FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS · cursos de Licenciatura em Pedagogia. O...

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FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS BORGES, Elizabete Velter – CEIM Claudina da Silva Teixeira 93 MARQUES, Inês Velter – Escola Estadual Presidente Vargas 94 LIMA, Terezinha Baze - UNIGRAN 95 Resumo: Este estudo está relacionado ao viés da formação docente na Educação de Jovens e Adultos e que este por sua vez, tem merecido um olhar diferenciado na formação inicial nos cursos de Licenciatura em Pedagogia. O referencial teórico e a proposta metodológica teve como base os estudos de Antonio Nóvoa (1995); Carlos Rodrigues Brandão (1996); Geraldi, Fiorentini e Pereira (Org.) (2003); Moacir Gadotti (2001); Paulo Freire (2003). A metodologia fundamentou-se em uma proposta de intercâmbio com outras instituições de ensino superior do estado, como a UFMS e IESF/FUNLEC- Campo Grande –MS, nas quais tem contribuído para a ampliação do debate sobre as políticas de formação de professores que atendam realmente as especificidades desta faixa etária. Os resultados apontaram sobre a importância de inclusão de uma disciplina obrigatória sobre EJA no currículo do Curso de Pedagogia, a fomentação em relação a Iniciação Científica, a implementação do Programa EJA UNIGRAN, o desenvolvimento de linha de pesquisa sobre a temática, a orientação de pesquisas acadêmicas dos trabalhos de conclusão de curso e o fortalecimento da produção científica na área. Verificou-se também que o educador precisa buscar uma prática pedagógica, crítico- reflexiva para orientar os seus educandos numa didática de educar pela pesquisa, analisando o contexto histórico, social e político e de cada aluno, auxiliando-os a construir uma sociedade mais justa e igualitária. Palavras chave: Formação docente – Educação de Jovens e Adultos – Prática Pedagógica. INTRODUÇÃO A ideia deste artigo é a de dar conta de uma concepção da atividade de pesquisa-ação como pesquisa-formação, no que consiste que em cada etapa da pesquisa é uma experiência a ser elaborada para que quem nela estiver empenhado possa participar de uma reflexão teórica 93 Mestra em Educação pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD – [email protected] 94 Mestra em Educação pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD – [email protected] 95 Doutora em Educação – [email protected] 138 III EHECO – CatalãoGO, Agosto de 2015

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FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

BORGES, Elizabete Velter – CEIM Claudina da Silva Teixeira93

MARQUES, Inês Velter – Escola Estadual Presidente Vargas94

LIMA, Terezinha Baze - UNIGRAN95

Resumo: Este estudo está relacionado ao viés da formação docente na Educação de Jovens eAdultos e que este por sua vez, tem merecido um olhar diferenciado na formação inicial noscursos de Licenciatura em Pedagogia. O referencial teórico e a proposta metodológica tevecomo base os estudos de Antonio Nóvoa (1995); Carlos Rodrigues Brandão (1996); Geraldi,Fiorentini e Pereira (Org.) (2003); Moacir Gadotti (2001); Paulo Freire (2003). A metodologiafundamentou-se em uma proposta de intercâmbio com outras instituições de ensino superiordo estado, como a UFMS e IESF/FUNLEC- Campo Grande –MS, nas quais tem contribuídopara a ampliação do debate sobre as políticas de formação de professores que atendamrealmente as especificidades desta faixa etária. Os resultados apontaram sobre a importânciade inclusão de uma disciplina obrigatória sobre EJA no currículo do Curso de Pedagogia, afomentação em relação a Iniciação Científica, a implementação do Programa EJA UNIGRAN,o desenvolvimento de linha de pesquisa sobre a temática, a orientação de pesquisasacadêmicas dos trabalhos de conclusão de curso e o fortalecimento da produção científica naárea. Verificou-se também que o educador precisa buscar uma prática pedagógica, crítico-reflexiva para orientar os seus educandos numa didática de educar pela pesquisa, analisando ocontexto histórico, social e político e de cada aluno, auxiliando-os a construir uma sociedademais justa e igualitária.

Palavras chave: Formação docente – Educação de Jovens e Adultos – Prática Pedagógica.

INTRODUÇÃO

A ideia deste artigo é a de dar conta de uma concepção da atividade de pesquisa-ação comopesquisa-formação, no que consiste que em cada etapa da pesquisa é uma experiência a serelaborada para que quem nela estiver empenhado possa participar de uma reflexão teórica

93 Mestra em Educação pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD – [email protected]

94 Mestra em Educação pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD – [email protected]

95 Doutora em Educação – [email protected]

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prática sobre a formação de professores para EJA e os processos por meio dos quais ela se dáao acontecer no labor da prática pedagógica nas salas de aulas da EJA.

O texto foi organizado a partir dos resultados de uma das metas da pesquisa que vem sendodesenvolvida pela Faculdade de Educação do Centro Universitário da Grande Dourados-MS,tendo como suporte a monografia intitulada “Educação de Jovens e Adultos do Programa daUNIGRAN: um olhar sobre a formação do educador” de autoria de Elizabete Velter que atuoucomo pesquisadora colaboradora da pesquisa em desenvolvimento na UNIGRAN com apoioda FUNDECT-MS e que foi orientada pela Profª Dra Terezinha Bazé de Lima, coordenadorada pesquisa denominada “Educação de Jovens e Adultos: um processo de letramento eformação docente”, aprovado em 2004.

As reflexões que se seguem ao longo deste artigo não são simples impressões que teriam ficado da pesquisaainda em desenvolvimento, mas sim o resultado do questionamento de um estudo realizado junto aos teóricos daformação docente, das observações e entrevistas realizadas junto aos professores quais denominamos demonitores que atuam como docentes nas salas de aulas do Programa de Educação de Jovens e Adultos daEJA/UNIGRAN/Dourados/MS.

As instituições de Ensino Superior, muito têm se preocupado com a formação profissional docente, pois aqualidade do ensino depende praticamente da relação entre professor – aluno e das competências e habilidadesque o educador tem obtido durante sua formação docente, porém as instituições de ensino superior pouco temdedicado esforços para implementar em seus currículos de formação a necessária formação de professores para aEJA.

No livro “Cartografias do trabalho docente: professor(a)-pesquisador(a)”, de Geraldi, Fiorentini e Pereira(2003), retrata em todos os seus capítulos a necessidade de resgatar o perfil do educador e sua formaçãocomo profissional da educação, questionando assim, a necessária formação do professor – pesquisador econtribui:

Trata-se, então, de formar um professor que não abdica do aprender porque avivência da curiosidade, da vontade de ver/fazer coisas novas e realidades que nãoestão dadas, é a possibilidade que tem de contagiar o seu aluno. É um professor quepor apropriar-se do seu trabalho, indaga-o e indaga as teorias. É um professor que,capaz de se indignar com as contradições, agrega outros na tarefa de suportar omundo e de guiá-lo por uma história que não negue a existência humana. Umprofessor que se capacita para contribuir com a elaboração de uma teoria pedagógicaque aposte na infância como produtora de um futuro, de um mundo diferente. Umprofessor que para produzir essa teoria, seja capaz de seriedade e de rigor, indicadospor Freire (1996) como valores necessários à disciplina intelectual, sem temor deenraizar essa produção em opções que, em seu cerne, são éticas e são políticas.(GERALDI et al, 2003, p. 67).

Com isso, verifica-se que o professor em qualquer instância de formação/atuação precisa ser pesquisadormediante sua prática educativa, ou seja, precisa ter formação e ação baseada na pesquisa como prática educativa,envolvendo assim, teoria e prática. O educador precisa buscar uma prática pedagógica, crítico-reflexiva paratambém orientar os seus educandos numa didática de educar pela pesquisa, analisando o contexto histórico,social e político e de cada aluno, auxiliando-os a construir uma sociedade mais justa e igualitária.

Assim, o conceito de educação de jovens e adultos vai se movendo a medida em que a realidade começa a fazeralgumas exigências em relação à sensibilidade e a competência dos educadores. Conforme argumenta Gadotti:

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Pela educação, queremos mudar o mundo, a começar pela sala de aula, pois asgrandes transformações não se dão apenas como resultantes dos grandes gestos, masde iniciativas cotidianas, simples e persistentes. (GADOTTI, 2001, p. 65).

Percebe-se, no entanto, que o educador de jovens e adultos vai construindo o seu saberalicerçado em relações históricas, convicções e compromissos por meio da inserção doprofessor na sociedade contemporânea, abordando todas as dimensões na sua função deeducador. Gadotti, em sua reflexão menciona que:

Refletir sobre as funções do educador, rever estratégias de ação, trocar experiências,propor políticas e até mesmo assumir a pedagogia da indignação, só é eficaz nocoletivo, pois as atitudes isoladas, [...] pode gerar no enfraquecimento da ação.(Ibidem, p.67).

A formação do professor para EJA é uma prática de conhecimento que visa a aquisição deuma proposta pedagógica pautada no diálogo, questionamento e na compreensão da realidadeque nos conduz na busca de novas propostas coletivas de mudanças, onde o conhecimentodeve ser apresentado como uma construção social.

Atualmente existe um grande número de pesquisas desenvolvidas enfocando a temática daformação de professores, mas em relação a formação de educadores de jovens e adultos, onúmero ainda é muito pequeno.

Praticamente, não existe uma política nacional e estadual de formação de docentes para aeducação básica de jovens e adultos e a conseqüência disso, é o despreparo da grande maioriados professores que atuam nessa área de ensino, não sabendo muitas vezes, realizar umareflexão sobre a construção da prática pedagógica em sala de aula com seus educandos, comotambém efetuar pesquisas visando adquirir e aprimorar seus conhecimentos. Segundo Lima:

É importante destacar a perspectiva da formação inicial e continuada do professorpor meio da atividade de pesquisa, que lhe permitirá ser visto, de fato, como umpesquisador da prática pedagógica, ou seja, pesquisador-na-ação. (LIMA, 2004, p.65).

O educador de educação de jovens e adultos precisa ser preparado para dar conta de fazer doespaço da sala de aula na EJA, um espaço da construção coletiva onde a pesquisa comoprincípio educativo e pedagógico possa contribuir na construção da aprendizagemsignificativa para os educandos. Esta aprendizagem é medida conforme a necessidade ecaracterística do grupo, mediante a realidade escolar e a vivência de cada educando. Énecessário que o professor trabalhe de forma interdisciplinar com os seus educandos,valorizando a experiência de cada um, integrando a turma na vida escolar e ampliando assim,o universo cultural por meio da sociabilização.

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É Freire, que contribui também com essa reflexão.

Como ensinar, como formar sem estar aberto ao contorno geográfico, social, doseducandos? [...] Preciso, agora saber ou abrir-me à realidade desses alunos comquem partilho a minha atividade pedagógica. Preciso tornar-me, se nãoabsolutamente íntimo de sua forma de estar sendo, no mínimo, menos estranho edistante dela. (FREIRE, 2003, p. 137).

O professor de educação de jovens e adultos, precisa orientar as disciplinas como elasaparecem na vida dos educandos, ensinando através da própria experiência da turma comobase nas aulas para ensinar ou exemplificar algum conteúdo a ser trabalhado. O educadorprecisa ampliar os horizontes culturais dos estudantes, integrando os jovens e adultos aosdemais alunos, de modo que eles se sintam motivados a continuar perseverante no caminho doaprendizado. O professor precisa ser criativo para aproveitar o conteúdo a ser trabalhado juntocom a realidade do aluno, esta é uma competência que deve ser desenvolvida no processo deformação dos professores da educação de jovens e adultos.

No entanto, percebe-se a necessidade de obter uma análise sobre a formação do educador que trabalha com aeducação de jovens e adultos e sua preparação teórica e prática para estar atuando com segurança e qualidadeque essa modalidade de ensino requer.

Constata-se que o processo de formação dos professores consiste, segundo a Proposta deDiretrizes Curriculares para a Formação de Professores da Educação de Jovens e Adultos, emcriar condições para o exercício da profissão, sendo interpretadas como condição para odesenvolvimento de competências e aquisição dos conhecimentos requeridos para esseexercício da profissão docente, visando um ensino de qualidade com um corpo docentequalificado para atuar com esta modalidade de ensino, procurando ser um educador marcantena vida dos educandos, sendo principalmente um diferencial à cidadania comresponsabilidade social e inclusão, como também criar mecanismos para a real valorização doeducando perante a sociedade.

Segundo Gadotti (2001), os professores que trabalham na Educação de Jovens e Adultos, emquase sua totalidade, não estão preparados para atuarem no campo específico destamodalidade de ensino. Em geral, são professores leigos ou pertencentes ao próprio corpodocente do ensino regular. Na formação de professores não se tem observado umapreocupação referente ao campo específico da Educação de Jovens e Adultos.

Neste estudo os sujeitos pesquisados demonstram grande interesse e preocupação em suaformação inicial e continuada como educadores na área da EJA. Foi designadas letras doalfabeto que identifiquem as iniciais de seus nomes. Por exemplo: O professor J, em relação àcapacitação continuada, argumenta que tem participado das seguintes capacitações:

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[...] participei do curso ministrado pela UNIGRAN no início do ano e tambémparticipei de vários cursos como: Seminários de Estudos pedagógicos realizados naUEMS, Formação Continuada de Alfabetização realizada na Escola MunicipalClarice; Seminários da Rede Municipal de Ensino; Reorientação Curricular; Cursosde Jogos, dinâmicas, músicas, contar de histórias e o PROLER [...] (SUJEITO J).

Conforme o depoimento deste sujeito, verifica-se que a formação do educador é algofundamental para o mesmo, buscando cada vez mais, aperfeiçoar suas competências,adquirindo maior conhecimento para trabalhar com os seus educandos de forma significativae prazerosa para eles.

O professor A, também tem demonstrado grande interesse pela formação, ou seja, pelacapacitação como educador de Jovens e Adultos, pois: “[...] a medida que a Prefeitura vemoferecendo seminários, cursos, eu tenho participado bastante. Os cursos que a UNIGRAN temoferecido, como o de capacitação, também tenho feito todos [...]”. (SUJEITO A).

Vários sujeitos pesquisados professores demonstraram, em suas falas, uma preocupaçãoconstante com a formação inicial e continuada, visando adquirir uma maior qualificação paraatuarem como docentes na Educação de Jovens e Adultos, buscando aprimorar e inovar suaspráticas pedagógicas.

Antônio Nóvoa (1995), argumenta que a formação continuada deve contribuir paradesenvolver o educador para ser um pesquisador, ou seja, não um pesquisador obcecado pelacientificidade, mas um educador capaz de refletir a sua própria prática pedagógica, buscandoassim, compreender os processos de aprendizagem de cada educando desta modalidade deensino.

No entanto, sabemos que todos os sujeitos pesquisados professores são alunos-acadêmicos, namaioria da Faculdade de Educação, nos cursos de licenciatura, como: Artes Visuais, Letras,Matemática, Pedagogia e Ciências Biológicas e que todos, a princípio, estão buscando umaformação inicial, como a graduação, visando atuar dentro do paradigma de professorespesquisadores onde estão adquirindo, através de cursos, palestras, seminários, encontros deformação, trocas de experiências e outros, uma capacitação continuada, procurando ampliar oseu universo cultural, valorizando a experiência de cada educando e trabalhando de formacoletiva e interdisciplinar.

Segundo Paulo Freire (2003), o educador precisa estar qualificado para atuar neste campo deensino, sabendo valorizar e respeitar as peculiaridades de cada educando existente em sua salade aula, tendo uma reflexão teórica-prática sobre sua própria prática pedagógica, ou seja,sobre sua própria concepção metodológica de como trabalhar de forma diferenciada com aEducação de Jovens e Adultos.

O autor critica severamente o professor que desenvolve sua prática baseada na educaçãobancária, onde vai transformando o educando num “fundo bancário”, ou seja, o educadordeposita de forma mecanicamente informações ao educando e o mesmo memoriza os dadosadquiridos. Mediante a isso, Paulo Freire, descarta o método tradicional de ensino que tem a

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cartilha como uma única fonte e base para aquisição dos conhecimentos e principalmente paraa alfabetização de jovens e adultos. O sujeito da pesquisa denominado como coordenador A,argumenta que:

[...] o educador acha mais fácil trabalhar com a cartilha a forma silábica é claro querealmente é mais fácil, mas para o adulto isso não tem significado algum. Éimportante sim, procurar trabalhar conforme o método de Paulo Freire, a montageme a desmontagem do texto mediante uma palavra de tema gerador, conforme arealidade daquela turma. [...] (SUJEITO A)

Conforme argumenta também Brandão (1996), que a educação de jovens e adultos deve serum ato coletivo, solidário e principalmente um ato de amor entre educador e educando onde oeducador procura conscientizar os seus educandos dos problemas que o cercam, a umacompreensão de mundo e ao conhecimento da realidade social, proporcionando a eles umamelhor qualidade de vida mediante a aquisição do saber.

O sujeito professor A, demonstra, em sua fala, ter uma grande preocupação com a formametodológica, na qual prepara e desenvolve suas aulas:

[...] nós trabalhamos as profissões e as receitas. Nós trabalhamos materiais delimpeza, porque são coisas que eles conhecem. Então nesse inverno, estava todomundo meio adoentado, gripado, trabalhei um textinho sobre a tosse. Foramtrabalhadas receitas caseiras, houve uma troca de experiência com xaropes caseiro.Uns levaram guaco, outros levaram outras ervas. Então a gente procura trabalhar arealidade deles. Eu procuro adequar os conteúdos a realidade deles. Eu trabalho comos livros de 1ª a 4ª séries, pego exercícios um pouquinho de cada e trabalho comeles, mesclando bastante. Trabalho também atividades recreativas como a recreação.Trabalho também artes, ensino eles a forrarem caixas de papelão, então minha aula ébastante diversificada. Trabalhamos com a palavra, frase e textos onde trabalhamoscom receitas, cada aluno trouxe várias receitas, depois escolhemos uma prafazermos como lanche, que são coisas da realidade deles. Foi uma experiência muitoagradável, eles adoraram, trocaram receitas. Então, eu aproveito dessa introdução evou trabalhando a disciplina e assim a gente faz a aula como uma roda de conversa,procuro trabalhar com o contexto deles, não me prendo muito a parte teórica, mas agente procura introduzir a aula dentro da realidade deles [...] (SUJEITO A).

Para esse professor A, a aula é trabalhada de forma diferenciada e interdisciplinar, envolvendoos conteúdos que precisam ser trabalhados na educação de jovens e adultos, com asexperiências e realidade de vida dos educandos.

Paulo Freire (2003), argumenta que a alfabetização de jovens e adultos não é simplesmenteum ato de ler e escrever, por exemplo, um simples bilhete, mas sim de construir a leitura e aescrita crítica e participativa onde os alunos tenham uma participação nos espaços sociais eque possam transformar a realidade em que vivem.

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Nesse sentido, os educadores devem estar constantemente avaliando suas práticaspedagógicas, buscando aprofundar teoricamente aspectos ligados à educação de jovens eadultos, buscando resgatar em primeiro lugar: quem são os educandos; como eles pensam;como dimensionam seu tempo; quais seus interesses; como percebem o mundo a sua volta;quais suas necessidades; como constroem conhecimento, etc. Conforme afirma o sujeito C,podemos analisar a importância de conhecer primeiro, quem é o nosso educando, fazendo, noentanto, um diagnóstico da turma para verificar quais são os conhecimentos que os mesmos jápossuem e quais são suas experiências de vida para, a partir desse momento, introduzir oconteúdo a ser trabalho de forma diferenciada e interdisciplinar:

[...] no início das aulas eu não tinha assim planejamento pronto fechado, porque eutava lá pra conhecer primeiro quem são eles, de onde vieram, quais seusconhecimentos prévios. Foi minha 1ª experiência, e assim eu queria saber o quevinha de cada aluno, pra mim ir organizando as atividades. E, depois de um tempoque eu vi assim, o que cada um precisava, ai eu comecei a planejar certinho, foidepois que eu descobri a realidade de cada um. Eu planejo, tenho uma apostila quefoi organizada pela da monitora do ano passado, uma apostila de alfabetização daIuderce, que ela organizou e relaciona interdisciplinaridade. É uma apostila que eutenho base. Porque cada aula eu vejo as dificuldades para as próximas aulas. Porqueeu não conheço ainda totalmente o que eles sabem e o que eles não sabem [...](SUJEITO C).

Por isso, a formação dos educadores da EJA, segundo Ribeiro (2002), deve articular a práticae a teoria a todo o momento, pois o que se pretende alcançar é um maior conhecimento darealidade, de forma a intervir nesse contexto, melhorando a qualidade da prática doseducadores juntamente com os educandos.

Podemos perceber, com base em uma das turmas do Programa de Educação de Jovens eAdultos, que o sujeito P, procura trabalhar a realidade destes educandos, de maneira aempregar conhecimento dentro do seu cotidiano. Durante a observação participativa realizadanesta turma, constatou-se que o sujeito da pesquisa realizava sua aula no pátio da Empresa,instruindo-os sobre a importância da preservação do meio ambiente, já que os mesmostrabalham na limpeza urbana do município de Dourados-MS.

Para Gadotti (2001), o importante nas aulas de alfabetização de jovens e adultos, é que oeducador planeje suas aulas baseadas num diálogo constantes, a fim de que possa ouvir, falar,valorizar e ajudar o seu educando. O sujeito D argumenta em seu depoimento que:

[...] aula preparada surge de um diálogo, de acordo com o que o aluno quer aprender,depende da realidade dele, porque não adianta preparar uma aula que sem ter arealidade deles, pois senão, não irá interessar para eles, não vai motivar e vão acabarnão gostando da aula e vão desistindo de estudar ou não vão mais na aula. Então euacho que o planejamento da aula tem que sair da sala de aula, de um diálogo, umaconversa, não levando material escrito, mas pelo diálogo anota num papel parapróxima aula, como texto, frase, palavra, música, não só escrita, mais tambémmúsica que já motiva também, pra não ser cansativo pra eles [...] (SUJEITO D).

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Percebe-se, para este sujeito que o importante é o conhecimento da realidade que o aluno trazconsigo e suas experiências de vidas, procurando assim, valorizar os conhecimentos doseducandos, ouvindo suas experiências, dialogando sempre, com linguagem e tratamentoadequado a esta clientela de ensino e estimulando para o exercício da cidadania eprincipalmente motivando-o a continuar na educação de jovens e adultos como também aaprender cada vez mais.

Segundo Paulo Freire (2003), os adultos exigem do professor, além dos saberes disciplinares,práticas educativas que aproveitem a sua bagagem cultural e experiência acumulada. O ideal éque a alfabetização de jovens e adultos responda às suas necessidades, estabelecendo umarelação entre os conteúdos trabalhados e o uso que farão deles posteriormente. O professor Brelata como procura trabalhar as aulas com os seus educandos, enfatizando a importância dodiálogo, da conversa mútua entre professor e aluno, as trocas de experiências e principalmentea importância de prepará-los para atuar na sociedade de forma mais justa e igualitária,sabendo assim, buscar e usufruir os seus direitos e também deveres como cidadãos atuantesnesta sociedade capitalista e desigual:

As aulas são desenvolvidas mediante a realidade deles, diante de situações –problemas [...] eu conheço do que elas falam; por que a gente sempre conversabastante, fala bastante dos filhos, da família, mas o que eu conheço é mais o que elesfalam. Os exemplos que eu uso na sala de aula são tudo em cima disso. A comida, otempo que leva pra fazer tal coisa, tudo em cima dessas situações diárias deles. [...]os planejamentos, eu penso assim, no que eles vão precisar no dia-a-dia. Porexemplo: procuro passar, o Estado, qual estado que eles moram. A região, quais sãoas cinco regiões, situações – problema, quando vão ao supermercado quanto vãogastar. Então eu penso, na situação da realidade, preparar eles para o dia-a-dia, esseé meu objetivo para com eles [...] (SUJEITO B).

Ainda segundo Paulo Freire, ensinar exige compreender que a educação é uma forma deintervenção no mundo em que vivemos, onde retrata a sociedade como: “Falo da resistência,da indignação, da “justa ira” dos traídos e dos enganados. Do seu direito e do seu dever derebelar-se contra as transgressões éticas de que são vítimas cada vez mais sofridas.” (FREIRE,2003, p.101). Percebe-se que o autor procura argumentar como a sociedade capitalista acabaexcluindo o indivíduo da sociedade, dominando-o totalmente quanto as suas vontades eabolindo os seus direitos e deveres como cidadãos. Freire (2003, p. 103) argumenta tambémque o professor precisa ser a favor, “[...] da luta constante contra qualquer forma dediscriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais [...] Souprofessor a favor da esperança que me anima apesar de tudo [...]”.

O sujeito coordenador B retrata que o projeto de educação de jovens e adultos da UNIGRANtem contribuindo para o exercício da cidadania, mediante a estudos e trabalho didático com oEstatuto do Idoso, fornecido pela própria Instituição aos alunos do ProgramaEJA/UNIGRAN.

[...] nós conseguimos duas bolsas de iniciação científica para o projeto. Então hojetemos duas monitoras de iniciação científica, a segunda está começando agora que éuma aluna do Curso de Direito que vai trabalhar o eixo da cidadania, porque a

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pesquisa amarra esse eixo, e ela vai estar visitando cada turma para trabalhar oEstatuto do Idoso para poder trabalhar a questão dos direitos e deveres do idoso [...].(SUJEITO B).

O professor de Educação de Jovens e Adultos precisa manter acesa a chama do conhecimentodentro dele, como um educador marcante e inesquecível na vida dos seus educandos,reascendendo a cada dia sua esperança por uma educação melhor e por uma sociedade maisjusta e democrática.

Em Geraldi, Fiorentini e Pereira (2003), verifica-se que o educador tem um essencial papel deestimular o pensamento e as atitudes criativas em seus educandos, como também proporcionarcondições físicas e ambientais, que tornem a sala de aula como um espaço gerador de novasidéias e conhecimentos. O professor de educação de jovens e adultos precisa ser um professorcriativo, de modo a utilizar a própria experiência de vida dos educandos, como também arealidade daquela comunidade escolar para alfabetizar e socializar conhecimentos. Oprofessor J relata como procura trabalhar a questão da criatividade com os seus educandos:

Desenvolvo uma de minhas aulas através de alfabeto móvel, dominó silábico, aulade reciclagem, aulas de culinária, etc. Procuro trabalhar todas as áreas doconhecimento enfatizando mais a alfabetização. [...] procuro trabalhar de formadiferenciada através de música, brincadeiras educativas e artesanatos, reciclagem,receitas práticas (culinária). [...] as aulas são desenvolvidas mediante a história devida dos educandos de acordo com as necessidades de cada aluno. (SUJEITO J).

Com isso, percebemos que o educador precisa ministrar suas aulas, de forma significativa eprazerosa para os alunos, fazendo com que aquele aprendizado que ele está adquirindo sejasignificado e prazeroso e tem efeito transformador na vida de seus alunos.

Ainda, Geraldi, et all (2003, p. 170):

Ao refletir sobre sua prática, os professores não só desenvolvem suas estratégiasdocentes como também compreendem melhores os objetivos e princípios que devemlevar à prática. Nessa perspectiva, os professores articulam problemas práticos epropostas de soluções.

Com isso, podemos constatar a importância do professor ser pesquisador e reflexivo em suaprópria prática pedagógica, procurando, cada vez mais, melhorar sua atuação docente.

O educador de jovens e adultos precisa ter uma base teórica, ou seja, um referencial para queseu trabalho pedagógico esteja fundamentado num alicerce teórico e metodológico, capaz deauxiliar o educador em suas dificuldades e no preparo de suas atividades, como também, paraaprimorar sua prática docente como verdadeiro educador na EJA.

Conforme pesquisa através de visitas em salas de aulas e acompanhamento nos momentos decapacitação e encontros de planejamento, que a maioria dos sujeitos pesquisados professoresatuantes em turmas de EJA, que os mesmos não tem uma base teórica e também não temdedicado a leitura referente à educação de jovens e adultos, visando um maior conhecimento

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nesta modalidade de ensino. Muitos responderam que o suporte teórico utilizado era baseadoem revistas, livros e apostilas, mas quando perguntamos quais os nomes dessas revistas, ouexemplos de livros e apostilas, não sabiam responder, simplesmente relatavam “é o materialque eu pego às vezes na escola, outros emprestados ou até mesmo em casa”. Com isso,verifica-se a necessidade de maior capacitação para os sujeitos pesquisados como também umreferencial de base teórica para trabalhar na Educação de Jovens e Adultos, visando solidificare aumentar as trocas de experiências existentes entre os próprios professores que atuam comodocentes em salas de EJA.

Conforme Paulo Freire (2003), o educador precisa, em primeiro lugar gostar do que faz e doseducandos, desenvolvendo assim, um trabalho coletivo, e socialmente contextualizado;baseando-se num compromisso em refazer o mundo e mergulhando numa sensibilidade para opluralismo cultural, respeitando e valorizando cada aluno e suas peculiaridades. O professor Kressalta a importância da dedicação do professor com os jovens e adultos:

[...] muito amor e dedicação para com a turma, valorizando cada conhecimento queadquirem ao passar do curso. Minha interação é de amizade adquirida pela classe,pois todos são da minha comunidade. O carinho e o amor que são dedicados pelaprofessora. O despertar para uma qualidade de vida melhor. O querer lutar pelosseus direitos e valores. A felicidade em saber que tem alguém especial que estádisposta para ajudar com todo amor e paciência [...] (SUJEITO K).

A relação entre professor-aluno e aluno-aluno é fundamental no processo ensino-aprendizagem, principalmente na educação de jovens e adultos onde os educandos já trazemconsigo uma bagagem de conhecimentos e experiências de vida. O professor I, tambémretrata o estimulo desenvolvido para seus alunos onde, segundo ele: “[...] já visitei a casa dequase todos, procuro mostrar a eles que sou como eles, nós nos socializamos muito bem,[...]”. (SUJEITO I).

A interação, através do diálogo e da socialização entre professor e aluno, demonstrando queambos são pessoas atuantes dentro de uma mesma sociedade, faz com que esserelacionamento seja amadurecido cada vez mais, valorizando o educando com suasexperiências de vidas e também o educador, como sendo um intermediador no processo deensino e aprendizagem. O professor G, também procura demonstrar em sua entrevista, comotrabalha a questão da interação entre professor e aluno como também o diálogo e a conversa:

[...] procuro selecionar textos da vida cotidiana de cada um deles. Toda semana levouma oração ou pensamento que estimula no trabalho e que possa refletir sobre oassunto. [...] Temos uma boa interação, pois respeitamos uns aos outros. Sinto umcarinho muito grande por todos eles e sou correspondida ao mesmo. (SUJEITO G).

Com isso, podemos constatar que o Programa de Educação de Jovens e Adultos estácontribuindo com a alfabetismo entre jovens e adultos que não tiveram oportunidade em idadeescolar apropriada de se alfabetizar, mas que os sujeitos professores, tem demonstrado carinhoe atenção no trabalho dedicado aos educandos atenção especial e estimulando-os para oexercício da cidadania.

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Mas, há uma necessidade de formação continuada e trocas de experiências baseadas emteóricos que descrevem sobre a educação de jovens e adultos, enfatizando as necessidades deconstante aperfeiçoamento reflexivo mediante sua prática pedagógica, e, todavia colocandoem prática de forma interativa e significativa o conhecimento adquirido em suas formações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo possibilitou detectar quais as reais necessidades do professor para sua atuaçãocom turmas de educação de jovens e adultos, como já foi mencionado anteriormente não é umtrabalho que está pronto e acabado, mas abriu “janelas” para melhor refletir sobre a formaçãodo educador na EJA com o intuito de que os mesmos tenham uma prática pedagógicacontextualizada por meio do círculo da cultura, como menciona Freire (2003), valorizando oscontextos históricos e sociais de vida dos educandos.

Estudo este que está sendo acima de tudo uma experiência de vida, pela qual estamosatravessando e carregando dele grandes lições. Foi possível constatar, que o educador precisaser marcante e atuar como referência na vida dos seus educandos, sendo um diferencial paraaqueles alunos, que possuem anos de experiência e conhecimento de vida, e que muitos aindanão possuem uma visão crítica sobre a realidade na qual está inserido, capaz de reivindicarpelos seus direitos e deveres como cidadão pertencente a uma sociedade.

Paulo Freire (2003), menciona a educação como sendo um ato de amor e o professor é otransmissor desse amor. Um amor que busca o diálogo, o respeito, a valorização, acoletividade, a troca de experiências e principalmente um amor que se transforme em ato decumplicidade pela qualidade de vida dos envolvidos.

No entanto, acredita-se que o educador para ser marcante e inesquecível, na educação dejovens e adultos, precisa amar aquilo que faz, ou seja, ter vontade e gostar de atuar com essafaixa etária diferenciada, precisa ser criativo, dinâmico, qualificado, como também buscarcapacitações para melhorar sua prática pedagógica utilizando a própria realidade de vida doseducandos para trabalhar os conteúdos a serem ensinados em suas salas de aula.

Assim, ao encerrar este artigo, argumenta-se sobre a importância de se trabalhar a teoriamediante uma pedagogia contextualizada na EJA, por meio de uma prática calcada numapostura reflexiva, considerando que o educador nesta modalidade de ensino precisa ser umconstante pesquisador mediante estudos teórico e práticos e que estejam vinculados a suaprópria prática pedagógica.

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Porém, podemos concluir que a educação de jovens e adultos é um processo, por meio da qualo indivíduo usufrui a sua própria história, a fim de almejar uma perspectiva de vida melhor.Isto é possível, mediante a confiança que professor pode depositar no educando, na suacapacidade de aprender, descobrir, criar soluções e de enfrentar desafios.

Para tanto é necessário que tenhamos novas práticas educativas com o educando (jovens eadultos), afim de que o aprendizado seja significativo para eles. Segundo as posições dosprofessores entrevistados e dos teóricos estudados, com respeito à busca de novas práticaseducativas, nos levam a refletir de como está sendo desenvolvido o processo de educação paraos jovens e adultos nos dias de hoje. Pois a aprendizagem significativa, por meio de umprocesso de construção do conhecimento, mediante uma interação do contexto da realidade doeducando, envolve também questões de ordem lógico-intelectual, afetiva, sócio-cultural,política e técnica. Baseando-se nessas reflexões, podemos analisar que a educação de jovens eadultos, para que se obtenha resultados significativos, principalmente com os educandos, énecessário que os professores busquem também as tecnologias adequadas à realidade dosmesmos. Neste contexto, o papel do educador é o de mediador do processo de aprendizagemdestes, priorizando, assim, a bagagem de conhecimentos trazida por seus alunos, ajudando-osde forma interativa, a transpor esse conhecimento para o “conhecimento letrado”.

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