Formação de Educadores Ambientais

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Projeto PROPONENTES: IBECC/UNESCO Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura Comissão Estadual São Paulo. LAPSI-IP-PST/USP: Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Curso de Formação de Professores-Educadores Ambientais para atuação no Território

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Trabalho em parceria entre IPUSP e Diretoria de Ensino Norte 1, com objetivo de formar futuros educadores ambientais para atuar nas escolas públicas.

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Projeto

PROPONENTES: IBECC/UNESCO – Instituto

Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura – Comissão Estadual São Paulo.

LAPSI-IP-PST/USP: Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção do Instituto de Psicologia da

Universidade de São Paulo.

Curso de Formação de Professores-Educadores Ambientais

para atuação no Território

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Projeto de Curso de Difusão / Atualização:

FORMAÇÃO DE PROFESSORES-EDUCADORES AMBIENTAIS PARA ATUAÇÃO

NO TERRITÓRIO

I - INTITUIÇÕES PROPONENTES E EXECUTORAS:

IBECC/UNESCO – Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura –

Comissão Estadual São Paulo.

Endereço: Rua Lúcio Martins Rodrigues, s/nº, Travessa 4, Bloco 17,

Sala 15-B - Cidade Universitária São Paulo – SP CEP: 05508-030

TELEFONE: 3091-5089

LAPSI-IP-PST/USP: Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção

do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia

da Universidade de São Paulo.

Endereço: Av. Prof. Mello Moraes 1721 - Bloco A - Sala 145 - Cidade

Universitária São Paulo – SP CEP: 05508-030 TELEFONE: 3091-5024

Histórico: Desde 1957, o IBECC/UNESCO presta larga contribuição ao

desenvolvimento da C&T no Brasil; entre suas ações atuais encontram-se a

realização do Concurso Cientistas do Amanhã, o convênio com o Fundo Nacional do

Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente para a execução do projeto “Coletivo

Educador da Região Norte da Cidade de São Paulo” e o convênio com o Ministério do

Trabalho e Emprego para a produção da “Qualificação Social do Educador Ambiental

Popular”, que inclui a publicação de diversos livros e vídeos educativos sobre a

temática socioambiental. O curso ora proposto será desenvolvido em parceria com o

LAPSI-IP-PST/USP, que agrega pesquisadores de várias universidades brasileiras e

estrangeiras, sediando o desenvolvimento de projetos de pós-doutorado, mestrado e

doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da USP, do

PROCAM - Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental e do Programa de

Pós-Graduação Interunidades em Ecologia Aplicada da Universidade de São Paulo.

O grupo de pesquisa atuante nesse laboratório vem realizando diversos estudos,

além da organização de eventos e publicações, sobre a temática socioambiental e de

intervenção social; atualmente realiza, entre outros, o projeto intitulado “Cunha.

Raízes Caipira. Observatório Regional de Gestão e Planejamento Participativo”,

financiado pelo CNPq (Processo nº 501635/2005-0).

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II - DIAGNÓSTICO E JUSTIFICATIVA:

Nos dias de hoje, cientistas, gestores públicos e professores têm se defrontado

com o desafio de encontrar estratégias efetivas para a educação ambiental, bem como

para a comunicação dos conhecimentos científicos necessários à compreensão dos

resultados ecológicos das ações humanas – desnecessário enfatizar a importância e

urgência dessa tarefa, frente à crise ambiental planetária que estamos vivenciando.

Do ponto de vista estratégico, é possível promover a educação ambiental não

somente junto aos alunos, mas também à comunidade do entorno, utilizando-se a

estrutura formal de ensino já disponível como estação irradiadora de informações e

incentivadora de reflexões; as escolas estaduais, mormente as dos grandes centros

urbanos, são um foco privilegiado para esse trabalho, pois concentram um número

expressivo de alunos, em sua maioria oriundos dos segmentos sociais com menor

acesso aos dispositivos formais e informais de comunicação do conhecimento sobre a

problemática ambiental hodierna.

Contudo, não se trata de um trabalho trivial: os professores necessitam receber

uma formação específica, não apenas para atualizar e ampliar seu conhecimento

sobre as complexas relações entre as atividades antrópicas e o ambiente, como

também sobre as inter-relações dessa problemática com as mudanças

socioambientais globais; além disso, é preciso refletir e compreender as

características, potenciais e limites de qualquer intervenção social, posto que não

basta transmitir conhecimentos – é preciso promover mudanças de comportamento e

o comprometimento efetivo da comunidade escolar na busca de soluções criativas e

compartilhadas para o enfrentamento da questão.

O projeto ora apresentado expressa, em si mesmo, um compromisso dessa

natureza: constituiu-se como resultado de um esforço sinérgico de colaboração entre o

Projeto Coletivo Educador da Região Norte da Cidade de São Paulo, que vem sendo

desenvolvido desde junho de 2007 pelo IBECC/UNESCO, em parceria com o

Lapsi/USP e mediante convênio entre o IBECC/Unesco e o Fundo Nacional do Meio

Ambiente, e as Diretorias de Ensino Norte 1 e Norte 2, da Secretaria Estadual de

Educação - São Paulo.

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Ao longo do segundo semestre de 2007, a equipe do projeto Coletivo Educador

realizou, com o apoio das mencionadas Diretorias de Ensino, oficinas de trabalho com

professores de escolas estaduais situadas nos distritos de Anhangüera, Brasilândia,

Cachoerinha, Jaraguá, Perus, Mandaquí e Tremembé, a fim de discutir as

necessidades e os balizamentos mínimos para um processo de formação, voltados à

capacitação para uma intervenção mais efetiva nos problemas socioambientais

daquela região.

Note-se que este território configura o extremo norte da metrópole paulistana e

abriga uma população aproximada de um milhão de habitantes; do ponto de vista

socioambiental, apresenta muitos aspectos críticos: grande concentração de áreas de

risco decorrentes de assentamentos humanos em regiões ambientalmente

inadequadas, especialmente aquelas próximas da Serra da Cantareira e, dada a

grande quantidade de córregos e riachos nela existentes, apresenta, também,

ocorrências de inundações e alagamentos com características catastróficas; ambos

processos, derivam, circularmente, da vulnerabilidade socioeconômica da população

que as ocupa perpetuando-as, ao mesmo tempo, na condição de vulnerabilidade. Em

contrapartida, trata-se de um território rico em áreas preservadas: na Serra da

Cantareira, situa-se o Parque Estadual da Cantareira em cujo entorno localizam-se

áreas de proteção e recuperação de mananciais; existem, ainda, no território, mais

dois parques estaduais, Horto Florestal e Jaraguá. Contíguo a este último parque,

existe uma reserva da nação indígena Guarani. Situa-se, ainda na mesma região, o

Parque Municipal Anhangüera, o maior parque municipal da cidade de São Paulo

(para maior detalhamento das características da região, vide Anexo 1).

Atuando nesse contexto, as Diretorias de Ensino Norte 1 e Norte 2 vêm

desenvolvendo diversas iniciativas no sentido de promover, entre professores, alunos

e população, a conscientização e o enfrentamento dos problemas ambientais que

atingem a região - dentre essas iniciativas, destaca-se a criação, em 2006, do Grupo

dos Professores Pós-Graduandos e Pós-Graduados da Diretoria de Ensino Norte 1,

com a finalidade de oferecer aos professores participantes experiências de ensino e

aprendizagem, de pesquisa e de formação, fundamentadas na metodologia do Estudo

do Meio, afora diversos projetos em desenvolvimento nas escolas. Essas iniciativas

culminaram na realização do “I Fórum de Educação Ambiental da Diretoria de Ensino

da Norte 1”, em novembro de 2007. Ao longo dos quatro dias do encontro, realizaram-

se palestras, oficinas, exposição de pôsteres e no último dia, a realização do fórum de

discussões e proposituras a serem implementadas nas escolas da diretoria, durante as

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quais patenteou-se a necessidade de definir um processo formativo que garantisse o

aprofundamento e a continuidade das orientações junto aos professores. Após várias

discussões entre o IBECC/UNESCO, o Lapsi/USP e os Assessores Técnicos

Pedagógicos de ambas as DEs, e tomando-se como parâmetros as discussões

ocorridas durante as oficinas com os professores, definiu-se afinal, no primeiro

semestre de 2008, a proposição de um curso de atualização, a ser oferecido

inicialmente ao quadro docente das DEs Norte 1 e Norte 2, fora do horário de trabalho

dos professores e com uma carga horária suficiente para que os participantes

pudessem apresentá-lo como requisito para evolução funcional não acadêmica.

Em suma, o projeto justifica-se, em primeiro lugar, pelo atendimento da

necessidade de formação e atualização reconhecida e manifestada pelos professores;

por outro lado, justifica-se também pelo potencial eurístico de sua aplicação no âmbito

das DEs Norte 1 e Norte 2, posto tratar-se de uma região que apresenta todos os

elementos críticos que caracterizam as “fronteiras urbanas” das metrópoles

contemporâneas – pode-se esperar que tal aplicação propicie um desenvolvimento

teórico-conceitual e metodológico replicável e útil para a otimização do desempenho

da rede de ensino formal como estação irradiadora de informações e incentivadora de

reflexões sobre a problemática socioambiental; além disso, espera-se que contribua

para a superação dos aspectos negativos presentes no território, na direção de uma

situação socioambiental mais harmoniosa e sustentável.

III - OBJETIVOS:

Oferecer aos professores/coordenadores um espaço de diálogo e formação

continuada, no qual poderão ampliar a compreensão dos desafios

contemporâneos colocados à escola pública, no exercício de seu papel social

de promover a igualdade de acesso e utilização do conhecimento científico e

tecnológico e dos bens culturais, necessários ao trabalho, convívio, plena

cidadania e consciência ambiental.

Sensibilizar, capacitar e orientar os professores para o planejamento, execução

e avaliação de ações educativas, vinculadas aos conteúdos disciplinares

específicos de sua área de competência, orientadas para a geração das

condições favorecedoras, no alunado, do apreço pelo conhecimento científico e

do desenvolvimento das habilidades e competências necessárias ao exercício

da atividade científica, bem como para promover a aplicação desses

conhecimentos, habilidades e competências na identificação e no

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enfrentamento criativo dos problemas presentes na realidade socioambiental

desses alunos, seja no âmbito pessoal, familiar, escolar ou comunitário.

Auxiliar o professor, através de metodologias participativas, na elaboração e

desenvolvimento de planos de mapeamentos, diagnósticos e intervenções

sobre os problemas verificados no entorno escolar, contribuindo para o

fortalecimento das relações entre a escola e a comunidade e para a superação

das vulnerabilidades socioambientais do território.

IV - PÚBLICO ALVO:

Professores e coordenadores pedagógicos do Ensino Fundamental e Ensino Médio

da rede escolar estadual.

V - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

O ensinar e as atividades do ensinar

Elementos fundamentais da psicologia socioambiental

Práticas e políticas em educação ambiental

Metodologias participativas e sua aplicação na constituição de núcleos auto-

sustentáveis para o enfrentamento de questões socioambientais

Mudanças ambientais globais: terra, ar, água e fogo

Os condicionantes da crise ambiental e as possíveis alternativas para o seu

enfrentamento

Mapeamento e diagnóstico de problemáticas socioambientais

Planejamento participativo de intervenções sobre problemas socioambientais

em territórios de comunidades

Intervenções participativas e avaliação de ações sobre problemas

socioambientais em territórios de comunidades

VI - METODOLOGIA:

O trabalho pauta-se no método da Pesquisa-Ação Participante, desenvolvido por Kurt

Lewin. Nessa perspectiva, os grupos (turmas) funcionarão como “Laboratórios de

Pesquisa-Ação”, entendidos como um dispositivo de intervenção psico-socioambiental

que conjuga, em suas finalidades, preocupações teórico-metodológicas e ético-

políticas, organizados de modo a colher elementos empíricos para aprofundar as

análises sobre os fenômenos socioambientais, refinar os modelos explicativos e

aprimorar os procedimentos utilizados para produzir reflexividade sobre os processos

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sócio-históricos e de socialização que condicionam as possibilidades de pensamento,

expressão, interlocução e ação nos diferentes grupos envolvidos, direta ou

indiretamente, no processo (professores-participantes do curso, seus alunos,

familiares, comunidade, etc.).

VII - ESTRATÉGIA:

A estratégia do trabalho consiste na realização de encontros presenciais planejados

para:

1. Promover a abertura de um espaço de livre interlocução;

2. Produzir a reflexividade sobre os processos de socialização aos quais foram

submetidos os participantes, de modo a propiciar a intensificação da

capacidade de pensamento e a emissão de juízos críticos originais sobre o

socioambiente;

3. Disponibilizar recursos conceituais, orientar a busca ativa de subsídios

teóricos e práticos e promover diálogos interdisciplinares que auxiliem os

professores na elaboração criativa de explanações e exercícios didáticos

pertinentes aos conteúdos específicos de suas atividades docentes,

explicitando as contribuições das disciplinas que constituem cada uma das

áreas curriculares, para a compreensão e enfrentamento da problemática

socioambiental contemporânea – um exemplo ilustrativo e rápido pode ser o

problema dos resíduos sólidos: as Ciências da Natureza ajudam a

compreender as conseqüências ecológicas do acúmulo de diferentes tipos de

resíduos (contaminação da água, ar e terra; ameaças à vida de diferentes

espécies; etc.) e os limites para seu manejo e eliminação (conforme as

características físicas e químicas de cada tipo de resíduo; as tecnologias de

reciclagem disponíveis; etc.). De outra parte, as Ciências Humanas podem

desvelar as relações entre as formas históricas de ordenamento cultural,

econômico, social e político das atividades antrópicas e a produção de

resíduos, bem como instruir sobre metodologias que visam interferir nessas

relações, no sentido de produzir um ordenamento mais harmonioso e

sustentável das ações humanas – interferências essas que, necessariamente,

implicam procedimentos de educomunicação, mediados pelas Linguagens e

Códigos próprios da humanidade e limitados conforme os recursos midiáticos

existentes e acessíveis. Finalmente, a matemática permite ponderar as

magnitudes envolvidas no problema e os resultados das ações intentadas para

o seu enfrentamento.

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4. Aprofundar as análises sobre as questões socioambientais da microrregião

delimitada em torno da(s) escola(s) onde atua o participante, mediante a

produção e compartilhamento do conhecimento do meio físico, biológico,

técnico, econômico, social, político e geográfico, de modo a identificar

problemas específicos daquele território, relacionando-os às problemáticas

socioambientais mais amplas;

5. Incentivar a participação dos professores nas discussões e ações

preparatórias para a III Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio

Ambiente; e

6. Orientar os professores-participantes para a reedição das experiências

vivenciadas durante o curso junto à comunidade escolar, seja no bojo de suas

atividades regulares de educação formal vinculadas à proposta pedagógica da

escola (por exemplo: incluindo nos seus planos de ensino as explanações e

exercícios didáticos elaborados durante o curso), seja através do

planejamento, implementação e avaliação de programas, ações e iniciativas

de educação informal, educomunicação socioambiental e educação em foros e

coletivos, focando os problemas identificados no território.

A pressuposição da necessidade de um processo coletivo de planejamento adaptativo

permeia todo o trabalho; neste sentido, são previstas estratégias continuadas e

flexíveis de contato, integração e articulação dos diferentes grupos envolvidos, bem

como para o acompanhamento avaliativo constante.

VIII - RECURSOS TECNOLÓGICOS:

Áudio-visuais (documentários, etc.)

Data Show

IX - AVALIAÇÃO DOS PARTICIPANTES:

A avaliação dos participantes dar-se-á mediante os seguintes procedimentos e

instrumentos:

Registro sistemático da freqüência e participação nos encontros presenciais.

Relatórios periódicos das atividades supervisionadas de mapeamento,

diagnóstico, planejamento e intervenção socioambiental no território de

inserção da escola (replicação de metodologias propostas no curso, com

alunos e/ou grupos comunitários).

Trabalho de Conclusão, incluindo um relato da experiência do curso e o

planejamento da continuidade da atuação.

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X - AVALIAÇÃO DO CURSO:

O curso será avaliado pelos segmentos envolvidos em sua realização, mediante os

seguintes procedimentos e instrumentos:

Professores participantes: comunicação oral ao final de cada encontro

presencial e comunicação escrita no bojo do Trabalho de Conclusão;

preenchimento de Formulário de Avaliação (anônimo) no final do quinto e do

décimo encontro presencial.

Ministrantes: reuniões mensais de avaliação e comunicação escrita no bojo do

Relatório Final do Curso, enfocando a análise circunstanciada dos resultados

do processo, com sugestões de aprimoramento para as eventuais edições

subseqüentes.

Parceiros: Reunião de discussão do Relatório Final do Curso, com

representantes do IBECC/Lapsi e das Diretorias de Ensino envolvidas.

XI - BIBLIOGRAFIA:

AB’SABER, A. (2002). Entrevista concedida a Marcello Tassara para o vídeo-documentário “USP Recicla”. São Paulo: CECAE-USP.

ARDANS, O. (2001). Apontamentos sobre a metamorfose humana. Um ensaio de Psicologia Social. Tese de doutorado em Psicologia Social. São Paulo: PUCSP.

BARBOSA, V. B. (2005). Modelagem interativa no espaço social: novas perspectivas para o planejamento. São José dos Campos, SP: UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba. Dissertação de Mestrado em Planejamento Urbano e Regional. Orientador: Prof. Dr. José Oswaldo Soares de Oliveira.

BARROS, M. (1990). Gramática expositiva do chão (poesia quase toda). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

DENNING, M. (2004). A cultura na era dos três mundos. Trad. Cid Knipel. São Paulo: Francis, 2005.

HABERMAS, J. (1981a). “Dialéctica de la racionalización.” In: Ensayos políticos. Trad. Ramon Garcia Cotarello. Barcelona, Península. P. 137-176.

HABERMAS J.(1981b) Teoria de la acción comunicativa. Trad. Manuel Jimenez Redondo. Madrid: Taurus, 1987. 2 vol.

LEWIN, K. (1948). Problemas de dinâmica de grupo. Trad. Miriam Moreira Leite. São Paulo : Cultrix, 2a. ed. 1973.

MARRAMAO, G. (1994). Céu e terra. Genealogia da secularização. Trad. Guilherme A. G. de Andrade. São Paulo : Ed. UNESP, 1997.

PESSOA, F. (1997). Livro do desassossego. São Paulo, Companhia das Letras, 1999.

SANTOS, B.S. (s/d). “Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências” Disponível in: http://www.ces.uc.pt/bss/documentos/sociologia_das_ausencias.pdf - acesso em 07/06/2006

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SCHAMA, S. (1995). Paisagem e memória. Trad. H. Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

TASSARA, E T. O. (org.) (2001). Panoramas interdisciplinares para uma psicologia ambiental do urbano. São Paulo: EDUC/FAPESP.

TASSARA, E T. O. (2005). “Intervenção psicossocial: desvendando o sujeito histórico e desvelando os fundamentos da educação ambiental crítica”. in: FERRARO JR., Luiz Antonio (Org.). Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras(es) Ambientais e Coletivos Educadores. Brasília: Ministério do Meio Ambiente - Diretoria de Educação Ambiental, p. 204-217. Versão eletrônica disponível in: http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/og/pog/arqs/encontros.pdf

TASSARA, E T. O. (2003). “Participação emancipatória: reflexões sobre a mudança social na complexidade contemporânea” in: Imaginário-USP, 9, p. 15-31.

TASSARA, E T. O. e ARDANS, O (2006). Educação socioambiental: democracia, sustentabilidade e território. Relatório de pesquisa apresentado à Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. São Paulo: Universidade de São Paulo / UNESCO / MMA.

Tassara, E. T. O., & Ardans, O. (2006). Mapeamentos, diagnósticos e intervenções participativos no campo socioambiental. Documento Técnico. Brasília. Ministério do meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental.

TASSARA, E.T.O. e DAMERGIAN, S. (1996). “Para um novo humanismo: contribuições da Psicologia Social” in: Estudos Avançados, USP, 10(28), p. 291-316.

TASSARA E.T.O. ; RABINOVICH, E. P. e GUEDES, M.C. (2004). Psicologia e Ambiente. São Paulo: Educ.

XII - CRITÉRIOS DE CERTIFICAÇÃO:

75% de freqüência nos encontros presenciais.

Realização das atividades supervisionadas e entrega dos respectivos

relatórios, com nota mínima 7,0 (sete).

XIII - PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS:

COORDENADORA:

Prof.a Dra. Eda Terezinha de Oliveira Tassara

VICE COORDENADOR:

Prof. Dr. Gustavo Martineli Massola

MINISTRANTES:

Prof.a Dra. Eda Terezinha de Oliveira Tassara

Graduada em Física pela USP, Mestre e Doutora em Psicologia Experimental, Livre-

Docente em Psicologia Social e Professora Titular em Psicologia Socioambiental pelo

Instituto de Psicologia da USP, é Chefe do Departamento de Psicologia Social e do

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Trabalho do Instituto de Psicologia da USP, presidente do IBECC Instituto Brasileiro de

Educação Ciência e Cultura /UNESCO, Comissão Estadual de São Paulo e Membro

do Conselho de Museus e do Conselho do Museu de Ciências da mesma

Universidade. Com pós-doutoramento no Departamento de Física da Universidade de

Pisa (Itália) mediante bolsa da FAPESP, é Professora Visitante desta Universidade e

da Universidade de Paris V e da EHESS Ecole des Hautes Etudes en Sciences

Sociales (França). Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social

da USP e do PROCAM - Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Ciência

Ambiental, é Coordenadora do LAPSI Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e

Intervenção, tendo várias publicações nas áreas de Metodologia da Ciência em

Psicologia Social, da Problemática Socioambiental, da Psicologia Ambiental e da

Educação Ambiental.

Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3889873314551168

Prof. Dr. Gustavo Martineli Massola

Bacharel em Psicologia (1997) e Psicóloga (1998) pelo Instituto de Psicologia da

Universidade de São Paulo, Mestre (2001) e doutor em Psicologia Social (2005) pelo

Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do IP-USP. Atualmente é Professor

do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP

e diretor do Instituto Brasileiro de Educação Ciência e Cultura. Tem experiência na

área de Psicologia. Atuando principalmente nos seguintes temas: Prisioneiros,

Controle social, Psicologia Social, Políticas públicas, Instituições.

Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7808931862068972

Dr. Nicolau Tadeu Arcaro

Possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1981), e também

mestrado (1989) e doutorado (1997) em Psicologia pela mesma instituição.

Atualmente é profissional liberal, pesquisador ligado ao Laboratório de Psicologia

Socioambiental e Intervenção (LAPSI), da Universidade de São Paulo, e ao Instituto

Brasileiro de Educação Ciência e Cultura (IBECC/UNESCO), além de colaborador do

Instituto Gestalt de São Paulo. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em

Tratamento e Prevenção Psicológica e Psicologia Organizacional, atuando

principalmente nos seguintes campos de trabalho: clínica, pesquisa, docência,

desenvolvimento comunitário, escolas, recursos humanos e saúde mental. Atua ainda

como consultor empresarial e na área de pesquisa de mercado.

Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2326303025554688

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Dra. Sandra Maria Patrício Vichietti

Bacharel em Psicologia (1997) e Psicóloga (1998) pelo Instituto de Psicologia da

Universidade de São Paulo, Mestre (2001) e doutora em Psicologia Social (2008) pelo

Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do IP-USP. Atualmente, atua no

projeto "Coletivo Educador da Região Norte da Cidade de São Paulo", em execução

pelo IBECC/UNESCO em convênio com o Fundo Nacional do Meio Ambiente. Tem

experiência na docência e na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia

Socioambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: formação do psicólogo,

intervenção psicossocial no ambiente urbano e história oral.

Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6404152265871629

MONITORES:

Bel. Ive Naomi Sassano

Bacharel em Psicologia e Psicóloga (2000) pelo Instituto de Psicologia da

Universidade de São Paulo. Atualmente faz parte do grupo de pesquisadores do

Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção (LAPSI/IPUSP).

Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9345347442610507

Ms. Luciana Pires Gil

Psicóloga graduada pela Universidade Mackenzie e mestra em Psicologia Social pela

PUC-SP com pesquisa na área de políticas púbicas versando sobre a concepção de

adolescência assumida por educadores que atuam em projetos sociais em ONGs.

Atuou no terceiro setor, como educadora social no Projeto Aprendiz e voluntária na

Ashoka empreendedores sociais. Atualmente faz parte do grupo de pesquisadores do

Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção (LAPSI/IPUSP) e também

atua como consultora organizacional na área de recrutamento e seleção de pessoal.

Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2585780572740190

Bel. Marcela Mendes Mejias

Oceanóloga formada pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(FURG), com o trabalho de conclusão de curso intitulado: "O LabGerCo em um

primeiro diagnóstico: Laboratório de Gestão de Informação Institucional da região

costeira do Rio Grande do Sul e Formação de Atores para a Gestão Ambiental." ,

Estagiária-bolsista por mais de 2 anos pelo Programa Costa Sul desenvolvendo

diversas tarefas relacionadas ao Gerenciamento Costeiro e SIG (Sistemas de

Informação Geográfica). Atualmente faz parte do grupo de pesquisadores do

Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção (LAPSI/IPUSP).

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Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7542804677262446

Bel. Rodrigo Reche Simon Peppe

Possui graduação em Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade São Judas

Tadeu (2004) , especialização em Gestão Ambiental pela Faculdades Oswaldo Cruz

(2006) e curso-técnico-profissionalizante em Curso Técnico em Meio Ambiente pelo

Colégio São Judas Tadeu (1998) . Atualmente é Professor de Primeiros Socorros do

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, Professor de inglês e francês da E.T.E.

Professor Camargo Aranha e faz parte do grupo de pesquisadores do Laboratório de

Psicologia Sócio-Ambiental e Intervenção (LAPSI/IPUSP).

Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8935534733090081

XIV - ORGANIZAÇÃO:

CARGA HORÁRIA TOTAL: 100 horas.

XV – PLANO DE ENSINO PARA A TURMA DE 2008:

1. CRITÉRIO DE SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES:

Professores e coordenadores pedagógicos do Ensino Fundamental e Ensino Médio

das escolas estaduais da área de abrangência das Diretorias de Ensino Norte 1 e

Norte 2 da cidade de São Paulo.

2. LOCAIS DE REALIZAÇÃO:

Diretoria de Ensino Norte 1:

Rua Faustolo, 281 - Água Branca

Diretoria de Ensino Norte 2:

Rua Plínio Pasquim, 217 - Parada Inglesa

3. PERÍODO DE REALIZAÇÃO:

9 de outubro/2008 a 24 de janeiro de 2009.

4. TOTAL DE VAGAS:

100, divididas em 4 turmas de até 25 professores-participantes.

5. CALENDÁRIO DOS ENCONTROS PRESENCIAIS:

Turma 1 - Diretoria de Ensino Norte 1: Sábados, das 8:00 às 12:00h e das 14:00h às 18:00 h Datas: 11, 18 e 25/10/2008; 1, 8 , 22 e 29/11/2008; 6 e 13/12/2008; 10, 17 e 24/01/2009.

Turma 2 - Diretoria de Ensino Norte 1: Quintas-feiras, das 8:00 às 12:00h e das 14:00h às 18:00 h.

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Datas: 9, 16, 23 e 30/10/2008; 6, 13, 20 e 27/11/2008; 4 e 11/12/2008; 8 e 15/01/2009.

Turma 3 - Diretoria de Ensino Norte 2: Sábados, das 8:00 às 12:00h e das 14:00h às 18:00 h Datas: 11, 18 e 25/10/2008; 1, 8 , 22 e 29/11/2008; 6 e 13/12/2008; 10, 17 e 24/01/2009.

Turma 4 - Diretoria de Ensino Norte 2: Sextas-feiras, das 8:00 às 12:00h e das 14:00h às 18:00 h. Datas: 10, 17, 24 e 31/10/2008; 7, 14, 21 e 28/11/2008; 5 e 12/12/2008; 9 e

16/01/2009.

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ANEXO 1:

BREVE CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO NORTE DA CIDADE DE SÃO PAULO:

O extremo norte do Município de São Paulo, acompanhando o desenho da

Serra da Cantareira até o Pico do Jaraguá, abrange os distritos administrativos

denominados: Tremembé, no extremo norte, Mandaquí, Cachoeirinha, Brasilândia,

Jaraguá, Perus e Anhangüera, no extremo noroeste. A área total desse território é de

191,55 Km² (SEMPLA / Geocidade de São Paulo) e sua população é de 913.969

habitantes (IBGE - Censo 2000 ).

Distritos Área (Km²) População

Tremembé 57,80 163.803

Mandaquí 13,32 103.113

Cachoeirinha 13,54 147.649

Brasilândia 21,13 247.328

Jaraguá 28,42 145.900

Perus 23,61 70.689

Anhangüera 33,73 35.689

Total 191,55 913.969

IBGE – Censo 2000

De acordo com a atual divisão administrativa do município de São Paulo em

subprefeituras, temos o seguinte quadro de correspondências Distrito/Subprefeitura:

Distrito Subprefeitura

Tremembé Jaçanã/Tremembé

Mandaqui Santana/Mandaquí

Cachoeirinha Casa Verde/ Limão

Brasilândia Freguesia do Ó/Brasilândia

Jaraguá Pirituba

Perus Perus/Anhangüera

Anhanguera Perus/Anhangüera

Os sete distritos elencados definem as divisas com os municípios de

Guarulhos, Mairiporã, Caieiras, Cajamar, Santana de Parnaíba e Osasco e, de acordo

com o Mapa Oficial da Cidade (MOC), a maior parte desses territórios era definida

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como zona rural e atualmente como “macrozona de proteção ambiental”. A

geomorfologia desse território é composta, predominantemente, de rochas cristalinas

que dão sustentação à Serra da Cantareira formatando o terreno montanhoso que se

estende por toda a região norte até as planícies das antigas áreas de várzea do Rio

Tietê. Esse terreno irregular é entrecortado por dezenas de córregos que formam

algumas das sub-bacias pertencentes à Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.

Esta área desempenha um importante papel na manutenção da biodiversidade

do município de São Paulo, posto que o entorno da Serra da Cantareira é Área de

Recuperação e Proteção de Mananciais (ARPM); conta com três importantes Parques

Estaduais: Cantareira, Alberto Löefgren (Horto Florestal) e do Jaraguá; conta, ainda,

com o Parque Municipal Anhanguera e a Reserva Guarani, ao lado do Parque

Jaraguá – Aldeia Tekoa Pyau, em que, atualmente, vivem cerca de 120 famílias

(cerca de 450 guaranis).

Outro fator relevante dessa área é a cobertura vegetal característica do bioma

Mata Atlântica do qual o município de São Paulo faz parte. A maior parte da

vegetação do município se concentra na região sul, em que os Distritos de Marsilac e

Parelheiros detém 64% da vegetação nativa. O Distrito do Tremembé, sozinho, ainda

conserva a terceira maior concentração de vegetação nativa que corresponde à 11%

da cobertura vegetal original encontrada no município de São Paulo. O retrato da

ocupação territorial, no contexto metropolitano, resulta de transformações

socioambientais impostas ao território ao longo do século XX, combinando intensas

dinâmicas sócio-econômicas e demográficas decorrentes do processo de

industrialização e dos fluxos migratórios.

Hoje, podemos verificar duas tendências do processo de crescimento e

adensamento da área urbanizada de São Paulo: a primeira consiste no adensamento

de áreas consolidadas com a verticalização e implementação de novas centralidades

no vetor sudoeste e, ao mesmo tempo, a deterioração em algumas áreas do entorno

do centro histórico; o segundo processo consiste no crescimento horizontal e

periférico da mancha urbana, denominada de “urbanização precária” (Meyer,

Gronstein e Biderman, 2004), impulsionada por uma população de baixa renda e sem

acesso à tecnologia urbanístico-arquitetônica apropriada, utilizando-se de

mecanismos informais e irregulares, construindo a chamada “cidade ilegal”,

reproduzindo as vulnerabilidades às quais essa população está historicamente

exposta.

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Esta tendência, que culmina na chamada “urbanização precária”, caracteriza o

território abrangido neste projeto. Assim sendo, ao analisarmos os dados do IBGE-

Censo 2000, verificamos que a taxa anual de crescimento demográfico do município

de São Paulo foi de 0,91% ao ano, enquanto os Distritos da Brasilândia, Anhanguera,

Jaraguá, Perus e Tremembé apresentaram taxas maiores que 2% ao ano. Ao

cruzarmos os dados demográficos com os dados de renda domiciliar, verificamos que

nestes Distritos estão concentradas as famílias mais pobres da zona norte. Pode-se

constatar, também, no território, uma situação de alta vulnerabilidade social referente à

incidência de famílias apresentando índices baixos de renda e escolaridade, associada

à alta densidade de jovens na população.