Formação Competitiva na Ginástica Artística Feminina · Considera-se de extrema importância...

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Formação Competitiva na Ginástica Artística Feminina Aluna : Pâmela Pires da Silva Orientadora : Profª Drª Michele Viviene Carbinatto UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA & ESPORTE 24º SIICUSP

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Formação Competitiva na Ginástica Artística Feminina

Aluna: Pâmela Pires da Silva

Orientadora: Profª Drª Michele Viviene Carbinatto

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA & ESPORTE

24º SIICUSP

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Introdução

Está cada vez mais evidenciado que uma das fases da vida onde há maior

inserção e aderência ao ambiente esportivo, competitivo ou não, é durante a

infância e a adolescência (TSUKAMOTO; NUNOMURA, 2005;

MILISTETD et al, 2014).

Soma-se a prática esportiva à inserção em ambientes competitivos, que nos

levou a questão: estão as competições para crianças e jovens respeitando as

singularidades dessa etapa da vida?

Jogos Regionais (JR) e Jogos Abertos (JA)

• Organizados pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Governo do

Estado;

• Objetivo central: desenvolver a prática esportiva por meio da competição e

estimular o aprimoramento da técnica no esporte vigente.

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Objetivos

Convergências x Divergências

- Quadro competitivo

- Concepção dos treinadores

- Orientações e recomendações da literatura sobre a competição na GAF

Compreender, pelas teorias da Pedagogia do Esporte, aspectos imprescindíveis à

competição esportiva

Lógica predominante dos modelos de competição de GAF vigentes no estado de

São Paulo

Concepção de treinadores sobre a organização das

competições para crianças e jovens ginastas

Influência dos regulamentos de competição no

treinamento das atletas

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Metodologia

Amostra

Sub14

Obrigatória

Livre

Livre

Obrigatória

Livre

Técnicos das equipes

Participantes

JA 2014

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Metodologia

Coleta de Dados

1º Momento:

Análise dos Regulamentos

de Competição

Jogos Regionais

& Jogos Abertos

Paulistas (2014)

2º Momento:

Estruturação e Aplicação

das Entrevistas

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Metodologia

Análise dos Dados Análise de Conteúdo

(BARDIN, 2010)

Pré-análise:

Transcrição das entrevistas e surgimento de hipóteses;

Exploração do material:

Codificação dos dados, com seleção de informações mais relevantes;

Categorização:

Organização dos dados em Unidades de Registro e Unidades de Contexto.

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Resultados

- Competitividade/ Competência

- Referência na modalidade

- Experiência para as atletas

- Competição como treinamento e feedback

- Treinamento segundo nível e não idade

- Prontidão para a competição

- Treinamento pautado nos Regulamentos*

- Especialização precoce*

- Alterações nos Regulamentos

- Infraestrutura e Logística

- Questões de Infraestrutura

- Treinamento pautado nos Regulamentos*

- Especialização Precoce*

Ponto

s

Neg

ativ

os

Ponto

s

Posi

tivo

s

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Discussão

Pontos PositivosCompetitividade/ Competência

Em alguns discursos, manifesta-se a preocupação eminserir a atleta na competição em que o nível técnicoesteja próximo de suas competidoras oponentes.

(TUPINIQUIM et al., 2010)

Referência na modalidade

Os jogos são competições referência pois, a partirdestes, saem grande parte dos atletas da seleçãobrasileira;

A presença da imagem do ginasta de alto nível tem sido

positiva para atletas de níveis menores nos JR e JA,

incentivando-os e motivando-os a permanecer no

esporte.

(LIMA, 2016; NUNOMURA; PIRES; CARRARA, 2009)

Experiência para as atletas

A partir das falas dos técnicos foi possível observar que,para as atletas, a experiência competitiva é benéfica

em diversos aspectos → motivações / aprendizados.

(LOPES; NUNOMURA, 2007)

Competição como treinamento e feedback

Para todos os técnicos, os JR e JA são competições

úteis para avaliação de desempenho, bem como parapreparação psicológica para competições maiores.

Treinamento segundo nível e não idade

Percebe-se uma grande importância em explorar as

habilidades individuais de suas ginastas → conduzi-

las em turmas de treinamento que estejam de acordo

com suas capacidades e seu desenvolvimento.

(TSUKAMOTO; NUNOMURA, 2005)

Prontidão para a competição

Os entrevistados demonstram nítida preocupação em

levar uma ginasta preparada para encarar o nível de

exigência e o ambiente da competição.(DE ROSE JR., 2009)

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Discussão

Pontos Negativos

Alterações nos Regulamentos

• Categoria com o maior número dedivergências nas opiniões dos entrevistados;

Técnicos que acreditam que o regulamento deve ser atualizado;

X

Técnicos que colocam que o regulamento está de acordo e não é necessário que atualizações

sejam feitas;

• O fato de haver diferença significativa nasopiniões dos técnicos pode ter resultado,inclusive, em dificuldades no avanço técnicodos regulamentos.

Infraestrutura

• A estrutura dessas competições não têmacompanhado a evolução da modalidade →falta de aparelhagem atual e segura para asatletas;

• Com exceção à um dos sujeitos, todos ostécnicos dispõem de locais de treinamentoprecários para suas atletas;

• Alguns técnicos, para lidar com estaproblemática, levam suas ginastas para outroscentros de treinamento.

• Logística dos JR e JA → desorganizada.Esta questão, inclusive, dificulta a participaçãode alguns municípios, que dependem de umaprévia organização e planejamento da própriacidade para levar suas atletas.

(SCHIAVON et al., 2014; LIMA et al., 2016)

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Ponto Positivo:

Alguns técnicos mencionaram que, como ponto

positivo, este regulamento pré-determinado

facilita o planejamento do trabalho para atingir

seu objetivo principal: a competição.

Ponto Negativo:

Em contrapartida, em alguns casos esta estratégia

pode restringir as chances de expansão do acervo

motor da ginasta.

(TSUKAMOTO et al., 2008; TUPINIQUIM et al., 2010)

Discussão

Treinamento pautado nos Regulamentos:

Especialização Precoce:

Pontos Positivos:

As opiniões convergiram de que a especialização

não traz benefícios à ginasta e, portanto, não

deveria ser encorajada;

Todos trabalham com uma formação geral de suas

atletas dentro da modalidade, nos 4 aparelhos e

evitam o direcionamento, pois acreditam na

riqueza de habilidades obtidas pelo treinamento.

Pontos Negativos:

É de conhecimento que, em alguns casos, aespecialização pode acontecer;

Pode ser também fator para abandono prematurode ginastas antes de alcançar seu pico derendimento → Desmotivação; Monotonia notreinamento; Não-obtenção de resultados.

(TSUKAMOTO et al.,2008; BARA FILHO; GUILLÉN GARCIA, 2008)

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Considerações Finais

A inserção no ambiente competitivo foi considerada essencial para todos os técnicos, pois incentiva,

motiva e direciona o treinamento, ora para os atleta, ora para os técnicos.

Ainda não há um consenso sobre as adaptações em relação aos regulamentos de competição. Por um

lado direciona os menos experientes, por outro pode delimitar o trabalho de alguns técnicos e atletas.

Considera-se de extrema importância promover um treinamento amplo em possibilidades, menos

direcionado, com infraestrutura favorável para um bom trabalho e conteúdos adequados a fase de

desenvolvimento da ginasta.

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Referências Bibliográficas

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Editora Edições 70, 2010.

BARA FILHO, M; GUILLÉN GARCIA, F. Motivos do abandono no esporte competitivo: um estudo retrospectivo. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.22, n.4,

p.293-300, out./dez. 2008.

DE ROSE JR, D. Esporte, Competição e Estresse: Implicações na Infância e Adolescência. In DE ROSE JR., D. e colaboradores. Esporte e atividade física na

infância e na adolescência: Uma abordagem multidisciplinar. 2º ed., Porto Alegre, Artmed, 2009, p. 103-114.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO,SECRETARIA DE ESPORTE, LAZER E JUVENTUDE. COORDENADORIA DE ESPORTE E LAZER.

Regulamento Dos Jogos Regionais. Portaria G.Cel 08/2014.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO,SECRETARIA DE ESPORTE, LAZER E JUVENTUDE. COORDENADORIA DE ESPORTE E LAZER.

Regulamento Dos Jogos Abertos “Horácio Baby Barioni”. Portaria G.Cel 09/2014.

LIMA, L. Representatividade da ginástica artística feminina paulista no cenário brasileiro (2011-2014). Dissertação. Universidade Estadual Paulista, Instituto de

Biociências de Rio Claro, Rio Claro, 2016.

MILISTETD, M. et al. Análise da organização competitiva de crianças e jovens: adaptações estruturais e funcionais. Rev. Bras. Ciênc. Esporte. 2014;36(3):671-678.

NUNOMURA, M.; PIRES, F.; CARRARA, P. Análise do treinamento na ginástica artística brasileira. Revista brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.31,

n.1, p.25-40, 2009.

SCHIAVON, L.et al. Análise da formação e atualização dos técnicos de ginástica artística do Estado de São Paulo. Pensar a Prática, Goiânia, v. 17, n. 3, p. 618-635,

jul./set. 2014.

TSUKAMOTO, M. et al. Análise Pedagógica Dos Regulamentos De Ginástica Artística. XII Congresso Ciências do Desporto e Educação Física, 2008.

TSUKAMOTO, M.; NUNOMURA, M. INICIAÇÃO ESPORTIVA E INFÂNCIA: UM OLHAR SOBRE A GINÁSTICA ARTÍSTICA. Rev. Bras. Cienc. Esporte,

Campinas, v. 26, n. 3, p. 159-176, maio 2005.

TUPINIQUIM, C. et al. A MASSIFICAÇÃO NO TROFÉU SÃO PAULO DE GINÁSTICA ARTÍSTICA: TEORIA OU PRÁTICA?. Rev. ARQUIVOS em

Movimento, Rio de Janeiro, v.6, n.1, p.108-125, jan./jun.2010.