velocidade podem ser relativamente ao m-dulo, sentido e/ou direco, podendo o corpo ficar em repouso. A alterao do estado de repouso ocorre sempre que um corpo est em repouso e por aco de uma fora adquire velocidade. O modo como a velocidade varia, com o decorrer do tempo, quer em sentido, quer em direco, quer em mdulo, traduzida pela acelerao. A acelerao mdia a taxa de variao temporal da velocidade

    m

    va

    t

    A acelerao mdia, definida como o limite para que tende a variao de velocida-de quando o intervalo de tempo tende para zero.

    0limt

    va

    t

    A unidade SI de acelerao ms-2

    2.7.3. 3 Lei Lei da Ao - Reao

    Sempre que exerces uma fora sobre um corpo, esse corpo exerce sobre ti uma fora com a mesma direco, a mesma intensidade, mas sentido oposto tua. Se exerceres uma fora sobre um determinado objecto (Fora1)...

    ... esse objecto tambm exerce uma fora sobre ti (Fora2), de igual valor e di-reco, mas de sentido oposto fora que exerceste sobre ele.

  • Jorge Mendes Pgina 26

    Estas duas foras, 1 e 2, formam um par a que se d o nome de Par Aco-Reaco. Sempre que um corpo exerce uma fora sobre o outro, este reage, exercendo sobre o primeiro uma fora com a mesma intensidade e direco mas com sentido oposto.

    AB BAF F

    Estas foras, que constituem um par aco reaco, apresentam as seguintes carac-tersticas:

    Tm a mesma linha de aco, a mesma direco

    Tm a mesma intensidade, o mesmo mdulo

    Tm sentidos opostos

    Tm pontos de aplicao em corpos diferentes

    2.8. Distncia de Segurana Rodoviria

    Quando conduzimos devemos ter em conta algumas regras de segurana, de modo a evitar acidentes. Um dos aspectos a ter em conta a Distncia de Segurana Rodovi-ria. A Distncia de Segurana Rodoviria a distncia que devemos deixar ao vecu-lo da frente para evitar acidentes no caso de uma travagem brusca. Se tivermos em conta a velocidade a que o veculo circula, o tempo de reaco do condutor e a fora de travagem, possvel calcular a distncia que determinado veculo percorre desde que o condutor avista um determinado obstculo at conseguir parar. Observa o exemplo que se segue:

  • Jorge Mendes Pgina 27

    A partir do momento em que o condutor avista o obstculo at conseguir parar o veculo, percorre uma determinada distncia. Inicialmente, quando o condutor avista o obstculo, procura reagir, tirando o p do acelerador e pressionando o travo. Quando pressiona o travo o valor da velocidade do veculo diminui at este parar.

    Ao tempo que o condutor demora desde que avista o obstculo at co-mear efectivamente a travar, d-se o nome de Tempo de Reaco. Num ser humano em condies normais, o Tempo de Reaco entre 0,5 a 0,7 segundos.

    Ao tempo que decorre desde que o condutor pressiona o travo at conseguir parar o automvel, d-se o nome de Tempo de Travagem.

    A distncia total percorrida pelo automvel desde que o condutor avista um obs-tculo at parar, pode ser determinada atravs da anlise de um grfico da velo-cidade do automvel em funo do tempo. Assumindo que a fora de travagem constante, o grfico da velocidade do automvel em funo do tempo para um movimento semelhante a este pode ser construdo da seguinte forma:

  • Jorge Mendes Pgina 28

    Considera-se v a velocidade a que o automvel circula, no instante em que avista o obstculo. Durante o tempo de reaco, considera-se que o automvel tem velocidade constante, j que o condutor no est a pressionar o travo nem o acelerador. A partir do momento em que o condutor pressiona o pedal do tra-vo, a velocidade do automvel diminui at este parar. Considera-se que a fora de travagem constante. A partir do clculo da rea do grfico possvel deter-minar:

    A distncia percorrida pelo automvel enquanto o condutor procura re-agir, a Distncia de Reaco.

    A distncia percorrida pelo automvel enquanto o condutor est a pressionar o pedal do travo, a Distncia de Travagem.

    A Distncia de Reaco numerica-mente igual rea do grfico corres-pondente ao tempo de reaco (rec-tngulo a vermelho)

    A Distncia de Travagem numeri-camente igual rea do grfico cor-respondente ao tempo de travagem (tringulo a verde)

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    A Distncia de Segurana numericamente igual rea do grfico de velocidade

    em funo do tempo e resulta da soma da Distncia de Reaco com a Distncia de

    Travagem:

    Distncia de Segurana = Distncia de Reaco + Distncia de Travagem